Sólido Cristalino

α : Ferrita

Perlita
 Microestrutura de um aço Eutetóide
α : Ferrita

Perlita

Fe3C : Cementita – carbeto de ferro

 Equilíbrio Eletrostático vs Equilíbrio Energético

Equilíbrio eletrostático: np = ne
p

K e Desequilíbrio Energético: camada de valência

n
incompleta. Desequilíbrio energético é a força
L motriz para o estabelecimento das ligações
atômicas.

K L M N ...
2 8 18 32 ...
 Ligações Atômicas e Comportamento Mecânico

- +

Ligação iônica
+ -

Material Frágil

Ligação covalente
 Ligações Atômicas e Comportamento Mecânico

- -
- + - + -
- - Ligação metálica Material Dúctil
- + - + -
- -
 Estados da Matéria
 Plasma: gás ionizado em altíssima temperatura.

 Gasoso: os átomos ou moléculas da substância estão muito afastados ou livres uns

dos outros. Vapor ou gás são compressíveis e expansíveis. Vapor e gás só podem
ser contidos em recipientes hermeticamente fechados.

 Líquido: os átomos ou moléculas da substâncias estão próximos a ponto de

estabelecerem entre si ligações atômicas transitórias, ou seja, não permanentes. O
líquido tem a forma do recipiente que o contém. Líquidos são incompressíveis.

 Sólido: os átomos ou moléculas da substâncias estão tão próximos que são

estabelecidas ligações atômicas permanentes/estáveis. O modo como os átomos se
organizam para formar os sólidos resulta em dois tipos de estruturas: amorfas e
cristalinos. Sólidos podem ser rígidos ou deformáveis.
 Microestrutura
Estrutura interna dos sólidos pode ser definida como a organização das partes ou dos
elementos que formam o todo.
Estrutura Cristalina de um sólido pode ser definida como o arranjo (organização ou
ordenação) dos átomos em um reticulado (ou rede) periódico tridimensional. A
unidade da estrutura cristalina é chamada de célula unitária.

Estrutura Amorfa de um sólido é aquela na qual os seus átomos estão organizados de

forma aleatória, ou seja, sem simetria ou ordenação de longo alcance. Do ponto de
vista estrutural, ou seja, da organização interna dos átomos ou moléculas, não existe
diferenças significativas entre um sólido amorfo e um líquido. Entretanto, os estados
da matéria são diferentes. O vidro é exemplo de sólido amorfo, tem uma a
organização interna semelhante a do vidro no estado líquido, que também é amorfo,
contudo, na temperatura ambiente o vidro encontra-se no estado sólido.
 Exemplo: Solidificação do Aço
Nesta apresentação, será estudado o processo de solidificação do aço, ou seja, a mudança
da fase líquida para a fase sólida.
Supor a fabricação de uma peça por fundição conforme ilustrado na figura. Inicialmente
o aço líquido (ou fundido) é despejado no molde de fundição pelo canal de vazamento até
a cavidade da peça. O aço líquido depois de preencher totalmente a cavidade da peça
perde calor para o molde, reduz a sua temperatura dando início ao processo de
solidificação.
Cadinho com aço
líquido

Peça

Molde
 Caracterização do Estado Líquido

 Distribuição aleatória dos átomos no líquido.

 Os átomos estão próximos uns dos outros, mas, a
energia interna ainda e alta e impede ligações
atômicas permanentes ou estáveis. Aproximadamente
1022 átomos por cm3.
 A razão do líquido adquirir a forma do recipiente que
o contém é devido a não formação de ligações
atômicas permanentes, ou seja, os átomos do líquido
estão “livres” para se movimentarem aleatoriamente.

Líquido
 Transformação de Estado ou de Fase

Líquido
Sólido

Redução da Temperatura
(redução da energia interna)

 Alta mobilidade atômica.  A redução da agitação dos átomos

(redução da temperatura) promove a
aproximação entre os átomos e as
ligações atômicas são estabelecidas de
maneira organizada. Aproximadamente
1023 átomos por cm3.
 Transformação de Estado ou de Fase

1. Numa determinada região do

líquido ocorre redução da
Líquido temperatura imediatamente
abaixo da temperatura de fusão.
(1) Região “fria” 2. Os átomos pertencentes a essa
região vibram com menor
intensidade e são aproximados
(2) Forças de o suficiente para formar uma
atração atômica ligação atômica permanente.
3. Devido ao resfriamento
contínuo, átomos da fase líquida
(3) migram para a fase sólida em
formação ou crescimento.
Porção de ferro líquido
Distância de Equilíbrio entre Átomos
Barreira Energética
entre fases
Estado Sólido
𝑑𝑒 𝑠
Mobilidade atômica: f(T)

Distância entre centros dos átomos

Distância de equilíbrio
para manter a ligação
estável ou permanente.
Distância de Equilíbrio entre Átomos

Estado Sólido Estado Líquido Estado Vapor

𝑑𝑒 𝑙

Distância de equilíbrio para

manter a ligação ou transitória.

Elevada mobilidade atômica: f(T)

 Distância de Equilíbrio entre Átomos Iguais

↓ 𝑇 ⇒↓ 𝑑𝑒 Aproxima os átomos
𝑑𝑒 = 𝑓 𝑇
↑ 𝑇 ⇒↑ 𝑑𝑒 Afasta os átomos

Distância de Equilíbrio entre Átomos Diferentes

𝑑𝑒 = 𝑓 𝑇; %𝑤, ∅; 𝑑𝑖𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟ô𝑛𝑖𝑐𝑎; 𝑣𝑎𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎; …

 Nucleação da Célula Unitária
Estado Líquido

Redução da
Temperatura

Organização Amorfa ou Aleatória Nucleação do Sólido Unitário

- não segue um padrão - - CS; CCC; CFC -
A temperatura é uma medida do grau de agitação de átomos ou moléculas que compõe uma substância (material). Quanto
maior a temperatura maior é agitação atômica de uma dada substância. No estado gasoso, por exemplo, átomos ou
moléculas estão completamente livres e, portanto, muito afastados uns dos outros em relação aos átomos nos estados
líquido e sólido. Isto significa dizer que no estado gasoso a agitação dos átomos ou moléculas é máxima. Dito de outra
maneira, a energia interna é elevada em relação a energia interna da mesma substância nos estados líquido e sólido. A
medida que a temperatura é reduzida, a energia interna da substância também reduz e como consequência, átomos ou
moléculas componentes da substâncias se aproximam (rearranjam, ou reorganizam) adequando-se a nova condição de
equilíbrio energético. A redução gradativa da energia interna evolui até determinado grau no qual a reorganização de
átomos ou moléculas é manifestada pela transformação de fases: GASOSO EM LÍQUIDO e LÍQUIDO EM SÓLIDO. O
INVERSO TAMBÉM É VERDADEIRO

Processo de solidificação no interior do líquido ocorre em duas etapas. A primeira etapa é a nucleação do
sólido unitário e a segunda é o crescimento da partícula.

Estado Líquido
Nucleação sólido
elementar ou unitário

Minimizar a energia livre do sistema. A

Substância Pura organização busca a menor energia livre.
 Nucleação e Crescimento

A media que a temperatura é reduzida

(reduzida energia interna) novas células
unitárias são formada ao redor da célula
unitária primária. Esse processo é conhecido
como crescimento do sólido no interior do
líquido.
 Nucleação e Crescimento

O processo de crescimento progride até que

todo líquido seja transformado em um sólido.
Quando o sólido é formado a partir de um
conjunto de células unitárias dispostas de
maneira organizada, o sólido é definido com
cristalino.
A organização de célula unitárias disposta
espacialmente recebe o nome de rede
cristalina.
Quando todo líquido é convertido ao estado
sólido a partir de uma única célula unitária o
sólido é definido como monocristalino ou
monocristal.

Sólido Monocristalino ou
Monocristal
 Nucleação e Crescimento

Na maioria dos casos, o processo de

solidificação de um material é desencadeado
em várias partes do volume do líquido e cada
núcleo de solidificação dá origem a um cristal
(ou grão). Os cristais crescem até serem
bloqueados pelo crescimento de cristais
vizinhos. O resultado é a formação de um
material composto de vários cristais ou grãos,
ou seja, policristalino. Em geral a estrutura
policristalina é referenciada como
microestrutura do material. As fronteiras de
cada grão são chamadas de contornos de grão.
 Diferentes Direções Cristalográficas

O “encaixe” não é perfeito e por essa razão

as ligações são incompletas e os contornos
de grãos são formados.
 Nucleação e Crescimento
A fronteira ou interface entre
os grãos são chamados de
Sólido Policristalino Contornos de Grãos
 Material Policristalino

Contornos de
Grãos

P
S
Fe Fe
Fe Fe S
Contornos de grão é uma região de segregação
de impurezas e de ligações incompletas.
Fe
Fe Fe
 Tipos de Estruturas Cristalinas nos Aços (ferro)

Sólido Formação célula unitária

Célula Unitária
Cúbica de Face Centrada (CFC)
Em 3 dimensões

Célula Unitária
Cúbica de Corpo Centrado (CCC)
 Diagrama de Fase do Ferro e Alotropismo do Ferro

Alotropismo é a possibilidade de existência de duas ou mais estruturas cristalinas diferentes em uma

substância em função da temperatura. O ferro é, portanto, um material alotrópico pois exibe dois tipos
de estruturas cristalinas em condições de equilíbrio. Da temperatura ambiente até 912 °C sua estrutura
cristalina é CCC e de 912 °C até a temperatura de 1394° C é CFC.
Diagrama de Fases do Aço 1076

A adição de carbono ao ferro (formando aço) reduz

a temperatura de fusão da liga, ou seja, o aço (liga
de Fe e C) tem temperatura de fusão inferior ao do
ferro puro.

A adição de carbono ao ferro também reduz a

temperatura de transformação alotrópica.

Perlita é uma microestrutura

formada de camadas alternadas
de cementita e ferrita.
 Importância do Alotropismo do Ferro
O Alotropismo do aço (ferro) é o que permite controlar a transformação de fases ou a
alteração da microestrutura nos aços mediante ciclos controlados de aquecimento e
resfriamentos chamados de tratamentos térmicos. A transformação de fases controlada
promove a formação de diferentes tipos de microestruturas, as quais proporcionarão
diferentes propriedades mecânicas para um aço com a mesma composição química.

Por exemplo:
O tratamento térmico de Têmpera é a transformação da microestrutura CFC na
microestrutura martensítica mediante resfriamento rápido do aço. Caso o aço não fosse um
material alotrópico esse tipo de transformação não seria possível.

Processos de conformação mecânica são realizados a quente porque a microestrutura CFC

é mais dúctil do que a microestrutura CCC, ou seja, a transformação de CCC para CFC
amolece o aço.