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INSTITUTO DE FÍSICA GLEB WATAGHIN – UNICAMP

Prova 1 - F 315 09/04/2015 Q1

RA: Turma: Q2
Nome:
Q3
Assinatura (como em um documento com foto):

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Leia atentamente as instruções abaixo.

• Verifique se a prova contém 4 folhas (essa própria, questões 1, 2 e 3).

• Cada questão deverá ser respondida na folha correspondente. O verso dessa folha poderá
ser utilizado como rascunho.

• Em cima da mesa apenas: lápis, borracha, caneta, régua e o documento com foto. Es-
tojos, bolsas, mochilas e quaisquer outros materiais deverão ser colocados em
baixo da lousa.

• Celulares, tablets, smartwatches e qualquer outro tipo de aparelho de comunicação deve-


rão estar desligados e também deverão estar em baixo da lousa.

• Não é permitido o empréstimo de material.

• A duração da prova é de 1h50.

Boa prova!

1
1-) Uma partı́cula de massa m está sujeita à ação de força viscosa unidimensional dependente da
velocidade da forma F (v) = −bv 3/2 , sendo b uma constante positiva. Suponha que a partı́cula
se encontra, em t = 0, na posição x = 0, e com velocidade v0 .
a-) Calcule velocidade da partı́cula como função do tempo, v(t); faça um gráfico de v(t) × t.
b-) Calcule a posição da partı́cula como função do tempo, x(t); depois de um tempo muito
longo, qual será a distância percorrida pela partı́cula?
Solução:
a-)

dv
m = −bv 3/2
dt
v
b t
Z Z
dv
= − dt
v0 v 3/2 m 0
v
Z v
−3/2 −1/2 −1/2
dvv = −2v = −2(v −1/2 − v0 )
v0
v0
−1/2 b
−2(v −1/2 − v0 ) = − t
m

Portanto:

−1/2 b
v −1/2 = v0 + t
2m
1
v(t) =  2
−1/2 bt
v0 + 2m

v0
v(t) =  2
1/2
bv0
1+ 2m
t

v0
v(t)

2
b-)

dx v0
= 2
dt 1/2
bv0
1 + 2m t
Z x Z t
dt
dx = v0 2
,
0 0 (1 + ∆t)

1/2
onde ∆ = bv0 /(2m). Vamos fazer a substituição y = 1 + ∆t, dt = dy/∆
 
Z     t 1/2
v0 dy v0 1 v0 2m 1 2v0 m 1
x= 2
= − =− 1/2
=−  1/2

∆ y ∆ y bv0 1 + ∆t b 1+
bv0
t
0 2m

 
1/2
2v0 m 1 − 1
x(t) = 1/2
,
b 1+
bv0
t
2m

ou ainda,
v0 t
x(t) = 1/2
.
bv0
1+ 2m
t

Para um tempo muito longo,


1/2
v0 2mv0
x(t) ≈ 1/2
=
bv0 b
2m

3
2
2-) Uma partı́cula de massa m está sujeita à ação da força unidimensional F (x) = −2ax + 3ax b
,
sendo a e b constantes positivas.
a-) Calcular a função energia potencial U (x); (considere U (0) = 0); faça um gráfico de
U (x) × x, identificando os pontos de equilı́brio.
b-) Quantos pontos de retorno existem, no máximo, para v(0) < 0 e energia mecânica
E < 0? O movimento é possı́vel para x < 0 e E = 0? Por que?
c-) Considere x(0) = 0 e v(0) > 0. Qual é a condição sobre v(0) que torna possı́vel um
movimento sem pontos de retorno?
d-) Calcular a frequência de pequenas oscilações, ω, em torno da posição de equilı́brio estável.
Solução:
a-) Função energia potencial
Z x2
∆U = − F (x)dx
x1

x2 x2
x2 x2
3ax2 x2 3a x3
Z Z
a
U (x2 ) − U (x1 ) = − (−2ax)dx − dx = 2a − = a(x22 − x21 ) − (x32 − x31 ).
x1 x1 b 2 b 3 b
x1 x1

Tomando o zero da energia potencial em x1 = 0 e fazendo x2 = x, temos

a
U (x) = ax2 − x3
b

Gráfico:
 x
Zeros: ax2 1 − = 0 ⇒ x = 0 ou x = b
b

dU 3ax20
Extremos: = 2ax0 − =0
dx b
x0
 
3x0 2
ax0 2 − = 0 ⇒ x0 = 0 ou x0 = b
b 3

4
2
4b a/27

U(x)

0 2b/3
x

 
2b 4 a 8 3 4
U = a b2 − b = b2 a.
3 9 b 27 27
x = 0: ponto de equilı́brio estável
x = 23 b: ponto de equilı́brio instável

b-) Se v(0) < 0 e E < 0, temos no máximo um ponto de retorno.


Se x < 0 e E = 0 o movimento não é possı́vel , pois E < U (x) neste caso.

c-) Em x = 0, U (0) = 0 e E = 21 m(v(0))2 . Devemos ter E > 4 2


27
b a. Portanto

1 4
m(v(0))2 > b2 a
2 27
r
8b2 a
v(0) >
27m

d-) O ponto de equilı́brio estável é x=0. No caso de pequenas oscilações

F (x) ≈ −2ax ⇒ k = 2a.

A frequência de oscilação será


r r
k 2a
ω= =
m m

5
3-) Um corpo de massa m está sujeito à ação de uma força restauradora linear, cuja constante
elástica é k, e uma força de atrito proporcional à sua velocidade, cuja constante de amorteci-
mento é b.
a-) Determine as relações entre estas constantes que levam ao movimento de oscilador harmô-
nico sub-amortecido, super-amortecido e criticamente amortecido.
b-) Se o valor numérico de m, k e b pode ser parametrizado de modo que b/m = 2a e
k/m = a2 (onde a é uma constante positiva), escreva a solução geral da equação do movimento.
c-) No item anterior, determine as constantes arbitrárias da solução encontrada se o oscilador
parte do repouso da posição x(t = 0) = x0 .
d-) Se ao oscilador harmônico do item (b) for adicionada uma força externa
F (t) = F0 e−ct + F1 (onde F0 , F1 e c são constantes positivas), qual é a solução geral da nova
equação do movimento?
e-) O que aconteceu com o ponto de equilı́brio depois de adicionada a força F (t)?
Solução:
a-)
• b2 < 4mk : sub

• b2 > 4mk : super

• b2 = 4mk : crı́tico

2
b-) Se b/m = 2a e k/m = a2 , então mb = 4km
⇒ b2 = 4mk.
Oscilador harmônico criticamente amortecido:

b
x(t) = (C1 + tC2 )e−γt onde γ = =a
2m

c-)

x(t = 0) = x0 = C1

ẋ(t = 0) = 0 = C2 e−at − (C1 + tC2 )e−at t=0 ⇒ C2 = aC1 = ax0


 

Portanto:
x(t) = (1 + at) x0 e−at

d-) Solução particular da equação não-homogênea

xp (t) = Ae−ct + B
ẋp = −cAe−ct
ẍp = c2 Ae−ct

6
Equação do movimento:

mẍp + bẍp + kxp = F0 e−ct + F1


(mc2 − cb + k)Ae−ct + kB = F0 e−ct + F1

Uma solução:

F0
A =
mc2 − cb + k
F1
B =
k

F1 F0 e−ct
x(t) = (C1 + tC2 )e−at + +
k mc2 − cb + k

e-) A adição da força externa desloca o ponto de equilı́brio de x = 0 para x = F1 /k.

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