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Gestão da

mudança
Feliciano, Antonio Marcos
SST Gestão da mudança / Antonio Marcos Feliciano
Ano: 2020
nº de p. : 09

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Gestão da mudança

Apresentação
Os executivos de qualquer empresa procuram, no seu ambiente de atuação,
oportunidades para seus negócios – ainda que, para a efetividade dessas
oportunidades, sejam necessárias mudanças. As mudanças objetivam oferecer
sustentabilidade ao negócio, ampliando a competitividade organizacional e se
concretizando por meio de processos, entre eles o planejamento.

O planejamento, por sua vez, inicia-se com um bom diagnóstico, o qual potencializa
as estratégias, facilitando a adequação das mudanças ao perfil da organização.

Diagnóstico
Para um diagnóstico preciso, são estudados elementos internos e outros presentes
no ambiente externo e que influenciarão a condução das mudanças.

A figura representa o planejamento da mudança

Fonte: Plataforma Deduca (2020)

Sob o ponto de vista interno, para que as ações planejadas tenham fluidez e
alcancem o êxito desejado, é preciso diagnosticar com profundidade alguns
aspectos, como os valores e a cultura da organização. Esses aspectos influenciam
e são influenciados pelo comportamento das pessoas e por inúmeras variáveis dos
ambientes interno e externo uma crise econômica no país, fator típico do ambiente
externo, ou a adoção de um aplicativo tecnológico do processo de trabalho,

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característico do ambiente interno. Esses exemplos confirmam a complexidade do
processo de mudanças e sua vulnerabilidade frente às diversas variáveis.

Atenção
A sensibilização das pessoas para a mudança não passa apenas
pela implantação de um plano de recompensas; ocorre também
pelo conhecimento de seus costumes e valores. O desafio está em
como conhecer a conexão existente entre a cultura das pessoas e
a cultura da organização.

Além de conhecer aspectos da cultura organizacional, na fase de diagnóstico


interno, há necessidade de estudar os processos de trabalho, mapeando-os para
identificar, sobretudo, os fatores limitantes. Também faz-se necessário analisar
a infraestrutura disponível, visando, se for o caso, adaptá-la à mudança. Esse
processo consiste em uma construção coletiva, participativa; portanto, não deve ser
unilateral, isto é, apenas por parte da empresa.

Os diagnósticos são fundamentais para apresentar o estado da arte do objeto de


pesquisa ou diagnosticado. No caso dos processos de mudança organizacional, o
diagnóstico permite identificar os tipos de problemas que influenciam na eficácia da
organização e os eventuais fatores limitadores da eficácia organizacional.

Sistemas organizacionais
As organizações possuem diversos sistemas e, por essa razão, na fase do
diagnóstico do planejamento da mudança, convém identificar qual ou quais dos
sistemas da organização devem passar pelas mudanças.

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Sistemas presentes nas empresas

Fonte: Elaborado pelo autor (2020)

Wood Jr. (2009), entende que esses sistemas estão presentes em qualquer tipo
de organização, contudo, em graus diferentes. Em algumas organizações, esses
sistemas estão bem presentes, enquanto que, em outras, nem todas as variáveis
estão claramente identificadas. Essa identificação pode ocorrer por meio dos
processos, atividades, normas, entre outros aspectos organizacionais.

O diagnóstico da mudança será mais bem elaborado quando esses sistemas forem
mais facilmente identificados e suas variáveis melhor estudadas.

Planejamento da mudança
O reconhecimento da necessidade de mudança na organização com base no
contexto em que está inserida consiste em ação primordial para que ela se posicione
em relação ao mercado, aos seus concorrentes, parceiros e demais atores, visando
avaliar, entre outros aspectos, seu próprio desempenho. Dessa forma, a mudança
precisa ser encarada em um cenário de longo prazo e não como a mera resolução
para um problema pontual ou uma situação efêmera.

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Planejamento da Mudança

Fonte: Plataforma Deduca (2020)

Partindo da ideia de que as mudanças ocorrem apenas por dois motivos, isto é,
por acontecimentos acidentais ou pela necessidade de a organização ser proativa,
e considerando que a mudança ideal ocorre no segundo caso, o planejamento da
mudança faz-se importante.

A mudança organizacional exige o planejamento dinâmico, flexível o suficiente


para que seja de fácil absorção por parte das pessoas nas organizações. O
comprometimento de toda a equipe será fundamental para que o planejamento
tenha ações continuadas e não temporárias. As mudanças advindas das
ações precisam ser percebidas para que tenham a legitimidade da equipe de
colaboradores. Sem a materialização da mudança, por mais ínfima que seja, o
processo tende a enfrentar o descrédito coletivo.

Contribuição dos colaboradores para a organização

Fonte: Plataforma Deduca (2020)

Para Silva e Vergara (2003), o planejamento procura fornecer respostas sobre como
fazer com que a organização tenha sucesso na estratégia de mudança intencional
ao promover a coesão de esforços e vencer as supostas resistências humanas.

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Devidamente planejadas, as mudanças tendem a transcorrer de forma ordenada
e cadenciada, sendo guiadas por um caminho conhecido, previamente planejado.
Mudar em meio a um período turbulento tende a gerar problemas para a
organização. Se as mudanças ocorrerem em momentos de maior agitação, as
pessoas tendem a ficar inseguras e, portanto, mais resistentes às mudanças.

Nesse sentido, além de oferecer direcionamento para o processo de mudança, o


planejamento, por antecipar inúmeras situações, possibilita perceber os desvios que
surgirão pelo caminho.

Manter-se no traçado planejado passa a ser importante, pois as mudanças comumente


são estratégicas e é o seu caráter de abrangência que faz com que a organização
articule o ambiente interno e o ambiente externo. O objetivo é promover a articulação
entre as pessoas, a infraestrutura, as tecnologias, os processos, os parceiros, os clientes,
enfim, o mercado, visando potencializar os resultados da organização.

Articulação do planejamento de mudanças

Fonte: Plataforma Deduca (2020)

Esses são aspectos que não devem ser ignorados por parte dos condutores da
mudança, pois podem segregar parte da equipe, desfocar a visão e o objetivo
da mudança, repelir os colaboradores do processo e também gerar insegurança
nos ambientes interno e externo acerca dos desdobramentos da mudança para a
estabilidade da organização.

De fato, ao tomar a decisão pela mudança, os gestores pensam em contribuir para


o futuro da organização. Dessa forma, por meio de um rigoroso planejamento, a
empresa procura gerir as incertezas do futuro, viabilizando as mudanças.

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Fechamento
Diagnosticar para mudar exige conhecer a empresa por dentro e por fora. De
outra forma, as mudanças tendem, no mínimo, a não surtir efeito, pois os efeitos
da mudança podem ser negativos. A correta leitura do ambiente organizacional
consiste em valioso subsídio para o planejamento da mudança, permitindo, aos
gestores da mudança, tomar decisões mais precisas e objetivas. Isso ocorre
porque os gestores necessitam prever o futuro da empresa, ter a visão da mudança,
de como a empresa ficará após a implantação do processo de mudança.

A atividade de planejamento para uma gestão da mudança exige, além dessa


leitura do ambiente, a íntima relação entre os gestores da mudança e as estratégias
organizacionais. Um bom diagnóstico e um planejamento bem elaborado tendem
a desembocar em uma execução positiva, que é o que sempre se espera quando a
surge a necessidade de mudança nas organizações.

Referências
SILVA, José Roberto Gomes da; VERGARA, Sylvia Constant. Sentimentos,
subjetividade e supostas resistências à mudança organizacional. Revista
Administração de Empresas – ERA, São Paulo, v. 43, nº 3, jul./set. 2003.

WOOD JR. Thomaz. Mudança Organizacional. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

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