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SUMÁRIO

1. CONCURSO DE PESSOAS 3
2. CONCEITO 3
3. REQUISITOS 3

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1. CONCURSO DE PESSOAS

Este assunto é tratado no CP penal nos artigos 29 a 31.

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas


penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.

§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser


diminuída de um sexto a um terço.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quiser participar de crime menos
grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até
metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

Circunstâncias incomunicáveis

Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter


pessoal, salvo quando elementares do crime.

Casos de impunibilidade

Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo


disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não
chega, pelo menos, a ser tentado.

2. CONCEITO

É a colaboração empreendida por duas ou mais pessoas para a


realização de um crime ou de uma contravenção penal.

3. REQUISITOS

✔ PLURALIDADE DE AGENTES E CONDUTAS

O concurso de pessoas depende de pelo menos duas pessoas, e,


consequentemente, de ao menos duas condutas penalmente relevantes.
Ressalta-se que a culpabilidade dos envolvidos é fundamental, ou
seja, o agente envolvido tem que ser imputável, ter potencial consciência
da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa. Tomemos como exemplo:
um agente manda um menor matar sua sogra, neste caso podemos falar
em concurso de pessoas? Não, porque o menor é inimputável. Aqui vamos

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ter o que é denominado autoria mediata. Conclui-se, pois, que, para o
concurso de pessoas, não basta a mera pluralidade de agentes. Exige-se,
também, que sejam todos culpáveis.

✔ RELEVÂNCIA CAUSAL DAS CONDUTAS PARA A PRODUÇÃO DO


RESULTADO

A conduta deve ser relevante, pois sem ela a infração penal não teria
ocorrido como e quando ocorreu. Nesse caso, a conduta tem que ser capaz
de gerar o resultado, caso não haja tal capacidade, não será relevante.
Salienta-se, como regra geral, que a contribuição tem que ser
anterior à consumação do crime ou pelo menos ao mesmo tempo da
consumação do crime. Dessa forma, enfatiza-se que minha conduta tem
que ser prévia ou concomitante à consumação do crime, como regra.
Porém, como exceção, a conduta pode ser praticada após a consumação
do crime, desde que tenha sido ajustado anteriormente.

Exemplo: “A” se compromete, perante “B”, a auxiliá-lo a fugir e a


escondê-lo depois de matar “C”. O auxílio será prestado após a morte de
C (consumação), mas tem-se, neste caso, o ajuste prévio.

✔ VÍNCULO SUBJETIVO
Os agentes devem revelar vontade homogênea, visando à produção
do mesmo resultado. Todos devem, portanto, ter a vontade da produção
do mesmo resultado. Ademais, não é necessário o ajuste prévio dos
agentes.

✔ UNIDADE DA INFRAÇÃO PARA TODOS OS AGENTES


Estabelece o art. 29, caput, do Código Penal: “Quem, de qualquer
modo, concorre para o crime, incide nas penas a este cominadas, na
medida de sua culpabilidade”.
Como regra, o CP adotou a teoria monista ou unitária, que determina
que todos os agentes que contribuíram para o crime respondem pelo
mesmo delito, na medida de sua culpabilidade. Mas, de forma excepcional,
o CP adotou a teoria pluralista, onde cada agente responde por um crime.

Exemplo: aborto com consentimento da gestante. A gestante responde


pelo crime do art.124, enquanto o agente que praticou o aborto, pelo
art.126 CP.

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