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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA 7ª VARA CRIMINAL DA


COMARCA DE VILA VELHA ESTADO DO ESPIRITO SANTO

Processo nº

IGOR BASILIO WADKOENKEN, brasileiro, solteiro, portador de


CPF 135.390.217-01, residente e domiciliado na Rua Jardim
Mirim, 146, apt 202, Vila Velha ES, por conduto do seu
advogado infrafirmado, devidamente constituído mediante
instrumento procuratório em anexo, assim como antecedentes
criminais do requerente em anexo, requerer a REVOGAÇÃO DA
SUA PRISÃO TEMPORÁRIA, com fundamento no art. 5º, LXV, da
CF/88 e o art. 1º da Lei nº 7960/89.

I - DOS FATOS PROCESSUAIS

o Delegado de Polícia representou à V.Exa. a fim de que


fosse decretada a prisão temporária do requerente, alegando
que o mesmo, estava sendo investigado pelo cometimento de
crimes de estelionato e furto, previstos nos arts. 171, e
155, do CP.

II – DO DIREITO

Na lei 7.960/89 que dispõe sobre a prisão temporária em ser


Art , 1º, I e II, traz:

Art. 1º Caberá prisão temporária:

I - Quando imprescindível para as investigações do inquérito


policial;

II - Quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer


elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;

III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer


prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação
do indiciado nos seguintes crimes
n) tráfico de drogas

Ocorre, V.Exa., que o requerente possui residência fixa,


conforme comprovante de residência, em nome de sua
genitora, local onde o Sr. Igor foi preso.

O STF tem entendimento que a prisão temporária somente sera


possível se os seguintes requisitos estiverem presentes
CUMULATIVAMENTE:

1) for imprescindível para as investigações do inquérito


policial, constatada a partir de elementos concretos, e não
meras conjecturas, vedada a sua utilização como prisão para
averiguações, em violação ao direito à não autoincriminação, ou
quando fundada no mero fato de o representado não ter residência
fixa;

2) houver fundadas razões de autoria ou participação do


indiciado nos crimes descritos no artigo 1°, inciso III, da Lei
7.960/1989, vedada a analogia ou a interpretação extensiva do
rol previsto;

3) for justificada em fatos novos ou contemporâneos;

4) for adequada à gravidade concreta do crime, às circunstâncias


do fato e às condições pessoais do indiciado;

5) não for suficiente a imposição de medidas cautelares


diversas, previstas nos artigos 319 e 320 do Código de Processo
Penal (CPP).

Ademais, quanto a necessidade de prisão para o melhor


andamento das investigações já não existe, eis que,
inclusive V. Ex. já levantou o sigilo do processo, sendo,
portanto, desnecessária a continuidade da prisão:

PROCESSO PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. OPERAÇÃO


CANGALHA. TRÁFICO DE DROGAS. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO.
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA. PRISÃO TEMPORÁRIA. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA.
CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL. DENÚNCIA OFERECIDA. AÇÃO PENAL
EM FASE INSTRUTÓRIA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO.
RECURSO PROVIDO. 1. O instituto da prisão temporária tem como
objetivo assegurar a investigação criminal quando estiverem
sendo apurados crimes graves expressamente elencados na lei de
regência e houver fundado receio de que os investigados - sobre
quem devem pairar fortes indícios de autoria - possam tentar
embaraçar a atuação estatal. 2. Tendo em vista que o inquérito
policial já foi encerrado, a denúncia ofertada, e a ação penal
está em fase instrutória, não há mais falar em prisão
temporária. Ademais, a prisão temporária anteriormente
decretada não foi convertida em prisão preventiva. 3. Recurso
em habeas corpus provido. (STJ - RHC: 144813 BA 2021/0091496-8,
Relator: Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, Data de
Julgamento: 24/08/2021, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação:
DJe 31/08/2021).

Portanto, não há a possibilidade do requerente atrapalhar


as investigações, eis que, já encontram-se bem avançadas.

Os supostos fatos também não são contemporâneos.

Ainda, o requerente é citado nas investigações no final da


peça trazida pela Policia Civil, que o mesmo teria
participação nos fatos ilícitos, tendo assim, participação
menor que os demais.

Desta feita, não foram preenchidos os requisitos de forma


cumulativa, sendo assim, necessária a revogação da prisão.

Em continuação o Sr. Igor vem prestando serviços


comunitários na Câmara Municipal desta cidade, e inclusive
laborando durante todo o dia, conforme folha de “ponto”.

Já na parte noturna, o mesmo vem frequentando cursos do


SENAI, como forma de aprimoramento profissional para se
reinserir no mercado de trabalho.

A permanecia da prisão cessara todos os esforços do


requerente em se inserir no mercado de trabalho, bem como,
perderá a possibilidade da prestação de serviços à Câmara
Municipal.
Por fim, nenhum ilícito fora encontrado na casa do Sr.
Igor, o que demonstra, que não possui qualquer risco quanto
a continuidade delitiva
DOS PEDIDOS

Ex positis, requer que seja concedida a REVOGAÇÃO DA PRISÃO


TEMPORÁRIA, como medida de justiça, ante a desnecessidade
da segregação cautelar, expedindo-se o competente alvará de
soltura em favor do requerente, conforme Art. 310, I do
CPP.

Caso V. Ex, entenda, requer seja considera a utilização de


medidas cautelares.

Nestes Termos,

Pede e espera deferimento.

Vila Velha, 27 de Setembro de 2023.

JONATAS PEREIRA DA LUZ ARAUJO


OAB/ES 35.453

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