Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aula 6 - Cerveja - Famílias, Estilos, Escolas, Harmonização
Aula 6 - Cerveja - Famílias, Estilos, Escolas, Harmonização
• ESTILO: Os estilos de cervejas são diversos dentro das famílias, sendo uma segunda
classificação.
Família: ALE
Escola: Inglesa
https://www.bjcp.org/bjcp-style-guidelines/
FAMÍLIAS E ESTILOS
LAGER – cervejas de baixa fermentação
• Cervejas menos complexas, mais leves e claras, mas com grande variedade de cores, aromas,
potência de corpo e complexidade.
• O teor alcoólico das lager costuma ser baixo ou moderado, entre 4 e 7%, mas mesmo dentro
dessa família há cervejas mais potentes como as Doppelbock e Eisbock.
• Geralmente, são mais complexas, e possuem mais corpo e paladar frutado e condimentado.
Mas os sabores e aromas variam bastante.
• Exemplos: weizenbier ou weissbier, stout, dubbel, india pale ale, porter, witbier, trippel...
FAMÍLIAS E ESTILOS
ALE – cervejas de alta fermentação
• American Pale Ale: Variação mais popular da Pale Ale, coloração vai de dourado pálido a
âmbar profundo, aroma lembra crosta de pão tostada, amargor médio mas com final suave.
• English IPA: É a primeira variação do estilo a ser feita e histórias dizem que foi produzida pelos
ingleses enquanto viajavam para a Índia. Cor de dourada a cobre profundo, aroma terroso de
lúpulos ingleses e de malte, baixo nível de álcool e fácil de beber. Possue menos lúpulo do que a
versão americana e é bem balanceada se tratando de um estilo que utiliza muito o lúpulo em suas
receitas.
• India Pale Ale (IPA): sabores de lúpulo herbais, cítricos, resinosos e amargo. Teor alcoólico
mais elevado. Combina com comidas apimentadas e queijos fortes (gorg.)
FAMÍLIAS E ESTILOS
ALE – cervejas de alta fermentação
• American Amber Ale: Também conhecida simplesmente como Red Ale, esta cerveja se
parece muito com a American Ale e o que diferencia é sua cor, que pode variar entre cobre-
claro e cobre. Contém menos lúpulo, menos álcool e também menos intensidade que a
American Ale, sendo mais leve e equilibrada.
• American Strong Ale: São fortes, com muito sabor, maior teor de lúpulo e malte na
composição, e com alto teor alcoólico. Aromas cítricos e cor que pode variar de âmbar até o
cobre-claro.
Estilo Altbier: “Alt”, antigo em alemão. Um dos mais antigos do mundo, criado na
Alemanha, uma das poucas Ale Alemãs. Apesar de usar leveduras Ales, é guardada por um
longo período em baixas temperaturas, como as Lagers. Apresenta coloração acobreada.
Sabor e aroma com notas maltadas perceptíveis, em harmonia com notas lupuladas. Bamberg
Alt e Uerige Altbier são os principais exemplares.
FAMÍLIAS E ESTILOS
ALE – cervejas de alta fermentação
• Cervejas de Trigo (refrescantes, com baixo amargor e alta carbonatação. Podem trazer aromas de
banana, chocolate, malte torrado e especiarias).
• Weizenbier ou Weissbier: cerveja tradicional alemã com pelo menos 50% de malte de trigo (o
restante é composto por malte de cevada). “Weizen” é trigo, e “Weiss” é branco. Possui cor clara,
mais turva, espuma cremosa, cerveja leve e refrescante de pão, banana e cravo.
• Hefeweizen: subdivisão das cervejas de trigo porque se trata de um estilo não filtrado. “Hefe”
significa levedura, fazendo referência à característica turva da cerveja. Por isso o costume de virar
uma cerveja de trigo de cabeça para baixo, pois como não é filtrada, as leveduras se misturam ao
resto da cerveja, incrementando sua composição. Sua cor não será tão clara quanto as outras, possui
um tom mais vermelho dando intensidade e carregando a cor amarela do estilo Weiss.
• Dunkelweizen: São cervejas de trigo escuras (“Dunkel” significa “escuro” em alemão – assim
como a Munich Dunkel). Possui pelo menos 50% de malte de trigo, a diferença é que grande parte
dessa porcentagem se trata de maltes torrados ou caramelizados, por isso a cor escura. Corpo
médio para encorpado, e sabor com notas de cravo, banana, baunilha. Cor marrom escura.
FAMÍLIAS E ESTILOS
ALE – cervejas de alta fermentação
• Weizenbock: Cerveja derivada do estilo alemão Bock e mantém várias de suas características.
Cerveja de trigo com maltes tostados, coloração de cobre a vermelho escuro, rubi. Aroma de
banana, cravo e frutas escuras. Lúpulo pouco perceptível, predominando o sabor do malte de trigo
e também a forte presença do álcool.
• Witbier: estilo belga (Hoegaarden foi a 1ª deste estilo no mundo). Apesar de ser uma Weiss, suas
características são totalmente diferentes das demais. É feita com uma porcentagem de trigo não-
maltado, condimentada com casca de laranja e semente de coentro. Coloração amarelo bem claro,
grande turbidez, altamente refrescante, com baixo teor alcoólico, corpo e amargor baixos, sabor
frutado e de especiarias. Harmoniza bem com frutos do mar e queijo de cabra.
• Berliner Weiss: “Berliner” significa que são cervejas produzidas apenas em Berlim. Cerveja
clara, bem leve e refrescante. O que a torna diferente de outras Weiss é sua acidez (percebida no
aroma e sabor), que pode ser adicionada de algumas maneiras no processo de produção –
principalmente pela utilização de lactobacilos no mosto. Originalmente é de cor clara, mas por
conta da adição de frutas, pode tomar outras cores, como por exemplo cobre e até verde.
FAMÍLIAS E ESTILOS
ALE – cervejas de alta fermentação
• São bem diferentes das outras cervejas do mercado, bastante complexas, ácidas, azedas e
possuem aromas e sabores muito característicos.
• Além das lambic, que são as cervejas puras, sem misturas e novas, elas possuem também
outros sub estilos como as geuze (um blend entre lambics nova e velha), faro (que tem adição
de açúcar), kriek (com cerejas adicionadas durante a fermentação) e as fruit lambics (que
podem levar desde morango até pêssego).
FAMÍLIAS E ESTILOS
LAMBIC – cervejas de fermentação espontânea
• Gueuze: mistura de Lambic jovem e velha, que vai para uma segunda fermentação em barris de
carvalho. Seu gosto é menos ácido, amargo e forte, mas leve e adocicado ao mesmo tempo,
totalmente balanceada, semelhante ao champagne.
• Faro: mais leve, saborosa e sem a acidez, que é característica das Lambics. É uma cerveja com
um baixo teor alcoólico e marcada pela sua cor, âmbar. Antigamente na Bélgica eram
consideradas de sabor complexo por se tratar de um blend de estilos, mas hoje em dia essa
característica se perdeu e ela acaba sendo considerada uma Lambic clássica com adição de
açúcar.
FAMÍLIAS E ESTILOS
• LAMBIC – cervejas de fermentação espontânea
• Fruit Lambic: Após o processo de fermentação inicial são acrescentadas frutas. São muito
ácidas e apresentam um sabor que pode ser seco ou até adocicado. As cervejas mais famosas
desse estilo de produção têm a adição de frutas como cereja (Lambic Kriek), framboesa
(Lambic Framboise), pêssego (Lambic Pêche) e maçã (Lambic Pomme). Possuem baixo teor
alcoólico. Levam cerca de três anos descansando em barris de carvalho, dando um gosto a mais
e um caráter especial a esse tipo de cerveja.
• Straight Lambics: É uma pura Lambic com 1 ano de maturação. É seca e muito ácida. São
Lambics puras que, ao completarem um ano de maturação, são vendidas na pressão em cafés e
restaurantes belgas (essas não são engarrafadas ou exportadas). Sua característica é ausente de
carbonatação, seca e muito ácida.
ESCOLAS CERVEJEIRAS
• Cada país possui suas principais metodologias de fabricação, com personalidades própria de
encarar como deve ser a produção de cerveja.
• Alguns países possuem uma tradição cervejeira de séculos, como as escolas alemãs, belga e
inglesa.
• Outros países começaram há pouco tempo, como a escola americana.
• E ainda existem aqueles que estão ainda em desenvolvimento, buscando reconhecimento, como
a escola brasileira.
Atualmente são 4 ESCOLAS:
• Alemanha
Inglaterra
• Bélgica
Estados Unidos da América
ESCOLAS CERVEJEIRAS
Escola Alemã:
A mais conhecida mundialmente.
Inclui-se a república tcheca, que inventou a pilsen.
A tradição germânica é regida pela lei da pureza de 1516.
Característica: eficiência e qualidade técnica, com pouco espaço para criatividade (sem adição
de frutas, por exemplo). Cervejas mais maltadas (mais adocicadas do que lupuladas).
Maioria dos estilos produzidos são lagers, como pilsen, helles, bock e schwarzbier.
Tradição de cervejas de trigo da bavária, e grandes festivais, como a oktoberfest de munique.
ESCOLAS CERVEJEIRAS
Escola Inglesa ou Britânica:
Tem por tradição cervejas mais amargas e secas.
Produz majoritariamente cervejas ale.
São mais complexas que as lagers alemãs. São mais amargas, e por vezes mais alcoólicas.
Cervejas tendem a ser menos carbonatadas, e mais fortes em sabor e amargor.
Estilos mais comuns são pale ale, porter, stout, barleywine, bitter, brown ale, ipa.
ESCOLAS CERVEJEIRAS
Escola Belga:
Escola que se diferencia por apresentar dezenas de estilos diferentes em um território tão
pequeno. Sua tradição se estende à frança e holanda.
São produzidas cervejas ale, adicionando ingredientes como semente de coentro, casca de
laranja, anis, canela, etc.
Cervejas costumam ter o teor alcoólico mais elevado, muitas vezes passando dos 10%.
Na bélgica são produzidas as cervejas “trapistas”, feitas nos monastérios pelos monges.
Estilos belgas mais comuns são: blonde ale, witbier, dark ale, golden ale, tripel, dubbel e
quadruppel.
Os sabores frutados são marcantes devido às leveduras utilizadas. É comum também a adição
de frutas nas cervejas, especialmente nas lambics (cervejas de fermentação espontânea) em
tanques abertos.
ESCOLAS CERVEJEIRAS
Escola Americana:
Escola recente em relação às outras, mas a cerveja mais consumida no mundo atualmente
pertence aos americanos: a american lager.
Escola americana possui a versatilidade de criação da escola belga, com releituras de receitas
tradicionais de outras escolas cervejeiras.
Estilos mais comuns são american lager, american pale ale, american ipa, pumpkin ale,
american porter, american strong ale, american barleywine.
ESCOLAS CERVEJEIRAS
E a escola Brasileira? Ainda não existe, mas...
O país vem se destacando muito no mercado mundial, desenvolvendo cervejas com
ingredientes nativos e processos de produção inventados aqui.
As cervejarias brasileiras já tem presença constante no cenário mundial, ganhando prêmios de
relevância internacional.
Mais informações:
http://catharinasour.com.br/a-historia/
https://krug.com.br/conheca-a-catharina-sour-o-primeiro-estilo-brasileiro-de-cerveja/
https://www.bjcp.org/beer-styles/x4-catharina-sour/
HARMONIZAÇÃO
Semelhança
• É a forma mais simples de harmonização
• Os elementos da cerveja são parecidos ou iguais aos do prato
• Doçura, acidez, tostados, frutados, herbais, condimentos
Exemplos:
Bolo de chocolate com Imperial Stout
Witbier ou Sour Ale com ceviche
American Pale Ale e frango assado
Frutos do mar e cervejas Weizen
HARMONIZAÇÃO
Contraste
• Elementos diferentes e opostos combinam entre si, gerando harmonia, suavizando arestas e
potencializando pontos positivos
• Sal, doçura e gordura equilibram amargor. Ex: Aperitivos (Amendoim, Pretzel) com uma
autêntica Pilsner (amargor)
• Doçura e corpo contrastam e equilibram com picância. Ex: Hefeweizen (doçura) com
quesadillas de frango (picância)
• Acidez e carbonatação se contrapõem e harmonizam com pratos gordurosos, oleosos e
defumados. Ex: Saison com pancetta de porco
HARMONIZAÇÃO
Complemento
• A mais complexa. Se dá quando os elementos do prato e da cerveja se combinam de uma forma
que se complementam, trazendo algo que faltava ao paladar.
Ex:
Café com leite (ou uma Stout com pudim de leite)
Crème brûlée e uma cerveja ácida de framboesa (Lambic Framboise)
Peito de frango grelhado e temperado com limão e uma Rauchbier (defumado)
Feijoada com Witbier (laranja)