Logo no início do texto podemos ver uma abordagem de evolução da
divulgação científica ao longo dos séculos em vários pontos, setores e até em suas tecnologias de meios e métodos. No contexto brasileiro, há uma percepção errônea de que a divulgação científica foi insignificante até a década de 80. O texto argumenta contra essa visão, destacando que a divulgação científica no Brasil tem pelo menos dois séculos de história e passou por diferentes fases refletindo os contextos e interesses de cada período. Ele explora as iniciativas de divulgação que surgiram com a transferência da corte portuguesa para o Brasil no século XIX, as transformações políticas, culturais e econômicas resultantes, a intensificação das atividades no século XIX e o desenvolvimento posterior, com participação da comunidade científica brasileira. Outra parte que o texto tenta abordar, mas passa até que de maneira bem rápida é as principais atividades que foram surgindo nas últimas décadas que retratam e trabalham bem com as pesquisas científicas e divulgações das mesmas. Com o final do século XIX, houve um aumento, nem um pouco esperado, na divulgação científica devido à segunda revolução industrial na Europa. Isso levou a um otimismo em relação ao progresso científico, que foi veemente demonstrado nas EU ( Exposições Universais ), também incluindo a participação do Brasil a partir de 1862 que era bem limitada até então. Num programa envolvendo principalmente estrangeiros ou brasileiros que foram selecionados e treinados para o exterior, em diversas áreas como: ciências naturais, astronomia, doenças tropicais etc. A educação científica estava totalmente restrita a uma pequena elite, enquanto a maioria da população era analfabeta e a escravidão que ainda existia. Nesse contexto, houve um interesse difuso por ciências entre a elite ilustrada. A divulgação científica tinha ênfase na aplicação das ciências nas artes industriais, impulsionada pelo interesse do imperador da época, D. Pedro II, pela ciência. Ao longo do século inteiro, cerca de 7.000 periódicos foram criados no Brasil, com cerca de 300 relacionados à ciência de alguma forma ou outra, sendo mais concentrada ou até mesmo para cumprir tabela de maneira menos expressiva ou até científica. Muitos desses periódicos tinham títulos "científicos", mas muitas vezes continham pouco conteúdo real de ciência, focando em notícias curtas ou curiosidades. No entanto, essa tendência refletiu o contexto cultural da época. Uma análise das datas de criação dos periódicos revela um aumento significativo nos periódicos gerais entre 1850 e 1880. Além disso, houve um crescimento notável dos periódicos relacionados à ciência a partir de 1860, atingindo o pico em 1875, evidenciando o crescente interesse nos temas científicos. A maior parte desses periódicos estava centralizada no Rio de Janeiro devido à estrutura política e educacional do país na época. As últimas décadas foram as melhores no quesito de divulgação científica devido aos diversos pontos trabalhados não só pelos acadêmicos e pesquisadores como também os esforços dos governos com programas, bolsas, auxílios e outros meios de corroborarem com tudo isso Apesar do crescimento nos centros de ciências e museus criados com o intuito de popularizar a ciência, pesquisa e afins nos últimos anos, apenas cerca de 1,5 milhão de brasileiros (menos de 1% da população) visitam essas instituições anualmente, em comparação com países europeus onde a visitação a museus pode chegar a 25% da população. A distribuição limitada, recursos financeiros e educacionais restritos, além de uma tradição cultural frágil, explicam essa baixa frequência de visitas. Alguns museus de maior porte organizam exposições sobre temas científicos, algumas das quais itinerantes, percorrendo outros museus pelo país. A colaboração entre essas instituições ainda é limitada. No campo da divulgação científica, alguns indivíduos brasileiros receberam destaque e diversos prêmios internacionais. Além disso, conferências de ciência voltadas para o público geral ou jovens nas escolas se espalharam pelo país. Algumas iniciativas de divulgação científica através do rádio também foram implementadas, principalmente em estações governamentais ou pertencentes a universidades públicas. Acredito que ainda há mais o que se fazer, começando por baixo mesmo nas questões socioeconômicas, medidas a se trabalhar para criar e gerar o interesse no meio da ciência e acadêmico lá nos primeiros anos do colégio e com a bagagem desse interesse o motivo econômico não ser um empecilho quando essa pessoa atingir a idade adulta e ingressar na faculdade.