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“Tênis de Mesa Paralímpico: as deficiências e o desenvolvimento da

autonomia”

Raphael Moreira e Kelly Calheirana Soati

Este material escrito tem por objetivo servir de apoio ao curso, passando de maneira
geral por todos seus conteúdos e sugerindo leituras complementares para aprofundamento dos
estudos e conhecimentos acerca do Tênis de Mesa Paralímpico.

Parte 1 – História do Esporte para Pessoas com Deficiência, Movimento Paralímpico e


Tênis de Mesa Paralímpico

Acredito que a melhor maneira de começar a aprender sobre algo é conhecendo sua
origens. Por isso, nosso curso inicia com uma ênfase na história do Esporte para Pessoas com
Deficiência - PCD, do Movimento Paralímpico e consequentemente do Tênis de Mesa
Paralímpico.
Se no final do século 19, o esporte olímpico já celebrava os primeiros Jogos Olímpicos
da Era Moderna (Atenas 1896), o esporte para PCD ainda dava seus primeiros passos, com
iniciativas isoladas para pessoas com deficiência auditiva, visual e amputados. Mas foi apenas
a partir da década de 1940, quando o neurocirugião alemão Dr. Ludiwig Guttman, Diretor do
Centro Nacional de Lesados Medulares de Stoke Mandeville, na Inglaterra, passou a utilizar o
esporte como principal ferramenta de reabilitação de lesados medulares, muitos deles advindos
da 2ª Guerra Mundial, que a área começou a crescer exponencialmente. O ano de 1948
marcou a primeira edição dos Jogos de Stoke Mandeville, competição que se tornou anual e foi
crescendo. Em 1960, os jogos foram realizados na mesma cidade que havia organizados os
Jogos Olímpicos (Roma), utilizando as mesmas instalações da competição e, ainda que a
mesma ainda não tivesse o nome de Jogos Paralímpicos, a edição de 1960 é considerada a
primeira edição dos Jogos como o conhecemos atualmente. Foi também a partir de 1960 que

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os Jogos passaram a ser realizados a cada 4 anos e a serem organizados na mesma cidade-
sede dos Jogos Olímpicos (em algumas edições isso não aconteceu, se tornando padrão à
partir de Seul 1988).
O Tênis de Mesa para PCD, por sua vez, tem seu primeiro registro quando, em 1951,
faz parte dos Jogos de Stoke Mandeville como esporte demonstração, tornando-se modalidade
oficial à partir de 1952, para não mais sair. Desde 1960 faz parte dos Jogos Paralímpicos,
antes mesmo da modalidade se tornar olímpica, o que aconteceu em Seul 1988. O Tênis de
Mesa Paralímpico teve seus primeiros movimentos no Brasil na década de 1970, com a
primeira participação paralímpica sendo em 1988, com três atletas: Mário Pires, Paulo Marinho
e Keike Shimomaebara. Desde a primeira participação, o TM Paralímpico brasileiro esteve
representado em todas as edições dos Jogos, tendo conquistado a primeira medalha
paralímpica em Pequim 2008, com Welder Knaf e Luiz Algacir (in memorian), com a prata por
equipes na classe 3. Na Rio 2016, veio a afirmação do Brasil como uma potência paralímpica
no TM, com a conquista de 4 medalhas: bronze por equipes na classe 6-10 (Bruna Alexandre,
Danielle Rauen e Jennyfer Parinos), bronze por equipes na classe 1-2 (Aloisio Lima, Guilherme
Costa e Iranildo Espíndola), bronze no individual classe 10 (Bruna Alexandre) e prata no
individual classe 7 (Israel Stroh).
Após a Rio 2016, o Brasil mantêm-se fazendo história e conquistando resultados
inéditos no cenário internacional, como o Campeonato Mundial por Equipes da Classe 9-10,
conquistado por Bruna Alexandre, Danielle Rauen e Jennyfer Parinos em 2017, e o 2º lugar no
Campeonato Mundial Individual da Classe 2, conquistado por Cátia Oliveira em 2018. Tais
resultados, somados as participações de sucesso em abertos internacionais, tem colocado o
Brasil em evolução constante no cenário mundial.
Algo que também foi discutido nesta parte do curso foi com relação a terminologia.
Entendemos que Esportes Paralímpicos são as modalidades que fazer parte do programa dos
Jogos Paralímpicos, entre os quais o tênis de mesa está, por isso o chamamos de Tênis de
Mesa Paralímpico (internacionalmente o nome utilizado é para table tennis). Já os Esportes
Adaptados, são as modalidades praticadas e com adaptações para as PCD, mas que não

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fazem parte dos Jogos Paralímpicos, como o polybat (citado na aula), por exemplo. Já o prefixo
grego para, significa paralelo ou ao lado, que junto do termo “olímpico”, representa que os
Jogos Paralímpicos e os Jogos Olímpicos são parelelos e ilustra que os dois movimentos
existem lado a lado.
Neste momento, gostaria de sugerir algumas leituras pra quem desejar se aprofundar no
assunto:
 Livro: From Stoke Mandeville to Stratford: A History of the Summer Paralympic Games
de Ian Brittain. Para quem quiser se aprofundar sobre a história dos Jogos Paralímpicos.
Este livro está em acesso aberto (em inglês) para sua leitura no site:
https://pureportal.coventry.ac.uk/en/publications/from-stoke-mandeville-to-stratford-a-
history-of-the-summer-paraly-2
 Manual: Manual do Técnico da ITTF Nível 1. Para quem tem o manual da ITTF, na parte
do Paralímpico, há alguns páginas destinadas à história do Esporte e TM Paralímpico.
 Apostila: Manual de Orientação para Professores de Educação Física – Tênis de Mesa
Paralímpico, de Celso Nakashima e Alice Nakashima. Este é um manual que foi
produzido pelo CPB em 2006, com muito conteúdo técnico de alta qualidade. Algumas
questões referentes a regra e classificação funcional podem estar desatualizadas, mas a
parte histórica não mudou, com excessão de que a entidade responsável pela
organização do TM Paralímpico atualmente ser a Confederação Brasileira de Tênis de
Mesa. A apostila está disponível em pdf nas leituras complementares do curso.

Parte 1 – Classificação funcional

Nesta parte do curso, entendemos que a classificação funcional é um critério pré-


estabelecido para tornar a disputa igualitária, ou mais próxima disso o possível. Uma pessoa
com deficiência só poderá participar de uma competição em uma modalidade paralímpica,
após passar pela classificação funcional, que é realizada na primeira competição que ela for, e
que definirá se ela é elegível (atende aos critérios mínimos de limitações da modalidade) e a

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qual categoria, que no esporte paralímpico é chamada classe, ela pertencerá. Vimos que o
processo de classificação no TM segue os seguintes passos: laudo médico sobre a deficiência;
termo de consentimento; avaliação física e técnica; observação do jogo; classe provisória;
observação da competição; definição da classe e elegibilidade.
A classificação sempre será solicitada a entidade que organiza a competição. Exemplo:
se a primeira competição do atleta for uma competição nacional da CBTM, é a esta instituição
que deve se solicitar a classificação funcional; se for uma competição estadual, deverá ser
solicitado à federação estadual; em caso de Paralimpíadas Escolares, solicitar ao Comitê
Paralímpico Brasileiro. No entanto, o processo de classificação, assim como a autorização para
que o classificador responsável atue, é administrado pela CBTM, independente da competição.
A exceção fica por conta dos atletas com deficiência intelectual, que antes de disputarem uma
competição, precisam passar por procedimentos de classificação e registro na Confederação
Brasileira de Desportos para Deficientes Intelectuais - CBDI. Os procedimentos para o registro
na CBDI podem ser lidos clicando aqui.
Discutimos também que, quando o atleta vai para uma competição internacional, ele
passa por uma nova classificação (na competição que irá disputar). A classificação
internacional passará a ser a válida também nacionalmente.
As leituras complementares sugeridas para quem quiser se aprofundar no assunto,
seguem:

 Artigo: A Classificação Funcional no Esporte Paralímpico, de Vinicius Cardoso e


Adroaldo Gaya, na Revista Conexões (UNICAMP). Este artigo está disponível nas
leituras complementares do curso.
 Manual de Classificação Funcional da ITTF. A versão mais atualizada (2018) do Manual
de Classificação Funcional da ITTF contém todos os procedimentos necessários à
classificação internacional, critérios e características das classes e tudo que você
precisa saber sobre a classificação funcional no TM. O arquivo está disponível (em
inglês) nas leituras complementares do curso.

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Parte 1 e 2 – Deficiências elegíveis, características, classes e critérios mínimos

O TM é uma das modalidades mais tradicionais do Movimento Paralímpico, muito por


conta do grande número de grupos de deficiências que são elegíveis para a modalidade, que
ao todo são nove: déficit de força muscular; atetose; déficit na amplitude de movimento
passivo; hipertonia; deficiência de membro (ausência, má-formação e amputação); ataxia;
diferença no comprimento de membros inferiores; baixa estatura e deficiência intelectual. Entre
os grandes grupos de deficiências, apenas a deficiência visual não é elegível e não possui
adaptação para a prática do TM.
No entanto, discutimos que os atletas não são separados em classes por grupos de
deficiência, mas sim por funções e limitações similares. Portanto, uma mesma classe acaba
por ter diferentes grupos de deficiência englobados, que, no entanto, terão níveis de limitações
parecidas, ainda que não sejam as mesmas. Exemplo: um atleta pode ter uma deficiência
mínima em um dos membros inferiores (tornozelo rígido, por exemplo) e o outro ter uma
amputação no braço livre abaixo do cotovelo e ambos pertencerem a classe 10; apesar de as
deficiências serem diferentes, com diferentes implicações (o tornozelo rígido mais na
movimentação e a amputação mais no equilíbrio), ambos vão estar em níveis parecidos de
limitações e funções.
Os grupos de deficiências possuem características muito específicas e é essencial que
os Treinadores e Professores conheçam pelo menos de maneira geral as características da
deficiência de seus alunos, para que assim adotem as estratégias mais adequadas para o
ensino e para lidar com questões como a acessibilidade do local e as necessidades fisiológicas
dos atletas (sensibilidade a temperatura dos lesados medulares, por exemplo). Na aula,
tratamos as características e implicações dos principais grupos de deficiência no TM: lesados
medulares, paralisia cerebral, déficit da amplitude de movimento passivo, amputações,
dismelias, baixa estatura, diferença de comprimento de membros inferiores e deficiência
intelectual.

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No TM Paralímpico, os atletas são divididos em 11 classes funcionais, sendo que:

 Classe 1 a 5 – atletas cadeirantes;


 Classe 6 a 10 – atletas andantes;
 Classe 11 – atletas com deficiência intelectual.

Quanto menor o número da classe, menor a função (considerando das classes 1 a 10).
Cada uma das classes possui critérios específicos e perfis de deficiência, funções e limitações
que são enquadram nela, e que podem ser consultados no Manual de Classificação Funcional
da ITTF (já recomendado aqui) e nos slides da aula, que é o próprio manual, mas traduzido
para o português. Os critérios mínimos de elegibilidade do TM Paralímpico, assim como os
critérios para que um atleta que fica em pé possa jogar sentado, também foram discutidos,
explicados e estão disponíveis nos slides da aula.
Além de considerar as características da deficiência do aluno, também devemos considerar
as características de jogo de cada classe, como discutimos na aula. Isso vale, não apenas para
atletas de competição e alto rendimento, mas desde a iniciação, visto que o aluno precisa ser
ensinado dentro das características de jogo que ele pode vir a enfrentar na frente. No TM
Paralímpico, há maior utilização de borrachas dos mais variados tipos (pinos curtos, médios,
longos, anti-spins) algo que também dever ser observado por quem ensina.
As leituras sugeridas para esta parte são:

 Manual de Técnico da ITTF Nível 1. Na parte do Paralímpico, há uma rica


apresentação sobre as características de jogo de cada classe.
 Apostila: Manual de Orientação para Professores de Educação Física – Tênis de
Mesa Paralímpico, de Celso Nakashima e Alice Nakashima. Disponível nas leituras
complementares do curso.
 Manual de Classificação Funcional da ITTF.

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Parte 3 – Iniciação esportiva, adaptações e estratégicas de ensino

Nesta parte do curso, discutimos sobre o conceito de Iniciação Esportiva adotado por nós e
que norteiam as estratégias de ensino: tornar o aluno autônomo para a prática do Tênis de
Mesa após o término da iniciação na modalidade. Isso quer dizer que, as atividades do
professor para uma PCD na Iniciação ao TM Paralímpico deverão tornar o aluno autônomo
para a prática da modalidade; ele não deve ter que ir para segundo estágio (aperfeiçoamento)
para só então conseguir jogar uma partida de TM. Uma iniciação bem feita será aquele que
oferecer ao aluno as habilidades locomotoras, estabilizadoras, manipulativas e combinadas,
além dos conceitos do próprio jogo do TM (ganhar um ponto, pensar na estratégica, ser
competitivo) para que ele possa continuar se especializando nas fases seguintes.
Destacamos alguns pontos que o professor deve prestar atenção antes de elaborar seu
plano de ação: saber em qual fase do desenvolvimento motor o aluno está; entender se ele
precisa de alguma adaptação (auxílio na empunhadura, muleta, prótese...) para a prática;
avaliar suas limitações e funções. Com relação às adaptações, discutimos que elas devem ser
específicas à necessidade do atleta, que inclusive pode necessitar de uma que seja feita
exclusivamente para ele. Demos exemplos de adaptações utilizadas no TM, como: próteses,
órteses, muletas, tênis com salto, faixa ou bandagem, extensor ou aumento do cabo da
raquete, almofadas ou assento mais alto, cadeira de rodas, rodas com raio maior ou menor e
outras muitas possibilidades.
Na sequência, falamos sobre as características do TM, modalidade onde o eixo
norteador de ensino deve ser a habilidade de rebater (habilidade manipulativa), de alta
complexidade estrutural e onde as situações são altamente imprevisíveis. Por conta disso,
capacidades motoras como antecipação, organização temporal, velocidade de reação, precisão
e mudança de direção são extremamente importantes para o TM. O fato do contexto ser
altamente variável (durante um jogo, nunca sabemos como a bola virá) nos revela a
necessidade de que desde o ensino, os atletas sejam estimulados a treinar e aprender neste
ambiente, não deixando que eles fiquem apenas em situações controladas (onde por exemplo,

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só recebam a bola com determinado efeito, em determinado local). Por isso, os jogos (não
apenas os de TM), são extremamente importantes para ensino das habilidades necessárias a
modalidade.
Então, trouxemos duas abordagens principais de ensino: uma baseada nas habilidades
motoras e outra baseada no jogo e centrada no aluno. O ensino baseado nas habilidades
motoras, como uma pirâmide vai construindo a base com todas as habilidades necessárias
para a prática do TM: locomotoras, estabilizadoras, manipulativas e combinadas. Discutimos
exemplos de atividades e as habilidades de cada um desses grupos. Um artigo será
disponibilizado como leitura complementar, e apesar de ser aplicado ao Para-Badminton,
entendemos que a grande maioria das habilidades motoras necessárias para a iniciação em
ambas as modalidades são as mesmas.
 Artigo: O Ensino do Para-Badminton para Crianças com Deficiência Física, dos autores
Aline Strapasson, Maria Alves e Edison Duarte, na revista da Associação Brasileira de
Atividade Motora Adaptada. Disponível nas leituras complementares do curso.

Já o ensino baseado no jogo e centrado no aluno também foi discutido em nosso curso,
enfatizando algo que já falamos há alguns parágrafos: que o ensino da modalidade não pode
acontecer em um contexto muito distante do que é o jogo. Tornar o aluno um agente ativo
neste processo é extremamente importante e fazê-lo pensar sobre suas ações desde o início,
com certeza o tornará um atleta muito mais autônomo e adaptável a mudanças (afinal, este é o
nosso objetivo aqui na Iniciação, não é mesmo?).
A abordagem de ensino-treino do Tênis de Mesa baseada no Jogo e centrada no aluno
apresenta as seguintes características, as quais são pautadas nos princípios pedagógicos do
TGFU:
 Quando dizemos que é baseado no jogo significa que o jogo criado/proposto é
baseado no jogo oficial de Tênis de Mesa, trazendo uma maior ou menor
aproximação e então estamos mencionando o princípio da Representação.
 Podemos usar diversos jogos para trabalharmos aspectos similares, como os jogos

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Contagem Regressiva e Ping-vôlei onde objetivamos desenvolver características
similares, porém apresentadas de formas diferentes, então estamos usando o
princípio do Sampling.
 Centrado no aluno, pois ele é o protagonista da ação, o treinador tem o papel
fundamental de problematizador e norteador, ou seja, não dar respostas, mas de
fazer boas perguntas, questionando a ação do jogador para que ele reflita sobre suas
ações e consiga solucionar problemas seja técnicos ou táticos.
 Os princípios do Exagero e da Complexidade Tática serão apresentados a seguir,
junto com a apresentação de jogos que seguem essa perspectiva de ensino e que
foram apresentados no curso.

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CONTAGEM REGRESSIVA

Objetivos do jogo:

 Estimular autonomia de deslocamento/movimentação.


 Tempo de reação.
 Intenção estratégico/tática.

Descrição e regras do jogo:

 Posicionar dois arcos com distância de 4 metros.


 Colocar 5 bolinhas dentro de cada arco.
 Os jogadores iniciam cada um ao lado de um arco. Ao comando do treinador os
jogadores disputarão quem pega o maior número de bolinhas do oponente no período
de 60 segundos.

Fonte: a autora

Gestão de regras e procedimentos pedagógicos:

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 Acrescentar raquete como implemento, deixando livre a forma como transportar a
bolinha, seja quicando, seja equilibrando.
 Obrigatório transportar a bolinha equilibrando.
 Obrigatório transportar a bolinha quicando.
 Aumentar ou diminuir tempo do jogo ou número de bolas.
 Se a bolinha cair, obrigatoriamente tem de voltar no início.

As gestões de regras acima contemplam o princípio pedagógico da Complexidade Tática,


devido facilitar ou dificultar a manipulação dos implementos, alteração na duração do jogo,
número de bolas, e continuidade da tarefa.

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PING-VÔLEI

Objetivos do jogo:

 Estimular autonomia de deslocamento/movimentação.


 Tempo de reação.
 Estimular audição.
 Intenção estratégico/tática.

Descrição e regras do jogo:

 O jogo ocorre fora da mesa, desenhando uma quadra no chão e dividindo com uma rede
que bloqueie a visão do outro lado.
 É utilizado raquete e bola oficial.
 Jogo 3 contra 3 até 11 pontos, com regras oficiais do tênis de mesa.
 A bola pode dar um quique no chão antes de ser rebatida.
 Pode dar até 3 toques entre os jogadores da equipe para mandar a bola para o lado
oponente.
 Bola fora da quadra é ponto do oponente.

Fonte: a autora

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Gestão de regras e procedimentos pedagógicos:

 A bola tem que ser rebatida direto, não podendo quicar no chão.
 Obrigatório rebater a bola entre os três jogadores para rebater a bola para o lado
oponente.
 Ambas gestões de regras acima partem do princípio da Complexidade Tática pois
estamos manipulando os níveis de dificuldade e regras do jogo.
 Obrigatório rebater alternadamente de forehand e backhand.

A obrigatoriedade em rebater com golpes específicos vem do princípio do Exagero por


enfatizar (exagerar) uma habilidade técnica.

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HÓQUEI NA MESA
Jogo adaptado de Strapasson, 2005 [In: STRAPASSON, A. M. Proposta de ensino de
polybat para pessoas com paralisia cerebral. 2005. 85 f. Dissertação (Mestrado em Educação
Física). Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2005]

Objetivos do jogo:

 Noções de efeito por meio de jogo.


 Coordenação óculo-manual.

Descrição e regras do jogo:

 É utilizado raquete e bola oficial, e cabos de vassoura nas laterais da mesa.


 Jogo 1 contra 1 até 11 pontos.
 Erguer a rede para que a bola passe rolando pela mesa, apenas o saque é realizado por
cima da mesa.
 Usar a raquete para raspar a bola.
 Bola fora da mesa é ponto do oponente.

Fonte: a autora

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Gestão de regras e procedimentos pedagógicos:

 Só é marcado gol se a bola tocar nas laterais.


 A bola tocando nas laterais muda de direção, muda o giro, e com isso estamos
usando o princípio do Exagero pois estamos dando ênfase para tática de jogo.
 Marcar uma área de gol, podendo aumentar ou diminuir a área a ser acertada com a
bola para fazer o ponto.
 Tirar os cabos de vassoura das laterais, para que o jogador treine movimentação,
controle de tronco e força de abdômen.

Marcando uma área específica para fazer ponto, parte do princípio da complexidade
tática pois estamos dificultando o jogo, bem como tirar os cabos de vassoura das laterais,
também estamos dificultado o grau de dificuldade do jogo.

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TROCA DE EXPERIÊNCIA

Objetivos do jogo:

 Autonomia.
 Desenvolvimento cognitivo e social.
 Liderança.

Descrição e regras do jogo:

 Jogo 1 contra 1, até 11 pontos com regras oficiais do tênis de mesa.


 Quem dá as dicas de empunhadura e ensino das regras são os alunos.
 Os jogadores disputam uma partida contra seus familiares, onde os familiares vivenciam
situações.
 Exemplos: sentado na cadeira, mão para trás, flexão plantar em um dos pés.

Fonte: Associação Desportiva para Deficientes

Gestão de regras e procedimentos pedagógicos:

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 Quando sentados na cadeira os pais tem de tirar os pés do chão, para tirar um
pouco a estabilidade e equilíbrio.
 Colocar os pais para jogar entre si, e os alunos ficam de árbitros – observando o
saque, atenção em 2 saques cada, e contando os pontos.

As gestões de regras acrescentadas nesse jogo contemplam os princípios da


Complexidade Tática, pois estamos dificultando o jogo, e princípio do Exagero por colocar
adaptações que contemplam características mais específicas seja na cadeira de rodas, seja
em pé, exigindo que o jogador busque por adaptações técnicas e táticas.

Foi um prazer estar com você nesta jornada! Se precisarem tirar alguma dúvida, nossos
contatos são: raphael@cbtm.org.br e kellysoati@gmail.com. Será um prazer respondê-
los.
Raphael Moreira
Kelly Calheirana Soati

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