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PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS

O que são
Plantas medicinais são aquelas usadas na preparação de
remédios. Milhares de espécies vegetais são usadas em todo
o mundo na preparação dos remédios caseiros. Esses usos
vêm do conhecimento popular ou tradicional de cada país.
Conhecimento popular é aquele mais difundido entre as
pessoas, como as folhas de chá cultivadas nas hortas. Já o
conhecimento tradicional vem de uma ancestralidade,
representado no Brasil pelas plantas usadas pela cultura
Ameríndia. Esses usos foram descobertos/ desenvolvidos
pelos povos indígenas a partir de espécies da biodiversidade
brasileira há mais de 12 mil anos (veja o Banco de dados).
Os fitoterápicos são também preparados com as plantas, mas
são produtos que passaram por estudos em laboratório,
que atestaram sua eficácia e segurança. Os medicamentos
fitoterápicos são produtos industrializados e devem ser
adquiridos nas farmácias. É importante salientar que, tanto
os remédios caseiros, quanto os produtos industrializados
agem no corpo devido à presença de substâncias químicas
ativas, que são extraídas da planta durante a preparação.
Como reconhecer
É muito importante conhecer a parte da planta que será usada
na preparação do remédio, pois as substâncias ativas
podem estar presentes em diferentes partes do vegetal. Em
algumas plantas, as substâncias estão acumuladas nas
cascas (ex. canela), em outras nas raízes (gengibre), flores
(camomila) ou folhas (hortelã). Em algumas poucas espécies,
como por exemplo a tanchagem, as substâncias estão
distribuídas em todo o vegetal.
Como coletar
A ocorrência das plantas pode ser dividida como: (1) Plantas
nativas: são aquelas próprias do local e que são usadas
tradicionalmente pelas populações locais. O Brasil conta
com milhares de plantas medicinais nativas mas,
infelizmente, elas são muito pouco conhecidas e usadas.
Entre as mais conhecidas estão o barbatimão, copaíba,
carapiá, espinheira-santa, guaco e o guaraná. (2) Plantas
exóticas: São aquelas nativas de outros continentes, mas que
foram aqui introduzidas ao longo da história. A maior parte
das planta usadas para “chá”, e cultivadas nas hortas e
jardins, são espécies exóticas. Exemplos são o alfavaca
(Ocimum sp.), babosa (Aloe vera e Aloe barbadensis), capim-
santo (Cymbopogon citratus), funcho (Foeniculum vulgare),
gengibre (Zingiber officinale), hortelãs (Mentha spp.) e salvia
(Salvia officinalis). (3) Plantas ruderais: são espécies
cosmopolitas, nativas (quebra-pedra – Phyllanthus niruri ou
picão – Bidens pilosa) ou exóticas (tanchagem (Plantago sp. ou
dente-de-leão – Taraxacum officinale). Elas crescem
espontaneamente em locais urbanizados como lotes,
calçadas ou beira de estradas. É preciso muito cuidado para
se coletar essas plantas pois, dependendo do local onde
ocorrem, estão certamente contaminadas. (4) Plantas
importadas: são espécies que não ocorrem no Brasil e
precisam ser adquiridas no comércio. Exemplos são a Erva
de São João (Hypericum perforatum), Ginkgo (Ginkgo biloba) e o
boldo-do-Chile (Peumus boldus)(veja o link “Banco de amostras
de drogas vegetais).
Após a coleta a planta deve ser desidratada, para inibir o
crescimento de fungos e degradação das substâncias ativas.
A desidratação deve ser feita à sombra, em local limpo e
ventilado.
Como usar
A forma de preparação do remédio depende do tipo de
substâncias ativas que a planta contém. No caso dos chás
medicinais, se for uma planta aromática, deve-se preparar
a infusão, pois as substâncias se perdem facilmente com o
calor. Exemplos são as folhas do hortelã, folhas do capim
santo, raiz de gengibre e cascas de canela. No caso de
substâncias mais estáveis (taninos, saponinas, polifenóis,
flavonoides, entre outras) a decocção é o preparo mais
indicado. Cascas de romã, folhas de espinheira-santa ou do
boldo-do-Chile devem ser preparadas por decocção. Para as
plantas que contém substâncias químicas muito instáveis
(polisacarídeos/ mucilagens da transagem), o melhor
preparo é por maceração a frio.
Lembre-se: as substâncias químicas presentes nas plantas são as
responsáveis por suas ações, ou seja, são os verdadeiros
medicamentos. Por isto, é muito importante usar uma matéria-
prima de qualidade (a planta) e preparar o remédio
adequadamente, evitando a perda destas substâncias químicas
ativas.

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