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Capitulo 11 PACIENTE TERMINAL E A QUESTAO DA MORTE Maria Julia Kovacs “Cumpri rainha missao, pude agir como catalisadora, tentando fazer com que as pessoas aceitem que s6 podemos realmente viver ¢ apreciar a vida se nos conscientizarmos de que somos finitos. Aprendi tudo isso com meus pacientes moribundos que no scu sofrimento ¢ morte concluiram que temos apenas o AGORA, portanto, goze-o plenament¢: e descubra 0 que © entusiasma, porque absolutamente ninguém pede fazé-lo por vocé”. (Elizabeth Kubler-Ross, 1975, Morte estagio final da evolugdao.) Iniciei este capitulo com palavras textuais de Elizabeth Kubler-Ross, essa magnifica profissional, que se preocupou com a qualidade de vida dos seus pacientes acometidos de doengas graves. O seu traba- lho com certeza revolucionou a discussio sobre 0 atendimento des- tes pacientes, e influenciou a minha forma de pensar o problema, bem como a mi.tha pratica como psicdloga. O conceito de terminalidade é um conccito relativo, j4 que todos nés temos a morte como fim do nosso processo de desenvolvimento. A questo da temporalidade é relativa, pois, a0 dizermos que um idoso ou um paciente corn doenga grave est4 mais préximo da morte, este fato € constantemente contrariado, visto que, muitas vezes, pessoas sauda- veis ou mais jovens morrem mais cedo do que aqueles que ja estio “marcados para morrer”. Usaremos este termo neste capitulo, com todas as ressal vas: a que esse nome conduz, pois ainda € a forma como so chamados os pacientes com doengas para as quais ainda nao foi encontrada a cra, e que se encontram hospitalizadas ou no lar. oO rétulo “terminal” pode trazer em seu bojo uma série de expectativas € formas de agZio cue descreveremos no

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