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Literatura - Modernismo - 3ª fase

Questão 1 UPE Estão CORRETAS

Famigerado a I, II e III, apenas.


b I e III, apenas.
Foi de incerta feita — o evento. Quem pode esperar coisa tão sem c II e III, apenas.
pés nem cabeça? Eu estava em casa, o arraial sendo de todo d III, IV e V, apenas.
tranquilo. Parou-me à porta o tropel. Cheguei à janela. (...) O
e I, II, III, IV e V.
cavaleiro esse — o oh-homem-oh — com cara de nenhum amigo.
Sei o que é influência de fisionomia. Saíra e viera, aquele homem, Questão 2 UEFS
para morrer em guerra. Saudou-me seco, curto pesadamente. Seu
cavalo era alto, um alazão; bem arreado, ferrado, suado. E concebi Ao que, digo ao senhor, pergunto: em sua vida é assim? Na minha,
agora é que vejo, as coisas importantes, todas, em caso curto de
grande dúvida. (...)
acaso foi que se conseguiram — pelo pulo fino de sem ver se dar
"Eu vim preguntar a vosmecê uma opinião sua explicada..."
— a sorte momenteira, por cabelo por um fio, um clim de clina de
Carregara a celha. Causava outra inquietude, sua farrusca, a
cavalo. Ah, e se não fosse, cada acaso, não tivesse sido, qual é
catadura de canibal. Desfranziu-se, porém, quase que sorriu. Daí,
então que teria sido o meu destino seguinte? Coisa vã, que não
desceu do cavalo; maneiro, imprevisto. (...)
conforma respostas. Às vezes essa ideia me põe susto. Mas, o
Sobressalto. Damázio, quem dele não ouvira? O feroz de estórias
senhor veja: cheguei em casa do Mestre Lucas, ele me saudou,
de léguas, com dezenas de carregadas mortes, homem
tão natural. Achei também tudo o natural, eu estava era cansado.
perigosíssimo. Constando também, se verdade, que de para uns
E, quando Mestre Lucas me perguntou se eu vinha era de
anos ele se serenara — evitava o de evitar. (...)
passeata, ou de recado da fazenda, expliquei que não: que eu
— "Vosmecê agora me faça a boa obra de querer me ensinar o
tinha merecido licença de meu padrinho, para começar vida
que é mesmo que é: fasmisgerado... faz-megerado...
própria em Curralinho ou adiante, a fito de desenvolver mais
falmisgeraldo... familhas-gerado...? (...)
estudos e apuramento só de cidade.
— Famigerado?
ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. 20. ed. Rio de
— "Sim senhor..." — e, alto, repetiu, vezes, o termo, enfim nos
Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p. 117-118.
vermelhões da raiva, sua voz fora de foco. E já me olhava,
O fragmento em foco faz parte de uma das mais importantes obras
interpelador, intimativo — apertava-me. Tinha eu que descobrir a
da literatura brasileira – “Grande sertão: veredas”. No texto, o
cara. —
Famigerado? Habitei preâmbulos. (...) narrador
— Famigerado é inóxio, é "célebre", "notório", "notável"... a revela-se distanciado do pensamento determinista.
(...) b considera o seu destino como fruto de eventos fortuitos.
Guimarães Rosa. In: Primeiras Estórias, Editora Nova Fronteira - c compreende e assume a responsabilidade do ato de escolher.
Rio de Janeiro, 1988, pág. 13.
d questiona o valor de uma trajetória de vida cuja marca é a
estabilidade.
Analise as afirmativas a seguir:
e mostra-se inconformado com a intervenção de forças
I. A narrativa em questão tem como ponto principal do enredo o superiores no rumo de sua vida.
significado da palavra “famigerado”, que põe em situação de Texto base 1
confronto uma personagem letrada - o próprio narrador - e um
perigoso jagunço, personagem popular da literatura sertaneja, [1] Embora, em muitos aspectos, a literatura de Clarice
conhecido e temido na região, que, ao chegar aturdido à contraste com a de Guimarães Rosa, ela tem em comum com
residência do homem culto, deseja saber o significado da palavra a dele a experimentação da linguagem, a eliminação da
“famigerado”. [4] fronteira entre a prosa e a poesia, uma dimensão mística e
II. É perceptível uma constante preocupação em ambas as metafísica, bem como características barrocas. O barroco de
personagens em descobrir o que há por trás das palavras, tendo um é, porém, diametralmente oposto ao do outro: em
em vista que o jagunço deseja ter a posse do conhecimento da [7] Guimarães Rosa, há criação vocabular, exuberância linguística,
palavra “famigerado”, da qual talvez dependesse suas próximas muitas narrativas entrelaçadas; em Clarice, há economia de
ações, e o narrador tenta descobrir a razão da curiosidade do palavras e ausência de narrativa, a aproximação ao barroco
jagunço em querer desvendar o significado de tal palavra. [10] ocorre, sobretudo, através da repetição, que realça um
III. Com a expressão “Foi de incerta feita”, a narrativa tende a significado cada vez mais fugidio à medida que se tenta
centrar-se no espaço das personagens, realçando-lhes as explicitá-lo. [...] A poesia em Guimarães Rosa está nos ritmos,
características do tempo e do espaço psicológicos em detrimento [13] nas rimas internas, nas onomatopeias, nas aliterações, no
das características físicas. Nesse momento, a realidade social aspecto formal do texto e também na criação de significados
inicia-se e põe em embate a força física do jagunço e a força através da junção inusitada de palavras. A de Clarice, na
intelectual do homem letrado. [16] vertigem de sentido e no “movimento em círculo da palavra ao
IV. No conto em análise, ocorre um dualismo linguístico e social, silêncio e do silêncio à palavra”, enquanto seus textos vão
representado pelo paroxismo das forças apresentadas pelo moço desvendando um território em direção ao nada ou então ao
do Governo e o Jagunço versus o Jagunço e o homem letrado. [19] reinício.
Nesse sentido, verifica-se que tais forças coexistem e delineiam o J. Almino. De Machado a Clarice: a força da literatura. In: C.G.
poder de cada homem: o jagunço, a força física ou o homem culto, Mota. Viagem incompleta: a experiência brasileira. São Paulo:
a força intelectual. Mas é o poder da palavra que detém a força SENAC, 2000, p. 72-3.
maior na relação entre ambos; é ela que impõe medo e respeito,
sapiência ou frouxidão. Tendo o texto acima como referência inicial, julgue o item a seguir.
V. Em Famigerado assim como nos demais contos de Primeiras
Estórias, Rosa utiliza alguns dos principais recursos característicos
de suas obras – regionalismos, neologismos, registros da
oralidade e inventivas construções sintáticas e morfológicas. Sob
esse aspecto, ele trata da metalinguagem e de como a linguagem
se reflete no instrumento de diferenciação social.
Questão 3 UnB Questão 6 UENP
PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 1 Todos olharam a aniversariante, compungidos, respeitosos, em
silêncio.
O autor do texto elenca características literárias das obras de Pareciam ratos se acotovelando, a sua família. Os meninos,
Guimarães Rosa mais voltadas aos aspectos fônicos e embora crescidos – provavelmente já além dos cinquenta anos,
morfológicos e as identifica também nas obras de Clarice que sei eu! – os meninos ainda conservavam os traços bonitinhos.
Lispector, aproximando a produção literária desses autores. Mas que
a CERTO mulheres haviam escolhido! E que mulheres os netos – ainda mais
fracos e mais azedos – haviam escolhido. Todas vaidosas e de
b ERRADO pernas finas, com aqueles colares falsificados de mulher que na
Questão 4 UEMG hora não aguenta a mão, aquelas mulherzinhas que casavam mal
os filhos, que não sabiam pôr uma criada em seu lugar, e todas
A questão refere-se à obra “POEMAS DOS BECOS DE GOIÁS E elas com as orelhas cheias de brincos – nenhum, nenhum de ouro!
ESTÓRIAS MAIS”, de Cora Coralina. A raiva a sufocava.
Em todas as alternativas, foram apontados corretamente, traços – Me dá um copo de vinho! Disse.
estilísticos e temáticos presentes na obra focalizada, EXCETO: O silêncio se fez de súbito, cada um com o copo imobilizado na
a Memorialismo nostálgico e de exaltação mão.
b Versos livres e uso de regionalismos – Vovozinha, não vai lhe fazer mal? Insinuou cautelosa a neta
c Engajamento político e tom de denúncia roliça e baixinha.
– Que vovozinha que nada! Explodiu amarga a aniversariante. –
d Oralidade/coloquialidade –uso de termos arcaicos Que o diabo vos carregue, corja de maricas, cornos e vagabundas!
Questão 5 UFU Me dá um copo de vinho, Dorothy! – ordenou.
Mas, de supetão, uma espécie de frango esquisito, meio carijó, (LISPECTOR, C. Laços de Família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
meio marrom, pulou no chão do terreiro e correu atrás da garnisé p.61-62.)
branquinha, que, espaventada, fugiu. O galo pedrês investiu, de
porrete. Empavesado e batendo o monco, o peru grugulejou. A Com base no trecho, assinale a alternativa correta que apresenta
galinha choca saltou à frente das suas treze familiazinhas. E, aí, um aspecto central da prosa de Clarice Lispector.
por causa do bico adunco, da extrema elegância e do exagero das
garras, notei que o tal frango era mesmo um gavião. Não fugiu: a Demonstração de vínculo com o Regionalismo literário.
deitou-se de costas, apoiado na cauda dobrada, e estendeu as b Exposição de um forte componente científico na narrativa.
patas, em guarda, grasnando ameaças com muitos erres. c Perspectiva intimista da realidade retratada por meio do
Para assustá-lo, o galo separou as penas do pescoço das do cotidiano familiar.
corpo, fazendo uma garbosa gola; avançou e saltou, como um d Uso de personagens pitorescos em um cenário rural.
combatente malaio, e lascou duas cacetadas, de sanco e esporão.
e Visão religiosa em conflito com o apego mundano do homem.
Aí o gavião fez mais barulho, com o que o galo retrocedeu. E o
gavião aproveitou a folga para voar para a cerca, enquanto o peru Texto base 2
grugulejava outra vez, com vários engasgos.
— Nunca pensei que um gavião pudesse ser tão covarde e [1] Porque há o direito ao grito.
Então eu grito.
idiota... — eu disse.
Grito puro e sem pedir esmola. Sei que há moças que vendem
Maria Irma riu.
¾ Mas este não é gavião do campo! É manso. É dos meninos do [4] o corpo, única posse real, em troca de um bom jantar em vez
Norberto... Vem aqui no galinheiro, só porque gosta de confusão e de
algazarra. Nem come pinto, corre de qualquer galinha... um sanduíche de mortadela. Mas a pessoa de quem falarei mal
— Claro! Gavião civilizado... tem corpo para vender, ninguém a quer, ela é virgem e inócua,
[7] não faz falta a ninguém. Aliás — descubro eu agora — eu
— U’lalá... Perdeu duas penas...
O sorriso de Maria Irma era quase irônico. Não me zanguei, mas também não faço a menor falta, e até o que escrevo um outro
também não gostei. escreveria. Um outro escritor, sim, mas teria que ser homem
[10] porque escritora mulher pode lacrimejar piegas.
ROSA, Guimarães. Minha gente. In: Sagarana. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 2001. p. 241-242. (fragmento) Como a nordestina, há milhares de moças espalhadas
por cortiços, vagas de cama num quarto, atrás de balcões
No trecho acima, a briga entre as aves remete ao seguinte tema
desenvolvido no conto Minha Gente: [13] trabalhando até a estafa. Não notam sequer que são
facilmente
a A humilhação da mulher em uma sociedade machista, não lhe substituíveis e que tanto existiram como não existiriam. Poucas
restando mais do que obedecer aos homens, o que pode ser se queixam e ao que eu saiba nenhuma reclama por não saber
exemplificado pela prima Maria Irma, que se submete aos desejos [16] a quem. Esse quem será que existe?
dos homens da casa. Estou esquentando o corpo para iniciar, esfregando as
b A frivolidade dos amores do narrador, que, mesmo apaixonado mãos uma na outra para ter coragem. Agora me lembrei de que
por sua prima, em alguns momentos percebe-lhe modos bastante [19] houve um tempo em que para me esquentar o espírito eu
desagradáveis, motivo pelo qual, ao final, a troca por outra mulher. rezava: o movimento é espírito. A reza era um meio de
c A violência nas sociedades rurais, especialmente o assassinato mudamente e escondido de todos atingir-me a mim mesmo.
de Bento Porfírio, testemunhado pelo narrador e considerado um [22] Quando rezava, conseguia um oco de alma — e esse oco é
fato corriqueiro pela prima Maria Irma, o que o leva a afastar-se da o tudo que posso eu jamais ter. Mais do que isso, nada. Mas o
região. vazio tem o valor e a semelhança do pleno. Um meio de obter
d O contraste entre o narrador e “suas gentes” do sertão, uma [25] é não procurar, um meio de ter é o de não pedir e somente
vez que suas habilidades de homem da cidade não lhe garantem acreditar que o silêncio que eu creio em mim é resposta a meu
conhecimentos suficientes para compreender e se situar naquela — a meu mistério.
sociedade de feição rural. Clarice Lispector. A Hora da Estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1999,
p.13-4.

Tendo como referência o fragmento acima, da obra A Hora da


Estrela, de Clarice Lispector, julgue o item a seguir.
Questão 7 UnB Questão 8 FMP

PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 2 Em suas obras, Clarice Lispector aborda com frequência o lado
psicológico do indivíduo, analisando os dramas existenciais, as
Conforme é possível perceber em diversos trechos do fragmento angústias dos personagens, os questionamentos que se fazem,
apresentado, a ironia é forte marca da escrita de Clarice Lispector. em resumo, sua intimidade. O fato interessa menos, pois mais
a CERTO importante é a repercussão que esse fato causa no indivíduo. Para
explorar esses aspectos, usa o fluxo de consciência (mescla de
b ERRADO raciocínio lógico com impressões pessoais momentâneas), o que
se traduz por uma não linearidade da narrativa.

O trecho em que essas características podem ser observadas com


maior clareza é:
a “Inclino-me sobre a carne, perdido. Quando finalmente consigo
encará-la do fundo do meu rosto pálido, vejo que ele também se
inclinou com os cotovelos apoiados sobre a mesa, a cabeça entre
as mãos. E exatamente ele não suportava mais. As sobrancelhas
grossas estavam juntas. A comida devia ter parado pouco abaixo
da garganta sob a dureza da emoção, pois quando ele pôde
continuar fez um gesto terrível de esforço para engolir e passou o
guardanapo pela testa.”
LISPECTOR, C. O jantar. In: Laços de Família. Rio de Janeiro:
Rocco, 2009, p.78.
b “Então, como se todos tivessem tido a prova final de que não
adiantava se esforçarem, com um levantar de ombros de quem
estivesse junto de uma surda, continuaram a fazer a festa
sozinhos, comendo os primeiros sanduíches de presunto mais
como prova de animação que por apetite, brincando de que todos
estavam morrendo de fome. O ponche foi servido, Zilda suava,
nenhuma cunhada ajudou propriamente, a gordura quente dos
croquetes dava um cheiro de piquenique; e, de costas para a
aniversariante, que não podia comer frituras, eles riam inquietos.”
LISPECTOR, C. Feliz aniversário. In: Laços de Família. Rio de
Janeiro: Rocco, 2009, p. 57.
c “Ela não era bonita. Às vezes, como que o espírito a
abandonava e então revelava-se o que, por uma vigilância sobre-
humana — imaginava Otávio —, jamais se descobria. No rosto que
então surgia, os traços limitados e pobres não tinham beleza
própria. Nada restava do antigo mistério senão a cor da pele,
creme, sombria, fugitiva. Se os instantes de abandono
prolongavam-se e se sucediam, então ele via assustado a feiura, e
mais que a feiura, uma espécie de vileza e brutalidade, alguma
coisa cega e inapelável dominar o corpo de Joana como uma
decomposição.”
LISPECTOR, C. Perto do Coração Selvagem. Rio de Janeiro:
Rocco,1998, p. 94.
d “A vida se vingava de mim, e a vingança consistia apenas em
voltar, nada mais. Todo caso de loucura é que alguma coisa voltou.
Os possessos, eles não são possuídos pelo que vem, mas pelo
que volta. Às vezes a vida volta. Se em mim tudo se quebrava à
passagem da força, não é porque a função desta era a de quebrar:
ela só precisava enfim passar, pois já se tornara caudalosa demais
para poder se conter ou contornar — ao passar ela cobria tudo. E
depois, como após um dilúvio, sobrenadavam um armário, uma
pessoa, uma janela solta, três maletas. E isso me parecia o
inferno, essa destruição de camadas e camadas arqueológicas
humanas.”
LISPECTOR, C. A paixão segundo G.H. Rio de Janeiro: Rocco,
2014, p. 70.
e “Nessa época encontrávamo-nos de noite em casa, exaustos e
animados: contávamos as façanhas do dia, planejávamos os
ataques seguintes. Não aprofundávamos muito o que estava
sucedendo, bastava que tudo isso tivesse o cunho da amizade.
Pensei compreender por que os noivos se presenteiam, por que o
marido faz questão de dar conforto à esposa, e esta prepara-lhe
afanada o alimento, por que a mãe exagera nos cuidados ao filho.
Foi, aliás, nesse período que, com algum sacrifício, dei um
pequeno broche de ouro àquela que hoje é minha mulher. Só
muito tempo depois eu ia compreender que estar também é dar.”
LISPECTOR, C. Uma amizade sincera. In: A Legião Estrangeira.
Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 87.
Questão 9 UNICAMP Questão 11 UERJ
No conto “Amor”, de Clarice Lispector, após ver um cego A QUESTÃO REFEREM-SE AO CONTO “A terceira margem do
mascando chicletes, a personagem passa por uma situação que, rio”, do livro Primeiras estórias, de João Guimarães Rosa.
segundo o narrador, ela própria chama de “crise”:
Considere a hipótese de que o título “A terceira margem do rio” se
“O que chamava de crise viera afinal. E sua marca era o prazer refere também à própria ficção, que se desenvolve entre duas
intenso com que olhava agora as coisas, sofrendo espantada. O margens: a da realidade e a da imaginação.
calor se tornara mais abafado, tudo tinha ganho uma força e vozes O trecho do conto que melhor comprova essa hipótese de leitura é:
mais altas.” a o que não era o certo, exato; mas, que era mentira por
(Clarice Lispector, Laços de Família. Rio de Janeiro: Rocco, 2009, verdade.
p.23.)
b Os tempos mudavam, no devagar depressa dos tempos.
Essa crise, que transforma a relação da personagem com o mundo c e, eu, rio abaixo, rio a fora, rio a dentro – o rio.
e com a família, d Ninguém é doido. Ou, então, todos.
a nasce do colapso da vontade de viver da personagem, em Questão 12 PUC-Campinas
razão do doloroso prazer com que passou a ver as coisas.
Nos anos cinquenta do século passado abriu-se para o Brasil um
b revela o conflito vivido pela personagem entre o tipo de vida
amplo leque de perspectivas, sobretudo em função de um
que havia escolhido e as coisas que passou a desejar.
pósguerra que não nos deixou de beneficiar − econômica e
c constitui, para a personagem, uma alteração no modo de vida culturalmente. Se na indústria a criação de uma siderurgia nacional
que antes a fazia sofrer e do qual agora havia se libertado. assinalava nossa modernização e aparelhamento produtivo, na
d remete à excitação da personagem por ter conseguido cultura sucediam experimentos e projetos de todo tipo. Na música
harmonizar sua antiga vida com os novos desejos e sensações. e na arquitetura, por exemplo, novas formas traduziam novas
atitudes, novas referências sociais. Na literatura, o fenômeno da
Texto base 3 prosa de Guimarães Rosa, mágico malabarista da tradição e da
[1] Como é que, desvalimento de gente assim, podiam invenção, era acompanhado de ousadias da poesia de vanguarda.
escolher ofício de salteador? Ah, mas não eram. Que o que O Brasil começava a desfazer suas amarras com o arcaísmo
acontecia era de serem só esses homens reperdidos sem cristalizador de fórmulas como: “este é um país essencialmente
[4] salvação naquele recanto lontão de mundo, groteiros dum agrário”.
sertão, os catrumanos daquelas brenhas. O Acauã que explicou, (Antenor Siqueira, inédito)
o Acauã sabia deles. Que viviam tapados de Deus, assim A referência a Guimarães Rosa, apresentado como mágico
[7] nosocos. Nem não saíam dos solapos, segundo refleti, dando malabarista da tradição e da invenção, deve-se ao fato de que, em
cria feito bichos, em socavas. Mas por ali deviam de ter suas sua ficção, esse autor soube
casas e suas mulheres, seus meninos pequenos. Cafuas a expressar a contradição brutal que sempre existiu entre um
[10] levantadas nas burgueias, em dobras de serra ou no chão das Brasil selvagem e um Brasil civilizado.
baixadas, beira de brejo; às vezes formando mesmo arruados.
b utilizar de tal forma sua imaginação que em nenhuma de suas
Aí plantavam suas rocinhas, às vezes não tinham gordura nem
páginas suspeitamos tratar-se de literatura regional.
[13] sal. Tanteei pena deles, grande pena. Como era que podiam
parecer homens de exata valentia? Eles mesmos faziam preparo c explorar a linguagem do mesmo modo radical que os poetas
da pólvora de que tinham uso, ralado salitre das lapas, concretos, provendo a prosa de recursos da linguagem visual.
[16] manipulando em panelas. Que era uma pólvora preta, d inventar histórias mirabolantes e inverossímeis, inaugurando
fedorenta, que estrondava com espalhafato, enchendo os entre nós o que veio a se chamar realismo fantástico.
lugares de fumaceira. E às vezes essa pólvora bruta fazia as e aliar elementos de cultura popular e conservadora com uma
[19] armas rebentarem, queimando e matando o atirador. Como expressão linguística extraordinariamente original.
era
que eles podiam brigar? Conforme podiam viver?
João Guimarães Rosa. Grande Sertão: Veredas. Rio de janeiro:
Nova Aguilar, 1994, p. 544.

Tendo como referência o fragmento acima, da obra Grande Sertão:


Veredas, de João Guimarães Rosa, julgue o item seguinte.
Questão 10 UnB

PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 3


No trecho entre as linhas 1 e 5, Guimarães Rosa emprega
palavras de realce.
a CERTO
b ERRADO
Questão 13 UNIFOR Questão 14 ESCS
Madama Carlota havia acertado tudo. (...) Até para atravessar a Sei que estou contando errado, pelos altos. Desemendo. Mas não
rua ela era outra pessoa. Uma pessoa grávida de futuro. Sentia em é por disfarçar, não pense. De grave, na lei do comum, disse ao
si uma esperança tão violenta como jamais sentira tamanho senhor quase tudo. Não crio receio. O senhor é homem de pensar
desespero. Se ela não era mais ela mesma, isso significava uma o dos outros como sendo o seu, não é criatura de pôr denúncia. E
perda que valia por um ganho. Assim como havia sentença de meus feitos já revogaram, prescrição dita. Tenho meu respeito
morte, a cartomante lhe decretara sentença de vida. Tudo de firmado. Agora, sou anta empoçada, ninguém me caça. Da vida
repente era muito e muito e tão amplo que ela sentiu vontade de pouco me resta – só o deogratias; e o troco. [...] Eu estou contando
chorar. Mas não chorou: seus olhos faiscavam como o sol que assim, porque é o meu jeito de contar. Guerras e batalhas? [.] Isso
morria. Então ao dar o passo de descida da calçada para é como jogo de baralho, verte, reverte. Os revoltosos depois
atravessar a rua, o Destino (explosão) sussurrou veloz e guloso: é passaram por aqui, soldados de Prestes, vinham de Goiás,
agora, é já, chegou minha vez! E enorme como um transatlântico o reclamavam posse de todos os animais de sela. Sei que deram
Mercedes amarelo pegou-a (...). fogo, na barra do Urucuia, em São Romão, aonde aportou um
LISPECTOR, Clarice. A Hora da Estrela. São Paulo: Rocco, 1977. vapor do Governo, cheio de tropas da Bahia. Muitos anos adiante,
Assinale o item que NÃO corresponde ao trecho da obra A Hora da um roceiro vai lavrar um pau, encontra balas cravadas. O que vale,
Estrela de Clarice Lispector. são outras coisas. A lembrança da vida da gente se guarda em
a A livre associação de imagens caracteriza o fluxo de trechos diversos, cada um com seu signo e sentimento, uns com
consciência do narrador. os outros acho que nem não misturam. Contar seguido,
alinhavado, só mesmo sendo as coisas de rasa importância. De
b Como no famoso conto de José de Alencar, A Cartomante,
cada vivimento que eu real tive, de alegria forte ou pesar, cada vez
Clarice o intertextualiza em A Hora da Estrela.
daquela hoje vejo que eu era como se fosse diferente pessoa.
c O título da obra evoca o sonho de Macabéa de se tornar Sucedido desgovernado. Assim eu acho, assim é que eu conto. O
estrela, o que, de forma cruel, ela acaba conseguindo, pois o senhor é bondoso de me ouvir. Tem horas antigas que ficaram
veículo que a atropelou é importado e tem uma estrela como muito mais perto da gente do que outras, de recente data. O
símbolo. senhor mesmo sabe.
d Embora a história de Macabéa seja profundamente dramática, Mire veja: aquela moça, meretriz, por lindo nome Nhorinhá, filha de
a narrativa é toda permeada de muito humor e ironia. Ana Duzuza: um dia eu recebi dela uma carta: carta simples,
e A linguagem narrativa de Clarice é, às vezes, intensamente pedindo notícias e dando lembranças, escrita, acho que, por outra
lírica, apresentando muitas figuras de estilo. alheia mão. [...] Ela tinha botado por fora só: Riobaldo que está
com Medeiro Vaz. E veio trazida por tropeiros e viajores, recruzou
tudo. [...]
Sendo isto. Ao doido, doideiras digo. Mas o senhor é homem
sobrevindo, sensato, fiel como papel, o senhor me ouve, pensa e
repensa, e rediz, então me ajuda. Assim, é como conto. Antes
conto as coisas que formaram passado para mim com mais
pertença. Vou lhe falar. Lhe falo do sertão. Do que não sei. Um
grande sertão! Não sei. Ninguém ainda não sabe. Só umas
raríssimas pessoas — e só essas poucas veredas, veredazinhas.
O que muito lhe agradeço é a sua fineza de atenção.
João Guimarães Rosa. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1988, p. 82-4.
O fragmento de texto apresentado acima foi extraído de uma das
mais conhecidas obras de Guimarães Rosa, escritor que renovou
a ficção regionalista brasileira. A narrativa desse autor caracteriza-
se por
a reproduzir a evasão dos sentimentos do herói, que não se
reconhece em seu meio.
b apresentar crítica política severa aos acontecimentos
sertanejos nordestinos.
c criar uma tensão crítica em que o herói luta contra o meio e as
suas mazelas.
d transfigurar metafisicamente o espaço do sertão.
e retratar fielmente a linguagem e os costumes sertanejos.
Questão 15 PUC-SP Questão 17 UFSC
Dos enunciados abaixo, indique aquele cujo conteúdo não Acerca da peça O santo e a porca, de Ariano Suassuna, é
corresponde ao conto referido. CORRETO afirmar que:
a Era o homem mais afamado dos dois sertões do rio: célebre do
Jequitinhonha à Serra das Araras, (...), maior do que Antonio Dó ou 01. o personagem Pinhão, representado como um tipo comum do
Indalécio; o arranca-toco, o treme-treme, o come-brasa, o pega-à- interior do Nordeste brasileiro, mostra-se moldado pela sabedoria
unha, o fechatreta, o tira-prosa, o parte-ferro, o rompe-racha, o popular ao resumir situações por meio de ditados.
rompe-e-arrasa: Seu Joãozinho Bem-Bem. – A hora e a vez de 02. a personagem Caroba é caracterizada como uma figura
Augusto Matraga. feminina tipicamente submissa ao jugo masculino, o que bem
representa os efeitos de uma cultura machista.
b Folgado,Sete-de-Ouros endireitou para a coberta. Farejou o
04. o bordão pronunciado por Euricão Engole-Cobra – “Ai a crise,
cocho. Achou milho. Comeu. Então, rebolcouse, com as ai a carestia!” – reforça a característica cômica desse personagem
espojadelas obrigatórias, dançando de patas no ar e esfregando
avarento.
as costas no chão. Comeu mais. Depois procurou um lugar 08. a comédia de Ariano Suassuna pretende denunciar o caráter
qualquer, e se acomodou para dormir, entre a vaca mocha e a dos sovinas como algo ridículo e, por meio do riso, educar
vaca malhada, que ruminavam, quase sem bulha, na escuridão. –
moralmente o público.
Conversa de bois. 16. Santo Antônio é evocado como protetor dos pobres, como
c E eu abusava, todos os domingos, porque, para ir domingar no aquele que ajuda a encontrar os objetos perdidos, mas, sobretudo,
mato das Três Águas, o melhor atalho renteava o terreirinho de como interventor direto das uniões matrimoniais, ao final da peça.
frente da cafua do Mangalô, de quem eu zombava já por prática. 32. o personagem Euricão Engole-Cobra acaba solitário e pobre
Com isso eu me crescia, mais mandando, e o preto até que se ria, ao final da peça porque essa seria a justiça poética do destino
acho que achando mesmo graça em mim. – São Marcos. contra a presença dos imigrantes árabes na Região Nordeste.
d O sol cresce, amadurece. Mas eles estão esperando é a febre,
a 44
mais o tremor. Primo Ribeiro parece um defunto - sarro de amarelo
na cara chupada, olhos sujos, desbrilhados, e as mãos b 12
pendulando, compondo o equilíbrio, sempre a escorar dos lados a c 13
bambeza do corpo. (...) e trouxe para cá fora o caixinha de d 05
remédio, a cornicha de pó e mais o cobertor. – Sarapalha. e 15
Questão 16 UPE
Considerando as peculiaridades estéticas de Guimarães Rosa e
Clarice Lispector, analise as afirmativas que se referem aos contos
de Primeiras Histórias e Laços de Fam ília e assinale a alternativa
CORRETA.
a Em Primeiras Histórias, coletânea de 21 contos longos, todos
com narradores oniscientes, à exceção de Pirlimpsiquice, há um
relato realizado por uma personagem, que narra acontecimentos
vividos por um grupo do qual participa.
b Em Laços de Família, constituído de treze contos, Clarice
Lispector se distancia por completo de suas características
anteriores, pois desenvolve a mesma temática: da mulher casada
que não se submete ao marido.
c Em A Terceira Margem do Rio e A menina de lá, Guimarães
Rosa cria dois acontecimentos que se explicam pela lógica
cotidiana. Nos dois contos, os elementos do cotidiano e a vida
simples do homem do campo são temas comuns, que fazem parte
do dia a dia da maioria das personagens roseanas.
d No conto A Galinha, Clarice Lispector personifica a ave que
revela sentimentos maternais, que são semelhantes aos de uma
velha mãe. O comportamento da ave convence o pai e a filha de
que deve deixá-la viver, como se pode observar no discurso direto
do dono da casa: “_ Se você mandar matar esta galinha, nunca
mais comerei galinha na minha vida!”
e Em Primeiras Histórias e Laços de Família, os autores não
parecem se preocupar com a mensagem, pois neles a linguagem é
despojada e não apresentam nenhuma inovação linguística. Além
disso, não há, especialmente em Laços de Família, momentos de
epifania, inovando os aspectos estéticos dos dois autores.
Questão 18 UPE Questão 19 UNIFESP
O RETIRANTE EXPLICA AO LEITOR QUEM É E A QUE VAI A Bossa Nova foi um movimento musical que surgiu na década de
1950
- O meu nome é Severino, a no Brasil, e que recebeu reprovação internacional, por não
como não tenho outro de pia. expressar a miséria brasileira.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria, b nos Estados Unidos, desvalorizado pelos comunistas,
por retratar a classe média do país.
deram então de me chamar
Severino de Maria; c na França, sem o uso de instrumentos modernos, e que depois
como há muitos Severinos chegou ao Brasil.
com mães chamadas Maria, d no Brasil, contestado pelos nacionalistas, por
fiquei sendo o da Maria assimilar influências externas, como o jazz.
do finado Zacarias. e nos Estados Unidos, e que foi adaptado pelos
Mais isso ainda diz pouco: estudantes brasileiros, que politizaram as canções.
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel Texto base 4
que se chamou Zacarias Poetas e tipógrafos
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria. Vice-cônsul do Brasil em Barcelona em 1947, o poeta João Cabral
Como então dizer quem falo de Melo Neto foi a um médico por causa de sua crônica dor de
ora a Vossas Senhorias? cabeça. Ele lhe receitou exercícios físicos, para “canalizar a
Vejamos: é o Severino tensão”. João Cabral seguiu o conselho. Comprou uma prensa
da Maria do Zacarias, manual e passou a produzir à mão, domesticamente, os próprios
lá da serra da Costela, livros e os dos amigos. E, com tal “ginástica poética”, como a
limites da Paraíba. chamava, tornou-se essa ave rara e fascinante: um editor
(...) artesanal.
[continuação...] Um livro recém-lançado, “Editores Artesanais Brasileiros”, de
Somos muitos Severinos Gisela Creni, conta a história de João Cabral e de outros
iguais em tudo na vida: sonhadores que, desde os anos 50, enriqueceram a cultura
na mesma cabeça grande brasileira a partir de seu quarto dos fundos ou de um galpão no
que a custo é que se equilibra, quintal.
no mesmo ventre crescido O editor artesanal dispõe de uma minitipografia e faz tudo: escolhe
sobre as mesmas pernas finas a tipologia, compõe o texto, diagrama-o, produz as ilustrações, tira
e iguais também porque o sangue, provas, revisa, compra o papel e imprime – em folhas soltas, não
que usamos tem pouca tinta. costuradas – 100 ou 200 lindos exemplares de um livrinho que, se
E se somos Severinos não fosse por ele, nunca seria publicado. Daí, distribui-os aos
iguais em tudo na vida, subscritores (amigos que se comprometeram a comprar um
morremos de morte igual, exemplar). O resto, dá ao autor. Os livreiros não querem nem
mesma morte severina: saber.
que é a morte de que se morre Foi assim que nasceram, em pequenos livros, poemas de –
de velhice antes dos trinta, acredite ou não – João Cabral, Manuel Bandeira, Drummond,
de emboscada antes dos vinte Cecília Meireles, Joaquim Cardozo, Vinicius de Moraes, Lêdo Ivo,
de fome um pouco por dia Paulo Mendes Campos, Jorge de Lima e até o conto “Com o
(de fraqueza e de doença Vaqueiro Mariano” (1952), de GuimarãesRosa. E de Donne,
é que a morte Severina/ ataca em qualquer Baudelaire, Lautréamont, Rimbaud, Mallarmé, Keats, Rilke, Eliot,
idade,/ e até gente não nascida). Lorca, Cummings e outros, traduzidos por amor.
João Cabral de Melo Neto João Cabral não se curou da dor de cabeça, mas valeu.
(Ruy Castro. Folha de S.Paulo, 17.08.2013. Adaptado.)
Analise as afirmativas a seguir:
Questão 20 UNIFESP
I. No início do trecho, Severino se apresenta e, para se diferenciar
dos demais Severinos existentes na ‘freguesia’, revela informações PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 4
acerca dos pais e da região onde vive. Mas, o lavrador tem As informações do texto permitem afirmar que
dificuldades em sua apresentação, pois Severinos no norte são
“iguais em tudo na vida”. a a edição artesanal, como a praticada por João Cabral de Melo
II. À medida que apresenta, Severino faz revelações sobre ele e os Neto, permitiu que a cultura nacional fosse enriquecida com obras
demais sujeitos que estão em condições de sobrevida tão ou mais de expressivos escritores.
precárias que a sua. É uma vida cercada pela morte, que, se não b as edições artesanais, como as de João Cabral de Melo Neto,
lhes rouba os dias pela doença, rouba pela violência. raramente se destinam à produção de obras literárias para
III. “A gente não nascida” é uma referência às crianças não pessoas dos círculos íntimos de convivência dos autores.
nascidas, por causa da doença da mãe, cujas vidas são similares c a edição artesanal é uma realidade específica do Brasil,
à de Severino, pois essas mulheres também são vítimas da fome, retratando a dificuldade que autores como Vinícius de Moraes e
da seca, do desemprego e da violência humana. Guimarães Rosa tiveram para publicar suas obras.
d a venda de uma edição artesanal se dá com um grande
Está CORRETO o que se afirma, apenas, em volume de livros, razão pela qual desperta grande interesse
a I e II. comercial e cultural dos editores no Brasil.
b I e III. e os livreiros normalmente têm pouco interesse por livros
c II e III. artesanais, como os de Manuel Bandeira e Cecília Meireles, por
considerarem-nos uma forma menor de expressão artística.
d I.
e II.

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