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Preparação À Sociologia (Lima)
Preparação À Sociologia (Lima)
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CAPÍTULO I
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Princípios sociais
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CAPITULO I
PRINCÍPIOS SOCIAIS
SUMÁRIO : § 1.º – Ciência e filosofia social;
§ 2 .° — Sociologia determinista e sociolo
gia finalista ; § 3 .0 — Posição da ciência so
cial no quadro geral das ciências ; 4 .° —
Postulados da sociologia .
4 .° — Postulados da sociologia
As hipóteses, que encontramos implicitamente no
ámago de toda a sociologia moderna não finalista ou
anti-cristã, são as seguintes :
a ) inexistência do sobrenatural ;
b ) materialidade da alma humana ;
c ) determinismo da vontade;
d) evolucionismo progressivo e mecânico .
Progresso social
CAPÍTULO II
PROGRESSO SOCIAL
§ 2 .° - Concepções do progresso
A idéia de progresso, se bem que possa ser encontrada
em todos os tempos, só modernamente é que adquiriu
uma importância fundamental na história .
Foi uma das grandes consequências do fenômeno que
marcou , no mundo ocidental, o início da idade moderna :
a rutura da unidade medieval.
A Idade Média conheceu perfeitamente a noção de
progresso moral, de progresso ascendente como razão de
ser e caminho de toda a vida humana. A noção de pro
gresso social, porém , que é o aspecto sob o qual se apre
senta desde então a idéia de progresso, nasceu com o
Renascimento.
Não podemos, portanto , afirmar que a idéia de pro
gresso só então surgiu. Não seria exato .
O que devemos afirmar é que a idéia de progresso
tomou , desde então, um rumo inteiramente diverso .
PREPARAÇÃO À SOCIOLOGIA 47
Estrutura social
CAPITULO III
ESTRUTURA SOCIAL
SUMÁRIO : $ 1.° - A estrutura geral da so
ciedade cristã ; § 2 .° - O meio ; § 3.° - 0
homem ; § 4 .° — A família ; § 5 .° — O gru .
po ; § 6 .° - O Estado ; § 7 .º – A Igreja .
a ) fenômenos fisiológicos,
b ) fenômenos tecnológicos ,
c) fenômenos econômico-sociais,
d ) fenômenos político-históricos.
Os primeiros são propriamente as necessidades
materiais e fundamentais da vida, que Brunhes reduz
a três :
a ) a alimentação,
b ) a habitação,
c ) o vestuário ( 1).
Em todos eles, o homem depende absolutamente do
meio físico, e Brunhes fala , com razão, na “ tirania da
água ” (2) pois os desertos aniquilam ou impedem as
civilizações . .
Os fenômenos tecnológicos são os da exploração da
terra e os econômico-sociais são os da convivência humana.
A ação da natureza, nesses fenômenos, vai lentamente
decaindo, à medida que vão crescendo outros fatores,
políticos, históricos, psicológicos, ou morais.
· Os fenômenos politico-históricos, enfim , só muito in
diretamente se deixam influir pelo meio em que se desen
volvem e a medida que nos aproximamos dos fenômenos
propriamente espirituais, essa influência vai gradativa
mente diminuindo, até tornar-se praticamente nula nos
fenômenos da ciência mística, da ascética .
(1) JEAN BRUNHES — La Géographie Humaine. F . Alcan.
3. ed . 1925. vol. I, ps. 77 e segg.
(2) Ibid . p. 48.
74 TRISTÃO DE ATHAYDE
§ 6 .° - O Estado
Depois da sociedade doméstica , a familia , na qual
o homem recebe a vida e educação ; depois da sociedade
profissional, que é a classe em seu âmbito maior e o sin
dicato em seu âmbito menor, em que o homem encontra a
base econômica de sua manutenção e a base social de
sua convivência, — chegamos agora à sociedade civil que
é o âmbito nacional de desenvolvimento da vida social
e cuja expressão unitária é precisamente – o Estado.
O Estado é portanto o grupo nacional, por excelência ,
que congrega todos os grupos parciais , familiares, sindi. .
cais, de classe, etc., em um dado território , sob uma
autoridade comum .
O Estado é uma peça mestra na estrutura social
cristã , mas não a peça final. A família e o sindicato são
os elementos básicos da ordem social cristã. As classes
constituem , como disse acima, as paredes de toda a estru
tura social. E o Estado enfim é que equilibra todo esse -
conjunto de grupos parciais autônomos, mas limitados.
TRISTÃO DE ATHAYDE
$ 7 . — A Igreja
E assim chegamos naturalmente, numa ascensão que
poderia ter sido sem esfôrço , se o guia fosse outro, acom
panhando apenas o desdobramento natural da vida, ao
último dos ciclos concêntricos de que falamos ao iniciar
êste terceiro capítulo : a vida sobrenatural.
Vida doméstica, vida profissional, vida civil, vida
internacional, vida sobrenatural, – eis os planos suces
sivos a que fomos subindo para ter uma idéia geral e
compreensiva de uma sociologia integral e de uma estru
tura social cristã.
A Igreja , e o Estado são os dois grandes organiza
dores da vida social, aquela representando as fôrças
morais e religiosas, este representando as fôrças econô
da sociedade.
micas e políticas da sociedade. .
Se a família e o sindicato são as pedras angulares
da ordem social, se as classes são os muros da construção,
- a Igreja e o Estado são o teto de todo o edifício, como
o Homem é o seu morador, a alma que tudo anima à
luz de Deus, destino e finalidade do monumento e do
seu morador, pois tanto a vida individual como a vida
social estão naturalmente ordenadas à vida da graça e
da glória em Deus.
A Igreja e o Estado, portanto, são duas sociedades
perfeitas e autônomas, visando fins diferentes : aquela,
o fim sobrenatural da graça e da glória dos homens indi
vidualmente ; éste, a paz e a prosperidade dos homens
socialmente .
Ha assim , na vida social corrente, matérias pura
mente espirituais, como os sacramentos, a vida monástica ,
a liturgia, etc., que tocam exclusivamente à Igreja .
Ha, por outro lado, matérias puramente temporais,
como a segurança pública, os problemas técnicos, a orga
PREPARAÇÃO À SOCIOLOGIA
Elementos sociais
CAPITULO IV
ELEMENTOS SOCIAIS
- - -
PREPARAÇÃO À SOCIOLOGIA 101
Anomalias sociais
CAPITULO V
ANOMALIAS SOCIAIS
SUMÁRIO : $ 1.° – Normalidade e anormali
dade social; § 2.° — Espécies gerais de ano
malias; § 3.0 — Anomalias periódicas: guer.
ra e revolução ; § 4 .° — Anomalias periódi
cas : crises econômicas e trabalhistas ; §. 5 .º
Anomalias constantes ; § 6 .° - Fragilidades
sociais.
a ) físicas ou naturais,
b ) individuais,
c ) sociais.
Quais sejam as causas físicas do pauperismo, já
examinamos.
As causas individuais são as moléstias, as epidemias,
os acidentes sérios, a intemperança, a debilidade mental,
a prodigalidade e extravagância , a degenerescência , o
crime.
Quanto às causas sociais : - um regime social im
perfeito, o salário baixo, o desemprego, más finanças
guerras, revoluções, etc .
Tudo isso reduz-se porém a causas e efeitos
concomitantes .
Historicamente o mesmo liberalismo econômico que
criou o pauperismo moderno ou proletismo, – criou a
degenerescência na sequência seguinte .
2) – A degenerescência .
O capitalismo criou historicamente o pauperismo
(como fenômeno social) ou proletismo; este o trabalho
de mulheres e crianças ; e este, por sua vez, a degene
rescência .
Nestes últimos decênios a defesa social contra a
degenerescência , isto é, a higiene (pois, a cada anomalia
social corresponde uma defesa social, teórica ou prática,
em potência ou em ato ) tem trabalhado amplamente para
corrigir a degenerescência , como a legislação social (ou
as revoluções) têm procurado corrigir o pauperismo. Mas
o facto é que o regime industrial empírico, fruto do
liberalismo econômico, leva a uma degenerescência da
raça . Ha livros , como os de Anthony Ludovici, cheios de
148 TŘISTÃO DE ATHAYDE
4 ) – O alcoolismo.
O alcoolismo é uma intemperança como a glutoneria .
Abuso da bebida, abuso da comida . Mais grave talvez a
primeira forma porque mais profundas as suas conse
PREPARAÇÃO À SOCIOLOGIA 151
§ 6 .° — Fragilidades sociais
Os menores e os desvalidos não são propriamente
anomalias sociais. São fragilidades sociais. São elementos
fracos pelos quais a sociedade deve zelar.
Mas aqui se levanta logo um problema sério — o dos
limites da ação da sociedade e do seu representante
oficial — o Estado.
É preciso que tenhamos resolvido previamente os
problemas dos primeiros princípios sociais para darmos
solução ao do Estado, em sua ação de protetor dos meno
res e desvalidos.
Numa concepção naturalista da sociedade o indiví
duo existe para a coletividade, de modo que o Estado tem
a última palavra em problemas de educação, inválidos,
eugenia , etc., que afetam propriamente os direitos indi
viduais mais sérios.
Numa concepção finalista da sociedade, se o indi
víduo existe para a sociedade esta existe para a pessoa .
Isto é, ha direitos individuais inacessiveis à ação positiva,
do Estado. Perante a conciência individual o Estado não
154 TRISTÃO DE ATHAYDE
pode agir. O máximo que ele pode é impedir a ação
individual nociva à coletividade e desrespeitadora da lei
social. Na ordem moral, porém , o Estado não pode in
tervir . É a função do poder espiritual, quer esteja
organizado por uma instituição sobrenatural universal
e histórica como a Igreja , ou por uma religião natural
organizada em castas, etc., como nas civilizações do
Oriente, — quer entregue ao arbítrio individual como se
dá nas sociedades que rejeitam a Autoridade de uma
Instituição eclesiástica comum .
No Estado naturalista de nossos dias ha uma ten
dência a essa usurpação, quando é preciso que a ação
privada e a ação publica se conjuguem . A iniciativa pri
vada deve coordenar-se de modo a merecer o auxílio
público. Ainda é o melhor regime numa terra de buro
cracia inerte como a nossa . O governo subvenciona , os
particulares organizam . Mas é preciso que isso se faça
concientemente .
Ha uma grande tendência à inércia e à dispersão
de energias entre nós. O essencial é subordinar todas essas
obras a uma disciplina racional que congregue esforços
no sentido de amparar essas duas fragilidades sociais que
0 pauperismo, as crises, o desemprego, o alcoolismo,
todas as anomalias sociais trazem consigo - a infância
abandonada e a invalidez .
Esse problema da assistência social e da assistência
pedagógica ou de educação pública é fundamental na
organização do mundo econômico e social de nossos dias,
para atender às anomalias e fragilidades da vida social.
Por alguns séculos, como vimos, a tendência ao indi
vidualismo dominou. Deante da insegurança e da onar
quia a que a situação geral nos ia levando, a tendência
se modificou inteiramente. E hoje nota-se por toda a
parte uma volta ao organicismo medieval, sem que os
homens tenham a coragem de o confessar.
PREPARAÇÃO À SOCIOLOGIA 155
Ordem social
CAPITULO VI
ORDEM SOCIAL
SUMÁRIO : § 1.° — Tendências sociais moder
nas; § 2.° — Capitalismo e comunismo; $ 3.°
- Legitimidade e limites da intervenção da
Igreja ; § 4º – Distributismo. Solução ra
cional, nacional e cristã.
ida,passará
vnão pade de deser uuma assi ia quisera
talvez, para bem longe de vonde
ma ppassividade ir, ou pelo menos
inerte, indigna da sua
qualidade de ser livre. Se quiser, porém , governar a sua
vida, precisa começar por saber de onde partiu o trem
e para onde se dirige. Só então poderá dizer se lhe convém
ficar ou descer na próxima estação.
E para este fim , não lhe basta a sua observação
individual, como lhe aconselhariam a fazer os materia
listas e racionalistas. Precisa recorrer a outro viajante
mais informado, ou , melhor ainda, ao chefe do trem .
É o que a filosofia sã aconselha, completando a razão pela
revelação, iluminando a inteligência das observações do
viajante, com a sua fé nas informações que o chefe do
trem lhe ministrar sôbre o seu destino.
A sociologia finalista, comométodo, não afirma mais
do que isso, o que vemos ser o próprio bom senso. É a
sociologia do bom senso , que se funda na filosofia do
senso comum e na economia do bem comum .
A intervenção da Igreja, na vida social, não invoca
outros princípios. Ela não quer o encargo das coisas
temporais senão para lhes apontar o seu destino intempo
ral. E isso não é um cuidado supérfluo, como possa parecer
aos que se contentam com o império das causas e das
coisas tangíveis . Ela não quer para si nenhum privilégio
no manejo dêsses sêres que o tempo respeita. Ela consi
dera os grupos sociais, biológicos ou econômicos, como
autônomos e o Estado político como o manipulador auto
rizado dêsses grupos secundários ou primordiais . Ela se
reserva apenas o direito de cantar a cada minuto , aos
viajantes extremunhados do meio da viagem , qual a es
tação de onde veio , o vagon que os leva e qual a estação
a que se dirige o comboio que os conduz. Nada mais .
E por isso mesmo, não procuremos na Igreja uma
filosofia exclusivamente católica nem uma sociologia ex
clusivamente católica. E num plano ainda mais concreto,
180 TRISTÃO DE ATHAYDE
CAPITULO I. . . . . . . . . . . . . .
CAPITULO II . . . . . . . . . . . . . . .
: .
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CAPITULO III . . . .
III. . . . . . . . . . . . . . . 65
CAPITULO IV . . .
.'
CAPITULO V . . . . . . . . . . . . . . .
CAPITULO VI . . . . . . . . . . . . . . .
COMPOSTO E IMPRESSO NAS
OFICINAS GRÁFICAS SIQUEIRA
SALLES OLIVEIRA & Cia. LTDA.
SÃO PAULO
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