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Passado Que Não Passa - Marx - Anita
Passado Que Não Passa - Marx - Anita
4 Importante observar que não se pode derivar daí, da afirmação de que todo
processo da vida social está determinado pelo modo de produção, uma vin-
culação mecânica entre ambos. Não escapará a Marx a compreensão de que
a contradição entre as relações sociais de produção e os diferentes estágios
de desenvolvimento das forças produtivas é o mecanismo fundamental da
transformação social.
“O resultado geral a que cheguei e que, uma vez obtido, serviu-me de fio
condutor aos meus estudos, pode ser formulado em poucas palavras: na
produção social da própria vida, os homens contraem relações determina-
das, necessárias e independentes de sua vontade, relações de produção estas
que correspondem a uma etapa determinada de desenvolvimento das forças
produtivas materiais. A totalidade destas relações de produção forma a es-
trutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se levanta uma su-
perestrutura jurídica e política, e à qual correspondem formas sociais deter-
minadas de consciência. O modo de produção da vida material condiciona
o processo em geral de vida social, político e espiritual. Não é a consciência
dos homens que determina seu ser, mas, ao contrário, é o seu ser social que
determina sua consciência. Em uma certa etapa do seu desenvolvimento, as
forças produtivas materiais da sociedade entram em contradição com as re-
lações de produção existentes ou, o que nada mais é do que a sua expressão
jurídica, com as relações de propriedade dentro das quais aquelas até então
se tinham movido. De formas de desenvolvimento das forças produtivas, es-
sas relações se transformam em seus grilhões. Sobrevém então uma época
de revolução social. Com a transformação da base econômica, toda enorme
superestrutura se transforma com maior ou menos rapidez. (...) Assim como
não se julga o que um indivíduo é a partir do julgamento que ele se faz de
si mesmo, da mesma maneira não se pode julgar uma época de transforma-
ção a partir de sua própria consciência; ao contrário, é preciso explicar essa
consciência a partir das contradições da vida material, a partir do conflito
existente entre as forças produtivas sociais e as relações de produção. (...)”
(MARX, 1978, p.129-130)
REFERÊNCIAS
MARX, Karl. Para a Crítica da Economia Política. In: Os pensadores. São Paulo:
Abril Cultural, 1978.
__________. Miséria da filosofia. São Paulo: Livraria Ed. Ciências Humanas, 1982.
__________ . O Capital I. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
___________. Manuscritos Economia y Filosofia. Madrid: Alianza Editorial, 1984.
___________. A Ideologia Alemã. São Paulo: Hucitec, 1991.
___________. A Sagrada Família ou Crítica da Crítica Crítica – Contra Bruno Bauer
e Consortes. Lisboa/São Paulo: Ed. Presença/ Ed. Martins Fontes, s/d.
___________. Trabalho Assalariado e Capital. In: Textos (vol III). São Paulo: Ed.
Sociais, s/d A.
___________. O 18 Brumário de Luiz Bonaparte. In: Textos (vol III). São Paulo: Ed.
Sociais, s/d A.
___________. As Lutas de Classe na França de 1848 a 1850. In: Textos (vol III). São
Paulo: Ed. Sociais, s/d A.