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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ESCOLA DE BELAS ARTES (EBA)


DEPARTAMENTO DE BELAS ARTES TEATRAIS (BAT)

REBELDES E DIABÓLICOS

Trabalho apresentado pela aluna Ellen Cândida


Alves Campos para obtenção parcial de nota na
disciplina PROCESSOS DE ATUAÇÃO
CÊNICA/LINGUAGEM TEATRAL, do departamento
de Belas Artes Teatrais (BAT) da Escola de Belas
Artes (EBA), ministrada pelo Prof. Me. Raphael
Cassou.

RIO DE JANEIRO
2020
Rebeldes e diabólicos

O filme é baseado na peça de Christopher Hampton, que, por sua vez,


é baseada no clássico da literatura francesa Les Liaisons Dangereuses, de Pierre
Choderlos de Laclos, de 1782. Ligações Perigosas foi dirigido por Stephen Frears,
que claramente começou a brilhar. O filme foi indicado a vários prêmios e ganhou
muitos deles, e desde então seu nome (o de Frears) passou a ser bem reconhecido
e lembrado pelo mundo do cinema.
A película foi a estreia em Hollywood do diretor inglês Stephen
Frears, quem vinha de grandes sucessos no cinema britânico. Foi
indicada ao Oscar pela categoria de melhor filme, além de seis
outras categorias, eventualmente vencendo as de melhor roteiro
adaptado, melhor figurino e melhor direção de arte. (Wikipédia)
A França vivia um período de Monarquia Absolutista, enquanto uma
pequena parcela da população vivia com privilégios e luxo dentro dos seus palácios,
a maioria da população passava dificuldades nos campos e nas cidades. A obra
conta com dois protagonistas, Marquesa de Merteuil e seu amigo Visconde de
Valmont. Por serem nobres e não terem a necessidade de trabalhar ou fazer nada
do tipo, têm tempo de sobra para pensar em outras coisas. Eles queriam gozar da
vida de uma forma diferente da que se esperava de uma mulher e de um homem da
nobreza. Merteuil e Valmont se divertiam ao destruir reputações enquanto
desafiavam o moralismo que existia naquela época. Almejavam ser autossuficientes
e somente usavam os outros para obter prazer. A conduta destes dois protagonistas
é uma clara crítica a alta sociedade daquela época que fazia justamente isso:
buscavam poder e dominação.
Merteuil e Valmont podem facilmente serem mal percebidos pelos
espectadores, com suas atitudes egoístas e até “diabólicas”. Porém,
particularmente, acho muito digna a rebeldia e resistência às exigências sociais e
morais que homens e, principalmente, mulheres eram submetidos naquela época.
Mas a crítica do filme vai muito além dos jogos de dominação da marquesa e do
visconde. Não é apreciável se dar conta de que naquela realidade um abuso sexual,
por exemplo, podia muito mais facilmente ser acobertado e incentivado sem que
nenhum tipo de punição acontecesse aos agressores. Fora a pobreza e miséria do
povo francês que era minimizado e ignorado pelos poderosos.
Um dos aspectos positivos dessa obra cinematográfica são o figurino e
a maquiagem, que trouxeram sensações quase que nostálgicas das aulas de rococó
e barroco das aulas de artes na escola. O elenco também é um ponto forte e, mais
uma vez, a sensação de ver artistas como Uma Thurman e Keanu Reeves tão
jovens também é muito agradável e aconchegante. Os diálogos do filme não
poderiam ser mais cansativos, o que provavelmente o eram naquela época: longos
discursos e palavras difíceis para comunicar simples e pequenas coisas. Mas é
claro que ao escolher um filme lançado na década de 80 não se espera um
vocabulário com gírias dos dias de hoje. Inclusive um filme que foi baseado num
livro em que a narrativa se constrói por meio de cartas. O filme conta com diálogos
que me deixaram um pouco confusa e perdida algumas vezes. Contudo, nada muito
gritante.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Ligações Perigosas (filme), Wikipédia. Disponível em:


<https://pt.wikipedia.org/wiki/Liga%C3%A7%C3%B5es_Perigosas_(filme)>. Acesso
em: 09/05/2021.

Stephen Frears, Wikipedia. Disponível em:


<https://pt.wikipedia.org/wiki/Stephen_Frears>. Acesso em: 09/05/2021.

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