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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE

FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE MARILÂNDIA DO SUL – PR.

ALAOR JUNIOR DE OLIVEIRA ESPICOZ, brasileiro, menor,


inscrito no CPF/MF sob o nº 141.293.069-36, nascido no dia 29 de março de 2018,
atualmente com 05 (cinco) anos e 2 (dois) meses de idade, conforme Certidão de
Nascimento com Matrícula n.º 081489 01 55 2018 1 00014 181 0004351 61, do
Cartório do Registro Civil das Pessoas Naturais de Mauá da Serra - PR, neste ato
devidamente representado por sua genitora ARIANE MAYARA DE OLIVEIRA
MACHADO, brasileira, solteira, desempregada, portadora da cédula de identidade
civil RG nº 12.364.114-5 SSP/PR, inscrita no CPF/MF sob o nº 105.178.009-85,
ambos residentes e domiciliados na Av. João Gonçalves de Oliveira, nº 120, CEP
86.826-000, na Cidade de Mauá da Serra, Estado do Paraná, por intermédio de sua
advogada dativa, conforme termo de nomeação, com endereço a Rua Jupiter nº 32,
Jd. Vale do Sol, CEP 86.803-090, na cidade de Apucarana, Estado do Paraná, e
endereço eletrônico: laiz_modesto@hotmail.com, onde recebe notificações e
intimações, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fulcro no art.
528 do Código de Processo Civil, PROPOR:

AÇÃO DE EXECUÇÃO DE ALIMENTOS


Em face de RAFAEL ESPICOZ, brasileiro, com endereço
profissional na Aurora Cooperativa – Frigorifico, localizada na Av. José Oscar
Salazar, nº 1274, CEP 99.700-000, na cidade de Erechim, Estado do Rio Grande do
Sul, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
I – DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

A representante do Exequente declara ser pobre na acepção


jurídica do termo, não possuindo condições econômicas e financeiras para arcar
com às custas processuais sem prejuízo do sustento próprio e da família.

Conforme preceitua o art. 5º, inc. LXXIV da Constituição


Federal: “o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos”.

Para tanto, requer a concessão dos benefícios da Justiça


Gratuita, nos termos do arts. 98 e 99, §§3º e 4º, do Código de Processo Civil e da
Lei nº 1.060/50.

II – DOS FATOS

Nos autos de Ação de Alimentos nº 0002160-


33.2017.8.16.0114, que tramitou perante este Juízo, foram pactuados alimentos no
valor correspondente a 27% (vinte e sete por cento) do salário mínimo nacional
vigente.

Malgrado o compromisso prestado em juízo, o ora Executado


vem deixando de adimplir com sua obrigação, conforme se demonstrará a seguir.

DATA SALÁRIO MINIMO VALOR PENSÃO (27 %) VALOR PAGO DIFERENÇA


abr/23 R$ 1.320,00 R$ 356,40 R$ - -R$ 356,40
mai/23 R$ 1.320,00 R$ 356,40 R$ - -R$ 356,40
jun/23 R$ 1.320,00 R$ 356,40 R$ - -R$ 356,40

TOTAL R$ 1.069,20

Vale lembrar que se trata de verba de subsistência e


garantidora do mínimo existencial, permitindo o completo desenvolvimento do
filho. Neste sentido, está-se falando da dignidade da pessoa humana e do melhor
interesse do alimentando, o qual não deve restar prejudicado nesta lide.
É cediço serem as responsabilidades em relação aos filhos
repartidas igualmente entre pai e mãe, nos termos do art. 299 da Constituição
Federal:

Art. 299 - Os pais têm o dever de assistir, criar e


educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o
dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência, ou
enfermidade.

Tem-se, pois, caracterizada o inadimplemento do Executado,


de seu dever de assistência alimentícia ao seu filho, ora Exequente, o que o leva a
requer judicialmente seu cumprimento.

III – DO DIREITO

Face aos encargos e responsabilidades que coube a Genitora


para com seu filho, como saúde, alimentação, educação, vestuário e demais
despesas relativas ao desenvolvimento saudável, não lhe resta alternativa, senão
buscar através de MEDIDA COERCITIVA PESSOAL, a satisfação dos direitos, nos
termos do artigo 528, §§ 1º, 3º e 7º do Novo Código de Processo Civil, verbis:

Art. 528 No cumprimento de sentença que condene ao


pagamento de prestação alimentícia ou de decisão
interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento
do exequente, mandará intimar o executado
pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito,
provar que o fez ou justificar a impossibilidade de
efetuá-lo.

§ 1º Caso o executado, no prazo referido no caput, não


efetue o pagamento, não prove que o efetuou ou não
apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, o
juiz mandará protestar o pronunciamento judicial,
aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 517. [...]

§ 3º Se o executado não pagar ou se a justificativa


apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar
protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1º,
decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três)
meses. [...]

§ 7º O débito alimentar que autoriza a prisão civil do


alimentante é o que compreende até as 3 (três)
prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as
que se vencerem no curso do processo.

(grifos nossos)

Importante observar que o Alimentante, ora Executado, deveria


pagar na data estabelecida, a quantia integral da pensão alimentícia fixada
judicialmente, nos exatos termos do artigo 22 1 do Estatuto da Criança e do
Adolescente, sendo dever dos pais o sustento e educação dos filhos, bem como,
cumprir as determinações judiciais.

De igual modo, deve, ainda, serem observadas as disposições


do artigo 22 da Lei nº 6.515/77 que dispõe acerca da correção do valor da pensão
alimentícia, verbis:

Art. 22. Salvo decisão judicial, as prestações alimentícias,


de qualquer natureza, serão corrigidas monetariamente
na forma dos índices de atualizações das Obrigações
Reajustáveis do Tesouro Nacional – ORTN.

Parágrafo Único – No caso do não pagamento das


referidas prestações no vencimento, o devedor
responderá, ainda, por custas e honorários de advogado
apurados simultaneamente.

(grifo nosso)

A legislação brasileira, também, prevê a hipótese de ser


decretada a prisão civil do devedor inadimplente de pensão alimentícia, nos moldes
do artigo 5º, inciso LXVII da Constituição da República Federativa do Brasil, verbis:

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de


qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do

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Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse
destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

(...)

LXVII – Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do


responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável
de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.

Na mesma seara, a Súmula 309 do Superior Tribunal de Justiça


enuncia:

Súmula 309 do Superior Tribunal de Justiça – O débito


alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o
que compreende as três prestações anteriores ao
ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso
do processo.

(grifo nosso)

O Executado não adimpliu com a obrigação que lhe foi


imposta. Portanto, a dívida, ora executada, tem caráter alimentar, é líquida, certa e
exigível, vez que acordada entre ambas as partes nos autos nº 0002160-
33.2017.8.16.0114 que tramitou perante esta Vara.

O Executado não realizou o pagamento das parcelas vencidas


todo dia 10, dos meses de março a junho 2023 sem qualquer justificativa, causando
sérios prejuízos ao Exequente, restando em débito às parcelas vencidas desde
então, conforme memória de cálculo anexada, bem como demonstrado no tópico II.

Sendo assim, o valor total corrigido e atualizado, perfaz o


montante de R$ 1.079,98 (Mil, setenta e nove reais e noventa e oito
centavos) , conforme memória de cálculo em anexo, autorizando a presente
Execução nos moldes do art. 528, § 3º e 7º do Novo Código de Processo Civil, a fim
de que o Executado seja compelido ao pagamento no prazo de 03 (três) dias, sob
pena de prisão, ao valor concernente às duas últimas prestações alimentícias.
Requer por fim, a inclusão do nome do Executado junto aos
órgãos de proteção de crédito, quais sejam, SPC e SERASA, com fundamento nos
artigos 528, §1º e 782, §3º do CPC/152.

Insta informar que nos autos principal foi protocolado


cumprimento de sentença pelo rito da Expropriação.

IV – DOS PEDIDOS

Diante o exposto, requer-se:

a) Expedição por meio de carta precatória para o Fórum de


Erechim, localizado na Rua Clementina Rossi, nº 129 -
Bairro Bela Vista, CEP 99704-900, na cidade de Erechim,
Estado do Rio Grande do Sul, seja intimado o Executado
para que, em 03 (três) dias, pague a quantia de R$
1.079,98 (Mil, setenta e nove reais e noventa e oito
centavos), correspondente as últimas prestações
alimentícias vencidas, devidamente corrigidas até o efetivo
pagamento, acrescida de juros legais, bem como, aquelas
que se vencerem no curso da execução, sob pena de, não
o fazendo, ser decretada sua prisão nos termos do
art. 528, §§ 3º e 7º do Novo Código de Processo Civil
e do artigo 5º, LXVII da Constituição Federal ou
provar que já o fez, ou então justificar a impossibilidade de
fazê-lo;

b) O deferimento das prerrogativas do art. 212, § 2º do Novo


Código de Processo Civil, ao Sr. Oficial de Justiça,
encarregado das diligências;

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Art. 782. Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz determinará os atos executivos, e o oficial de justiça os
cumprirá.
(...)
§ 3o A requerimento da parte, o juiz pode determinar a inclusão do nome do executado em cadastros de
inadimplentes.
c) A condenação do Executado ao principal, custas
processuais e honorários advocatícios estipulados em 20%
sobre o valor da causa;

d) Deferimento da Gratuidade de Justiça a Exequente, com


base no art. 98 do CPC/15 e na Lei nº 1060/50;

e) A intimação do ilustre representante do Ministério Público


para intervir no feito como fiscal da lei, nos termos do art.
178, II, do CPC/15;

f) A inclusão do nome do Executado junto aos órgãos de


proteção de crédito, quais sejam, SPC e SERASA, com
fundamento nos arts. 528, §1º e 782, §3º do CPC/15;

g) A condenação do Executado ao pagamento de custas


processuais e honorários sucumbenciais.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito


admitidas, além dos documentos que ora junta, depoimento pessoal do requerido, sob
pena de confesso e também da oitiva de testemunhas arroladas oportunamente, bem
como as que se fizerem necessários.

Dá-se a presente causa o valor de R$ 1.079,98 (Mil, setenta e


nove reais e noventa e oito centavos), para todos os efeitos legais.

Termos em que,
Pede deferimento.

Apucarana, 26 de junho de 2023.

LAIZ CRISTINA MODESTO


OAB/PR 99.465

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