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Ansiolíticos e Hipnóticos
Ansiolíticos e Hipnóticos
Ansiolíticos e Hipnóticos
Benzodiazepínicos
Apresentam efeito ansiolíticos, hipnótico, sedativo, anticonvulsivante e relaxante muscular.
O nome da classe decorre de sua estrutura constituída de anéis de benzeno associados a um anel diazepínicos
de sete membros.
Induzem sonolência e promovem alívio rápido da ansiedade, percebidos já no primeiro dia de uso. São
substâncias seguras no que diz respeito à toxicidade, uma vez que dificilmente causam danos irreversíveis ou
morte em episódios agudos de ingestão excessiva, além de terem um antídoto eficaz e específico para uso em
situações emergenciais, o flumazenil.
Apresenta efeitos colaterais importantes e considerável potencial de uso excessivo (tolerância) e dependência,
devendo ser avaliado os riscos e benefícios antes de iniciar essa medicação.
Características farmacológicas: a escolha do BZD depende de vários fatores, como a sua meia-vida.
BZD de meia-vida longa: diminuem a frequência de administração de doses ao longo do dia, reduzem os
sintomas de descontinuação e tornam a abstinência menos grave, além de reduzirem a variação nas
concentrações plasmáticas do fármaco. Em contrapartida, por se acumularem no organismo por períodos
prolongados, pode provocar sedação diurna excessiva, síndrome desatencional e dificuldades de concentração
e na operação de máquinas e veículo. Escolhidos para portadores de estados ansiosos que demandem uma
ação terapêutica ansiolítica prolongada, tanto diurna como noturna.
BZD de meia-vida curta: podem causar amnésia anterógrada de maior intensidade, insônia de rebote, embora
reduzam o comprometimento psicomotor e sedação diurnos.
Meia-vida curta: alprazolam e lorazepam
Meia-vida intermediária: clonazepam e
bromazepam
Meia-vida longa: diazepam e flurazepam
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Psiquiatria | Bárbara Vilhena
Características em comum: absorvidos de maneira inalterada pelo TGI, com absorção e biodisponibilidade
quando administrados VO. Na maior parte dos casos, o pico de concentração plasmática encontra-se entre 30
min e 4 horas. São lipossolúveis, capazes de atravessar a BHE, alta ligação com proteínas plasmáticas
(pacientes com hipoalbuminemia podem ter efeitos aumentados).
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Psiquiatria | Bárbara Vilhena
Com exceção diazepam e do midazolam, todos os outros BZD existentes no Brasil só se encontram
disponíveis em formulações orais:
Midazolam parenteral (IM ou EV): indicado para sedação em UTI ou durante procedimentos cirúrgicos
Diazepam parenteral (IM ou EV): tratamentos psiquiátricos, principalmente de emergência, como
agitação psicomotora e abstinência alcoolica. Administração EV deve ser lenta, em virtude do risco de
depressão respiratória. A administração IM é mais confiável quando realizada no músculo deltoide.
Indicações terapêuticas:
Indicada para os transtornos ansiosos, especialmente a TAG e o transtorno de pânico. Entretanto, em virtude
dos efeitos colaterais e dos riscos de dependência, não são considerados fármacos de primeira linha.
Os antidepressivos inibidores da receptação da serotonina são utilizados com maior frequência nesses casos.
Uma estratégia clínica atual e bastante comum consiste no uso de BZD em associação a esses medicamentos,
os quais necessitam de 2 a 4 semanas de uso contínuo para que se verifiquem ações terapêuticas. Essa
associação torna mais rápida a resposta. Em geral, após 4 a 12 semanas, a dose do BZD é reduzida
gradativamente até a suspensão, enquanto o composto serotoninérgico permanece durante o tempo necessário,
até o fim do tratamento.
Insônia: procurar a causa, tratar a causa, opções como as drogas Z, antidepressivos e antipsicóticos.
Também podem ser prescritos como adjuvantes no tratamento crônico das epilepsias, a exemplo do
nitrazepam e do clobazam. Além disso, exercem efeitos de relaxamento muscular. Essa característica pode ser
particularmente eficaz na redução de dores decorrentes da tensão muscular excessiva, comumente verificadas
em estados ansiosos crônicos.
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Psiquiatria | Bárbara Vilhena
Há relatos consistentes que recomendam a administração de medicamentos dessa classe para tratamento da
acatisia, importante desconforto psicomotor não raramente observado em usuários de psicofármacos.
Episódios de catatonia podem responder satisfatoriamente ao lorazepam IM (ainda não disponível no Brasil).
A associação de alprazolam a antipsicóticos pode ser útil para reduzir sintomas psicóticos não remitidos com a
monoterapia.
Buspirona
Atuam inibindo os receptores serotoninérgicos 5HT1A, tanto no neurônio pré-sináptico como no pós-
sináptico, reduzindo sua ação na amigdala, inibindo os impulsos ansiogênicos.
Utilizada na TAG e associada a aos ISRS para controle dos sintomas ansiosos (reduz os efeitos sexuais
causados com os ISRS). Não tem ação sobre o TP.
Considerada um ansiolítico pouco eficaz, usuários prévios de BZD respondem de maneira insatisfatória.
Vantagens: ausência de risco de dependência e a seletividade com relação aos sintomas ansiosos. Não altera
cognição e memória. Bem tolerada e segura em superdosagem.
Não há relatos de teratogenicidade. O uso na lactação deve ser evitado. Crianças e idosos costumam tolerar
bem o medicamento. A insuficiência renal é uma contraindicação relativa.
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Psiquiatria | Bárbara Vilhena
Drogas “Z”
Atuam nos receptores GABA-A centrais do subtipo ômega-1, os mais relacionados com as ações hipnóticas.
Desse modo, não interferem nos sítios relacionados com outros efeitos dos BZD (anticonvulsivantes,
ansiolíticos e miorrelaxantes).
Geram menos efeitos colaterais, por apresentarem essa seletividade, com menor interferência na cognição,
memória e psicomotricidade. Não tem dependência, segura em superdosagem e também tem o flumazenil
como antídoto.
Como qualidade adicional, induzem a sonolência sem, entretanto, alterar de maneira significativa a arquitetura
e a qualidade do sono. Reduzem o número de despertares noturnos e aumentam o tempo total em que o
paciente está dormindo.
São utilizados por períodos que variam de 2 a 5 dias nas insônias ocasionais, 2 a 3 semanas nas insônias
transitórias ou por períodos maiores em estados mais crônicos. Sua meia-vida curta é responsável pela
ausência de sonolência residual pela manhã. Muito importantes para o tratamento da insônia inicial.
Zolpidem: deve ser ingerido ao deitar, em virtude do seu rápido mecanismo de ação, tem meia-vida curta de 1
a 3 horas. Existe a formulação sublingual e a de liberação prolongada para a insônia de múltiplos despertares e
do despertar precoce. A dose usual é de 5 a 20 mg/dia, podendo ser utilizado apenas como “se necessário”.
Necessita de ajustes de doses em pacientes com insuficiência renal e hepática. São necessários mais estudos
sobre seu uso na gravidez e na lactação. Seu uso não é recomendado em crianças menores de 15 anos.
Convém ter cautela ao prescrevê-lo para portadores de miastenia grave e doenças pulmonares severas. O uso
em idosos é seguro.
Zopiclone se diferencia do zolpidem por ter meia-vida ligeiramente mais longa (5 a 6 horas), contendo
também metabólito ativo, o que pode ocasionar comprometimento psicomotor no dia posterior ao uso em
doses maiores que 10mg. Por outro lado, pode ser mais útil que o zolpidem em manter o paciente dormindo.