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1- Jean-Paul Sartre foi um filósofo, escritor e crítico francês, conhecido como representante do
existencialismo
2- O Existencialismo é Humanismo é uma obra filosófica de 1946 escrita por Jean-Paul Sartre.
Como um ponto de partida popular na discussão do pensamento existencialista, o livro é
baseado em uma palestra chamada "Existencialismo é um Humanismo" que Sartre deu no
Club Maintenant em Paris, em 29 de Outubro de 1945. Vários autores têm criticado o trabalho,
e o próprio Sartre mais tarde rejeitou alguns dos pontos de vista que expressou nele e
lamentou a sua publicação.
3- A liberdade em Jean-Paul Sartre: responsabilidade, angústia e má-fé ... Um dos conceitos
fundamentais da filosofia existencialista sartriana é o de liberdade, uma vez que, para o
filósofo, o homem está condenado a ser livre e toda a sua existência decorre desta condição.
os seus próprios valores. Não há, a priori, valores inscritos num céu
inteligível, não há um imperativo categórico universalmente válido, nem
uma lei ética geral que determine as suas escolhas. O que há, é a
decisão humana de criá-los. Na sua liberdade de escolha, portanto,
reside o único fundamento no qual o homem pode se apegar. Não faz
sentido para Sartre, o que os moralistas nomeiam como “valores
universalmente válidos e logicamente necessários”. É ele que escolhe
seus próprios valores. Com isso, Sartre abre a assustadora possibilidade
de uma moral4 variável. Tudo isso faz da responsabilidade algo cujas
proporções se apresentam com um caráter infinitamente maior do que
essa noção de responsabilidade que frequentemente acompanha o
senso comum. A noção sartriana de responsabilidade faz do homem um
ser inteiramente comprometido com o mundo no qual está inserido, pois,
segundo tal noção, esse homem, ao escolher suas condutas, ao
apresentar ao mundo suas ações e suas possibilidades, está
apresentando a imagem do homem como ele julga que deve ser; uma
imagem por ele escolhida e construída sobre valores por ele mesmo
fundados e consciente ainda, de que o que é possível para ele, em sua
liberdade, é possível também para todos os outros homens. Logo suas
escolhas comprometem toda a humanidade e ele se torna com isso, não
somente responsável por si, mas também responsável pela humanidade
inteira.
3- A negação de Deus é a essência mesma de seu sistema. Para Sartre,
que Deus não exista é de tal evidência, que não há utilidade de
examinar e de refutar o que tradicionalmente sobre Ele se inculcou.
Deixou exarada esta sentença: “O existencialismo não é de modo algum
um ateísmo no sentido de que se esforça por demonstrar que Deus não
existe. Ele declara antes: ainda que se Deus existisse, em nada se
alteraria a questão; esse é o nosso ponto de vista”. O ateísmo não é
tema de discussão. É um pressuposto, um ponto de partida, um dado
primeiro. Herdeiro de uma herança ateia já constituída, Sartre se meteu
a desembaraçar os ateísmos precedentes de qualquer resquício de
religiosidade. Eis suas palavras textuais: “O existencialismo ateu, que eu
represento, é mais coerente. Declara ele que, se Deus não existe, há
pelo menos um ser no qual a existência precede a essência, um ser que
existe antes de poder ser definido por qualquer conceito, e que este ser
é o homem, ou como diz Heidegger5, a realidade humana”. Em “O Diabo
e o Bom Deus”, ele relata, entretanto, mais radicalmente a antinomia
4- Moral para Sartre: “ Chamaremos de moral ao conjunto de imperativos, valores e critérios
axiológicos que constituem os lugares comuns de uma classe, de um ambiente social ou de
uma sociedade inteira”.
5- Martin Heidegger foi um filósofo alemão. É um dos pensadores fundamentais do século XX –
ao lado de Russell, Wittgenstein, Adorno, Popper e Foucault – quer pela recolocação do
problema do ser e pela refundação da Ontologia, quer pela importância que atribui ao
conhecimento da tradição filosófica e cultural. Influenciou muitos outros filósofos, dentre os
quais Jean-Paul Sartre.
6- Nesta peça teatral, Sartre utiliza-se do diálogo que traduz-se num meio deveras interessante
da transmissão de uma mensagem que é ao mesmo tempo crítica e realista. O texto traz
consigo uma estória que provavelmente se dá na Idade Média, Alemanha. Período esse
marcado por uma presença forte da Igreja Cristã (Católica) principalmente do clero, de
militares, de uma pequena população urbana, de uma boa quantidade de campesinos, de
pobres, de meretrizes, de profetas, anjos, demônios e, logicamente do Diabo e do Bom Deus.
Deus-homem: “se Deus existe, o homem é um nada; se o homem existe,
Deus não existe”, é o que ele coloca nos lábios de Goetz, dilemática
personagem que quer estruturar-se na insurreição contra Deus. Este
deve ser negado em nome do livre arbítrio. Deus é um obstáculo à
promoção humana. A não aceitação de Deus se torna o fulcro
necessário da afirmação do homem. Há que se escolher entre Deus e o
homem. Não há meio termo. O homem, doutrina Sartre, só se libertará
na negação do Absurdo. É que o homem não seria livre, se houvera
uma ordem universal dos valores absolutos. Segundo ele,
ontologicamente, o homem é uma fuga do ser.
4- A Má-Fé é a atitude característica do homem que finge escolher, sem na
verdade escolher. Imagina que seu destino está traçado, que os valores
são dados; aceitando as verdades exteriores, “mente” para si mesmo,
simulando ser ele próprio o autor dos seus próprios atos já que aceitou
sem críticas os valores dados. Não se trata propriamente de uma
mentira7, pois essa supõe os outros para quem mentimos, enquanto a
Má-Fé se caracteriza pelo fato de o indivíduo dissimular para si mesmo
com o objetivo de evitar fazer uma escolha da qual possa se
responsabilizar. O homem que recusa a si mesmo aquilo que
fundamentalmente o caracteriza como homem, ou seja, a liberdade,
torna-se “safado”, “sujo”, pois nesse processo recusa a dimensão do
“para-si” e torna-se “em-si”, semelhante às coisas. Perde a
transcendência e reduz-se à facticidade.
A fim de ilustrar o comportamento de Má-Fé, Sartre descreve o garçom
cuja função exige que ele aja não como um “ser-para-si”, mas como um
“ser-para-outro”; comporta-se como deve se comportar um garçom,
desempenhando o papel de garçom, de tal forma que ele se vê com os
olhos dos outros. O engajamento na filosofia sartriana8 é, como também
são outros conceitos, ambíguo: é uma estrutura ontológica que mantém
unida a liberdade humana com si própria no âmbito do projeto e da ação
concreta do Para-si. Além disso, o termo engajamento possui
características que ultrapassam o âmbito estrutural e que se afirmam
como um valor moral, uma escolha, uma tomada de consciência e, como
consequência, assunção autêntica da realidade humana. Sartre não
trata de forma detida e explicitada do engajamento, por isso,
compreender claramente seu significado é empresa árdua e implica em
garimpar em seus escritos breves apontamentos. O engajamento é o
desvelar feito pelo homem a partir dele mesmo: a situação adquire o
sentido subjetivo que tem o próprio projeto singular, assim, o desvendar
da situação provocado pelo engajamento é, ao mesmo tempo,
desvendar de si mesmo. O engajamento pode ser visto presente em
cada ato, escolha, até mesmo na palavra pronunciada ou silenciada.
7- Mentira: substantivo feminino
a. ato ou efeito de mentir; engano, falsidade, fraude.
b. hábito de mentir.
"vive na m."
8- A filosofia de Sartre serviu de modelo para no mínimo duas gerações e tornou-se um marco
do século XX. Sartre apresentava fácil transição nos campos da arte, bem como literatura,
filosofia, política etc. De uma capacidade intelectual envolvente, foi também militante e teve
influência direta em movimentos políticos na França. Principalmente aqueles que levavam a
bandeira da liberdade, que foi uma das questões tratadas à exaustão pelo filósofo