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PREVENÇÃO E CONTROLE DE

RISCOS

Curso Técnico de Segurança do Trabalho


Módulo II
Professora: Crislayne Z. Schmitd Avancini
SUMÁRIO
1. Definições técnicas de gerenciamento de riscos;
2. Compreender e elaborar mapeamento de riscos;
3. Elaborar Análise Preliminar de Riscos, bem como as
medidas de controle;
4. Conhecer e elaborar investigações de acidentes e
reconstruir acidentes a partir da Árvore de Causas;
5. Compreender e calcular Horas Homem de Exposição ao
Risco (HHT), taxas de frequência e gravidade dos
acidentes;
6. Conhecer e efetuar o registro e envio da Comunicação do
Acidente de Trabalho (CAT) no sistema da Previdência
Social;
7. Compreender a NR 34.

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GERENCIAMENTO DE RISCOS
RISCO
substantivo masculino
1. probabilidade de perigo, ger. com ameaça física para o
homem e/ou para o meio ambiente.
"r. de vida“
2. probabilidade de insucesso de determinado
empreendimento, em função de acontecimento
eventual, incerto, cuja ocorrência não depende
exclusivamente da vontade dos interessados.
"o projeto está em r. de perder seu patrocínio"

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GERENCIAMENTO DE RISCOS
PERIGO X RISCO
O perigo caracteriza-se por ser uma fonte causadora de lesões ou danos à
saúde.
O risco ocupacional é definido pela exposição à fonte causadora da lesão
(perigo).
Acompanhe os exemplos abaixo:
Tempestades com Raios: é um perigo. E se você decide sair para uma
caminhada no meio de uma tempestade com raios, você está se expondo.
Então, a partir do momento em que ocorre a exposição, passa a existir o risco
de morte por uma intensa descarga elétrica;
Fogueira de São João: é um perigo. E se você decide saltar sob a fogueira,
passa a ser um risco, pois você fica exposto à queimaduras;
A Sogra: se você é casado e tem sogra, ela é um perigo. E se ela decide passar
uma semana na sua casa, é um risco.

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GERENCIAMENTO DE RISCOS

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GERENCIAMENTO DE RISCO
Gerenciamento de riscos significa determinar
estratégias que permitam um equilíbrio entre as
metas a serem alcançadas e os riscos que elas
proporcionam. Assim, gerenciar riscos é definir
ações que permitam prevenir ou eliminar esses
riscos inerentes aos objetivos do negócio e, além
disso, identificar oportunidades que possam
agregar mais valor para a empresa.
Existem diversas técnicas para gerenciamento de
riscos, e é importante que os profissionais
responsáveis pelas análises sejam qualificados
tanto em aplicá-las quanto em analisar os riscos
em si.

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GERENCIAMENTO DE RISCO
Cronologia das principais mudanças no gerenciamento de riscos:
- Primeira Era: A tecnologia
Se iniciou com a Revolução Industrial (1750-1760), e a invenção da
máquina a vapor. A maioria dos acidentes ocorreram devido à falha de
tecnologia, ferindo os trabalhadores e o público (acidente que ocorreu na
Pensilvânia (EUA) devido o derretimento de um reator de uma usina
nuclear, que embora suas pequenas liberações radioativas não tenham
tido efeitos detectáveis ​na saúde da usina, trabalhadores ou o público,
suas consequências trouxeram mudanças radicais envolvendo
planejamento de resposta a emergências, treinamento de operadores de
reatores, engenharia de fatores humanos, proteção contra radiação e
muitas outras áreas de operações de usinas nucleares).

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GERENCIAMENTO DE RISCO
- Segunda Era: O ser humano
Essa era de gerenciamento de risco se
expandiu para enfocar tanto o ser humano –
desempenho humano – quanto a
tecnologia. Os sistemas foram projetados
para serem tolerantes a erros humanos, de
modo que nem a ação humana, nem as
falhas isoladas resultariam em acidentes.
Essa visão de gerenciamento continuou até
acidentes como o do ônibus espacial
Challenger que derreteu pouco depois da
decolagem, espalhando seus destroços pelo
Atlântico ao longo da costa e matando todos
os tripulantes.

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GERENCIAMENTO DE RISCO
- Terceira Era: A organização
Essa era se expandiu para se concentrar na organização, bem como no ser
humano e na tecnologia. O gerenciamento de risco nessa era organizacional
via o erro humano e as falhas técnicas mais como uma consequência do
que como causa. Novos modelos de gerenciamento e avaliações surgiram, o
que permitiu aos gestores de segurança encontrar e, em seguida, remover
os pontos fracos superiores na organização que poderiam levar a acidentes
graves no futuro.
Essa visão continuou até acidentes como o desastre do ônibus espacial
Columbia, em 2003 (o ônibus espacial Columbia se desintegrou no céu dos
Estados Unidos, poucos minutos antes do pouso esperado). Chegou-se a
conclusão que já não era suficiente focar nos fatores tecnológicos, humanos
e organizacionais de forma isolada.

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GERENCIAMENTO DE RISCO
- Quarta Era: Os sistemas
Essa abordagem (sistema) visa compreender a complexidade do trabalho
do dia-a-dia, descrevendo as muitas vezes complexas inter-relações e
interdependências entre a tecnologia, o ser humano e a organização. Isso
permite que a descrição da organização reflita mais de perto a verdadeira
realidade do trabalho no início do século XXI: pessoas trabalhando juntas
usando tecnologia complexa em vários locais e divisões dentro da
organização.
Adotar a abordagem sistêmica, significa ver mais claramente como cada
peça do quebra-cabeça se encaixa, afeta e é dependente de outras peças.

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GERENCIAMENTO DE RISCO
A ABNT NBR ISO 31.000/2018 (Gestão de Risco – Princípios e
Diretrizes) define risco como o efeito da incerteza sobre os
objetivos, e gestão de risco como as atividades coordenadas para
dirigir e controlar uma organização em relação ao risco.
O conceito de risco tem mais de uma linha de desenvolvimento:
• A primeira é uma abordagem financeira centrada na
administração de empresas e seguros.
• A segunda é orientada para a segurança do trabalho.
• A terceira é uma abordagem orientada pela ciência do
gerenciamento de desastres.
• A quarta trata do risco na forma da lei.

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GERENCIAMENTO DE RISCO
Os riscos apresentam características diferenciadas em função do
ambiente de atuação da empresa e das suas próprias
características operacionais.
Novos riscos surgem em novos tipos de estruturas corporativas e
mudanças na tecnologia da informação.
Os riscos podem ser classificados em:

Riscos Puros (ou absoluto);


Riscos Especulativos (ou dinâmicos).

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GERENCIAMENTO DE RISCO

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GERENCIAMENTO DE RISCO
O risco puro, também conhecido como risco absoluto, é uma categoria
de risco em que os resultados são uma perda ou nenhuma perda e não
há oportunidade de ganho. São exemplos de risco puro:
• Morte prematura;
• Incêndio;
• Crime;
• Desastres naturais;
• Impactos ambientais;
• Doenças ocupacionais;
• Produto e obrigações contratuais.
Obs.: Existem produtos disponíveis para mitigar perigos de risco puro,
como o seguro residencial, que ajuda a proteger os proprietários contra
a destruição de propriedades e/ou bens.

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GERENCIAMENTO DE RISCO
A materialização dos riscos puros resultará em perdas.
Os riscos puros são classificados em riscos às propriedades, riscos às
pessoas e materiais e riscos de responsabilidade.
Os riscos à propriedade consideram as perdas oriundas de incêndios,
explosões, vandalismo, roubo, sabotagem, acidentes naturais e danos a
equipamentos e bens em geral.
Os riscos relativos às pessoas, referem-se a doenças ocupacionais ou
acidentes de trabalho que levam à incapacidadetemporária, invalidez ou
morte de colaboradores.
Os riscos por responsabilidade, referem-se às perdas causadas pelo
pagamento de indenizações a terceiros, responsabilidade ambiental,
assim como pela qualidade e segurança do produto ou serviço prestado.

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GERENCIAMENTO DE RISCO
As principais perdas resultantes da materialização dos riscos puros
numa empresa são:
• Perdas decorrentes de morte, invalidez ou afastamento de
funcionários, bem como indenizações a dependentes e pagamento
de honorários advocatícios, assistência emergencial;
• Perdas de tempo e produtividade por profissional não treinado,
equipamento danificado, baixa na moral da equipe;
• Perdas por danos à propriedade e bens não cobertos por seguros, tais
como a reposição de produto ou itens danificados;
• Perdas decorrentes de fraudes ou atos criminosos;
• Perdas por danos causados a terceiros.
• Responsabilidade da empresa por poluir o meio ambiente,
responsabilidade pela qualidade e segurança do produto fabricado
ou do serviço prestado.

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GERENCIAMENTO DE RISCO
O risco especulativo pode resultar em ganho ou perda – como na
frase especular para acumular. É uma opção consciente, portanto,
requer a opinião da pessoa que está procurando assumir o risco,
logo é um ato voluntário. Ao mesmo tempo, é difícil prever o
resultado do risco especulativo, uma vez que a quantidade exata
de ganho ou perda é desconhecida. Seguem exemplos de risco
especulativo:
• Novos produtos;
• Mudança de fornecedores;
• Novas restrições comerciais;
• Novas condições de mercado.

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GERENCIAMENTO DE RISCO
Dentro do risco administrativo existem: Os riscos de mercado são
relativos à incerteza quanto ao resultado positivo das vendas e
lucros resultantes de determinado produto ou serviço em relação
ao capital investido.
Os riscos financeiros referem-se às incertezas quanto às decisões
econômicas e financeiras da organização.
E os riscos de produção são relativos às incertezas quanto ao
processo produtivo das empresas, na fabricação de produtos ou
prestação de serviços, na utilização de materiais e equipamentos,
mão de obra e tecnologia.

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GERENCIAMENTO DE RISCOS
Com cada novo projeto, surgem novos riscos à espreita. Embora
sua organização não possa evitar totalmente os riscos, você pode
antecipá-los e mitigá-los por meio de um processo de
gerenciamento de riscos estabelecido. Para isso, existem as
etapas de gerenciamento de riscos para otimizar sua equipe para
o sucesso, tornando-a equipe mais ágil e responsiva quando
surgirem riscos.

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GERENCIAMENTO DE RISCOS
O processo de gerenciamento de riscos consiste em um
processo contínuo de identificação, tratamento e
gerenciamento de riscos. Gastar um tempo para configurar e
implementar um processo de gerenciamento de risco é
como configurar um alarme de incêndio - você espera que
ele nunca dispare, mas está disposto a lidar com o pequeno
inconveniente antecipadamente em troca de proteção no
futuro.

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GERENCIAMENTO DE RISCO
Etapas da Gestão de Risco
1. Identificação do risco
A etapa de identificação dos riscos envolve o
reconhecimento, descrição e registro do evento de risco,
com a caracterização de suas prováveis causas e possíveis
consequências, caso ocorra.
Nesta etapa, deverá ser desenvolvida uma lista de
eventos de riscos que podem constranger os resultados e
o alcance dos objetivos, afetando o valor público a ser
entregue à sociedade. Para cada evento de risco
identificado ao longo do processo de gerenciamento, é
desejável especificar, explorar e ressaltar suas prováveis
causas e possíveis consequências. O risco não deve ser
descrito simplesmente como o “não alcance” do objetivo.
A descrição do risco deve prover percepções sobre o que
pode dar errado no processo. Como apoio à coleta
estruturada de informações, poderão ser utilizadas
técnicas como Brainstorming, Diagrama de Ishikawa,
entrevista com especialistas, e análise de cenários.

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GERENCIAMENTO DE RISCO
Diagrama de Ishikawa ou Espinha de Peixe
O Diagrama de Ishikawa, também conhecido como Diagrama Espinha de Peixe, é uma
ferramenta que ajuda as pessoas a identificar possíveis causas para problemas, mas
também nos ajuda a encontrar causas para bons resultados – tudo pela análise do
processo.
Caso o evento de risco esteja associado a duas ou mais categorias de classificação,
deverá ser escolhida a categoria que reflita o aspecto mais relevante quanto ao
impacto que o evento de risco poderá trazer, caso se materialize.

Método Mão de Obra Material

Problema
(Efeito)

Meio
Medida Ambiente
Máquina

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GERENCIAMENTO DE RISCO
Etapas da Gestão de Risco
2. Análise do risco
A etapa de avaliação dos riscos visa promover o
entendimento do nível do risco e de sua natureza,
especialmente quanto à estimação da probabilidade
de ocorrência, e do impacto destes eventos
identificados como risco nos objetivos dos processos
organizacionais.
Avaliação do risco inerente
Essa estimação pode ser feita com base em uma
escala progressiva de cinco níveis (1 a 5), na forma:
• Probabilidade: muito baixa, baixa, média, alta, e
muito alta; e
• Impacto: muito baixo, baixo, médio, alto, e muito
alto.

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GERENCIAMENTO DE RISCO
A probabilidade escala-se em cinco níveis, com base em avaliação quantitativa ou
qualitativa que utilizará o conhecimento técnico e experiências vivenciadas dos membros
no processo a ser avaliado, e sempre que possível, será feita também uma avaliação
quantitativa, com base nos dados estatísticos de eventos de riscos já materializados, por
determinado período de tempo ou média histórica disponível.
A avaliação da probabilidade utiliza da seguinte relação de aspecto avaliativo:
• Muito baixa • Alta
- Aspecto avaliativo: pode ocorrer apenas em - Aspecto avaliativo: evento deve ocorrer na
circunstâncias excepcionais maioria das circunstâncias
- Frequência observada/esperada: menor ou igual a - Frequência observada/esperada: maior que 60%
20% e menor ou igual a 80%
- Peso na apuração do risco: 1 (um) - Peso na apuração do risco: 4 (quatro)
• Baixa • Muito alta
- Aspecto avaliativo: pode ocorrer em algum - Aspecto avaliativo: evento com altíssima
momento probabilidade de ocorrência
- Frequência observada/esperada: maior que 20% e - Frequência observada/esperada: maior que 80%
menor ou igual a 40% - Peso na apuração do risco: 5 (cinco)
- Peso na apuração do risco: 2 (dois)
• Média
- Aspecto avaliativo: deve ocorrer em algum
momento
- Frequência observada/esperada: maior que 40% e
menor ou igual a 60%
- Peso na apuração do risco: 3 (três)
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GERENCIAMENTO DE RISCO
A avaliação de impacto utilizará os seguintes fatores de análise e pesos de distribuição
caso o evento de risco ocorra:
• Orçamentário/Financeiro
- Aspecto avaliativo: se evento de risco impacta na gestão orçamentária e financeira do MDR (Ministério de
Desenvolvimento Regional).
- Peso na apuração do risco: 30% (trinta por cento).
• Resultados nas Políticas Públicas Setoriais
- Aspecto avaliativo: se evento de risco impacta no atingimento dos resultados das estratégias setoriais
expostas nas Políticas e Planos Nacionais de cada uma das políticas setoriais afetas ao MDR.
- Peso na apuração do risco: 25% (vinte e cinco por cento).
• Resultados Organizacionais
- Aspecto avaliativo: se evento de risco impacta no atingimento dos resultados definidos pelo próprio órgão em
seus instrumentos de planejamento organizacional, tais como Planejamento Estratégico Institucional (PEI) e
Plano Plurianual (PPA).
- Peso de 20% (vinte por cento) no cálculo do impacto do evento de risco.
• Conformidade
- Aspecto avaliativo: se evento de risco impacta nos atos normativos vigentes que regem o objeto (processo,
projeto) da Gestão de Riscos, e medidas correlacionadas determinadas pelos órgãos de controle.
- Peso na apuração do risco: 15% (quinze por cento).
• Imagem/Reputação
- Aspecto avaliativo: se evento de risco impacta nos aspectos de confiança da sociedade em relação à
capacidade do MDR em cumprir sua missão institucional e que interferem na imagem do órgão.
- Peso na apuração do risco: 10% (dez por cento).

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GERENCIAMENTO DE RISCO
A conjunção da avaliação de probabilidade e impacto formam o resultado final da
avaliação de risco agrupada em 4 (quatro) níveis, conforme Matriz de Riscos abaixo:
• Nível Pequeno: é possível conviver com o
risco, mantendo as práticas e controles
existentes;
• Nível Moderado: é possível promover
ações que atenuem causas e/ou
consequências;
• Nível Alto: é necessário a elaboração de
plano de ação para evitar ou eliminar as
causas e/ou consequências;
• Nível Crítico: é necessário a elaboração
de plano de ação para evitar ou eliminar
as causas e/ou consequências, bem como
considerar a necessidade de mobilização
imediata de recursos, materiais e pessoal
capacitado, com vistas ao tratamento
desse risco.

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GERENCIAMENTO DE RISCO
Etapas da Gestão de Risco
3. Priorize o risco
Os resultados da análise de risco permitem que os
riscos sejam classificados com base em sua
importância.
Uma vez que os recursos provavelmente serão
limitados, a priorização ajuda a destacar os riscos mais
prováveis ​e impactantes. Não obstante, refletir esses
resultados em um mapa de risco ajuda a visualizar a
importância relativa de cada risco. Embora a
priorização inicial de riscos possa ser baseada na
combinação de probabilidade e impacto, a
classificação final pode ser influenciada por fatores
que são importantes para essas partes interessadas.
Por exemplo, se a liderança expressou que a confiança
do cliente é um valor fundamental para a empresa, os
riscos que podem impactar os clientes podem ser
destacados.
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GERENCIAMENTO DE RISCO
Etapas da Gestão de Risco
4. Tratando o risco
O tratamento ou resposta ao risco é a etapa em que, a cada
risco identificado e avaliado, poderá ser elaborada e proposta
uma ou mais medidas (respostas ao risco) para sua mitigação,
na forma de Plano de Tratamento.
Há quatro possíveis tipos de respostas quanto aos riscos
identificados:
• Evitar: não iniciar, ou descontinuar a atividade que origina
o risco;
• Aceitar: deixar a atividade como está, não adotando
qualquer medida;
• Reduzir: desenvolver ações para mitigar o risco, ou seja,
remover suas fontes, ou reduzir a probabilidade e/ou o
impacto do risco; e
• Compartilhar: distribuir parte do risco para outros atores
(terceiros).

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GERENCIAMENTO DE RISCO
Os controles propostos podem ser avaliados quanto a:
Tipo:
• Preventivo: tem como objetivo prevenir a materialização do evento de risco (ex:
verificação da credencial das pessoas, antes de entrarem no prédio do ministério); ou
• Corretivo: tem como objetivo mitigar falha que já ocorreu, apurada após o
processamento inicial ter ocorrido (ex: identificação, pela vigilância, das pessoas que
estão no prédio, mas sem credencial).
Natureza:
• Manual: controle realizado por pessoa (ex: conferência de assinatura);
• Automático: controle processados por sistema, sem intervenção humana relevante
(ex: senha de e-mail); ou
• Híbrido: controle que mescla atividades manuais e automáticas.
Frequência: anual, semestral, bimestral, mensal, diária.
A implementação dos controles pode considerar ainda aspectos como:
• Os custos e esforços (diretos ou de oportunidade) de implementação envolvidos, bem
como os benefícios decorrentes;
• Os requisitos legais, normativos e regulatórios;
• Os responsáveis por aprovar e implementar as ações (as funções devem ser
segregadas);
• Recursos necessários.
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GERENCIAMENTO DE RISCO
Etapas da Gestão de Risco
5. Monitore o risco
O monitoramento é a etapa contínua em que as instâncias envolvidas com Gestão de
Riscos interagem. Abrange a coleta e a disseminação de informações e iniciativas, a fim
de assegurar a compreensão suficiente a todos os agentes envolvidos dos riscos
existentes em cada decisão.
É importante que as informações apresentadas nos meios de monitoramento possuam
qualidade contextual e de representação como base nos critérios a seguir:
• Relevância: a informação deve ser útil para o objetivo do trabalho;
• Integralidade: as informações importantes e suficientes para a compreensão devem
estar presentes;
• Adequação: volume de informação adequado e suficiente;
• Concisão: informação deve ser apresentada de forma compacta;
• Consistência: as informações apresentadas devem ser compatíveis;
• Clareza: informação deve ser facilmente compreensível; e
• Padronização: informação deve ser apresentada no padrão aceitável.

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GERENCIAMENTO DE RISCO
Portanto, identificar e rastrear os riscos que podem surgir em um
projeto, oferece benefícios significativos, incluindo:
• Planejamento de recursos mais eficiente, tornando visíveis os custos
imprevistos anteriormente;
• Melhor acompanhamento dos custos do projeto e estimativas mais
precisas do retorno do investimento;
• Maior conscientização dos requisitos legais;
• Melhor prevenção de lesões físicas e doenças;
• Flexibilidade, em vez de entrar em pânico, quando surgem mudanças
ou desafios.

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MAPEAMENTO DE RISCOS
Recomendado pelo Ministério do Trabalho, ele atua como
uma representação gráfica dos potenciais riscos à saúde e segurança
dos colaboradores.
De acordo com a NR 05, alínea “b”: Registrar a percepção dos riscos dos
trabalhadores, em conformidade com o subitem 1.5.3.3 da NR 01, por meio do
mapa de risco ou outra técnica ou ferramenta apropriada à sua escolha, sem
ordem de preferência, com assessoria do Serviço Especializado em Segurança e
em Medicina do Trabalho - SESMT, onde houver;
Um mapa de riscos é feito a partir de um mapeamento de toda a
empresa, identificando pontos que podem apresentar alguma ameaça à
saúde ou segurança dos trabalhadores naquele ambiente.
O mapa deve classificar os riscos em tipos, que devem ser diferenciados
por cores distintas. Também é preciso mostrar a diferença entre a
gravidade de cada um, por meio de círculos de três tamanhos.

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MAPEAMENTO DE RISCOS
Desse modo, todos os
potenciais riscos, como
acidentes ou exposição a
agentes químicos, são exibidos
de maneira visual, com cores e
tamanhos que identificam
eventuais ameaças e sua
gravidade.
O objetivo é alertar
colaboradores e público geral
para elementos nocivos;
para a empresa, facilita a
elaboração dos procedimentos
de segurança e relatórios de
segurança do trabalho.

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MAPEAMENTO DE RISCOS
O mapa de risco pode ser elaborado pela CIPA e pela equipe de Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
(SESMT).
Para fazer o mapa, é necessário identificar os pontos citados abaixo:

1- Conhecer o local a ser analisado, bem como seu processo de trabalho:


• Com relação aos trabalhadores, é necessário saber: número, sexo, idade,
pessoas portadoras de deficiência, treinamentos profissionais e de segurança
e saúde;
• Os instrumentos /equipamentos e materiais de trabalho;
• As atividades exercidas;
• O ambiente.

2- Identificar os riscos existentes no local analisado, conforme a classificação


indicada pelas tabelas normativas.

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MAPEAMENTO DE RISCOS
3- Identificar as medidas preventivas já existentes no local e sua eficácia:
• Medidas de proteção coletiva;
• Medidas de organização do trabalho;
• Medidas de proteção individual;
• Medidas de higiene e conforto: banheiro, lavatório, vestiários, armários,
bebedouros e refeitório;
• Medidas de acessibilidade a pessoas portadoras de deficiência.

4- Identificar os indicadores de saúde:


• Queixas mais frequentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos
mesmos riscos;
• Acidentes de trabalho ocorridos;
• Doenças relacionadas ao trabalho;
• Causas mais frequentes de ausência ao trabalho.

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MAPEAMENTO DE RISCOS
5- Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local.

6- Elaborar o Mapa de Riscos indicando, com a simbologia adequada, os


seguintes itens:
• O grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padronizada;
• O número de trabalhadores expostos ao risco;
• A especificação do agente;
• A intensidade do risco, de acordo com a percepção dos trabalhadores, que
deve ser representada por tamanhos proporcionalmente diferentes de
círculos.

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MAPEAMENTO DE RISCOS
Classificação dos riscos
Para facilitar o entendimento dos riscos, eles são classificados por tipos, e cada
tipo de risco será representado por uma cor no mapa de riscos. Desse modo, os
riscos são classificados como:

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MAPEAMENTO DE RISCOS
Elementos do mapa de riscos
Seu mapa de risco deve conter três itens principais para que seja completo e
confiável:
• Tipo de risco representado por cor;
• Nível de risco representado pelo tamanho do círculo;
• Número de trabalhadores expostos àquele risco.
Lembre-se que para obter todos esses dados, é preciso realizar uma análise de
riscos e um mapeamento completo de toda a empresa, bem como da
quantidade de funcionários.
Mapa de risco: círculos
Além da classificação por cores, como vimos acima, é realizada também uma
diferenciação com círculos de diferentes tamanhos.
• Círculo pequeno: risco baixo ou médio, mas já controlado;
• Círculo médio: risco relevante, mas que pode ser controlado;
• Círculo grande: risco alto que representa ameaça de morte, mutilação ou
doenças. Também significa que não pode ser neutralizado ou sequer possui
mecanismos de controle ou redução.

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MAPEAMENTO DE RISCOS
Como desenhar o Mapa de Riscos?
Conforme falamos anteriormente, o mapa de riscos deve ser uma
representação gráfica dos perigos à saúde e à segurança a que o
trabalhador está exposto em seu ambiente de trabalho.
Ele deve ser fácil de interpretar, separado por ambiente e com círculos
coloridos representado os riscos potenciais, bem como sua gravidade.
Vamos usar como exemplo uma empresa que possua quatro
ambientes (recepção, copa, área de produção e banheiro). Cada um
desses ambientes vai apresentar um tipo de risco diferente, em graus
de gravidade diferentes.

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MAPEAMENTO DE RISCOS
- A recepção apresenta risco ergonômico relevante e risco de acidente baixo já
controlado;
- A copa apresenta risco químico e risco de acidente baixos já controlados;
- A área de produção risco físico e risco mecânico (de acidente) altos que não
podem ser controlados, e risco ergonômico e risco químico relevantes, mas
que podem ser controlados;
- O banheiro apresenta risco de acidente (mecânico) baixo já controlado.

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MAPEAMENTO DE RISCOS
MEDIDAS DE CONTROLE
Após a identificação e mapeamento dos riscos, é necessária a aplicação das
medidas de controle. São ações adotadas pela empresa com o objetivo de
eliminar, neutralizar ou reduzir os riscos ambientais em níveis aceitáveis de
modo a preservar a saúde e segurança do trabalhador.
Podem ser relativas ao processo de trabalho e/ou às pessoas.
Em resumo, pode-se utilizar os seguintes meios:
• PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional;
• PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos;
• Normas de segurança;
• Procedimentos, controles organizacionais e administrativos;
• Capacitações e/ou treinamentos;
• Inspeções regulares;
• Fornecimento de EPIs;
• Implantação de EPCs;
• Implantação do Programa 5S.

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MAPEAMENTO DE RISCOS

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MAPEAMENTO DE RISCOS
Após aprovado pela CIPA, o Mapa de Riscos, completo ou setorial,
elaborado deve ser afixado em cada local analisado, em espaços
acessíveis e de fácil visualização, com a finalidade de informar e
orientar todos os que ali atuam e outros que, eventualmente, transitem
pelo local.
No caso das empresas do ramo de construção, é importante lembrar
que o Mapa de Riscos necessitará ser realizado por etapa de execução
dos serviços, devendo ser revisado sempre que houver alguma
alteração no trabalho, para modificar a situação dos riscos.

* Atividade sobre Mapa de Risco

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BONS ESTUDOS!!

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