Você está na página 1de 43
DISTRIBUICAO DE ENERGIA ELECTRICA EM BAIXA TENSAO Guia Técnico ! de Redes Aéreas em condutores | em Torcada DIRECGAO - GERAL DE ENERGIA _ DIRECCAO DE SERVIGOS DE ENERGIA ELECTRICA MARGO 1991 INDICE Pag. 1+ GENERALIDADES.... 9 4.1- _ INTRODUGAO...... 9 12- OBJECTIVO.... 1" 1.3- CAMPO DE APLICAGAOQ .. W 14+ UNIDADES . " 1.5- DOCUMENTOS NORMATIVOS APLICAVEIS......00 Seat "1 1.6- — DEFINIGOES. 12 1.6.1- Rede em fachada ... 12 1.6.1.1 - Rede tensa em fachada.. 12 1.6.1.2 Rede pousada em tachada 12 1.6.2- Rede tensa em apoios 12 1.8.3- Condutores isolados agrupados em fel (condutores em torgada) 1.6.4- Comprimento do vao . 12 1.6.5- Véo equivalente ... 12 1.6.6- Flecha... 13 1.6.7- Cantao de regulagao .. 13 1.6.8- Tabelas de reguiagao 14 1.6.9- Cravagao ... 14 2- _ GARACTERISTICAS GERAIS DOS MATERIAIS E APARELHOS, 15 24- CONDUTORES... : 15 APOIOS on 7 Postes de madeira... 7 Postes de betdo .. 8 Postaletes @ Cons0las 0... 20 Elementos de estabilidade dos apoios 20 Fundagées 20 Espias 21 ‘Acesséios de fixagao 22 Pingas de amarragao @ de suspensao . 22 Bragadeiras.. : 23 Bergos... 25 Ferragem de fxacao.. 25 2.3- ACESSORIOS DE LIGAGAO ELECTRICA E/OU MECANICA 25 29.1- Uni69s is0ladaS «nen : 25 2.3.2-_Ligadores de derivagao para redes isoladas (de perfuragao de isolamento) 27 2.3.2.1 Ligadores de aperto simulténeo 28 23.22- 233- 24. 244 242 25- 26- 264- 262- 2.63- 27- 34+ 344+ B.1.2- 3.1.3- 314- 32- 321- 32.2- 3.2.3- 3.2.3.1 32.32- 33- 33.4- 332- 33.21- 39.22- 33.23- 33.24- 33.3- 4a- 42- 424- 422- 4.23- Ligadores de aperto independent 29 Ligadores de derivagao para transigao entre rede nua © 97000 OMI GAUE voecneennncimennn 8D BRAGO DE ILUMINAGAO PUBLICA E CONDUTORES DE DERIVAGAO .. Brage de iluminagao piblica . Conautoras de ligagao ELECTRODOS DE TERRA.. EQUIPAMENTO Caixas de protecgao .. Caixas de seccionamento... Caixas de derivacao .. PROTECGAO CONTRA A CORROSAO .. REGRAS PARA O PROMECTO..... 39 ARQUITECTURA DA REDE .... 39 Generalidades «0... 39 Selecgéo do tipo de instalagao 39 Rogras gerais .. 40 Distancias dos condutores 40 CALCULOS ELECTRICOS .. 42 Poténcias de dimensionamento das redes 42 Quedas de tenséo 48 Proteegées conta sobreintensidades 45 Protecgdes contra sobrecargas 5 Protecgées contra curto-circuitos 46 CALCULO MECANICO .... 47 Flechas de montagem e tensées maximas a7 Verificagao da estabilidade dos apoios de betdo a7 Apoios de alinhamento... 48 Apoios de Angulo. 49 ‘Apoios de derivagéo 49 Apoios de fim de linha 50 Dimensionamento das espias. 50 REGRAS GERAIS PARA A EXECUCAO 52 GENERALIDADES ...... 52 MATERIAIS E FERRAMENTAS PARA MONTAGEM DA REDE, 82 Patesca de desenrolamento 52 Conjunto de tigagao .... 53 Dinamémetto «0» 54 Estropo plano em tranga de fibra sintética .. Ebates Corda de poliéster cochada com 10 mm de diametro z Corda de poliamida entrangada de 12 mm de diametro.. Patesca ... Talhas de corda wn. Talha do tipo “Lug all” Guincho com motor auxiliar (eléctrico) . Reboque porta-bobinas com travamento mecanico 43- REGRAS PARA A MONTAGEM DE REDES TENSAS EM APOIOS «ccc 4.3.1- _Principios fundamentais ........ 43.2- | Desenrolamento do feixe . 4.3.2.1 - Disposi¢ao da bobINa ....nssunene 4.3.2.2- Condicées de desenrolamento 4.3.2.3 - Material de desenrolamento .. 4.3.2.4- Desenrolamento manual... 4.3.241- Posigao da bobina nn 4.3.2.4,2- Sentido de rotago da bobina 43.24.3- Travagem da bobina Desenrolamento 1... Realizagao da primeira amarragao 4.3.2.8 - Desenrolamento mecnico ..... 43.2.5.1- Posigéo da bobina .. 43,2.5.2- Sentido de rotagao da bobina, 43.25.3- Posig&o do guincho Soore a i 43.25.4- Desenrolamenio ..... 7 7 4.3.2.5.5- Realizagdo da primeira amarragao ... 4.3.2,.5.6- Operacées particulares..suenansnnnenns 4.3.3- _Regulagio do feixe 4.3.3.2 Material necesséro a regulagao dos condutores 4.3.3.3 - Métodos de regulacéo .... sate pete 4333.1 - Linas com um s6 v8o de roguagéo z 7 7 4.3.3.3.2- _Linhas com dois ou mais vaos de regulagao .. 4.3.3.3.2.1 - Pré-regulacéo ... 4.3.3.3.2.2 - Regulagao do primeiro vao 4.3.3.3.2.3 - Regulagéo dos outros vos 4.3.4- Montagem do feixe nas pingas de suspenséi 4.3.4.1 Alinhamentos de nivel . 4.3.42- Anguios 7 7 : 4.4-_ REGRAS PARA A MONTAGEM DE REDES NAS FACHADAS DOS EDIFICIOS .. 44.1- Generalidades 4.4.1.1 - Redes pousadas nas fachadas . 4.4.1.2 Redes tensas nas fachadas ... 4.4.1.3- Redes tensas entre fachadas 4.5- _ REGRAS PARA A MONTAGEM DE RAMAIS, 454- 452- 453- 45.3.1- 4532- 453.3 - 4534- 45.4- 45.41- 45.42- 4543- 4544- 4545- 45.46- 455- 46- 461- 462- 463- 463.1 - 46.3.2- 47- 48- 49- 410- 541- 52- 5.24- 5.22- 5.23- 5.24- 53- 53.1- 5.3.2- B4- Goneralidades .. : Preparagéo da ponta do um felxe para igagao a uma rede nua Ligagdes a rede .. Redes aéreas em condutores nus .. Rede aérea em condutores isolados .. Reagrupamento de ramais Jungdes nos ramais ‘Amarragao de feixes tensos EE east Pingas de amarracao e bergos Peete sane ‘Amarragao a postes da rede : ‘Amarragao a postaletes ‘Amarragées a postes intermédios Ramais pousados na fachada, fixados por meio de bragadeiras ‘Amarragées as fachadas dos edificios Penetragao e percurso no interior dos edificios REGRAS PARA A MONTAGEM DOS MATERIAIS: Unides pré-isoladas ce Z Ligadores de derivagao para transicao rede nua - ‘orga - Ligadores de derivacdo de perfuragao de isolamento.. Ligadores de aperto independente Ligadores de aperto simultaneo ... REGRAS GERAIS PARA A IMPLANTAGAO DE ELECTRODOS DE TERRA REGRAS GERAIS PARA A LIGAGAO DO NEUTRO A TERRA. REGRAS GERAIS PARA A TRANSIGAO ENTRE REDE EM TORGADA E REDE SUBTERRANEA ILUMINAGAO PUBLICA... REGRAS GERAIS PARA A EXPLORACAO E CONSERVACAO... GENERALIDADES ......... VERIFICAQAO DAS REDES ANTES DA SUA ENTRADA EM SERVICO ..... Condutores .. Acessérios . Apoios Terras .. REGRAS PARA A EXPLORAGAO...... Exploracéo normal. Exploragéio em regime perturbado (reparacéo de avarias) REGRAS PARA A CONSERVAGAO. S&sssesasgReses 93 95 97 97 100 101 103 105 106 106 108 108 108 109 109 109 109 11 112 ANEXO A - ANEXOB - ANEXO C- ANEXO D- ANEXO E- ANEXO F - NORMAS E REGULAMENTOS APLICAVEIS 7 testo Cee PROJECTO (ELEMENTOS A CONSIDERAR NO PROJECTO) oc 115 RELATORIO DE INSPECCAO DE REDES DE DISTRIBUIGAO AEREAS 17 FLECHAS DE REGULACAO E TRACGOES MECANICAS PARA CONDUTORES EM. TORGADA wees : ae Se ve 12 PROTECGAO DAS REDES CONTRA CURTO-CIRCUITOS ... 127 PRINCIPAIS TROGOS NAVEGAVEIS E FLUTAVEIS DOS RIOS DO PAIS E MAIOR ALTURA. DA MASTREAGAO DOS BARCOS QUE NOS MESMOS NAVEGAM .... 133 DESENHOS: 05.12.01 - 05.13.01 - 05.13.02 - 05.13.03 - 05.13.04 - 05.14.001 05.14,002 - 05.21.01 - 05.50.01 - 05.56.01 - 05.56.03 - (05.56.004 - 05.56.05 - FUNDAGAO PARA POSTES DE MADEIRA POSTALETE TIPO U POSTALETE TIPOO CONSOLA TIPO U CONSOLA TIPOO ESPIA ANCORAS OU MACICOS E RESPECTIVA LIGAGAO A ESPIA BRAGO PARA APARELHO DE ILUMINAGAO. DESENHO DE CONJUNTO EXEMPLIFICATIVO DE REDE AEREA DE DISTRIBUIGAO EM B.1. (COM CONDUTORES ISOLADOS EM FEIXE - TORCADAS: SUPORTE DE GANCHO COM UNHA. + SUPORTE DE GANCHO COM ROSCA ‘SUPORTE DE OLHAL RABO DE PORCO COM UNHA, ‘SUPORTE DE OLHAL RABO DE PORCO COM ROSCA ALONGADOR 1-GENERALIDADES 1.1 INTRODUCAO. Em Portugal, as redes de distribuigao aéreas de baixa tensdo foram sempre, maioritéria e tradicionalmente, construidas em condutores nus assentes sobre isoladores. Inicialmente em condutores nus de cobre, passaram, Posteriormente, a sé-lo em condutores de aluminio ou de liga de aluminio. Mais recentemente, a utilizagdo de condutores isolados nas redes aéreas teve um enorme incremento com o aparecimento dos condutores em torgada. ‘As raz6es que levaram aque, a semelhanca de outros paises, nomeadamente paises europeus, também em Portugal estas redes comegassem a surgir e a ter uma utilizagao generalizada so de varia ordem: a) de economia — diminuigao do nimero e frequéncia das avarias ocorridas na exploracéo das redes; — _diminuigaodo nimero de cortes e decotes das rvores, tanto no estabelecimentocomodurantea exploragaodeste tipo de rede, o que se torna muito significativo nas zonas densamente arborizadas; — redugao das hipéteses de origem de incéndios devidos a curto-circultos ou quedas de condutores nas proximi- dades de instalagdes com risco de incéndio ou em zonas atborizadas; — _diminuigao do custo de mao-de-obra necessétio ao seu estabelecimento, por necessitarem de menor tempo para ‘a montagem dos materiais; — _redugdo da alturados postes e demais apoios por necessitarem de menores distancias ao solo e entre condutores; Podem, inclusivamente, dispensar os apoios classioos e serem estabelecidas nas fachadas dos editicios; b) de seguranga — diminuigéo dos riscos de contactos acidentais com pegas em tensdo, tanto para o pessoal da exploragdo como para o piblico em geral, por se tratar, em grande parte, de materiais dotados de duplo isolamento e com tensoes de perfuragao extremamente elevadas (em regra, superiores a 20 kV); — maior facilidade @ seguranga na execugao dos trabalhos de conservagao e exploragao: — melhor comportamento em relagao as sobrecargas mecanicas devidas ao gelo, & neve ou ao vento; c) de qualidade de servico — possibilidade de montagem quer de novos circuitos quer de derivagSes da rede ou ramais sem necessidade de interrupcaio do fornecimento de energia; — redugo drastica do numero e frequéncia das interrupgbes de fornecimento de energia causadas por avarias na rede; 4) de estética — diminuigdo do espaco visual ocupado em relagdo as redes nuas, o que é mais notavel no caso de redes em fa- chadas; — redugdo do impacto no meio ambiente pela redugdo da quantidade de arvores a abater para a instalagao e ex- ploragao, bem como pela sua melhor integragdo na paisagem rural, sobretudo quando se utlizam postes de ma- deira. HA, no entanto, alguns aspectos negatives que convém realgar: — necessidade de uma maior vigiléncia das cargas eléctricas, o que obriga a utilizagéo de aparelhos de proteccao contra sobrecargas ecurto-circuitos adequados, com vista anao danificar irreversivelmente o isolamento dos con- dutores em caso de sobreintensidades; — maiordificuldade de reparagéo de danos e de localizacao de avarias por se tratar de redes em condutores isolados agrupados em felxe, embora 0 numero de intervengées seja consideraveimente menor que nas redes nuas; —_necessidade de se usar mais do que um feixe no caso de se pretender alimentar poténcias elevadas (normalmente superiores a 120 kVA); — maiores cuidados na montagem, exigindo, nomeadamente, que nao se arrastem os condutores pelo solo, ou se nao submetam estes a qualquer outra acgao que seja abrasiva para 0 seu Isolamento. ‘Quando, em 1977, foram elaboradas as Recomendages para a Execugao de Redes om Condutores Isolados em Feixe (forgadas), visava-se, como seu aparecimento, contribuir para obstar ao modo inadequado como algumas redes estavam a ser concebidas, executadas ov mesmo exploradas. Decorridos que sao estes anos, a evolucao da técnica ea experiéncia colhida com este tipo de redes aconselharam a uma revisio e actualizagao daquela publicagao, 0 que se pretende conseguir com a edigéo do presente Guia Técnico. 10 4.2- OBJECTIVO O presente Guia Técnico destina-se, em complemento do Regulamento de Seguranga de Redes de Distribuigao de Energia Eléctrica em Baixa Tensao, a: ) _indicar condig6es para a concepgo, a execucdo e a exploragao das redes indicadas no Campo de Aplicagao; 1b) definiras principais caracteristicas a que devern obedecer os materiais e equipamentos a usar na construgao da- quelas redes. Em anexo (ANEXO B), s&o ainda indicados os elementos a integrar no projecto de licenciamento a apresentar & Direcgao de Servigos Regional da area onde se situar a instalagéo. 1.3 - CAMPO DE APLICAGAO ‘O presente Guia Técnico aplica-se as redes aéreas de distribuigdo publica de energia eléctrica em baixa tenséo estabelecidas com condutoresisolados agrupados em felxe, abreviadamente designados por condutores.em torgada ou simplesmente torgada, bem como as redes de instalagSes eléctricas de servico particular de estrutura semelhante. Estas Ultimas devem, ainda, obedecer as disposigdes do Regulamento de Seguranga de Instalagdes de Utiizagao de Energia Eléctrica, No presente Guia Técnico so considerados os seguintes tipos de montagens dos condutores em torcada: — Redes tensas em fachada — Redes pousadas em fachada — Redes tensas em apoio 1.4-UNIDADES: ‘As unidades referidas no presente guia técnico seguem, em regra, osistema internacional de unidades (NP - 172). 1.8 - DOCUMENTOS NORMATIVOS APLICAVEIS Em anexo (ANEXO A), indicam-se as Normas, Regulamentos @ Guias Técnicos referidos no presente guia. "1 1.6 - DEFINIGOES 1.6.1- Rede em fachada: Rede em que a torcada é estabelecida nas paredes de edificios por meio de acessérios préprios para este tipo de rede. 1.6.1.1 - Rede tensa em fachadi Rede em fachada em que a torgada 6 estabelecida sob tensao mecanica. - Rede pousada em fachada: Rede om fachada em que a torgada é estabelecida sem tenséio mecanica. 1.6.2- Rede tensa em apoios: Rede em que a torgada ¢ estabelecida sob tensao mecdnica em apoios (postes, postaletes ou consolas) por meio de acessérios préprios para este tipo de redes. 4.6.3- Condutores isolados agrupados em feixe (condutores em torgada): Conjunto constituido por condutores com almas de cobre, de aluminio ou de liga de aluminio isolados a polietitono reticulado (PEX), e em que os condutores so cableados entre si ou em torno do condutor neutro com as fungbes de elemento tensor. No ptimeiro caso, em que os condutores de fase e 0 neutro sao idénticos e igualmente traccionados, a técnica 6 designada por “escandinava’, “alema” ou “simétrica”. No segundo caso, em que apenas 0 condutor neutro (54,6 mm? de liga de aluminio) €traccionado, a técnica designa-se por “rancesa’. 1.6.4- Comprimento do vo: Distancia horizontal entre dois apoios consecutives (distancia “a” da Fig. 1) 1,.6.5- Vao equivalente: \Vao ficticio no qual as variagbes da tenso mecéinica, devidas as variagdes da carga da temperatura, S80 sensivelmente iguais as dos aos reais do cantao. 12 1.6.6- Flecha Distdncia entre o ponto do feixe onde a tangente é paralela a recta que passa pelos pontos de fixago do feixe @ a intersecgao da vertical desse ponto com esta recta, suposto 0 feixe nao desviado pelo vento (Fig. 1). Fig. 1 - Flecha dos condutores (f) ¢ distdncia dos condutores ao solo (D) num vao. 1.6.7- Canto de regulagao: Parte de uma rede compreendida entre dois apoios, nos quais os condutores sao fixados por meio de pingas de amarragao (Fig. 2). A Amarragao + Suspensao Fig. 2 - Cantio de regulagao 13 1.6.8- Tabelas de regulagao: ‘Tabelas que dao, para cada vao e em funcéo da temperatura ambiente, o esforco de traogéo a aplicar a torgada para se obter a pretendida regulagdo. Em anexo (ANEXO D) apresentam-se as tabelas de regulacdo para diferentes composigdes dos feixes. 1.6.8- Cravagao: Processo de aperto mecanico de um acessério aos condutores, que consiste em provocar, na alturadamontagem, uma deformagao do material de que aquele é feito e em que a posterior desmontagem exige a destruigao dos condutores ligados por seu intermécio. 2 - CARACTERITICAS GERAIS DOS MATERIAIS E APARELHOS 2.1 - CONDUTORES Os condutores a usar neste tipo de redes obedecem & Norma NP - 3528 e sao constituidos por: almas de cobre, de aluminio ou de liga de aluminio, — _ isolamento de polietileno reticulade (PEX), preto, com as caracteristicas indicadas nos quadros 1 e 2. Sao usadas sob a forma de feixes de 4.cu 5 condutores cableados entre si (técnica escandinava ou alema} ou em torno do candutor neutro com as fungées de slementa tensor do feixe (tecnica francesa} e¢ apresentam-se nas composicoes indicadas no quadro 2. Quadro 1 Caracteristicas dos condutores tipo torgada reza , dee alas R {20° C) R (50° ©) (Q/km} (Q fkm) 4.61 5,16 3,08 3,45 id 1.83 2,05 16 1.91 2.15 25 1,20 1,34 Aluminio 50 0,641 0,716 7O 0.443 0,495 95 0.320 0.357 Liga de 54,6 0.628 0.696 1.6 13,0 16,6 Aluminio (*) - ausar apenas na ifluminacdo publica, na ligagdo das fumindrias § - Seceao nominal dos condutores é - espessura minima do isolamenio fi - resisténcia das almas { a 20° C e a 50° C} d - diadmetro maximo do conduter F rot lorca minima de rotura da aima A reactancia destes condutores, quando em feixe, 6 aproximadamente X = 0.1 Q’km. Quadro 2 Caracteristicas e composigdes dos feixes de torgadas Natureza das Composica p aimas omposigdo condutoras (kg/km) 2x16 4x16+kI6 4x254kl6 4x50 1kI6 4x7O+kI6 4x95+k16 ou 25 3x25+54,6+k16 3x50+54,6+k16 3x 70454, 6+k16 3x95-54.6+kI6 ou 25 @) ausar apenas na dumynacde publica, na ligacao das luminarias k- Qoutou2 @ap - diametra aparente do feixe iz- corrente maxima admissivel na canalizagdo em regime permananta p- peso do feixe (para K = 0} f para K = 7 ou para K = 2 adicionar, aos valores indicados, 72 kg/km ou 144 kg‘km para condutores de tuminacdo publica de 16 mrF e 170 kavkm ou 220 kgrkm para 25 mim respectivamente). Fig. 3 - Feixes de condutores tipo torgada: (a) - técnica escandinava (b) - técnica francesa 2.2- APOIOS 2.2.1. Postes de madeira Os postes de madeira devem ser fabricados segundo o disposto na NP - 267. As furagées indicadas na figura 4 devem ser efectuadas antes da impregnagao. 128 Postes de madeira - cabega e furagdes 7 No quadro 3 estao indicadas as principais caracteristicas dos postes de madeira, Quadro 3 Caracteristicas dos postes de madeira Didmetro Diametro | da seccdo Referencias | Comprimento | daseccao | transversal | altura Forga dos total h do topo atmda at nominal postes base (rm) (nm) (mm) (m) (kgf) Az 150 200 5.80 220 AB 150 205 6,70 200 Ag 150 210 7,60 180 Ato 10 150 220 8.50 180 87 7 190 180 5.80 160 88 130 185 6.70 140 B9 130 190 7,60 130 B10 10 130 200 850 130 *- Unidades ainda usadas comerciaimente Este tipo de postes ¢ 0 mais apropriado as redes em condutores em torgada nao s6 pelo aspecto paisagistico come também pelo aspecto econémica e pelas alturas disponiveis (nas redes om torgada, @ possivel usar postes de 7 ou 8 mde altura, que so as alturas mais frequentes neste tipo de postes). 2.2.2 - Postes de betao Os postes de botao devem ser fabricados segundo odispostonas normas NP-261 eP -628, exceptonocapitulo das ligagoes & terra (seocdo 6 da P - 628)(1). Na figura 5 estdo indicadas as furagdes @ no quadro 4 as principais dimensées destes postes. (1)— Dover usaree condita de cobra nu nas condgseselridae na sao 48 (condones do 25 modo e050) exancos ao poste» proegias por thos ‘eionas desde 03 m aban oo solo ate 2.5m aca ces. 18 Dt 125 ° 12550) 125 °o 0 0 ° Fig. 5 - Postes de betio - cabega e furagoes 19 Quadro 4 Caracteristicas dos postes de betéo Forca nominal A B c D tka)" (mm) (mm) (mm) (mm) 100 120 145, 100 115 200 120 145, 100 115 400 140 180 110 140 800 170 210 130 160 *- Unidades ainda usadas comercialmente 2.2.3 - Postaletes e consolas Os postaletes e as consolas sao de ago E 24 ou St 37.2 segundo as normas NF A 35-01 e DIN 17100, respectivamente, segundo as dimens6es indicadas nos desenhos n°s 05.13.01 , 05.13.02, 05.13.003 e 05.13.004, ‘obedecendo ao disposto nas normas préprias(2) ¢ devem ser convenientemente protegidos contra a corrosao (ver seogao 2.7). 2.2.4-- Elementos de estabilidade dos apoios 2.2.4.4 - Fundagoes Os postes so implantados directamente no solo ou consolidados por tundacdes especiais de modo a ticar assegurada a sva estabilidade tendo em conta as solicitagdes actuantes e a natureza do soto, Na sua implantagao deve observar-se 0 seguinte: a) Os postes de betio armado ou pré-esforgado podem ser implantados directamente no solo. Geralmente, 08 postes de beldo dispensam fundagdes especiais por se conseguir a sua estabilidade respeitando a profundidade minima de enterramento e atacando a parte enterrada com pedra solta como se procede para os postes de madeira, b) Os postes de madeira so, em regra, implantados directamente no solo atacados simplesmente com pedra solta ou fixados a dispositivos apropriados, Para este efeito, recomenda se a colocagao de uma coroa de pedras duras de dimens6es convenientes na base do apoio e de outra no tergo superior da escavagao, sendo as alturas destas coroas aproximadamente iguais ao didmetro do poste, de acordo com o desenho n’ 05.12.001. (2h WP 39; NP- 398 MP 479, 20 No caso de postes implantados em terreno particularmente mole, pode ser necessario colocar mais de duas coroas de pedras ou adoptar outros meios destinados a evitar que as pressées sobre as paredes 0 fundo da escavagao ultrapassem o limite admissivel. (Os postes de madeira podem ser fixados a bases de betdo, as quais devem sobressair um pouco do solo e ter uma forma que facilite o escoamento da agua. A flxacdo do poste na respectiva base deve ser feita de modo a manter © apoio afastado do solo, com o fim de preservar a madeira da humidade do solo e da acumulagdo das éguas. 0 encastramento de postes de madeira directamente em macigos de betdo pode fazer-se, desde que a distancia entre a parte superior do macigo e a superficie do solo nao seja interior a 0,5 m (ver desenho n® 05.12.01). No caso de postes de madeira implantados em passeios recobertos de betdo ou asfalto, recomenda-se que o revestimento seja interrompido a, pelo menos, 20 om do poste e que o espago entre este e o revestimento seja ‘compactado e nivelado. 2.2.4.2- Esplas As espias sao executadas de acordo com odesenho n?® 05.14.01 e constituidas por cabos ou varetas com elos deligago robustos, de ago galvanizado, possuindo forga de rotura minima de 600 daN. Os arames ou fos constituintes dos cabos nao devem ter um didmetro inferior a 3 mm. Na parte enterrada das espias e numa extenséo de 0,50 m fora do solo, deve ser utilizado vardo de aco de Niostopermiides cuzementosde redesce BT com caminnas eter olecinicados,excepte quando astabeleigos ses, ovemabras deat (tines, genes, ‘pormes de camnno def, wt) 42 b) ramai Colectivas de Edificios e Entradas e que se transcrevem no quadro 6. ~ 05 que constam do artigo 25° do Regulamento de Seguranga de Instalagoes Quadro 6 Coeficientes de simultaneidade para ramais No caso de nao ser possivel prever as poténcias dessas instalagées (domésticas), usam-se os valores: — 6.6 KVA nas zonas urbanas e semi-urbanas; —3,3 kVA nas zonas rurais. ‘estes valores sao adicionados os correspondentes a outras instalagdes (indUstrias, comércio, etc.),bemeomo 08 correspondentes a iluminagao publica, 3.2.2 - Quedas de tensao ‘As secgbes dos condutores sao determinadas por forma a que a queda de tensao, no ponto mais afastado da rede, néo ultrapasse 8 % nas zonas rurais ¢ 6 % nas urbanas. Assim, devem dimensionar-se as redes de modo a ndo se ultrapassarem, nos pontos mais afastados, os valores de queda de tenséio indicados no quatro 7. 43 Quadro 7 Quedas de tensdo maximas admissiveis nas redes Rede Canalizagoes ae 3 mals sl principals: Localizagao Zona rural 6% 2% Zona urbana ou semiurbana 5% 1% ‘A queda de tensfio pode ser calculada pela formula: PL Au (V) = —=(R + Xtg ¢) x 108 U PL AU (6) = —— (R + Xt q) x 10 rr em ave: Ua tensao nominal 220 V para ramais monotésicos

Você também pode gostar