RECONHECIMENTO MATERNO

RECONHECIMENTO
MATERNO DA GESTAÇÃO

Luana Cerqueira
RESUMO
 1 RECONHECIMENTO MATERNO DA GESTAÇÃO

Aspectos hormonais do reconhecimento materno da gestação

A progesterona é indispensável na gestação de todos os mamíferos, logo a

sobrevivência do embrião depende da permanência do corpo lúteo (CL) que no
período de gestação passa a ser denominado como CL gravídico. Esse momento
em que o CL passa a ser um CL gravídico se chama reconhecimento materno da
gestação.
O endométrio tem um papel importante na regressão do CL (produção de
prostaglandinas, que causam a luteólise), portanto a mucosa endometrial deve
estar de algum modo envolvida nos mecanismos de reconhecimento materno da
gestação.
O embrião no início do desenvolvimento sintetiza diversas substâncias, algumas
são: citocinas (interferons, interleucinas, fatores estimulantes de macrófagos, fator
de necrose tumoral etc.), enzimas (proteases), prostaglandinas (PGF, PGE),
hormônios (liberador de corticotrofinas, estrógenos e outros fatores ainda não
determinados.

Interferons: Eles participam do controle e da replicação celular, e são modificadoras

da resposta imunológica, com efeitos antiviral, antiproliferativo e imunomodulador.

O corpo lúteo necessita ser mantido, para continuar sintetizando progesterona e

cooperando para o reconhecimento e sobrevivência do concepto, essa condição
pode resultar das seguintes situações:
• O concepto previne a secreção de PGF2alf
• O concepto altera a distribuição da PGF2alf
• O concepto secreta uma substância capaz de competir com os efeitos da
PGF2alf no CL, um antiluteolítico.
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Reconhecimento materno em ruminantes

A substância que está mais diretamente envolvida na sinalização da gestação, é a
uma proteína secretada pelo trofloblasto, a trofoblastina que é um tipo pouco
utilizado de interferon do tipo 1 o interferon-tau. O interferon-tau é uma citocina
produzida pelo concepto, que inibe a expressão dos receptores de estrógeno e de
ocitocina no endométrio e evita a liberação de pulso luteolíticos de PGF2alf.
OBS: O não retorno ao cio pode ser um indicador de gestação.

Reconhecimento materno em suínos

Para ocorrer o reconhecimento na porca, ela precisa ter no seu
ventre no mínimo 4 embriões. Nessa espécie a produção de PGF2alfa não é inibida,
mas tem o seu percurso mudado, a prostaglandina vai ser liberada primeiramente
para o lúmen do útero, onde vai ser degradada e não vai lisar o CL.

Reconhecimento materno em equinos

Nos equinos o produto produzido pelo concepto responsável pelo
reconhecimento materno ainda não é conhecido.
• O embrião migra pelo lúmen uterino de 10 a 13 vezes por dia
• Diferenciação de cistos e embriões pelo ultrassom e localização
• PGF2alfa elimina os embriões

Reconhecimento materno em primatas

Manutenção do CL pela gonadotrofina coriônica HCG

FSH 25%
HCG
LH 75%

ECG FSH 75%

LH 25%
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Gestação
O útero durante a gestação funciona como uma incubadora, a maioria das
incubadoras procura, como um útero, ser úmidas, escuras, estéreis e com um meio
nutritivo.
A duração da gestação é calculada a partir do período fértil e o parto, e varia
conforme a espécie animal.
• Asininos: 343 a 375 dias
• Equinos: 330 a 340 dias
• Bovinos zebuínos: 286 a 296 dias
• Bovinos taurinos: 280 a 290 dias
• Caprinos e ovinos: 150 dias
• Suínos: 114 a 120 dias
• Cães e gatos: 58 a 64 dias

Há alguns fatores que podem interferir na duração da gestação:

Fatores maternos: A idade da mãe pode influenciar dependendo da espécie.
Fêmeas mais jovens tendem a ter um período de gestação mais curto.
Fatores fetais: Em animais multíparos, fetos pequenos ou ninhadas grandes
podem ter menor tempo de gestação, em uníparos, fetos múltiplos também
podem influenciar nesse quesito.
Fatores genéticos: Gestação prolongada por causa de genes autossômicos,
raças de gado, raças de cavalo.
Fatores ambientais: Estresse e utilização de substâncias que interfiram no
mecanismo do parto, como a progesterona, os glicocorticoides e a ocitocina,
podem adiantar ou prolongar a gestação.

Hormônios na gestação
Principais: progesterona, estrógeno, prolactina e relaxina.
A progesterona é secretada pelo corpo lúteo, a placenta contribui com a P4 no
terço final da gestação, há um aumento de estrógeno próximo ao final da gestação,
a concentração de prolactina aumenta cerca de 20 horas antes do parto e declina
abruptamente 30 horas após o parto.
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• Ovelha – Aumento gradual da P4 até 60 dias, se a gestação for múltipla até 64

dias, a placenta contribui com a produção de progesterona.
• Porca – Necessários CLs para manutenção da gestação, o Nº de embriões
não afeta a quantidade de P4, 2 a 3 semanas antes do parto aumenta a
produção de estrógeno.
• Égua – produção de P4 apena pelo CL primário ate o 40º dia de gestação,
formação do cálice endometrial e liberação de ecg35 por até 90 dias,
produção de progesterona pelo CL primários e os CL acessórios ate 120 dias,
a partir dai a placenta que é responsável pela produção de progesterona que
se mantem em concentrações mais baixas.
• Cadela – fase luteínica (destro) bem longo, CL essencial para manutenção da
gestação.

Número de fetos
• Unípara – um feto obviamente
• Multípara – mais de um feto

Número de partos
• Nulípara – nunca pariu
• Primípara – primeiro parto
• Plurípara – pariu mais de uma vez

Embrião
• Implantação
▪ Contato físico entre o trofloblasto e o endométrio

• Placentação
▪ Justaposição das vilosidades do cório fetal com as criptas da mucosa
uterina
▪ Adecídua(não é profunda) e decídua (profunda)

Placenta
• Invasiva – fagocitose e digestão do epitélio uterino pelo concepto
▪ Decidualização
▪ Roedores e primatas
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• Não invasiva – não há fagocitose/digestão, justaposição e adesão das células

epiteliais, semi-decídua.

Importâncias da placenta
• Respiração, nutrição filtração, excreção, hormonal, proteção, imunoproteção,
durante o parto(líquidos fetais)
• Membranas
▪ Saco vitelínico
▪ Córion
▪ Amnio
▪ Alantoide
▪ Cordão umbilical

Placenta cotiledonária
Cotilédone(feto) +
Carúncula(mãe) =
PLACENTOMA
Barreira maternofetal
Sinepitéliocorial
RUMINANTES

Placenta difusa
Parece um velcro, totalmente
colada no útero
Barreira maternofetal
Epitéliocorial
EQUINOS E SUÍNOS
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Placenta zonária
Uma faixa semelhante a uma
cinta, ao redor do equador
Barreira maternofetal
Endotéliocorial
CADELAS E GATAS

Placenta discoidal
Uma área com formato de
disco
Barreira maternofetal
Hemocorial
PRIMATAS
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