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CENTRO UNIVERSITÁRIO CURITIBA – UNICURITIBA

MARILIA CRISTINA GADOTTI GOUVEIA

A IMPORTÂNCIA DO ABRIGO PARA ADOÇÃO RESPONSÁVEL DE ANIMAIS


DOMÉSTICOS ABANDONADOS

CURITIBA
2022
MARILIA CRISTINA GADOTTI GOUVEIA

A IMPORTÂNCIA DO ABRIGO PARA ADOÇÃO RESPONSÁVEL DE ANIMAIS


DOMÉSTICOS ABANDONADOS

Monografia apresentada ao curso de Arquitetura e


Urbanismo do Centro Universitário Curitiba –
UNICURITIBA, como requisito parcial à obtenção
do grau de Bacharel.

Orientadora: Prof. Caroline Ganzert Afonso.

CURITIBA
2022
i

DEDICATÓRIA

A todos os animais que encontram-se em


situação de rua, e a minha mãe Cristina
Gadotti, que me ensinou a amar desde cedo
esses seres tão puros e cheios de luz!
ii

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por estar


sempre comigo, me dando forças para
continuar e me impedindo de desistir perante
as dificuldades enfrentadas ao longo dessa
jornada.
Ao meu esposo e melhor amigo Giovan, por
todo apoio, paciência, companheirismo e
dedicação, e por sempre me fazer acreditar
que sou capaz.
A toda minha família e amigos pelo
incentivo.
A minha orientadora Caroline e aos meu
colegas de classe, em especial à Luana, que
sempre esteve ao meu lado!
iii

“A compaixão pelos animais está


intimamente ligada a bondade de caráter, e
quem é cruel com os animais não pode ser
um bom homem.”

SCHOPENHAUER, Arthur
iv

RESUMO

O presente trabalho mostra quão longa e antiga é a relação entre o homem e os


animais, até chegar no período atual, onde os pets são considerados integrantes da
família. A vista disso, são apresentados os benefícios de se ter um animal por perto,
e como eles passaram a se tornar dependentes do homem, a ponto de sofrerem por
isso, muitas vezes acarretando em maus tratos. Essa pesquisa, visa buscar
conhecimento acerca dos abrigos de animais, bem como clínicas e hospitais
veterinários, com o intuito de desenvolver uma estrutura que atenda animais
resgatados da rua, realizando os devidos tratamentos para posteriormente estarem
aptos para adoção. Por meio de uma arquitetura que entenda e respeite as
necessidades animal, que o integre com a natureza, proporcionando um abrigo
seguro e confortável, promovendo seu bem-estar. Assim como, servir de incentivo
para uma adoção responsável, conferindo oportunidade de serem introduzidos
dentro de um novo lar, e viver com dignidade e qualidade de vida.

Palavras-chave: Bem-estar Animal; Centro de Acolhimento de Animais; Maus


Tratos; Abandono; Arquitetura Animal.
v

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Arte rupestre……………………………..……………………………………….. 5


Figura 2: Sarcófago do gato do príncipe Tutmés do Egito……………………………… 6
Figura 3: Carrocinha de cães……………………………..……………………………… 10
Figura 4: Canil individual………………………………………………………………….. 17
Figura 5: Gatil coletivo…………………………………………………………………….. 18
Figura 6: Dimensionamento corredor…………………………………………………….20
Figura 7: Dimensionamento de rampa…………………………………………………...20
Figura 8: Dimensionamento de rampas ………………………………………………...21
Figura 9: Dimensionamento de corrimão ……………………………………………….22
Figura 10: Dimensionamento de portas ………………………………………………...22
Figura 11: Dimensionamento sanitário acessível………..……………………………...23
Figura 12: Dimensionamento lavatório ……………..……………………………………23
Figura 13: Princípios bioclimáticos …………………..…………………………………...25
Figura 14: Vedação por blocos ……………………….…………………………………..27
Figura 15: Fachada principal do abrigo …………….……………………………………29
Figura 16: Canis ………………………………………..…………………………………..30
Figura 17: Entradas principais ……………………….…………………………………...31
Figura 18: Setorização………………………………..……………………………………32
Figura 19: Fachada posterior……………………………..……………………………….33
Figura 20: Jardim interno …………………………….……………………………………33
Figura 21: Corredor de acesso ……………………..…………………………………….34
Figura 22: Brise de madeira ………………………..……………………………………..34
Figura 23: Acessos da clínica …………………….………………………………………34
Figura 24: Fachada SPAC ………………………..………………………………………36
Figura 25: Canis da SPAC ………………………..……………………………………….36
Figura 26: Canis da SPAC ………………………..……………………………………….36
Figura 27: Canis da SPAC …………………………..…………………………………….36
Figura 28: Localização do terreno……..………………………...………………………. 39
Figura 29: Zoneamento.………………..…………………………………………………. 40
Figura 30: Condicionantes local.………………..…………………………..…………….41
Figura 31: Potencialidades.………………..…………………………..……… ………….42
Figura 32: Organograma/Fluxograma.………………..………………………………….46
vi

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Dimensionamento de rampas……………………………………………. 21


Quadro 2: Comparativo entre os estudos de caso………………………………….38
Quadro 3: Análise avaliativa dos estudos de caso…….……………………………38
Quadro 4: Programa de necessidades………………….………………….…….…. 45
vii

LISTA DE SIGLAS

A.C. ANTES DE CRISTO


ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS
AVMA AMERICAN VETERINARY MEDICAL ASSOCIATION
BR BRASIL
CBN CENTRAL BRASILEIRA DE NOTÍCIAS
CCZ CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES
CMPDU CONSELHO MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E
DESENVOLVIMENTO URBANO
COMAC COMISSÃO DE ANIMAIS DE COMPANHIA
KG QUILOGRAMA
LEED LEADERSHIP IN ENERGY AND ENVIRONMENTAL DESIGN
NBR NORMA BRASILEIRA
OAB ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL
OMS ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE
ONG ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL
PR PARANÁ
RPC REDE PARANAENSE DE TELECOMUNICAÇÃO
SPAC SOCIEDADE PROTETORA DOS ANIMAIS DE CURITIBA
TC II TRABALHO DE CURSO II
USA UNITED STATES OF AMERICA
viii

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS.……………………………………………………………………….. v
LISTA DE QUADROS……………………………………………………………………… vi
LISTA DE SIGLAS………………………………………………………………………… vii
1. INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………….1
2. RELAÇÃO HOMEM X ANIMAL ………………………………………………………...4
2.1 DOMESTICAÇÃO DE CÃES E GATOS ………………………………………………4
2.2 ABANDONO E MAUS TRATOS ……………………………………………………….7
2.3 BEM-ESTAR E SAÚDE ANIMAL …………………………………………………….10
2.3.1 PROTEÇÃO LEGAL AOS ANIMAIS ………………………………………………12
3. NORMATIVAS E DIMENSIONAMENTO PARA ABRIGOS DE ANIMAIS …….….14
3.1 CONFORTO AMBIENTAL EM ALOJAMENTOS PARA CÃES E GATOS ……….14
3.1.1 TEMPERATURA …………………………………………………………………….14
3.1.2 VENTILAÇÃO ………………………………………………………………………..15
3.1.3 ILUMINAÇÃO ………………………………………………………………………...15
3.1.4 RUÍDOS……………………………………………………………………………….15
3.2 DIRETRIZES PARA O ABRIGO ANIMAL …………………………………………...16
3.3 NBR 9050 - ACESSIBILIDADE A EDIFICAÇÕES, MOBILIÁRIO, ESPAÇOS E
EQUIPAMENTOS URBANOS …………………………………………………………….19
4. REFERENCIAL CONSTRUTIVO……………………………………………………...24
4.1 ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA …………………………………………………….24
4.2 SISTEMA CONSTRUTIVO ……………………………………………………………26
4.2.1 VANTAGENS E DESVANTAGENS………………………………………………...27
5. ESTUDO DE CASO……………………………………………………………………..29
5.1 PALM SPRINGS ANIMAL CARE FACILITY ………………………………………...29
5.2 CLÍNICA VETERINÁRIA SENTIDOS ………………………………………………..33
5.3 SOCIEDADE PROTETORA DOS ANIMAIS DE CURITIBA ………………………35
5.4 ANÁLISE COMPARATIVA DOS ESTUDOS DE CASO ……………………………37
6. DIRETRIZES PROJETUAIS …………………………………………………………...39
6.1 ANÁLISE DO TERRENO ……………………………………………………………..39
6.1.1 ZONEAMENTO E USO DOS SOLOS……………………………………………..40
6.1.2 CONDICIONANTES LOCAL………………………………………………………..41
6.1.3 POTENCIALIDADES ………………………………………………………………..42
6.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES ………………………………………………….43
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ……………………………………………………………47
REFERÊNCIAS …………………………………………………………………………… 48
1

1. INTRODUÇÃO

A relação do homem com os animais tem sua origem desde o início da


história, mais especificamente no período paleolítico, onde era possível observar os
desenhos realizados no interior das cavernas, que simbolizavam caça e caçador
(MORAIS, 2018, p.18). Devido a essa convivência, surgiram alguns benefícios que
os animais passaram a proporcionar, desde a proteção de propriedades e
indivíduos, auxiliavam na caça, até mesmo na escolta de pessoas com deficiências
físicas. A partir de então, os animais de espécie canina foram selecionados e
conforme interesse e necessidades humanas, introduzidos dentro da sociedade. Os
gatos, com o passar dos tempos também ganharam seu espaço dentro do
ambiente doméstico, no qual era visto como uma ótima companhia, pois
demonstravam lealdade e independência, além de possuir práticas de auto higiene
(REICHMANN, 2000, p.1).
No cenário atual, o convívio de animais domésticos com os seres humanos
vem crescendo cada vez mais, visto que em muitas casas esses animais são
considerados parte da família. Apesar dessa relação afetiva, por outro lado, o
abandono pode acabar acontecendo dentro das próprias casas, na qual seus
tutores passam a maior parte do tempo fora, seja por motivos de trabalho ou por
outras razões, e por vezes acabam esquecendo de alimentar, brincar, dar carinho, e
dedicar aos demais cuidados necessários que os animais demandam.
Morais (2018, p.13) destaca que, dificuldades financeiras, procriação
descontrolada, mudanças no comportamento e outras causas, acarretam
abandono, deixando os animais em situação de rua.
Como aponta a Organização Mundial da Saúde - OMS o número de animais
abandonados é preocupante, apenas no Brasil existem mais de 30 milhões, sendo
em torno de 10 milhões de gatos e aproximadamente 20 milhões de cães (JUS
BRASIL, 2013, s.p).
De acordo com LIMA (2015, p.19) os animais abandonados estão suscetíveis
a fome, sede, atropelamento, maus tratos, traumas, doenças, entre outras diversas
sujeições. Além destes riscos, os animais em situação de rua tendem a procriar de
forma incontrolável, que gera o aumento de sua população (GIOVANELLI,
2016,s.p), e facilita o alastramento de doenças, tais como a sarna, raiva, zoonose,
leptospirose e outros (AZEVEDO, 2020, p.12).
2

Com base nesse contexto, chegou -se ao seguinte questionamento: como a


construção do abrigo pode influenciar no resgate dos animais abandonados, e
ainda atrair a visitação do público visando a conscientização da adoção, a fim de
reinseri-lo no convívio social, proporcionando maior qualidade de vida?
O objetivo do presente trabalho, é ressaltar a importância da conscientização
contra os maus tratos e abandono de animais, especialmente cães e gatos.
Juntamente com os serviços de resgate, realocando-os para o abrigo, a fim de
proporcionar melhores condições de vida, tornando-os aptos para uma adoção
responsável.
Para atender ao objetivo geral, foram estruturados os seguintes objetivos
específicos:
● Desenvolver pesquisa sobre a relação homem x animal assim como seu
bem-estar, a fim de criar diretrizes para o projeto;
● Pesquisar legislações e normas empregadas à arquitetura animal, que
serão utilizadas no projeto;
● Analisar a estrutura de um ambiente de abrigo e tratamento para animais
abandonados, com espaço para recreação, visando a visitação do público
e incentivando a adoção;
● Analisar estudos de caso, para que possam auxiliar no desenvolvimento
dos programas de necessidades;
● Elaborar diretrizes projetuais que auxiliem no desenvolvimento do TC ll.

Com base nos princípios básicos de Gil (2002), a metodologia de pesquisa


definida para o desenvolvimento do presente trabalho, foi para a revisão
bibliográfica, tendo como ponto principal livros e artigos científicos. Para Gil (2002, p.
45) esse tipo de pesquisa possibilita ao autor uma facilidade acerca das informações
a serem obtidas, visto que, muitos assuntos seriam dificilmente encontrados, caso
não estivessem documentados. Serão realizadas análises sobre estudos de caso,
em nível local, regional e internacional, com intuito de explorar e compreender as
diversas necessidades que o projeto de um abrigo animal demanda.
Esta monografia foi organizada por meio de divisões de capítulos, que
discorrem acerca do tema proposto. O capítulo 2, contextualiza um breve histórico
sobre a domesticação de cães e gatos, retrata a situação de muitos animais que
3

sofrem com maus tratos e vivem em situação de rua, além de ressaltar a importância
da proteção e zelo para com eles, por meio de conscientização e legislações. O
capítulo 3 discorrerá sobre dimensionamento para alojamentos de animais, assim
como as questões relacionadas ao conforto térmico e acústico. Este capítulo
também irá ressaltar normativas que auxiliem no desenvolvimento do abrigo de
animais, a fim de garantir acessibilidade para todas as pessoas. No capítulo 4, fica
estabelecido a tipologia de construção que será empregada na edificação, bem
como, estratégias para se beneficiar de recursos naturais, visando proporcionar
conforto ambiental, e ainda uma arquitetura mais sustentável. O capítulo 5 trará
como base de estudo, análises de referências projetuais de nível internacional,
nacional e regional, que auxiliarão na elaboração do projeto. No capítulo 6, serão
apresentados as diretrizes projetuais, no qual abrange uma análise sobre o terreno
escolhido, compreendendo seu zoneamento e uso de solo, condicionantes local e
potencialidades, do mesmo modo que apresentará o programa de necessidades e
organograma, com o objetivo de auxiliar o desenvolvimento da próxima etapa, que
será realizada no TC II. Por fim, o último capítulo abordará as considerações finais,
concluídas a partir do estudo desta monografia, finalizando então, o trabalho de
curso 1.
4

2. RELAÇÃO HOMEM X ANIMAL

O relacionamento dos homens com animais é muito antigo, estima-se que a


convivência entre ambos exista há mais de 10 mil anos. Houve períodos em que os
animais serviam como prestadores de serviços, porém com o decorrer do tempo,
perderam tais incumbências e devido ao aumento da afetividade com humanos
passaram a servir como companhia (REICHMANN, 2000, p. 1). Para Machado
(THOMAS, 2001 appud MACHADO, 2016), “um animal é considerado de estimação
quando vive dentro ou junto às residências, recebe nome individualizado e não será
utilizado como alimento”. De acordo com a revista Pet Center (2020), no Brasil
muitos lares possuem animais de estimação, supõe-se que em aproximadamente
53% das residências há a presença de cães e gatos. Diante deste cenário, a
COMAC (Comissão de Animais de Companhia) divulgou uma pesquisa, que indica
um crescimento exponencial na população pet até o ano de 2030.

A pesquisa Radar Pet 2020 feita para a Comissão de Animais de


Companhia (Comac), do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para
Saúde Animal (Sindan), revelou que o Brasil deve chegar a 101 milhões de
pets em 2030 – isso representa 26% de aumento em relação à 2019
(REVISTA RADAR PET, 2020, s. p.).

2.1 DOMESTICAÇÃO DE CÃES E GATOS

Desde o período paleolítico1 nos primórdios da história, o homem se relaciona


com os animais. A princípio, essa conexão consistia restritamente entre caça e
caçador, como era possível identificar nas paredes rochosas das cavernas, os
desenhos rupestres2 que caracterizavam a caça, figura 1 (WALDEMAN, 2013 appud
MORAIS, 2018, p. 18).

[...] o registro histórico mais antigo até hoje encontrado sobre essa relação,
é a descoberta de um túmulo em Israel datado de 12 mil anos atrás, no qual
se encontrou o corpo de uma mulher idosa enterrada com a mão segurando
um filhote de cachorro. Indícios semelhantes foram encontrados em aldeias

1
Período Paleolítico ou da pedra lascada é considerada como sendo o período que compreende
a aparição dos primeiros utensílios produzidos pelo Homem (700.000/600.000 A.C.) (NAVARRO,
2006, p, 3).
2
Entendem-se por arte rupestre todas as inscrições, pinturas ou gravuras deixadas pelos humanos
em suportes fixos de pedra, ou seja, em rochas. O termo rupestre vem do latim rupes-is, que significa
rochedo. (JUSTAMAND, s. d., s. p.).
5

na atual Jordânia e em terras da atual Turquia, há pelo menos 8 mil anos da


Idade Antiga (CÂMARA LEGISLATIVA DO BRASIL, 2021).

Figura 1: Arte rupestre


Fonte: O BLOG DO MESTRE, 2018

O vínculo entre o homem e o animal estava embasado na necessidade da


sua segurança e alimentação, "não foi uma amizade com um começo fácil, era um
jogo de interesses para ambas as partes”, afirma Bastos (G1 GLOBO, 2014, s. p.).
Desde que os homens começaram a se dedicar ao plantio e a vida no campo,
deixando de lado as práticas de caça, deu-se a necessidade de escolher os animais
conforme seus interesses, originando a espécie canina, diferentemente dos lobos
em suas particularidades, mas que eram capazes de proteger aldeias, rebanhos,
auxiliar na caça, acompanhar pessoas com deficiência física, entre outros.
Com base nos achados arqueológicos, a Universidade de Oxford realizou um
estudo recentemente, comparando materiais genéticos dos cães, chegando à
conclusão que não descendem de lobos cinzentos, como se acreditava até então,
mas sim de duas populações de lobos independentes e extintos. Além disso, a
Revista Science aponta que novas descobertas afirmam que a domesticação dos
cães ocorreu em dois continentes ao mesmo tempo, sendo eles na Europa e na Ásia
(HAYRAN, 2019, s.p.).
No decorrer dos tempos, os gatos também começaram a fazer parte dos
ambientes domésticos. Reichmann (2000, p. 1) aponta que os indícios da
domesticação tenham se originado nos sarcófagos3 do Egito (fig. 2), onde sua

3
Sarcófagos são túmulos criados para proteger corpos e múmias de antigos reis e faraós. (Nota da
autora)
6

imagem era idolatrada. Devido suas características ínsitas, os gatos se tornaram


uma ótima companhia, a qual era “[...] apreciada por sua lealdade, independência e
hábitos de higiene individual” (REICHMANN, 2000, p. 1).

No século XIX, as pesquisas de Pasteur apontam as bactérias como


as principais transmissoras de doenças e as pessoas passaram a
enxergar o gato como símbolo de higiene devido ao seu
comportamento de auto limpeza (MACHADO, 2014, p. 238).

Os gatos têm uma significativa representação cultural e simbólica, por muitos


anos eles tiveram sua imagem vista de forma negativa, cheia de olhares maldosos
por relacionarem o animal a seitas, bruxarias, até mesmo ao diabo. Por este motivo,
muitos gatos são propícios a diversas situações, tais como a crueldade, o que gera
grandes riscos a sua vida.

Figura 2: Sarcófago do gato do príncipe Tutmés do Egito


Fonte: G1, 2013

Conforme o passar dos anos, tanto os cães, quanto os gatos, passaram a


fazer parte dos lares, sendo considerados integrantes das famílias. Sua companhia
traz inúmeros benefícios para o ser humano, melhorando a qualidade de vida. Os
animais são capazes de auxiliar em tratamento psíquicos, reduzem o stress causado
7

no dia-a-dia, liberam hormônios da felicidade, como a ocitocina4, além de outros


benefícios que podem proporcionar. De acordo com uma pesquisa desenvolvida pela
Proteção Animal Mundial, contemplando os países, Brasil, China, Índia, Quênia e
Tailândia, demonstra-se como os cães são tratados:

[...] 94% consideram os seus animais como parte da família. [...] O Brasil
teve alguns dos melhores resultados nos cuidados básicos com seus cães
em casa – como garantir comida (99%), água (98%), uma cama (92%) e
atendimento veterinário (95%) (PROTEÇÃO ANIMAL MUNDIAL, 2019, n.p).

Porém, essa relação fez com que os animais se tornassem dependentes dos
homens, e isso se deu em vista de que a população tinha um grande interesse em
se relacionar com esses seres, sendo assim, deveriam respeitá-los e protegê-los
(MORAIS, 2018, p. 19). Contudo, essa dependência acaba sendo prejudicial, pois
casos em que os donos não têm tempo suficiente para dedicar aos cuidados
necessários, problemas financeiros, doenças, cruzas não desejadas, favorecem ao
abandono, acarretando maus tratos.

2.2 ABANDONO E MAUS TRATOS

De acordo com a pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS),


apontam que, no Brasil, aproximadamente 30 milhões de animais vivem em situação
de rua. Ao todo, estima-se que 20 milhões sejam de cães abandonados e 10 milhões
para gatos. (JUS BRASIL, 2013, s.p.).

Atualmente existem muitos casos de animais abandonados nos mais


variados locais, tais como: estradas e rodovias, praias, terrenos
baldios, em frente a ONGs de proteção animal. São abandonados,
também, em mudanças de residência, nascimento de filhos, chegada de
hóspedes, quando os animais adoecem e/ou envelhecem, quando o tutor
morre; quando os tutores passam por dificuldades econômicas ou quando
simplesmente tratam o animal como “coisa” descartável (DIREITO ANIMAL -
OAB/PR, 2019, p. 39).

4
A ocitocina é um hormônio neurotransmissor, que exerce importantes funções no organismo e
nas sensações de prazer e de afeto. De maneira geral, ele influencia o comportamento, a
criação de memórias, o reconhecimento, o apego, a generosidade e a empatia, entre outros
comportamentos ligados às interações sociais (VALENÇA E MORAIS, s.d. p. 9).
8

Dados mais recentes, mostram o crescente número de animais adotados


durante a pandemia do vírus SARS-CoV 25, como forma de buscar companhias para
encarar o isolamento, diante do então cenário em que as pessoas deveriam
permanecer mais tempo dentro de suas próprias casas. Porém uma pesquisa do
Radar Pet, aponta que com o afrouxamento e flexibilização da quarentena, muitas
pessoas voltaram a viver sua rotina habitual, e isso fez com que os pets deixassem
de ter a mesma relevância em muitos lares, ocasionando o abandono (O GLOBO,
2022). Além disso, Apollo que participa de feira de adoção com abrigos, relembrou
que as pessoas viram muita gente adotando pet no início da pandemia, por
permanecerem mais dentro de casa, mas não se deram conta do tamanho da
dedicação e tempo que um animal demanda, por isso, muitos acabaram devolvendo
os pets (O GLOBO, 2022).
Corroborando com os fatos, Azevedo aduz:

[...] os casos de abandono e maus tratos no Brasil se intensificaram


durante a Pandemia do coronavírus. As justificativas são: o
desemprego, a diminuição da renda e o término do casamento causado
pelo distanciamento social e pelo medo de contrair o vírus (AZEVEDO,
2020, p. 14).

O medo de que cães e gatos pudessem transmitir o vírus da Covid-19 para os


seres humanos, fez com que muitas pessoas abandonassem seu animal. Apesar de
notícias falsas circularem entre a população, a Organização Mundial da Saúde
(OMS) garante que o tipo de coronavírus que os animais podem contrair, não tem a
ver com o Covid-19, tampouco transmite aos seres humanos (AZEVEDO, 2020, p.
15).
A polícia Civil do Paraná, alega que, em Curitiba e Região Metropolitana, o
número de resgate de animais abandonados durante a pandemia aumentou em
50%, o número passou de 1 mil para 1,5 mil, comparado de 2019 a 2020 (RPC
CURITIBA, 2021).
Em entrevista à CBN Curitiba, a presidente da Sociedade Protetora dos
Animais de Curitiba (SPAC), Soraia Simon, destaca que, no verão em época de
festas, final e início de ano, férias e viagens, costuma ser o período mais

5
Vírus da família dos coronavírus que, ao infectar humanos, causa uma doença chamada Covid-19.
Por ser um microrganismo que até pouco tempo não era transmitido entre humanos, ele ficou
conhecido, no início da pandemia, como “novo coronavírus” (INSTITUTO BUTANTAN).
9

complicado, pois o número de denúncias sobre abandono de animais de estimação,


aumenta em até 65% no Paraná (BEM PARANÁ, 2021, s.p.).
A gerente de projetos da ONG6 Ampara Animal, Rosangela Gebara, afirma
que:

[...] deixar os pets, antes domesticados, nas ruas, gera sofrimento extremo,
que afeta a saúde e o bem-estar do animal, além de deixá-los sujeitos a
maus-tratos, atropelamentos e doenças, diminuindo sua expectativa de vida.
A vida nas ruas é uma vida de total desamparo, fome, sede, estresse, medo
e angústia e isso faz com que a imunidade destes animais caia e aumente o
risco de contraírem zoonoses (EXAME, 2021, s.p.).

Apesar de se tratar de um tema bastante popularizado, muitas pessoas


apresentam certas dificuldades em distinguir quais práticas são consideradas
maus-tratos.

As condutas mais comuns de maus tratos aos animais são: agressões


físicas de qualquer natureza (agressões, chutes, espancamento, mutilações,
golpes, entre outras), deixar o animal sem água ou comida, abandonar o
animal em qualquer circunstância, deixar o animal em espaço restrito ou
preso em correntes por horas prolongadas, sem que ele possa se
movimentar, não levar o animal adoecido ao veterinário, entre outras coisas
(DIREITO ANIMAL - OAB/PR, 2019, p.21).

Historicamente, de 1973 a 2008, o resgate de animais de rua era realizado


pela carrocinha de cães, como ficou conhecido por todo o Brasil. Um tipo de utilitário
de médio porte, equipado com celas para o aprisionamento dos cães e gatos
recolhidos da rua (fig.3). No entanto, esses animais tinham o pequeno prazo de 3
dias para que seu dono ou quem quer que seja fosse buscá-lo, também era
necessário pagar uma multa para retirá-lo. Caso o animal permanecesse no local,
nos Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), era realizada a eutanásia. A prefeitura
de São Paulo, na época, alegou que tomou essas medidas para erradicar a
transmissão da raiva. Porém, mesmo com a doença exterminada, o Centro de
Controle de Zoonoses continuou recolhendo e matando milhares de animais todos
os anos, afirmando reduzir a superpopulação e controlar a transmissão de doenças.
Através do movimento que luta pelas causas animais, em 17 de abril de 2008,
foi sancionada a Lei Feliciano (12.916), do Deputado Feliciano Filho, na qual
extermina essa prática de crueldade com os animais (ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA
SP, 2018, s.p).
6
ONG: Organização Não Governamental, são organizações sem fins lucrativos. Fonte: Autora.
10

Figura 3: Carrocinha de cães


Fonte: EJAVUSP, 2021

Atualmente o controle populacional é feito por meio de castração, junto ao


Centro de Controle de Zoonose de cada município. Feliciano ressalta que o
procedimento é uma indicação da Organização Mundial da Saúde - OMS, para
garantir um controle mais efetivo (ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA SP, 2018, s.p). Já o
controle da raiva é realizado através de vacinas gratuitas, disponibilizadas pela
prefeitura. O Centro de Controle de Zoonose também é responsável por monitorar,
prevenir e controlar outras doenças que são transmitidas dos animais aos seres
humanos e vice-versa, chamados de Zoonose (MAIA, 2020, p. 17).

2.3 BEM-ESTAR E SAÚDE ANIMAL

O bem-estar animal refere-se à qualidade de vida, e ao conjunto de fatores


que promovam “condição fisiológica e psicológica na qual o animal de companhia é
capaz de adaptar-se comodamente ao entorno, podendo satisfazer suas
necessidades básicas e desenvolver suas capacidades conforme a sua natureza
biológica” (SOUZA, 2018, p. 2). De certo modo, o bem-estar animal, consiste em
atender as necessidades físicas, fisiológicas, psicológicas, comportamentais, sociais
e ambientais de um animal.
Helen Maia reforça que:
11

Para se alcançar o bem-estar animal, deve-se ir além do atendimento


das necessidades básicas dos animais como o alimento, a água e o
alojamento, é necessário proporcionar saúde, deixar que o animal se
expresse naturalmente como os animais da sua espécie, e evitar que o
animal sofra mentalmente (MAIA, 2020, p. 18).

Em 1964, devido às inúmeras reportagens que a jornalista do Reino Unido,


Ruth Harrison, publicou no livro Animal Machines, chamou atenção da população,
na qual mostrava as péssimas condições e maus tratos que os animais eram
submetidos. Diante disso, em 1965, o Parlamento Britânico instaurou o Comitê de
Brambell, que buscava tratar questões relacionadas ao modo de como os animais
eram criados. Thorpe, membro do Comitê, “enfatizou a importância de se
compreender a biologia e as necessidades dos animais para que fosse possível
melhorar o bem-estar dos mesmos” (BROOM, 2011 apud CEBALLOS; SANT`ANNA,
2018). O relatório elaborado pelo Comitê, apresentava as primeiras diretrizes de
condições mínimas, determinadas como As Cinco Liberdades de Brambell,
buscando assegurar que os animais tivessem liberdade para: "virar-se", "deitar-se",
"levantar-se", "estirar seus membros" e "cuidar do seu próprio corpo"
(BRAMBELL, 1965 apud CEBALLOS; SANT`ANNA, 2018).
Em 1979, as Cinco Liberdades de Brambell passaram por uma modificação
diante do conselho, e vieram a se chamar As Cinco Liberdades do Bem-estar
Animal, a partir de então, se tornaram referência no quesito de manter os animais
livres de situação de vulnerabilidade.

I) livre de sede, fome e má nutrição;


II) livre de dor; ferimentos e doenças;
III) livre de desconforto;
IV) livre de medo e de estresse;
V) livre para expressar seus comportamentos naturais.
(CEBALLOS; SANT`ANNA, 2018, p.4)

De acordo com Maia (2020, p. 30) muitos abrigos utilizam como base para
seu desenvolvimento, As Cinco Liberdades do Bem-estar Animal, métodos que
norteiam muitas ONGs, a fim de garantir ambientes adequados e apropriados para o
acolhimento dos animais, proporcionando mais qualidade de vida a eles.
Para o Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal:

Um abrigo de cães e de gatos é um local que reúne e cuida de um


número considerável desses animais, em sua maioria recolhidos das ruas.
Um abrigo de animais tem três tarefas principais: 1. ser um refúgio seguro
12

para os animais que dele precisam; 2. funcionar como local de passagem,


buscando a recolocação desses animais para lares definitivos; 3. ser um
núcleo de referência em programas de cuidados controle e bem-estar
animal (SOUZA, 2018, p. 1).

Cabe ao abrigo organizar programas de adoção consciente, visando a


recolocação desses animais em novos lares definitivos, a fim de terem a
oportunidade de um convívio familiar e serem reinseridos novamente na sociedade.
A realocação desses animais para um lar definitivo, proporciona inúmeros benefícios
para a saúde física e mental, além de gerar mais qualidade de vida.

2.3.1 PROTEÇÃO LEGAL AOS ANIMAIS

Visando a saúde e bem-estar animal, em meados do século XX, o Reino


Unido concretizou a garantia pelo direito animal, que tinha por finalidade a
conscientização do ser humano, sobre os direitos que os animais possuem e que
tais devem ser respeitados. Essa lei não permitia punir quem agisse com maus
tratos, tinha apenas como objetivo a defesa pelo direito animal (SOUZA, 2018, p.
34).
Como forma de penalizar os autores de maus tratos, em 1998, o Governo
Federal implantou a Lei Federal 9.605, com intuito de prezar pela vida e integridade
física dos animais, sendo assim, quem violasse tais direitos, responderia por crime
ambiental. O artigo 32 desta Lei, evidencia, quais atos se enquadram na categoria
que diz respeito à proteção de animais domésticos.

Art. 32. Praticar ato de abuso, maus tratos, ferir ou mutilar


animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
Pena-detenção, de três meses a um ano, e multa. § 1º Incorre nas mesmas
penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que
para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.
§ 1º-A Quando se tratar de cão ou gato, a pena para as condutas descritas
no caput deste artigo será de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e
proibição da guarda. § 2º A pena é aumentada de um sexto a um
terço, se ocorre morte do animal (LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO
DE 1998).

Além dos maus tratos, a prática de abandono animal é considerada crime


ambiental, perante a Lei 9.065.
Em nível Estadual, o Paraná possui leis regionais que atuam em prol da
defesa dos direitos animais, no que diz respeito aos animais domésticos:
13

Lei nº 15.450/2019 de 28 de maio de 2019 - que dispõe sobre os maus


tratos e reitera a proibição de manutenção de animais em correntes ou
ambientes confinados;
Lei nº 15.282/2018 de 06 de setembro de 2018 - dispõe sobre os requisitos
para legalidade de reprodutores de animais, ou seja, proíbe canis
clandestinos;
Lei n.º 19.453 de 11 de abril de 2018 - Proíbe a exigência de caução de
qualquer natureza para internação de animais em hospitais ou clínicas
veterinárias da rede privada do Estado do Paraná;
Lei n.º 19.246 de 28 de novembro de 2017 - obriga os pet shops, as clínicas
veterinárias e os hospitais veterinários a informar a Delegacia de Proteção
do Meio Ambiente quando constatarem indícios de maus tratos nos animais
por eles atendidos;
Lei n.º 19.241/2017 de 28 de novembro de 2017 - dispõe sobre a permissão
para trasladar animais domésticos de pequeno porte em trens e ônibus
intermunicipais;
Lei n.º 17.949/2014 de 10 de janeiro de 2014 - dispõe sobre o dever
dos pet shops filmarem os serviços de banho e tosa;
Lei nº 9.394/1999 de 15 de abril de 1999
dispõe sobre a obrigatoriedade de utilização de focinheira para algumas
raças de cachorros em vias públicas, parques e praças de Curitiba.
(DIREITO ANIMAL - OAB/PR, 2019, p.19).

No município de Curitiba, estado do Paraná, a Lei Municipal nº 13.908/2011


destaca quais condutas caracterizam maus tratos.

Art. 2º. Para os efeitos desta lei entende-se por maus-tratos contra animais
toda e qualquer ação decorrente de imprudência, imperícia ou ato
voluntário e intencional, que atente contra sua saúde e necessidades
naturais, físicas e mentais [...] (DIREITO ANIMAL - OAB/PR, 2019, p,23).

Corroborando com o artigo 2 da Lei Municipal nº 13.908/2011, deixar o


animal sem abrigos adequados, privá-lo de se alimentar e beber água, espancá-lo,
abandoná-lo em qualquer circunstância, castigá-los física ou mentalmente, abusá-lo
sexualmente, realizar controle populacional por meio de eutanásia, e outras práticas
de maus tratos são passíveis de penalidade, caracterizada como crimes ambientais
(DIREITO ANIMAL - OAB/PR, 2019).
14

3. NORMATIVAS E DIMENSIONAMENTO PARA ABRIGOS DE ANIMAIS

No abrigo, além de atender as necessidades dos animais, é de suma


importância que sua estrutura proporcione acessibilidade facilitada aos usuários, de
forma universal, garantindo assim maior conforto, segurança e agilidade. No Brasil,
existem normas e diretrizes que devem ser seguidas para obter um padrão de
qualidade no âmbito da construção civil. Uma delas é a NBR 9050, a qual Bestetti
afirma:

A NBR 9050-2004, norma técnica para acessibilidade a edificações,


mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, regulamenta as dimensões,
os padrões e os dispositivos que garantem acessibilidade. Portanto, ao
pensarmos em espaços novos, devemos pensá-los simplesmente
adequados a todos, dentro do princípio de Desenho Universal, que garante
acesso de modo indiscriminado (BESTETTI, 2014, p.606).

Deve também haver alojamentos para quarentena dos animais recém resgatados,
preferencialmente localizados a uma distância significativa de onde ficarão alojados
os animais saudáveis. “O espaço ocupado pelos animais deve ser construído de
modo a garantir seu bem-estar e prevenir doenças, estresse, fugas e brigas” (
SOUZA, 2018, p.9).

3.1 CONFORTO AMBIENTAL EM ALOJAMENTOS PARA CÃES E GATOS

Conforme afirma Bestetti (2014, p.602) “Conforto é a condição de bem-estar


relativa às necessidades do indivíduo e sua inserção no ambiente imediato”.
Portanto, é imprescindível que o projeto do abrigo para animais seja planejado de
modo a proporcionar mais qualidade de vida ao animal, oferecendo uma estadia
confortável, ambientes adequados, com proteção contra intempéries, onde possam
circular livremente e se alimentar com segurança.

3.1.1 TEMPERATURA

De acordo com as diretrizes sobre os padrões de cuidados em abrigos de


animais, “para os cães e gatos, a AVMA recomenda que a temperatura
ambiente seja mantida acima de 15,5°C e abaixo de 26,6°C; já a umidade
relativa deve variar de 30 a 70% (AVMA, 2008, appud NEWBURY, et al, 2018, p.
29)”. Caso o animal possua algum fator determinante, deverá ser monitorado de
15

forma individual, a fim de proporcionar melhores condições de conforto a eles, e


assegurar que sua temperatura corporal esteja em níveis apropriados, evitando
situações de muito frio ou excesso de calor (NEWBURY et al. 2018, p. 29.).

3.1.2 VENTILAÇÃO

“O ar fresco (puro) é essencial para manter a boa saúde e o bem-estar dos


animais, bem como para limitar a disseminação de doenças infecciosas (CFA, 2009
appud NEWBURY et al. 2018, p. 30)”. Ambientes pouco ventilados são propícios a
inúmeros tipos de enfermidades, pois acabam gerando o aumento da umidade,
assim como a proliferação de microorganismos, capazes de infectar os animais.
Para ser considerada adequada, recomenda-se que a passagem de ar esteja na
altura do animal, e que a troca de ar seja constante. A quantidade necessária de
ventilação pode variar, dependendo do número de animais dentro do alojamento,
sendo uma maior ventilação quando estiver cheio e em menor quantidade quando
estiver livre (NEWBURY et al. 2018, p. 30).

3.1.3 ILUMINAÇÃO

A iluminação se faz necessária dentro dos alojamentos de cães e gatos. Para


isso, recomenda-se que quanto mais natural melhor, e quando utilizada de forma
artificial, deve se assemelhar a luz natural. Os alojamentos devem ser projetados
com instalações adequadas de modo que, além da iluminação, a escuridão também
se faça presente, a fim de favorecer o ciclo circadiano7. Além disso, “os recintos
devem ser posicionados de tal modo que cada animal consiga evitar a
exposição a quantidades excessivas de luz ou escuridão” (NEWBURY et al.
2018, p. 31).

3.1.4 RUÍDOS

7
Ciclo Circadiano: O ritmo circadiano são mudanças físicas, mentais e comportamentais que seguem
um ciclo de aproximadamente 24 horas. Essas mudanças são majoritariamente afetadas pela luz e
escuridão naturais e afetam a maioria das dos seres vivos, do homem aos micróbios, passando até
mesmo pelas plantas (PERSONO, 2021, s.p.).
16

Os animais domésticos possuem a audição mais sensível, comparado ao ser


humano, o que pode ser desconfortável ao ouvido humano, nos animais os ruídos
são ainda mais incômodos. Nos alojamentos é essencial que os ruídos sejam
minimizados, a fim de garantir o bem-estar dos animais, para isso, é necessário que
sejam projetados estrategicamente com estrutura antirruídos. Além disso,
recomenda-se que os equipamentos que geram sons constantes e desagradáveis,
estejam localizados a uma distância considerável dos animais (NEWBURY et al.
2018, p. 31.).

Os níveis sonoros em um abrigo podem exceder 100 db 20,


principalmente em função dos latidos ( COPPOLA, 2006). Como o som é
medido em uma escala logarítmica, um som de 90 db é 10 vezes mais alto
do que um de 80 db. Qualquer som na faixa de 90−120 db pode ser sentido
e ouvido, podendo levar à perda irreversível da audição em seres humanos.
Para fins de comparação, uma britadeira produz ruído na faixa de 110 db,
enquanto um trem do metrô, 95 db (NEWBURY et al. 2018, p. 31.).

Em relação aos animais, Newbury et al. (2018, p. 32), ressalta a importância


dos gatos ficarem alojados a uma distância considerável, a ponto de não ouvirem os
ruídos ocasionados por latidos caninos. E, ainda, salienta, que um estudo realizado
em abrigo para cães, mostrou-se favorável na redução de latidos, quando mantido o
contato visual dos cães dentro dos alojamentos, além de se sentirem mais
confortáveis.

3.2 DIRETRIZES PARA O ABRIGO ANIMAL

De acordo com as normas técnicas de estrutura física das Unidades de


Vigilância de Zoonoses, os canis coletivos para cães abaixo de 25 kg devem possuir
dimensão de 1,2m² por animal, com capacidade de no máximo 8 animais. Já para
cães acima de 25 kg, deve ter dimensão de 1,5m² por animal, e sua capacidade não
pode ultrapassar o limite de 6 animais (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017, p. 26).
Para canil individual, a metragem mínima por cão continua sendo a mesma,
desde que respeitado o porte do animal, descrito acima. Em casos de ultrapassagem
do limite da quantidade de animais dentro de um mesmo alojamento, pode resultar
em diversos fatores, tais como, “[...] aumento de lesões, doenças e mortes, em
virtude da elevação do nível de estresse e de contaminação, da redução do
espaço e do conforto, da redução da qualidade e mesmo da quantidade de alimento
17

e de assistência, do aumento de brigas e de diferentes alterações comportamentais”


(FÓRUM NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA ANIMAL, 2018, p. 6).
As normas técnicas das Unidades de Vigilância de Zoonoses, ressaltam
ainda, recomendações gerais no que diz respeito aos canis:

Fechar com alambrado a parte superior dos canis coletivos a 2,10 m de


altura; executar as divisórias entre os canis coletivos e a circulação interna
da edificação, com perfil de 3/8 sobre mureta de alvenaria de 1 m de altura;
prever portas com 2,10 m de altura que abram para fora dos canis,
facilitando o manejo de animais; prever boa ventilação e iluminação
natural para todos os canis, considerando o odor e a umidade local;
prever canaletas com grelhas para escoamento dos dejetos e sobras
de ração, evitando-se o sistema fechado de esgoto; prever circulação
interna para serviços e externa para público; prever bebedouros e
comedouros em todos os canis; prever solário (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2017, p. 27).

Além disso, os alojamentos caninos coletivos e individuais (figura 4) devem


possuir revestimentos de piso e paredes lisas, resistentes à absorção de água (no
máximo 4%), para que suportem os produtos da higienização e facilitem o processo
da limpeza. A cobertura deverá ser do tipo aparente.

Figura 4: Canil individual


Fonte: FORÇA AÉREA BRASILEIRA, 2015
18

Para a coordenadora do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal (2017,


p. 11), “muitos felinos, podem ficar sozinhos em uma instalação individual, tendo
uma visão de outros animais quando deseja, com uma área para se esconder,
quando se sente ameaçado, pode ser mais recomendado que os gatis coletivos”.
De acordo com as políticas de bem-estar em abrigos e normas técnicas de
estrutura física das Unidades de Vigilância de Zoonoses, os gatis individuais e
coletivos (figura 5) devem seguir orientações gerais, a fim de garantir qualidade de
vida aos gatos e praticidade na higienização e descontaminação do ambiente.

Figura 5: Gatil coletivo


Fonte: HABITISSIMO, s.d

Perante o exposto, o gatil individual fica destinado para os felinos que não
socializam bem ou animais em observação, que precisem de atenção especial:

As instalações dos gatos devem ser separadas visual e acusticamente das


instalações dos cães. Gatis individuais devem alojar, preferencialmente,
fêmeas em estado de gestação evidente ou com filhotes, animais feridos
ou em tratamento e animais com doenças infectocontagiosas. [...]
quando os gatis estiverem posicionados de frente um para o outro, devem
ser separados por um mínimo de 2 metros para prevenir a disseminação de
doenças (FÓRUM NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA ANIMAL, 2018,
p. 11).
19

No caso dos gatis coletivos, é indicado a ocupação máxima de 50 animais,


separados por sexo, ou em caso de grupos mistos, quando alojados no mesmo
recinto, todos deverão ser castrados (FÓRUM NACIONAL DE PROTEÇÃO E
DEFESA ANIMAL, 2018, p. 11).
Em ambos os casos, os gatis precisam ser dispostos de área coberta e área
descoberta, prevendo caimento vertical do piso para escoamento em canaletas e
grelhas, com acesso medindo 2,10 de altura e abertura para fora. Os pisos e
paredes devem possuir revestimentos lisos e de baixa absorção (até 4%), que
facilitem a limpeza e resistam aos produtos para higienização. Além disso, deve
dispor de proteção contra condições climáticas adversas, espaço mínimo de 2,2
metros cúbicos, livre para ventilação e circulação dos felinos. O espaço fechado
serve para o animal dormir ou descansar, em caixas de papelão ou camas, se
esconder, se alimentar, recrear em prateleiras suspensas, arranhadores e
brinquedos. Para fazerem as necessidades básicas, bandejas ou caixas higiênicas,
afastadas do comedouro e bebedouro e preenchidas com serragem, areia ou jornal
picado. Já a área aberta, servirá para o banho de sol e recreação.

3.3 NBR 9050 - ACESSIBILIDADE A EDIFICAÇÕES, MOBILIÁRIO, ESPAÇOS E


EQUIPAMENTOS URBANOS

De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), para


proporcionar segurança e conforto aos usuários, é necessário seguir determinados
parâmetros técnicos que facilitem a acessibilidade, ao modo que todas as pessoas
possam ter acesso, independente da condição física, a fim de evitar incidentes
desagradáveis (NBR 9050, 2015). Para desenvolver o projeto e atender as
necessidades do abrigo destacam-se pontos relevantes da normativa, mencionados
abaixo:

Dimensões mínimas para um corredor acessível, transitado por um cadeirante


e uma pessoa em pé, deve ter entre 1,20m a 1,50m de largura, conforme figura 6.
20

Figura 6: Dimensionamento corredor


Fonte: NBR 9050, 2015, p. 9

“A sinalização deve ser autoexplicativa, perceptível e legível para todos,


inclusive às pessoas com deficiência” (NBR 9050, 2015, p.30). É indispensável a
indicação de percurso, por sinalização tátil nos pisos, com relevo entre 0,8mm e
1,2mm, para percepção de portadores de necessidades visuais (NBR 9050, 2015,
p.35).
Rampas acessíveis devem estar dentro dos limites máximos de inclinação,
respeitar os desníveis a serem vencidos e possuir patamares de descanso quando a
inclinação estiver entre 6,25% e 8,33% (NBR 9050, 2015, p.58), quadro 1. Para
definir a inclinação da rampa (i), é necessário multiplicar a altura do desnível (h) por
100, dividindo o resultado pelo comprimento da projeção horizontal (c), conforme
figura 7.

Figura 7: Dimensionamento de rampas


Fonte: NBR 9050, 2015, p. 58
21

Quadro 1: Dimensionamento de rampas


Fonte: NBR 9050, 2015, p. 59

Os patamares de descanso devem possuir uma dimensão longitudinal mínima


de 1,20m (figura 8) e em casos de mudança de direção, estes devem seguir a
mesma largura da rampa. É necessário prever patamares no início, entre os
segmentos e ao final das rampas.

Figura 8: Dimensionamento de rampas


Fonte: NBR 9050, 2015, p. 60

As escadas devem manter a mesma dimensão para pisos e espelhos do


início ao fim, de acordo com o dimensionamento estabelecido pela NBR, no qual, a
soma do piso mais duas vezes o tamanho do espelho deve ser maior ou igual a
0,63m e menor ou igual a 0,65m; o piso deve ser maior ou igual a 0,28m e menor ou
igual a 0,32m; o espelho deve ser maior ou igual a 0,16m e menor ou igual a 0,18m.
A largura mínima exigida, é de 1,20m segundo a NBR 9077, e devem apresentar
pelo menos, um patamar a cada 3,20m de desnível, ou quando mudarem de direção
(NBR 9050, 2015, p.62). As escadas e rampas devem possuir corrimãos em ambos
os lados, a uma altura de 0,92m e a 0,70m do piso, sendo necessário apresentar
continuidade, ou seja, sem interrupções, e devem prolongar-se paralelamente ao
patamar, por pelo menos 0,30m nas extremidades, conforme figura 9 (NBR 9050,
2015, p.63).
22

Figura 9: Dimensionamento de corrimão


Fonte: NBR 9050, 2015, p. 62

As portas devem ter um vão livre, quando abertas em uma largura mínima de
0,80m e possuir uma altura de 2,10m. Em casos de portas com uma ou mais folhas,
deve apresentar pelo menos uma folha com vão livre de 0,80m de largura. Para
sanitários acessíveis, as portas devem ser abertas para o lado oposto e dispor de
um puxador horizontal associado à maçaneta, conforme figura 10 (NBR 9050, 2015,
p.70 e 71).

Figura 10: Dimensionamento de portas


Fonte: NBR 9050, 2015, p. 71

Sanitários acessíveis devem possuir entradas independentes, caso seja


necessário o acompanhamento da pessoa com necessidades especiais por outra
pessoa do sexo oposto. Em uma edificação de uso público, é recomendado dispor
de no mínimo um banheiro acessível em cada pavimento, onde houver demais
sanitários. É imprescindível a instalação de barras de apoio, para garantir a
segurança de pessoas portadoras de necessidades especiais. As barras devem
resistir a um esforço de 150kg e estar devidamente fixadas a uma distância mínima
de 40mm entre sua base de suporte até a face interna da barra. A NBR ressalta a
importância do sanitário acessível possuir uma área maior que os demais sanitários,
23

para facilitar a manobra de cadeirantes, com dimensão mínima de 1,50m de


diâmetro, para uma rotação completa de 360º (figura 11). Para os lavatórios, é
necessário estar a uma altura de 0,80m do piso, e não ter interferências de colunas,
sifões, que por ventura possam impedir ou dificultar o acesso do cadeirante, figura
12 (NBR 9050, 2015, p.84, 85 e 88).

Figura 11: Dimensionamento sanitário acessível e Figura 12: Dimensionamento lavatório


Fonte: NBR 9050, 2015, p. 87

Pessoas com necessidades especiais ou dificuldade de locomoção em


ambientes inadequados ou mal planejados para circulação destes, pode acarretar
em desconforto, além de contribuir negativamente para o desenvolvimento humano,
por esse motivo, o abrigo precisa garantir a acessibilidade de modo universal.
24

4. REFERENCIAL CONSTRUTIVO

Há mais de dez mil anos o sistema construtivo de alvenaria vem sendo


empregado nas edificações (PARSEKIAN et al, 2013, apud LIMA et al, 2017, p.18),
não à toa, o método mais utilizado tem por características, promover o isolamento
térmico e acústico. Apesar de apresentar inúmeras vantagens, esse sistema tem em
contrapartida, um índice considerável de desperdício e resíduos, o que acaba sendo
prejudicial ao meio ambiente. Com o passar do tempo, as construções foram
evoluindo, e com ela a forma de projetar. Pensando nas condições de conforto
ambiental, a arquitetura bioclimática, se beneficia dos recursos naturais que o local
apresenta, favorecendo a redução de impactos ambientais e consequentemente
promovendo uma construção mais sustentável.

4.1 ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA

O conceito de arquitetura bioclimática refere-se ao processo de integração da


arquitetura com as características climáticas que o local apresenta (figura 13), a fim
de proporcionar conforto ambiental para os usuários, além de reduzir custos em
relação ao consumo energético, e consequentemente favorecer a sustentabilidade.
A utilização desse conceito para o desenvolvimento do abrigo, tem por finalidade
elaborar um ambiente confortável para os animais, funcionários e visitantes,
enquanto reduz os impactos ambientais.

Os princípios bioclimáticos, quando partem de um entendimento concreto


das condições geográficas e climáticas do local, podem otimizar de forma
notável o desempenho dos edifícios e fomentar o desenvolvimento de
melhores espaços internos nos projetos. As estratégias passivas, como o
controle da radiação solar, a recuperação da água da chuva, o
aproveitamento da iluminação natural e da ventilação cruzada, o tratamento
e reuso de águas cinza, além da coleta de energia solar, são ferramentas
que permitem obter um conforto térmico e ambiental maior, com baixos
custos energéticos (ARCHDAILY, 2021).
25

Figura 13: Princípios bioclimáticos


Fonte: ARCHDAILY, 2021

De acordo com Morais (2009, p.31) a radiação solar é um dos principais


recursos naturais utilizado na arquitetura bioclimática, pois pode ser utilizada para
iluminar espaços dentro da edificação, conferir calefação inerente e ainda
proporcionar aquecimento de água, quando aproveitada de maneira eficaz. Para
isso, é fundamental o estudo sobre insolação visto que o excesso de calor dentro de
um ambiente pode ser crucial para a edificação, e gerar certa dificuldade para ser
eliminado. A vegetação é outro meio importante e muito utilizado na arquitetura
bioclimática, pois com a técnica de sombreamento consegue-se obter um
microclima, auxiliando a reduzir os índices de temperatura de forma natural, em
ambientes que apresentam grande insolação. Além de atuar minimizando ruídos,
provenientes dos animais, no caso do abrigo, tornando o espaço mais tranquilo e
agradável acusticamente.
Outro recurso natural importante é o vento, que dentro da edificação é capaz
de controlar a temperatura e ainda equilibrar a umidade, de modo a proporcionar
qualidade de ar satisfatório para o bem-estar dos usuários. Nos alojamentos do
abrigo, a ventilação é fundamental, pois reduz as chances de proliferação de
microorganismos, protegendo a saúde dos animais. Para ser considerada eficiente a
ventilação natural, é necessário realizar um estudo das condições climáticas locais,
26

e ainda utilizar estratégias que possibilitem o direcionamento e fluxo do ar (DONIDA,


2002, p. 36).
O manejo e o reaproveitamento da água, fazem parte dos princípios da
arquitetura bioclimática, visto que se faz a utilização do recurso hídrico natural, e que
proporciona inúmeros benefícios ao meio ambiente. O sistema de aproveitamento de
águas pluviais pode ser facilmente incorporado à hidráulica do edifício por ser
considerado uma estrutura de baixa complexidade, relata Krützmann (2015, p. 24).
Normalmente a instalação é realizada em telhados, e armazenada em cisternas ou
reservatórios. A reutilização de águas pluviais no abrigo, terá como principal
finalidade a limpeza dos alojamentos de cães e gatos, bem como as demais
dependências do ambiente.

4.2 SISTEMA CONSTRUTIVO

O sistema construtivo a ser empregado na construção do abrigo, é do tipo


alvenaria convencional, método este, mais utilizado e popular no Brasil. Esse
sistema consiste em empilhar blocos de concreto ou cerâmica um a um, com a
finalidade de formar vedações (paredes) conforme figura 14, as quais “servem
exclusivamente para fechamentos e separações de ambientes, sendo que os
esforços são absorvidos pelo sistema: pilares, lajes e vigas” (NIEHUES, TOMIM, s.
a. p. 4).

Nos sistemas tradicionais de estrutura, com pilar e viga, as construções são,


normalmente, executadas a partir de formas de madeira, que são
posicionadas de acordo com o projeto de arquitetura, recebem a armadura
de aço, calculada no projeto estrutural, e são então concretadas. Uma vez
curado o concreto desses pilares e vigas, as formas são desmontadas,
restando uma espécie de esqueleto estrutural, que é preenchido por um
plano de vedação, que pode ser de tijolos, blocos ou ainda outro tipo de
painel. Essa vedação tem como única função fechar a construção e
promover conforto térmico e acústico, além de também ser o lugar por onde
correrão as tubulações de esgoto e elétrica (ARCHDAILY, 2021).
27

Figura 14: Vedação por blocos


Fonte: PROJETTA, 2020

Nesse tipo de sistema construtivo, os pilares e vigas são preparados a partir


de fôrmas de madeira, cuja função é moldar os elementos estruturais com a mistura
de concreto e ferragens, caracterizando como concreto armado (SILVA e
CARVALHO, s. a. p. 2). Como mencionado anteriormente, esses elementos têm por
objetivo sustentar e distribuir as cargas geradas pela estrutura em direção ao solo.

4.2.1 VANTAGENS E DESVANTAGENS

O método construtivo mais utilizado no Brasil, por apresentar vedações não


estruturais, permite uma maior flexibilidade arquitetônica, possibilitando ao construtor
28

uma vasta liberdade quanto ao layout8 do projeto. Diante disso, Lima, Junior e Rocha
(2017, p.20) apontam demais vantagens, acerca do método anteposto.
● Ótima resistência;
● Mão de obra qualificada;
● Baixo custo comparado a outros sistemas construtivos;
● Durabilidade e resistência ao fogo;
● Fácil manutenção;
● Isolamento térmico e acústico;
● Possibilidade de alcançar grandes vãos.

Por outro lado, apesar das grandes vantagens que esse sistema apresenta, é
importante listar suas desvantagens:
● Tempo de execução elevado;
● Desperdício e resíduos;
● Necessidade de revestimento.

O planejamento e execução de um método construtivo é fundamental para


garantir a durabilidade, qualidade, além de aumentar a vida útil do empreendimento,
diminuindo gastos desnecessários e erradicando manutenções e reformas em curto
prazo.

8
Layout: Desenho. Fonte: Tradução livre.
29

5. ESTUDO DE CASO

O presente capítulo tem como objetivo, analisar estudos de referências


arquitetônicas com ênfase na saúde e abrigo animal para se obter parâmetros e
facilitar o desenvolvimento do TC II. Para isso, foram escolhidas três edificações,
sendo elas: uma principal de cunho internacional (Palm Springs Care Facility), uma
nacional (Clínica veterinária Sentidos) e regional (Sociedade Protetora dos Animais
de Curitiba).
A partir da análise dos estudos de caso, é possível compreender a
funcionalidade de ambientes que visam cuidar da saúde animal, bem como,
entender as estratégias utilizadas para solucionar questões de conforto ambiental, e
ainda proporcionar uma obra economicamente ecológica.

5.1 PALM SPRINGS ANIMAL CARE FACILITY

O abrigo de animais Palm Springs Animal Care Facility (fig. 15), foi projetado
pelo escritório Swatt e Miers. Trata-se de uma parceria público/privada entre a
cidade e os amigos do abrigo, com o intuito de promover a adoção responsável de
animais resgatados em situação de rua. O projeto está localizado em Palm Spring,
Califórnia/USA e possui uma área equivalente a três hectares. Encontra-se em frente
ao Demuth Park, um parque muito frequentado pela população da cidade e ainda de
acordo com o site Archdaily (2012, s.p) sua volumetria possui características típicas,
utilizadas em muitas edificações de palm springs, remetendo então, à construções
locais.

Figura 15: Fachada principal do abrigo


Fonte: Archdaily, 2012
30

O projeto contou com o apoio de ONGs e da comunidade para ser


desenvolvido e por apresentar poucos recursos financeiros, foi executado em
etapas, de forma a possibilitar uma futura ampliação. A cidade de Palm Springs
incentiva o programa Green Building Design9, visando uma arquitetura limpa e
sustentável, o que condiz com a proposta do presente projeto. Diante das restrições
financeiras, não foi possível executar toda a idealização quanto a utilização dos
recursos naturais. O meio que encontraram para manter as diretrizes iniciais do
projeto, foram a implantação de um sistema de captação e reutilização de água da
chuva, no qual após receber o devido tratamento, é utilizado para a lavagem dos
canis/gatis (fig. 16), e irrigação dos jardins. Além de prever a instalação de painéis
fotovoltaicos nos telhados, para atender até 30% do consumo de energia do abrigo,
tendo a possibilidade de uma adição no futuro (ARCHDAILY, 2012, s.p). Por
apresentar soluções ecológicas, o projeto foi concebido com uma certificação
LEED10 prata, a qual possui como pré-requisito de avaliação, elementos obrigatórios
e estratégias de construção sustentável que devem ser incluídos em todo o projeto.

Figura 16: Canis


Fonte: Archdaily, 2012

9
Green Building Design: Um edifício ‘verde’ é um edifício que, em seu projeto, construção ou
operação, reduz ou elimina impactos negativos e pode criar impactos positivos em nosso clima e
ambiente natural. Edifícios verdes preservam recursos naturais preciosos e melhoram nossa
qualidade de vida (WORLD GREEN BUILDING COUNCIL, 2022).
10
Leed: O Leadership in Energy and Environmental Design ou LEED, é um sistema internacional de
certificação e orientação ambiental para edificações utilizado em mais de 160 países, e possui o
intuito de incentivar a transformação dos projetos, obra e operação das edificações, sempre com foco
na sustentabilidade de suas atuações (GREEN BUILDING COUNCIL BRASIL, 2017).
31

Logo, o abrigo Palm Springs Animal Care Facility, torna-se referência para o
desenvolvimento do TC II, por assemelhar-se ao conceito de arquitetura bioclimática,
conforme mencionado no capítulo 4.1 desta monografia. Observa-se que o projeto
utiliza recursos naturais locais, a fim de reduzir os impactos ambientais e
proporcionar uma melhor eficiência energética.
A partir da análise do programa de necessidades do projeto, verifica-se que a
edificação apresenta duas entradas principais destinadas ao público, com um
caminho direcionado a partir de piso em concreto e vegetação no entorno, conforme
figura 17. Destacam-se o lobby principal de adoção pública, onde acontecem as
adoções e demais atividades relacionadas, o lobby de acolhimento de animais
resgatados e abandonados, que fica ao lado da entrada de adoção, e o acesso para
a sala de aula, onde são abordados diversos assuntos quanto ao incentivo de
adoção responsável, e palestras sobre animais para a população. Todas as entradas
possuem vista para o Demuth Park.

Figura 17: Entradas principais


Fonte: ARCHDAILY, 2012 - adaptado pela autora
32

Em relação a setorização do abrigo conforme figura 18, é evidente a


separação dos espaços, sendo observável que a porção sul fica destinada aos gatos
e animais pequenos, e a porção norte, para cães (ala de quarentena, ala de
tratamento e adoção). Já na porção noroeste, encontra-se o setor de suporte, onde
estão a recepção, sala de adoção, sala de admissão de animais resgatados, área de
clínica médica, administração/descanso, sala de aula e suporte animal.

Figura 18: Setorização


Fonte: ARCHDAILY, 2012 - adaptado pela autora

Corroborando com os fatos descritos no subcapítulo 3.2 do presente trabalho,


as alas caninas e felinas estão dispostas separadamente, a fim de minimizar
distúrbios causados por estresse e medo, quando presenciam animais de outras
espécies. Além disso, as alas caninas estão voltadas para o interior da edificação,
para reduzir níveis de ruídos ocasionados por latidos.
Com o intuito de integrar o animal com a natureza, foram instaladas janelas
dentro das alas, a fim de permitir a visualização da parte externa do edifício. Os
canis possuem espaços ajardinados e áreas que possibilitem sua socialização.
O abrigo também conta com uma área de recreação para os animais, situado
na porção norte do terreno.
Desta forma, o centro de acolhimento Palm Springs Animal Care Facility,
destaca-se pela semelhança no programa de necessidades aqui proposto.
33

5.2 CLÍNICA VETERINÁRIA SENTIDOS

A clínica veterinária Sentidos, está localizada no município de Bento


Gonçalves, Rio Grande do Sul. A edificação conta com aproximadamente 190m²
construídos, e para atender todo o programa de necessidades da clínica, o escritório
Ocre Arquitetura optou por implantar o projeto de forma a ocupar o lote até suas
divisas laterais (fig. 19). Com isso, foram implementados jardins internos conforme
figura 20, a fim de integrar o os setores de atendimento com a vegetação externa,
possibilitando uma maior iluminação e ventilação natural, além de contribuir para a
saúde dos animais, pois segundo médicos veterinários, essa conexão com a
natureza é muito importante em ambientes de internação (OCRE ARQUITETURA,
s.d., s.p).

Figura 19: Fachada posterior e Figura 20: Jardim interno


Fonte: ARCHDAILY, 2020

O acesso para a clínica está localizado na porção lateral leste, com um


corredor exclusivo (fig. 21), onde é possível verificar a estrutura em concreto
aparente, no qual permitem a entrada principal e a secundária. A entrada principal
(fig. 23) dá acesso para a recepção, que permite adentrar aos consultórios e salas
de exames, estas estão dispostas na parte frontal da clínica e possuem uma vista
para a rua através da fachada posterior. Como forma de proteger, proporcionar
segurança e privacidade, foram instalados brises de madeira vertical (fig. 22), que
além de descartar a utilização de portões na edificação, possibilitam o jardim livre
para a rua, contribuindo para uma maior conexão entre os usuários com a clínica
(OCRE ARQUITETURA, s.d., s.p.).
34

Figura 21: Corredor de acesso e Figura 22: Brise de madeira


Fonte: ARCHDAILY, 2020

No mesmo corredor lateral encontra-se a entrada secundária (fig. 23). Nela


está o acesso restrito aos funcionários, onde são realizados os procedimentos
cirúrgicos e internações. A partir desta área, é possível subir ao terraço por meio de
uma escada helicoidal instalada dentro de um jardim interno, que dá acesso às
áreas técnicas de manutenção de ar condicionado, reservatórios de caixa d’água,
áreas de serviço, como secagem de roupas, além de permitir uma visão ampla da
cidade (OCRE ARQUITETURA, s.d., s.p).

Figura 23: Acessos da clínica


Fonte: ARCHDAILY, 2020, adaptado pela autora
35

Como forma de agilizar a execução da obra, o escritório optou por utilizar


estruturas pré-moldadas nas vigas, pilares e vedação, que permitem reduzir canteiro
de obra e consequentemente, diminuir a geração de resíduos, contribuindo para uma
arquitetura mais sustentável (OCRE ARQUITETURA, s.d., s.p.).
Este estudo de caso auxiliou no entendimento sobre a funcionalidade de uma
clínica veterinária, bem como, o meio que encontraram para aplicar todo o programa
de necessidades dentro do lote.

5.3 SOCIEDADE PROTETORA DOS ANIMAIS DE CURITIBA

O estado do Paraná conta com inúmeras ONGs de proteção animal, porém


nem todas apresentam um espaço onde possam ser abrigados os cães e gatos. Em
Curitiba e região metropolitana, foi verificado o mesmo problema. Dentre as
instituições, foi encontrada a Sociedade Protetora dos Animais (figura 24), localizada
na rua Estr. Nova de Colombo, 5504 - Santa Cândida, Curitiba/PR. A SPAC, como é
conhecida na cidade, teve início no ano de 1972 pela professora Enid Bernardi. Na
época, a instituição possuía apenas um escritório, cujo objetivo era orientar a
população contra os maus tratos e proteger animais de rua. Três anos depois a
SPAC mudou sua localização para um ambiente maior, onde puderam oferecer
cuidados e tratamentos com médicos veterinários, porém ainda se via a necessidade
de ter um local onde os animais pudessem ficar abrigados até receberem um lar
definitivo, e foi somente em 1979 que esse objetivo foi executado. Desde então, o
abrigo recebe e proporciona um lar temporário para cães e gatos, oriundos de maus
tratos e abandono. Por ser uma organização não governamental sem fins lucrativos,
a SPAC não recebe recursos do governo, e depende exclusivamente do rendimento
da clínica veterinária e doações de pessoas que se sensibilizam e apoiam a causa
(SPAC, s.p.s.d).
36

Figura 24: Fachada SPAC e Figura 25: Canis da SPAC


Fonte: RICMAIS, 2022 e CURITIBA CULT, 2017

Apesar de ser a mais antiga e uma das únicas instituições que possuem
espaço para abrigar os animais, os baixos recursos financeiros contribuem para as
condições precárias dos alojamentos e que de acordo com a figura 25, é possível
verificar canis sem dimensionamento mínimo, portas de proteção e sem
revestimentos recomendados pelas normas técnicas das Unidades de Vigilância de
Zoonoses conforme apresentado no capítulo 3.2 desta monografia.
Outro ponto relevante observado, é o espaço que os animais têm para
realizar suas necessidades básicas (figura 26). O local é relativamente pequeno, e
de acordo com as imagens, é protegido contra fugas. Porém o piso é todo em
concreto e eles não têm contato direto com a vegetação externa, o que de certa
forma, acaba sendo prejudicial para sua saúde psicológica.
Além disso, é perceptível a presença de limo dentro dos canis (figura 27),
proveniente de umidade e até mesmo de águas da chuva, pois a cobertura dos
alojamentos não possuem beiral, tornando-se propenso a receber intempéries.

Figura 26 e 27: Canis da SPAC


Fonte: BEM PARANÁ e TRIBUNA PR, 2013
37

Devido a dificuldades em formar parcerias entre ONGs e instituições públicas


ou privadas, é comum encontrar situações como essas. De maneira geral, este
estudo de caso demonstra a falta de infraestrutura adequada, e ressalta a
importância de seguir normas e diretrizes para abrigos de animais, a fim de
promover acomodações confortáveis e seguras e proporcionar mais qualidade de
vida.

5.4 ANÁLISE COMPARATIVA DOS ESTUDOS DE CASO

Com base nos estudos de caso apresentados, os quadros 2 e 3 a seguir


compreendem os pontos mais relevantes de cada projeto. Sendo avaliados por sua
particularidade e soluções estratégicas atingidas.

ITENS ESTUDO DE ESTUDO DE ESTUDO DE


ANALISADOS CASO I CASO II CASO III

Fotos

Foi utilizado aço nos


Estrutura pré moldada
pilares e postes de Alvenaria
Sistema Construtivo nas vigas, pilares e
metal, com vedação convencional
vedações.
de gesso de cimento.

Perfis em aço pintado,


vidros bronze, muros
Vedação em tijolos de
em concreto, Concreto aparente,
cerâmica, telhas
cercamento em aço, esquadrias de
portuguesa de
painéis em alumínio, alumínio do piso ao
Materiais cerâmica, esquadrias
textura em gesso teto, forro em gesso,
em madeira e vidro,
cimentício, cobogó brises verticais de
cercamento em tela
cimentício 8x8, brises madeira.
de alambrado.
de alumínio na
horizontal.

Formas regulares,
dentro de uma
Volumetria Linhas retas Casa singular
composição
irregular.
38

Separado em alas Separado entre área Separado entre a


Setorização caninas, alas felinas e de acesso público e clínica veterinária e os
áreas de suporte. área restrita. alojamentos.

Disposto no terreno,
Disposto no centro do Disposto de forma
de forma a ocupar
Implantação terreno, envolto pela longitudinal no
todo o lote, até suas
vegetação existente. terreno.
divisas laterais.
Quadro 2: Comparativo entre os estudos de caso
Fonte: Elaborado pela autora

Quadro 3: Análise avaliativa dos estudos de caso


Fonte: Elaborado pela autora

A partir dos estudos de casos apresentados acima, é possível estabelecer


critérios para a execução da próxima fase do presente projeto. Desde a elaboração
de um programa de necessidades que atenda toda a proposta, o aproveitamento de
recursos naturais, a partir de estudos das condicionantes locais, o emprego de
materiais que contribuam para um maior conforto térmico e acústico, além de
obedecer às normas e diretrizes para a construção do abrigo animal.
39

6. DIRETRIZES PROJETUAIS

Este capítulo irá apresentar uma análise sobre o terreno escolhido para
implementar a proposta projetual, tal como seu entorno, condicionantes locais e
potencialidades. Além de abordar pontos relevantes sobre as diretrizes projetuais,
contendo o programa de necessidades e organograma, os quais nortearão o
desenvolvimento do abrigo de animais, que terá como premissa o recolhimento de
animais abandonados, tratamento e programa de adoção responsável.

6.1 ANÁLISE DO TERRENO

O lote em questão dispõe de uma área com aproximadamente 5.500m².


Localizado na Rua Antônio Zaramella, nº 1126, bairro Colônia Rio Grande, no
município de São José dos Pinhais (figura 28). Além das condicionantes (6.1.2) e
potencialidades (6.1.3) a escolha desse terreno levou também em consideração a
acessibilidade e facilidade, fatores estes cruciais para viabilizar a implantação.

Figura 28: Localização do terreno


Fonte: Elaborado pela autora

Apesar de estar em processo de desenvolvimento urbano, por ser uma área


mais afastada do centro, essa região possui um valor por metro quadrado mais
acessível que outras localidades. No entorno do lote não possui interferências
40

naturais, como grandes elevações ou pedras, o que facilita o nivelamento do


mesmo. Além disso, foi considerada a proximidade com pontos estratégicos, como
as principais rodovias que dão acesso à capital Curitiba/PR, BR 376 e BR-277.

6.1.1 ZONEAMENTO E USO DOS SOLOS

O terreno está inserido dentro de uma área, considerada pela Lei


Complementar nº 107, de 19 de abril de 2016 (LEIS MUNICIPAIS, 2016, s.p), como
ZR3 - Zona Residencial 3 (figura 29), caracterizada por destinar-se à habitação de
média densidade.

Figura 29: Zoneamento


Fonte: SIG WEBGEO, s.d.

Ao analisar o uso do solo, verificamos que o projeto do abrigo para animais,


compreenderia o uso comunitário 4, o qual é destinado a setores de saúde e
assistência social. Por conseguinte, tal uso está classificado como Usos
41

Permissíveis, e dependem da aprovação do Conselho Municipal de Planejamento e


Desenvolvimento Urbano - CMPDU, para realizar a execução.

6.1.2 CONDICIONANTES LOCAL

A partir da análise relacionada à orientação do sol no hemisfério sul, e


conforme a figura 30, percebemos uma maior incidência de luz solar na face norte
ao longo do dia, em relação à face leste a incidência ocorrerá no período da manhã,
ao contrário da face oeste, onde o predomínio acontece no período da tarde. Logo, a
face sul possui a menor incidência. Além disso, de acordo com relatório detalhado
do clima, fornecido pela empresa Weatherspark (s.p.s.d), os ventos predominantes
na maior parte do ano no município de São José dos Pinhais/PR, vem da direção
leste. Também foi verificada a presença de vegetação no entorno e no interior do
lote, mais precisamente na porção noroeste, ao centro e na porção nordeste.

Figura 30:: Condicionantes local


Fonte: GOOGLE EARTH, 2020, adaptado pela autora
42

Com base no estudo das condicionantes locais, serão aplicadas as


estratégias para executar uma arquitetura bioclimática, cuja finalidade é proporcionar
um maior conforto térmico e acústico, e ainda contribuir com o meio ambiente. A
vegetação existente permanecerá, de modo que, será destinado ao enriquecimento
ambiental para os animais

6.1.3 POTENCIALIDADES

A escolha do lote teve como premissa, pontos de estratégias que permitam ao


público-alvo, facilidade de acesso e a conexão com a natureza. Como demonstra a
figura 31, o Aeroporto Internacional Afonso Pena e vias importantes que percorrem a
cidade, tais como BR-116, BR-376, e Avenida Rui Barbosa, favorecem a logística e
possibilitam visitantes de outros municípios chegarem ao abrigo. Além disso,
proximidades com o Zoológico Municipal de Curitiba e parques, como o Náutico e
São José, despertam o interesse para uma futura adoção.

Figura 31: Potencialidades


Fonte: GOOGLE MAPS, 2020, adaptado pela autora
43

Posto isso, os pontos apresentados são considerados de grande importância


para a implementação da proposta projetual, visto que o projeto será um diferencial
e um dos únicos abrigos para animais para o município.

6.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades foi elaborado a partir de análises obtidas nos


estudos de referência, com objetivo de auxiliar o desenvolvimento do TC II, e ainda
atender a proposta projetual. O quadro 4, apresenta os setores do abrigo, bem como
suas respectivas áreas aproximadas. Em seguida, para um melhor entendimento, a
figura 28 demonstrará o organograma da setorização.

ÁREA ÁREA
SETOR AMBIENTE QUANT.
UNI. TOTAL
ADMINISTRAÇÃO 1 17,50 17,50

CORPORATIVO DIREÇÃO 1 17,50 17,50


ÁREA TOTAL:
49,50m² REUNIÃO 1 12,00 12,00

LAVABO 1 2,50 2,50

COPA 1 16,00 16,00

REFEITÓRIO 1 16,00 16,00

DML 1 9,00 18,00


APOIO
LAVANDERIA 1 9,00 9,00
ÁREA TOTAL:
84,59m² ALMOXARIFADO 1 6,00 6,00

SANITÁRIOS/VESTIÁR
2 16,00 32,00
IOS

DEPÓSITO DE RAÇÃO 1 15,00 15,00

CONSULTÓRIOS 3 12,00 36,00

AMBULATÓRIO 1 12,00 12,00

TRATAMENTO DEPÓSITO
1 6,00 6,00
MEDICAMENTOS
ÁREA TOTAL:
175,00m² LABORATÓRIO 1 8,00 8,00

SALA DE RADIOLOGIA 1 15,00 15,00

SALA DE 1 12,00 12,00


44

ULTRASSONOGRAFIA

ISOLAMENTO/INTERN
1 15,00 15,00
AÇÃO CÃES

ISOLAMENTO/INTERN
1 15,00 15,00
AÇÃO GATOS

SALA DE PREPARO
1 6,00 6,00
DE ALIMENTOS

BANHO E TOSA
1 25,00 25,00
(CÃES)

BANHO E TOSA
1 25,00 25,00
(GATOS)

SALA DE PREPARO
1 12,00 12,00
DE PACIENTES

SALA DE
1 12,00 12,00
ANTISSEPSIA

SALA CIRÚRGICA
BAIXA 1 25,00 25,00
CIRÚRGICO COMPLEXIDADE
ÁREA TOTAL: SALA ESTERILIZAÇÃO
94,00m² 1 12,00 12,00
MATERIAIS

SALA RECUPERAÇÃO
1 15,00 15,00
ANESTESIA

NECROPSIA 1 12,00 12,00

EXPURGO E LIXO
1 6,00 6,00
CONTAMINADO

ESTACIONAMENTO 30 12,00 360,00

RECEPÇÃO 1 50,00 50,00

PET SHOP 1 30,00 30,00

SANITÁRIOS 2 8,00 16,00

CAFÉ/LOUNGE 1 20,00 20,00


ADOÇÃO
CANIL INDIVIDUAL 16 2,00 32,00
ÁREA TOTAL:
1.131,60m² CANIL COLETIVO 6 15,00 90,00

ÁREA RECREATIVA
1 280,00 280,00
CÃES

GATIL INDIVIDUAL 8 1,20 9,60

GATIL COLETIVO 1 40,00 40,00

ÁREA RECREATIVA 1 180,00 180,00


45

GATOS

RECEPÇÃO 1 20,00 20,00


EDUCAÇÃO
SALA DE AULA 2 30,00 60,00
ÁREA TOTAL:
76,00 m² SANITÁRIOS 2 8,00 16,00

CARGA E DESCARGA 1 40,00 40,00

DEPÓSITO DE
1 6,00 6,00
JARDIM

DEPÓSITO DE LIXO 1 6,00 6,00


ÁREA TÉCNICA
ÁREA TOTAL: CENTRAL DE
1 9,00 9,00
54,00m² OXIGÊNIO

CENTRAL DE GÁS 1 4,00 4,00

AR CONDICIONADO 1 9,00 9,00

RESERVATÓRIOS 2 10,00 20,00


Quadro 4: Programa de necessidades
Fonte: Elaborado pela autora

A partir da elaboração do programa de necessidades, verificou-se que a


edificação contará com uma área estimada de 1.665m², havendo a possibilidade de
sofrer alterações no decorrer do desenvolvimento do projeto.
46

Figura 32: Organograma/Fluxograma


Fonte: Elaborado pela autora

Conforme apresentado acima, a edificação será segmentada por setores de


acessos públicos e restritos, visando organizar os ambientes de forma funcional e
promover um fluxo ordenado aos usuários.
47

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos estudos e pesquisas realizadas para esta monografia, foi
possível perceber como muitos cães e gatos vivem em situação de abandono nas
ruas, suscetíveis a doenças e maus tratos. Esses animais necessitam de cuidado,
proteção e oportunidades de serem inseridos dentro de um lar, para que possam
viver com dignidade e mais qualidade de vida. Para que esse ato de solidariedade
aconteça, é importante que haja um incentivo pela adoção de forma consciente,
onde o animal não corra o risco de voltar para as ruas, tampouco sofrer abusos.
As análises de estudos projetuais descritas no presente trabalho, tiveram
extrema importância para a compreensão dos espaços do abrigo e clínicas
veterinárias, bem como para a elaboração do programa de necessidades. Vale
salientar a dificuldade de encontrar referências nacionais, de abrigos que ofereçam
lar temporários e que disponham de clínicas para tratamento.
No capítulo um, houve o seguinte questionamento: como a construção do
abrigo pode influenciar no resgate dos animais abandonados, e ainda atrair a
visitação do público visando a conscientização da adoção, a fim de reinseri-lo no
convívio social, proporcionando maior qualidade de vida? A principal função do
abrigo é proporcionar um lar temporário aos cães e gatos. Tendo isso em vista, a
arquitetura possibilita ao público, a visibilidade dos animais que estão disponíveis
para adoção, por meio de um layout exclusivo, previamente desenhado e analisado
pelo arquiteto, o qual utiliza critérios destinados à construção de abrigos de animais
a fim de garantir o bem-estar dos mesmos.
Perante o exposto, espera-se que este estudo apresentado possa auxiliar na
causa da proteção animal e no incentivo à adoção responsável, além de servir como
referências para trabalhos acadêmicos de arquitetura e/ou relacionados ao tema
proposto.
48

REFERÊNCIAS

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para economizar energia. Arquitetura Bioclimática. 2021. Disponível em:
<https://www.archdaily.com.br/br/957671/arquitetura-bioclimatica-na-america-latina-e
strategias-passivas-para-economizar-energia> Acesso em: 21 abr. 2022.

ARCHDAILY. O que é e quando usar alvenaria estrutural? 2021. Disponível em:


<https://www.archdaily.com.br/br/963983/o-que-e-e-quando-usar-alvenaria-estrutural
> Acesso em: 13 abr. 2022.

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<https://www-archdaily-com.translate.goog/237233/palm-springs-animal-care-facility-
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Carrocinha? 2018. Disponível em <https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=391203>
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Assembléia Legislativa Do Paraná. Proteção aos animais é tema recorrente na


Assembleia Legislativa. Deputados estaduais aprovaram legislação de combate ao
abandono animal e aos maus-tratos e que garantem direitos aos bichinhos e seus
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<https://www.assembleia.pr.leg.br/comunicacao/noticias/protecao-aos-animais-e-tem
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m-e-entidades-pedem-adocao-responsavel#.YpppwKjMJPY> Acesso em: 28 abr.
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<https://tribunapr.uol.com.br/noticias/parana/sociedade-protetora-dos-animais-enfren
ta-dificuldades/> Acesso em: 28 abr. 2022.
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS
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INSCRIÇÃO IMOBILIÁRIA: 08.202.0011.0000 Data: 16/05/2022

CONSULTA AMARELA

Consulta informativa que relaciona os parâmetros urbanísticos e outras informações com o fim de subsidiar a
construção/regularização/reforma de edificações bem como a subdivisão/unificação e loteamento de imóveis.
Esta consulta NÃO DÁ DIREITO À CONSTRUÇÃO . Qualquer obra só poderá ser iniciada após
licenciamento junto à Secretaria de Urbanismo, ou seja, APÓS A EMISSÃO DO ALVARÁ DE
CONSTRUÇÃO.
As informações contidas na consulta não substituem a legislação vigente e não se encerram em si mesmas,
sendo obrigatório o cumprimento de toda a legislação pertinente, mencionada ou não.

INFORMAÇÕES DO IMÓVEL
LOGRADOURO: RUA ANTONIO ZARAMELA
NÚMERO PREDIAL OFICIAL: 1126
BAIRRO: COLÔNIA RIO GRANDE LOTEAMENTO: SUBDIVISAO
LOTE: D358 QUADRA: Sem informação
MATRICULA: 62728 OFICIO: 2

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ALVARÁ DE CONSTRUÇÃO / CVCO


NUMERO: 458 DATA: 20/09/2021 CVCO: Sem informação ANO: Sem informação

ZR3 - Zona Residencial 3


Ocupação
Altura máxima (nº de pavimentos) - 4
Taxa de permeabilidado solo mínima (%) - 30
Densidade residencial máxima (unidade habitacional / hectare) - média - 135
Afastamento mínimo de divisas (m) - 1,5
Taxa de ocupação máxima (%) - 60
Recuo Frontal mínimo (m) - 5 (12)

Coeficiente de Aproveitamento
Base - 1,8

Parcelamento mínimo
Testada (m) - 12
Lote mínimo (m²) - 360

* Loteamentos, subdivisões e unificações devem ter todos os projetos aprovados junto aos orgãos competentes,
atendendo a legislação vigente.

USOS ADEQUADOS
Usos adequados na ZR3

Habitação Unifamiliar: (13),(14),(15)


Condomínio de Sub-lotes / Condomínio Edilício Horizontal: (13),(14),(15),(16)
Condomínio Edilício Vertical: (13),(14),(15),(16)
Habitação Institucional: (13),(14),(15),(18)
Comunitário 1: (13),(19),(21),(22)
Comunitário 5: (13),(19),(21),(22)
Comércio 1: (13),(19,(20),(21),(22)
Serviço 1: (13),(19,(20),(21),(22)
Industrial 1: (13),(19,(20),(21),(22)

USOS CONDICIONADOS
Usos Condicionados à anuência da Secretaria Municipal de Urbanismo e/ou outras Secretarias
envolvidas na aprovação do projeto conforme Art.22 e Anexo IV da Lei Complementar n°107/2016, e
alterações – Lei de Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo.

Comércio 2: (13),(19,(20),(21),(22),(23)
Serviço 2: (13),(19,(20),(21),(22),(23)
Industrial 2: (13),(19,(20),(21),(22),(23)

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USOS PERMISSÍVEIS
Usos Permissíveis dependem de anuência do Conselho Municipal de Planejamento e Desenvolvimento
Urbano – CMDPU.

Comunitário 2: (13),(19),(21),(22)
Comunitário 3: (13),(19),(21),(22)
Comunitário 4: (13),(19),(21),(22)
Comércio e Serviço Específicos: (13),(25)
Serviço 3: (13),(19,(20),(21),(22),(24)
Extrativista: (13),(26)

OBSERVAÇÕES DA LEI DE ZONEAMENTO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO


(1). Observar condicionantes e restrições contidas no Capítulo IV da Lei Complementar nº 107/2016 e alterações - Lei de
Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo do Município.
(2). As áreas que estiverem dentro do limite de manancial estabelecido por legislação estadual deverão obedecer aos
parâmetros urbanísticos definidos na legislação estadual.
(3). Proibido parcelamento conforme Lei Federal 6766/79.
(4). Refere-se a altura máxima da edificação com ou sem recebimento de potencial construtivo.
(5). Observar as disposições dos artigos 43 e 44 da Lei Complementar nº 107/2016 e alterações - Lei de Zoneamento de
Uso e Ocupação do Solo do Município.
(6). Altura máxima de 30 metros para galpões, barracões e edifícios similares para uso não habitacional. A altura máxima
de 3 pavimentos para demais usos.
(7). A altura máxima dos imóveis da ZECH será definida pelo cone visual conforme o Art. 16 e Anexo III da Lei
Complementar nº 107/2016 e alterações - Lei de Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo do Município.
(8). Altura da edificação de acordo com normas técnicas e vigilância sanitária para o bom andamento das atividades. A
altura máxima de 3 pavimentos para uso habitacional e público comunitário.
(9). A ser regulamentado em lei específica.
(10). Taxa de ocupação máxima de 10% para Zona Rural; Taxa de ocupação máxima de 20% para os lotes com testada
para as vias descritas no §3º do artigo 21 da Lei Complementar nº 107/2016 e alterações - Lei de Zoneamento de Uso e
Ocupação do Solo do Município.
(11). Taxa de permeabilidade mínima de 80% para Zona Rural; Taxa de permeabilidade mínima de 70% para os lotes com
testada para as vias descritas no §3º do artigo 21 da Lei Complementar nº 107/2016 e alterações - Lei de Zoneamento de
Uso e Ocupação do Solo do Município. §3º do artigo 20 da Lei Complementar nº 107/2016 e alterações - Lei de
Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo do Município.
(12). Observar as disposições dos artigos 46 e 47 da Lei Complementar nº 107/2016 e alterações - Lei de Zoneamento de
Uso e Ocupação do Solo do Município.
(13). Observar condicionantes e restrições contidas nos Capítulos II e III da Lei Complementar nº 107/2016 e alterações -
Lei de Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo do Município.
(14). Todos os usos habitacionais com 50 unidades autônomas ou mais deverão apresentar Estudo de Impacto de
Vizinhança, conforme o §9º do artigo 30 da Lei Complementar nº 107/2016 e alterações - Lei de Zoneamento de Uso e
Ocupação do Solo do Município.
(15). A respeito de rede de abastecimento de água e/ou de coleta de esgoto, observar as disposições do do artigo 29 da
Lei Complementar nº 107/2016 e alterações - Lei de Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo do Município.
(16). Para 20 ou mais unidades habitacionais, observar as disposições do §6º do artigo 30 da Lei Complementar nº
107/2016 e alterações - Lei de Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo do Município.
(17). Para 20 ou mais leitos, observar as disposições do §4º do artigo 30 da Lei Complementar nº 107/2016 e alterações -

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Lei de Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo do Município.


(18). Deverão ter seus acessos analisados e aprovados pelo órgão municipal responsável pelo trânsito, conforme §7º do
artigo 30 da Lei Complementar nº 107/2016 e alterações - Lei de Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo do Município.
(19). Os usos a partir de 300,00m² de área utilizada para a atividade no lote (construída ou não) deverão ser analisados
pelo órgão municipal responsável pelo trânsito, conforme artigo 26 da Lei Complementar nº 107/2016 e alterações - Lei de
Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo do Município
(20). Os usos a partir de 1.500,00m² de área utilizada para a atividade no lote (construída ou não), serão considerados
permissíveis conforme artigo 27 da Lei Complementar nº 107/2016 e alterações - Lei de Zoneamento de Uso e Ocupação
do Solo do Município, excetuando os proibidos.
(21). Os usos a partir de 5.000,00m² de área utilizada para a atividade no lote (construída ou não), deverão apresentar
Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV, conforme artigo 28 da Lei Complementar nº 107/2016 e alterações - Lei de
Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo do Município.
(22). A respeito de rede de abastecimento de água e/ou de coleta de esgoto, observar as disposições do artigo 29 da Lei
Complementar nº 107/2016 e alterações - Lei de Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo do Município.
(23). Os usos condicionados submeter-se-ão à análise das Secretarias Municipais de Urbanismo, Meio Ambiente,
Transportes e Trânsito, Viação e Obras Públicas e/ou Saúde conforme artigo 22 e Anexo IV da Lei Complementar nº
107/2016 e alterações - Lei de Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo do Município.
(24). Não será permitido condomínio para estas classificações.
(25). Os usos e atividades classificados nessa categoria deverão apresentar Estudo de Impacto de Vizinhança.
(26). Observar as disposições do inciso VI e § 5º do artigo 25 da Lei Complementar nº 107/2016 e alterações - Lei de
Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo do Município.
(27). Observar as disposições do inciso VII e do § 6º do artigo 25 da Lei Complementar nº 107/2016 e alterações - Lei de
Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo do Município.
(28). Extração mineral desde que vinculado ao poder público.
(29). A Zona Especial Aeroportuária seguirá os parâmetros conforme legislação específica.
(30). 3,00m para terrenos com testada para vias com caixa igual ou superior a 16,00m / 5,00 m para os terrenos com
testada para vias com caixa inferior a 16,00m.

ÁREA DE SEGURANÇA AEROPORTUÁRIA (ASA)


Este imóvel está contido na Área de Segurança Aeroportuária do Aeroporto Internacional Afonso Pena (SBCT)
conforme raio estabelecido pela Lei Federal nº 12.725/2012. Nesta região a construção e funcionamento de
atividades de natureza perigosa para a aviação e/ou atrativa ou potencialmente atrativa de fauna são sujeitas à
aplicação de restrições especiais, que podem compreender desde a sua adequação até a cessação das
operações. Tais casos devem receber parecer técnico do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos do Comando da Aeronáutica (Cenipa/Comaer) por ocasião da obtenção ou da renovação de suas
licenças, conforme estabelece o Plano Básico de Gerenciamento de Risco de Fauna (Tabela A, PCA 3-3/2018,
disponível em http://www2.fab.mil.br/cenipa/index.php/legislacao/pca-plano-do-comando-da-aeronautica).

DIRETRIZES VIÁRIAS
1. As diretrizes viárias do Município, definidas pela Lei Complementar nº 104/2015 e alterações - Lei do
Sistema Viário do Município - são consideradas faixas não edificáveis.
2. Para a verificação da incidência de diretrizes viárias no imóvel deve-se observar o croqui no início desta
consulta. O código “D.A.” refere-se a alargamento viário e o código “D.P.” diretriz de prolongamento viário, a
medida que segue o código refere-se à largura total da caixa da via projetada, em metros.
3. Se houver incidência de alargamento viário no imóvel (código “D.A.” no croqui), o atingimento efetivo deverá
ser confirmado através de medição in loco da largura da via existente pelo responsável técnico,
considerando metade da medida indicada para cada lado do eixo atual da via.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS
SECRETARIA MUNICIPAL DE URBANISMO
webgeo@sjp.pr.gov.br - telefone: 3299-5904

INSCRIÇÃO IMOBILIÁRIA: 08.202.0011.0000 Data: 16/05/2022

a. Conforme o artigo 12 da Lei do Sistema Viário do Munícipio, se a via pública oficial em área urbana
possuir largura inferior a 12,00 m, deverá sofrer alargamento progressivo até atingir tal medida (sendo 6,00
m para cada lado do eixo existente).

b. Conforme o artigo 16 da Lei do Sistema Viário do Munícipio, se a via pública oficial em área rural possuir
largura inferior a 30,00 m, deverá sofrer alargamento progressivo até atingir tal medida (sendo 15,00 m para
cada lado do eixo existente).

c. Os imóveis lindeiros às rodovias federais deverão consultar o órgão competente (CONCESSIONÁRIA/


DNIT/DER etc.) quanto aos respectivos alargamentos viários, atingimento por faixa de domínio e faixa não-
edificável, conforme previsto na Lei Federal nº 6766/1979 (Lei do Parcelamento do Solo).
4. Se houver incidência de prolongamento viário no imóvel (código “D.P.” no croqui), para a definição da
posição da diretriz o proprietário deverá apresentar levantamento planialtimétrico durante o processo de
licenciamento de obra e/ou de parcelamento do solo. Nesta ocasião poderá o responsável técnico sugerir
traçado interno ao lote levando em consideração a viabilidade ambiental, fundiária, fluxo viário etc., e desde
que se inicie e termine nos mesmos pontos de entrada e saída no imóvel indicados pela lei vigente. a. Os
imóveis com diretrizes viárias paralelas e tangentes às linhas de transmissão de energia elétrica (LT) devem
reservar faixa não edificável considerando metade da medida indicada em lei para cada lado do limite da
faixa de segurança da LT. Para a definição da posição da diretriz o proprietário deverá consultar a
concessionária competente (COPEL) quanto à faixa de segurança e então apresentar o parecer durante o
processo de licenciamento de obra e/ou de parcelamento do solo.
5. Todos os atingimentos viários deverão ser representados nos processos de licenciamentos de obra e/ou
parcelamento do solo, devidamente cotados (larguras, raios, distâncias a vértices/perpendiculares) e
demarcados em prancha como “projeção de futuro alinhamento predial” nos casos de alargamento e “faixa
não edificável – diretriz viária” nos casos de prolongamento viário.
6. Ainda poderão ser indicadas outras diretrizes viárias no imóvel pelo órgão responsável pelo planejamento
territorial e urbano da Secretaria Municipal de Urbanismo (DPTU/SEMU) de modo a atender o artigo 6º §7º
da Lei Complementar nº 107/2016 e alterações - Lei de Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo do
Município - e os artigos 13 e 14 da Lei Complementar nº 104/2015 e alterações - Lei do Sistema Viário do
Município -, quando aplicáveis, durante o processo de licenciamento de obra e/ou de parcelamento do solo.
7. A largura da diretriz de Via Marginal municipal foi definida em 16,00m a partir da faixa de domínio da
rodovia, conforme a dimensão mínima prevista no artigo 12 para novas vias (Lei Complementar nº 104/2015
e alterações). No entanto, visto que as Vias Regionais e Marginais seguem os parâmetros definidos pelo
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT, este deve ser consultado quando da
aprovação de projetos viários ou de edificações.
8. Em caso de dúvidas, consultar o DPTU/SEMU através de protocolo geral ou plantão técnico (dias úteis, das
9h às 11h).

INFORMAÇÕES
1. Para a supressão de vegetação e/ou corte de árvores isoladas é necessária a avaliação junto à Secretaria
Municipal de Meio Ambiente e autorização específica emitida pelo órgão ambiental competente.
2. Se houver no terreno ou se este confrontar ou existir nas proximidades lagos, rios, córregos ou nascentes
deve-se respeitar a área de preservação permanente a partir de suas margens, conforme lei Federal
12.651/2012 e alterações e Resolução Conjunta IBAMA/SEMMA/IAP nº 05/2008;
3. Não é permitida a edificação nem a utilização das áreas de preservação permanente, sendo necessária sua
recuperação, caso esta esteja degradada;
4. Em situações em que exista a necessidade de processos de movimentação de solo (corte, aterro e
terraplanagem), bem como a implantação de sistemas de drenagem em corpos hídricos ou retificações, é
necessária a avaliação junto à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e autorização específica emitida pelo
órgão ambiental competente.

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SECRETARIA MUNICIPAL DE URBANISMO
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OBSERVAÇÕES SECRETARIAS
Secretaria Municipal de Viação e Obras Públicas
Campo a ser atualizado pela Secretaria.
Secretaria Municipal de Meio Ambiente
Campo a ser atualizado pela Secretaria.
Secretaria Municipal de Urbanismo
Campo a ser atualizado pela Secretaria.
Conselho Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano
Campo a ser atualizado pela Secretaria.

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