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Ditadura Militar e Guerra Fria
Ditadura Militar e Guerra Fria
A Ditadura tem seu início com a renúncia/ deposição de João Goulart em 31 de Março
de 1964;
É importante citar que ocorreram represálias contra Jango por parte das elites e da
Igreja, bem como a organização da “Marcha da Família com Deus pela Liberdade” que
consistia no repúdio popular ao processo de reformas de base propostas pelo Jango;
Junção do Exército da Marinha e Aeronáutica, criando o Comando Supremo da
Revolução, que elegeu, indiretamente, Castelo Branco para presidente;
Os militares eram divididos em dois grupos: “linha branda” (sorbonne) com adoção de
medidas menos autoritárias e um governo transitório, em síntese consistiam em
militares formados pela Escola Superior de Guerra; “linha dura” que tinham
inspirações fascistas e duradouro.
Como início da manutenção do poder Executivo, o militares deram início ao
desenvolvimento dos “Atos Institucionais”. O AI-1 já tinha por finalidade a caça aos
opositores e a cassaç1ão de mandatos, enfraquecendo o Legislativo, e elegendo
Castelo Branco como o primeiro presidente militar pós Revolução;
Serviço Nacional de Informações (SNI), criado para reprimir qualquer possível ameaça
comunista no país.
AI-2: de 1965, estabeleceu eleições indiretas para a presidência, e extinguiu o
pluripartidarismo, estabelecendo o MDB e Arena como dois únicos partidos,
dominados, é claro, pelas intervenções militares no cerne de cada um deles.
AI-3: de 1966 que estabelecia eleição indireta também para governadores e prefeitos.
o ECONOMIA
Altos investimentos públicos na economia, que passava por uma forte crise pós
governos populistas;
Vinda de multinacionais estadunidenses, como Ford e General Motors;
Como consequência teve-se a redução da inflação e ampliação da industrialização e
consumo;
o ANOS DE CHUMBO
Artur Costa e Silva (1967-1969);
Causou reviravoltas na antiga UDN (União Democrática Nacional), bem como reforçou
a presença de opositores, como Carlos Lacerda, na criação da Frente Ampla, que
buscou promover a abertura política no país;
Surgimento de fortes manifestações contra o governo de Costa e Silva;
Morte do estudante Edson luís, foi estopim para o início de manifestações como
‘Passeata dos Cem Mil”, contra as medidas autoritárias;
Revolta dos metalúrgicos em MG e SP;
Consequentemente, foi endurecido a noção de repressão a tais manifestos, bem como
com a prisão e cassação de estudantes responsáveis por tais atos;
AI-5: resultado de represálias políticas contra o Governo, o quinto Ato é dado pelo
fechamento do Congresso, e suspensão do legislativo, suspensão do habeas corpus,
cassações e censura deliberadas.
Com a morte de Costa e Silva, o processo de censura e caça ficou ainda mais intenso
com Médici, que afastou organizações de cunho social e trabalhista, e propôs a
ilegalidade de grupos estudantis, resultando no processo de guerrilhas, como a do
Araguaia e a Urbana;
Investimento na propaganda de valorização da pátria, bem como com a Copa de 70;
o ECONOMIA
Com os Anos de Chumbo, foram adotadas medidas para conter a inflação, que
resultou no período de “Milagre Econômico”.
Milagre Econômico: intenso crescimento da economia brasileira, entrada de capital
estrangeiro por meio de acordos com o FMI, que frutificaria na dívida externa;
Investimentos na siderurgia, transporte, mineração e energia. Tranzamazônica e Rio-
Niterói;
Diminuição salarial e do poder de compra;
o GUERRILHAS RURAL E URBANA
Setores que buscaram lutar contra o regime internamente;
Final da década de 60 e inspirações das revoltas cubanas e chinesas, em que o povo
afirmou suas vontades contra o autoritarismo americano;
Principais: ANL e Colina;
Grande nomes como Marighella, líder da Aliança Nacional Libertadora;
Eles propunham diversas ações imorais, bem como o assalto a bancos, sequestro e
assassinato;
Guerrilha do Araguaia: instalado entre Tocantins, Pará e Maranhão, veio com a
instalação de um grupo de guerrilheiros que buscou o apoio da população local, durou
cerca de 8 anos, e contou com a formação de uma região autosuficiente e focada no
treinamento para uma luta armada. Foi diretamente repreendida e muitos de seus
integrantes mortos ou desaparecidos;
AI-13: pena de exílio contra os subversivos presos. Gerando o exílio de diversos
cantores com Gil e Caetano;
DOPS: principal órgão de repressão, que cuidava dos registros civis e da entrada e
saída de materiais explosivos.
o PERÍODO FINAL
Após a década de 70, a tensão entre oposição e militares diminuiu;
Após a Crise do Petróleo, a economia brasileira estava esgotada, o que fez com que os
militares buscassem escolher um representante com maiores intenções de abertura
política, de forma a restaurar a ordem econômica e das forças armadas;
Escolheram Geisel, que seguia a mesma linha branda de Castelo Branco;
o GOVERNO GEISEL
Buscou reformas políticas internas e externas para iniciar o processo de
redemocratização do país.
Geisel buscou abrir lentamente e gradualmente, começando pelo fim da censura para
com os jornais Estado de SP e Jornal da Tarde;
Promovendo o avanço do MDB no Congresso;
Pacote de Abril: iniciado em 77 para fortalecer o Governo, sua principal atitude foi
estabelecer os ‘senadores biônicos’, escolhidos pelo Executivo a ocupar um terço no
Senado. O Pacote foi visto como um endurecimento das linhas de abertura do país.
Morte de Vladimir Herzog;
Foi capaz de enfraquecer a linha conservadora;
Aboliu o AI-5 e acabou com as censuras na rádio;
Surgimento do Lula pelo novo sindicalismo, que rompia com o dirigente sindical
indicado pelos militares, o que sucedeu na criação de greves trabalhistas;
o DIRETAS JÁ E FIGUEIREDO
Assinou a “Lei de Anistia”, ou seja, perdão aqueles que foram exilados;
Abriu para o pluripartidarismo;
Estabeleceu voto direto para Governadores e Prefeitos;
Deu forças ao movimento “Diretas Já”;
Emenda Dante de Oliveira fracassou, ou seja, as próximas eleições para presidente
seriam indiretas;
Tancredo Neves se lançou na candidatura com Sarney seu vice. O Colégio Eleitoral
elegeu Tancredo, civil, para o cargo da presidência.
GUERRA FRIA
A Guerra do Vietnã foi um conflito armado que começou no ano de 1959 e terminou em
1975. As batalhas ocorreram nos territórios do Vietnã do Norte, Vietnã do Sul, Laos e
Camboja. Esta guerra pode ser enquadrada no contexto histórico da Guerra Fria.
O Vietnã havia sido colônia francesa e no final da Guerra da Indochina (1946-1954) foi
dividido em dois países. O Vietnã do Norte era comandado por Ho Chi Minh, possuindo
orientação comunista pró União Soviética. O Vietnã do Sul, uma ditadura militar, passou
a ser aliado dos Estados Unidos e, portanto, com um sistema capitalista.
A relação entre os dois Vietnãs, em função das divergências políticas e ideológicas, era
tensa no final da década de 1950. Em 1959, vietcongues (guerrilheiros comunistas), com
apoio de Ho Chi Minh e dos soviéticos, atacaram uma base norte-americana no Vietnã
do Sul. Este fato deu início a guerra.
Entre 1959 e 1964, o conflito restringiu-se apenas ao Vietnã do Norte e do Sul, embora
Estados Unidos e União Soviética também prestassem apoio indireto.
Em 1964, os Estados Unidos resolveram entrar diretamente no conflito, enviando
soldados e armamentos de guerra. Os soldados norte-americanos sofreram num
território marcado por florestas tropicais fechadas e grande quantidade de chuvas. Os
vietcongues utilizaram táticas de guerrilha, enquanto os norte-americanos
empenharam-se no uso de armamentos modernos, helicópteros e outros recursos.
No final da década de 1960, era claro o fracasso da intervenção norte-americana.
Mesmo com tecnologia avançada, não conseguiam vencer a experiência dos
vietcongues.
Para piorar a situação dos Estados Unidos, em 1968, o exército norte-vietnamita invadiu
o Vietnã do Sul, tomando a embaixada dos Estados Unidos em Saigon. O Vietnã do Sul e
os Estados Unidos responderam com toda força. É o momento mais sangrento da
guerra.
No começo da década de 1970, os protestos contra a guerra aconteciam em grande
quantidade nos Estados Unidos. Jovens, grupos pacifistas e a população em geral iam
para as ruas pedir a saída dos Estados Unidos do conflito e o retorno imediato das
tropas.
Neste momento, já eram milhares os soldados norte-americanos mortos no conflito. A
televisão mostrava as cenas violentas e cruéis da guerra.
Sem apoio popular e com derrotas seguidas, o governo norte-americano aceita o Acordo
de Paris, que previa o cessar-fogo, em 1973. Em 1975, ocorre a retirada total das tropas
norte-americanas. É a vitória do Vietnã do Norte.
o Resistência à Guerra Fria: o movimento negro nos Estados Unidos
Os anos dourados foram marcados por intenso crescimento econômico dos EUA, mas
esse processo teve impactos sociais significativos e contribuiu para a redução da
desigualdade social.
O desenvolvimento não atingiu igualmente toda a população, beneficiando, em sua
maioria, a população branca do país.
O desenvolvimento econômico e o crescimento das cidades contribuíram para o
surgimento de subúrbios e para uma maior desigualdade social.
Os soviéticos utilizavam disso para rebater toda a prosperidade do capitalismo que era
pregada.
Isso deu origem a muitos grupos afrodescendentes que lutavam contra a segregação
racial, buscando combater o racismo. Mas esses movimentos foram fortemente
reprimidos.
o Do outro lado da Cortina
Início da Guerra Fria – auge do regime stalinista na URSS.
A URSS foi marcada pela criação de um regime que oprimia as liberdades individuais e
perseguia seus opositores. Stálin perseguiu e matou todos os que eram acusados de
conspirar contra o regime.
A crescente rivalidade com os EUA no pós-guerra fez com a desconfiança fosse
reforçada e aumentasse o controle e a perseguição sobre a população.
Tudo era reprimido pelo governo que temia uma invasão estadunidense, até mesmo
culturalmente, toda arte que fosse considerada ocidental e burguesa era negada.
A Segunda Guerra Mundial devastou a economia soviética e, a fim de superar isso, a
URSS deu continuidade ao modelo de economia planificada e criou o IV Plano
Quinquenal.
IV Plano Quinquenal: priorizava os investimentos nas indústrias de base e deixava em
segundo plano a produção de bens de consumo.
A produção agrícola reduziu e houve um crescimento industrial acelerado.
o A construção da zona de influência soviética
A URSS ocupou diversos países durante a Guerra Fria e através das conferências, ela
conseguiu o reconhecimento dessa região como sua zona de influência e, assim, o
regime stalinista intensificou a intervenção soviética na organização política desses
países.
Foi criado o Conselho para Assistência Econômica Mútua (Comecon) com objetivos
similares aos do Plano Marshall, impondo o regime socialista.
Em resposta à criação da Otan, foi criado um acordo de cooperação militar denominado
Pacto de Varsóvia, sendo mais utilizada internamente para conter a oposição.
o Coexistência pacífica – abrandamento da postura agressiva
Com a morte de Stálin, seu sucessor Nikita Khrushchov, modificou a política soviética,
desarticulando o sistema repressivo criado pelo regime de Stálin.
Houve uma tímida abertura política. Foi o apogeu do regime, a economia estava
recuperada e a URSS estava conseguindo se igualar aos EUA.
Houve um período de apaziguamento nos conflitos entre URSS e EUA, por temerem uma
guerra.
O apaziguamento das tensões chamado de distensão foi um processo propiciado por
diversos fatores, como desenvolvimento de mísseis e o fortalecimento de novos atores
internacionais que não queriam se alinhar a nenhum dos 2 lados.
No início da década de 1970, os países capitalistas foram marcados por uma crise pois
chegou ao fim o período de expansão da economia, chamada de crise do petróleo.
A falta de uma economia de mercado baseada no crescimento da produção de bens de
consumo ocasionou uma grave crise na economia soviética.
No início da década de 1980, a indústria soviética foi ultrapassada em diversos ramos
pela indústria estadunidense e o sistema socialista começou a apresentar os primeiros
sinais de esgotamento.
o Revolução Chinesa
Revolução Chinesa de 1911
O Império Qing foi marcado por uma série de invasões estrangeiras no século XIX.
Quatro grandes batalhas resultaram na entrega de territórios e concessões aos
estrangeiros.
Foram as duas Guerras do Ópio (entre 1839 e 1860), a Guerra Sino-Japonesa (1894-
1895) e a Guerra Russo-Japonesa (1904-1905).
Nas Guerras do Ópio, a China perdeu parte de Hong Kong e foi obrigada a abrir os
portos para o comércio internacional. Os ingleses também exigiram livre circulação no
território chinês.
Para os japoneses, a China perdeu a Manchúria e a Ilha Formosa (Taiwan). A falta
desses territórios foi decisiva para a perda da soberania sobre a Coreia.
Mais um golpe foi a guerra Russo-Japonesa, porque os japoneses exigiam os territórios
do Nordeste chinês. Outro evento importante foi a Guerra dos Boxers (1899 e 1900),
que tinha como objetivo combater a invasão estrangeira no país.
Todos esses eventos alimentaram correntes nacionalistas e estimularam ideias
revolucionárias. O imperador Qing ainda tentou em 1906 uma reforma constitucional
para manter o controle sobre o povo. Também atuou na modernização das forças
armadas e mesmo na descentralização do poder.
Em 1905, o líder Sun Yat-sen fundou o Partido Nacionalista chamado de “Kuomintang”.
O partido se opunha à monarquia e sobretudo à dominação europeia no país.
O declínio foi inevitável e a aliança revolucionária substituiu o Império. A revolta
nacionalista, com fortes tendências socialistas, só teve êxito em 1911.
No entanto, vale lembrar que houve resistência por parte dos proprietários rurais e os
comunistas. Por esse motivo, durante anos o país esteve mergulhado numa guerra
civil. Esse cenário ficou cada vez pior, principalmente com a morte do líder Sun Yat-
sen, em 1925.
Em 1927, o general Chiang Kai-shek ficou encarregado de liderar o partido nacionalista
criado por Sun Yat-sen. Com isso, a perseguição aos comunistas e proprietários que se
opunham ao sistema, ficou cada vez maior.
Foram anos de conflitos até que os comunistas, liderados por Mao Tsé-tung, tomam o
poder em 1949.
Revolução Chinesa de 1949
A Revolução Comunista de 1949 tem início com a tomada do poder por parte dos
comunistas. O Partido Comunista Chinês (PCC) foi oficializado com Mao Tsé-tung eleito
chefe do país, que governou até sua morte.
Esse período ficou conhecido como a "Era do Mao Tsé-tung" que ocorreu dentre os
anos de 1949 até 1976. A partir desse momento, diversas reformas foram sendo
estabelecidas para que a China se tornasse um país comunista.
Dentre as reformas mais importantes estão: o controle estatal da economia e a
coletivização das terras através da reforma agrária.
A situação do país era precária. Depois de anos de Guerra Civil, as pessoas estavam
insatisfeitas e a fome e o desemprego eram recorrentes.
Em 1950 houve a tomada do Tibete, que foi anexado à China. A China comunista teve
papel preponderante na Guerra da Coreia (1950-1953), sendo aliada da Coreia do
Norte, também comunista.
Apoiada pela União Soviética, a China passou por diversas mudanças sociais como a
emancipação da mulher e a igualdade entre os sexos.
O projeto denominado "O Grande Salto para Frente" foi proposto em 1958, anos após
a morte do revolucionário comunista Stálin, em 1953. O plano tinha como objetivo
principal modernizar o país, e consequentemente, sua economia.
Entretanto, o projeto foi considerado um fracasso, o que acarretou revoltas e a morte
de muitos camponeses que morreram de fome. Além disso, a economia ficou cada vez
mais enfraquecida e desorganizada.
Em 1966, a "Revolução Cultural Chinesa" pretendeu recuperar a ideologia do país
depois do projeto fracassado e a morte de milhares de pessoas.
Encabeçado por Mao Tsé-tung, o movimento durou uma década. Terminou com sua
morte, em 1976. Após esse evento, a China propõe a abertura econômica com outros
países do mundo.
o A América Latina durante a Guerra Fria
Na América Latina, os EUA já haviam assumido uma postura interventora desde o fim do
século XIX, intensificando-se no pós-guerra, pois temiam um avanço comunista.
Para manter os países na zona de influência capitalista foram assinados tratados, entre
eles, o Tratado Interamericano de Auxílio Recíproco (Tiar), criando um aliança militar de
defesa mútua com a finalidade de proteger os países americanos de ameaças externas.
Também foi criada a Organização dos Estados Americanos (OEA) com a missão de
aproximar a política latino-americana dos interesses estadunidenses e auxiliar na criação
de políticas que propiciassem o desenvolvimento regional dos países da América.
Muitos países se aliaram aos Estados Unidos e tornaram partidos comunistas ilegais. No
Brasil, o presidente Eurico Gaspar Dutra, se alinhou aos EUA e tornou o partido
comunista brasileiro é ilegal.
As tensões se agravaram ainda mais após a Revolução Cubana que derrubou um
governo pró-estadunidense. Assim, os Estados Unidos passaram a intensificar ainda mais
as suas ações para coibir forças revolucionárias e partidos de esquerda que agiram na
América Latina, fortalecendo a propaganda ideológica anticomunista, tratando o
comunismo como uma ameaça aos países ocidentais.
Os EUA apoiaram diversas ditaduras civil-militares dentro da América Latina e essa
aproximação desses países com os Estados Unidos atrapalhou o desenvolvimento da
região.
o A África durante a Guerra Fria
O fim da Segunda Guerra Mundial deu início à muitos processos de independência nos
territórios africanos, que também foram afetados pelas tensões capitalistas e socialistas.
Tanto os Estados Unidos quanto a União Soviética apoiaram determinados grupos
dentro do território africano, o que acirrou os conflitos e guerras civis entre diversos
setores dos estados nacionais.
Aconteceu a Conferência de Bandung, na Indonésia, que reuniu países da África e da
Ásia que defendiam a política de não alinhamento a nenhum dos dois lados criando a
expressão que “Terceiro Mundo”.
Ainda assim, continuou tendo influência das duas grandes potências na África por conta
da exploração de recursos. Isso foi um importante fator para o agravamento das tensões
e das desigualdades sociais na África.