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1

A Noiva Cativa do
Cavaleiro das Trevas

Natasha Wild

Dandan, Emil, Lilah, Ev, Lu, Malr, Dani, Luhc, Ros, Mg, Lila

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Sinopse
Ela é filha de seu inimigo... E a dona de seu coração.
Richard de Claiborne, o sombrio Conde de Dunsmore serve ao Rei
Edward Plantagenet.
Jurara obedecer todas as suas ordens mesmo assim se enfurece com
a ordem de se casar com a filha de seu inimigo – um homem que
assassinou seu pai a sangue frio.
Porém o Rei Edward queria a paz em suas terras e nada iria detê-lo.
Se fosse preciso casar seu mais poderoso lorde das Marches1 com uma
princesa galesa seria um preço pequeno a pagar.
A Princesa Gwenllian é um peão político. Quando foi forçada a casar-
se com o maligno Black Hawk2 de Claiborne, ela tremia ante a sua
intensidade e brutalidade.
Mas cumpriria seu dever com seu pai e seu povo sabendo que nunca
se renderia ao inimigo.
Nos salões da grande fortaleza de Black Hawk, Gwen vislumbra um
homem que pode ser terno e apaixonado pode mostrar-lhe uma
sensualidade de tirar o fôlego e um desejo tão grande que ameaça cada
voto que fez de manter o seu coração fechado para ele.
Numa guerra entre o País de Gales e a Inglaterra, Gwen percebe uma
terrível verdade: está apaixonada pelo inimigo. Quando segredos antigos
ameaçam destruir sua frágil felicidade ela deve fazer uma escolha terrível
ou assistir o homem que ama sacrificar sua vida para salvá-la.

1
Marches é a área fronteiriça entre a Inglaterra e o País de Gales ou a Escócia, ambas caracterizadas por contendas
contínuas (séculos XIII-XVI).

2
Falcão Negro

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Para meu maravilhoso marido que sempre acreditou e que
me levou à Europa.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Prólogo

Acre, Reino de Jerusalém.


Junho, 1272
Quando diabos o Príncipe Edward desistirá desta absurda Cruzada?
Richard de Claiborne único herdeiro do condado de Dunsmore,
olhou para a cidade de Acre espalhada abaixo. A colina na qual o exército
inglês estava acampado tinha uma vista deslumbrante dos edifícios
branqueados pelo sol e das ruas empoeiradas. Além dela estava a grande
extensão de safira que era o Mar Mediterrâneo. Uma brisa saindo da água
algo raro a esta hora do dia se agitava através do acampamento. Os pelos
de sua nuca se arrepiaram inexplicavelmente.
No ar impregnado com o silêncio irrompeu o som de uma explosão.
As paredes das tendas tremeram. O ruído dos móveis e os grunhidos
abafados dos homens estenderam-se na opressiva quietude.
O coração de Richard saltou em sua garganta enquanto se afastava
para a abertura da tenda. Ele lançou uma oração aos céus implorando a
Deus para levá-lo no lugar do Príncipe Edward e lançou-se para dentro.
Lá dentro um homem com turbante lutava com o herdeiro do trono
inglês. Havia sangue na roupa de ambos e uma adaga entre eles, que um
tentava tirar do outro. Um pergaminho estava caído no chão com o selo
quebrado esquecido na luta. Almofadas estavam jogadas cadeiras viradas e
a mesa derrubada.
O árabe empurrou Edward para trás e a adaga aproximou-se
perigosamente de sua garganta. Richard atacou, agarrou o assassino
empurrou-o para fora e pegou seu pescoço puxando seu queixo com a mão
livre.
Um movimento a mais e o pescoço quebraria.

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Edward agarrou os pulsos do homem soltando a adaga com sua
força restante. O braço da túnica de Edward estava rasgado. O sangue
jorrava de um corte profundo e corria de seu cotovelo até o pulso. Ele caiu
de joelhos.
— Quem lhe mandou? — Richard perguntou torcendo o pescoço do
assassino até suas veias saltarem. O homem deu uma fraca risada
balbuciando em árabe.
Richard apertou mais.
— O Sultão Baibars do Egito — disse o homem com forte sotaque
francês.
Edward se balançou.
— Não há mais honra nas Cruzadas. Saladin enviou um cavalo a
meu tio-avô, Coração de Leão, durante a batalha de Jaffa quando o dele
lhe foi tirado. Ele o admirava tanto por lutar uma batalha sem
esperanças… Os olhos do príncipe estavam brilhantes e sua voz era suave.
O assassino riu.
— Ele é um homem morto… a lâmina está envenenada.
Jesus, não! Richard sentiu como se o chão se movesse sob seus pés.
Edward Plantagenet, o homem que seria o rei da Inglaterra, o maior rei-
guerreiro desde Ricardo Coração de Leão não podia morrer!
Edward olhou para cima seus olhos mirando o intermediário. Com
um movimento rápido enfiou a adaga no ventre do homem.
Assustado Richard deixou o infiel cair em uma pilha. O homem
estremeceu convulsivamente, o sangue borbulhando em sua garganta e
saindo de sua boca antes de ficar imóvel.
Tardiamente homens invadiram a tenda uma confusão se formando
e uma mulher começou a gritar. A Princesa Eleanor correu para o lado de
seu marido choramingando em espanhol seu idioma nativo.
— Chamem um médico — Richard gritou retirando uma roupa de
linho branco debaixo da mesa.
Ele a envolveu nos braços do príncipe enquanto Eleanor segurava a
sua cabeça acariciando seus cabelos e chorando. Nem parecia notar a
mancha vermelha em seu rico vestido de seda.

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Edward lutava para se levantar.
— Descanse Alteza — Richard disse empurrando-o de volta.
— Você me salvou De Claiborne. Não vou me esquecer. Hei de fazê-lo
o conde mais poderoso do reino quando me tornar rei — sua voz era
apenas um sussurro quando agarrou a roupa de Richard.
Richard assentiu sem expressão alguma a voz do assassino ecoando
em seu ouvido: A lâmina está envenenada...

Richard entrou silenciosamente na tenda do príncipe. Passaram-se


três dias desde o ataque e a visão que o acometia fez com que quisesse
recuar horrorizado.
Edward nem de longe lembrava o glorioso Príncipe Plantagenet, que
brilhava mais que qualquer estrela no céu mas sim um frágil homem perto
da morte. Estava queimando de febre seus olhos eram poços escuros em
seu rosto magro. Seu braço inchara grotescamente desproporcional ao
restante do corpo.
Eleanor segurava suas mãos chorando baixinho. Os médicos
estavam à beira da cama suas vozes não passavam de murmúrios aos
ouvidos de Richard.
Muitos dos mais próximos a Edward homens de posição e poder se
sentavam próximos e fitaram Richard.
Seu coração pulava em seu peito. Dunsmore era um pequeno
condado se comparado com a grandiosidade de Gloucester ou Richmond.
— Venha — Edward murmurou.
Richard avançou lentamente.
— Alteza — disse ele ajoelhando-se à cabeceira de Edward.
— Nem mesmo o cirurgião Moor sabe qual tipo de veneno foi usado
— Edward disse gesticulando debilmente para o grupo de homens. — Eu
morrerei e estarei bem no seio de Deus, parece-me.
A princesa deixou escapar um pequeno soluço.
Richard não conseguia se mover, nem falar. Ele fixou seu olhar na
mão inchada que estava a poucos centímetros de seu rosto.

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— Você tentou salvar-me meu amigo. Deus não se esquecerá disto.
Eleanor fará com que meu pai lhe recompense quando voltar à Inglaterra.
— Alteza? — Moor se aproximou de Richard.
— Sim?
— Talvez haja uma chance. Se eu cortar a carne que está em
decomposição isto deverá impedir que o veneno se espalhe porém será
muito doloroso.
— Eu sou contra Sua Alteza — outro médico um médico de Edward
deu um passo à frente. Ele é um pagão e isso pode não funcionar!
— O que você me diz Richard? — Edward perguntou.
Richard se virou para Moor: — Esta é a única chance?
— Caso contrário ele certamente irá morrer… e ele irá morrer de
qualquer jeito.
— Essa decisão é sua Alteza mas se não houver outra opção...
— Então faça — Edward ordenou. — Fique comigo Richard.
— Sim, sua Alteza.
— Eleanor, amor você deve ir. Eu não suporto suas lágrimas. Leve
essas enfermeiras molhadas3 com você — acrescentou jogando um olhar
mordaz aos ansiosos lordes.
— Não, Edward eu desejo ficar com você — ela soluçou.
Ele fez um gesto para dois soldados que estavam na porta. Os
soldados se aproximaram e tentaram conduzir Eleanor de sua cabeceira.
Ela gritou. Os cavaleiros se voltaram impotentes para o futuro rei.
Sua mandíbula se apertou mas ele assentiu. Eles pegaram a princesa e a
arrastaram da tenda gritando chutando e arranhando.
Richard podia sentir a inimizade fluindo dos barões enquanto saiam.
Gilbert de Clare, Conde de Goucester era somente seis anos mais velho
que Richard e ainda assim aos 28 anos Gilbert, Red Gilbert, era o mais
poderoso barão de toda a Inglaterra. Seu rosto estava tão vermelho quanto
seu cabelo quando direcionou um olhar de ódio a Richard antes de
desaparecer.

3
Wet nurses, no original. Pessoa que cuida de alguém como se fosse um bebê indefeso.

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Os médicos terminaram de aquecer a adaga então deram ao príncipe
um pedaço de madeira para mordê-la.
— Se vocês valorizam sua vida não interfiram — Edward disse aos
outros médicos. Ele olhou para Richard seus olhos azuis de repente
sombrios. - Reze por mim, meu amigo.
Richard assentiu.
Ao primeiro toque da lâmina quente Edward desmaiou. O cheiro da
carne carbonizada preencheu a tenda. Richard engoliu a bile que subiu
pela sua garganta enquanto orações passavam uma por uma em sua
mente e ele buscava ignorar o que acontecia bem diante de seus olhos.
— Está feito — finalmente disse o médico.
— Ele irá sobreviver? — Richard perguntou.
Moor deu de ombros: — Está nas mãos de Allah, agora. Podemos
apenas esperar.
Richard fechou bem os olhos. Fazia somente dois anos desde que o
Príncipe Edward e seu exército haviam zarpado da Inglaterra.
A viagem fora lenta. Haviam aportado em Aquitânia e Bretanha,
Lisboa e Tânger, Roma e Sicília. Atravessaram as ilhas gregas: Corfu,
Creta, Rodes, onde o sol era extremamente quente, as areias eram brancas
e a água brilhava em um vibrante turquesa.
Para passar os longos dias no mar, Richard trabalhara ao lado dos
homens do navio nitidamente aperfeiçoando seu corpo. Não importava se
ele era filho de um conde e um dia ele herdaria o título. Simplesmente
respirar o sabor do ar encharcado de sal, sentir o beijo do sol em sua pele
e conhecer a sensação de um trabalho árduo era tudo que ele precisava
para manter sua energia focada.
Suas visões de glória não diminuíram na jornada de um ano e
meio até a terra quente e poeirenta de Cristo. Ele pusera os pés no solo
sagrado de Outremer4 determinado a transformar os infiéis a Deus e
arrancar o lugar do nascimento de Cristo de suas mãos selvagens.

4
Outremer é o nome aplicado aos estados cruzados medievais franceses, incluindo Armênia, Antioquia, Trípoli e
Jerusalém.

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Porém nos meses em que estivera lá suas convicções foram
enfraquecendo desidratadas pelo sol escaldante do Mediterrâneo. Infiéis e
cristãos se misturavam livremente nas ruas de Acre e Jerusalém. E os
cristãos não pareciam contentes em ver os cavaleiros ingleses os quais
uma vez tentaram conquistar os pagãos. De fato as vitórias do exército
inglês em Nazaré e Haifa falharam em trazer qualquer ajuda aos Cavaleiros
da Cristandade.
Galantemente Edward havia lutado recusando-se a permitir que o
decrescente número de seu exército e a falta de reforços o
desencorajassem. O Rei Henry enviara insignificantes desculpas para onde
um dia enviara vastas somas em dinheiro.
E agora tudo acabara nisso. Richard abriu seus olhos para fitar
aquele homem inconsciente a sua frente. Ele não acreditava em nada mais
– exceto naquele homem.
— Eu juro pela minha honra que você viverá. Eu nunca abandonarei
sua causa qualquer que ela seja — ele sussurrou ferozmente.

Edward recuperou-se rapidamente embora tenha permanecido fraco


por semanas, passando os longos dias de verão descansando em sua
tenda. O Sultão Baibars vendo que não conseguiria se livrar do príncipe
tão facilmente concordou com uma trégua de dez anos. O exército
trabalhou diligentemente no preparo dos navios para a viagem de retorno à
Inglaterra.
A tarde estava abafada como de costume. Richard reclinou-se sobre
uma almofada bebendo um copo de vinho gelado. Ele era uma companhia
constante para Edward agora. O Príncipe o aceitara no círculo real com
entusiasmo frequentemente evitando outros lordes. Richard sabia que ser
favorecido pelo próximo rei não o tornaria adorado entre os poderosos
barões.
— Quando for rei pretendo dominar o País de Gales e a Escócia —
Edward estava dizendo — uma ilha, um reino. O Príncipe Llywelyn pagará

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por enganar meu pai a dar-lhe o domínio do País de Gales, enquanto ele
era prisioneiro de Simon de Montfort.
— Galeses selvagens eles não tem honra! — Richard disse
automaticamente. Ele esfregou sua curta barba com sua mão bronzeada.
Os meses passados debaixo do sufocante sol oriental queimara sua pele
em um tom de bronze tão intenso que nunca sairia.
— Você cresceu nas Marches. Qual é a fraqueza de Llywelyn?
— Os chefes dos clãs estão constantemente lutando entre si. Nem
todos o apoiam. Meu pai é amigo de Gruffydd ap Gwynwynwy, Lord de
Powys. Há antipatia mútua entre Gruffydd e Llywelyn mesmo que Gruffydd
seja seu mais poderoso vassalo.
Edward brincou com seu copo.
— Eu não posso declarar uma guerra aberta ao Príncipe Llywelyn
mas se o que diz é verdade é uma oportunidade que eu poderia usar em
meu benefício — uma luz tomou conta de seu olhar — você tem que me
ajudar Richard eu quero que você lidere os lordes das Marches. Gilbert
seria uma péssima escolha. Ele mudou de lado duas vezes durante a
revolta dos barões. Não posso confiar em homens assim para o bem do
reino.
Richard cambaleou. Jesus, Gloucester!
— Red Gilbert detém mais propriedades que meu pai. Ele deve à
coroa mais rendas que qualquer outro no reino! Como pode fazer isso?
Edward deu um sorriso mortal.
— Quando eu for rei ninguém vai desafiar minha autoridade como
fazem com meu pai. Ao promover você os outros saberão que a posição
deles não é tão permanente quanto pensam.
A mão de Richard desviou-se para o punho da espada
— E pensar que meu pai não queria que eu viesse com você.
Edward sorriu de repente.
— Sim meu amigo temos muito em comum. Meu pai me implorou
para não deixar a Inglaterra. Mas fazemos o que deve ser feito não é?
— Sim, fazemos o que devemos fazer — talvez agora seu pai
admitisse que ele estivesse certo em partir. Somente porque o velho conde

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nunca superara a morte da mãe de Richard não havia motivos para
sempre tentar manter o filho a seu lado.
Um mensageiro apareceu na aba aberta da tenda. Ele entregou uma
missiva a Edward e se curvou profundamente antes de ser dispensado com
um aceno de cabeça.
— Eu vou deixar-lhe agora — disse Richard se levantando.
— Não, não isso só vai levar um momento.
Richard se afundou nas almofadas. Edward rompeu o selo do
primeiro documento e derramou seu conteúdo. Ele parou erguendo seus
olhos para Richard brevemente antes de continuar.
Edward jogou a carta de lado e passou a mão no rosto.
— Essa é da minha mãe.
— O Rei Henry está...?
— Não. Ele está doente mas os médicos dizem que ele não irá morrer
ainda. Eu, eu não sei como lhe dizer — disse Edward seus olhos azuis
procurando o rosto de Richard.
Richard se sentou.
— O quê? — perguntou muito apreensivo.
— Seu pai foi assassinado em um conflito na fronteira no início da
primavera. Sinto muito.
Richard fechou seus olhos. Pelo amor de Deus quase três meses
atrás! A culpa o apunhalou fria afiada. Seu pai temia pela sua vida agora
era ele quem estava morto e Richard não estivera lá.
Ele engoliu em seco sua dor. Apesar da vitória recente havia falhado
miseravelmente com seu pai. William de Claiborne nunca saberia o que
seu filho conquistara.
Lágrimas quentes pressionaram suas pálpebras implorando para
se libertar. Ele não deixaria. Quando ele tinha apenas sete anos e os gritos
tristes de seu pai ecoavam no Castelo de Claiborne depois de uma noite
bebendo e se afogando em memórias de sua falecida esposa, Richard
enxugara suas próprias lágrimas e jurara nunca mais chorar. Era uma
promessa que ele nunca quebrara.

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— Como aconteceu? — ele questionou calmamente. Seu pai dirigira
aquelas fronteiras por anos. Era difícil acreditar que finalmente um galês o
derrotara.
— Parece que foi uma emboscada. Um sobreviveu e ele jura que foi
Llywelyn.
Richard apertou seus dentes tão forte que sua mandíbula doía.
Malditos galeses selvagens! Naquele momento um ódio tão intenso
começou a nascer que sentiu vontade de se encolher e se esconder. Mas ao
invés disso ele acolheu esse sentimento e o trancou no fundo de seu
coração encontrando conforto nele.
O Príncipe Llywelyn pagaria caro por isto.

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Capítulo 1

Snowdon — Gales

— Papai está em casa — Gwen gritou da sua janela.


Cavaleiros se aproximavam rápido e ela reconheceu a bandeira de
seu pai sobre suas cabeças. Ela virou-se e correu passando por Alys, e
depois pela escada até a entrada. Papai finalmente estava em casa. Há
muito tempo havia partido para lutar contra os invasores ingleses.
Homens e mulheres se apressaram excitados preparando-se para a
chegada de seu lorde. Gwen parou na escura entrada da fortaleza,
empurrando impaciente uma mecha de cabelo que caíra em seu nariz.
Os homens se dirigiram ao pátio. A neve voava debaixo dos cascos
de seus robustos cavalos enquanto derrapavam até parar. A expressão de
seu pai era sombria. Ela agarrou a borda de seu manto com seus dedos
trêmulos, sua expressão sorridente se esvaindo.
O Príncipe Llywelyn, desmontando, entregou as rédeas a um servo
que aguardava. Einion, seu senescal 5 fez o mesmo seu rosto enrugado e
contorcido enquanto deslizava seus velhos ossos da sela.
— Llywelyn, você não pode se entregar — disse quando alcançou o
príncipe.
Llywelyn lançou um olhar furtivo em volta, então respondeu em um
suave sussurro:
— Eu não irei esperar que a fome se instalasse! É melhor fazer
agora, enquanto ainda temos nossa dignidade.
Gwen colocou a mão em sua boca para abafar seu grito. O Príncipe
de Gales se rendendo aos ingleses? Isso era impensável.

5
Um senescal era um oficial nas casas de nobres importantes durante a Idade Média, encarregado da aplicação da justiça
e do controle da administração.

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Os criados continuavam com suas frenéticas tarefas sem notar a
devastação que enfrentavam. Gwen correu para os braços de seu pai
precisando desesperadamente de conforto.
— Você está seguro e em casa papai — gritou abraçando-o bem
apertado. Ele se enrijeceu e ela o soltou para olhá-lo. Uma expressão dura
se apossou de seu rosto círculos escuros manchavam a pele abaixo de
seus olhos cor de âmbar.
— Sim, estou a salvo — ele disse acariciando-a rapidamente e
limpando sua garganta.
Seu coração doía mas ela sorriu e recuou. Ele era um homem bom
nunca fora desagradável. A maioria o amava embora houvesse causado
grandes transtornos há muitos anos atrás quando chegara ao trono do
País de Gales pela primeira vez. Desafiando a tradição ele reivindicara o
principado prendendo seus irmãos em uma sangrenta guerra civil.
Alguns dos chefes de clã nunca o haviam perdoado. Nem seus
irmãos dos quais apenas um ainda estava vivo.
Ele era um grande homem. Ela sabia por que sendo o Príncipe de
Gales sempre tinha muito a fazer e nunca parecia ter tempo para ela. Ele
avançou a passos largos entrando na antiga fortaleza que havia pertencido
a inúmeros príncipes galeses antes dele.
Einion piscou sorrindo para cobrir sua aflição e estendeu seu braço.
Ela o pegou e eles seguiram Llywelyn.
— Estamos realmente nos rendendo, Einion?
O velho tropeçou.
— Sim.
— Mas nós somos galeses não podemos desistir!
Ele suspirou.
— Não consigo convencê-lo. Seu pai governou o País de Gales por
trinta anos e conquistou mais do que qualquer príncipe antes dele. Ele
sente que deve ceder agora para ganhar mais tarde.
— Por quê? Por que ele deve desistir? — sua voz embargou e ela
mordeu o lábio para sufocar suas lágrimas. Não é justo! Seu pai tinha

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trabalhado tão duro conquistara tanto e agora – agora estavam arrancando
dele peça por peça preciosa.
— O Rei Edward capturou a foz do Conwy. Ele está construindo um
castelo para segurá-la — Einion hesitou depois molhou os lábios antes de
continuar — Black Hawk de Claiborne, bloqueou Ynys Mon. Sem a
colheita Gwynedd morrerá de fome.
Gwen conteve a respiração — Gwalchddu6.
Black Hawk. O norte do País de Gales tremia com o nome do lorde
maligno que controlava as fronteiras com um punho de ferro. Os bardos
da corte diziam que ele tinha três metros de altura e era largo como um
carvalho. Suas cores como seu legado eram de sangue e morte carmesim e
preto.
Ela deu um soco contra sua perna.
— Eu odeio os ingleses! Eles são cruéis e gananciosos. Insatisfeitos
com o que já têm querem o País de Gales também!
Einion deu um tapinha em sua mão.
— Sim, filha os reis normandos nos perseguiram desde que William,
o Bastardo, conquistou os saxões. Eu estou velho agora. Era muito jovem
quando seu bisavô era nosso líder e eu assisti os príncipes galeses lutarem
contra a opressão. Se ao menos Llywelyn pudesse ter deixado de lado seu
orgulho e jurado lealdade a Edward em sua coroação!
— Mas o Rei Edward não devolveria Dafydd para ser punido. Papai
não podia jurar lealdade enquanto o rei abrigava aquele traidor!
— Sim. A deserção de seu tio era certamente o catalisador que
Edward precisava — deu um pesado suspiro — O fim está próximo receio.
Edward não é o desafortunado Henry ou o perverso John — ele terá
sucesso onde eles falharam a menos que...
— A menos que?
Einion agarrou seus ombros com súbita urgência.
— A profecia na qual um Llywelyn dirigirá os normandos fora da
Inglaterra que ele usará a coroa do Rei Arthur e governará toda a Grã
Bretanha. Merlim fez essa profecia. Os bardos dizem que seu pai é esse

6
Falcão Negro, em galês.

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Llyvellyn — seus olhos castanhos desbotados procuraram seu rosto —.
Você tem a visão garota! Diga-me, você não consegue ver?
Ela fechou os olhos. Tinha sonhos às vezes sonhos que se tornavam
realidade mas ela não controlava quando eles ocorriam. A primeira vez
acontecera quando ela era uma garotinha e sonhara com uma terrível
tempestade de neve que bloqueava as passagens nas montanhas até a
primavera. Não foi nada demais mas quando se realizara as pessoas
começaram a falar de sua mãe e o presente das fadas, a visão. Como
poderia dizer a Einion que isso não podia ser forçado?
— Não, eu não vejo nada — disse, em voz baixa quase sussurrando.
Einion engoliu o ar como se estivesse se afogando.
— Esta é nossa única chance — seus olhos se enevoaram e ele a
apertou com carinho antes de caminhar mancando até Llywelyn.
Gwen ficou em silêncio chocada indiferente à comoção ao seu redor.
O bom e resistente Einion mostrara a ela um lado que nunca havia visto
antes um lado que temia pelo seu príncipe e pelo seu país. Isso a fez
estremecer até o seu âmago.
Quando ela ansiava pela atenção de Llywelyn era Einion quem
sempre estava lá para preencher as lacunas. Ele a balançara em seus
joelhos quando era uma garotinha beijara seus cotovelos esfolados e
comprara seus presentes de ouro, seda e jóias. Sua velha face sempre
estava pronta com um sorriso porém nunca perguntara sobre a visão até
agora.
Secando as lágrimas que corriam por seu rosto correu para
encontrar Alys.
Alys saberia o que fazer. A criada de bochechas rosadas era mais parecida
com uma mãe – da qual Gwen mal se lembrava – do que com uma serva.
Quando alcançou seu aposento encontrou Alys sentada calmamente
com seus dedos ágeis fazendo sua mágica nas túnicas de Gwen. O fio
dourado chicoteava dentro e fora da veste enquanto um delicado pássaro
começava a tomar forma sob sua cuidadosa arte.
Alys derrubou a vestimenta e levantou-se.
— O que houve Alteza?

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— Estamos nos rendendo Alys — disse Gwen jogando os detalhes
com pressa — É a maldição da bruxa!
A respiração de Alys sibilou bruscamente
— Sua mãe não era uma bruxa! Que tipo de contos você andou
ouvindo?
Gwen afundou na cama e esfregou as costas de sua mão no rosto.
— Ele não a conheceu nas margens de Llyn Eleri ao crepúsculo? Ela
saiu da névoa como uma criatura sobrenatural. Ela não tinha nome, nem
clã e desapareceu sem deixar vestígios quando eu era um bebê.
— Sim, mas ela era uma fada não uma bruxa. Lady Eurwen era
generosa e bonita. Ela amava seu pai! Não acredito que o tenha
amaldiçoado a uma vida de infortúnios não importa que tipo de histórias
os bardos contem.
— Então porque ela se foi? — perguntou Gwen miseravelmente.
Alys suspirou e pegou seu bordado, puxando um ponto.
— Eu não sei criança, eu não sei.

Um ar de inquietação pairava sobre a fortaleza nos dias seguintes.


Guerreiros iam e vinham às vezes ficavam com o Príncipe por horas antes
que os gritos de raiva irrompessem no ar.
Um por um, os chefes dos clãs que permaneciam leais a Llywelyn
responderam às suas convocações – e depois saíam irados.
Quando seu pai finalmente a chamou Gwen correu até seu aposento.
Ela estava certa que ele diria que não era verdade que ele não estava se
rendendo ao rei da Inglaterra – e suas vidas poderiam voltar ao normal.
A porta estava aberta e ele ficara de costas para ela com os dedos
batendo suavemente.
— Pai?
Ele girou.
— Jesus, Gwenllian você é tão silenciosa quanto sua mãe.
Gwen sorriu. Era raro ele mencionar sua mãe bem como também
prestar muita atenção a ela.

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— Você me chamou?
— Sim — seu olhar se distanciou —. Eu me renderei ao rei no
Castelo de Rhuddlan. Você me acompanhará. Partiremos ao amanhecer.
— Você realmente se renderá? — seu coração bateu com excitação e
medo. Ele nunca a levava a lugar algum.
— Não tenho escolha menina.
— Oh! — respondeu Gwen — Sinto muito.
— Eu estou cansado menina. Não desejo discutir com você. Vá e
peça a criada para preparar seus baús.
— Baús... mas por quê?
— Não faça perguntas garota! Só faça o que estou mandando —
disse nervoso.
— Sim pai, me perdoe — disse baixo, saindo rapidamente do
cômodo. Porque sempre o desapontava?

Richard de Claiborne terceiro Conde de Dunsmore e sua companhia


de Cavaleiros trovejavam sobre o solo alagado galopando em direção ao
quartel general do rei. A chuva se transformara em granizo e batia contra
sua armadura, o som quase um zunido musical.
O forte odor de suor e couro subia do garanhão sob ele. Apesar de
o ritmo ter sido duro o animal ainda rangia os dentes energicamente e
suas negras orelhas pressionavam contra sua cabeça selvagemente.
Eles fizeram a curva no caminho e de repente diante deles surgiu o
Castelo de Rhuddlan, suas novas muralhas e torres altas sobressaindo na
névoa galesa que se agarrava aos muros como um espectro
fantasmagórico.
O cheiro de sal se misturava com o granizo e os fracos corpos
brancos das gaivotas circulavam à distância seus gritos penetrantes
carregados pelo vento. Nuvens de tempestade negras e sinistras pairavam
sobre o Mar da Irlanda.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Três leões dourados em um fundo vermelho-sangue ondulavam
acima das torres de Rhuddlan proclamando a todos no País de Gales que o
Rei Edward Plantagenet estava ali para ficar.
A companhia diminuiu o ritmo antes de alcançar os maciços
portões. O caminho estava inundado de lama pelo constante tráfego dos
trabalhadores. Carpinteiros, carroceiros, encanadores, pedreiros e
escavadores percorriam este caminho diariamente enquanto terminavam a
construção da fortaleza.
Richard levantou seu olhar para as imponentes paredes. Jesus, o rei
decidira corretamente quando escolhera Sir James de St. George para ser
seu mestre construtor! Até mesmo agora os homens estavam sentados em
um andaime no pátio. Ocasionalmente as batidas dos martelos ecoavam
sobre o barulho do pátio.
Richard freou seu cavalo. Riu para si mesmo quando um servo se
aproximou seus olhos arregalando-se quando o cavalo soltou um bafo
quente no ar gelado.
— Não coma o garoto Sirocco — disse Richard deslizando das costas
do cavalo e acariciando o pescoço arqueado. Então entregou as rédeas ao
serviçal.
— Ande com ele até se acalmar ou então terá que se esconder —
ameaçou Richard sentindo que o garoto iria deixá-lo em uma baia e fugir
dele.
— Sim, milorde — respondeu o assustado garoto. Suas mãos
tremiam quando a fechou em torno do couro duro. Sirocco empinou meio
passo à frente e então se acalmou seguindo-o como um filhotinho.
Richard subiu os degraus de madeira e adentrou no grande salão. A
sala era rústica esculpida em pedra e madeira. O cheiro verde da madeira
fresca estava forte no ar.
Inúmeros cavaleiros estavam sentados à mesa bebendo cerveja e
farreando com as moças de servir. Risadas estridentes se elevavam das
gargantas das mulheres enquanto elas passavam de colo em colo.
Uma moça em particular deu uma bofetada no homem que a
beliscara e virou-se para olhar Richard atravessar a sala.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele sorriu em resposta. Havia semanas que não tinha uma mulher.
Ela abaixou a cabeça antes de pegar a bandeja e se apressar para pegar
mais cerveja – ele não dormiria sozinho esta noite.
Continuou a atravessar o salão e subiu os degraus até o terceiro
nível onde encontrou o Rei Edward acompanhado do irmão do Príncipe
Llywelyn, Dafydd ap Gruffyd.
— Ah, Richard. Graças aos céus você finalmente está aqui — disse
Edward.
— Eu vim o mais rápido possível, Ned.
— Llywelyn assinou o tratado ontem. Ele estará aqui hoje para
render-se formalmente.
— Aguardo ansiosamente por isto Majestade — Llywelyn não poderia
ser humilhado o suficiente no que dizia respeito a ele.
Ele afundou-se em uma cadeira oposta ao rei e tirou as luvas antes
de desamarrar sua cota de malha e tirá-la pela cabeça.
Havia lama salpicada em suas calças e sua capa estava encharcando
a cadeira formando uma poça aos seus pés. Ele pegou a caneca de cerveja
que um servo ofereceu fazendo uma pequena careta ao bebê-la.
— Foi um golpe de mestre descartar Ynis Mon daquele jeito Lorde de
Claiborne — disse Daffyd.
Richard recostou-se e fitou Daffyd com um olhar fixo. Quando falou
sua voz saiu arrastada:
— Engraçado você achar isto mas não fazer a sugestão você mesmo.
Você é um galês, apesar de tudo e sabe a importância dessa ilha.
Havia um brilho nas profundezas dos olhos verdes de Daffyd que foi
apagado e substituído por um olhar complacente.
— Se eu tivesse pensado nisto eu certamente teria sugerido.
Infelizmente não sou um grande comandante de guerra como você — ele
sorriu e Edward assentiu.
— Eu diria que não. Eu não falharia se planejasse matar Llywelyn.
Dafydd pôs-se de pé apertando os punhos ao seu lado. Richard
ofereceu-lhe o insulto final ao não se preocupar em encarar o desafio
mudo.

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Dafydd girou nos calcanhares e encarou o Rei: — Se me der licença
Majestade devo procurar meus homens.
— Certamente Dafydd. Juntar-se-á a nós à mesa?
— Seria uma honra, Majestade — Daffyd respondeu, olhando para
Richard antes de sair da sala.
Edward suspirou.
— Porque você o antagoniza?
— Não gosto dele. Ele soa falso e é mais perspicaz do que você
pensa. Ele mais do que ninguém saberia como fazer o País de Gales
ajoelhar-se.
— Hmm, mas se alguma vez ele fizesse as pazes com o irmão dois
lobos são piores do que um e eles podem perseguir um urso até a morte.
Richard sorriu.
— Llywelyn não é um tolo Ned. Quantas vezes Daffydd traiu você?
Duas? Três? Ele não vai entrar na toca tão facilmente desta vez.
— Sim, mas eu ainda prefiro mantê-lo por perto. Você deveria ser
grato a Daffydd. Se não fosse pela sua tentativa falha de assassinato não
teríamos Llywelyn na atual posição.
— E o que acontece quando Daffydd descobrir que você não pretende
fazê-lo Príncipe de Gales? Que permitirá que Llywelyn mantenha o título?
Edward apertou a mandíbula.
— Eu sou um rei em primeiro lugar meu amigo. Esta vitória foi mais
completa do que nenhum de nós imaginaria. Eu não preciso afastar
Llywelyn. Além disto você mesmo disse que não confia em Daffyd. Eu
deveria confiar nele como Príncipe de Gales?
— Não estou sugerindo que deveria. Llywellyn comportou-se de
forma desleal quando se recusou a reconhecê-lo como seu suserano e
apesar de todas as suas reivindicações você abrigou seus inimigos —
inclinou-se para frente abruptamente sua voz ficando áspera e baixa —
Deixe-me desafiá-lo a um combate.
— Não! — a palavra ecoou nas paredes do aposento vazio.
— É meu direito vingar-me por meu pai.
— Não à custa do meu reino!

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Richard cerrou os dentes, os pulmões enchendo-se a ponto de
arrebentar quando ele sugou o ar que estava viciado com o cheiro de
madeira amadurecendo e de pedra recém-esculpida. Soltou-o novamente
com grande pressa saboreando por um instante, a sensação de ser leve
como uma pluma que acompanhava sua respiração fugidia.
Edward passou a mão pelos cachos loiros escuros depois se virou
para olhar as janelas. Lado a lado, três janelas do chão ao teto viradas
para o mar proporcionavam uma visão que era de alguma forma ainda
maior do que os jardins de Windsor.
— Você sabe que não posso permitir. Não é suficiente que o
tenhamos reduzido a isto? Ele tem menos agora do que quando herdou o
seu trono. O País de Gales é meu. Isso é o que nós queríamos.
Richard respirou fundo.
— Nunca será o suficiente Ned. Ele nunca poderá pagar pelo que fez.
E quando não sobrar nada quando estiver frio aos meus pés ainda não
será suficiente.
Um silêncio pairou entre eles. Richard aceitou outra caneca de
cerveja o líquido frio pouco fazendo para acalmar sua garganta seca.
Edward bateu seu dedo anelar no braço da cadeira.
— A colheita foi trazida?
Richard assentiu com a cabeça.
— Eu deixei a guarnição em Ynys Mon – Anglesey – encarregada de
transportá-la para os navios. O que você vai fazer com ela?
Edward sorriu de repente tudo estava aparentemente esquecido.
— Eu pretendo vendê-la de volta para Llywelyn.
Richard olhou para seu amigo por um momento. O rosto de Edward
formou um largo sorriso seus olhos azuis brilhando. Richard jogou a
cabeça para trás e riu e Edward juntou-se a ele.

Ambos os lados do Grande Salão estavam alinhados com lordes


ingleses alguns Marchers outros não. Dafydd estava ao lado do tablado

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com o rosto dividido em um sorriso triunfante. Outros chefes galeses que
se juntaram a causa estavam com ele.
Edward sentou-se no trono e Richard parou atrás dele.
O barulho da multidão aumentou bruscamente antes de ser
interrompido quando o Príncipe Llywelyn apareceu na entrada. Entrou no
grande salão de Rhuddlan com as costas rígidas e uma expressão séria.
Ele não olhou nem para a direita nem para a esquerda seu olhar
focado apenas no Rei que como ele se recusou a reconhecer os orgulhosos
lordes ao seu redor. Suas botas produziam um barulho no chão de
madeira o som abafado ecoando nos batimentos do coração de Richard.
Llywelyn parou diante do tablado e desembainhou sua espada. Suas
mãos apertaram o punho da espada por um curto momento. A ponta
balançou apontada para o Rei.
Richard agarrou sua espada até suas juntas ficarem brancas.
Vamos lá. Tente acertar o Rei.
Os olhos de Llywelyn o fitaram com frieza e desprezo antes de voltá-
los a Edward.
Então se ajoelhou e virou a espada entregando o punho primeiro a
Edward. Sua voz foi ouvida por todos na reunião.
— Submeto-me à vontade do Rei e a sua justiça.
— Levante-se, Príncipe Llywelyn — disse Edward virando a espada e
entregando-a de volta a ele — Pelo acordo do Tratado de Conway você
poderá manter o cantref7 de Gwynedd e seu título. Você cederá a Ilha de
Anglesey, Ynys Mon como você a chama e todas as terras a leste do rio
Conwy. As partes superiores e inferiores de Powys serão devolvidos ao meu
vassalo Gruffydd ap Gwynwynwyn.
Llywelyn corou ao lembrar-se de tudo que havia perdido mas nada
disse. Gruffydd ap Gwenwynwyn sorriu. O olhar no rosto de Dafydd só
poderia ser chamado de choque mudo. Ele lançou a Richard um olhar
acusador cheio de aversão.

7
Cantref era uma divisão territorial do País de Gales durante a Idade Média, particularmente importante na aplicação da
lei galesa.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Indique dez reféns filhos de nobres que você irá me entregar para
garantir sua lealdade — ordenou Edward.
Llywelyn cobriu sua espada depois engoliu em seco e ficou em
silêncio por um longo momento. Sua voz era fria e sem emoção quando ele
começou a recitar os nomes.
— Minha filha Princesa Gwenllian. Goronwy ap Tudur, filho do chefe
de ...

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Capítulo 2
Gwen estremeceu e se aconchegou ainda mais em seu manto
esfregando seu rosto contra o forro de pele de seu capuz. Porque estava
demorando tanto? E por que eles ainda estavam montados em seus
cavalos nesta chuva gelada?
O cheiro de comida sendo preparada flutuou até seu nariz com o
sopro do vento. Ela percebeu que estava com fome quando seu estômago
respondeu com um ronco. Será que realmente se passara muito tempo
desde que rapidamente quebrara o seu jejum e em seguida subiu no
cavalo para fazer a viagem de Aberconwy Abbey para Rhuddlan?
Ela não podia aguentar mais. Desmontou então seus membros
doloridos protestando a cada movimento. Os outros se aconchegavam em
cima dos cavalos, suas capas de lã enroladas neles. Ninguém se mexeu
enquanto ela conduzia seu palafrém8 em direção ao estábulo.
Ela pressionou as rédeas na mão de um garoto que vinha de dentro
da estrutura. Quando ele abriu a boca para protestar ela o congelou com
um olhar arrogante. Ele lambeu os lábios apressadamente logo fechou a
boca e começou a cuidar de sua égua sem dar outro olhar em sua direção.
Gwen entrou no estábulo o cheiro de feno fresco e o inconfundível
cheiro de cavalo se misturavam no seu nariz. Carregadores cobriam as
paredes amontoados em baias estreitas como armas descartadas
seguramente escondidas até que fossem necessários. Caminhou
acariciando os focinhos dos animais e sussurrando palavras suaves e os
cavalos marcaram sua passagem com bufadas.
No final da fila longe do restante dos animais estava um grande
garanhão preto o pescoço arqueado e os olhos revirando em sua cabeça.
Seu casco maciço batia no chão cortando a sujeira como um machado.

8
Palafrém: cavalo elegante e bem adestrado, destinado às senhoras. Muito usado em desfiles.

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— Você é lindo! — disse Gwen gentilmente estendendo sua mão —
Ele fungou então soprou como um grande fole aquecendo-a com a sua
respiração.
Ela aproximou-se e ele encolheu e abaixou a cabeça. Gwen acariciou
atrás de suas orelhas rindo enquanto se inclinava para ela.
— Você não é tão feroz quanto finge seu grande valentão.
O garanhão balançou a cabeça tentando dirigir suas carícias para
onde ele queria. Uma voz masculina profunda assustou-a. Ela voltou-se
seu coração martelando. Um cavaleiro caminhava em sua direção falando
em inglês mas ela não o entendia.
Percebeu que o homem achava que ela trabalhava no estábulo
vestida daquele modo e de pé ao lado do cavalo. Os nobres ingleses
falavam o francês e o latim, enquanto o inglês era reservado para servos e
plebeus embora muitos lordes também o falassem. Eles tinham que sabê-
lo se quisessem dirigir seus criados.
Seu pai a fizera aprender francês e latim. Ela ergueu-se preparada
para colocar este cavaleiro em seu lugar.
— Pardon9?
Ele pareceu surpreso em primeiro lugar em seguida mudou para o
francês.
— Eu disse para fugir deste cavalo — ele andou deliberadamente em
direção a ela. Ele estava vestido com uma armadura era alto e em oposição
a seu tamanho movia-se como um furtivo felino.
Gwen endureceu sua coluna. Ela já havia tido o suficiente desses
bastardos ingleses naquele dia. A arrogância deles havia testado a sua
paciência.
Mas ela reconheceu que talvez este tivesse o direito de se preocupar
com um estranho ao lado de seu cavalo. Certamente não era um cavalo
comum.

9
Pardon (em francês, no original) significa perdão. Esta palavra é frequentemente usada em expressões polidas. A palavra
foi mantida como no original, por ser utilizada pela personagem para demonstrar que não era uma simples criada.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


O medo se apoderou dela quando percebeu o tamanho do homem.
Amaldiçoou-se por vir ao estábulo desacompanhada. Os ingleses sempre
tomavam o que queriam.
— Eu peço o seu perdão, Senhor Cavaleiro — disse ela olhando para
a abertura do outro lado do estábulo. Ela deu uma palmadinha final no
cavalo e afastou-se mantendo os olhos baixos.
Ele parou na frente dela. Gwen se concentrou em suas botas pretas.
Contra a sua vontade seu olhar desviou-se para cima. E mais acima.
Seu pulso acelerou. Ele era um gigante!
Ela olhou para ele por debaixo de seu capuz incapaz de controlar
sua curiosidade. Seu cabelo era negro como a alma de uma bruxa cortado
curto para caber sob seu elmo.
Gwen franziu o rosto ante a barba e o bigode. Isso era incomum
certamente. Apenas os galeses usavam barbas nos dias de hoje. Ela não
conseguia parar de olhar para ele. Ele certamente devia ser o homem mais
bonito que ela já havia visto. Seus ombros eram tão largos...
Ela mordeu os lábios. Seus olhos drenavam toda sua vontade de
fugir embora ao mesmo tempo ela desejasse escapar mais do que nunca. O
cheiro de aço e suor masculino cercou seus sentidos. O perigo emanava da
sombria presença desse homem proibido.
— Você é galesa — ele disse fazendo soar como o pior dos
sofrimentos.
— Sim — ela rangeu entre os dentes cerrados. Maldição por que não
tinha aprendido a falar francês com menos sotaque?
— Tire o capuz — ele ordenou.
Gwen pensou que seu coração fosse saltar de seu peito quando se
afastou. Não, não podia deixar que a visse! Ele era tão bonito e ela estava
horrível após uma longa viagem. Por que não poderia ter encontrado este
homem em uma festa quando ela estivesse ricamente vestida e mais
confiante?
— Eu preciso ir agora.
Ela tentou passar por ele mas ele a pegou e tirou o capuz em um só
movimento. Gwen se sacudiu e inclinou o queixo. Ela era uma princesa,

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pelo amor de Deus! Não permitiria que um humilde cavaleiro a
intimidasse.
Gwen reconheceu o estranho brilho em seus olhos. Já tinha visto
isto antes no salão do pai quando um guerreiro acariciava uma moça. Logo
depois os dois desapareciam nos cantos escuros do castelo.
O medo dançou ao longo de suas terminações nervosas quando ele
deu um passo à frente. Ela forçou-se a ficar firme. Ele estava a uma
distância curta e mais do que qualquer coisa ela desejou correr. Só que ele
a pegaria novamente.
— Você não deveria se aproximar tanto — disse seu dedo girava no
seu rosto em uma carícia suave — Estes cavalos são treinados para a
batalha. Você poderia se machucar.
Gwen tremeu. Este homem era muito, muito mais perigoso do que
cavalos de guerra. E ela sentiu que ele não estava falando somente sobre
os cavalos.
— Mas, mas eu não estava — ela balbuciou.
— Não desta vez — sua voz entoou — Mas terá tanta sorte na
próxima?
Ela se afastou e fechou os olhos. Maldito bastardo! Típico arrogante
como todos os ingleses. Ainda assim ela estava aliviada pelo fato de que ele
não iria machucá-la embora seus instintos lhe dissessem para não
acreditar nisso nem por um segundo.
— Quantos anos você tem?
— Terei dezesseis em dois meses — respondeu com toda a
arrogância de uma princesa.
Ele jogou a cabeça para trás e riu assustando-a com o timbre
profundo de sua voz.
— Muito jovem para uma amante embora eu esteja extremamente
tentado. Qual é o seu nome?
— Pr... Gwen. — disse corando. Amante! O pensamento era
perturbador não pelo ultraje mas porque realmente tentou imaginar-se
amante deste homem embora não soubesse exatamente o que os amantes

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faziam. Seja lá o que fosse provavelmente seria emocionante com ele como
professor — E o seu nome cavaleiro? — perguntou a coragem voltando.
— Richard respondeu com uma voz divertida.
Richard. Morria de vontade de dizer em voz alta para provar o nome
em sua língua mas manteve a boca fechada e fitou seus pés.
Finalmente depois do que parecia um período interminável de tempo
ele falou:
— Então você estava admirando meu Sirocco?
— Siroco? Que tipo de nome é esse?
— É árabe. Eu o trouxe da Cruzada.
Um cavaleiro de honra – pensou.
— O que significa?
Ele parou por alguns momentos. Seu olhar passeou por ela tão
lentamente que sentiu como se estivesse nua. Ela desviou o olhar tentando
diminuir seus sentidos trovejantes. Ela não era nada além de uma menina
desajeitada ao lado deste magnífico macho.
— É o nome de um vento quente do deserto que sopra sobre o Saara,
transportando tempestades de areia do Mediterrâneo para a Itália e a
Espanha.
Ela arriscou um olhar para ele.
— O Sa-a-ra?
Ele a estudou por um momento e ela descobriu que não podia
afastar o olhar de seu rosto. Nenhum homem devia ser tão bonito.
— Sim, é um lugar de chamas e areias douradas. Ao anoitecer
quando o pôr-do-sol se torna vermelho-sangue e lança sua sombra sobre
as dunas — ele pegou sua trança — É exatamente da mesma cor que o seu
cabelo.
Gwen corou se condenando por ser tão óbvia. Ele certamente a
consideraria uma garotinha agora embora não pudesse dizer por que ela se
importava com isto. Ele levou seus cabelos até o nariz inalando seu cheiro.
Seus olhos eram como jóias cintilantes. Ela se viu atraída por eles incapaz
de mover-se ou falar.
— Rosas — murmurou ele.

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— Sim — Gwen sussurrou. Ela não duvidava de que ele fosse um
predador dotado de uma graça felina e um olhar hipnotizante. Ela sentia o
que o pássaro caçado devia experimentar no momento exato antes do
falcão atacá-lo.
Reunindo toda a sua força de vontade, virou-se para o cavalo.
— Ele é bonito — disse ela coçando a mandíbula do garanhão.
— Assim como você — sua voz estava rouca quando ele pegou sua
mão e a levou aos seus lábios. Ela sufocou um suspiro ao contato da pele
com a pele o sussurro de sua língua nos seus dedos.
— Você é serva de um dos reféns?
— Reféns? — ela repetiu sem entender. Seu hálito quente se moveu
sobre sua mão deixando sua coluna arrepiada.
— Sim, os reféns que o Príncipe Llywelyn deu ao rei.
As pernas de Gwen se curvaram. O cavaleiro segurou-a. Agarrou-o
sentiu sua cota sob a túnica e soube que por baixo de tudo seu corpo era
tão duro quanto o aço que o envolvia.
Reféns. Tudo fazia sentido agora: a insistência de seu pai de que ela
o acompanhasse quando nunca fizera isso antes. Os baús. Alys.
Seus punhos se contorceram em seu manto. Sem pensar ela
pressionou seu rosto contra o tecido manchado pela viagem.
— Oh, Deus! — ela gemeu contra seu peito largo — Oh, Deus, não!
Por favor, não.
— Você não sabia que haveria reféns?
Ela não respondeu. A mão de Richard aproximou-se para acariciar
seu cabelo vermelho-dourado. Ela era tão pequena tão vulnerável. Ele a
abraçou e um súbito desejo de protegê-la sobrecarregou seus pensamentos
mais básicos.
— Não se preocupe eles não serão feridos — ele disse suavemente.
Não, a menos que Llywelyn quebre o tratado. Mas Richard não ia dizer isso
a ela.
Ele não podia acreditar no efeito que ela tinha sobre ele. Ela cheirava
a coisas galesas. Vento, água, montanha e urze. E sobre tudo rosas. Rosas

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doces e selvagens. Ele tinha certeza de que mesmo se nunca mais a visse
ela o assombraria pelo resto de sua vida.
Ela afastou-se dele balançando ligeiramente. Ele estendeu a mão
para ela mas ela permaneceu de pé. Antes as mulheres haviam desmaiado
apenas para estar em seus braços mas ela parecia muito jovem para usar
este tipo de truque. Além disso ela era sedutora o suficiente sem
necessidade de usar artimanhas femininas. Se ela fosse mais velha – o que
não era lembrou a si mesmo – ele de bom grado estenderia suas coxas
suaves e a penetraria sem qualquer necessidade de sedução por parte
dela.
Richard praguejou silenciosamente. Ele desejava cortesãs
habilidosas para a sua cama não meninas que não tinham idade suficiente
nem para casar. Maldição, o que havia de errado com ele?
Mas ela era linda. Bonita como a névoa da manhã em um dia de
primavera, fresca como o vento contra o seu rosto quando ele e Sirocco
corriam o rio Dee que passava pelo Castelo de Claiborne delicada como as
rosas selvagens que cresciam em seu vale.
Ele estava atraído por ela contra qualquer razão. Deus como ela
seria em alguns anos quando florescesse sua feminilidade?! Sua garganta
ficou seca ao pensar. Ele tinha o desejo de mantê-la somente para
descobrir.
— Alteza! Alteza! — gritou uma voz feminina em galês.
Richard virou-se. Ele nascera e crescera nas Marches. O galês era
um segundo idioma para ele embora raramente gostasse de admiti-lo.
Uma mulher corpulenta se apressou em direção a eles seu rosto
rosado refletindo a ansiedade de sua voz: — Alteza!
— Quem? — ele se virou para Gwen.
Gwen. Algo lhe fez cócegas no fundo da mente.
Princesa Gwenllian!
Ele olhou para ela com horror. Sirocco enfiou a cabeça nas costas de
Richard e o empurrou. Richard tropeçou para o lado para evitar contato
com ela.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Você deve vir Alteza — disse a mulher alcançando a mão de Gwen
assim que parou. Ela suspirou com o estresse de seu esforço e lágrimas
escorreram pelo seu rosto. Ela deu a Richard um sorriso trêmulo.
— Alys. Eu estou aqui para ser uma refém, Alys — disse com voz
baixa sem emoção.
Estranhamente cortou o coração de Richard ouvi-la tão abatida. Ele
queria tomá-la em seus braços e acalmá-la. Maldito Llywelyn irá para o
inferno por isto!
— Venha, Alteza — Alys insistiu puxando gentilmente a mão de sua
senhora. A moça seguiu-a.
Richard ficou imobilizado por muito tempo depois. Ele olhou na
direção em que ela havia ido sufocando o desejo de segui-la quando algo o
empurrou. Ele se virou para olhar para seu garanhão. Ele teria jurado que
o cavalo estava rindo dele.
— Maldição, Sirocco!
O cavalo bocejou. Richard esfregou as mãos em seu couro cabeludo.
Jesus a menina de cabelos flamejantes que o atraíra como a escuridão
atrai a luz do sol era a filha de Llywelyn!

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Capítulo 3
Worcester, Inglaterra
Outubro, 1278

O vento do outono soprou através das persianas de madeira levando


um frio amargo ao coração do Castelo de Worcester. Gwen virou-se de
costas e puxou as cobertas até o queixo.
A corte do Rei Edward estava alojada na velha e aguerrida fortaleza
por dias aguardando o casamento do Príncipe Llywelyn com a prima do rei
Lady Elinor de Montfort.
Gwen não havia visto seu pai desde aquele dia em Rhuddlan. Fora
Einion – o querido e velho Einion como sempre – quem explicara por que
ela deveria ser uma refém.
Ela havia ficado assustada até a morte no início lembrando-se
loucamente dos contos do confinamento de seu avô como refém do Rei
John. Embora o Rei Edward fosse conhecido por ter o temperamento dos
Plantagenet não era louco como o Rei John. E ela percebeu que seu pai
nunca a colocaria em perigo. Ela seria corajosa e faria o maior homem de
todo o mundo orgulhoso de reivindicá-la como sua filha.
Ela preferia ficar em seus aposentos longe da corte o mais
frequentemente possível. Windsor transbordava com os ingleses. Não
importava se ela era uma princesa. A seus olhos ela era uma selvagem,
uma prostituta, simplesmente porque ela viera de uma terra que eles não
entendiam.
Ela pensou no cavaleiro chamado Richard. Ele representava tudo o
que ela desprezava mas não podia esquecê-lo. Noite após noite ele
assombrava seus sonhos tão reais para ela como havia sido há quase um
ano no estábulo do castelo Rhuddlan.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele fora realmente irritante. Era um arrogante cavaleiro inglês de
modo algum apto para uma princesa.
Mas ela se sentira tão estranha ao lado dele como se ela fosse à
serva com a qual ele a confundira e ele fosse um príncipe. Um homem tão
bonito e quando a abraçou pensou que seu coração sairia do peito.
Ela esperava vê-lo novamente no grupo de cavaleiros que a
escoltavam e aos outros reféns à Inglaterra. Então procurara por ele na
corte. Mas ele se fora como se os momentos no estábulo fossem um fruto
de sua imaginação.
Seus sonhos eram estranhos. Sempre um falcão feroz em seu braço
sua plumagem incomum tão escura a ponto de ser quase preta. Com os
pés amarrados e duas coleiras anexadas a ele. Uma balançava livre
enquanto a outra estava presa nas poderosas mandíbulas de um leão
dourado.
Gwen suspirou. Por que se permitia pensar nele?
Iria se casar com Rhys ap Gawain. Eles há muito tempo haviam
prometido um ao outro que se casariam quando crescessem. Gwen
brincou com a ponta da coberta. Eles já eram adultos! Ela tinha dezesseis
anos e Rhys tinha dezenove anos.
Será que ele iria querer se casar assim que ela voltasse?
O pensamento era um pouco inquietante. Eles eram amigos desde
que Gwen se lembrava. Quando ela tinha quatro anos e ele tinha sete ele a
carregava em suas costas fingindo ser seu corcel.
Passaram longas horas juntos escalando árvores, explorando a
floresta, procurando em cavernas pelo tesouro do Rei Arthur. Eles
nadaram em riachos de cristal e correram com seus pôneis ao longo do
vale eles haviam lutado em batalhas simuladas com arcos longos e
espadas e plantaram sapos nas camas das criadas. Durante todo o riso e
brincadeiras infantis eles se comprometeram a serem amigos para sempre.
Era natural que se casassem um dia para que pudessem ficar juntos.
Porém quando ela completara quinze anos e ele tinha dezessete eles
perceberam que as pessoas não se casavam somente para serem amigos.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Rhys havia caçado com ela naquele dia. Eles não pegaram nada
porque nenhum deles parecia ter sua atenção focada em nada exceto um
no outro. Finalmente, Rhys largara seu arco e a beijara.
Gwen tocou seus lábios. Tinha sido breve apenas um leve toque,
mas tudo entre eles mudara. Já não eram apenas dois amigos fazendo as
coisas que sempre fizeram. Eles estavam conscientes um do outro em um
novo nível um que era perturbador e excitante ao mesmo tempo.
Gwen nunca tivera a chance de descobrir onde esse novo sentimento
os levaria. A guerra chegou e Rhys partira para lutar. Então ela foi dada
como refém.
E agora seus sonhos estavam inundados com a imagem de um
homem alto e escuro com olhos da mais pura prata, um homem cujo toque
a acendera mais do que o beijo de Rhys.
A porta de sua câmara abriu-se e uma pequena mulher com longos
cabelos loiros e olhos brilhantes entrou.
— Gwen! Como é que você ainda está na cama até esta hora? —
Elinor perguntou pulando para a cama. Ela tirou a capa que usava sobre a
camisa e se lançou sob as cobertas. — Oh, está tão frio neste velho castelo!
— Está muito desagradável para levantar ainda — Gwen respondeu
aconchegando-se ao lado de sua amiga.
— Sim mas estou muito agitada para voltar a dormir! Não ousei
esperar que Edward me permitisse casar com seu pai — Elinor suspirou e
passou um braço em torno de Gwen. — Diga-me que não estou sonhando.
— Não é um sonho. Hoje você e eu já não seremos reféns. Iremos
para casa, para Gales.
— Eu estaria lá há dois anos se Edward não houvesse capturado
meu navio. Jesus! Sou velha demais para ser uma noiva!
— Vinte e cinco anos não é tanta idade. Além disso isto é metade da
idade de meu pai. É perfeito.
Elinor sorriu e beijou-a na testa.
— Você é uma garota muito prática. Você deveria estar casada
agora. Eu teria me casado quando tinha a sua idade se meu pai não
tivesse se rebelado contra o Rei Henry. Uma vez que o papai foi morto não

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


havia nada a fazer senão fugir para a França. Pobre Llywelyn não teve
escolha a não ser quebrar o contrato de noivado. Eu esperei por treze
longos anos. Eu sei que Llywelyn só quer a mim para irritar Edward mas
eu sou grata de qualquer maneira. Meu pai fez o que ele achava que era
certo e ele pagou por isto. Mas foi injusto que eu tivesse que pagar
também.
— Parece ser a maneira inglesa — disse Gwen girando uma mecha
de cabelo ao redor de seu dedo.
Elinor pousou a bochecha na cabeça de Gwen.
— Sinto muito, eu esqueci. Nós duas estamos pagando pelo desafio
dos nossos pais à coroa inglesa.
Gwen respirou fundo.
— Já acabou Elinor. Só quero ir para casa e nunca mais sair de lá.
— Tenho medo Gwen. E se Llywelyn não gostar de mim? Faz anos
que trocamos cartas mas nos vimos apenas uma vez e foi tão breve e
supervisionado por Edward.
Gwen se afastou virou-se para encarar a outra mulher. Ela estava
prestes a fazer uma brincadeira mas mudou de idéia quando viu a
apreensão pintada no lindo rosto de Elinor.
— Não se preocupe. Ele vai lhe amar assim como eu. Você é amável
e justa. Ele não será capaz de fazer o contrário.
— Mas e se ele desejar alguém mais nova? E se ele tomar uma
amante?
— Ele não pode! Você viverá pelos nossos costumes e se você se
opuser a uma amante ele não poderá tê-la. Galesas não são propriedades!
Elinor pegou um cacho loiro na mão examinando-o cuidadosamente.
— Tem sorte em ser galesa Gwen. Mamãe sempre me disse que eu
teria pouco se não nenhum controle sobre o homem com quem me
casasse. Teria que estar sempre ao lado do meu lorde pronta para entretê-
lo a qualquer momento. Eu seria sua governanta e ai de mim se eu fizesse
algo de errado! Claro que ela só estava me preparando para o pior. Ela não
se opôs quando papai escolheu Llywelyn. Será que ele sabia que os galeses
eram diferentes?

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Gwen se inclinou para trás e suspirou.
— Graças a Deus uma galesa pode escolher seu próprio marido! Eu
não gostaria de ser forçada a casar com alguém de quem eu não gostasse.
— Sim mas agora venha não sejamos formais no dia do meu
casamento! Levante-se sua preguiçosa e me ajude a preparar-me!
Elinor pulou da cama rindo. Gwen lançou-lhe um olhar e lentamente
retirou as cobertas.

— Eu disse que tudo ficaria bem — Edward disse, inclinando para


trás a taça de vinho que ele segurava. — Dafydd aceitou sem reclamar as
terras que eu dei a ele em Cheshire em vez de uma coroa e Llywelyn tem
sido razoavelmente agradável.
Richard girou o líquido de sua taça olhando para o redemoinho
vermelho que criara. Ele sufocou um bocejo. Fora ter com sua atual
amante Lady Anne Ashford no final da noite passada e ela o tinha mantido
acordado até depois da meia-noite.
Desde a rendição de Llywelyn em Rhuddlan o povo galês se instalara
tranquilamente sob o comando inglês. Havia ainda ataques na fronteira –
sempre haveria ataques nas fronteiras – mas em todo o País de Gales os
galeses se apresentavam a oficiais ingleses e castelões para julgar seus
casos e apresentar suas queixas de acordo com a lei inglesa. Estavam
cansados da opressão mas não se queixavam ainda.
Richard levantou o olhar para Edward.
— Eu ainda não confio em Dafydd. Seria melhor tê-lo dado para
Llywelyn enforcar do que tratá-lo como um lorde inglês.
Edward riu.
— Todo Dafydd sempre quer riqueza e prestígio. Atualmente ele se
importa menos com o governante do País de Gales. Agora que tem sua
terra e dinheiro – e uma esposa inglesa – ele vai se acalmar e parar de
praguejar sobre Llywelyn — Edward tomou outra bebida. — Na verdade eu
o convidei para vir ao casamento de Llywelyn e minha prima mas ele
implorou para ser dispensado.

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Richard escondeu sua surpresa.
— Está certo. Duvido que Llywelyn queira seu Judas aqui.
— Desde quando se importa com o que Llywelyn quer?
Richard encolheu os ombros.
— Eu não me importo mas ainda não consigo entender por que você
também me chamou para participar.
— É bastante simples. Você é meu conselheiro mais próximo e eu
preciso de seu conselho — Edward alisou a mão sobre o veludo laranja de
sua túnica. — Você sabe que Llywelyn e nosso Lorde de Powys pediram-me
para resolver uma disputa sobre a propriedade de Arwystli?
Richard assentiu com a cabeça.
— Pelo Tratado de Aberconwy disputas que surgem sobre terras no
País de Gales devem ser resolvidas de acordo com a lei galesa. No entanto
— ele disse — não beneficia a Inglaterra permitir que os juízes de Llywelyn
decidam a seu favor uma vez que Arwystli faz fronteira com o sul de
Gwynedd e é estrategicamente importante para sua defesa.
— Precisamente. Estaria muito melhor nas mãos de Gruffydd ap
Gwenwynwyn. É por isso que estou criando uma comissão especial para
decidir se será julgado de acordo com a lei galesa ou inglesa.
Richard sorriu.
— Você não tem intenção de permitir que Llywelyn ganhe. É
meramente uma tática de procrastinação.
— Até que eu consiga descobrir como contornar o tratado é a única
opção. Estou feliz por você aprovar.
— Sim isto é apropriado de alguma forma — disse Richard —. Mas
como você pretende manter Llywelyn sob controle agora que você está
devolvendo seus reféns e finalmente permitindo que ele se case com
Elinor? Se você der Arwystli a Gruffydd certamente causará outra guerra.
— Ainda não decidi. Alguma coisa surgirá antes de retornar ao País
de Gales estou certo disto — ele se levantou — Acredito que agora devamos
nos preparar para um casamento.

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Richard sentiu um calafrio percorrer sua coluna enquanto ele se
levantava. Quando Ned estava em um de seus estados de espírito ele era
capaz de qualquer coisa.
Eles se separaram e Richard voltou para seu aposento. Deitou-se na
cama e cruzou os braços atrás da cabeça. Ele não tinha absolutamente
nenhuma intenção de ir a este casamento.
Pensou na princesa de cabelos flamejantes e quase mudou de
ideia. Ela certamente estaria lá. Ele não a via desde aquele dia em
Rhuddlan. Quando Ned decidiu segurá-la em Windsor Richard prometeu
evitar ir à corte a menos que estivesse morando em outro lugar.
Ele sabia que era irracional evitar vê-la. Ela era apenas uma menina
mas ela tinha a promessa de uma grande beleza e Richard se não fosse
mais nada era um apreciador dos encantos femininos.
Quanto teria crescido em um ano? Ele fechou os olhos. Não seria
bom cobiçá-la. Ela podia ser somente uma galesa mas também era uma
princesa e ele nunca poderia fazer dela sua amante.
Não, definitivamente não iria ao casamento.

Richard ficou de pé na entrada escura da porta observando a


multidão o desgosto caindo sobre ele. A simples visão de Llywelyn o enchia
de raiva impotente.
Ele não conseguira ficar longe mas também não estava indo até lá
para ver Llywelyn – sua nova noiva ao seu lado – exultante no estrado não
importava o que Ned quisesse.
Dançarinos rodopiavam diante de seus olhos suas roupas eram
um redemoinho de cores deslumbrantes. A fumaça das velas de sebo
pingando curvadas no teto crepitando e cuspindo enquanto um desenho
passava por elas.
Richard procurava entre os grupos com um propósito que não
admitia. Quando ele a encontrou deixou de procurar. A luz das tochas
iluminavam seu cabelo vermelho-dourado enquanto deslizava pelo salão.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Gwen — ele sussurrou surpreendendo-se quando viu que falara
em voz alta. Por um momento pareceu que ela havia virado em sua
direção.
Ele engoliu e sua garganta de repente, secou.
Ela era uma beleza. Ela crescera. Mesmo a esta distância ele podia
ver como ela havia mudado, tornara-se suave e feminina. Estava muito
longe mas recordou aqueles olhos de gato misteriosos e dourados. Eles
estavam emoldurados em uma face oval com maçãs do rosto altas e uma
boca cheia da cor de maduros frutos de verão.
Seu vestido era de seda azul vívida agarrando-se a suas curvas em
cada movimento. Um pequeno diadema estava no topo de sua coroa de
cachos uma única safira cintilava. Seus cabelos caíam sobre seu ombro
como uma chama vermelho e dourado juntos até que as cores não eram
mais distinguíveis uma parte da outra.
Richard a observou por alguns momentos incapaz de desviar o olhar.
Os homens se aglomeravam ao seu redor e ela entrava e saía de sua visão
enquanto se movia entre eles sorrindo sedutoramente.
Ela era filha de Llywelyn pelo amor de Deus! Não devia admirar-se
de que se comportasse de maneira tão despreocupada encorajando as
atenções dos homens que a rodeavam.
O príncipe era completamente desprovido de mora, ambicioso e
enganador. Sua filha não seria diferente.
Richard não se consolou com este pensamento embora ele pudesse
trazê-la mais facilmente para sua cama. Ele franziu a testa. Nunca se
permitira planejar seduzi-la. Uma vez que a ideia se formou ele sabia que
não se desviaria dela. Além disso seria uma ótima maneira de irritar
Llywelyn.
Ela estava acompanhada por um cavaleiro loiro e eles estavam se
dirigindo para onde Richard estava. Deslizando de volta para as sombras
do corredor escuro ele esperou incapaz de sair.
— Aqui está bom Vossa Alteza? — perguntou o homem quando eles
entraram no corredor.
Gwen parou e respirou fundo.

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— Sim. Eu não sei o que aconteceu comigo. Obrigada, Sir Guy —
disse ela apertando sua mão.
Richard sentiu uma raiva súbita e inexplicável pelo gesto tão íntimo.
— Quis beijar-lhe a noite toda — disse Guy puxando-a para seus
braços.
Sua cabeça inclinou-se para ela e ela virou o rosto abruptamente.
— Não! — ela gritou quando seus lábios encontraram a cavidade de
seu pescoço. No instante seguinte ela lhe deu um chute em sua canela. Ele
grunhiu mas não a soltou.
— Solte a moça Guy — disse Richard saindo das sombras. Sua mão
desviou-se até o punho da espada.
O rosto de Guy estava surpreso depois raivoso.
— A Princesa está comigo. Aconselho a não interferir se sabe o que é
bom para você.
Richard deu um passo para ele.
Guy se afastou seus olhos se arregalaram.
— Peço desculpas milorde. Não houve danos. Eu só queria beijá-la.
— Se você sabe o que é bom para você sairá da minha vista. Agora —
Richard rosnou.
Guy se curvou.
— Como quiser milorde.
Quando ele se foi Gwen respirou fundo. Ela somente quisera
agradecer a Guy por ser gentil com ela mas não assim. Os bastardos
ingleses sempre tentavam tomar o que não lhes pertencia.
Ela virou-se para olhar seu salvador. Seu rosto estava escuro mas
havia algo familiar nele mesmo depois de muito vinho. Que tipo de homem
poderia assustar um cavaleiro com apenas um comando? Ele se moveu
para a luz e seu coração começou a bater.
— Richard?
Ele era ainda mais esplêndido do que ela se lembrava. Alto e muito
bonito. Grande. Sua túnica se estendia sobre seu largo peito moldando as
rígidas curvas. Sua respiração se acelerou quando ela se lembrou de ser
pressionada contra ele.

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— Você não sabe fazer mais nada além de ficar sem escolta na
companhia de um homem? — perguntou.
— Eu só queria um pouco de ar para limpar minha mente — ela
respondeu perplexa. Ele não se lembrava dela? De alguma forma doía
pensar assim depois de todas as noites em que ela havia despertado com
ele em sua mente.
Mas é claro ela era apenas uma garota desajeitada quando se
conheceram e ele era um homem. Senhor, ela ainda se sentia como uma
menina desajeitada! Onde estava todo aquele charme e fascínio que ela
estava aperfeiçoando esta noite? Tinha desaparecido abandonando-a
quando ela mais precisava como uma ilusão de fadas.
Gwen alisou o corpete de seu vestido. Ela não notou o jeito que seus
olhos a seguiam enquanto acariciava o tecido sobre seus seios ou o aperto
de sua mandíbula ou o escurecimento de seus olhos.
Não tudo que ela podia pensar era que um homem como ele não se
lembraria dela. Ela era jovem e desajeitada e totalmente inadequada para
um homem tão bonito quanto ele. Ela havia sido uma tola por pensar o
contrário.
Sua voz era fria enquanto falava.
— Ou você queria um encontro e depois mudou de idéia quando
chegou aqui? Não deveria beber tanto vinho — prendeu a respiração, mas
ele não parou. — Mas então esta é uma das coisas que vocês galeses fazem
de melhor, não é?
— São mentiras espalhadas por vocês ingleses. Como se atreve a
falar comigo desta maneira? — ela de repente desejou provar seu valor a
ele ver seus olhos se arregalarem e suas palavras mudarem para palavras
de respeito.
Ela endireitou a coluna e fixou-o com um olhar real.
—. Você sabe quem eu sou? Sou a Princesa Gwenllian, filha do
Príncipe de Gales e não vou escutar um mero cavaleiro me insultar como
se eu fosse uma criada.
Ele jogou a cabeça para trás e riu.

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— Você está tristemente enganada Sua Alteza venerada e ilustre.
Estou ciente de que você é a filha deste assassino galês.
A raiva acendeu-se na alma de Gwen.
— Assassino? Você cavaleiro inglês ousa chamar meu pai de
assassino? E quanto a todos os assassinatos e injustiças feitas a meu povo
em nome do rei?
— Os selvagens não merecem nada melhor do que eles dão — ele
disse com voz perigosamente baixa.
Gwen fechou os punhos e deu um passo para ele. Ele não era como
ela havia sonhado. A ilusão se fora mas ao mesmo tempo um pequeno
canto de seu coração saltou, porque ele se lembrava.
— Você é um porco arrogante, vil inglês!
Ele avançou sobre ela com rapidez. Gwen afastou-se parando
somente quando bateu na parede. Antes que ela pudesse se mover viu-se
presa por seu corpo rijo. Seu coração bateu acelerado em seu peito sua
respiração ofegante e ela ergueu o queixo para lhe lançar um olhar
desafiador. Seus braços estavam apoiados em ambos os lados de sua
cabeça e ele moveu um deles para acariciar os nós de seus dedos em sua
bochecha. Gwen tremeu.
— Você não percebe o que poderia acontecer com você aqui fora
sozinha com um homem como este?
— Vou gritar — Gwen sussurrou. Mas seu sangue correu mais
rápido quando o corpo dele pressionou o dela mais forte. Ela sentiu como
se seu próprio corpo estivesse se remodelando para ajustar-se ao dele.
Cada ângulo rígido dele encontrou uma cavidade correspondente nela.
Richard sorriu.
— Não, acredito que não Princesa.
— O que é que lhe dá tanta certeza? — ela parecia sem fôlego até
mesmo para seus próprios ouvidos.
— Isto — disse baixando a boca para seu pescoço exposto. Gwen
conteve a respiração. Ela inclinou a cabeça para trás e fechou os olhos.
Sua pele estava em chamas.

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— E isto — ele continuou passando a mão pelos seios dela tão
levemente que ela mal sentiu. Ela estremeceu. Isso estava errado e ela
tinha que parar antes... Antes de quê?
O olhar dele se fixou em sua boca quando a língua dela umedeceu
seus lábios. Ela levantou as mãos para seu peito largo não para empurrar
mas para tocar.
Lentamente acariciou-os procurando seu rosto enquanto fazia isso.
Seus olhos brilhavam estranhamente mas ele não a impediu. Ele não
estava usando uma cota de malha como na primeira vez em que ela o
tocara e Gwen começou pela ondulação sedosa dos músculos sob a palma
de sua mão.
Ela se pegou perguntando como seu peito nu pareceria e, antes que
ela soubesse sua mão desviou-se para o pescoço de sua túnica. Sua pele
estava quente e lisa. Deslizou sua mão sobre ele, encontrou pelos
aveludados e curvas rígidas.
Ele produziu um gemido em sua garganta que soou como um
rosnado.
— É isto Princesa. Você sabe o que fazer, não sabe? Eu deveria saber
que você saberia.
Gwen piscou. Ele parecia irritado e ela não tinha ideia do por que.
Deus, o que ele estava fazendo com ela? Por que ela se sentia mais tonta e
bêbada do que quando saíra do salão?
Sua cabeça abaixou. O coração de Gwen pulou uma batida. Ela
queria isto mais do que qualquer coisa. Quando seus lábios estavam quase
se tocando ele disse:
— Beije-me, Princesa.
Gwen fechou os olhos. A desobediência estava fora de questão.

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Capítulo 4
Ao primeiro toque de seus lábios uma onda de calor se apoderou
dela. Gwen se inclinou para ele.
— Milorde — disse uma voz suave — É você, milorde?
Tão rápido quanto começara estava terminado. Richard afastou-se e
Gwen ficou encostada à parede aturdida e desapontada.
Uma mulher aproximou-se dele e colocou uma mão em seu braço.
Ela usava um vestido bem ajustado de um chocante vermelho e um puro
branco véu cobria sua cabeça. Seu olhar azul percorreu Gwen
desdenhosamente olhando sua figura de cima para baixo.
— Eu esperava encontrá-la no salão, Anne — disse Richard com
irritação evidente em seu tom.
— Estive procurando por você milorde — ela respondeu
aproximando-se dele.
Gwen sentiu um formigamento percorrer sua coluna.
— Bem vejo que você conseguiu achar uma amante desde a última
vez que nos encontramos — disse ela lançando um olhar para Anne.
— Decidi que prefiro as mulheres inglesas.
Gwen se endireitou com rigidez o embaraço se infiltrando em seus
ossos. Ela havia sido uma estúpida quando se deixara ficar em seus
braços e ele sabia disto. E agora estava rindo dela.
— Se me der licença — disse ela fitando os dois com um olhar altivo
antes de virar-se e caminhar até o Grande Salão. Seu coração batia e seus
olhos ardiam mas ela se recusou a deixar qualquer um ver o quanto
estava abalada. Antes de entrar no salão lançou um olhar sobre seu
ombro. Richard ainda a observava.
Gwen inclinou o queixo e olhou para ele embora por dentro ainda
tremesse por seu toque. Nunca mais.

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Ela entrou no cômodo como uma rainha deixando Richard e sua
amante para trás. Malditos todos os ingleses especialmente os altos de
cabelo preto e olhos prateados!

Anne passou a mão no braço de Richard.


— Venha para a cama e me deixe cuidar de você milorde.
— Sim moça eu apreciaria uma diversão amigável — ele respondeu
com a frustração martelando através dele. Ele estava tão perto! E o modo
como ela o havia tocado tinha incendiado seu sangue. Mesmo agora ele
ainda podia sentir suas mãos esbeltas acariciando seu peito. Sua pele
queimava com a lembrança.
Embora o enfurecesse não havia dúvida de que ela tinha
experiência. Mas o que ele esperava? Os galeses eram conhecidos por sua
falta de moral como muitas vezes lhe disseram.
Quando chegaram aos aposentos de Anne ela se lançou a ele suas
mãos trabalhando fervorosamente nos nós e fivelas de sua roupa enquanto
ele fechava a porta. Ele permitiu que ela o despisse e quando ela passeou
para a cama olhando para ele faminta ele apagou as velas antes de juntar-
se a ela.
Era uma coisa estranha para ele fazer mas sabia que se tivesse que
olhar para ela nunca seria capaz de prosseguir. Tudo que ele queria era
esquecer Gwen.
Ele se juntou a Anne na cama puxando-a contra ele sua boca
encontrando seus lábios entreabertos. Ela choramingou enquanto suas
mãos percorriam seu corpo seus dedos escorregando entre suas dobras
para acariciar o seu clitóris.
— Agora me tome agora — ela ofegou.
Ele rolou para cima dela pressionando-a profundamente no colchão
seus dedos se entrelaçando em seus cabelos macios. Em sua mente não
era pálido mas da cor do fogo do deserto.
Anne logo gritou estremecendo sob ele e ele a seguiu até a beira do
abismo.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ela tentou segurá-lo mas ele rolou e se sentou. Ela se sentou atrás
dele acariciando suas costas beijando seu ombro.
— Mmm... isto foi maravilhoso — disse ela acariciando sua orelha
com o dedo.
Richard se afastou bruscamente. Por razões que não entendia tinha
de sair. Ele levantou rapidamente caminhou até a lareira e enfiou a
ponteira nas brasas brilhantes para acendê-la depois procurou pelas velas.
Anne o observava com curiosidade. As mechas enroladas de seu
cabelo caíam sobre seus seios nus enquanto se recostava nos travesseiros.
Richard começou a se vestir.
Anne sentou-se.
— Aonde você vai?
— Vá dormir Anne. Não vou voltar esta noite.
Ele terminou de vestir-se e enfiou a espada no lugar depois saiu sem
mais uma palavra.
Anne pegou seu travesseiro e atirou-o. Mulherengo bastardo! Ela
quisera estrangulá-lo quando o vira seduzindo aquela cadela galesa mas
não havia nada que pudesse fazer a respeito.
Se ela queria ser a próxima Condessa de Dunsmore teria que ficar
em silêncio e fingir-se de cega enquanto ele flertava com outras mulheres.
Vinha tentando fazer Richard desposá-la por um ano desde que seu
marido morrera mas ele não se convencia tão facilmente como a maioria
dos homens.
Ela ia ser condessa mesmo que isso a matasse! Sua aparência abrira
portas que de outra maneira teriam sido fechadas à filha de um burguês.
Ela tinha todas as coisas que os homens desejavam: cabelo loiro,
olhos azuis, figura esbelta pele com a cor da neve. Conseguira casar-se
com um cavaleiro a serviço de Richard um com uma própria casa. Não
importava que ele fosse vários anos mais velho do que ela.
Ser conhecida como Lady Ashford havia sido uma grande
compensação por ir para a cama com um velho e dar-lhe um herdeiro.
Desde a morte de Thomas Anne tinha as mais altas expectativas.
Queria ser condessa.

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E ela queria ser a Condessa de Dunsmore porque Richard de
Claiborne não era apenas bonito e hábil na cama mas também era rico e
poderoso.
Anne bocejou. Seu corpo ainda tremia pela violência do ato sexual.
Ele era um homem devastador.
Talvez ela estivesse apenas um pouquinho apaixonada por ele. Mas
ele era muito sombrio muito temperamental. Ele não precisava de
ninguém. Amá-lo verdadeiramente amá-lo era acabar com um coração
partido.
Felizmente Anne amava o dinheiro mais do que o homem.

O Rei Edward observou os acontecimentos no salão com grande


interesse. Por que não notara antes como a filha de Llywelyn era linda?
Ele beijou a mão de sua esposa e a acariciou com leves toques.
Sim, Gwenllian era adorável e parecia que ela tinha a atenção de
metade dos nobres da Inglaterra esta noite.
Edward desviou o olhar para o príncipe galês e sua nova esposa.
Deus, como eles estavam felizes. Talvez Llywelyn ficasse tão apaixonado
por ela que não atormentaria os ingleses por um tempo.
Edward deu uma risada. Pensamento ilusório este. Os galeses eram
contrários a um homem e Llywelyn era o mais contrário de todos. Não, ele
ainda precisava testar o príncipe. Algo que garantisse a sua lealdade.
Edward voltou o olhar para Gwenllian. Quantos anos ela tinha
agora? Dezesseis talvez? Velha o bastante para se casar.
Edward endireitou-se. Casá-la. Jesus era isto! Casar a princesa
galesa com um inglês e amarrar Llywelyn ainda mais.
Sorrindo Edward drenou sua taça e se levantou. Todos do grupo se
acalmaram esperando que seu rei falasse. Mandou que continuassem sem
ele por um tempo beijou a esposa na testa e acionou um pajem.

— Lorde de Claiborne?

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— Sim? — Richard parou quando o pajem apressou-se em direção a
ele. Apesar do frio do outono pingos de suor corriam pela pele do menino
manchando o pescoço de sua túnica.
— Milorde o rei requer sua presença em seu solar.
Richard assentiu seguindo silenciosamente o jovem. Não havia
esperança de evitar um confronto com Ned esta noite.
— Onde você esteve? — Edward exigiu assim que o pagem os deixou.
— Parece que ele esteve procurando por você metade da noite!
Richard deu de ombros tomando o assento para o qual o rei acenou
distraidamente. Ele alisou o tecido carmesim de sua túnica antes de olhar
para Edward.
— Eu não estava nos meus aposentos, meu soberano.
Edward resmungou.
— Nos braços daquela megera Lady Anne Ashford sem dúvida.
— Ah, você me conhece muito bem Ned — disse Richard sorrindo.
— Bem, eu não posso culpá-lo. Ela é um belo pedaço e muito
ansiosa para agradar também. É sorte sua que Eleanor não esteja ocupada
com uma criança ou teria que compartilhar os encantos de Lady Ashford
com o seu rei.
Richard inclinou a cabeça.
— O que é meu é seu, meu soberano.
Edward começou a andar pelo espaçoso palácio. Um servo entrou
despejando no copo de cada um pouco de vinho fino de Gascon antes de
sair apressado pela porta.
— Eu não o vi no casamento nem no salão — disse Edward, parando
para fitar Richard com um olhar penetrante.
Richard riu amargamente. Por que de todas as pessoas ele tinha que
se explicar a Ned?
— Eu não poderia estar na mesma sala que aquele homem
novamente nem por um momento muito menos uma noite inteira sem
duelar com ele.
— Por Deus, Richard! Eu sou o rei da Inglaterra, não você. Eu fiz a
paz com Llywelyn e espero que você faça o mesmo. Tenho de voltar minhas

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atenções para outro lugar. As leis da Inglaterra têm uma necessidade
urgente de reforma e eu pretendo recuperar minhas propriedades na
França. Preciso que você me ajude.
Richard agarrou os braços da cadeira a madeira esculpida apertando
sua carne.
— Farei qualquer coisa por você Ned mas não vou fingir que
Llywelyn não é meu inimigo.
Edward jogou sua coroa sobre a mesa. Ela bateu produzindo um
forte som metálico.
— Então você não me deixa escolha. Sua filha tem idade suficiente
para se casar. Você a tomará como esposa.
— Não! — Richard levantou-se com um pulo seus olhos angustiados
encontraram os olhos azuis de Edward. Os dois homens se olharam por
um longo momento.
— Está na hora de você ter outra esposa de qualquer jeito — disse
Edward.
— Não quero outra esposa Ned especialmente uma galesa.
— Jesus! estou lhe dando uma princesa! Sua esposa morreu há dois
anos. Você tem que pensar em conseguir um herdeiro.
Richard fechou os olhos quando foi tomado por uma onda de culpa.
Não pensaria em Elizabeth e nem na criança que morrera com ela.
Ele só queria dormir com Gwen não desposá-la. Era filha de
Llywelyn pelo amor de Deus!
— Llywelyn é responsável pela morte de meu pai. Não poderia
esquecer isso. Nunca.
Edward suspirou e esfregou uma mão em sua testa tirando o cabelo
loiro escuro que caíra em seu rosto. Um olho se fechava
involuntariamente. Ele havia herdado de seu pai mas ninguém era
estúpido o suficiente para acreditar que isso sinalizava fraqueza neste rei.
— A questão do País de Gales está acabada. As pessoas aprenderão
a obedecer às leis da Inglaterra e vamos seguir em frente. Quero Llywelyn
fortemente ligado ao meu lado de uma vez por todas.
Richard tocou sua espada.

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— Por que eu, Ned? Há pelo menos uma meia dúzia de outros que
pode escolher.
Edward acenou com a mão.
— Faz mais sentido escolhê-lo. Llywelyn teme você mais do que
ninguém. Eu não quero nenhum problema vindo dele no minuto em que
virar minhas costas e ele permanecerá obediente se você controlar sua
filha e suas terras. Além disso ela é sua única filha. Se minha prima não
conseguir dar-lhe filhos os filhos de Gwenllian herdarão o seu trono. Ela
ainda é uma princesa apesar de sua origem inferior e eu quero que seus
filhos sejam meio ingleses.
Richard ficou rígido
— Não é uma boa idéia, Ned. Eu me casarei novamente se quiser
mas me dê uma inglesa pelo amor de Deus! O que faz você pensar que
serei capaz de tocar na garota?
Edward riu.
— Por Deus, Richard! Você esquece o quão bem eu lhe conheço.
Uma vez que você a vir você irá mudar de idéia. Ela é muito agradável aos
olhos.
Richard passou a mão pelos cabelos. Ele seria capaz de tocá-la mas
preferia fazê-lo sem casar-se com ela.
— Pense na beleza dela. Llywelyn não é conhecido por sua
capacidade de educar filhos. Que melhor maneira de irritar nosso Príncipe
Gales do que casar com sua única filha e colocar os filhos de Black Hawk
de Claiborne na linha para suceder seu trono? Eu creio que isto lhe
deixaria feliz sabendo que causará a dor dele.
— Sim mas ele não vai concordar com isto Ned.
— É meu direito divino como soberano supremo. Ele não tem
escolha neste assunto — Edward sorriu e Richard ouviu o implícito e nem
você, como se tivesse sido dito em voz alta. — Eu sou o rei e ele vai
aprender que meu decreto se aplica não só na Inglaterra mas no País de
Gales também.
Richard expeliu um suspiro frustrado. Um rei não podia forçar um
súdito a se casar mas Richard não precisaria ser forçado. Mesmo se fosse

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contra tudo o que ele queria faria o que sempre fizera. Havia jurado
obedecer as suas ordens ao lado de seu leito de morte na Terra Santa.
— Como me ordenar Majestade.
Edward assentiu com a cabeça.
— Eu posso sempre contar com você não posso Richard?
— Sim Ned você pode sempre contar comigo — Richard disse sem
rodeios.
— Bom. Amanhã vamos dar a notícia a Llywelyn — Edward levantou
a taça — Juntos — acrescentou ignorando o aspecto carregado de Richard
enquanto inclinava a taça para trás.

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Capítulo 5
— Você quer fazer o quê? — Llywelyn rugiu.
Edward o fitou com um olhar frio.
— Eu não quero Llywelyn, eu vou fazê-lo.
Richard sentara-se em uma cadeira na extremidade da pesada mesa
de carvalho. Seus olhos seguiam Llywelyn enquanto ele dava voltas em
frente à lareira.
Sob a superfície sólida da mesa Richard golpeou um punho dentro
do outro seu ventre se agitando como o mar em plena ebulição.
O pior ainda estava por vir. Edward o forçaria a assinar um tratado
de amizade com Llywelyn como parte do acordo de casamento.
Eles ainda não haviam chegado tão longe. Neste momento o príncipe
ainda estava tentando superar o choque de ter sua filha casada com Black
Hawk de Claiborne.
Llywelyn apontou para Richard um dedo endurecido pela batalha.
Sua expressão era incisiva quando disse ao Rei:
— Você pretende casar minha filha com este bárbaro sedento de
sangue?
Richard levantou-se lentamente e caminhou ao redor da mesa.
Llywelyn afastou os pés e esperou. Homens menores já haviam enfiado o
rabo entre as pernas e corrido quando Black Hawk de Claiborne os
perseguira. Se Richard não estivesse tão cego pela raiva, admitiria uma
relutante admiração pela firmeza de Llywelyn.
Edward agarrou a mesa e lançou a Richard um olhar de advertência.
O príncipe estava tentando opor-se ao casamento com base na
segurança de sua filha mas todos sabiam o que realmente estava em jogo.
Llywelyn não queria renunciar a nenhuma porção de seu principado – já
muito diminuído – como parte do dote.
Richard tocou sua espada sua voz enganosamente suave.

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— Você não teve tais escrúpulos quando a entregou como refém. Por
que o repentino ataque de consciência velho?
Os olhos de Llywelyn cintilaram.
— Você é um bastardo desrespeitoso, Black Hawk. Mas de novo não
esperaria menos do filho de William de Claiborne.
Ninguém ouviu o cantar do aço até que a lâmina já estivesse fora da
bainha. Edward ficou de pé seu punho batendo na mesa.
— Richard! Maldito seja largue isto!
Llywelyn ficou rígido, com a ponta da espada reluzente descansando
na base de sua garganta. Os olhos se encontraram através de um abismo
de desconfiança: Llywelyn temeroso mas ainda desafiador Richard perigoso
e frio.
Richard sorriu preguiçosamente mas era um sorriso forçado.
— Ao seu comando meu soberano — e rangeu os dentes cerrados.
Com um passo para trás embainhou novamente sua espada em um
golpe suave e então se curvou para Edward antes de retornar ao seu
assento.
Edward o olhou por um longo momento depois se afundou em sua
própria cadeira alisando as dobras de sua túnica vermelho-sangue com
grande deliberação.
Llywelyn respirou fundo e esfregou a garganta. Seu rosto estava
vermelho de fúria.
— É disto que estou falando, Majestade. Como pode dar a minha
filha a ele? A primeira vez que a moça abrir a boca para discordar ele a
cortará com sua espada!
Richard cruzou as mãos atrás da cabeça e recostou-se na cadeira.
— Eu irei usar a minha espada nela sim — disse sorrindo — Ouso
dizer que ela vai gostar muito mais do que você.
O queixo de Llywelyn se moveu mas ele virou-se para o Rei e ignorou
a provocação.
— Sinto muito Llywelyn já me decidi — Edward disse.
Llywelyn virou-se e começou a andar de um lado para o outro.
— E quanto a Arwystli? O que você vai fazer sobre isto?

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Edward encolheu os ombros.
— Minha comissão está ocupada trabalhando nisto. Nós ouviremos
suas descobertas em breve.
— Dê-me Arwystli e você pode tê-la.
— Não é tão fácil meu amigo. Eu sou seu rei e ordeno que você
prometa sua filha a meu barão. Arwystli não tem nada a ver com isto.
Richard sentou-se enquanto Llywelyn continuava a protestar e
Edward refutava. Pensava que poderia vomitar com o falso moralismo de
Llywelyn. Primeiro o homem dissera que temia por sua filha agora estava
disposto a trocá-la por terras em disputa. Richard queria matá-lo ainda
mais.
Finalmente os termos gerais foram acertados: uma parcela de terra
que fazia fronteira com Richard um tratado de amizade, dinheiro e ovelhas
e a sucessão ao trono galês se Llywelyn não tivesse nenhum herdeiro
próprio.
Edward recostou-se em sua cadeira enquanto Llywelyn caminhava
até a janela. O Rei piscou para Richard e tomou um gole de vinho.
— Bem, devemos mandar buscar a moça e apresentá-la ao seu
marido?

Gwen estava sentada descansando em uma cadeira com o punho em


seu queixo. Não tinha deixado sua câmara desde que se retirara na noite
anterior. Era pequena acolhedora e muito distante dos perigos daqueles
ombros largos e olhos prateados.
Seu coração acelerou contra sua vontade suas bochechas se
esquentaram. Richard estava tão perigosamente bonito nas luzes das
tochas. Tinha sido atraída por ele pronta para render-se antes mesmo dele
atacar. Seu cheiro – picante e poderoso – permanecia em sua memória
provocando-a.
Ela fechou os olhos inclinou a cabeça contra a cadeira. Podia sentir
seus lábios em sua pele suas mãos em sua carne inocente como doce
tortura.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Gwen tinha revivido a cena mil vezes desde ontem à noite. Era tão
real mesmo agora. Ela teve um súbito pensamento de que se ela se virasse
ele estaria ali observando-a. Ela o imaginou um canto de sua boca sensual
curvada num sorriso zombeteiro um sorriso que lhe dizia que ele conhecia
todos os seus sonhos mais sombrios.
Oh, Deus, queria que ele a tivesse beijado antes que aquela mulher
aparecesse!
Gwen apertou uma mão trêmula em sua testa. Por que ela pensava
essas coisas sobre aquele homem sórdido? Ele era bonito sim; mas era
inglês e era horrível e era...
— Gwen?
— Entre, Elinor — disse ela mais do que feliz por ser interrompida.
A mulher correu para a câmara.
— Gwen deve trocar-se. Isto que está usando simplesmente não está
adequado.
Gwen olhou para o robe listrado sobre uma camisola branca.
— Não vamos sair. Já me vesti assim antes.
— Não você está sendo convocada para uma audiência com o rei.
Você deve se trocar — repetiu Elinor.
Gwen apertou sua garganta.
— O rei?
— Não se preocupe — Elinor a acalmou — Seu pai está com ele. Vai
ficar tudo bem. Agora, deixe-me ajudá-la.
Ela ocupou-se em um dos baús de Gwen tirando um vestido de seda
verde-mar e uma túnica de marfim bordada com pássaros de prata.
— Isso está adequado — disse Elinor colocando as roupas em uma
cadeira antes de voltar para Gwen.
— Você sabe por que, Elinor?
O medo se apoderou do corpo de Gwen deixando-a imóvel.
— Não — Elinor agarrou seus ombros —. Mas eu não creio que ele
queira mantê-la como refém. Ele deu a sua palavra.
Gwen olhou para os olhos castanhos da outra mulher por alguns
momentos antes de concordar com a cabeça. Ela tirou as roupas que

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estava usando jogou-as na cama e depois vestiu as outras à medida que
Elinor as entregava a ela.
Gwen pensou na amante de Richard, Anne e na maneira como seu
vestido bem ajustado mostrava suas curvas. Ela olhou para Elinor. As
costas da outra mulher estavam viradas então Gwen apertou mais os laços
satisfeita com a forma com que o vestido apertou sua cintura e moldou
seus seios e quadris.
Se conseguisse encontrar-se com Richard novamente ele não veria
uma menina mas uma mulher.
Ela repreendeu-se por se importar com o que ele pensava dela mas
isto não a impediu de destrançar seus cabelos e sacudi-los como uma
corrente de fogo. Elinor amarrou um cinto de seda e prata ao redor da
cintura de Gwen reprovando apenas a forma como o vestido acentuava
suas curvas.
— Talvez você deva usar um véu — disse Elinor tocando o pano que
cobria seu próprio cabelo trançado.
— Não. Não é o modo galês.
Elinor encolheu os ombros.
— Como você quiser — Apertando a mão de Gwen, ela disse: — Tudo
vai ficar bem.

A luz que inundava o interior dos aposentos parecia


insuportavelmente brilhante quando combinada com a escuridão do
corredor que Gwen acabara de atravessar. Ela piscou levantando sua mão
para proteger os olhos.
Correntes inconfundíveis de tensão emanavam dos três homens
presentes. O ar estalava com as centelhas de raiva reprimida mas não
esquecida na sua entrada.
O pai de Gwen estava em uma extremidade do cômodo. O Rei
Edward descansava em uma mesa. Seu coração começou a vibrar quando
seus olhos encontraram o terceiro homem.
Como e melhor ainda por que ele estava aqui?

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— Sua Majestade — disse ela abaixando em uma reverência.
— Venha, Gwenllian sente-se ao meu lado — Edward acenou todo
sorridente enquanto dava um tapinha na cadeira ao lado dele — Posso
apresentá-la a Richard de Claiborne, Conde de Dunsmore? — disse ele
docemente.
Gwen ofegou. Oh, Deus! – Gwalchddu! Momentos antes seu coração
estava batendo tão forte que pensara que poderiam ouvi-lo. Agora ele
lutava com o esforço para bater.
Rei Edward e Richard de Claiborne.
O Leão com a coleira em sua boca e o feroz falcão que ele controlava.
O cavaleiro negro de seus sonhos era Black Hawk de Claiborne. Mas
Black Hawk era para ser cruel, maligno, feio, não bonito e sedutor! Ele era
o brutal guardião das Marches. Histórias eram contadas sobre ele
indescritíveis horrores eram cantados pelos bardos na grande fortaleza do
Príncipe de Gales.
Gwen havia ouvido todas. Black Hawk torturava seus prisioneiros
com brutalidade. Ele bebia o sangue de bebês recém-nascidos e devorava
crianças no jantar. Ele vendera sua alma ao diabo e sacrificava virgens no
altar de sua masculinidade.
Gwen não tinha certeza do que aquela última parte significava
embora tivesse uma suspeita de que tinha algo a ver com as estranhas
sensações que sentiu quando ele a tocara.
Um calafrio percorreu sua coluna e ela sentou-se na cadeira que
Edward indicara.
— Você está bem minha querida? — Edward perguntou inclinando-
se para frente para tocar sua bochecha.
— Sim obrigada Majestade — ela respondeu rapidamente — Lorde de
Claiborne — murmurou ela abaixando os cílios. Ela pensou em todos os
galeses que haviam morrido em suas mãos em todas as mulheres que
choraram seus maridos, irmãos e filhos por sua causa.
Um amargo desapontamento a devorou. Ele era horrível. Levantou o
olhar para ele carregado com desafio e ódio.

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O olhar que ele voltou para ela era cru e sensual e cheio de desprezo.
Gwen quebrou o contato primeiro olhando para as suas mãos apertadas
em seu colo.
— Princesa Gwenllian — respondeu ele. Sua voz era fria e insensível.
Estranhamente isso a machucou. Ela ousou olhar para ele mais uma vez.
Um canto de sua boca se curvava em um sorriso zombeteiro. Uma
sobrancelha escura estava erguida. Gwen sentiu suas bochechas
esquentarem. Ela ergueu o queixo e virou-se para o rei quando ele
começou a falar.
— Já que você tem idade para se casar Gwenllian é meu dever como
seu rei encontrar um marido para você. Escolhi Lorde de Claiborne.
— Não! — exclamou levantando-se.
— Receio que não tenha escolha querida — disse Edward apoiando a
cadeira em suas pernas.
Gwen respirou fundo. Ela segurou seu vestido em seus punhos e
disse a si mesma que não havia nada a temer.
— Mulheres galesas não podem ser forçadas a desposar um homem
contra a sua vontade. Não o desejo.
— Você não é uma típica galesa, Gwenllian. Você é uma princesa em
primeiro lugar e como tal você é minha protegida. É meu direito divino
como seu rei organizar seu casamento. Você me obedecerá.
Gwen fugiu para o lado do pai e agarrou sua mão.
— Pai, você não pode permitir isto! Eu me casarei com qualquer um
que você quiser faço qualquer coisa que me pedir mas não me faça casar
com Black Hawk de Claiborne — ela implorou em galês seus olhos
procurando os dele.
Ele retirou sua mão e virou as costas para ela. Olhou pela janela e
quando falou sua voz era fria desprovida de emoção.
— Sinto muito menina mas não posso fazer nada.
Estava acontecendo de novo. Ele não a salvaria. Estava sendo
oferecida como um cordeiro em sacrifício só que desta vez o homem que a
tomaria era bastante capaz de cometer um assassinato.

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A mente de Gwen estava confusa. Ela era filha de Llywelyn ap
Gruffydd pelo amor de Deus! Ela deveria ser uma corajosa princesa galesa
não uma covarde que implora que a resgatem de seu dever.
Ela tocou o braço do pai.
— Não falharei com você como minha mãe — disse ela calmamente.
Ele se endireitou e ela se virou e foi até o rei. Já que não tinha escolha iria
aceitar com dignidade, com bravura digna de seu grande pai.
— Muito bem, Majestade. Casarei com Lorde de Claiborne.
Edward pegou a mão dela fazendo pequenos círculos na palma da
mão com o polegar.
— Estou feliz que você veja isso do meu jeito, querida. O casamento
não será por alguns meses ainda. Enquanto finalizamos os termos de seu
dote você pode voltar para o País de Gales.
— Obrigada, Majestade — disse Gwen. Lágrimas pairavam sob seus
olhos mas ela jurou que não iria chorar na frente destes bastardos
ingleses.
— Bem Llywelyn eu creio que devemos permitir que os dois tenham
uns minutos sozinhos para se conhecerem melhor — disse Edward.
Gwen entrou em pânico.
— Não Majestade por favor. Não é necessário.
Edward se levantou e sorriu para ela. Ele era alto embora não tão
alto quanto Richard e magro. Seu rosto era quase infantil em sua beleza.
— Ah, você tem medo do meu amigo de aparência feroz, minha
querida? — ele levantou sua mão para seus lábios — Nunca tenha medo
Richard é suficientemente manso com as mulheres. Ele não vai lhe fazer
mal.
O cômodo parecia tranqüilo quando seu pai e o Rei Edward se
foram. O fogo estalava e o vento sussurrava contra a pedra do lado de fora.
Ela soube quando Richard se levantou de sua cadeira. Ele tinha a
graciosidade de um felino mas a cadeira rangeu sob seu peso quando ele
ficara de pé.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele parou ao lado dela e ela inclinou os olhos para ele sem se virar
para encará-lo. Ele mudou de posição e ela o seguiu com o olhar a longa
perna onde estava se apoiando.
— Por que você teve medo de ficar sozinha comigo, Princesa?
Ela não respondeu e ele se inclinou para ela até que seu rosto estava
a poucos centímetros do dela.
— Tem medo que você não possa se controlar, querida?
Gwen virou-se para ele.
— Se não fosse pelo vinho como você mesmo disse eu nunca teria
permitido que me tocasse!
Ele pegou sua mão e pressionou-a contra seu peito. Gwen ofegou e
tentou se afastar mas ele a segurou rapidamente. Até mesmo através das
camadas de sua roupa a pele dele queimava a sua palma.
— Sim mas o que fez você me tocar, querida? Você culpa o vinho
por isto também?
Gwen conseguiu libertar sua mão. Ela limpou-a deliberadamente em
sua roupa.
Ele apertou sua mandíbula e a percorreu da cabeça aos pés com um
olhar irritante.
— Deixe-me esclarecer algo para você Princesa. Eu realmente não
me importo com quantos homens você esteve antes de hoje mas é melhor
não haver mais nenhum. Se você vier a mim grávida eu vou trancá-la em
um convento. Eu não aceitarei o pirralho de outro homem como meu
herdeiro.
A boca de Gwen se abriu.
— Você acha que eu... você quer dizer...
Ele arqueou uma sobrancelha de modo arrogante.
— Eu levei mulheres suficientes para minha cama para reconhecer o
desejo quando o vejo querida. Não é o tipo de coisa que se vê em uma
virgem inocente pelo menos não tão depressa.
Gwen sentiu uma onda de raiva tão forte que quase a cegou. Ela
nem sequer pensou antes de reagir. Tudo o que ela ouviu foi o barulho da
sua palma contra a bochecha de Richard.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


E então ela foi puxada contra seu corpo com força. Olhou para ele
incapaz de desviar o olhar. Deus, ele era tão intimidador!
Seu rosto parecia feito de pedra. As sobrancelhas negras se
juntavam sobre os olhos que lhe faziam lembrar um lago montanhoso
congelado olhos que perfuravam os dela severamente.
Meu Deus este homem era Black Hawk. O que ela havia feito?
Gwen mordeu o lábio inferior para parar de tremer.
— Espero que tenha gostado disto porque nunca mais o fará eu lhe
garanto — disse ele sua voz a invadindo suavemente.
Seu olhar fixou-se em sua boca e Gwen sentiu um estranho arrepio
passando por sua coluna.
— Você pensou muitas vezes em mim no ano passado? — ele
perguntou suavemente.
— Nunca! — ela tentou se afastar mas era como se ela nunca tivesse
se movido.
— Mentirosa — ele sussurrou.
— Deixe-me ir!
— Ainda não querida. Temos um negócio inacabado você e eu.
Gwen ficou sem fôlego quando o braço de Richard rodeou sua
cintura e ele a apertou mais contra ele. A fúria que obscurecia suas feições
estava se esvaindo transformando-se em algo ainda mais assustador.
Sentia-se fraca tonta com a velocidade de seu coração e quando a
cabeça dele desceu em direção a sua boca seus olhos se fecharam em
antecipação.
No último minuto ela pressionou sua boca contra sua língua
invasiva. Ele soltou seus pulsos e segurou sua cabeça com suas grandes
mãos.
O coração de Gwen martelava em seu peito enchendo suas orelhas
com o som de seu próprio sangue correndo por suas veias. O cheiro de
couro e aço de suor e cavalos de força bruta fortemente controlada
chegava fortemente as suas narinas.
Isto não era nada parecido com o beijo de Rhys. Aquele beijo parecia
tão inofensivo tão amigável comparado a isto.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


De repente Gwen também queria provar o homem que a beijava,
experimentar o que ele estava fazendo. Não poderia machucar, poderia?
Ela relaxou derretendo-se contra ele e a sua resposta foi imediata. O
beijo mudou tornou-se menos exigente mais sedutor. Correndo a língua ao
longo de seu lábio inferior, ele mordiscou chupando como se fosse um
doce. Para cada suave puxão havia uma onda de fogo respondendo em
suas veias.
Quando ele parou Gwen abriu os olhos para vê-lo olhando para ela.
Seus olhos eram incríveis! Momentos antes eram da cor da ardósia
mas agora eles estavam quase pretos.
— Beije-me, Princesa — murmurou ele — Lentamente ele abaixou a
cabeça e inclinou a boca sobre a dela. Ela abriu a boca. A ponta de sua
língua deslizou entre seus lábios procurando acariciando.
A língua de Gwen tocou a dele cautelosamente. Ele foi mais fundo e
ela imitou seus movimentos, acariciando, provocando, excitando.
Um fogo nascido de seu toque acendeu em seu ventre pulsando
irradiando para o exterior e correndo ao longo de seus membros em uma
corrente de arrepios. Ela sugou sua língua mais profundamente provando-
o, querendo... o quê?
Suas mãos entrelaçadas em seu cabelo escuro deleitavam-se com
seu frescor aveludado. Ela se pressionou contra ele chocando-se quando a
parte mais dura dele apertou seu abdômen.
Ele gemeu sua respiração acelerou. As mãos dele traçaram um
caminho de fogo por suas costas segurando suas nádegas e puxando-a
contra a dureza de sua ereção.
Ela ficou rígida. Meu Deus o que ela estava fazendo? Mais um
minuto e ela provaria que não era melhor do que a meretriz que ele a
considerava.
Um grito se formou em sua garganta e ela empurrou seu braço
tentando afastar-se.
Richard ergueu a cabeça.

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— Não se preocupe ninguém entrará aqui. Estamos bastante
seguros por cerca de uma hora. Eu certamente gostaria de mais tempo
mas isto é o suficiente por agora...
Ele enterrou os lábios contra a fina coluna de sua garganta. Ele
nunca esperara que sua resposta o deixasse em um frenesi de
necessidade. Mas ela tinha um sabor tão doce como trevo e mel selvagem e
ele a queria embaixo dele para que pudesse provar o resto dela.
E ele pretendia fazer exatamente isto.
— Não! — ela gritou torcendo-se em seu aperto e empurrando-o —
Deixe-me ir! Por favor!
Richard usou cada gota de força de vontade que possuía para liberá-
la. Que tipo de jogo estava jogando a moça?
Ela se moveu para colocar a mesa entre eles. Ele olhou para ela
dividido entre desejo e raiva. Por Deus, ela era linda! Seu rosto estava
ruborizado seus lábios inchados de seus beijos seus cabelos em uma
desordem gloriosa.
Richard ignorou o pulsar insistente de sua masculinidade e deixou a
raiva dominar.
— Qual é o problema, Princesa? Tem medo que você possa gostar?
— Que você apodreça no inferno Black Hawk de Claiborne! Eu
nunca vou desfrutar nada com você! Ser sua esposa será como nunca
acordar de meus piores pesadelos!
Richard apoiou-se na mesa.
— E o que lhe faz pensar que ser seu marido será um prazer para
mim? Casar-me com uma prostituta galesa não é a minha ideia de um
sonho se transformando em realidade.
Gwen ficou vermelha.
— Você... você... sórdido, repugnante, assassino...
Antes que ela pudesse perceber suas intenções ele alcançou a mesa
e agarrou a frente de seu vestido. Ele a arrastou até que ela se encontrou
de costas com ele inclinado sobre ela.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Tão cheia de fogo. Deixei de lhe dizer que vou gostar muito de
você quando estivermos juntos na cama? — seu olhar percorreu seus seios
e seu ventre — E posso prometer que você também vai gostar.
— Nunca!
Ele passou seus lábios nos dela. Gwen tremeu apesar de não querer.
Ele fez novamente suave gentil. Ela observou seus olhos escurecerem
sentiu sua mão deslizar moldando seus seios.
Novamente ele se inclinou para ela com os lábios mais firmes desta
vez. O protesto que ela pretendia soltar saiu como um gemido. Suas mãos
deslizaram para cima de seus braços.
E então ele a soltou.
— Seu corpo discorda de você, minha querida.
Gwen sentiu suas bochechas flamejarem. Ela saltou da mesa e
alisou seu vestido recusando-se a olhar para ele para não encontrar seu
olhar zombador.
Ela mal teve tempo de se compor antes que ele agarrasse sua mão e
a levasse ao solar adjacente.
Seu pai e o Rei Edward olharam para cima. Gwen olhou para seus
pés. Nunca tinha sido tão humilhada em sua vida. Ela olhou para o
homem arrogante ao lado dela. Pelo menos ela teria uma vida inteira para
fazê-lo pagar.

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Capítulo 6

Gales, 1281

O príncipe Llywelyn estava furioso. Ele sentara-se no Grande Salão


de sua fortaleza em Snowdon e ouvira enquanto seus súditos
apresentavam queixa após queixa contra a coroa inglesa.
Os galeses estavam sendo forçados a responder a leis e costumes
que eram totalmente estranhos a eles. Os homens foram multados
pesadamente por crimes que não cometeram. Seus bosques foram
cortados e a madeira tomada sem recompensa. Suas terras foram
confiscadas e dadas aos senhores ingleses.
Os comerciantes foram forçados a vender seus bens pelos preços que
os ingleses queriam pagar. Se eles recusavam, seus bens eram
apreendidos e os homens atirados na cadeia.
As leis florestais inglesas eram tão rigorosas que as famílias
poderiam perder tudo o que possuíam ao caçarem nos bosques do rei. Mas
se não caçassem, morreriam de fome.
Llywelyn levantou-se e caminhou para seu palácio. Einion mancou
atrás dele. Llywelyn serviu uma dose de hidromel e o tomou em um gole
rápido.
— O que você vai fazer? — Einion perguntou.
Llywelyn serviu outra dose de hidromel e se jogou em uma cadeira.
Embora tivesse mais de cinquenta anos pendurou uma perna sobre o
braço e se inclinou para trás.
— O que eu posso fazer? Edward tem-me bem onde quer. Já faz
mais de três anos que ainda está no meu caso contra Gruffydd ap
Gwenwynwyn.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Eu odeio dizer isto, Llywelyn, mas recusar Gwenllian não ajudou.
Deus sabe que eu amo esta menina como se ela fosse minha mas evitar
casá-la com aquele maldito De Claiborne está somente prejudicando a
você.
Llywelyn riu sem graça.
— Sim. Quando propus ao papa a intervenção, pensei que seria
muito fácil. No mínimo, eu pensei que negar-me a entregar Gwen, fizesse
Edward governar em Arwystli! E eu esperei que o cabeça quente do De
Claiborne já houvesse falado com Edward para atacar agora. Então o Papa
não teria tido outra escolha a não ser decidir a meu favor. Cristo Todo-
Poderoso! Após a morte do Papa Martin eu não esperava ter que começar
tudo de novo com seu sucessor.
— Black Hawk de Claiborne o atingiu em cheio.Sua segurança na
fronteira está mais rígida do que nunca.
— Você sabe que não aprovo o ataque aos ingleses. É inútil. Mil
pequenas lutas não farão o que um grande esforço possivelmente faria. Os
clãs são uns tolos se acreditam que podem confrontar Black Hawk em seu
território!
— Mas e quanto ao território que ele tirou de você? Mesmo agora ele
se senta a uma curta distância de Snowdon.
Llywelyn rangeu os dentes.
— Eu vou retomar minhas terras do bastardo mesmo que tenha que
enfrentá-lo eu mesmo!
Einion franziu o cenho.
— Acredito que é isto o que ele quer. E você não é tão jovem como
antes Llywelyn.
Llywelyn resmungou. Einion estava certo. Ele era muito velho. Black
Hawk de Claiborne iria cortá-lo em pedaços no campo de batalha.
Ele acariciou o braço da cadeira.
— Eu reclamei com Edward mas ele fez vista grossa. Diz que não
tem conhecimento de qualquer irregularidade por parte de seu Lorde das
Marches.
Einion bufou.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Você esperava que dissesse algo diferente? De Claiborne é seu
favorito. Edward o deixaria escapar ileso de quase tudo — Einion ficou de
frente para ele, seu rosto fazendo uma careta — Você deve fazer alguma
coisa Llywelyn. É mais do que apenas Black Hawk estar causando
problemas. Os agentes10 de Edward estão assediando o nosso povo. Em
Rhuddlan o insulto é pior ainda!
As têmporas de Llywelyn martelavam.
— Eu sei.
— Uma cidade inglesa em solo galês! E a nenhum galês é permitido
se estabelecer nela! Isso foi longe demais.
— Um dia, teremos justiça, prometo. Mas, por enquanto vou
escrever para Edward e dar Gwenllian a ele antes que fique pior.
— Vou mandar chamar um escriba.
Llywelyn deitou a cabeça para trás e olhou para o teto. Pelo sangue
de Cristo ele desejara uma aliança com a Escócia! Bem não era para ser e
ele teria que encontrar outra maneira de manter Edward à distância.
Ele praguejou baixinho. O Conde de Dunsmore o havia atormentado
durante anos primeiro o pa, agora o filho.
Com o filho, era quase uma obsessão.

— Um mensageiro do rei milorde.


Richard ergueu os olhos do mapa que estava estudando.
— Traga-o.
O cavaleiro assentiu. Richard levantou-se e caminhou até o limiar do
pavilhão aberto. O dossel11 balançava na suave brisa do verão e o aroma
impressionante das rosas subia até suas narinas.
Ele olhou para fora, através do prado verde. Dentes-de-leão e
ranúnculos pontilhavam a grama vida vibrante resplandecendo contra um
mar esmeralda cintilante.

10
Bailiffs, no original. Eram os funcionários dos lordes ou senhores de terra encarregados de fazer a contabilidade,
coletar impostos, fazer intimações, efetuar prisões e garantir que as sentenças do tribunal fossem executadas.
11
Armação de madeira ornamentada, forrada ou não de tecidos, usada sobre altares, tronos, leitos e até sobre liteiras,
cadeirinhas etc. com fins de proteção e/ou ostentação.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


E, ao pé da colina onde estava acampado, rosas. Por todo lugar
rosas. Elas estavam em um espesso emaranhado de videiras sufocando as
sebes, serpenteando árvores, torcendo, agarrando, impregnando o ar com
seu doce perfume.
Inesquecível. Assim como ela. Três malditos anos e ele ainda não
conseguira tirá-la da cabeça! Por que diabos ele tinha escolhido este lugar
para o seu acampamento de qualquer maneira?
O mensageiro correu em direção à tenda acompanhando o cavaleiro.
Ele se ajoelhou.
Lorde de Claiborne — disse ele — Sua Majestade envia seus
cumprimentos.
O homem estava coberto por uma cota de malha, três leões
dourados gravados em sua túnica vermelho-sangue. Seu rosto estava
manchado pela sujeira e havia lama nas bordas de seu manto. Ele se
levantou e puxou um pergaminho selado de dentro de sua túnica.
— O rei ordenou que eu não entregasse isto em nenhuma mão
exceto a sua.
Richard pegou o documento e dividiu o selo real com sua adaga. Ele
se afundou na cadeira e estendeu o papel sobre os mapas esquecidos.
Jesus, depois de todo esse tempo ele nunca esperara que isto
terminasse tão facilmente!
Ele levantou a cabeça e deixou seu olhar vagar pelo acampamento.
Eles não haviam tido uma luta em semanas. Os cavaleiros descansavam
na grama, rindo e bebendo. Os cavalos de guerra estavam amarrados
repousando debaixo das árvores mastigando a grama alegremente. Os
escudeiros simulavam batalhas e as mulheres, que inevitavelmente se
juntavam aos cavaleiros quando viajavam faziam o que costumavam fazer:
aliviar os homens da energia sexual reprimida.
Richard pensou em sua princesa de cabelo flamejante. Deus, como
ele gostaria que nunca a tivesse beijado. Um toque de seus lábios um
breve sabor de sua doçura e ele ficara drogado.
Sonhava com ela.
Frequentemente.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele sonhava com ela debaixo dele esparramada, selvagem e quente.
Ele sonhava em relaxar dentro de seu corpo sonhava com ela se
agarrando, gemendo e se contorcendo. Ele sonhou com ela até acordar,
duro e dolorido e tomar qualquer mulher que ele tivesse tido na cama na
noite anterior.
Talvez fosse este o motivo pelo qual ele lutara contra a traição de
Llywelyn. Talvez ele só quisesse prová-la novamente. Talvez a desejasse
ainda mais do que queria contrariar seu pai.
Ele passou a mão pelo cabelo. O que diabos havia de errado com
ele? Ele nunca quisera casar-se com ela em primeiro lugar e agora não
conseguia pensar em mais nada.
— Vamos para a guerra, milorde? — perguntou o cavaleiro.
— Não, Edgar — ele se levantou e dobrou o pergaminho antes de
colocá-lo dentro de sua túnica — Às plantações de Llywellyn.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Capítulo 7
Gwen sabia.
Ela sonhara com Richard. Era inevitável como tinha sido em quase
todas as noites nos últimos três anos. Deixando as cortinas da cama
abertas ela se acomodou no colchão tranquilizada pelo brilho suave do
fogo.
Ela nunca admitiria a ninguém que tinha medo do escuro. Sempre
tivera desde pequena desde que começara a sonhar com coisas que se
tornariam realidade.
Ainda assim o sono a reclamava com bastante facilidade apesar de
saber quem a esperava.
Uma mão tocou seu braço e ela abriu os olhos. Richard estava
deitado ao lado dela seus membros nus entrelaçados com os dela sob as
cobertas.
— Você é minha — disse ele estendendo a mão para acariciar seus
seios.
O fogo saltou dentro dela ao seu toque.
— Sim, sou sua Richard.
Ele a beijou e ela se entregou as doces sensações.
O sonho mudou.
— A honra será sua meu amor — disse Richard segurando a espada.
Ela pegou a espada então se virou para ver sua vítima.
Seu pai encontrava-se ajoelhado diante dela com a cabeça apoiada
em um bloco.
— Prove que você me ama — disse Richard.
Gwen ergueu a espada e a abaixou rapidamente. A cabeça caiu no
chão e rolou para seus pés.
Quando olhou para Richard o Rei Edward estava ao lado dele
segurando uma coleira carmesim.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


O sonho mudou novamente.
Richard estava ao pé da sua cama. Sua armadura brilhava na luz
cintilante do fogo noturno.
Ela abriu a boca para dizer-lhe para ir embora.
— Deite-se comigo milorde.
Ele sorriu, desembainhando a espada.
— Se você me ajudar com esta armadura eu irei mais rápido.
Ela rastejou até o fim da cama o ar frio provocando arrepios em sua
pele nua. Ele puxou a corrente dourada presa a um colar ao redor do
pescoço dela e ela sentou-se no colo dele. Ele acariciou seu pescoço, seus
seios, seu ventre, seus cachos de fogo. A aspereza de sua palma contra sua
pele a deixou fraca e ela colocou a cabeça em seu ombro largo.
— Você foi feita para mim para isto — disse ele sua boca
reivindicando a dela em um beijo selvagem enquanto a pressionava contra
a cama. Seus seios estavam esmagados contra a dureza de seu peito e seu
púbis doía com o desejo de tê-lo tocando-a para aliviar o desejo que ele
instigara.
— Por favor — ela implorou.
— Primeiro você deve me dizer se você é virgem.
— Eu sou!
— Eu não acredito em você.
Deixou-a na cama e parou outra vez, completamente vestido, ao pé
dela. Ela estremeceu quando o ar se agitou sobre ela.
Ele se transformou em um grande falcão e então, ela percebeu que
ela também era um falcão. Já não estavam na câmara mas subiam alto
sobre um vale verdejante. O ar estava frio e excitante enquanto suas asas
o cortavam.
Juntos, eles mergulharam em direção a um lago depois diminuíram
a velocidade no último minuto para contornar a superfície. Suas garras
escavaram na água caindo rapidamente e quando saíram novamente, um
peixe se contorcia nelas.
Ela ouviu a sua voz ecoando em sua mente.

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— Você pertence a mim. Falcões mantêm seus companheiros por
toda a vida.
O ar parecia gelo à medida que subiam cada vez mais alto. Seus
dentes rangiam.
Gwen despertou. As cobertas estavam em um amontoado
emaranhado ao pé da cama e ela puxou-os para cima para cobrir seu
corpo gelado.
Quanto mais perto do casamento, mais intensos os sonhos se
tornavam. Eles eram ridículos, realmente. Ela nunca poderia amar
Gwalchddu, nunca trairia seu pai por ele.
Ela voltou a dormir segura sabendo que sonhara o impossível.
O amanhecer era como uma concha rosa no horizonte. A cor se
esticou, desfazendo-se em diferentes tons de rosa em seguida azul depois
preto. No alto as estrelas ainda pontilhavam o céu noturno. Logo elas iriam
embora e o sol comandaria o céu em um resplendor de luz e cor.
Era um dia perfeito para viajar.
Gwen estava de pé nas paredes do castelo de seu pai, aconchegando-
se em seu manto enquanto observava o nascer do sol sobre Snowdon pela
última vez.
No pátio abaixo os homens se moviam preparando tudo para a
partida. Ela olhou para os baús com carinho. Havia pelo menos vinte
deles. Eles continham suas roupas, roupas de cama, prata e heranças de
família que seu pai lhe dera ao longo dos anos – o broche de dragão que ele
havia dado a Eurwen, a escova de prata de sua mãe um cálice cravejado
de jóias e outros pequenos tesouros.
Gwen também tinha suas preciosas reservas de sabonetes
perfumados e óleos destilados da generosa montanha por sua própria mão.
Ela e Elinor passaram muitos dias encantadores fazendo-os.
Ela lançou um último olhar saudoso ao redor dela, então, virou-se
em uma onda de lã e seda e caminhou resolutamente para dentro do
castelo.
— Gwen! — Elinor gritou correndo até ela — Eu não ousei pensar
que você tentaria partir sem dizer adeus.

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O sorriso de Gwen estremeceu.
— Não, eu não iria embora sem me despedir querida Elinor.
Elinor abraçou-a e beijou-a agitando-se e dando os últimos
conselhos. Quando Elinor recuou Gwen e seu pai se olharam inquietos.
Ela entendeu por que ele não podia ir com ela mas doeu mesmo assim. A
gravidez de Elinor era tão preciosa quanto inesperada.
Ele limpou a garganta e pegou sua mão pressionando um
pergaminho nela.
— Dê isso ao Rei por mim menina — disse ele, segurando a sua mão
mais tempo do que o necessário.
— Não falharei com você pai — sussurrou ela.
— Deus lhe mantenha a salvo — disse ele bruscamente.
Gwen enxugou os olhos depois correu para o pátio onde um grupo
de guerreiros ferozes esperava para escoltá-la a Shrewsbury.
Antes que fossem muito longe um homem parou ao lado dela.
— Rhys! Eu pensei que você tinha me esquecido — ela disse,
magoada e aliviada ao mesmo tempo.
A luz do sol da manhã brilhava em seus cachos dourados como uma
auréola. Ele deu-lhe um sorriso torto. E um olhar desarmante.
— Não em sua vida Sua Alteza.
— Por que não disse adeus antes de eu estar de saída?
— Porque eu não estou dizendo adeus ainda.
Gwen só podia olhar para ele.
— O quê?
— Vou acompanha-la até Shrewsbury.
O medo gelado se elevou em sua garganta.
— Não, Rhys você não pode! Não é uma boa idéia. Richard é muito
perigoso.
Rhys endureceu os olhos.
— Richard é?
Gwen recuou nas dobras de seu capuz para esconder seu rubor.
— Vou casar com ele, Rhys. Imagino que ele espere que eu o chame
por seu nome.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Sem dúvida — disse Rhys secamente.
Gwen não respondeu. Era a segunda vez que ela permitia que o
nome de seu noivo cruzasse seus lábios. Richard. Ele rolava em sua língua
tão suavemente, como a carícia da seda. Era por isso que ela jurara não o
dizer porque era muito fácil e parecia muito bom.
Independentemente do que disse a Rhys, não chamaria seu marido
pelo nome. Ela não faria nada que Richard de Claiborne esperava que
fizesse. Isso era algo que ela decidira há muito tempo. Durante anos ela
tentara e não conseguira agradar seu pai. Ela não se esforçaria para
agradar a um homem do qual não gostava.
— Por favor volte Rhys. Somente vai complicar as coisas se você
estiver comigo.
— Ele não sabe quem sou eu. Eu sou apenas mais um de seus
homens. Eu não vou deixá-lo lhe machucar, Gwen você pode estar certa
disto.
Ela não lhe disse que estava mais preocupada que Richard o
machucasse. Em vez disso ela disse friamente.
— Você não sentiria falta de Rhonwen?
Ele soltou a respiração com força.
— Tenho necessidades, Gwen.
— Você disse que me amava — acusou Gwen. E durante todo esse
tempo, Rhys estava se divertindo com as criadas como o restante dos
guerreiros de seu pai. Saber disso não deveria machucar mas o fazia.
— Você vai se casar com outro homem! O que esperava que eu
fizesse permanecesse em celibato?
— Não — disse calmamente.
Rhys suspirou escorregando um pouco da sela.
— Lamento que tenha nos encontrado, Gwen.
Gwen corou. Ela tinha ido à procura de Rhys tarde da noite, quando
tinha tido um sonho ruim. Não gostava de perturbar Elinor e seu pai e
Alys não estava lá quando acordara.
E Rhys estava ocupado. Ela ainda podia ouvir a voz rouca da mulher
ainda ver o tremor frenético das capas. Tinha fugido e Rhys a alcançara

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


antes que chegasse a sua câmara. Estava meio nu suado cheirando a
perfume e outro cheiro que ela não tinha sido capaz de identificar.
Ela ficara surpresa ao descobrir que estava mais zangada do que
ciumenta. Imediatamente pensou em Richard e no beijo que eles haviam
compartilhado. A idéia de Richard beijar outras mulheres assim fez seu
estômago congelar.
— Não é importante — disse Gwen. Então se perguntara se ela
estava respondendo a Rhys ou convencendo-se que ela não se importava
com o que Richard fazia.

Shrewsbury descansava nas margens do rio Severn onde ele se


curvava no formato de uma ferradura. Casas cobertas de telhas se
aglomeravam dentro de seus muros de proteção e o gado pastoreava nos
pastos circundantes cuidado por garotos que cochilavam sob as árvores
vestidas com os últimos vermelhos e dourados do outono.
Os galeses brincavam sobre atacar os desavisados garotos e
espantar o gado sob o nariz do rei da Inglaterra.
Os portões da cidade estavam abertos, dando boas-vindas a todos
que vinham assistir ao grande casamento. Os galeses ficaram em silêncio
enquanto a multidão se separava para abrir caminho para eles. Eles
fechavam fileiras ao redor de Gwen e olhavam ameaçadoramente para os
curiosos, com suas mãos sobre suas lanças. O murmúrio baixo da
multidão era imperceptível enquanto as pessoas colocavam a mão sobre
suas bocas e apontavam insistentemente.
Não era a primeira vez que Gwen via uma cidade mas como sempre
isto parecia estranho a ela. Seu pai e alguns de seus lordes haviam
construído castelos como os de seus vizinhos ingleses mas a maioria do
povo galês vivia em casas escondidas bem acima dos vales. Nômades, eles
haviam vivido dessa maneira durante séculos cuidando de seus rebanhos
de ovelhas e gado.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Os ingleses por outro lado construíam cabanas de pau-a-pique que
pareciam frias e úmidas. Em cidades maiores como Shrewsbury muitas
das casas tinham mais de um pavimento e eram forjadas em madeira.
A estrada fazia curva nas paredes passando entre lojas cujos
símbolos pendurados proclamavam seu comércio. Os comerciantes se
inclinavam para fora das janelas oferecendo seus produtos para a massa
de pessoas. O grupo passou por uma taberna e Gwen ouviu a música lá
dentro antes que as fortes risadas abafassem o suave som da harpa.
O Castelo de Shrewsbury situava-se no centro da cidade. Ele era
grande embora nada comparado a Windsor. Uma cortina de parede de 30
metros de altura rodeava a fortaleza de pedra. Torres imponentes olhavam
para a cidade abaixo, suas superfícies perfuradas por aberturas para os
arqueiros em diferentes alturas.
Os homens caminhavam ao longo das ameias os sons metálicos de
suas armaduras eram carregados pelo vento. Uma bandeira carmesim com
três leões dourados ondulava na brisa sobre as torres.
Eles cavalgaram sob o arco e entraram no pátio exterior. Cavaleiros
treinavam enquanto homens e mulheres corriam entre as dependências.
Batidas surdas vinham do arsenal e do ferreiro e os miados ecoavam os
gritos dos falcões.
Cozinhas extras haviam sido montadas para acomodar a grande
festa e uma velha cuidava do gado que esperava para ser abatido.
Passando para o pátio interno Gwen examinou a cena. Embora o
castelo estivesse ciente de sua chegada não havia uma festa de boas-
vindas para uma princesa. Era apenas mais um insulto em uma longa
série de ultrajes ingleses. Os galeses pararam ante o sinal de Gwen.
— Alteza — uma jovem moça cumprimentou-a balançando-se em
uma reverência fingida — O rei e a rainha lamentam não poder recebê-la
pessoalmente pois a rainha está doente. Vou mostrar-lhe a sua câmara.
— Onde está o mordomo, então?
— Ele está ocupado com outros convidados — ela respondeu seus
olhos dardejando sobre os homens de aparência feroz que rodeavam Gwen
em pétreo silêncio.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Olhares furiosos passaram entre os galeses e Gwen levantou uma
mão enluvada para silenciar os protestos antes que pudessem ser
proferidos.
Senhor até os servos sentiam que eram superiores aos galeses!
Ela tentara esquecer a maldade que os ingleses exibiram quando
fora para Windsor há quatro anos. A Inglaterra acabara de vencer uma
guerra sangrenta com os galeses e talvez os ânimos ainda não houvessem
se acalmado.
Porém, parecia que quatro anos de relativa paz não foram suficientes
para acabar com a hostilidade.
— O rei o instruiu para que me ignorasse?
— N... não.
— Pode dizer ao mordomo que falarei com o rei sobre isto.
A garota engoliu em seco e assentiu.
— Lorde de Claiborne talvez não seja tão compreensivo também —
acrescentou enquanto descia das costas de seu palafrém. Duvidava que
Richard se importasse de um modo ou de outro dada a sua opinião sobre
ela mas sabia que seu nome causaria certa agitação.
Como esperado a menina empalideceu ligeiramente.
Gwen se virou para os homens.
— Não se deixem provocar por estes cachorros ingleses — disse ela
em galês — Venham a mim se tiverem problemas.
— Vou acompanhá-la Alteza — disse Rhys oscilando uma perna
sobre as costas de seu cavalo para desmontar.
— Não! Você vai com os outros Rhys ap Gawain. Vou chamá-lo se
precisar de você.
Ele parou com a perna no ar e ela devolveu seu olhar com um brilho
gelado.
— Como ordenar Alteza — disse ele secamente acomodando-se em
seu cavalo.
Gwen levantou o manto e virou-se para seguir a garota. Alys coxeou
silenciosamente atrás dela.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Quando Gwen entrou na câmara atrás da criada prendeu sua
respiração. Não havia nenhum insulto aparente aqui.
— É o aposento nupcial — disse a moça.
Tapeçarias cobriam as paredes algumas tecidas outras pintadas em
fina seda. O chão estava cheio de juncos, perfumado com prímula
manjerona e balsamita. Um fogo ardia na lareira lançando sombras sobre
a cama com dossel.
A cama. Gwen engoliu em seco. Era enorme e pendurado nela veludo
azul-real aparado com borlas de ouro. E ela ia compartilhar.
Ela se virou. Duas cadeiras, esculpidas e também almofadadas com
veludo ao lado de uma mesa de carvalho polido. Uma janela estreita
perfurava a parede no centro forrada com vidro grosso ao invés de
persianas. Um assento havia sido cortado na pedra abaixo da janela e
acomodava gordas almofadas.
— Isso é tudo — disse Gwen dispensando a criada sem olhar para
ela.
— Sua Alteza — ela murmurou afundando-se no chão desta vez
antes que se levantasse e se apressasse a sair da câmara.
— É um ultraje! — exclamou Alys — Tratar assim uma princesa real
o mordomo deveria ter o pescoço insolente esticado!
Gwen suspirou.
— Não adianta ficar chateada, Alys. Sem dúvida ele sente que o
cavaleiro mais humilde supera uma princesa galesa. Estou muito mais
preocupada com os homens ficarem fora de problemas.
— Oh, eu creio que eles vão conseguir — Alys disse com seu rosto
vermelho torcido em uma careta — É melhor eu cuidar do desembarque
dos seus baús. Não há como dizer o que esses malditos podem fazer com
eles. Precisa que eu me encarregue de algo antes?
— Não. Obrigada Alys — Gwen respondeu afundando em uma das
cadeiras macias. Alys passou a mão pela nuca murmurando para si
mesma enquanto saía pela porta. Gwen sorriu e balançou a cabeça. Ela
tirou as luvas e,em seguida puxou o cordão de seu cabelo sacudindo-o
agora livre da trança que o confinara.

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Doce Maria, ela estava aqui há meia hora e este lugar já estava
desgastando seus nervos! Malditos bastardos ingleses! Ela não deixaria
que eles a derrubassem. Ela era uma princesa. Ela era a filha de Llywelyn
ap Gruffydd!
— Gwenllian?
Ela deu um pulo.
— Majestade — disse ela fazendo uma reverência.
Edward se apressou e estendeu uma mão magra para levantá-la.
— Não, não precisa preocupar-se com estas formalidades quando
ambos estivermos em particular — disse ele
mostrando os dentes em um sorriso infantil.
— Obrigada Majestade — respondeu Gwen fechando os olhos pela
intensidade de seu olhar azul. Ela não vacilou quando sua mão roçou sua
bochecha.
— Eu trouxe algo para você — ele disse suavemente — Estendeu
uma pequena cesta para ela: — É de Eleanor. A viagem de Windsor até
aqui a deixou doente por causa de seu estado receio e lamenta que não
possa dar-lhe isto pessoalmente.
— É muito amável, Majestade — disse Gwen olhando as duas
esferas de cor laranja. — Perdoe-me não sei o que são.
— Não, é você que deve me perdoar. Estou tão acostumado a ter
laranjas ao redor que não pensei que você não saberia o que são.
— Laranjas?
—Sim. Elas vêm de Castile a casa de Eleanor. Ela era apenas uma
criança quando veio para ser minha noiva e ela sentia muita falta da
Espanha. É caro importá-las mas isso a faz feliz.
Gwen olhou para elas.
— Como devo comê-las?
— Eu vou lhe mostrar — disse Edward, sorrindo. Ele a levou para o
banco da janela e pediu que se sentasse ao lado dele. Com sua adaga ele
marcou a casca da laranja. Lentamente ele a puxou para trás para revelar
as colunas lisas da fruta. Um cheiro picante flutuava nas narinas de Gwen
e ela percebeu que sua boca estava ficando úmida.

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— Feche seus olhos e abra sua boca — disse Edward tirando uma
fatia — Agora — ele insistiu.
Gwen mordeu. Doce e azedo inundaram sua língua com o suco
derramado da fruta de gosto forte um pouco dele escorrendo queixo
abaixo.
Edward agarrou seu pulso quando ela começou a limpá-lo. Seus
olhos se abriram para encontrá-lo olhando para ela.
Com o canto de sua túnica ele suavemente enxugou seu rosto então
segurou o resto da fatia. Gwen hesitou abrindo sua boca quando ele
acenou com a cabeça. Ela saltou quando seus dedos roçaram seu lábio
inferior.
— Você se tornou uma linda mulher, Gwen — disse ele seus olhos
seguindo a curva de seu seio. Ele se aproximou até que sua coxa roçou a
dela. Afastando os cabelos de seu rosto ele disse: — Você sempre foi uma
garota bonita mas agora... — ele deixou a frase inacabada enquanto seus
olhares novamente fitavam seus seios —Eleanor está grávida...
E então o rei da Inglaterra beijou-a.

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Capítulo 8
Richard dirigiu-se ao pátio do Castelo de Shrewsbury com vinte
cavaleiros atrás dele. O mordomo se apressou para frente quando Richard
desmontou.
— Lorde de Claiborne — disse ele curvando-se — Espero que não
fique ofendido mas eu... eu estava realmente ocupado com outros
convidados quando ela chegou. Eu não a desprezei!
Richard olhou para a cabeça calva do homem inclinando-se em
súplica.
— Espere um pouco, ela quem?
O mordomo se afastou. Ele engoliu em seco. Um sorriso iluminou
seu rosto nublado.
— Sua noiva, milorde.
— Ela está aqui?
O homem assentiu.
— Sim. Pensei que soubesse. Ela somente chegou a um quarto de
hora. Coloquei-a no aposento nupcial mas não quis dizer...
Richard não ouviu mais nada. Entrou no castelo e dirigiu-se para as
escadas e aos aposentos superiores. Ele tinha ido ao Castelo de
Shrewsbury tantas vezes que ele sabia aonde ir sem perder direções.
De repente não sabia por que tinha que vê-la mas não poderia ter
parado mesmo que quisesse. Três anos. Ela ainda era linda? Ela era tudo
o que sua mente conjurava?
Por Deus pensava muito nela; queria-a demais. Finalmente iria vê-la
novamente e provar a si mesmo que ela era apenas uma mulher como
qualquer outra. Ela não possuía nenhum estranho tipo de poder sobre ele.
A porta não estava completamente fechada quando ele a alcançou.
Ele pensou em bater mas a abriu antes que pudesse fazê-lo. Ela era sua
propriedade ou logo seria como seu cavalo ou seu castelo. E embora não

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fosse sua culpa ele estava zangado por ela ocupar seus pensamentos com
tanta frequência.
Foi muito bom ele não ter batido.
A pequena prostituta estava esparramada nos braços do rei. A fúria
fria engolfou-o enquanto o mundo parecia perder o foco por um acelerado
minuto.
— Eu deveria voltar mais tarde? — Richard perguntou calmamente.
Foi um grande esforço manter sua voz calma. Sua noiva se encolheu.
Edward levantou a cabeça.
— Richard — cumprimentou com fria superioridade — eu não
esperava você até amanhã.
— Posso ver isto, meu soberano.
Edward suspirou e se levantou. Ele entregou a Gwen a laranja
descascada então se inclinou para beijá-la na bochecha.
— Outra hora talvez — murmurou.
Gwen se endireitou e alisou seu vestido com as mãos trêmulas.
Graças a Deus que tinha acabado mas por que tinha que ser Richard
quem o parara?
Ele estava olhando para ela um olhar de intenso ódio. A raiva que
irradiou dele carregou o ar entre eles. Ela podia vê-lo no conjunto de seus
ombros o brilho de seus olhos finos a linha dura de sua mandíbula.
Oh, sim ele estava enfurecido e ela tinha acabado de confirmar cada
baixa opinião que ele tinha dela.
Apesar de tudo ela não podia deixar de pensar o quanto ela desejava
vê-lo novamente. Ele parecia o mesmo. Não, não o mesmo. Estava melhor.
Seu cabelo preto e sua barba enfatizavam o bronzeado de sua pele.
Ele estava escuro e sinistro em sua túnica vermelha com o falcão negro
brasonado em seu peito. Seu olhar se lançou entre ele e o rei. Edward era
alto, apelidado Longshanks12 por sua altura na sela de um cavalo mas
Richard superava-o por uns bons dois centímetros.

12
Longsshanks era o epíteto de Edward I, rei da Inglaterra, que reinou de 1272 a 1307. Perna Longa é um apelido usado
para designar uma pessoa alta ou com pernas compridas.

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Ela não conseguia tirar os olhos de seu prometido por mais que
tentasse. Não podia haver dúvida de que ele a culpava. Ela não sabia ao
certo por que isto a incomodava porém era o que acontecia. Ela empinou o
queixo e encontrou seu olhar fixo recusando-se a hesitar diante de sua
frieza.
Ele tocou o punho da espada.
— Não deixe que eu o interrompa. Posso esperar lá fora se quiser.
— Venha não fique bravo Richard. Não seria a primeira vez que você
e eu compartilhamos uma mulher.
— Não, mas amantes não são exatamente o mesmo que esposas —
ele olhou para Gwen com desdém — Por outro lado quando a esposa é
galesa...
Edward sorriu.
— Sim, as galesas são conhecidas por serem ah generosas com seus
favores não são?
Gwen quase engasgou com a raiva que subiu em sua garganta como
bile. Ela ficou de pé instantaneamente amaldiçoando os dois em galês com
toda a eloquência que Rhys tinha ensinado a ela.
A cabeça do rei inclinou-se para um lado. Richard cruzou os braços
sobre o peito e escutou atentamente como se pudesse entender o que
estava dizendo meramente prestando muita atenção.
Gwen adorou dizer em seus rostos arrogantes exatamente o que ela
pensava deles em uma linguagem que eles não entenderiam questionando
seu parentesco toda sua ascendência e sua masculinidade.
Quando terminou cruzou os braços numa imitação presunçosa de
Richard e empurrou o nariz para o ar.
Edward se virou para Richard.
— O que ela disse?
Richard escovou a manga da túnica.
— Muitas coisas, Ned não menos do que um tipo de insulto a nossa
masculinidade. E de uma maneira muito colorida eu poderia acrescentar.
Nunca imaginei que tais palavras pudessem atravessar esses lábios
delicados.

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Gwen ficou boquiaberta.
— Por que você não me impediu? — perguntou ela em galês.
— Foi um discurso tão bonito que eu não tive coragem — respondeu
em troca. Ele sorriu mas o sorriso não alcançou seus olhos.
Gwen engoliu em seco. Era tão estranho ouvir sua língua nos seus
lábios e no entanto parecia tão natural como se ele tivesse nascido para
falá-la.
Edward riu.
— A moça tem espírito vou conceder isto. Provavelmente é tão
teimosa quanto o velho bode Llywelyn também. Qual é a notícia que seu
pai prometeu me enviar querida?
Gwen estava feliz pela distração naquele momento. Ela tirou a carta
e a entregou ao rei.
Edward olhou para o selo do dragão depois o partiu com o dedo
indicador e desdobrou o pergaminho. Ele leu rapidamente o riso
transformando-se em gargalhadas enquanto a guardava em seu punho.
— O rude e velho cabrito arranjou uma criança com minha prima —
Edward disse quando a risada diminuiu — Jesus, ele tem a sorte do diabo!
Um músculo na mandíbula de Richard começou a tremer.
Edward pegou a mão de Gwen e levantou-a para seus lábios.
— Eu a entregarei no lugar de seu pai querida princesa. Venha
Richard. Temos muito que discutir — disse ele soltando-a para atravessar
a porta.
Gwen forçou seu rosto em um semblante pétreo quando Richard
ficou na frente dela.
— Eu lidarei com você mais tarde — ele disse com suavidade em
uma voz que contrastava nitidamente com a dureza das palavras.
Uma onda de medo caiu sobre ela enquanto seus olhos o percorriam.
Elinor lhe dissera que os ingleses podiam bater em suas esposas. Deus ele
era enorme e poderoso – ele poderia matá-la!
Ele se virou e seguiu o rei.
Gwen afundou-se cansadamente no banco da janela olhando para a
laranja. Começava a ficar pegajosa.

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Richard de Claiborne estava de mau humor. Ele havia perdido a
conta do número de vezes em que seu copo fora cheio pela serva atrevida
que mesmo agora olhava para ele do colo de outro homem. Ele ignorou o
convite levantando seu copo para drená-lo antes de batê-lo na mesa de
madeira.
Fora cerveja o que ele bebera esta noite. Não o vinho fino apropriado
a seu posto como conselheiro de confiança do rei mas cerveja, grosseira,
amarga, comum. Ao seu redor cavaleiros e homens armados divertiam-se
em sua devassidão alheios a presença do Conde de Dunsmore. Uma risada
áspera ecoava no ar descontroladamente misturando-se com as vozes
estridentes das serviçais.
Muitas vezes ele preferia beber com estes homens a fazê-lo com os
pomposos senhores do reino. Lembrava-lhe os dias de sua juventude antes
da Cruzada e sua elevação ao grande poder.
O poder só era alcançado com um risco enorme e a princípio ele
tivera que ter cuidado e estar sempre atento aos senhores invejosos os que
procuravam derrubá-lo. No entanto poucos o desafiavam nestes dias. Sua
reputação de ferocidade era inigualável entre os barões de Edward.
Quando bebia com estes homens podia esquecer quem era por um tempo.
A garota apareceu mais uma vez jogando cerveja em seu copo vazio.
Seus cabelos compridos haviam sido trançados mas à medida que a noite
passara se soltaram e quando ela se inclinou para frente e o cabelo caiu
em seu braço ele o tocou. Estava quase vermelho na luz das tochas
cintilante.
— Você pode acariciar mais do que isso se quiser milorde — disse
ela empurrando seu abundante decote em seu rosto. Seus olhos eram
brilhantes sua língua deslizava sobre seu lábio inferior sugestivamente.
— E o que você vai fazer por mim?
— Posso lhe agradar muito milorde — a garota quase ofegou
antecipadamente. Richard sabia as coisas que falavam sobre ele as coisas

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


que faziam com que as servas comuns e senhoras nobres se lançassem
para ele com deliciosa regularidade.
Ele esforçou-se para transformar as duas imagens em pé diante dele
em apenas uma. Ele tentou imaginar-se dentro dela e não pôde. Seu corpo
queimava por uma mulher mas apenas por uma mulher em particular
uma mulher tão enganosa e imoral quanto bonita. A filha de Llywelyn.
— Não esta noite moça.
Ele levantou sua caneca e tomou um longo gole da bebida. Por que
deveria incomodá-lo que a tivesse encontrado nos braços de Ned? Ele
esperava menos dela?
Jesus ela seria sua esposa em dois dias e ele a encontrara seduzindo
o rei! Não que ele pudesse culpar Ned por sucumbir aos seus encantos.
Gwen se tornara uma mulher muito desejável como Richard sabia que ela
seria.
Nem mesmo seus sonhos mais quentes o haviam preparado para a
realidade de vê-la novamente.
Ela era tão requintada quanto a primeira rosa na primavera. Seu
corpo tinha amadurecido até que não houvesse mais traços de menina. Ela
era pequena mas possuía uma abundância de curvas que poderiam
agradar a qualquer homem. Ele não pôde deixar de notar o modo como
seus seios faziam volume contra a lã de suas roupas de viagem. Estava
certo de que eram cheios e firmes. Ele ardia para tocá-los e descobrir.
Seu cheiro movera-se furtivamente para ele quando parara ao lado
dela. Vento, água e urze da montanha. E rosas sempre aquelas malditas
rosas. Será que seu gosto era tão bom quanto seu cheiro?
Sua garganta apertou.
E sua voz. Desde o início ele a achara doce e musical mas agora era
o tipo de voz que desafiava um homem a sonhar com paixão ilícita,
prazeres eróticos e quentes noites de amor. Rouca, ofegante.
As juntas de Richard branquearam quando ele agarrou a caneca.
Lembrou-se do último relatório que havia recebido da corte galesa.
A Princesa Gwenllian tem um amante. Seu nome é Rhys ap Gawain.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Richard bebeu o restante do conteúdo de seu copo girando o líquido
amargo em sua boca antes de engoli-lo. Ele balançou a cabeça enquanto a
serva se aproximava. Seu estômago se revolvia com muita bebida e com
pouca comida.
— Não é vergonha parar agora milorde. Se eu fosse você guardaria
minhas forças para o aposento nupcial.
Richard voltou-se para seu capitão. O rosto do homem corpulento se
dividia em um sorriso. Sua crina de cabelos castanhos estava desgrenhada
brotando descontroladamente em todas as direções e Richard pensou de
repente, nos leões desgrenhados que Ned guardava na casa real. Até o
sorriso dentuço do homem parecia o de um leão.
Richard recostou-se e cruzou os braços.
— De fato Andrew?
— Sim. Dei uma boa olhada naquela linda princesa hoje. Muito
sensual se você me perguntar. Eu diria que você terá um trabalho muito
difícil com ela. E se eu lhe conheço milorde não a deixará sair da cama
durante dias!
Vários homens sentados nas proximidades gargalharam. Sugestões
sexuais foram jogadas ao redor. Um homem agarrou uma moça e começou
a demonstrar antes que ela lhe desse um soco no ouvido. O riso irrompeu
quando ele gritou e jogou-a nos juncos.
A moça levantou-se de rosto avermelhado e amaldiçoando recuando
para ficar junto à parede.
— Você não sabe como agradar uma mulher ainda Edgar? —
Richard perguntou levantando — Ele oscilou apenas um momento então
caminhou lentamente para a garota. Seus olhos se iluminaram enquanto
ele estendia a mão. Richard olhou para a multidão ansiosa.
— Primeiro — disse ele — você deve pegá-la em seus braços Edgar —
os homens rugiram — Em seguida você deve beijá-la como se nunca
tivesse sido beijada antes, ou pelo menos você deve fazê-la acreditar que
ela nunca foi beijada assim antes.
Ele se inclinou para colocar seus lábios nos dela. O salão balançou
com aplausos. Richard beijou-a até que ela ficou fraca em seus braços. A

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


garota se agarrou a ele por um minuto inteiro encarando-o
sonhadoramente antes de soltá-lo.
Os homens trocavam tapinhas nas costas rindo. Dinheiro mudava
de mãos. Edgar foi impiedosamente provocado.
A criada não era feia e Richard desejava levá-la para a cama para
provar que ainda podia mas seu corpo não cooperava. Ele respirou
profundamente limpando seus pulmões.
— Agora Edgar se você acha que pode continuar de onde eu parei eu
vou deixar a cama desta moça para você. Como o capitão de meus guardas
tão cuidadosamente disse devo guardar–me para a minha noite de
núpcias!
— A Richard de Claiborne, Conde de Dunsmore! — gritou Andrew
erguendo a caneca.
— A Richard de Claiborne, Conde de Dunsmore! — os homens
ecoaram copos levantados em harmonia — Por boa saúde e um pau duro!
— gritaram enquanto ele saía da sala.
Richard sabia exatamente para onde estava indo. Ele queria sua
ardente princesa galesa agora hoje a noite. Ele estava se consumindo por
ela. Por que negar a si mesmo? Gwen não era inocente e não esperaria
mais.

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Capítulo 9
Gwen acordou com o som suave de água sendo derramada. Ela
levantou a mão e tirou o cabelo de seu rosto. Um cheiro azedo assaltou
suas narinas e ela percebeu que era o suco seco da laranja. Havia dormido
no assento da janela.
— Seu banho está quase pronto Alteza — Alys falou. Ela se
alvoroçou com o fluxo constante de jovens que esvaziavam baldes de água
quente em uma banheira. Quando a tarefa terminou ela os apressou porta
a fora e veio ajudar Gwen a se despir.
— Por quanto tempo dormi Alys?
— Já passou o jantar mas trouxe uma bandeja para você.
— Jesus! Os homens...
— Estão bem — terminou Alys — Foram acampar com os cavaleiros
de Lorde de Claiborne. Ouvi dizer que ele ameaçou seus homens com
espancamento se algum deles olhasse torto para um galês.
Gwen afundou na banheira. Ela não acreditou nem por um minuto.
— Ainda assim eu deveria enviar uma mensagem para Rhys.
Certificar-me de que tudo está realmente bem.
Alys abriu uma garrafa e pingou algumas gotas de óleo perfumado
pela superfície da água.
— Vou cuidar disto, Alteza.
Gwen aspirou profundamente os cheiros do País de Gales.
— Não Alys você está fazendo com que eu me sinta péssima. Eu
dormi como um gato preguiçoso e você não teve um minuto de descanso.
Por favor vá para a cama. Vou encontrar uma criada assim que terminar
de tomar banho.
— Estou bem, Alteza.
— Estamos sozinhas agora. Você não tem que me chamar assim.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Eu irei tratá-la adequadamente enquanto estivermos aqui —
insistiu Alys.
Gwen sabia que era melhor não discutir. Ela ditou uma mensagem e
Alys foi encontrar um criado. Quando ela voltou afundou-se em uma
cadeira com um gemido.
— Por favor vá para a cama, Alys.
A velha acenou com a mão.
— Não, não. Vou sentar com você até você terminar.
Gwen suspirou e pegou o sabonete com aroma de rosas. Fora um dia
infernal! Por que Richard havia escolhido justo aquela hora para ir a sua
câmara? Incomodava-a perceber que ela queria vê-lo. Somente não sob
essas circunstâncias.
Gwen enrubesceu-se vigorosamente irritada pois ainda se importava
com o que ele pensava. Seus lábios tremeram em um sorriso. Ele saberia
logo que ela era intocada. O que o poderoso Black Hawk diria então? Ela
iria adorar fazê-lo retirar suas imundas palavras.
A água estava começando a esfriar quando Gwen finalmente decidiu
mover-se. Alys roncou suavemente sua costura espalhada em seu colo.
Gwen pegou a toalha que ficava ao lado da banheira. Envolvendo-a
em torno dela ela foi à mesa para examinar o conteúdo da bandeja.
Ela tinha acabado de terminar a sopa quando se assustou com a
batida insistente na porta. Alys saltou da cadeira sua agulha voando
enquanto ela correu para atender.
Gwen franziu o cenho. Quem seria a esta hora?
Rhys! Isto era o tipo de coisa que apenas ele faria. Ela deveria ter
enviado a mensagem a um dos outros homens. Qualquer um deles teria
bom senso o suficiente para enviar uma resposta em lugar de vir
pessoalmente.
Tudo que ela precisava era que Richard a pegasse com outro homem
em sua câmara. Ele definitivamente a mataria então.
A voz de Alys levantou-se desesperadamente:
— Milorde você não pode!

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Richard entrou na câmara Alys indo atrás dele. Gwen levantou-se
rapidamente seu pulso batendo em seus ouvidos enquanto agarrava o
tecido molhado. Ela olhou para seu robe drapeado ao pé da cama.
O rosto de Alys mostrava um vermelho indignado.
— Sua Alteza ele não...
— Está tudo bem, Alys — disse Gwen com frieza determinada a
manter a vantagem neste encontro — Tenho certeza de que Lorde de
Claiborne tem negócios urgentes se necessita nos incomodar a esta hora.
— Você pode nos deixar, velha — disse Richard bruscamente.
Alys parecia desamparada.
Gwen queria dar um tapa em seu rosto arrogante.
— Vou ficar bem — disse ela. O olhar de ferro que se fixava no dela a
fez pensar de outra maneira mas ela não preocuparia Alys.
— Você poderia esperar do lado de fora da porta, por favor?
A mulher assentiu com a cabeça e relutantemente saiu da câmara.
Gwen virou-se para ele.
— Como se atreve a entrar aqui e tratar Alys tão rudemente!
Ele franziu a testa.
— Ela é importante para você?
— Sim.
— Então pedirei desculpas a ela.
Gwen ficou boquiaberta. Black Hawk de Claiborne pedindo
desculpas a uma empregada galesa? Dificilmente parecia crível.
— O que você deseja de mim, milorde?
Couro e aço se agitaram um contra o outro enquanto ele caminhava
em sua direção. Instintivamente ela moveu-se para manter a mesa entre
eles olhando para a espada que pendia ao seu lado.
Ele a seguiu e ela teve que se esforçar para parar. Não importava o
quanto seu interior tremesse ele não teria o prazer de saber que ele a
intimidava.
— Desejo é uma palavra apropriada — disse ele suavemente.
Gwen segurou a borda da mesa em busca de apoio.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Diga a que veio milorde e então me deixe. Ainda não sou sua
esposa. Você não pode mandar em mim por mais dois dias.
— Você mudou Gwen — ele murmurou e seu olhar deslizou por seu
corpo — e muito.
Sua respiração espalhou-se calorosamente pelo rosto dela. Gwen
sentiu o cheiro de cerveja. Ela notou então que seus impressionantes olhos
prateados estavam ligeiramente vidrados, injetados de sangue.
— Você está bêbado milorde.
— Sim, bêbado — ele concordou pegando um pouco do cabelo úmido
e esfregando-o entre seus dedos — Bêbado de desejo.
Ele permitiu que seu olhar seguisse a cavidade de sua garganta. O
tecido ainda úmido pelo banho agarrava-se sedutoramente à suavidade de
seus seios. Ele endureceu com a intensa necessidade.
Richard queria levá-la para a cama e violá-la. Ele não o faria apesar
disto. Queria ouvi-la admitir que também o desejava. Ele ia seduzi-la.
Ele seguiu sua mandíbula sua garganta a pele de marfim acima da
toalha. Ela olhou para ele com cautela. Seus olhos eram fascinantes. Ela
separou seus lábios e ele centrou-se neles lembrando a sensação da suave
umidade entre eles.
Três anos desde que ele a beijara. Parecia uma vida inteira.
Naquele momento ele sabia que estava à beira da loucura em seu
desejo por esta mulher.
— Você gostou dos beijos de Ned? — ele rosnou puxando-a contra
seu corpo todos os pensamentos de lenta sedução de repente
desaparecidos. Incapaz de sentir sua suavidade através de sua cota ele
gemeu interiormente.
— Não, eu...
— Você queria que ele fizesse amor com você?
— Eu...
— Ninguém a não ser eu vai tocar em você. Nunca. Você entendeu?
— ele exigiu colocando seu rosto entre suas mãos. Ele não esperou por
uma resposta. Teve uma repentina e desesperada necessidade de apagar a
lembrança de qualquer beijo da sua mente, exceto o dele.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Gwen abriu a boca para protestar e sua língua escorregou para
dentro. Ela ouviu um suave suspiro e ficou surpresa ao perceber que havia
vindo dela. Ela não estava mais no controle de seu próprio corpo. Estava
agarrando-se a ele encontrando os ansiosos impulsos urgentes de sua
língua. Era como se ela tivesse esperado por este momento toda a sua
vida.
Seus braços a envolveram e ele a pressionou com tanta força que os
anéis de aço de sua malha beliscaram sua carne. Gwen mal notou, uma
maré de emoções conflitantes estava batalhando em sua cabeça.
Ela reprimiu um gemido quando sua boca encontrou o lóbulo de sua
orelha. Um calor líquido fluiu através dela uma dor incrível se espalhando
do fundo de seu ventre para o topo de suas coxas em um avanço
agonizante.
Ele beijou a cavidade de sua garganta então se moveu para a curva
sensível de seu ombro.
Uma voz interior gritou que ela deveria detê-lo.
Agora.
Mas não podia. As sensações doces que ele estava despertando a
fizeram derreter suas pernas tremiam seu púbis ardia. Tinha perdido sua
vontade de resistir a partir do momento em que sua boca marcara a dela.
Ela prendeu sua respiração quando ele agarrou seus seios,
apertando-os enquanto pressionava beijos quentes ao longo de seu ombro.
A luz do fogo brincou em sua cabeça escura e ela mordeu o lábio,
sufocando um desejo de enterrar seus dedos em seu cabelo.
Ele se endireitou e ela inclinou a cabeça para olhar para ele. Seu
rosto era uma máscara de fúria e desejo e seu coração se agitou. Ela
nunca soubera que a paixão de um homem poderia ser tão assustadora e
tão deslumbrante em sua intensidade.
— Esperei muito tempo por isto — murmurou ele.
Deliberadamente suas mãos foram parar no topo de sua toalha. Ela
sentiu o ar se acelerar enquanto ele a afrouxava para deslizar por seus
seios.
Gwen agarrou a toalha.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Não! — ela gritou, afastando-se dele. Ela ainda não estava pronta
para isto ainda não! Ela ainda tinha dois dias!
— Gwen — ele disse roucamente, segurando a cabeça dela com sua
grande mão — Que mal há em deixar-me provar sua doçura agora? É
somente um par de dias até o casamento.
— Não.
Sua voz era estranhamente zombadora.
— Você me negaria o que você estava tão disposta a dar ao rei?
— Não é verdade! — ela ergueu a mão para golpeá-lo.
— Não desta vez, cath wyllt13 — ele pegou seu braço e a impulsionou
para ele. O beijo foi doce longo e úmido.
Gwen esqueceu por que estava zangada. Não conseguia pensar. Seu
sangue se agitou e ela colocou seus braços ao redor de seu pescoço,
entregando-se a seus beijos excitantes.
Ela estremeceu embora não de frio enquanto ele lentamente puxava
sua toalha para baixo. Uma parte distante dela sabia que ele estava
descobrindo seu corpo para olhá-la mas ela já não se importava.
A toalha deslizou para o chão.
Gwen suspirou enquanto suas mãos calejadas tocavam seus seios
nus. Seus dedos habilidosos brincaram com seus mamilos os bicos
delicados tornando-se tensos e sensíveis além da crença.
Qual era o problema com ela? Ela deveria estar gritando com ele,
dizendo para ele parar, ir embora. Mas querido Senhor mesmo em seus
sonhos ela nunca soube que tal felicidade era possível! Ela se arqueou
contra ele sem perceber que estava aplicando pressão sobre a rígida carne
sob sua armadura.
Ele gemeu.
— Sim, Gwen. Deus sim!
Ele caiu de joelhos e pressionou seus lábios na cavidade entre seus
seios, suas mãos se esticaram sobre suas costas e nádegas.

13
Gata selvagem, em galês

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Gwen hesitou entre o medo e o prazer. Sua boca fechou-se sobre seu
mamilo e ela gritou com o choque. A sensação era extraordinária. Seus
dedos passaram por seus cabelos.
E, então, ele a levantou em seus braços, seus lábios se fundiram aos
dela enquanto a carregava para a cama. O medo ganhou a batalha quando
ela percebeu exatamente o que ele estava prestes a fazer. Ele era grande e
selvagem e ele pensava que ela era experiente. Ele não seria gentil.
— Pare!
Ele parou, com um joelho na cama.
— O que há de errado?
— Eu... eu não estou pronta. Eu não posso...
Seus olhos endureceram.
— Você quer dizer que não fará. Cristo todo-poderoso você é uma
maldita provocadora! — ele a jogou em cima na cama.
Gwen arrastou-se para seu roupão, suas bochechas flamejantes.
— Saia dos meus aposentos!
Então ele sorriu um sorriso feroz e selvagem.
— Este não será seu aposento em dois dias. Será nosso. E nada vai
lhe salvar na nossa noite de núpcias.
Ela envolveu o roupão firmemente em torno do seu corpo e subiu na
cama.
— Não é seu ainda então saia — ela retrucou.
— Considere-se com sorte esta noite Princesa. Eu não vou tomar a
força o que você tão voluntariamente ofereceu alguns minutos atrás.
Gwen inclinou o queixo e olhou para ele energicamente.
— Eu nunca lhe ofereci nada.
Sua voz era suavemente mortal.
— Não me faça provar que está mentindo Princesa. Você me deseja
quer você admita ou não.
Maldito homem! Ele era arrogante e insuportável além da razão. E
estava certo maldito seja. Ela não admitiria.
— Eu certamente não o desejo milorde.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele agarrou seu queixo com um punho de ferro e esmagou sua boca
contra a dela.
Gwen se esqueceu de lutar. Ela abriu a boca gemendo enquanto sua
língua acariciava a dela.
— Mentirosa — ele provocou.
Vozes vieram da antessala. Vozes galesas. O coração de Gwen saltou
para sua garganta enquanto reconhecia a voz de Rhys. Quando olhou para
Richard seus olhos estavam em chamas.
— Esperando um amante? Não é de admirar que você quisesse
minha partida querida.
Rhys irrompeu pela porta. Gwen balançou a cabeça em, advertência.
Mas sabia que Rhys não recuaria. Ele olhou para ela e Richard sem perder
nada. Ela cruzou os braços conscientemente, enquanto o olhar de Rhys se
fixava na forma de seu corpo vestido de seda.
Com um olhar para seu prometido percebeu que ele também havia
notado. E ela sabia que uma tempestade estava se formando neste coração
negro uma tempestade de grande poder e violência.
Ela estendeu a mão em uma tentativa desesperada de silenciar seu
amigo de infância.
— Não, Rhys!
— O que o bastardo fez com você, Gwen? Vou matá-lo se ele lhe
machucou!
O rosto de Richard escureceu. Um músculo em sua mandíbula
começou a se contrair.
— Então, este é Rhys ap Gawain — disse Richard em galês.
Os olhos de Rhys se arregalaram.
Richard a fitou com um olhar ameaçador.
— Você é mais corajosa do que eu pensava Princesa para trazer o
seu amante para o seu próprio casamento.
— Rhys não é meu amante!
Ele continuou como se ela nunca houvesse falado.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Desculpe-me por desapontá-la querida mas ele não poderá ir para
o Castelo Claiborne. Talvez eu não tenha sido o primeiro mas serei o
último.
Rhys pôs uma mão na adaga em sua cintura.
— Se você a machucou, eu...
— Você vai o que menino? — saiu como um rugido. Gwen
estremeceu. Black Hawk de Claiborne era capaz de coisas horríveis e
brutais. Ele poderia matar Rhys sem a menor provocação.
Gwen agarrou-o quando ele começou a se mover.
— Por favor milorde peço-lhe que o deixe em paz.
— Por quê?
— Ele não pretendia causar danos. Crescemos juntos. Rhys sempre
foi meu protetor.
— Você o ama?
Gwen hesitou.
— Ele é o irmão que eu nunca tive.
Richard não acreditou nem por um minuto. O jovem de cabelos
dourados o encarou, com as juntas brancas no punho da adaga.
Dificilmente era um irmão.
Mas seus olhos estavam iluminados por lágrimas não derramadas,
seu rosto esperançoso e expectante. Seu cabelo começara a secar e um
cacho desgarrado pendia sobre seu ombro. Era como uma chama contra o
céu azul do seu roupão.
Richard desejava girá-lo em torno de seu dedo.
Uma lágrima escorria pelo seu rosto. Seu sangue esfriou. Ela o
desafiava a cada passo enfurecia-o sem levar em conta o castigo que ele
poderia dar-lhe mas quando seu amante apareceu ela ficou toda triste e
submissa.
Ele começou a colocá-la de lado mas ela se agarrou a ele de repente
uma mão segurando sua túnica tão forte que ele pensou que iria rasgá-la.
— Por favor não o mate — ela sussurrou.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Richard lutou contra seu temperamento por um bom tempo. Ela
realmente acreditava que ele iria matar seu amante. Ele queria Deus como
ele queria! Ele respirou fundo.
— Muito bem eu honrarei seu pedido, querida. Desta vez.
— Obrigada, milorde.
Ela o soltou um pouco e sua raiva aumentou de novo.
— Se eu pegá-lo aqui novamente eu não vou ser tão facilmente
persuadido. Agora livre-se dele — disse ele.
Gwen passou a mão pelos olhos enquanto se voltava para Rhys. Ela
usou seu tom mais formal.
— Rhys ap Gawain, você vai voltar para seus aposentos
imediatamente. Não me perturbe de novo.
Os olhos azuis de Rhys eram mortíferos.
— Gwen.
— É uma ordem! Agora vá!
— Não até que você me diga que tudo está bem.
— Estou bem, Rhys. Por favor vá — acrescentou Gwen suavemente.
Rhys curvou-se.
— Como você ordenar Alteza — ele lançou um olhar de puro ódio
para Richard antes sair da câmara.
— Parece que seu aposento é um destino popular hoje — Richard
disse friamente.
Ele parou na porta onde Alys estava pálida e de olhos arregalados e
levou a mão dela até seus lábios.
— Perdoe-me, Alys. Este é um lugar para sua senhora lhe dar
ordens não eu. Lamento se lhe assustei.
Gwen ficou em estado de choque por um longo tempo depois que ele
foi embora. Ela nunca realmente acreditara que ele cumpriria sua palavra.
Alys olhou para as costas de sua mão e corou.
Alguns minutos mais tarde um barulho veio de fora da cãmara. Alys
foi investigar. Vozes baixas vinham do outro lado da porta aberta então
houve silêncio.
— O que é isso Alys?

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Guardas Alteza. Por ordem do Lorde de Claiborne.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Capítulo 10
Alys fez uma careta. Gwen deixou cair a mecha de cabelo que estava
torcendo furiosamente e juntou as mãos.
— Você vai estragar o penteado se não parar — disse Alys com as
mãos nos quadris.
— Não vai acontecer novamente — disse Gwen torcendo a barra da
camisa.
Esses dois dias passaram em uma velocidade alarmante. Hoje ela se
tornaria a esposa de Black Hawk de Claiborne. E esta noite ele a faria sua
esposa mais do que no nome. Ela não poderia escapar. Gwen estremeceu.
Alys trabalhou em silêncio enrolando o cabelo de Gwen em torno de
seus dedos até que pequenos cachos caíram em um espesso emaranhado
de fogo derretido. Quando terminou Gwen se levantou. Alys aprovou com
apreço a forma como a seda branca da camisa acentuava as suaves curvas
do corpo de Gwen.
— Seu belo lorde certamente vai gostar de vê-la nisto Alteza.
Gwen franziu os lábios quando sentiu que suas bochechas
avermelharam. Desde que Richard havia beijado a mão de Alys a mulher
não tinha nada além de elogios para ele.
— Não, Alys. Os ingleses se despem antes de ir à cama.
Alys arregalou os olhos.
— Bárbaros!
Gwen assentiu satisfeita por saber de algo que Alys não sabia. Elinor
lhe explicara aquele costume em particular. Alys a ajudou a vestir uma
camisa de seda vermelha abotoando as mangas em seu pulso. Em seguida
trouxe um sobrevestido verde floresta bordado com o dragão vermelho do
País de Gales. Ajustado na cintura e no peito com uma saia drapeada
suavemente sobre seus quadris balançavam sedutoramente quando
caminhava. As mangas compridas arrastavam-se quase até ao chão e Alys

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


as amarrara para evitar que o veludo ficasse sujo depois recuperou um
cinto dourado repleto de gemas preciosas. Envolveu-o em torno da cintura
de Gwen organizando-o de modo que suas correntes douradas tilintavam
musicalmente com cada movimento. Quando Gwen vestiu os
deslumbrantes chinelos e o manto verde Alys colocou uma tiara dourada
sobre os cachos.
— Você irá tirar o fôlego de qualquer homem hoje criança. Queria
que sua mãe estivesse aqui...
Gwen engoliu em seco. Ela olhou para o espelho de prata polido que
o rei havia lhe dado. Tocando um dos dragões carmesins brasonados no
vestido de veludo seus dedos permaneceram sobre a borda fina.
— É só você e eu Alys — ela disse suavemente — Como sempre.

A entrada da catedral estava bloqueada da visão de Gwen pela


multidão que magicamente se abria diante deles enquanto o Rei Edward a
conduzia pelo caminho.
Os espectadores lotavam o local esperando por um vislumbre da
noiva. Todo homem, mulher e criança em Shrewsbury estava aqui hoje
além de outros. Não era comum uma cidade ter um casamento desta
magnitude.
Nuvens de chumbo cobriam o céu de tristeza. O vento era leve mas
frio. Uma mecha de cabelo de Gwen se ergueu esvoaçando em seu rosto.
À distância ouvia-se o mugido do gado e o balido das ovelhas. Ela
concentrou-se na catedral. Os vitrais adornavam a fachada cinzenta. O
arco acima da porta era no novo estilo gótico sugerindo que a igreja havia
sofrido uma recente reforma.
Richard esperava na entrada seu rosto impassível. Os pés de Gwen
pareciam pedras. Ela os obrigou a continuarem se movendo. Ele estendeu
a mão sem dizer uma palavra. Não sorriu nem levantou uma sobrancelha
nem demonstrou qualquer tipo de emoção e isto a decepcionou.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Talvez ela tivesse esperado algum tipo de conforto e camaradagem
dele. Afinal nenhum dos dois queria este casamento. Ela supôs que ele
tinha todo o direito de estar mal-humorado.
Quando suas mãos se tocaram um relâmpago de sensações
percorreu seu corpo. Ela olhou para ele surpresa. Se ele sentiu não
demonstrou. Sua presença encheu seus sentidos. Ele usava carmesim e
preto como de costume. O símbolo do falcão estava bordado sobre seu
coração e sua espada grande e cravejada estava amarrada a seu quadril.
Ele se ergueu sobre ela e ela encolheu-se para não olhar para ele.
Seu rosto apenas queimou lembrando o que havia se passado entre eles.
A voz do bispo ecoou em seus ouvidos e ela deixou sua mente vagar.
Não foi longe apenas para o homem ao lado dela.
Quem era esse homem chamado Black Hawk de qualquer maneira?
De pé ao lado dele neste cenário era difícil acreditar que ele era capaz da
violência atribuída a ele. Por que não podia ser feio com uma verruga no
fim do nariz e uma gorda barriga?
O mal pode usar a beleza como fachada. Se assim fosse então este
homem estava coberto de feiúra. Gwen fechou os olhos.
Sua mão estava quente sobre a dela. Ele cheirava a sabão
especiarias e perigo sempre perigo. Quando falou sua voz rica deslizou
sobre ela como uma carícia de veludo. De uma grande distância ela ouviu
o nome dela mas não fora Richard quem falara. Seus olhos se abriram.
— Princesa Gwenllian? — disse o Bispo — Seus votos?
A multidão murmurou. Richard apertou sua mão. Ela olhou para ele
então. A fúria encobria seus belos traços. Gwen se virou e balbuciou seus
votos. O barulho da multidão se estendia.
Richard aceitou o anel que o bispo lhe entregou então virou-se para
ela. Sua voz era clara mas Gwen sentiu a raiva em sua entonação.
— Com este anel eu a desposo — ele o deslizou sobre a ponta do
terceiro dedo de sua mão direita — Com o meu corpo irei adorá-la — Gwen
sentiu uma onda de frio sobre ela — E a você entrego tudo o que possuo —
ele deslizou o anel para o terceiro dedo da mão esquerda — Em Nome do
Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ela inclinou o rosto para aceitar seu beijo. O contato foi breve mas
no último momento sua língua saltou pelo lábio inferior fazendo-a
estremecer. A multidão de espectadores aplaudiu.
Richard a levou para dentro da igreja para a missa nupcial. Eles se
ajoelharam lado a lado diante do bispo enquanto os nobres reunidos
entravam atrás deles.
O ar estava mais frio dentro da catedral do que do lado de fora. A
câmara abobadada flutuava no alto. Os sons das pessoas sussurrando se
tornaram um zumbido entorpecedor. As luzes de milhares de velas
reluziam parecendo vivas em sua alegre dança. Apesar de qualquer
reforma recente a igreja ainda cheirava a coisa velha. Não exatamente
mofada apenas velha como se o ar fosse subjugado pelas solenes pedras
que o rodeavam.
Um silêncio pairou sobre a cerimônia quando o bispo começou a
falar. Sua voz se elevou distinta e clara e flutuou sobre a multidão.
Gwen olhou para o marido sob os cílios baixos. Seu rosto parecia
esculpido em pedra a barba curta não suavizava seus ângulos marcados.
Ela se pegou pensando que estava feliz por não cobrir a metade de seu
rosto. Em vez disso abraçava sua mandíbula enfatizando uma
masculinidade que era própria dele. Seu cabelo tom de meia-noite tinha
um brilho preto azulado à luz das velas. Gwen se lembrou da sensação
deles entre seus dedos. Suave. Ondulado. Aveludado. Era mais curto do
que a maioria dos homens não chegando aos ombros mas ela percebeu
que gostava disto também.
Ocorreu-lhe que seu perfil realmente se assemelhava ao falcão pelo
qual era chamado. Feroz, orgulhoso e nobre.
Seu estômago revirou. Por um momento sentiu-se como a jovem que
estava se apaixonando pelo belo cavaleiro. E se ela ousasse admiti-lo isto
era exatamente o que ela queria naquela época. Mas fora há muito tempo e
ele não era quem ela pensara que fosse. Sentiu um pouco de
arrependimento por seus sonhos perdidos.
O olhar dela percorreu o corpo dele até a mão pendurada ao seu lado
sem emoção. Gwen estremeceu. Era poderosa tinha força para sufocá-la se

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


assim o desejasse. E no entanto era linda. Sua palma da mão era grande e
bem moldada com dedos afilados fortes tendões agora em silenciosa
súplica a Deus. Gwen já conhecia o toque de suas mãos. Conhecia as
palmas calejada da batalha e do treinamento vigoroso. Conhecia a ponta
dos dedos capaz de provocar prazer onde ela nunca havia experimentado
antes. Ela corou e olhou para seu rosto.
Ele a olhava. Um canto de sua boca se curvou em um sorriso
zombador. Ela desviou o olhar, olhando para o chão e amaldiçoando-se por
ter sido flagrada.
Quando finalmente a missa terminou Richard levantou-se
inclinando-se para ajudá-la. Sua mão apertou seu cotovelo e quando a
levantou puxou-a para ele.
— Foi desejo que eu vi em seu rosto minha querida? — ele
sussurrou.
— Definitivamente não! — Gwen rezou para que ele não pudesse
ouvir as batidas fortes de seu coração.
— Vou gostar de provar que está errada.
O tom rouco de sua voz deixou seu estômago revirando novamente.
Ela virou-se e começou a descer o corredor a frente dele. Ela tropeçou mas
suas mãos fortes fecharam-se sobre seus braços.
— Há algo errado?
— Não, milorde. As minhas pernas doem mas vou ficar bem. Pode
me soltar.
— Como desejar — disse ele.
As pernas de Gwen curvaram-se de novo. Desta vez Richard a pegou
em seus braços. Houve um suspiro coletivo da multidão. Gwen enterrou o
rosto em seu ombro. Com a cabeça em seu peito sentiu a batida constante
de seu coração seu músculo tenso se flexionando sob ela enquanto a
carregava pelo corredor. Ela esperava que ele a largasse quando saíram
mas ele não o fez.
— Posso andar milorde.
— Não, creio que não.
— Milorde o senhor não deve me carregar até o castelo.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Os camponeses não parecem se importar.
Na verdade eles não se importavam. As pessoas aplaudiam
cutucando-se nas costas e apontando como o Conde de Dunsmore estava
nos degraus com sua noiva em seus braços. Muitos deles tinham tentado
achar um lugar durante toda a manhã na esperança de ter um vislumbre
do casal nupcial enquanto eles deixavam a catedral. Eles estavam muito
distantes para testemunhar a cerimônia avançando enquanto os lordes e
ladies entravam na igreja para a missa nupcial.
— Qual é o problema Richard? — perguntou o rei enquanto subia
atrás deles. Ele estava resplandecente em púrpura real. Uma coroa de
jóias assentava-se sobre sua cabeça inclinando-se alegremente para um
lado.
— Aquele bispo é uma interminável bolsa de vento. A missa foi muito
longa. Até minhas pernas doem.
— Pobre criança — disse a Rainha Eleanor colocando a mão no
braço de Gwen — Por que não anda na liteira comigo? Será mais
confortável.
Gwen abriu a boca para responder mas Richard a interrompeu.
— Não vou levá-la Majestade. A multidão esperou o dia todo para ver
a noiva e o noivo juntos. Não devemos desapontá-la.
Eleanor alisou uma mão sobre sua barriga protuberante.
— Sim você está certo Richard. Por favor me ajude a subir na liteira
Edward.
— Farei melhor que isso meu amor — disse ele, tentando alcançá-la
— Eu também a carregarei.
Um grande murmúrio surgiu quando o rei levantou sua esposa em
seus braços.
— Você é tão romântico Edward — a rainha disse suavemente.
Gwen reconheceu o brilho que acendeu o rosto da rainha. Ela tinha
visto o suficiente entre seu pai e Elinor. O que a surpreendeu foi que
Edward tinha a mesma expressão.
Por que a beijara quando estava apaixonado por sua esposa? Ela
pensou em Rhys e sua admissão de que ele havia acariciado outras

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


mulheres enquanto estava apaixonado por ela. Meu Deus os homens eram
horríveis.
— Ciúmes? — Richard rosnou seus olhos escurecendo — Só porque
Ned não é imune a seus encantos não significa que ele não ame a esposa.
Mas você não terá outra chance de seduzi-lo isso posso lhe assegurar —
ele sussurrou ferozmente.
Os olhos de Gwen se arregalaram.
— Seu bastardo — ela sibilou — Ponha-me no chão!
Seu abraço era como ferro e mais uma vez ela foi lembrada da sua
força brutal.
— Uma linguagem tão grosseira para uma princesa minha querida!
Se você não parar de lutar eu a deixarei com seu queridinho aqui atrás na
frente de todas essas pessoas.
Gwen calou-se. Ela não tinha dúvida de que ele se deliciaria em
humilhá-la e ela não lhe daria o prazer.
— Vamos, Richard? — Edward perguntou quando ele havia acabado
de sussurrar no ouvido de sua esposa. O rosto pálido de Eleanor brilhava
em rosa. Seu olhar não se afastava do rosto de seu marido.
— Sim, Ned — respondeu Richard.
Os dois homens começaram a descer a rua. Os guardas os rodearam
e a multidão despediu-se enquanto se dirigiam ao castelo.
A notícia chegou antes deles ondulando através das massas
reunidas como uma bandeira ao vento. Quando chegaram ao Castelo de
Shrewsbury, homens e mulheres aglomeravam-se no pátio vibrando
loucamente. A tribuna dos menestréis começou a tocar quando entraram
no Grande Salão. Richard levou-a ao estrado colocando-a de pé ao lado da
mesa.
Ela recusou-se a olhá-lo. Em vez disto permitiu que seu olhar
vagasse pelo elegante salão. Um fino linho branco estava drapeado sobre
as mesas de cavalete e o cheiro do banquete preenchia o ar. Os servos
passavam pelo cômodo colocando velas para os convidados usarem. As
paredes e o teto estavam recém-lavados e o emblema do rei pendia atrás

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


do estrado. Juncos perfumados estavam espalhados no chão de madeira e
as chamas ardiam no centro das lareiras.
Richard pegou sua mão e levou-a até o seu lugar à mesa. Sua coxa
roçou a dela quando se juntou a ela no banco. Ela tentou escapar mas ele
agarrou seu pulso.
— Você vai agir como uma noiva feliz hoje Princesa.
Gwen olhou para ele.
— Se fosse outro aqui sim mas você...
— Sim mas eu não sou Rhys ap Gawain.
— Pena — ela disse irreverente.
Sua mão apertou seu pulso.
— Você é minha esposa agora. Fará como eu digo de agora em
diante. Uma das primeiras coisas que deve aprender é que não vai usar
esse tom insolente comigo.
Gwen lançou-lhe um lindo sorriso inclinando a cabeça para um lado.
— Deve ser incrivelmente tedioso todas estas pessoas sempre se
curvando e desfazendo-se em sua presença.
A força da sua mão diminuiu. Ele acariciou o interior de seu pulso e
a palma. Ela esperava raiva mas sua boca curvou-se em um sorriso.
— Eu não espero que se curve doçura. Tudo que eu preciso de você é
que feche a boca e abra as pernas embora não ao mesmo tempo. Eu
certamente não me importo se você quiser gritar na cama.
Gwen arrancou sua mão. Felizmente ela foi salva de uma resposta
quando trombetas anunciaram o início da festa.
Edward e Eleanor tomaram seus lugares no centro da mesa e os
criados começaram seu fluxo constante vindo das cozinhas.
Uma moça serviu o vinho em uma única taça. Gwen ficou abalada
ao perceber que ela e Richard iriam compartilhá-la assim como o prato de
prata perante eles. Uma tigela de água de rosas morna foi colocada entre
eles e um criado estava a postos segurando uma toalha de linho nova.
O rei e a rainha foram servidos primeiro, depois os recém-casados,
os convidados mais importantes e finalmente o restante do salão.

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Richard pegou uma adaga de prata do cinto e cortou a carne de
cervo assado. O cheiro era celestial. Ele cortou rapidamente a carne
rasgando-a em pequenos pedaços. Escolheu um dos pedaços mais
suculentos e o estendeu. Surpreendida Gwen o pegou da ponta da adaga.
Quando ele segurou o próximo pedaço estava em seus dedos.
— Abra para mim — disse ele. Seus dedos passaram por seu lábio
inferior e ela achou estranhamente emocionante. Gwen engoliu
rapidamente.
— Não quer comer, milorde?
— Somente quando você houver terminado.
Ela tentou alcançar a taça mas ele a pegou primeiro. Ela hesitou
quando ele a segurou em seus lábios então tomou um gole. O doce vinho
aqueceu seu interior. Ou fora causado pelo olhar dele quando se fixara no
dela sobre o topo do copo?
A tarde ia passando e o evento ficara cada vez mais grandioso ao
longo do dia. Havia pratos infinitos de carne e caça, pássaros
delicadamente assados e depois decorados para parecerem vivos quando
as penas eram cuidadosamente recolocadas no lugar, peixes recheados
enguias, pratos de legumes cozidos e peras assadas adoçadas com mel.
Músicos andavam pelo salão tocando seus instrumentos alegremente e
vestidos com capas coloridas. Havia alaúdes, tamborins, uma harpa e
flautas. Um menestrel deleitou a mesa alta com um conto de guerreiros e
dragões.
— Você não gosta da história? — Richard perguntou.
Ela não havia percebido que estava franzindo a testa.
— Eu estava pensando que um bardo galês seria melhor.
Richard sorriu.
— Um pobre menestrel inglês não pode se comparar, hein?
Gwen o fitou com um olhar altivo.
— Nada inglês pode se comparar milorde.
Seu sorriso se alargou.
— Oh, isso nós veremos... eventualmente.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Maldito bastardo ele estava fazendo-a corar de novo! Gwen tentou
pegar a taça mas ele a pegou primeiro. Ela manteve os olhos baixos
enquanto bebia.
— O que você está fazendo? — ela perguntou quando sua outra mão
se enroscou em seu cabelo.
— Eles esperam um feliz casal de noivos — disse ele indicando o
salão com a cabeça. Ele colocou a taça sobre a mesa e inclinou-se para
beijá-la.
Gwen separou os lábios por puro instinto. Sim, essa era a razão. Ela
certamente não o fizera porque queria beijá-lo. Ela vagamente ouviu os
aplausos da multidão através do retumbar de seus ouvidos. Quando sua
língua acariciou a dela ela respondeu encontrando-o com uma fome que
ela não sabia que possuía. Ele se afastou e ela o olhou. Ele era muito
bonito para seu conforto. Ela podia se afogar naqueles olhos de prata
líquida.
— Como isso se compara?
— Huh? — ela disse. Ele sorriu e ela se afastou, suas bochechas
flamejando — Creio que sim, suponho.
Ela esperava que soasse como se ele houvesse perguntado algo
trivial como o vinho estava ou o que achou da carne de veado.
Richard apenas riu.
À medida que o crepúsculo se aproximava as tochas foram acesas e
uma parte do chão foi desobstruída para a dança.
— Nós devemos liderar a primeira dança — Richard disse em seu
ouvido sua respiração quente causando um formigamento em seu pescoço.
Outros casais se juntaram a eles quando os músicos começaram a
tocar. Eles se moveram para baixo da linha mudando de parceiro até que
formasse um círculo novamente. A música parou e os dançarinos
aplaudiram. Richard puxou-a contra ele.
— Ainda não meu menino! — alguém disse — Você tem um longo
caminho a percorrer até a cama!
As pessoas riram. De repente as mãos estavam em seus ombros
afastando os recém-casados. William de Valence, Conde de Pembroke e tio

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


do rei bateu nas costas de Richard e o guiou pelo piso. Gwen virou-se
quando vozes masculinas clamavam atrás dela pela próxima dança. E
encontrou-se cara a cara com Dafydd ap Gruffydd.
— Sobrinha — disse ele estendendo a mão.
Ela o olhou friamente com a intenção de deixá-lo de lado. Ele
agarrou sua mão antes que ela pudesse agir.
— Deixe-me ir!
— Não até dançar comigo.
Embora muito mais jovem ele se parecia com seu irmão. Seu cabelo
era mais escuro sem um fio de cinza e seus olhos eram de um verde
musgo. Mas a forma de seu rosto a bela elevação de sua boca e o arco de
suas sobrancelhas eram as mesmas de Llywelyn.
Gwen ficou rígida recusando-se a se mover. Os outros dançarinos
esperaram e em vez de fazer uma cena ela concordou.
— Você é tão linda como sua mãe, Gwenllian.
— Obrigada.
Eles dançaram em silêncio. Podia sentir Dafydd observando-a.
Incapaz de suportar mais, ela disse:
— O que quer de mim?
— Alertá-la.
Só a pressão de sua mão a mantinha em movimento.
— Sobre o quê?
— Seu marido. Cuidado, Gwenllian. Tenha cuidado. Ele é um
homem perigoso.
— Gwalchddu, você quer dizer? Estou bem ciente disto. Mas por que
se importa?
— Por causa de Eurwen. Ela nunca teria aprovado o que Llywelyn
fez com você.
Ele já estava quase passando dos limites. Gwen olhou à frente.
— Não é da sua conta! Ele fez o que devia ser feito para preservar o
País de Gales.
A risada de Dafydd assustou-a.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Sim, é o que ele diz. Talvez ele tenha pensado a mesma coisa
quando mandou Eurwen embora.
Gwen parou. A dança terminara, mas ela não tinha notado. Ela
segurou sua mão.
— O que quer dizer, Dafydd? Do que está falando?
Ele se curvou e beijou sua mão.
— Obrigado por dançar comigo, Gwenllian.
E então ele se foi. Gwen começou a segui-lo mas foi parada por uma
parede de pessoas. Sempre lhe disseram que sua mãe abandonara a ela e
a seu pai escolhendo voltar para onde veio.
Homens sem rostos se aproximaram dela pedindo uma dança. Gwen
aceitou um por um. Sua mente girava. Dafydd ap Gruffydd era um
mentiroso e um traidor. Mas e se ele não estivesse mentindo desta vez?

— Aonde vai, Richard?


Richard voltou-se para o emaranhado de homens.
— Eu creio que já conseguiram manter-me longe da minha esposa o
suficiente, não é?
William de Valence riu. O rosto de Red Gilbert se torceu em um
sorriso de satisfação.
— Tenho certeza de que a compensará assim que a porta do
aposento nupcial se fechar.
— Sim, é provável que mantenham todos acordados com os gemidos
de prazer da moça soando pelo castelo até o amanhecer. Disse Henry de
Lacy, Conde de Lincoln e Salisbury.
O irmão de Edward, Edmund de Lancaster Derby e Leicester
carinhosamente chamado Crouchback14 olhou furtivamente para Eleanor
sentada fora do alcance dos ouvidos mas baixou a voz de qualquer
maneira.

14
Seu apelido, Crouchback (que significa cross-back – cruz nas costas), refere-se à sua participação na Nona Cruzada.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Pelo que ouvi Richard e Ned fornicaram em toda casa de
prostituição daqui até a Terra Santa. Ele vai desgastá-la muito antes do
amanhecer então passará às serviçais!
Os homens soltaram uma gargalhada. Gilbert deu um tapa nas
costas de Edmund forçando-o a cuspir o vinho que acabara de beber.
Edmund tossiu enxugando a boca na manga de veludo. Edward se
aproximou.
— O que há de tão engraçado, irmão?
Edmund olhou para cima tentou falar mas caiu em gargalhadas. Os
outros homens riram. Edmund deslizou do banco e foi parar no chão. Ele
olhou ao redor por um momento assustado então começou a rir
novamente.
— Cristo todo-poderoso, Edmund! É pela graça divina que não
nasceu primeiro — disse Edward revirando os olhos com desdém
zombeteiro.
Edmund piscou rindo.
— Amém, irmão. Eu não quero sua coroa por nada.
Edward se virou para Richard.
– Qual o motivo das gargalhadas?
Richard abaixou a voz.
— Ele estava narrando nossas façanhas nas melhores casas de
prazer da cristandade.
— Ah, parece que está chegando o momento de ir à cama então? A
conversa sempre parece mudar para o sexo quando as pessoas estão
ansiosas para prosseguir com as cerimônias — suas sobrancelhas se
uniram — Quem é este jovem galês com quem sua mulher está
conversando, Richard?
Richard virou-se para seguir o olhar de Edward. Eram os únicos
homens na sala que podiam ver sobre a multidão.
— Rhys ap Gawain — ele disse se movendo antes que Edward
pudesse responder.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— O Conde de Dunsmore tem muitos inimigos não é?
Anne deu um salto. Ela se virou para olhar para o recém-chegado.
Não gostava de ser assustada e não gostava de compartilhar suas ideias.
O homem passou os olhos pelo seu corpo então olhou para cima
novamente. Anne ficou rija. Ele era bonito com seu cabelo castanho
escuro, barba e seus olhos verdes. Não era alto não como Richard ou o rei,
mas era magro e forte.
— O que o faz pensar que sou sua inimiga?
— Está escrito em seu rosto minha querida. Você o odeia.
Ele andou por detrás dela. Anne ficou parada esperando. Seu
coração acelerou. Então sentiu a pressão de seu corpo contra suas costas
e sua respiração quente em seu ouvido.
— Abandonou-a não foi?
Anne ficou rígida, furiosa. Ela virou-se para encará-lo.
— Quem é você?
— Sua reação só confirmou isto — disse o estranho rindo —. Ele
pegou sua mão e a pressionou nos lábios.
— Dafydd ap Gruffydd, a seu serviço.
Anne sentiu uma onda de desejo ao seu toque e viu o olhar dele
respondendo ao desejo.
— Bem, bem um príncipe galês — ela disse.
— Talvez você queira dar uma volta comigo. Ouvi dizer que os
jardins são adoráveis à noite.
Anne retirou sua mão.
— Não há jardins, Alteza.
Dafydd sorriu. Ele era realmente apenas um lorde aqui na Inglaterra
desde que Edward reconhecera Llywelyn como o Príncipe de Gales mas ele
ainda era um príncipe de nascimento.
— Você não me disse seu nome — disse ele enquanto ela começava a
se afastar.
— Lady Anne Ashford.
— Ashford. Estou familiarizado com Ashford Hall. Talvez eu vá até
lá um dia.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Anne abaixou os cílios e lançou-lhe um olhar tímido depois se virou
e afastou-se. Dafydd ap Gruffydd. Mesmo que ela quisesse ficar e flertar
com ele já tinha outros planos para a noite.

— Você deveria me ajudar, Rhys! — suplicou Gwen.


Os olhos de Rhys brilharam.
— Eu não vou ajudá-la a encontrar Dafydd. Ele é um traidor do
nosso povo!
— Isso é realmente irônico! Você me entrega nas garras de Black
Hawk de Claiborne mas não vai me ajudar a encontrar Dafydd?
Ela estava procurando seu tio desde que havia conseguido escapar
da dança mas ele estava longe de ser encontrado. Rhys segurou-lhe os
ombros.
— Eu não teria lhe trazido se tivesse me pedido para fazer isso! Eu
teria levado você embora e para o inferno o resto.
Gwen o sacudiu com raiva.
— Tudo bem se não vai me ajudar eu vou sozinha!
— Se sair do salão eu a seguirei. E seu marido vai pensar que
estamos tendo um caso.
Os olhos de Gwen se arregalaram.
— Você não faria isso!
— Eu faria. Ele já pensa que somos amantes. Como acha que ele vai
reagir sabendo que saiu comigo no dia do seu casamento?
O queixo de Gwen tremeu mas nenhum som saiu. Como ele ousava!
Depois de tudo o que fizera para impedir que Richard o matasse era assim
que ele pagava a ela. Sua mão se espatifou em sua bochecha. Ele olhou
para ela sem fala. O vermelho floresceu onde ela o tinha esbofeteado e
Gwen ficou instantaneamente arrependida.
— Oh, Rhys, me desculpe — disse ela acariciando sua bochecha.
Sua expressão se suavizou e ele cobriu sua mão com a dele.
— Isso não machuca nem metade do que machuca saber que estará
nos braços dele esta noite quando deveria ser minha.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele beijou sua mão então a soltou. Gwen mordeu seus lábios
trêmulos.
— Você foi o melhor amigo que eu já tive! — disse ela jogando seus
braços ao redor de seu pescoço — Eu sempre vou lhe amar por isto.
Ele a abraçou forte esfregando o rosto em seu cabelo.
— Vá antes que ele a veja — disse Rhys suavemente embora seus
braços a apertassem por um segundo.
Gwen deu um rápido beijo em sua boca,depois se virou e se afastou.
Ela esfregou as costas de sua mão em seus olhos soltando um grito
quando colidiu com algo sólido. Ela tropeçou para trás ofegando. Richard
estendeu a mão. Ela lançou um rápido olhar sobre seu ombro. Rhys se
fora. Sua mão tremeu quando ela a colocou na de Richard. Ele levou-a ao
estrado e acenou para o Rei.
— Está na hora de ir à cama! — Edward anunciou.
A multidão aplaudiu. Gwen caiu de encontro ao marido. Só os dois
sabiam que era ele quem a mantinha de pé.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Capítulo 11
— Beba isso querida disse a rainha Eleanor colocando uma taça de
vinho temperado na mão gelada de Gwen antes de dispensar o criado.
— Obrigada, Majestade.
Estava quase na hora. Gwen olhou para a cama gigantesca as
cortinas de veludo abertas a roupa de cama dobrada e coberta de pétalas
de rosa. Pétalas de rosa! Onde diabos eles as tinham conseguido nesta
época do ano?
Um pedaço de lenha crepitou na lareira o cheiro perfumado de ervas
se entrelaçando com a fumaça. Gwen achou que cheirava a alecrim e
hortelã. Ela respirou fundo tentando manter sua mente em qualquer coisa
exceto no que estava prestes a acontecer. Não estava funcionando.
Ela não conseguia pensar em Rhys ou Dafydd, apenas Richard e o
olhar em seu rosto quando ele a encontrara. Ela não conseguia superar a
sensação de que ele a vira junto a Rhys. Seus olhos tinham um brilho
desafiador. Ela quase sentiu que ele estava desafiando-a.
Eleanor deslizou para uma cadeira e afundou-se nela graciosamente.
Mesmo na fase avançada da gravidez, ela era elegante.
— Você deve beber tudo. A primeira vez é melhor se você estiver
relaxada.
Outras vozes subiram concordando rapidamente com a rainha.
Gwen olhou para os rostos das senhoras que se ofereceram para prepará-
la para a cama. Estas esposas dos barões de Edward somente haviam sido
apresentadas a ela hoje. Havia tantas pessoas presentes ao casamento que
ela sabia não ter visto nem um terço delas.
Deus, como queria que Elinor estivesse aqui!
— Bem senhoras vamos preparar esta linda noiva para o marido —
disse Catherine de Lacy, batendo palmas com impaciência — Ela tirou o
manto de Gwen e o entregou a Alys.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Gwen reprimiu um sorriso. O rosto de Alys estava mais vermelho do
que o normal, com o queixo tremendo. Gwen sabia que estas senhoras
bem-nascidas estavam se intrometendo no trabalho de Alys. A velha
sacudiu a capa depois se retirou para a antecâmara para pendurá-la.
Mary de Clare esposa do conde de Gloucester, tirou a tiara da
cabeça de Gwen e então começou a remodelar delicadamente os cachos
que haviam soltado. Mary parecia um pouco tímida e Gwen supôs que não
era muito mais velha do que ela.
— Você tem um cabelo glorioso, Lady Gwenllian — disse Mary com
uma voz tão suave que Gwen mal a ouviu.
— Obrigada, Lady Mary.
Catherine despiu Gwen de sua túnica.
— É estranho pensar em Richard de Claiborne casado mais uma vez.
Faz tantos anos que Elizabeth morreu que eu tinha certeza de que ele
ficaria solteiro. Certamente ele se divertiu muito corrompendo mulheres
casadas. Já era tempo de Edward forçá-lo a tomar outra esposa!
Margaret de Valence riu. Mary corou. Eleanor ficou vermelha.
— Catherine não deveria falar assim na frente da nova noiva do
conde!
Catherine piscou.
— Oh! Perdoe-me, Lady Gwenllian. Às vezes eu não penso. Henry
sempre me diz que eu deveria pensar antes de falar mas nunca consigo
fazê-lo.
O coração de Gwen parou. Richard fora casado? Nenhuma das
histórias que já ouvira mencionava isto. Ele tinha amado sua esposa? O
que acontecera com ela?
— Está perdoada, Lady Catherine. Estou bem ciente que meu
marido tem uma reputação. Nosso casamento foi feito por razões políticas
e não por amor.
Catherine sorriu.
— Sim, mas isso não significa que não possa desfrutar dos prazeres
que ele pode lhe dar esta noite.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Não a engane Catherine. A primeira vez geralmente não é tão
agradável. A segunda é muito melhor — disse Margaret — Você não
concorda, Mary?
Mary gaguejou sua concordância seu rosto ficando pálido. Suas
mãos tremiam enquanto ela torcia um cacho no lugar. Ninguém havia
notado o desconforto de Mary mas Gwen compreendeu com arrepiante
clareza.
A vida com o ruivo Conde de Gloucester não era agradável. Ele era
um homem grande tão alto como largo e Mary era minúscula em
comparação a ele. Ele provavelmente a arrebatava brutalmente.
Gwen estremeceu. Meu Deus, Richard era muito maior que ela. E ela
o irritara muito desde que chegara. Será que ele iria machucá-la como
Gloucester machucava Mary?
— Termine seu vinho Gwenllian e a primeira vez não será tão
desagradável como estas senhoras querem que acredite — disse Eleanor —
Eu tinha apenas treze anos quando Edward me levou a cama pela primeira
vez embora estivéssemos casados desde que eu tinha dez anos e bebemos
vinho até estarmos atordoados. Não foi nada desagradável.
Margaret falou primeiro.
— Sabemos que o rei nunca lhe desagradou, Majestade. Quantas
crianças são agora?
— Doze — Eleanor disse acariciando sua barriga seus olhos
perdendo um pouco do seu brilho — Embora apenas metade dos meus
bebês tenha sobrevivido.
— Deus lhe conceda um filho desta vez, Majestade — disse Mary.
Gwen, Catherine e Margaret falaram como uma.
— Amém.
Eleanor enxugou uma lágrima e logo se levantou.
— Você é tão linda como uma noiva deve ser Gwenllian. Senhoras
tirem a camisa dela.
O pânico apoderou-se de Gwen enquanto tiravam a roupa de seu
corpo. O ar frio acariciava sua pele o arrepio aumentando onde ele tocava.
Logo, Richard a tocaria. Isso a fez estremecer ainda mais.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Margaret a espanou com pó perfumado enquanto Catherine a
lambuzava com perfume. Por fim elas deslizaram uma camisola de lã sobre
seu corpo nu.
— Leve-a até o fim da cama. Catherine, Margaret, estejam prontas
para tirar a camisola. Mary você fica perto da porta disse Eleanor,
acenando com a mão — Quando todas estavam no lugar ela virou-se para
Alys que segurava uma panela de cabo longo: — Por favor aqueça os
lençóis Alys.
Alys assentiu e pegou um conjunto de pinças. Ela selecionou
algumas brasas brilhantes da lareira e as colocou na panela. Gwen
respirou lentamente firmemente. Seu coração acelerou. Por antecipação?
Por medo? Talvez fosse ambos.
As vozes dos homens se esvaíam a princípio ficando cada vez mais
altas a cada segundo que passava. Eles estavam nas escadas se
aproximando cada vez mais. Suas vozes aumentaram tornando-se mais
distintas, mais individuais.
Eleanor pegou a taça assentindo com satisfação quando a encontrou
vazia.
— Não tenha medo minha querida. Mantenha sua cabeça erguida. A
inspeção demorará apenas um momento e depois vamos colocá-la na
cama. Receio que tenha que aguentar ouvir suas piadas grosseiras por um
curto tempo mas estou certa de que Richard irá expulsá-los rapidamente.
Gwen devolveu o sorriso da rainha e respirou fundo. Ela poderia
lidar com isso. Era a filha de Llywelyn ap Gruffydd.

— Quero acabar com isso rapidamente, Ned — grunhiu Richard ao


ouvido do rei.
— Paciência, Richard. Você terá a moça em breve. Que esses homens
se divirtam.
Edmund e Gilbert chegaram primeiro ao aposento e bateram na
porta de madeira. Quando não abriu imediatamente os homens na parte
traseira da festa começaram a gritar para que se abrisse. Em pouco tempo

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


o grupo estava dando sugestões que iam desde penetrá-la fortemente até
lentamente.
Richard rangeu os dentes. Ele nunca gostara dessas malditas
cerimônias embora reconhecesse a necessidade delas. Como se
certificariam de que a noiva e o noivo estavam livres de falhas? Mas
sempre parecia que a pobre noiva era a que mais sofria com as
observações e o mau comportamento de tantos homens bêbados.
Ele não estava com disposição para isto hoje a noite. Estava no
limite de seu controle. Ver sua esposa com seu amante tinha desgastado
acabado com seu humor. Ele tinha reprimido o desejo de interromper o
encontro de amantes, interceptando Gwen quando ela se afastara
apressada. Imediatamente a puxara para o estrado e assinalara ao rei que
anunciasse que era hora de ir à cama. Quanto mais cedo ele estivesse a
sós com ela melhor.
Enquanto as damas saíam do salão para prepará-la Edmund e
Henry de Lacy o haviam servido com bebida pensando que seria engraçado
vê-lo desmaiar na noite de núpcias. Ele só bebera metade do que lhe
deram derramando o resto nos juncos.
O vinho havia apenas alimentado sua raiva até ao ponto de explodir.
Ele não se lembrava de nenhuma conversa nenhum dos comentários
desagradáveis dos nobres.
A porta se abriu. Mary de Clare empalideceu quando viu seu marido
na sua frente. Richard sentiu pena da pequena mulher. Ele sabia que
Gilbert era duro com ela. Edward sabia também mas não havia nada a ser
feito sobre isso. A esposa de um homem era sua propriedade e ele poderia
tratá-la como achasse conveniente.
Mary deu um passo para trás para permitir que os homens
entrassem. Richard foi empurrado primeiro Edmund e Gilbert em seus
calcanhares.
— Milordes — disse a rainha apontando a cama.
Mas Richard já estava olhando. Ele olhou no rosto de Gwen,
procurando por medo por desprezo. Seus gloriosos olhos brilhavam mas
ela levantou seu queixo. Se ela estava com medo ela o escondera bem.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Mãos estavam sobre ele de repente removendo suas roupas. Ele não
resistiu não ajudou, meramente ficou de pé. Quando eles iam despir suas
calças15 e calções16 os parou com uma mão erguida ignorando os protestos
que surgiram.
Gwen devolveu seu olhar quente. A partir do momento em que seu
peito largo ficara descoberto ela não conseguira desviar o olhar. Algumas
cicatrizes atravessavam seus fortes músculos testemunho silencioso de
uma vida empunhando uma espada. Cabelos negros se espalhavam pelo
peito dele afunilando-se para desaparecer sob a cintura da calça que
rodeava seus quadris estreitos.
Quando seus olhares se encontraram outra vez seus olhos estavam
em chamas. Mas era desejo ou raiva? Seu coração bateu mais rápido.
Catherine e Margaret agarraram as bordas da camisa e a tiraram do
corpo de Gwen. Vozes erguidas em alegria se transformaram em um
murmúrio e depois silenciaram completamente.
Gwen lutou para permanecer quieta. Ela sabia que os outros
também olhavam fixamente mas ela só tinha olhos para Richard. A
intensidade de seu olhar o escurecimento de seus olhos de ardósia a
estanho a tensão esticada de seus músculos faziam seus joelhos
enfraquecerem.
Ele deu um passo à frente. Eleanor ergueu a mão.
— Você encontra alguma falha, milorde?
Ele parou e engoliu em seco.
— Não. — Foi a resposta rouca.
— E você, milady? — Eleanor perguntou, virando-se para Gwen.
Meu Deus, como se ela soubesse o que ela deveria estar procurando!
— Não. — Ela respondeu com voz trêmula.
Eleanor acenou com a cabeça para as senhoras. Colocaram Gwen na
cama com uma vela acesa em um dos nichos da cabeceira e fecharam as
cortinas.

15
Chausses, no original, é uma roupa medieval apertada, que cobre os pés e as pernas, geralmente feita de cota de malha,
utilizida com armaduras.

16
Braies, no original, é uma roupa de baixo usada na Europa medieval.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Richard não prestou atenção enquanto as senhoras saíam. Seus
pensamentos eram apenas para a mulher esperando por ele. Seu único
vislumbre dela há duas noites tinha sido tão breve que ele tinha começado
a se perguntar se ele tinha imaginado a seda cremosa de sua pele a
inclinação de seus seios as coroas rosadas de seus mamilos.
Parecia que ele esperara por esta noite durante quatro anos e de
repente estava impaciente por seguir em frente. Exasperado ele virou-se
apenas escutando as piadas desprezíveis que estavam pelo ar. Como
domar uma selvagem potra galesa e como cultivar um campo maduro era
apenas um par das sugestões oferecidas.
Richard cerrou a mandíbula encontrando o olhar de Edward. Um
canto da boca de Edward se curvou. Ele ergueu a taça, pedindo silêncio.
— Milordes parece que o nosso muito amado Conde de Dunsmore
está impaciente para cuidar de sua noiva então vamos beber ao seu
sucesso e partir!
— Ouça! Ouça! — disseram levantando as bebidas como um só.
— Dunsmore, você é pior do que um carneiro no cio! Não que eu o
desculpe depois do que acabamos de testemunhar. — Red Gilbert deu
palmada em suas costas rindo.
— Fora. — A voz de Richard era dura com uma fúria controlada —.
Agora.
Todos olharam para ele. Edward limpou a garganta quebrando o
silêncio.
— Creio milordes que esta é a primeira vez que um rei da Inglaterra
foi dispensado por um vassalo! Ah, mas se eu não tivesse visto o lindo
prêmio esperando por ele talvez eu estivesse com raiva. Assim sendo não
posso achar ruim sua ordem. — Edward sorriu fazendo sinal aos homens
em direção à porta. Eles resmungaram sobre o final da diversão antes que
ela houvesse começado mas saíram pacificamente.
Quando Edward era o único que sobrara ele piscou para Richard.
— Tente dormir um pouco esta noite, hein?
Richard sorriu de repente.
— Como me ordenar, assim eu o farei.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Edward devolveu o sorriso desaparecendo depois dos outros.
Richard trancou a porta. Sabia por casamentos passados que os homens
se deleitavam em invadir o aposento de casais que haviam se esquecido de
bloquear a entrada.
Agora que ele estava sozinho com Gwen a raiva que ele estava
segurando se transformou em prazer. Caminhou até a cama e abriu as
cortinas.
Gwen ofegou. A luz dourada do fogo lambeu seu imenso corpo
acariciando as cristas e as cavidades dos músculos firmes. O pulso dela
disparou. O rosto dele estava lívido.
Ele estava na cama em um instante agarrando seus braços.
— Na Inglaterra um homem pode bater em sua esposa por menos do
que fez comigo hoje à noite.
Seus olhos brilhavam friamente. Gwen já não se importava com o
que acontecera. Ele nem a conhecia apenas fazia suposições baseadas em
sua própria mente limitada. Ela não iria mais aceitar suas provocações.
— Faça isso então!
Os olhos dele se arregalaram. Um grunhido subiu em sua garganta.
Irritada além da razão ela gritou: — O que está esperando milorde?
Faça!
Ele a soltou e ela se preparou para o golpe que não veio. Deixou a
cama parou para tirar os calçados caminhou até a mesa e serviu um
pouco de vinho.
Gwen o olhava atentamente. Ela não conseguia conter-se. Nunca
tinha visto o corpo de um homem despido antes nunca soubera que
alguém pudesse ser tão bonito. Suas calças desciam em seus quadris
estreitos escondendo sua parte inferior e sua masculinidade.
Ela queria vê-lo e ao mesmo tempo não queria. Ela levantou o olhar.
Quando ele virou-se para encará-la novamente ela suspirou. Ele era
flexível e gracioso um leão perseguindo sua presa e ela percebeu naquele
momento quão sortuda era de não ter apanhado.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Você chega perigosamente perto do limite querida — disse ele —
mas hoje a noite eu posso pensar em coisas melhores para fazer do que
bater em você.
Ele bateu o copo. Ele a desejava desde o primeiro dia em que a vira.
Ele não se negaria mais. Mas ele devia ter cuidado. Afinal ela poderia estar
carregando o filho de seu amante. Ele não iria derramar sua semente nela
até ter certeza de que não estivesse.
Não se deitaria com uma virgem. Primeiro ele faria amor com ela
como uma tempestade sobre o Mar da Irlanda e juntos explorariam lugares
inexplorados. E quando as coisas se acalmassem ele começaria novamente
lentamente despertando seu corpo às sensações que nunca experimentara
com um homem tão jovem e imaturo como Rhys ap Gawain.
Richard tirou as calças rangendo os dentes quando ela se virou em
um ato de rejeição silenciosa. Todas as mulheres que ele levara à cama
sempre quiseram ver sua masculinidade, tocá-lo sentir sua grandiosidade
em suas mãos antes que ele as preenchesse. Bem ele iria derreter suas
defesas em breve e então ela imploraria por isto.
Seu sangue subiu a cabeça quando a alcançou. Ela ficou firme e ele
perdeu o controle. Ele levou sua boca a dela. Ela já o quisera antes. Ele a
faria querer de novo.
Perversamente ela começou a lutar empurrando-o puxando seu
cabelo se torcendo sob ele enquanto seu peso a pressionava carne
queimando carne. Richard achou isso estranhamente emocionante. Ela
estava desafiando-o, tentando negar a atração que queimava como uma
chama entre eles. Ele jurou que ela imploraria por prazer antes dele
chegar ao ápice.
— Vá em frente e brigue comigo esposa pois não fará diferença — ele
sussurrou contra seus lábios — Uma vez que você for minha nunca mais
vai querer um garoto imaturo como Rhys ap Gawain.
— Não! Ele não é meu amante!
— Ele nunca mais voltará a ser — disse Richard fervorosamente.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ela se acalmou seus olhos se arregalaram quando sua rígida
extensão pressionou contra seu abdômen. Ela ofegou e começou a lutar
com mais fúria do que antes.
— Não!
— Oh, sim minha querida — disse Richard com voz rouca. Ele forçou
as pernas se acomodando entre elas.
Arfando de seus esforços ela parou de lutar. Lágrimas brilhantes se
formaram em seus olhos verde-dourados.
Richard quase parou. Se aproximou mas havia ido longe demais. Ele
a queria muito e por muito tempo para parar agora. Além disso esqueceria
tudo sobre Rhys uma vez que estivesse dentro dela acariciando seu secreto
lugar feminino.
Ele afagou seus cabelos e beijou seu pescoço. Ele iria entrar nela
devagar até que ela implorasse para que ele colocasse seu comprimento
inteiro dentro dela. E se queimariam de tanto desejo.
Ele pressionou contra sua entrada. Estava incrivelmente apertada e
ele estremeceu. Ele se controlou. Sua necessidade era grande e estava
perigosamente perto de empurrar até o fundo. Ela estremeceu debaixo dele
e ele sentiu uma onda de triunfo. Sua noiva galesa estava tão afetada
quanto ele pela união de seus corpos mesmo não admitindo.
Ele apertou os lábios na orelha dela murmurou em galês palavras de
ânimo engolindo em seco enquanto deslizava em suas curvas. Tão
apertada.
— Abra para mim, Gwen — disse ele em um sussurro rouco. Ela era
tão pequena que ele temia que pudesse machucá-la.
— Eu não sei o que quer dizer — ela respondeu.
— Meu Deus não me provoque agora mulher! — ele empurrou ainda
mais fundo então congelou — Oh, meu Deus! — ele gemeu. Não podia
ser... não podia ser!
Richard rolou para fora dela sua mente tentava se ajustar a esta
revelação surpreendente. Não havia como confundir a barreira que
encontrara. Sua esposa não era nenhuma prostituta.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Eu disse que era um grande bruto! — Ela correu para ele
arranhando, batendo. Com um rápido movimento ele agarrou seus braços
para o lado e pressionou-os sobre suas costas.
O lençol se emaranhou enlaçando-se em seu corpo e separando-os
por um feixe fino de linho. A respiração dela parou com um soluço. Ela
não estava tremendo de desejo ela estava tremendo de medo! Jesus ele não
era melhor do que homens como Gloucester!
Ele queria abraçá-la e confortá-la fazer tudo certo dessa vez.
— Eu não sabia. Eu pensei...
— Eu sei o que pensou seu bastardo Inglês! Eu odeio você! — ela
disse em lágrimas.
Richard se encolheu. Ele merecia seu ódio e muito mais pelos
insultos que lhe tinha dirigido. Recusara-se a vê-la além de uma prostituta
desde que soube que era a filha de Llywelyn. Não, isso também não era
verdade. Ele a considerara como uma libertina no instante em que ele
tirara seu capuz nos estábulos do Castelo de Rhuddlan.
Seu lábio inferior estremeceu e ele não conseguiu parar de beijá-la
mais uma vez. Ele a persuadiu a separar seus lábios deslizando sua língua
sobre eles levemente. Ele queria tranquilizá-la provar que podia ser gentil.
Mas beijá-la mesmo que com ternura foi suficiente para excitá-lo
novamente. Quando ela o sentiu sacudiu-se como um coelho tentando
escapar de uma raposa.
— Por favor milorde por favor, não me machuque — ela disse
apressadamente.
Richard ergueu a cabeça. Seus olhos estavam arregalados suas
profundezas eram uma mistura de medo e ódio. Com um suspiro ele
enterrou o rosto contra seu pescoço respirando profundamente seu doce
perfume.
— Eu não vou lhe machucar — ele disse firmemente. E então a
deixou ir.
Deslizando em suas roupas ele foi surpreendido por uma alegria
primitiva porque ela não conhecera outro homem. E ele como um animal
enlouquecido quase a estuprara. Isso deixou um sabor amargo em sua

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


boca. Ele nunca tinha forçado suas atenções sobre uma mulher antes
nunca havia precisado.
Voltando para a cama Richard empurrou o lençol para trás e puxou
a adaga. Ele correu a lâmina finamente afiada em toda a parte inferior de
seu antebraço. Gwen ofegou.
— O que você está fazendo?
— Deve haver sangue nos lençóis amanhã.
— Mas ... — Ela olhou para cima com olhos indagadores.
— Eu a tratei tão mal esta noite. Eu não vou tocá-la novamente até
que deseje. — Disse apertando seu punho segurou seu braço sobre o linho
até que algumas gotas caíram em seguida limpou a ferida em sua túnica.
— Durma bem, Princesa.
Ele abriu a porta e pediu a Alys.
— Tranque atrás de você.
Ele esperou até ouvir o ferrolho deslizar no lugar antes de se mover.

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Capítulo 12
Alys entrou correndo no aposento.
— O que aconteceu? Você não esteve aqui tempo suficiente para... —
ela parou quando olhou para Gwen.
— Eu não quero falar sobre isso, Alys — Gwen disse calmamente.
— Ele lhe machucou, criança?
— Não. Deixe-me. Por favor.
Alys suspirou e recolheu os cobertores depois voltou para a sua
cama na antecâmara.
Gwen olhou para as gotas vermelhas que manchavam o lençol. Devia
ter sido seu sangue mas era o dele. Ela endireitou as cobertas e afundou
de volta nos travesseiros. Sentia-se estranhamente vazia por dentro. O
sono demoraria muito.

Richard não sabia para onde estava indo até chegar à porta que
levava às ameias. Uma caminhada no ar frio lhe faria bem. Encontrava-se
sozinho nas muralhas do castelo os guardas provavelmente estavam em
algum canto comendo e bebendo.
Richard encostou-se em um merlão17, apoiando o pé em uma ameia
aberta. As luzes brilhavam na cidade. Ainda se ouvia a algazarra dos
convidados. A celebração, sua celebração estava em pleno andamento no
Grande Salão bem abaixo.
Como diabos pudera estar tão errado sobre ela? Sua mão se desviou
para o punho de sua espada e acariciou-o por hábito. A arma era uma
parte dele como sua própria alma a necessidade de carregá-la vinha dos
anos passados nas imensas terras fronteiriças.

17
Merlão (do francês merlon), em arquitetura militar, é a parte saliente do parapeito de uma fortificação, entre duas
seteiras ou ameias.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele praguejou. Seu instinto lhe dissera que ela era intocada quando
fora até a sua câmara há duas noites mas ele o havia ignorado. Ela era a
filha de Llywelyn pelo amor de Deus! Deveria ser imoral!
Ela poderia estar flertando com Ned embora duvidasse. O rei não
podia resistir a uma bela mulher. Richard deveria ter sabido quem estava
seduzindo quem mas estava muito cego pela raiva disposto a acreditar no
pior sobre sua noiva galesa.
Ele encostou-se à parede doente por seus próprios equívocos. Ela o
odiava e ele merecia.
A noite passava as gargalhadas e a música gradualmente
desapareciam. Ele ouviu o barulho dos cascos dos cavalos no pátio
enquanto alguns dos convidados saíam para suas acomodações na cidade.
Muitos ficariam deitados no salão abaixo. Outros os mais importantes,
teriam seus próprios aposentos.
O castelo estava em silêncio absoluto quando Richard finalmente
decidiu mover-se. Não fazia idéia de quanto tempo estivera ali mas ele
inclinou a cabeça para trás e riu. Soou muito alto porque era o único som
naquele ar gelado.
Que diabos estava acontecendo com ele? Sua esposa era virgem! Ele
ia ser o primeiro e o último. Deveria estar celebrando sua boa sorte não
amuado nas sombras como um gato.
Mas primeiro ele deveria fazer essa noite ser dela. Ela o desejava.
Isto estava muito claro no modo como tinha reagido a ele no passado. Sua
virilha se comprimiu. Ele a seduziria lentamente deliciosamente, até que
ela não pudesse resistir.
Ele riu. Não iria levar muito tempo. Ele era muito hábil na arte da
sedução.
Ela não teria chance.
Ele abriu caminho pelo castelo indo para a câmara. Alguém se
moveu na passagem a frente. Ele parou puxando a adaga. A lâmina
brilhou sob a luz das tochas. Ele encolheu-se em uma sombra e esperou.
Logo surgiu uma cabeça loira. Ele suspirou e embainhou a adaga
entrando na luz mais uma vez.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Jesus, Richard! O que diabos você está fazendo aqui?
— Posso perguntar o mesmo de você, Ned.
Edward olhou para a porta ao lado deles.
— Já cansado de sua nova esposa? Encontre uma serva.
Edward bateu na porta. Uma mulher de cabelos claros respondeu.
— Majestade — suspirou abrindo a porta para recebê-lo.
Quando Edward estava dentro da câmara ela varreu Richard com
um olhar familiar.
— Então a bruxinha não valeu a espera depois de tudo? É uma
pena...
— Anne! — disse Edward impaciente atrás dela. Ela sorriu e fechou
a porta.

Gwen dormiu mal como ela sabia que faria. Ela acordara várias
vezes após o que parecia ser apenas minutos. Richard não voltara.
Finalmente ela se levantou e vestiu o robe.
O fogo havia queimado até que apenas um suave brilho
permanecera. Alys roncava no seu palete na antecâmara. Gwen atravessou
a câmara até uma das cadeiras e sentou-se.
Ela sabia onde Richard estava. Ele tinha encontrado outra cama
uma com uma mulher acolhedora. Ela torceu uma mecha de cabelo.
Bem não era como se ela se importasse. O bastardo quase a
estuprara. Ela estava feliz por ele ter ido embora.
Mas não conseguia parar de pensar nele. Sua beleza masculina
quase a deixara sem fôlego. Ela quase desejou ter visto seu misterioso
órgão masculino mas estava muito assustada para olhar para ele quando
ele removera suas calças. Nem queria pensar onde ele já havia colocado
sua arma masculina.
Era irritante na verdade. Por que não se sentira tão bem com este
pensamento naquele momento quanto agora?

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ela não esperava que ele parasse como o fez. Black Hawk de
Claiborne era um homem cruel. Ele não deveria ter parado. Jesus seria
mais fácil odiá-lo se não tivesse interrompido o ato!
Uma batida suave veio da porta. Gwen caminhou até a entrada. Alys
não a teria ouvido.
Ela deslizou o trinco da fechadura em seguida abriu a porta
lentamente. Richard entrou e a fechou atrás dele. Ela mal podia vê-lo na
antecâmara escura. Sua silhueta parecia apenas uma sombra na noite
sem forma um demônio que veio para assombrá-la. Seu pior pesadelo.
Alys bufou.
Gwen deu um pulo quase gritando.
A velha tossiu depois virou-se em seu palete obviamente para
retornar aos seus sonhos. Gwen apertou sua mão contra o peito.
— Você deveria ter perguntado quem era — ele resmungou.
Gwen se arrepiou.
— Quem mais estaria entrando furtivamente neste aposento nas
primeiras horas da manhã?
Ele sentou-se em uma cadeira depois serviu vinho da jarra à mesa.
Gwen parou diante da antecâmara sem saber o que fazer a seguir.
Ele a observou por alguns momentos.
— O que você está fazendo fora da cama?
— Eu não pude dormir.
— Venha aqui.
Gwen hesitou.
— Eu não vou lhe machucar — ele disse suavemente.
Quando começou a andar um fraco cheiro de manjerona saiu de
seus pés. Ela parou na frente dela. Ele a puxou para seu colo enfiando-a
na curva de seu braço antes de pousar seu manto em volta dela.
— Está muito frio para você sair da cama.
— Não tenho frio milorde.
— Richard.
— Richard — repetiu ela. Na verdade o calor que ele lhe deu foi bem-
vindo. Discretamente ela se aconchegou mais.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Beba um pouco de vinho. Irá lhe aquecer — disse ele erguendo a
taça para os lábios dela. Ela bebeu um gole olhando-o por cima da borda.
Ela viu o brilho de paixão em seus olhos sentindo-o endurecer-se em
suas costas. Gwen afastou o vinho e tentou sair de seu colo. Ele envolveu
seu braço em torno dela segurando-a mais forte.
— Eu não posso evitar que meu corpo reaja ao seu assim como o sol
não pode evitar nascer e se pôr. Eu lhe dei a minha palavra de que não lhe
tocaria. Só fique um pouco sentada que isso vai passar eu prometo.
Gwen acalmou-se. De certa forma a emocionava saber que ela
causava tal reação nele.
— Onde esteve a noite toda milorde?
Ele procurou seu rosto.
— Onde você acha que eu estive?
Gwen mordeu seu lábio. Ela não deveria ter perguntado. Agora ele
pensaria que ela se importava com o que ele fazia.
— Acredito que provavelmente com sua amante — ela disse
soberbamente.
Ele deu um sorriso suave.
— Com ciúmes? — seus olhos prateados pareciam fumaça na luz
fraca da câmara.
— Não, claro que não!
— Não acredito em você Gwen.
Gwen virou a cabeça para escapar do seu olhar. Era tão irritante!
Ele colocou um dedo sob seu queixo e puxou-a para trás.
— Não estou com ciúmes — repetiu com firmeza.
— Você não teria perguntado se não estivesse. As mulheres sempre
querem saber exatamente onde é que um homem tem estado quando se
importam muito com o lugar onde ele esteve.
— Eu não sei do que você está falando. Eu não estou…
— Quero beijá-la — a interrompeu pondo o vinho sobre a mesa —
Você irá deixar?
Gwen abaixou os cílios. Ela devia dizer-lhe que não.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Sim — ela disse calmamente erguendo os olhos para ele mais
uma vez. Seu coração começou a bater acelerado. Sim e que Deus a
ajudasse ela queria ser beijada.
A expressão dele era indecifrável. Lentamente sua cabeça se
aproximou. Gwen fechou os olhos. Angustiantes segundos se passaram.
Seus lábios roçaram os dela.
Ela esperou esperando mais querendo mais.
Ele não voltou.
Ela abriu os olhos relutantemente.
— Por que parou? — ela perguntou com um toque ofegante.
— Você não disse que eu poderia continuar.
— Oh!
— Você gostaria que eu lhe beijasse novamente?
— Sim.
Ele a beijou mais intensamente longamente. Seu coração batia forte.
Ele parou e beijou seu queixo.
— Outra vez? — ele sussurrou.
— Sim. — Este jogo estava aquecendo seu corpo. A parte lógica de
seu cérebro estava tentando dizer ao restante que isso era uma loucura
que ela estava brincando com um fogo que ameaçava ficar fora de controle
e consumí-la.
Sua boca tornou-se mais exigente. Sua língua acariciou seu lábio
inferior. Ele parou.
— Novamente?
— Sim — ela gemeu incapaz de suportar a tortura por mais tempo,
ignorando os sinais de alerta em sua mente.
Sua boca se aproximou novamente. Ela separou seus lábios e sua
língua escorregou para dentro. Ele estremeceu. Sua virilidade veio à vida
batendo insistentemente contra ela. Gwen se moveu parte por nervosismo
parte por curiosidade.
Ele gemeu beijando-a com mais intensidade mais profundamente.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ela lhe abraçou o pescoço. Suas línguas se encontraram acariciaram
fundiram. Só quando pensou que o fogo a consumiria ele parou. Ele beijou
a pulsação martelando em sua garganta.
— Eu não posso continuar beijando você — ele disse firmemente.
Gwen mordeu o interior de sua bochecha. Ela não tinha certeza se
queria que isso acabasse ainda.
— Por que não?
Seu membro saltou embaixo dela.
— É por isso. Estou a um passo de quebrar minha promessa.
Mãe de Deus, ela o queria! Mas ela não cederia tão facilmente
porque era exatamente o que ele esperava. Qual eram os contos?
Sacrificando virgens no altar de sua masculinidade. Gwen respirou fundo.
Ela nunca faria as coisas que ele esperava.
— Talvez você esteja certo, então.
Seus olhos se estreitaram por um segundo então ele suspirou.
— Está quase amanhecendo, Gwen. Devemos ir para a cama antes
que as mulheres venham examinar os lençóis.
— Nós?
— Sim, nós querida. Não se preocupe a única coisa que vou fazer é
dormir.
Sim, ele precisava dormir pois havia passado a noite toda fora na
cama de outra mulher. Não que ela se importasse é claro.
Ele se levantou com ela ainda nos braços e a levou para a cama. Ela
esperou até estar debaixo das cobertas antes de tirar o robe e colocá-lo
debaixo do travesseiro.
Os olhos de Richard brilharam quando começou a se despir. Gwen
observou-o ofegante, e depois se virou no último segundo, ruborizando
com seu discreto sorriso.
O colchão se moveu quando seu peso afundou nele. Gwen teve que
se segurar para não rolar até ele. Sua pele se arrepiou com sua
proximidade. Ela realmente podia sentí-lo respirar!
E então ela o sentiu por trás. Seu corpo não tocava o dela mas
estava perto o suficiente para que seu calor a aquecesse de qualquer

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


maneira. Ela sufocou um suspiro quando seus lábios tocaram seu ombro.
Seus dedos traçaram uma trilha de fogo passando por seu ombro a curva
da cintura o alargamento do quadril até a coxa. Gwen sentiu um tremor de
excitação sobre ela.
— Boa noite, Princesa — ele murmurou em seu ouvido. Então virou-
se de lado e logo adormeceu.
Por um tempo Gwen não pensou que ela seria capaz de fazer o
mesmo. Seu corpo estava em chamas. Seus seios formigavam e a umidade
entre suas coxas pulsava. Passou-se muito tempo antes que o som de sua
respiração a envolvesse em um sono que foi perturbado por sonhos de que
ele a tocava nestes lugares que queimavam por ele.

Gwen acordou ainda enclausurada na semi escuridão de sua cama


que tinha as cortinas fechadas. Um pedaço de luz atravessava uma
abertura estreita acariciando o corpo de Richard da cintura para baixo. Ela
esperou mas ele não se moveu.
Era estranho acordar ao lado de um homem. Ele estava deitado de
costas um joelho dobrado para o lado sua cabeça virada para longe dela.
Ela podia sentir o calor vindo de seu corpo e ela desejava aconchegar-se ao
lado dele. Ela queria ver como ele se parecia e como era a sensação de
tocá-lo.
A curiosidade começou a lhe corroer quanto mais ela ficava ali.
Como ele era lá em baixo de qualquer maneira? Ela se aproximou dele
para poder olhar melhor seu rosto. Seus olhos estavam fechados.
Ela se deitou exalando lentamente. Agora tudo que ela tinha que
fazer era levantar as cobertas e o misterioso órgão masculino seria
revelado. Ela respirou fundo. Lentamente ela as levantou.
Os cabelos negros que vinham diminuindo até a cintura de sua calça
surgiam novamente escondendo o que ela procurava. Ela franziu o cenho.
Talvez se ela se sentasse um pouco. Seu rosto queimou com seu
descaramento.
Gwen apertou os músculos do abdômen erguendo-se.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Posso ajudá-la a encontrar alguma coisa querida? — sua voz era
sonolenta mas divertida.
Ela largou a coberta e caiu para trás.
— Eu estava saindo da cama.
— Então por que você não saiu pelo seu lado?
Gwen não conseguiu pensar em nada para dizer.
Antes que ela percebesse o que ele estava fazendo ele a deitou
debaixo dele certificando-se de que o lençol separava seus corpos. Gwen
ofegou. Não foi suficiente. Ela sentiu cada polegada excruciante de sua
pele assim como ele sentia a dela.
— Eu quero beijá-la — ele sussurrou.
— Não. — Ela não podia permitir que ele a tirasse de si como fizera
ontem a noite. Sempre que o beijava estava em perigo de se perder de se
afogar nele. Ela agora tinha o controle. Sua culpa não permitia que ele a
tocasse sem permissão. Ela queria ter certeza que ele iria pagar por todas
as coisas horríveis que havia feito a ela.
— Você não quis dizer isto — ele murmurou mordiscando sua
orelha.
Gwen fechou os olhos. Mãe de Deus! Se a vida com ele fosse assim
ela não suportaria. Seu corpo a traiu sem um traço de remorso
despertando com a onda quente de sua respiração em seu ouvido.
— Deixe-me beijá-la — ele sussurrou novamente ardente com
urgência. Ela se virou para ele procurando-o.
Sua resposta ficou perdida quando sua boca se aproximou
reclamando a dela. Num ritmo que agora conhecia bem separou os lábios
gemendo enquanto suas línguas se encontravam.
Mesmo quando ela sentiu a sua masculinidade crescendo e se
estendendo seu corpo reagiu. A doce dor a torturou implorando que ela
juntasse seu corpo ao dele.
Como se soubesse o que estava pensando ele ajeitou sua
masculinidade contra ela esfregando lentamente. Ela deu um suspiro
enquanto a sensação a atravessava então levantou seus quadris para
encontrá-lo.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele gemeu e por um minuto ela pensou que tinha feito algo errado
mas então ele estava distribuindo beijos quentes em seu pescoço
sussurrando palavras que mal entendia contra sua pele.
Ele puxou o lençol para baixo expondo seus seios. Sua respiração
acelerou quando sua língua passou por seu mamilo. Quando ela pensou
que iria morrer ele os tomou na boca lambendo e sugando. Um forte
arrepio a percorreu até os dedos dos pés.
— Richard — ela sussurrou — Oh, Deus, Richard.
— Deixe-me sentir meu nome em seus lábios — sua voz era gutural,
masculina.
— Richard — ela sussurrou novamente.
Ele pressionou sua boca contra a dela tirando os braços dela do
lençol que a enrolava e ela os envolveu ao redor dele acariciando os
músculos firmes de suas costas afogando-se num turbilhão de sensações.
Vagamente ouviu vozes. Ela achou que sua mente estava lhe
pregando peças quando o som cessou abruptamente.
— Milorde? — era a voz de Alys ao lado da cama — Milorde?
Richard ergueu a cabeça.
— Vá embora, Alys.
— Milorde as senhoras estão aqui para inspecionar os lençóis.
— Mande-as embora. Elas podem voltar mais tarde.
— Eu já fiz isso. Por duas vezes milorde!
— Então faça de novo.
— Elas trouxeram a rainha desta vez milorde.
Seus olhos brilharam na penumbra. Gwen se contorceu sob ele sua
paixão diminuindo quando ele já não mais dominava os seus sentidos.
Deus do céu sempre que ele a tocava ela se comportava exatamente como
a prostituta que ele a acusara de ser!
Ele olhou para baixo percebeu que ela estava lutando contra ele e
rolou para longe. As maldições em galês saíam de seus lábios enquanto ele
abria as cortinas e agarrava seus calções e suas calças.
— Jesus se é tão urgente diga-lhes que podem inspecionar os
malditos lençóis!

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Capítulo 13
Gwen sentou-se encontrando seu roupão debaixo de seu travesseiro.
Ela puxou-o sobre o corpo nu o calor inundando seu rosto. As mulheres
foram mandadas embora duas vezes. Somente Deus sabia que tipo de
prostituta galesa louca por sexo elas achavam que ela era.
Richard vestiu as roupas de baixo depois se virou e estendeu a mão.
— Pronta querida?
Gwen respirou fundo.
— Sim.
A rainha e as damas esperavam. Richard a soltou e ela encolheu-se
contra a parede desejando estar em qualquer lugar menos ali.
Ele ficou na frente das mulheres. Ele estava nu da cintura para cima
sua calça cavalgando baixo em seus quadris. Margaret de Valence ofegou.
Ontem à noite fizera parte da cerimônia mas esta manhã era uma questão
completamente diferente.
Catherine de Lacy simplesmente olhou boquiaberta para ele.
Um sorriso brincou nos cantos dos lábios de Eleanor.
— Richard de Claiborne, você é incorrigível.
Richard fez uma reverência.
— Majestade. Damas. Se vocês não tivessem insistido em
interromper o meu sono tenho certeza de que encontraria tempo para me
vestir adequadamente depois. Muito depois.
Eleanor acenou com a mão silenciosamente pedindo que as
mulheres executassem a tarefa. Alys estava na entrada, a mão cobrindo
sua boca. Os cantos dos olhos dela se enrugaram.
— Realmente Richard — disse Eleanor— você deveria comer de vez
em quando.
Ele não respondeu sua boca se curvando em um sorriso preguiçoso.
Eleanor sacudiu a cabeça.
Gwen ficou quieta esperando evitar chamar a atenção sobre ela.
Felizmente Richard estava atraindo a maior parte. Catherine e Margaret

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


encontraram a mancha e chamaram a rainha. Por um momento irracional
Gwen pensou que de alguma forma elas saberiam que não era realmente o
sangue dela.
Mas as três apenas assentiram. Catherine sorriu para ela,piscando e
Gwen rezou para que o chão a engolisse.
— Nós estaremos esperando vocês em breve — disse Eleanor por
cima do ombro enquanto saíam pela porta.
Richard se virou para ela. Sua respiração diminuiu. Mesmo em
plena luz do dia ele era magnífico. Se seu peito não fosse tão largo e seus
braços não fossem tão grandes ele seria quase um garotinho com o cabelo
despenteado e olhos travessos.
Gwen engasgou quando ele a pegou e ele foi obrigado a olhar para
ela. Seus braços envolveram o seu traseiro e ela se segurou pressionando
os ombros dele.
— Você apenas vislumbrou a superfície das coisas por vir querida.
Ainda há muito a aprender sobre a paixão entre um homem e uma
mulher.
Ele a girou rindo depois a deslizou por seu corpo até que seus olhos
estivessem nivelados. Gwen ficou hipnotizada. O que dera nele?
Ele olhou para ela por tanto tempo que ela pensou que iria derreter.
Sua voz era suave quando ele falou.
— Se eu fosse Rhys ap Gawain eu nunca deixaria você ir.
Gwen nem percebeu que ele a colocara no chão até ele se afastar.
Seu coração acelerou vertiginosamente e ela encostou-se à parede em
busca de apoio.
— Vista roupas quentes. Nós cavalgaremos para o Castelo de
Claiborne hoje — disse ele puxando o restante de suas roupas.
— Quão longe é milorde?
Ele veio até ela seu olhar penetrando o dela mais uma vez. Seu dedo
roçou sua bochecha.
— Você já esqueceu meu nome tão cedo, Gwen?
— Não.
— Eu sei como fazer você dizê-lo — ele disse suavemente,
alcançando a borda de seu roupão. Gwen se afastou. Ele riu.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Se você esquecer de novo eu posso ter que lembrar-lhe — ele
amarrou o cinto da sua espada.
— É um dia de viagem até Claiborne querida não mais. Eu estarei no
salão com o rei. Venha assim que estiver vestida.
Ele saiu e Gwen ficou agradecida. Ela precisava de uma chance para
recuperar o fôlego e acalmar seu coração acelerado. Abaixando-se na beira
da cama ela olhou para a pequena mancha de sangue.
Alys retornou mostrando a Gwen um olhar conhecedor.
— Não me venha você também, Alys — disse Gwen gemendo.
Alys deu uma risadinha enquanto se ocupava com os preparativos
para a viagem.

O salão estava quase tão animado quanto na noite anterior. Gwen


parou na entrada examinando a multidão. Elinor uma vez dissera a ela
que as festas às vezes duravam dias. Esta também poderia, mas Richard
escolhera sair hoje. De certa forma ela estava feliz. Não que o Castelo de
Claiborne fosse o destino ideal mas pelo menos a corte inglesa não estaria
lá.
Ela queria procurar por Dafydd mas Richard a notou seu olhar
seguindo-a enquanto ela atravessava a sala. Ele franziu a testa quando ela
se sentou ao lado dele.
— Onde está o seu véu?
Gwen tocou sua trança grossa.
— As mulheres galesas não os usam.
— Na Inglaterra apenas as virgens e a própria rainha podem usar
seus cabelos descobertos. De agora em diante você cobrirá seu cabelo
como convém a uma dama do seu nível.
— Eu não vou fazer isto — disse ela olhando para ele.
— O quê? — sua voz era dura perigosa.
Gwen engoliu em seco. Deus era como provocar um tigre! Mas ela
não recuaria.
— Eu sou galesa. Você tomou tudo que eu tenho mas você não pode
tirar isto de mim. Não vou fingir ser inglesa.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Seu rosto escureceu.
— Você vai fazer o que eu digo.
— Você tem a vantagem da força sobre mim milorde. Talvez você
deva me bater para me submeter. Ou pior…
Richard conteve sua fúria. Ele provavelmente merecera esta
observação na noite passada mas não agora. Ele se contivera com ela e
certamente não pressionaria sua vantagem quando poderia. Sua voz
estava controlada.
— Agora não é a hora Gwen. Vou discutir isto com você mais tarde.
O Rei Edward virou-se para eles seus olhos brilhando.
— Dormiu bem Richard?
— Sim Ned — disse Richard mais bruscamente do que pretendia —
E você?
Edward sorriu.
— Como um bebê.
Richard grunhiu.
Um criado trouxe laranjas para a rainha.
— Aceita uma laranja Gwenllian? — disse ela inclinando-se para
chamar a atenção de Gwen.
— Obrigada Majestade — respondeu Gwen.
— Richard você terá que conseguir laranjas para sua esposa. Ela se
apaixonou por elas — disse Eleanor descascando a fruta habilmente.
A mandíbula de Richard se apertou.
— De fato? — ele se voltou para Gwen — A lição foi suficiente ou
você precisa de mim para descascar isto para você?
Edward tossiu.
— Eu consigo — Gwen retrucou.
Richard respirou fundo. Ele se arrependera no instante em que as
palavras cruzaram seus lábio mas era tarde demais para voltar atrás. Pela
Paixão de Deus como ela despertava sua raiva! E outras partes dele
também
Este era o problema ele decidiu. Ele não estava habituado a este
estado de frustrada excitação sexual. Ele a teria em breve ou encontraria
conforto em outro lugar.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ela não olhou para ele enquanto se atrapalhava com a laranja.
Cansado de vê-la lutar ele pegou-a. Ela o ignorou pegando um pedaço de
pão.
— Vocês dois devem vir a Londres para o Natal — disse Edward.
— Oh, sim! — Eleanor ecoou — Eu já terei dado a luz a nosso filho
até lá. Vocês devem vir e celebrar conosco.
— Obrigado Majestades. Nós iremos — Richard respondeu
entregando a Gwen a laranja descascada. Ela pegou puxando a mão
quando os dedos dele tocaram a sua palma.
Edward se endireitou.
— Pelos ossos de Deus onde está minha mente esta manhã! Richard
no caminho de volta para Claiborne quero que você acompanhe Lady
Ashford até sua propriedade
— Por que ela quer voltar para Ashford Hall? — Richard perguntou,
suspeitando de qualquer coisa que colocasse Anne muito próxima a ele.
Edward encolheu os ombros.
— Ela está na corte há seis meses. Deseja visitar seu filho.
Richard franziu a testa.
— Eu pretendo viajar rapidamente. A dama irá me atrapalhar com a
bagagem dela.
— Uma noite em Oswestry não vai lhe machucar. Você pode fazer
isso. Talvez você descubra algo sobre os ladrões que estão atacando os
peregrinos a Holywell.
— Eu já tenho algo. Creio que eles estão usando uma das cavernas
nas encostas das Cambrianas18 como sua base. Eu pretendo caçá-los
quando deixar minha esposa estabelecida em Claiborne.
— Jesus, Richard! Uma noite não fará diferença. Eu prometi escolta
a Lady Ashford e você providenciará.
A mulher estava tramando alguma coisa disto Richard estava certo.
Ela era vaidosa e mimada e não estava nem um pouco feliz. Ela pensava
em ir a Claiborne e insinuar-se como sua amante novamente? Ele não se
meteria com ela como no passado mas se ela tentasse isto não acharia a

18
As Montanhas Cambrianas são uma série de cadeias de montanhas localizadas no País de Gales.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


tarefa fácil. Além disto ele já saciara sua sede deste sabor e queria outro
agora.
Ainda assim não havia nada que ele pudesse fazer a não ser
obedecer. Richard inclinou a cabeça.
— Como ordenar Majestade.

Gwen ficou no pátio com Alys esperando que os últimos cavalos


fossem carregados com as coisas de Lady Ashford. Bom Deus a mulher
tinha muitos baús! Felizmente, seus próprios pertences haviam ido direto
para Claiborne quando desceram das montanhas. Ela procurou por um
sinal da indescritível dama mas não viu nada que indicasse que ela já
havia aparecido.
Nuvens tingidas de estanho pendiam no céu. Não chovera ontem e
Gwen rezou para não chover agora. Ela não queria viajar sob um
aguaceiro.
O pátio interno zumbia de atividade. Os cavaleiros de Richard
checavam suas selas passavam as mãos sobre as pernas dos cavalos para
sentir qualquer ferimento – calos ósseos, tendões inchados, cortes – e,
quando estavam satisfeitos montavam graciosamente apesar da pesada
armadura.
Eles formavam um grupo de aparência esplêndida. Ela contou vinte
deles todos em tons de vermelho e preto e portando elmos que ostentavam
plumas de penas brancas e pretas. Um homem trazia a bandeira
vermelho-sangue com o falcão adornado no centro.
Os homens de Black Hawk eram assustadores o suficiente apenas
ali de pé. Gwen imaginou que eles deveriam ser francamente aterrorizantes
quando cavalgavam em uma batalha.
Um grupo de cavaleiros chamou sua atenção.
— Rhys!
Ela ergueu as saias e correu pelo pátio desviando de poças e
animais. Uma velha balançou a mão quando Gwen quase lhe deu um
encontrão. Gwen endereçou um apressado pedido de desculpas e
continuou em frente.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


O garanhão na baia balançou a cabeça impaciente enquanto ela
corria para o lado de Rhys e segurava sua panturrilha.
— Você ia sair sem se despedir? — perguntou ela sem fôlego.
— Eu não sonharia com isso Sua Alteza — a boca de Rhys levantou-
se em um sorriso de menino, um sorriso que continha uma pitada de
tristeza.
— Você está bem Gwen? Ele lhe machucou?
Gwen fixou o olhar na perna dele.
— Não ele não me machucou — ela disse suavemente.
Rhys tocou o cabelo dela e ela levantou os olhos para ele.
— Se ele alguma vez fizer...
— Você viu Dafydd?
— Não, eu não vi.
Rhys olhou na direção de onde ela viera.
— Tenha cuidado com ele Gwen.
Gwen assentiu sem saber se ele queria dizer Dafydd ou Richard mas
não queria perguntar. Ela se afastou forçando-se a sorrir.
— Tome cuidado, Rhys ap Gawain.
— Eu terei — ele a estudou por um momento seus olhos azuis
agitados — Se você precisar da minha ajuda eu estarei lá.
Ela pegou a mão dele.
— Oh, Rhys...
Ele balançou sua cabeça.
— Sem lágrimas Lady de Claiborne.
— Sem lágrimas — ela repetiu sorrindo apesar do brilho em seus
olhos. Ela sabia que ele enfatizara o título de propósito. Ela precisava
deste lembrete de sua nova vida antes de desabar e chorar como a garota
assustada que era.
Os galeses que a trouxeram para Shrewsbury tomaram suas
montarias em silêncio. Todos a observavam esperando. Um nó se formou
em sua garganta.
— Adeus a todos vocês. Digam a meu pai e a Elinor que estou bem.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Sem esperar por uma resposta ela virou-se e correu para longe. Ela
certamente choraria novamente se admitisse para si mesma quão
maravilhoso seria se visse qualquer um deles novamente.
Richard saiu do arsenal e ficou ao lado de Alys com uma carranca
em seu rosto. Ele não estava olhando para ela e ela se virou para seguir
seu olhar. Rhys segurou o baio no lugar retornando o olhar de Richard.
Os passos de Gwen falharam momentaneamente. Ela se forçou a
caminhar em direção ao marido. Ele estava ameaçador em sua cota de
malha. Coberto da cabeça aos pés em couro e aço o único respingo de cor
era a túnica carmim bordada com o desenho do falcão. Gwen estremeceu.
Seu olhar era homicida.
Seu rosto estava forjado em metal seus olhos pareciam gelo
prateado. Ele não pronunciou uma única palavra quando ela parou ao
lado dele.
Um rapaz veio do estábulo trazendo um enorme garanhão preto. O
cavalo saltou bufando e relinchando e o rosto do menino ficou branco.
Richard desviou o olhar dos galeses que se retiravam e assobiou uma
intricada chamada de cinco notas. As orelhas do cavalo ficaram espetadas
depois ele se aquietou e rapidamente passou a andar. Gwen virou-se para
olhar para o marido. Fora um assobio de falcão que ele usara.
O menino entregou as rédeas com as mãos trêmulas. Richard falou
com o cavalo em tons suaves palavras que Gwen não conseguiu ouvir
embora as reconhecesse como galesas.
Era quase estranho o jeito como ele usava o galês tão naturalmente.
Mas ele provavelmente vivera nas Marches toda a sua vida e aprendera
quando era menino. Era uma linguagem musical muito adequada para
acalmar animais nervosos. Ou mulheres. A consciência disto alfinetou sua
mente enquanto o assistia alisar o pescoço do garanhão com suas mãos.
O corpo de Sirocco estremeceu. Gwen desviou o olhar de
repente. Ela também havia tremido sob a mão de Richard?
— Qual cavalo eu devo usar? — perguntou Gwen. A égua que ela
montara em Shrewsbury estava desatada e amarrada a uma fila de cavalos
de carga.
— Você cavalgará comigo — disse Richard sem olhar para ela.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Gwen apertou o manto.
— Eu não sou uma mulher inglesa mimada milorde. Eu sou capaz
de lidar com um cavalo.
Ele se virou para olhá-la por um momento.
— As Marches são perigosas. Você cavalga comigo — seu tom não
deixava discussão.
Gwen se irritou.
— Montar! — Richard gritou para o grupo.
Ele virou-se para uma das servas de Lady Ashford.
— Moça diga a sua senhora que se ela não sair agora eu vou embora
sem ela.
— Sim, milorde — a garota respondeu fazendo uma reverência antes
de correr em direção ao castelo.
Richard agarrou Gwen pela cintura e a ergueu de lado para cima de
Sirocco depois subiu na sela atrás dela. Presa dentro de seu abraço de
ferro ela não sentia medo de cair do garanhão.
— Você está confortável? — ele perguntou.
— Bem o suficiente milorde.
— Eu pensei que nós já houvéssemos resolvido isto — disse ele
secamente.
Gwen recusou-se a responder. Uma mulher emergiu do castelo e a
mandíbula de Gwen se afrouxou. Era a amante Anne!
O que diabos ela esperava? Richard era um inglês. Ele não precisava
da permissão de sua esposa para manter uma amante.
Mas a pior parte era que ele se importava tão pouco com ela que não
se incomodava em escondê-la. Doía pensar que as coisas que ele fizera a
ela – as palavras que ele sussurrara e o modo como a tocara em lugares
que nenhum homem jamais tocara – não passavam de ações habilidosas
de um homem acostumado a enganar mulheres.
Gwen conteve as amargas lágrimas de traição que lhe arderam nos
olhos. Ela sabia que tipo de homem ele era. Todos os homens eram
horríveis e este era o pior deles.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Gwen mudou de posição. Ela estava muito consciente dele muito
perto dele agora. Ela não achava que poderia suportar ser mantida entre
suas poderosas coxas.
Ela virou-se para ele.
— Por favor — ela implorou — Por favor, deixe-me montar meu
próprio cavalo.
Ele olhou para ela e franziu a testa.
— Qual é o seu problema? Eu não lhe machuquei e você sempre
quer ficar longe de mim. Você realmente me acha tão desagradável?
Gwen olhou para os portões do castelo. Não, não desagradável.
Apenas enervante.
Ele endureceu quando ela não respondeu. Sirocco começou a dançar
embaixo deles as orelhas girando para trás enquanto aguardava o sinal do
mestre.
— Você está pronta Lady Ashford? — Richard perguntou irritado seu
hálito quente passando pelo ouvido de Gwen.
— Sim, milorde — respondeu Anne.
Quando Sirocco avançou Gwen foi empurrada contra o peito de
Richard. Aquela mulher era Lady Ashford? Ela olhou para a senhora
empoleirada delicadamente em um pequeno palafrém cinza.
A inveja explodiu na alma de Gwen. Anne era o ideal da corte aquele
sobre o qual os românticos cantavam. Cabelos loiros e claros escapavam
da cabeça coberta a pele era branca como a neve e seus olhos eram da cor
do mar azul. Não era de admirar que Richard a quisesse.
Mas se ela não era sua amante então ele deveria ter outra esperando
no Castelo de Claiborne. O espírito de Gwen afundou ainda mais.
Richard manteve Sirocco a uma rápida caminhada até chegarem ao
campo aberto. Uma vez fora dos portões da cidade ele fez sinal para o
grupo avançar e Sirocco saltou seguindo a passos largos.
Gwen tentou esquecer-se de onde estava por um tempo. O vento
soprava em seu rosto frio e estimulante. O poder bruto do cavalo abaixo
dela era de tirar o fôlego e ela percebeu que Richard estava segurando o
garanhão para que os cavalos de carga pudessem acompanhar.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Sirocco finalmente estabeleceu um ritmo suave e os olhos de Gwen
começaram a se fechar. Ela tentou mantê-los abertos mas finalmente
desistiu e adormeceu contra o peito de Richard.

Richard virou-se para olhar o comboio atrás da companhia de


cavaleiros. Ele tivera que diminuir o ritmo da caminhada há muito tempo.
A bagagem de Anne não conseguia acompanhar os cavaleiros em
movimento. Jesus neste ritmo de caracol eles nunca chegariam a
Oswestry! Ele não podia ver o sol através das nuvens mas ele imaginava
que fosse meio-dia.
Ele amaldiçoou Anne em voz baixa e Ned por obrigá-lo a trazê-la.
Embora duvidasse de sua razão para esta jornada talvez estivesse errado.
Ela não se importara muito com o marido mas seu filho estava crescendo
rapidamente e seria o senhor de Ashford Hall em poucos anos. Quantos
anos tinha Tristan agora? Oito ou nove com certeza.
Sir Thomas de Ashford era muitos anos mais velho que Anne quando
eles se casaram. Quando ela lhe deu um filho Thomas ficou muito feliz,
mas então o pobre homem morrera em uma batalha de fronteira como
muitos dos homens que viviam nas Marches.
Por um tempo Anne esperara melhorar sua posição casando-se com
ele. No final ela tivera que ficar satisfeita em ser sua amante. Ele não
sentia culpa por isto. Anne abriria as pernas para qualquer homem com
dinheiro e poder. Ela havia se beneficiado tanto quanto ele das horas
agradáveis que passaram juntos na cama.
Porém mesmo que ele quisesse não poderia ter se casado com ela.
Ela era filha de um burguês e viúva de um cavaleiro. Ela não tinha posição
nem terra, nem dinheiro – as coisas que um conde precisava em uma
noiva as coisas que Elizabeth tinha quando se casara com ela.
Ned havia encontrado uma maneira de contornar a falta de riqueza
de Dunsmore quando retornaram pela primeira vez à Inglaterra. Ele dera a
Richard uma herdeira com terra e dinheiro quase igual à de Gilbert de
Clare.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Richard olhou para longe tentando afastar as memórias de sua
primeira esposa. De um lado deles erguia-se uma perene e alta floresta de
carvalho. Do outro, abertos campos de feno e na primavera urze. À frente a
estrada se bifurcava: um caminho levava à floresta e o outro através dos
campos.
Eles seguiram pelo campo aberto. Com os pertences de Anne
atrapalhando a viagem, era melhor ficar ao ar livre embora o caminho da
floresta fosse o mais rápido.
Richard apertou as rédeas até que a luva de malha cortou sua carne.
Pobre Elizabeth. Ele nunca acertara com ela. Ele se casara por seus bens e
ela sabia disso. Ela o amara mesmo assim embora ele não a amasse. Ele
falhara com ela no final assim como ele falhara com seu pai.
Richard olhou para a mulher adormecida em seus braços e teve a
súbita sensação de que mesmo que ela não possuísse nada ele teria se
casado com ela de qualquer maneira. Ele balançou sua cabeça. Era uma
noção fantasiosa provocada por seu desejo febril de tê-la. Depois que ele a
fizesse sua esposa de verdade não teria mais ideias tão ridículas.
Seu capuz havia caído revelando seu rosto. Richard a estudou. Ele
poderia olhar o quanto quisesse e ela nunca saberia. E ele gostava de olhar
para ela.
Cílios longos e escuros cobriam suavemente as bochechas pálidas.
Gavinhas19 de cabelos cor de outono tinham se soltado de sua trança e
rodeavam seu rosto em cachos soltos e em espiral. Seus lábios generosos
se separavam como as pétalas de uma rosa rubra atormentando-o com a
lembrança dos beijos.
Seu corpo estava maleável no sono moldando-se a ele com tanta
confiança! Richard se mexeu na sela enquanto pensava nela bem assim:
nua e em seus braços. Não, não assim. Melhor. Ele a imaginou debaixo
dele seu corpo moldado intimamente ao dele, sua carne masculina cercada
por seu calor sedoso. Ele se mexeu novamente. A cota de malha e as selas
não foram projetadas para o conforto de um homem quando excitado.

19
Gavinhas são estruturas filiformes, simples ou bifurcadas na extremidade, com a função de agarrar ramos, galhos,
folhas, ou qualquer outro objeto que sirva de apoio para a planta (especialmente trepadeiras) em crescimento.

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Uma gotinha de chuva bateu contra o elmo de Richard ecoando em
seus ouvidos. Ele voltou a cabeça para trás. O céu estava negro. Ele gritou:
— Andrew!
O capitão da guarda trouxe o cavalo até Richard.
— Sim, milorde?
— Temos que encontrar abrigo. As mulheres não podem cavalgar em
uma tempestade — ele fez uma pausa examinando a linha das árvores —
Ainda estamos muito longe de Oswestry. A caverna Llanwell está perto não
é?
Andrew fez uma careta e assentiu.
— Sim, milorde.
O vento começou a girar em torno deles os pingos de chuva caindo
mais rápido. Gwen se mexeu quando a água bateu em seu rosto. Richard
apertou o braço em volta da cintura dela.
— Esperemos que seja seguro então!

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Capítulo 14
A caravana mudou de direção deixando a estrada e atravessando a
densa floresta. As árvores seguraram um pouco a chuva mas a força da
tempestade aumentava a cada minuto até o momento em que as árvores
não mais os protegiam.
Gwen puxou o capuz para baixo sobre os olhos. Cheiros de floresta
perene e líquen pairavam no ar misturando-se ao cheiro de cavalo
molhado. O vento frio pressionava os dedos de gelo em sua pele. Ela se
agarrou a Richard para se aquecer mas sua armadura impedia que a
maior parte de seu calor chegasse até ela.
Depois do que pareceram horas eles finalmente pararam. Richard
enviou um punhado de cavaleiros na frente. Eles retornaram pouco tempo
depois relatando que a caverna que ele procurava estava vazia.
Ela estava localizada na parte de trás de uma pequena clareira. O
chão era suavemente inclinado até a entrada cheio de folhas e galhos
caídos. A abertura era larga o suficiente para dois homens passarem lado
a lado e alta o suficiente para o homem mais alto que ela supunha ser
Richard.
Eles abrigaram os animais sob um grupo de grossas árvores perto da
entrada. Richard desmontou primeiro depois estendeu os braços. Gwen
deslizou para eles e ele a carregou para dentro.
A caverna era grande muito maior do que qualquer outra que ela e
Rhys houvessem explorado em Snowdon. Palhas cobriam o chão e uma
cova havia sido cavada no centro e restos de troncos queimados ainda
estavam ali.
O teto não era muito alto no interior. Pedaços de rocha pendiam
como adagas e Richard teve que se abaixar mais de uma vez. Um homem
retornou das profundezas e informou que não havia encontrado nada
antes que a caverna terminasse. Richard dispensou-o e virou-se para o
homem ao seu lado.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Nós vamos ter que construir uma fogueira Andrew.
— Milorde não é uma boa ideia.
— Eu sei.
Gwen se agarrou a ele tremendo.
— Faça isto de qualquer maneira. As senhoras vão congelar de outra
forma.
— Sim temos o suficiente de nós para protegê-las suponho.
— Nós nunca chegaremos a Oswestry no ritmo que estamos indo
mesmo que a tempestade desapareça. Nós ficaremos aqui esta noite.
– Sim,milorde.
Andrew virou-se e foi dirigir-se aos homens.
— O que ele quer dizer com nos proteger? — perguntou Gwen.
Richard a colocou no chão.
— É a fronteira, Gwen. Aqui há sempre coisas das quais se proteger.
Foi uma coisa estranha sentir um tremor de medo aqui nas Marches.
Mesmo que os clãs travassem guerra uns contra os outros Gwen sempre
se sentira segura em Snowdon.
— Depois de tudo ajeitado vou me certificar de que você mude sua
roupa para algo seco.
Gwen assentiu e ele a deixou para se juntar aos homens.
Alys se apressou.
— Temos de lhe arranjar algumas roupas secas Alteza — disse ela
esfregando as mãos para cima e para baixo nos braços.
— Eu estou bem, Alys. Cuide-se. Iremos nos trocar e nos aquecer
em uma fogueira em breve.
Anne Ashford aproximou-se suas duas criadas próximas a seus
calcanhares.
— Bem, minha querida. Encontramos-nos de novo, parece.
Gwen apertou seus dentes batendo.
— De fato.
Anne removeu seu véu encharcado.
— Lembro-me bem de você. Você está crescida agora e bonita
também. Sim, isto me faz pensar sobre o que falta a você que enviaria

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Richard a minha porta em sua noite de núpcias. Ela sacudiu o cabelo
claro até que ele caiu reto e liso até os quadris.
O estômago de Gwen se transformou em gelo.
— Eu realmente não me importo com o paradeiro do meu marido.
Isto não me preocupa.
— Que bom então já que ele é um homem de imensos apetites. Ele
nunca poderia ser fiel a você querida.
Gwen virou o capuz para trás e se concentrou em torcer as mangas.
Anne riu suavemente.
— Sem dúvida você está se lembrando da paixão dele no leito
conjugal. É uma paixão tão curta. É preciso muito mais do que isto para
mantê-los interessados uma vez que a novidade tenha passado.
Como Gwen ainda não respondera, Anne encolheu os ombros.
— Não é da minha conta, mas vou lhe oferecer um conselho, de
qualquer maneira. Não perca seu coração para ele. Ele vai devolvê-lo para
você em pedaços.
Gwen levantou a cabeça estranhamente simpática naquele
momento.
— Foi isto que ele fez com você?
Anne riu alegremente.
— Oh, não, claro que não. Richard é um parceiro de cama muito
interessante mas não o tipo de homem pelo qual uma mulher sensata se
apaixonaria — ela mostrou os dentes em um sorriso condescendente
depois se afastou com suas criadas atrás dela.
— Essa mulher é uma bruxa — Alys chiou.
— Sim — disse Gwen — mas sem dúvida ela diz a verdade. Não
posso culpá-la por isto.
Alys apenas olhou para ela incrédula.
— Onde mais ele poderia ter estado na noite passada? Ele se foi pela
maior parte da noite. Eu o vi entrar na câmara pouco antes do nascer do
sol.
Alys sacudiu a cabeça.
— Eu ainda não acredito nela. Ela procura perturbar você com toda
esta conversa. Você não deveria ouvi-la.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Gwen colocou as mãos nos quadris.
— Você está totalmente afeiçoada a ele. Ele não é o tipo de homem
que você acha que ele é. Ele é o Black Hawk!
Alys ficou vermelha.
— Eu sei o que dizem dele mas também sei o que meus olhos me
dizem criança. Eu sempre confio nos meus olhos. Palavras mentem os
olhos não.
Gwen sabia que Alys não estava convencida. Desde que Richard se
desculpara com ela Alys o adorava. A mulher que fora mãe de Gwen
durante a maior parte de seus dezenove anos fora roubada com palavras
suaves e um sorriso.
Gwen virou-se furiosa por ele não ter deixado esta parte de sua vida
intocada. Ele não ficaria satisfeito até ter tomado tudo.
Gwen caminhou até a parede da caverna e afundou-se contra ela.
Pretendia devolver a ele tantas coisas... Este era apenas mais um item
para adicionar a crescente lista.
Em pouco tempo os homens fizeram uma fogueira. Eles amarraram
uma área da caverna com cordas prendendo-os nos punhais de pedras
penduradas no teto depois penduraram cobertores para dar privacidade às
mulheres. Felizmente eles criaram duas câmaras. Uma para Gwen e Alys e
outra para Anne e suas criadas.
Gwen ficou feliz por isto. Ela não queria passar a noite inteira na
mesma câmara que Anne. Claro talvez Richard pudesse ficar entre elas
presenteando-as com um beijo e uma carícia de vez em quando. Gwen não
achou o pensamento muito divertido.
Ela vestiu uma camisola de seda e uma robe de lã depois vestiu um
manto grosso revestido de pele de raposa.
Quando ela saiu para ficar ao lado do fogo Richard chegou ao seu
lado. A água pingava de seu manto e se agrupava a seus pés. Seu elmo se
fora e seu rosto estava coberto de sujeira. Ele não usava mais suas
manoplas. A água enferrujada escorria por baixo de suas mangas de
malha, manchando seus pulsos e mãos.
— Você não está com frio com todo esse metal? — perguntou Gwen.
O divertimento iluminou suas feições.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Sim querida, eu estou.
— Por que você não tira isto, então?
Sua voz era rouca quando ele falou.
— Prometa que você vai dizer isto para mim quando chegarmos ao
Castelo de Claiborne.
Gwen corou. Ela se virou para o fogo esperando poder colocar no
calor a culpa pelo brilho vermelho em seu rosto. Por que o maldito homem
a afetava tanto?
Ele riu.
— Por mais que eu queira se eu tirasse quem me protegeria dos
assassinos?
— Eu não havia pensando nisto — admitiu Gwen.

A tempestade açoitou as árvores assobiando e soprando por horas.


Quando finalmente se acalmou a escuridão da noite se instalara.
Gwen fora para a cama quando Richard se juntara aos homens que
estavam de guarda apenas despertando quando alguma coisa grande se
abaixou ao lado dela. O grito morreu em sua garganta quando uma mão
segurou sua boca e a acalmou.
Seu coração desacelerou quando seus sentidos sonolentos
registraram o cheiro familiar de Richard. Ele tirou a mão com cuidado.
— Você me assustou! — ela disse — Onde está Alys?
— Com Lady Ashford e suas criadas.
Ele entrou debaixo do cobertor e se esticou ao lado dela. Ele ainda
usava a armadura mas pelo menos estava seco.
— Eu não pretendia acordá-la — disse ele.
— Que horas são?
— Amanhecerá daqui a pouco tempo.
— Você já dormiu milorde? — Gwen perguntou. Ele teria estado com
Anne até agora também?
Ele a puxou para seus braços. Gwen não protestou apesar de sua
armadura ser dura e fria.
— Alguns momentos — ele suspirou.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele acariciou o cabelo dela. Gwen estremeceu. Deus! seria tão fácil
acreditar que ele era sincero nas coisas que ele fazia com ela. Mas ela não
podia porque esse era o objetivo do jogo dele. Um notório libertino, Elinor
dissera uma vez.
— Você está com frio? — ele perguntou.
— Não.
— Então por que está tremendo?
— Eu não estou tremendo — ela mentiu.
— Você está com medo de mim.
Gwen começou a negar mas parou antes que as palavras pudessem
se formar. Ela estava com medo dele. Com medo da maneira como seu
coração acelerava quando ele estava por perto. Com medo da maneira
como o corpo dela reagia quando ele a tocava apesar de saber quem e o
que ele era.
O fogo queimava suavemente no meio da caverna lançando uma luz
amanteigada na câmara improvisada. Seu rosto estava sombreado mas ela
captou o brilho de um olho quando ele moveu a cabeça.
— Eu não lhe dei muitas razões para estar outra coisa senão
assustada, não é? — ele a soltou. Gwen sentiu uma pontada de decepção.
Era um pouco agradável estar perto dele no meio da noite quando o
mundo estava escuro e parado. Tranquilizava-a de alguma forma.
Ela estendeu a mão para ele tocando a sua mão. Aconteceu tão
rápido que ela não percebeu o que tinha feito isso até que fosse tarde
demais.
— Eu... eu sei que você não vai me machucar.
Ele soltou um longo suspiro depois se virou de lado para encará-la.
— Estamos verdadeiramente em perigo aqui, milorde?
— Eu queria ouvir meu nome em seus lábios — disse ele traçando o
lábio inferior com o dedo.
Gwen se virou. Ele agarrou o queixo dela gentilmente e a puxou de
volta. Ela engasgou quando seus lábios roçaram os dela.
— V... você não pediu — ela disse.

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— Eu esqueci — ele sussurrou. Seu beijo fora suave e gentil. O
coração de Gwen bateu furiosamente. Quando sua língua buscou entrada
em sua boca ela não negou.
Mas foi diferente desta vez. Não o golpe quente e quase desesperado
de língua na língua mas um lento deslizamento sensual que causou
estragos nos sentidos de Gwen.
Quando ela estava certa de que não aguentaria mais ele parou como
se soubesse e então traçou um caminho de chamas pelo pescoço dela.
Suas mãos agarraram seu cabelo.
Ele se afastou e ela abriu os olhos para encontrá-lo olhando para
ela.
— Milorde?
Ele roçou os lábios nos dela.
— Diga.
— O... o quê?
Sua língua acariciou seu lábio inferior. Ela estremeceu.
— Da maneira como você disse antes — ele sussurrou.
Ela enrijeceu.
— Eu...
— Diga.
— Richard — ela disse com um suspiro.
Suavemente ele reivindicou sua boca aprofundando o beijo a cada
segundo que passava. Gwen estava sem fôlego quando ele terminou o
contato.
— Veja não foi tão difícil foi?
— Não.
Não era assim que deveria ser. Ele deveria ser cruel e maligno. Ela
estava mesmo preparada para se martirizar. Submeter-se a ele a sua
crueldade a sempre saber que a dor que infligiria a ela não era sua culpa.
Deus! seria tão fácil odiá-lo se ele apenas fizesse isto!
E ainda assim ele era um homem diferente na tranquila hora antes
do amanhecer. As arestas duras estavam amolecidas quase desaparecidas.
Ele era gentil de alguma forma um homem de carne e osso com esperanças
e sonhos.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ela quase podia acreditar que ele era capaz de amar nestes
momentos. Mas não seu coração era tão negro quanto seu nome. Ela não
deveria se esquecer disso!
Ele traçou sua mandíbula.
— Há sempre uma chance nas Marches de encontrarmos um grupo
de invasores hostil. Ou um grupo de bandidos. A estrada para Chester
está cheia de viajantes fazendo peregrinações a Holywell. Os ladrões se
escondem nestas cavernas emergindo para atacá-los e fugir com as jóias e
o dinheiro que trouxeram para as oferendas.
Gwen estremeceu. Isso era algo sobre a qual ela sabia um pouco por
ter ouvido nas reuniões do Conselho de seu pai.
— Meu pai não sanciona os invasores. Ele diz que o poder da
Inglaterra não pode ser detido com pequenos bandos de galeses atacando
ao acaso nas Marches.
O dedo de Richard ficou imóvel. Quando ela olhou para ele
novamente seus olhos estavam duros e frios.
— É quase divertido ouvir você dizer isto minha querida. Mas você vê
eu o conheço melhor. Seu pai é tão assassino e desonesto quanto o Sultão
do Egito.
Gwen queria negar começou a negar mas não conseguiu. A dor em
sua voz era muito real muito crua. Em vez disso, ela disse baixinho:
— Por que você diz isto?
Claro que você não poderia saber disse ele para si mesmo,em
seguida mais alto: — Meu pai foi morto em um ataque. Todos os homens
do seu grupo foram massacrados exceto um. Aquele homem jurou que o
Príncipe Llywelyn liderou o ataque.
— Não — Gwen sussurrou.
Ela agarrou a mão dele.
— Ele não faria isto. Eu sei que ele não faria. Não é possível!
Richard afastou a mão dela. Claro que ela defenderia seu pai. Mas
ele não poderia dizer por que parecia haver uma espada em seu coração.
— Não me diga o que é possível, Princesa. Eu já lutei muitas
batalhas vi muitos cadáveres ingleses para saber do que os galeses são
capazes.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— E você matou inúmeros galeses em retaliação pelo que você
acredita!
Ele agarrou seus braços de repente.
— O que você quer que eu faça filha de Llywelyn? Devo deixá-los
aterrorizar as cidades inglesas? Queimar os agricultores e camponeses?
Roubar suas vacas e porcos?
Gwen olhou para ele através dos olhos arregalados o rosto apenas a
centímetros do dele.
— Eu não sei. Mas deve haver uma maneira melhor.
— Jesus por que você tem que ser a filha de Llywelyn? — ele a soltou
então se sentou e passou as mãos pelos cabelos — Nada de bom virá desta
união. Para você eu sou um maldito assassino e para mim... — ele
respirou fundo — para mim você é uma lembrança viva do homem que eu
jurei matar.
Gwen levantou-se e agarrou seu manto com as duas mãos.
— Você não pode matá-lo! Você assinou um tratado de amizade. Eu
não vou deixar você fazer isto!
— Não, Princesa não posso matá-lo ainda. Mas um dia ele fará algo
para quebrar esse tratado e então...
— Você está errado! Ele não fará isto! Onde está este homem este
sobrevivente? Como ele sabia que era meu pai?
— Ele sabia — Richard rosnou.
Gwen se sentia como uma gatinha que tinha agarrado um tigre pelo
rabo mas ela não estava disposta a soltar.
— Eu quero falar com ele! Eu vou provar que ele está errado!
— Você não pode — seus dentes brancos brilharam quando ele os
mostrou em um sorriso cruel — Ele está morto.
Gwen cerrou o casaco com força.
— Eu não acredito em você.
— Sinto muito, querida mas é verdade. Ele morreu antes de eu
voltar da Cruzada.
Gwen deixou-o ir. Ela afundou nos calcanhares olhando para o
chão. O homem estava morto. Richard nunca acreditaria nela.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Black Hawk de Claiborne ia matar o pai dela. Ela sentiu o gotejar
quente das lágrimas que escorriam pelas bochechas. Quando ela levantou
a cabeça Richard estava olhando para ela sua expressão ilegível.
— Gwen... — ele levantou a mão e em seguida, soltou-a novamente
quando estava na metade do caminho para o rosto dela. Ficando de pé ele
murmurou uma maldição e seguiu dentro da noite.

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Capítulo 15
Gwen bateu na mão de Alys resmungando então finalmente abriu os
olhos. A dor em sua cabeça quase a fez cair de volta nos cobertores.
Ela engoliu em seco. A dor na garganta era mais um lembrete
agonizante da noite passada. Deus como ela desejava ter alguma casca de
salgueiro.
— Água Alys. Por favor — disse Gwen enfiando uma mecha solta do
cabelo atrás da orelha enquanto se levantava.
Quando Alys retornou Richard estava com ela. Ele franziu a testa.
— Você está doente?
Gwen agarrou a taça os nós dos dedos ficando brancos. Ela queria
gritar. Ela chorara até dormir depois que ele se fora. Isto era culpa dele e
ele estava ali como uma espécie de deus exigindo saber se ela se sentia
bem.
— O que faz você pensar isto milorde? Estou muito bem obrigada.
Ele olhou para Alys depois colocou um dedo sob o queixo de Gwen.
Ela se afastou incomodada pelo toque dele. Ele baixou a mão para o lado
franzindo a testa.
Alys murmurou uma desculpa e desapareceu.
Ele apertou as mãos atrás das costas e firmou os pés separados.
— Eu sinto muito se perturbei você. Eu disse coisas que não deveria
ter dito. Você não é culpada das coisas que seu pai fez. Eu não
responsabilizo você.
— Que nobre de sua parte! — disse Gwen secamente — E posso
assegurar-lhe que não preciso de sua falsa preocupação com meu bem
estar milorde. Por favor não force a língua falando coisas que você não
quer dizer.
Ele falara como se nunca houvesse ferido os galeses em sua vida
como se toda a culpa pudesse ser atribuída ao seu pai. Uma parte distante
dela percebia que ele estava se desculpando o que provavelmente era uma
coisa que ele não estava acostumado a fazer mas ela não se importava.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele endireitou-se em toda a sua altura seus olhos brilhando como o
gelo da montanha.
— Você realmente testa os limites da minha paciência esposa. Eu
não quero que você se comporte como a bárbara que você foi educada para
ser. Na Inglaterra uma esposa conhece seu lugar. Espero que você aprenda
o seu.
Gwen cuspiu uma maldição galesa para ele. Em um impulso ela
jogou o conteúdo da taça na cara dele.
Seu sangue latejou em suas têmporas enquanto suas feições
endureceram. Ele estava junto a ela em uma fração de segundo
prendendo-a entre a parede da caverna e seu peito.
A água escorria pelo manto e fluía entre eles infiltrando-se em seu
vestido. Gwen pressionou a bochecha contra a rocha fria fechou os olhos e
se preparou para o golpe que ele certamente daria nela desta vez.
Segundos sem fôlego se passaram. Ela o sentiu jogando seu cabelo
para trás por cima do ombro e abriu um olho cautelosamente. Seu hálito
quente fez cócegas em sua orelha enquanto seus lábios pressionavam a
carne macia abaixo dela. Um formigamento percorreu sua coluna.
Ele agarrou o lóbulo de sua orelha entre os dentes beliscando-o
suavemente enquanto ela mordeu o lábio para não gemer. Sua boca
zombou de sua resistência quando ele deu beijos quentes em sua
garganta. Seus dedos cavaram na rocha para evitar agarrar sua cabeça.
Sua voz era suave e aveludada quando ele falou.
— Saiba que posso pegar o que é meu por direito sempre que
desejar. Eu poderia tê-lo feito tantas vezes até agora mas eu não fiz isto.
Você gostaria que fizesse aqui mesmo contra esta parede com meus
homens ouvindo seus gritos? Eles não vão lhe ajudar. Se eu escolher
tomá-la ninguém virá em seu auxílio.
Uma mão serpenteou sob o decote frouxo. Gwen engasgou quando o
polegar roçou o mamilo envergonhada de não poder controlar suas
reações quando ele a tocou.
— Você gosta disto — ele murmurou.
— Não!

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Sim — disse ele empurrando o vestido de lado e abaixando a boca
para o peito. Gwen gemeu. Sua língua fazia incursões delicadas ao redor
da ponta sensível até que ela pensou que iria enlouquecer. O pingar da
água fria sobre a pele aquecida não diminuiu o desejo. Na verdade isto
tornava a sensação mais erótica.
Ela não conseguiu se impedir de dizer, gemendo: — Richard...
A insistente pressão de seu corpo a sensação quente de sua boca a
água fria pingando dele e o cheiro de sua masculinidade se foram. Gwen
abriu os olhos para encontrá-lo olhando para ela o rosto duro e distante.
Ela puxou e fechou o vestido.
Ele acabara de fazer dela uma tola. Ele provocara seu desejo até que
ela respondesse então recuou e a deixou cambaleando com uma chama em
seu ventre. Agarrando o vestido o rosto flamejando de indignação e
vergonha ela levantou o queixo e olhou-o nos olhos.
— Eu te odeio — ela quis que saísse com força mas soava mais
ferido do que qualquer coisa.
— Você já disse isto antes — ele enxugou o rosto na borda de seu
manto — Mas não importa. Eu não preciso do seu amor apenas dos filhos
que você me dará. E eu creio que já provei que você estará mais do que
ansiosa para dá-los a mim. Agora prepare-se partiremos em breve. Eu virei
buscá-la quando for à hora de ir.
Ele saiu e Gwen jogou o copo em suas largas costas. Não acertou. O
suíno inglês arrogante, malvado, vil, insuportável! Ela se virou e chutou a
parede da caverna depois afundou no chão e agarrou o pé com as duas
mãos.
Alys voltou franzindo a testa enquanto se inclinava para recuperar a
taça.
— Os homens podem ser fera às vezes — ela começou a dobrar os
cobertores e guardá-los para viajar.
Gwen levantou os olhos surpresa.
— Sim.
Empurrando a cortina de cabelos que caíra em seu rosto ela pegou
uma escova e começou a trabalhar na massa emaranhada. Após endireitar
as roupas e calçar os calçados ela entrou na caverna aberta.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Os cavaleiros e seus escudeiros se apressavam desmontando o
acampamento com a eficiência de homens a muito acostumados a vida
difícil na natureza.
Gwen foi até a entrada. Richard estava ao lado de seu garanhão de
costas para ela apertando os arreios da sela.
O chão estava gelado onde a chuva congelara durante a noite como
estrelas espalhadas pela terra. A respiração de Gwen ondulou no ar
gelado. Ela pensou em Snowdon e nas primeiras neves que estariam
caindo nas encostas agora. Ela esperava que Elinor e seu pai estivessem
bem. Ela teria que escrever para eles quando chegasse a Claiborne.
Richard permitiria que ela escrevesse a seu pai? Mesmo se não o
fizesse ela encontraria um jeito.
Ela entrou na clareira respirando fundo a floresta cheirava a verde e
a outono. O céu estava pesado com nuvens fofas. A primeira neve também
cairia aqui em breve. Gwen pegou o capuz espantando uma súbita
sensação de desconforto.
No espaço de um batimento cardíaco ela ouviu um assobio agudo e
em seguida um horrível barulho e um homem gritando. Ela largou o capuz
instintivamente procurando por Richard.
Ele não estava no mesmo lugar que estivera momentos antes.
Homens e cavalos corriam por toda parte. Vozes gritavam em alarme. Ela
pensou ter ouvido alguém chamando seu nome mas não se virou.
Ela avistou Richard quando ele subia na sela a cabeça escura
elevando-se acima do resto. O alívio a inundou. Ele desembainhou a
espada com um movimento rápido e colocou o grande escudo com o
símbolo do falcão na frente dele. As orelhas de Sirocco estavam presas na
cabeça as narinas dilatadas com o cheiro da batalha.
Todos os cavaleiros que conseguiram montar galoparam em direção
a floresta procurando a posição dos bandidos na tentativa de expulsá-los.
Setas assobiavam pelo ar o som misterioso e desumano. Gwen se virou
para correr. Seu olhar desceu para o homem que gritara. Ela parou
pressionando a mão trêmula na boca.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


A flecha estava embutida no peito do cavaleiro saindo do aço como
se fosse Excalibur enterrada na pedra. O sangue de sua vida escoava de
seu corpo uma mancha carmesim espalhando-se pelo chão congelado.
Somente uma flecha disparada de um arco galês poderia perfurar a
armadura de um cavaleiro como se fosse um ovo. Ela estremeceu
examinando a linha das árvores. O arqueiro precisaria estar bem perto
para disparar um tiro tão mortal. O impacto do arco longo 20 era muito
maior a curta distância. Ao alcance da mão era mortal.
Oh, Deus Richard! Ela deu um passo hesitante para frente
procurando por ele novamente.
Uma flecha bateu em seu escudo enterrando-se. Gwen caiu de
joelhos sem saber que havia gritado. Richard gritou para ela mas ela não
conseguia se mexer. Ele estimulou Sirocco em sua direção colocando a si
mesmo e o enorme garanhão entre ela e o intenso ataque de flechas.
Minutos tensos se passaram antes que o ataque cessasse tão
abruptamente quanto começara. No próximo viria a ofensiva com lanças e
espadas e os gritos de guerra. Gwen esperou, mas nada aconteceu. Talvez
os galeses tenham percebido que estavam em menor número entre tantos
cavaleiros armados.
Richard gritou um comando. Em poucos segundos vários cavaleiros
saíram a galope em perseguição aos atacantes.
Ele deixou cair o escudo e saltou das costas de Sirocco caindo de
joelhos ao lado dela.
— Você está ferida? — ele passou as mãos sobre ela seu olhar
seguindo rapidamente o caminho das mãos.
— Não — ela sussurrou olhando para a clareira. Setas estavam
espalhadas pelo chão. Algumas estavam enterradas na terra até que
apenas as pontas de penas se projetassem. Não havia outros corpos e ela
sentiu-se agradecida por isto.

20
O arco longo (em inglês: Longbow) é um tipo de arco com um comprimento quase equivalente à altura da pessoa que o
empunha, pouco recurvado ou quase reto e com braços relativamente finos. Tipicamente feito em uma única peça de
madeira natural, a curta distância, a flecha podia ser apontada diretamente a um alvo concreto e era capaz de penetrar na
cota de malha e nas armaduras de placas leves. Para maiores distâncias, os arqueiros soltavam para o alto os projéteis, que
faziam uma trajetória curva até as formações inimigas, fazendo do arco longo, em alguns aspectos, algo semelhante à
artilharia da era moderna.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele levantou e a puxou pelo braço. Seu aperto não foi gentil quando
ele a empurrou para dentro da caverna.
Alys se encolhera com Anne e suas criadas. Lágrimas escorriam por
seu rosto enquanto corria para Gwen.
— Por que você não veio quando eu a chamei? — sua mão tremia
quando ela alisou o braço de Gwen. Ela abriu a boca. Algo lhe dizia que
deveria se desculpar mas nenhuma palavra saía. Richard falou primeiro.
— Acabou agora, Alys. Sua senhora está bem. Sente-se com Anne e
suas empregadas por mais algum tempo e enxugue suas lágrimas.
Alys mordeu o lábio e assentiu depois voltou para o grupo de
mulheres.
Richard levou Gwen para dentro da caverna até que eles dobraram
uma esquina e ficaram fora de vista dos outros. Ele virou-a para encará-lo.
— Sua bruxinha estúpida! O que diabos você estava pensando?
Gwen piscou quase inconsciente dele.
— Eles eram galeses — disse ela com voz rígida.
— É claro que eles eram galeses! — seus olhos se estreitaram —
Como você sabia?
— O cavaleiro... o arco longo... a flecha... — lágrimas escorriam por
suas bochechas.
— Cristo — ele sussurrou puxando-a contra ele. Ela agarrou-se a ele
as lágrimas caindo silenciosamente. Ele acariciou o cabelo dela as costas
dela.
— Você não deveria ter visto aquilo.
Ele cheirava a suor aço e ferrugem. Gwen segurou seu manto
pressionando o nariz contra ele inalando-o. O som de sua respiração era
reconfortante e por um tempo ela pôde fingir que ele ainda era seu
cavaleiro do Castelo de Rhuddlan.
Ele a segurou por um longo tempo e Gwen percebeu que ele não
quebraria o contato primeiro. Ela ficou nos braços dele mais do que o
necessário aproveitando embora não devesse. Por um tempo não
importava quem e o que ele era. Ela temera por ele e ele estava seguro
estava segurando-a e ela se sentia bem.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Mas isso não duraria para sempre. Ela secou os olhos na manga e
tentou se afastar. Ele apertou os braços ao redor dela.
— Você poderia ter sido morta. Nunca deixe a segurança tão
estupidamente novamente.
Gwen traçou o contorno do falcão sobre o peito. Sua preocupação
parecia genuína fosse ou não. Ela decidiu fingir que era. Era bom.
— Sim, Richard — ela disse suavemente.
Ele inclinou o rosto dela e beijou-a. Ela se derreteu contra ele
agarrou-se a ele como se ele fosse uma âncora em uma tempestade feroz.
Ele se afastou primeiro.
Pressionando a testa na dela ele disse:
— Não podemos sair até Andrew voltar. Eu tenho muito a fazer até
então.
Ele pegou a mão dela gentilmente desta vez e a levou de volta até
onde estavam as outras mulheres. Quando ela se sentou ao lado de Alys
ele foi juntar-se a seus homens.
Anne atirou-lhe um olhar presunçoso.
— Não está indo muito bem, não é querida?
Gwen não estava com humor para lidar com Anne Ashford. Ela a
ignorou esperando que a mulher entendesse a dica. Ela não entendeu.
— Richard não é difícil de agradar. Exigente certamente mas não é
difícil. Claro se você tivesse conseguido satisfazê-lo ele não seria tão duro
com você agora.
Gwen levantou a cabeça devagar. Anne sorriu. A voz de Gwen estava
baixa quando ela falou:
— Você deveria ter cuidado, Lady Ashford. Você sabe o que se diz
sobre os galeses. Nós somos selvagens, bárbaros. Não há como prever o
que podemos fazer.
O sorriso de Anne desapareceu. Os olhos das duas empregadas se
arregalaram. Alys olhou para elas reforçando o que Gwen havia dito.
— Venha, Alys — Gwen se levantou escovou as dobras de seu
vestido e foi embora com o queixo no ar. Alys foi atrás dela. Gwen podia
ouvi-la rindo baixinho.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Estava dizendo exatamente isto a ela, minha senhora — falou Alys
quando elas chegaram mais perto da entrada.
Gwen sorriu.
— Às vezes é uma vantagem que os ingleses nos considerem
bárbaros.
Richard entrou na caverna e seus olhos foram atraídos para ele. Em
cada centímetro ele era um comandante. Seus homens o ouviam com
admiração e respeito depois se apressavam a cumprir suas ordens sem
questionar. E no entanto ele também parecia ouví-los aceitando seus
conselhos e agindo de acordo.
Gwen juntou as mãos para não demonstrar o quanto estava
inquieta. Quando os galeses atacaram ela não tivera nenhum pensamento
para seus compatriotas. Ela somente sentira medo que Richard morresse.
Mas não era isto o que ela realmente desejava? Se ele estivesse
morto ela poderia ir para casa. Ela não seria forçada a ser sua esposa a
suportar seu toque. Seu coração gritou ao pensar nele morto o mesmo que
ela havia gritado antes.
Não ela não queria que ele morresse especialmente depois do que ela
havia visto hoje. Ela não desejaria isto a nenhum outro homem.

Quase uma hora se passara antes que os cavaleiros voltassem.


Andrew entrou apressado sua respiração ofegante congelando
rapidamente no ar frio, suas palavras saindo em meio-arquejos.
— Foram embora milorde. Nenhum sinal deles.
Richard socou a própria mão.
— Pelos ossos de Deus! Não poderemos ficar para rastreá-los. Tenho
que tirar as mulheres daqui.
— Eu e o Matthew podemos fazer isso. Deixe metade da guarnição e
iremos pegá-los, milorde.
Richard esfregou o rosto distraidamente. Seria uma boa ideia em
circunstâncias normais. Ele olhou para Gwen e balançou a cabeça.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Não. Eu preciso de todos os homens para guardar as mulheres e a
bagagem. Nós vamos chegar a Claiborne até o final do dia então iremos
voltar no dia seguinte.
— Sim, milorde — disse Andrew mergulhando o queixo no peito em
saudação.
O olhar de Richard se desviou para sua nova esposa. Jesus, ele não
queria deixá-la tão cedo mas ele não tinha outra escolha. O dever
chamava. Ele foi até ela e estendeu a mão.
— Sairemos agora querida.
Ele não estava mais zangado com ela embora ele devesse estar.
Quando ele a vira em pé na clareira em meio ao ataque de flechas ficara
muito surpreso. E quando a puxara para dentro e a confrontara tivera que
lutar para não sacudí-la até que seus dentes tremessem. Então porém ela
se virara para ele em busca de conforto e como um pobre idiota toda a
raiva fugira dele. Naquele momento tudo o que ele queria era abraçá-la e
protegê-la.
Ela colocou a mão na dele e ele ajudou-a a ficar de pé. Sua mão era
tão pequena tão macia e delicada tão fora de lugar para alguém
endurecido pela batalha como ele.
Seu perfume doce envolveu seus sentidos atormentando-o com
relembrados sonhos. Deus como ele a queria! Ele se segurou para não
esmagá-la contra ele e enterrar o rosto em seu cabelo sedoso.
Do lado de fora Sirocco batia os pés bufando e agitando-se. A
batalha havia excitado o garanhão e ele estava ansioso para galopar. Como
antes ele se aquietou instantaneamente quando Richard falou.
Ele se virou para colocar Gwen no cavalo. Ela estava olhando para
ele mas seu olhar se afastou e suas bochechas coraram. Com o instinto de
um homem que conhece a força que sua atração exerce no sexo oposto
Richard sabia que ela observara as mãos dele roçarem o pescoço de
Sirocco lembrando-se delas roçando seu corpo.
O conhecimento enviou uma onda de triunfo através dele – e um
desejo tão forte que quase lhe tirou o fôlego.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Suas mãos envolveram sua cintura e ele se viu pensando em como
ela era pequena. Por um instante ele se perguntou se ela poderia suportar
sua paixão. Certamente ele iria quebrá-la em duas se não fosse cuidadoso.
Ele puxou-a para si segurou-a contra ele por mais tempo do que o
necessário. Seus olhares se encontraram e ela de repente, virou a cabeça.
— Olhe para mim — ele ordenou baixinho.
Ela o fez e ele tocou os lábios dela com os seus. Incapaz de parar
com um gesto tão breve ele aprofundou o beijo. Sua resposta foi inocente e
apaixonada e seus quadris doíam por querê-la.
— Jesus — ele blasfemou.
— Milorde?
Ele traçou um dedo da testa até a mandíbula dela.
— Eu somente estava me perguntando se o restante de você é tão
doce.
Sua cor se aprofundou. Ele a ergueu nas costas de Sirocco depois
vestiu o elmo e afivelou as alças que o prendiam à sua cota de malha.
Quando vestiu as manoplas subiu atrás dela.
— Onde ele está? — ela perguntou quando começaram a se mover.
— Quem?
— O cavaleiro morto.
— Seu corpo está amarrado a seu cavalo. Devemos levá-lo para casa
e dar-lhe um enterro apropriado. Terei que contar a sua esposa — ele
limpou a garganta — Hugh tem dois filhos.
Gwen engoliu a dor crua em sua garganta. Ela queria chorar por
Hugh por sua esposa por seus filhos mas ela não tinha mais lágrimas. Ela
não o conhecia,mas a insensatez de tudo aquilo a assustava.
Este derramamento de sangue entre o País de Gales e a Inglaterra
nunca terminaria?
Richard obviamente se importava com seus homens. Era o tipo de
coisa que seu pai faria contando pessoalmente a esposa de um soldado
caído em vez de enviar um mensageiro. Seria nobre e honrado.
Gwen relaxou no abraço de ferro do homem atrás dela. Black Hawk
de Claiborne tinha acabado de subir um ponto em sua estima.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Quando finalmente o Castelo de Claiborne se ergueu à distância
Gwen piscou como se pudesse enxergar melhor ao fazê-lo. Eles há muito
tempo se separaram de Anne,que estava a caminho de Ashford Hall com
alguns dos cavaleiros de Richard como escolta. Gwen rezou para que esta
houvesse sido a última vez que vira a amante de Richard.
Além do castelo o rio Dee cortava a rocha da montanha em seu
curso até o Mar da Irlanda. Claiborne empoleirava-se em uma escarpa alta
sobre o vale do rio a bandeira carmesim com o falcão preto acenando de
suas torres.
Parecia maior e maior a cada segundo que passava. Gwen engoliu
uma bolha de medo. Este era o Castelo de Claiborne o castelo da crueldade
o castelo da morte. Era o último o mais poderoso castelo entre as Marches
e Snowdon.
Uma pequena aldeia se agrupava na encosta abaixo do castelo. A luz
do dia diminuía enquanto eles se aproximavam da cidade. Um grito subiu
da vigia e os pesados portões se abriram lentamente.
Um cachorro latiu em algum lugar. Galinhas se espalhavam
cacarejando ruidosamente enquanto os grandes corcéis atrapalhavam
suas bicadas. Os cheiros misturados de comida e sujeira permeavam o ar.
A estrada estava lamacenta. Casas com teto de palha ladeavam a
rua dos dois lados. As lojas estavam fechadas as janelas cerradas até
amanhã. A fumaça subia dos buracos no teto carregando o cheiro de
guisados e carne. O estômago de Gwen roncou.
Cavalgando firmemente na subida Gwen ficou impressionada com o
tamanho do castelo. Era cercado por uma segunda muralha que ostentava
nada menos que seis torres. Duas das enormes torres erguiam-se em
ambos os lados dos portões. Salpicadas com seteiras pareciam rostos com
centenas de olhos sondadores. Correntes rangeram em algum lugar dentro
das paredes e a grade de ferro levantou seus dentes afiados. Atrás pesados
portões de madeira oscilaram e se abriram e mais um portão corrediço
ficou para trás levantando-se lentamente.
Quando eles cavalgaram sob o arco Gwen olhou para cima. As
pontas afiadas da grade levadiça olhavam para ela e aberturas assassinas

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


cortavam o teto. Óleo fervente seria derramado sobre o inimigo desavisado
que conseguisse chegar debaixo do arco.
Eles pararam no pátio e Richard escorregou das costas de Sirocco
estendendo os braços para ela. Ele a colocou no chão e ela alisou as saias
ignorando a aguda dor no corpo causada por tantas horas na sela.
A luz da tocha iluminou os rostos curiosos ao seu redor. Gwen os
encarou com apreensão. Ela era galesa e eles eram ingleses. Isso a
lembrava de seus dias em Windsor e de repente ela desejou desaparecer.
— É bom lhe ver em casa, milorde.
A cabeça de Gwen se levantou. O homem falara em galês. Um
homem pequeno e atarracado de anos avançados curvou-se para Richard.
Seus longos cabelos grisalhos estavam amarrados com uma tira e ele tinha
uma barba desgrenhada que lembrava a de Einion.
— Owain, esta é a nova Condessa de Dunsmore — disse Richard,
puxando-a para frente pela mão — Ele havia tirado o elmo e Gwen foi
novamente agredida pela beleza crua de suas feições.
O rosto de Owain se partiu em um sorriso cheio de dentes.
— Ah, Senhora, você é ainda mais adorável do que eu imaginava.
Seja bem-vinda ao Castelo de Claiborne. Sou o mordomo de Lorde de
Claiborne e estou ansioso para serví-la.
Gwen gaguejou um agradecimento momentaneamente pega de
surpresa. O homem era galês! Ela olhou para Richard. Black Hawk de
Claiborne deixara um galês encarregado de sua casa?
— Nós não vamos jantar no salão hoje à noite — disse Richard —
Envie comida e água para um banho para a minha câmara.
Owain se curvou novamente sorrindo.
— Como desejar, milorde.
Gwen pensou que ele piscara mas ela não teve certeza.
— E traga o padre Stephen. Hugh de Lydford caiu em batalha.
O rosto de Owain ficou solene.
— Devo mandar um mensageiro para a Mansão de Lydford?
Richard sacudiu a cabeça.
— Não — ele disse parecendo de repente muito cansado — Vou sair
amanhã. Eu mesmo direi a Lady de Lydford.

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O coração de Gwen afundou. Ele a deixaria ali sozinha. Não que
estar com ele fosse um conforto mas pelo menos ela o conhecia. Seu olhar
percorreu a multidão.
Owain franziu a testa.
— Você não pode sair. Você acabou de chegar. E a sua noiva?
Gwen gostou de Owain na hora. E pelo menos ele era galês. Isto a
fazia se sentir um pouco mais em casa.
— Eu devo Owain. Você cuidará de Lady de Claiborne na minha
ausência.
Owain aproximou-se sua voz um sussurro furioso:
— Você se esforça demais, Richard!
Gwen olhou para os dois homens. Este velho galês ousava falar com
seu lorde inglês como se ele fosse um menino errante. Ela esperava que
Richard explodisse.
— Eu faço o que devo fazer — disse Richard rigidamente.
— Você se provou mil vezes. Mande os cavaleiros como os outros
Marchers fazem.
— Owain — Richard rosnou.
O galês recuou levantando-se.
— Milorde — ele disse secamente.
Richard pegou a mão de Gwen e entrou no castelo. Ele empurrou-a
tão rápido através do Salão Principal que ela mal conseguiu dar uma
olhada.
O que ela viu teria sido suficiente para fazer Elinor surtar por um
ano. O cômodo estava sujo da fumaça dos aquecedores. Ela não sabia se
os juncos eram novos mas duvidava que fossem pois os cachorros
trotavam entre as mesas implorando doações dos cavaleiros sentados.
As criadas pareciam mais prostitutas do que qualquer coisa suas
roupas desarrumadas e manchadas de vinho e marcas de mão. Gwen até
pensou ter visto um homem e uma mulher copulando em um dos bancos,
mas não tinha certeza.
Mesmo se eles não estivessem havia muitas moças sentadas no colo
dos homens para não deixar dúvidas sobre o tipo de coisas que acontecia
no Castelo de Claiborne.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Eles passaram sem parar e Gwen percebeu consternada que Richard
não iria apresentá-la a sua casa como sua nova esposa e condessa. Como
ela iria merecer qualquer respeito se ele não lhe mostrava nenhum?
Ele parou em frente a uma grande porta e pressionou suas costas
contra ela.
— Há horas eu queria fazer isto... — mergulhando a cabeça ele
reivindicou sua boca em um beijo faminto.
As mãos de Gwen se espalharam em seu peito em um gesto
defensivo mas seu beijo era tão inebriante que ela foi impotente para
acabar com ele.
— Onde nós estamos? — ela perguntou quando ele finalmente a
soltou.
— Nossa câmara — disse ele — dando-lhe o seu frio sorriso de
predador.
— M... mas pensei que eu ficaria no quarto das mulheres por
enquanto.
Ele abriu a porta em seguida pegou-a em seus braços antes que ela
caísse para trás.
— Moça boba — ele brincou pegando-a e passando por cima do
limiar — Até a mais ingênua das virgens sabe que um homem e uma
mulher devem estar na mesma câmara se quiserem fazer amor.

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Capítulo 16
— Você prometeu! — Gwen gritou quando ele a colocou no chão no
meio da sala.
Um sorriso diabólico iluminou seu rosto bonito.
— Sim, eu não esqueci. Mas como eu posso conseguir que você
concorde se você estiver em outra parte do castelo?
Gwen não contava com essa lógica. Nunca lhe ocorrera que ele ainda
tentaria seduzi-la. Ela se afastou dele e então parou quando percebeu que
estava andando em uma tapeçaria. Ela girou para encará-lo.
— Eu sinto muito milorde. Eu não percebi que havia caído no chão.
Richard riu.
— Você não fez nada errado. Você pode andar sobre ela — ela olhou
para baixo e viu que ele também estava no meio do pano colorido — É do
Leste. Os sarracenos os usam. É chamado de tapete.
Gwen deu um passo testando o tecido. Ela ouvira dizer que a rainha
usava tapetes em seus aposentos particulares mas nunca havia ido lá
quando era refém em Windsor.
Não era desagradável. Com certeza ela se sentiria melhor sobre ele
com os pés descalços do que sobre os juncos. Ela olhou ao redor da sala
incrédula finalmente percebendo a diferença do restante do castelo. Era
exatamente o oposto de tudo que ela vira até agora!
A câmara principal refletia o gosto e a personalidade do homem que
morava ali. Era grande e mobiliada com os elementos mais básicos. A
única coisa exótica era o tapete.
Uma lareira de pedra estava encostada a uma parede e ao seu lado
havia uma enorme banheira de madeira. Três grandes janelas todas de
vidro davam para o vale do rio. Uma mesa com várias cadeiras simples
ficava de um lado da sala. As paredes eram brancas pintadas com linhas
vermelhas para se assemelharem a tijolos e uma grande tapeçaria pendia
de frente para a cama com dossel.

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Gwen engoliu em seco. Dois falcões um maior que o outro voavam
alto lado a lado sobre um lago. O maior agarrava um peixe em suas garras.
Richard seguiu seu olhar.
— É lindo, não é?
Gwen assentiu.
— Também é da Terra Santa. É um macho e uma fêmea. Eles
acasalam para toda a vida, você sabe... — ele disse suavemente.
— Sim — ela respondeu pressionando a mão na têmpora latejante.
Onde ela encontraria um pouco de casca de salgueiro?
Servos vieram trazendo bandejas de comida e água quente para o
banho. Quando eles encheram a banheira e colocaram a comida na mesa
Gwen mais uma vez encontrou-se sozinha com Richard. Ela não sabia o
que fazer então esperou que ele se movesse primeiro.
— É dever da esposa despir o marido e dar banho nele — disse ele
aproximando-se dela.
— Você está usando armadura — disse Gwen estudando seus pés.
Richard riu.
— Uma inglesa saberia como remover a armadura do marido.
Sua cabeça se levantou e ela olhou para ele. Ele tirou as manoplas e
as jogou na mesa depois soltou o manto e deixou cair no chão. Ela ficou
muito quieta enquanto ele puxava a fita do cabelo dela e se movia para
detrás dela. Seus dedos habilmente afrouxaram a trança sacudindo-a até
que seu cabelo caiu até a cintura em uma nuvem sedosa.
O coração de Gwen estava em sua garganta.
— O... o que você está fazendo?
— Uma vez que você não pode me atender eu vou atendê-la — ele
pegou o cinto em sua cintura e o desatou suavemente.
— Eu não preciso de sua ajuda milorde — disse ela tentando se
afastar dele — E quanto a sua promessa?
— Jesus você está preocupada com isto não é? — um sorriso
preguiçoso se espalhou pelo rosto dele — Eu posso prometer a você minha
querida que quando eu fizer amor com você será com a sua mais completa
permissão. Na verdade você vai me pedir – ou melhor implorar – para eu
fazer isto.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Gwen endureceu.
— Você é revoltante.
— Alguns podem dizer isto — ele a despiu da camisa e ela deu um
suspiro quando ele se virou e encolheu os ombros para fora da sua cota de
malha.
A ferrugem manchava de laranja seu jaquetão21. Ele colocou-o
cuidadosamente ao lado da camisa e continuou a despir-se da armadura
até que estivesse vestido apenas com a camisa e as calças.
Gwen observou-o pelo canto do olho quando ele pegou a mão dela e
levou-a para a banheira. Sua boca se curvou em um sorriso quando ele
levantou a parte inferior de sua camisa. Ela segurou os braços rigidamente
para os lados parando seu progresso.
— Venha agora amor — ele persuadiu — A visão do seu belo corpo
me dá muito prazer. Você me negaria sabendo que eu vou embora Deus
sabe por quanto tempo?
Gwen relaxou devagar. Seria só desta vez e era apenas ela quem
decidia sobre isto. Não iria doer se permitisse isto a ele.
Ele tirou a camisa acariciando seus quadris sua cintura,os lados de
seus seios antes de levantá-la.
— Jesus — ele exclamou seus olhos escurecendo.
Ela cruzou os braços sobre os seios e ele estendeu a mão para retirá-
los.
— Deixe-me olhar para você.
Seu olhar viajou por seu corpo lentamente. Gwen resistiu ao desejo
de se cobrir. Seus mamilos se endureceram e ele murmurou sua
apreciação. Ele demorou tanto tempo em seu triângulo de cachos
flamejantes que ela se perguntou se ele havia esquecido o resto dela.
Seus olhos cintilaram sobre ele alargando-se ao perceber a
protuberância lutando contra suas roupas. Ela olhou para cima a tempo
de vê-lo engolir em seco.
— Entre — ele disse em voz baixa intensa.
Gwen obedeceu. O calor fluiu por sua coluna como mel enquanto ela
se acomodava na água. Deus! Era maravilhoso após a longa caminhada

21
Gambeson, no original, é um termo francês. É um tipo de túnica almofadada feita em linho ou lã.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


fria através das Marches! Ela fechou os olhos e inclinou a cabeça contra a
borda.
Talvez ela pudesse esquecer que Richard estava olhando para ela
como se ela fosse uma taça de vinho e ele estivesse morrendo de sede.
— Eu creio que há espaço suficiente para dois aí dentro.
Seus olhos se abriram. Ele estava removendo o resto de suas
roupas.
— Você prometeu!
— Eu não disse nada sobre banhos Gwen apenas sobre fazer amor.
Desta vez ela não conseguiu tirar os olhos dele. Ela veria o sexo
masculino dele mesmo que ela estivesse aterrorizada com isto. Seu
coração se alojou em sua garganta enquanto as roupas dele caíam.
Ele era lindo cada centímetro dele. Luz e sombra lambiam seu corpo
de bronze. Sua masculinidade apenas enfatizava o que ela já havia visto. E
era tão grande quanto ela achava que seria.
Arma era uma palavra mais adequada. Ela se destacava como a
lança de um cavaleiro e por baixo havia um saco muito parecido com o de
um garanhão. O cabelo preto enrolado em torno da base o mesmo cabelo
preto que se arrastava do peito até a junção das coxas e as pernas.
Ela ficou boquiaberta. Esta coisa deveria caber dentro dela. Elinor
havia dito isso a ela. Era a única coisa que Elinor havia dito a ela mas ela
assegurou a Gwen que funcionaria.
— Você gosta do que vê querida? — o divertimento levantava os
cantos de sua boca.
Gwen se virou com o rosto quente.
Richard riu e entrou na banheira. A água subiu consideravelmente
de volume uma parte caindo sobre os lados para encharcar o tapete
bonito. Ele pareceu não se importar.
Ele sentou na outra extremidade de frente para ela as pernas
esticadas ao longo de ambos os lados dela.
— É celestial, não é?
Gwen olhou para ele.
— Sim.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ela cruzou as mãos sobre os seios tentando ignorar a sensação da
pele dele contra a dela. Ele pegou o sabonete e um pano.
— Venha aqui.
— Eu prefiro não ir milorde.
— De volta a isto? Venha aqui, Gwen. Eu já lhe machuquei?
— Não — ela admitiu com relutância.
Ela deslizou para frente até que ele pudesse alcançá-la. Ele
descruzou os braços e correu o pano ensopado lentamente sobre os seios.
Gwen fechou os olhos.
Por que não sentia o mesmo quando ela fazia isto? Deslizou sobre
seus seios, seu pescoço, seu rosto. Sua pele aqueceu sob o toque dele
depois gelou quando ele seguiu em frente.
Ele lavou os braços dela, depois moveu-se para baixo e foi descendo
para baixo de sua barriga e continuou descendo...
— Não!
— É só um pano Gwen. Ele deslizou sobre ela novamente.
Gwen mordeu o lábio com a deliciosa sensação. Talvez ele não
soubesse o sentimento que causava quando a tocava ali.
— Veja é apenas um pano — disse Richard com voz rouca — Não faz
mal, não é?
— Não — ela sussurrou observando-o seu corpo inteiro tremendo
com cada pincelada do pano contra sua feminilidade. Quando ele parou
ela quase pediu para que ele continuasse mas se conteve no último
segundo.
Ele virou-a até que ela estivesse de costas para ele. Ela hesitou então
fez o que ele queria. Ele ensaboou o cabelo dela massageando a cabeça
dela com as pontas dos dedos. Ela se inclinou mais e mais para ele até que
ela roçou seu membro duro.
Richard gemeu e ela pulou. Ele enxaguou a cabeça suavemente e
depois entregou-lhe o pano.
— Sua vez — disse ele.
O queixo de Gwen caiu. Ela recuou para a extremidade da banheira
e se virou para encará-lo.
— Milorde com certeza você não espera...

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Sim eu espero — ele teve a audácia de sorrir.
Ela respirou fundo e aproximou-se dele. Ela tocou o pano em seu
peito hesitante no início. Os olhos prateados dele brilharam. Ela esfregou
com mais força. Ela precisava esticar-se para alcançá-lo então ficou de
joelhos e aproximou-se mais.
A sujeira de sua armadura desapareceu deixando o rosto bonito que
assombrava seus sonhos nos últimos quatro anos.
Ele se mexeu e o movimento inesperado a desequilibrou. Ele a pegou
quando ela caiu contra ele.
Gwen ofegou. O cabelo em seu peito era áspero contra os seios e
deliciosamente erótico. Ele a puxou para mais perto até que seu torso foi
pressionado contra o dele sua masculinidade se esticando entre eles.
— Você me atormenta Gwen — ele sussurrou — Você me
atormentou por anos.
Ele esmagou a boca na dela. Gwen se abriu para ele como uma rosa
para a primeira luz da manhã respondendo as suas carícias com
intensidade febril. Ele espalhou beijos molhados pelo pescoço dela e ela
jogou a cabeça para trás arqueando-se para ele. Suas mãos se moveram
sobre ela moldando-a.
Ela deu um pequeno grito quando a boca dele se fechou sobre o
mamilo o prazer correndo através dela como uma língua de fogo.
Ele provocou o broto duro e então ele estava chupando-o,
beliscando-o. Quando ele parou Gwen pensou que iria explodir mas ele
pegou o outro mamilo em sua boca e começou de novo. Seus punhos se
curvaram em seus ombros.
Sua mão deslizou pelo corpo dela. Ele segurou seu monte seus
dedos acariciando a carne quente. Um tremor a sacudiu quando seu
polegar roçou o cerne de sua feminilidade.
Calor líquido fluiu por suas veias. Toda terminação nervosa em seu
corpo ganhou vida quando a mão dele se moveu sobre ela de novo e de
novo. Isso era loucura. Cada carícia cada estremecimento inevitavelmente
a vinculava a ele.
Isto tinha que parar.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Sua boca se fechou sobre a dela sua língua sondando com urgência.
Uma mão espalhou-se pelas costas dela esmagando-a contra seu peito
rígido.
Ele a pegou e quando ela se sentou novamente suas pernas estavam
sobre suas coxas e sua masculinidade inchada pressionava contra seu
púbis. Ele agarrou suas nádegas com as duas mãos e deslizou para cima
ao longo do comprimento dele.
Gwen arrancou sua boca da dele quando o medo cresceu dentro
dela.
— Não! — ela gritou empurrando ele — Ele era um guerreiro grande
e brutal. Seu acasalamento seria selvagem e descontrolado.
— Eu quero você — ele respirou contra seu pescoço — Deus como eu
quero você! Não me negue Gwen — sua voz era rouca quase suplicante.
A indecisão tomou conta dela. Isto estava acontecendo rápido
demais. Seu corpo doía por ele mesmo quando ela o temia. Ele era seu
marido e era justo que ela cedesse. E no entanto se o fizesse sabia que se
perderia irremediavelmente estaria irrevogavelmente perdida. Ele exigiria
nada menos do que entrega total e quando ele terminasse ele iria embora.
Ela seria apenas mais uma conquista e não poderia suportar.
— Eu não posso — disse ela.
Os braços dele se apertaram ao redor dela brevemente e então ele a
empurrou para longe. Seus olhos brilhavam a luz do fogo.
— Eu não vou esperar para sempre esposa.
Gwen desviou o olhar cruzando os braços sobre os seios enquanto
ele se levantava e saía da banheira.
Quando ela finalmente deu uma olhada para ele ele estava quase
vestido. Seu rosto era duro e selvagem. O músculo em sua mandíbula se
contraiu.
Gwen sentiu desesperança naquele momento. Ele passaria a noite
na cama de outra mulher tocando-a beijando-a com toda a paixão que
deveria ser de Gwen.
— Peça a Owain por qualquer coisa que você possa precisar
enquanto eu estiver fora. Vou instruí-lo a ensinar-lhe como administrar

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


um castelo na ausência de seu senhor. Duvido que você tenha tido muito
treinamento para isto na casa de seu pai.
Gwen segurou a borda acolchoada da banheira.
— Quando você vai voltar?
— Você se importa? — ele perguntou asperamente. Ele esfregou a
mão sobre a testa sua voz suavizada — Eu não sei. Pode levar dias talvez
semanas.
O coração de Gwen afundou. Ela quase mudou de ideia quase pediu
que ele fizesse amor com ela mas as palavras eram muito estranhas.
Ele pegou a armadura.
— É melhor que eu durma em outro lugar esta noite. Vou mandar
Alys para atender você.
O sangue de Gwen rugiu em suas têmporas.
— Você quer dizer que vai passar a noite na cama de outra mulher.
Seu rosto obscureceu.
— Você não vai me questionar esposa — ele rosnou — Eu sou um
homem. Eu tenho necessidades. Se você não pode satisfazê-las é sua culpa
se eu me dedicar a outra.
Ele saiu e Gwen bateu a mão contra a água. Gordas gotas
espirraram em seu rosto escorrendo por seu pescoço lavando a sensação
persistente de seus beijos.

Richard entrou no Grande Salão. Uma moça bonita olhou para ele e
lambeu os lábios. Ele a observou indeciso. Seu corpo latejava. Essa garota
era nova. Ele não a tomara antes.
Ela balançou a cabeça em direção à despensa. Richard assentiu. Ele
a seguiu fechando a porta atrás dele. A despensa estava deserta como ela
sabia que seria. Pães e restos de pratos preparados na cozinha estavam
dispostos nas prateleiras e mesas.
A garota levantou as saias sorrindo. Richard engoliu em seco. Santo
Deus sua esposa que fosse para o inferno! Ele não esperaria que ela lhe
desse a liberação que procurava. Era culpa dela que fizesse isto.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Uma voz irritante lhe disse que ele havia sido muito rápido com ela.
Ele deixara sua necessidade fugir do controle e a assustara. Se ele voltasse
e recomeçasse com uma conversa doce e carinhos delicados ela se renderia
a ele ele tinha certeza disso.
Mas voltar significaria se humilhar. Richard cerrou o queixo. Ele não
imploraria a uma mulher por seus favores especialmente quando havia
outras dispostas a apaziguá-lo.
Ele queria negar suas acusações de infidelidade mas a raiva e o
orgulho o impediram. Ela aprenderia seu lugar e aprenderia a não lhe
questionar ou acusar.
Richard olhou a moça em dúvida. Se ele fizesse isto colocaria Gwen
em uma posição ruim. Ele balançou sua cabeça. Ele era o senhor deste
castelo. Os servos obedeceriam a Gwen porque ela era sua esposa quer ele
se servir-se das moças ou não. O senhor sempre mantivera amantes.
Apesar da exibição de pernas e atributos femininos seu eixo estava
flácido. Richard fechou os olhos e pensou em Gwen. Ele a imaginou na
banheira sua pele cremosa brilhando com a umidade seus olhos verdes
arregalados seus lábios entreabertos na descoberta.
Sua masculinidade cooperou.
Ele ia fazer isto.
Ele ia provar para si mesmo e para ela que não seria governado por
nenhuma mulher.
Ele soltou o cordão de suas calças. A garota sorriu e lambeu os
lábios.
Richard engoliu em seco novamente.
— Assim — disse ele virando-a para que ela estivesse com o rosto
voltado para a mesa — Suas nádegas redondas balançaram convidando-o
a se enrolar dentro das brilhantes dobras cor-de-rosa de sua feminilidade.
Ele empurrou todos os pensamentos de Gwen de sua mente e se
aproximou agarrando os quadris da garota.
— Sim, milorde, sim — ela ofegou.
O som de sua voz estridente não gutural e musical como o de Gwen
abalou sua concentração obstinada.
Richard recuou seu estômago revirando.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Não esta noite.
Maldito fosse ele se não estivesse perdendo a cabeça. Suas mãos
estavam tremendo quando ele atou suas roupas!
Ele se virou quando a garota o encarou. Suas saias se soltaram com
um movimento. Ela esperou como se ele pudesse mudar de ideia.
— Volte para o salão — ele retrucou.
— Sim, milorde — A porta se fechou atrás dela e Richard encostou-
se a uma mesa apoiando-se com as mãos.
Deus o ajudasse ele não poderia fazer isto! Ele não podia deixar
Gwen enfrentar uma criada com quem ele houvesse recentemente
dormido. Elas poderiam obedecê-la mas ririam pelas suas costas.
Ele deveria ter tido tempo para apresentá-la no salão hoje à noite.
Agora ela teria que forjar seu próprio caminho com o pessoal. Owain a
ajudaria ele cuidaria disso.
Ele quase conseguiu convencer a si mesmo que essa era a única
razão pela qual ele parara.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Capítulo 17
Quando o amanhecer fez surgir os primeiros pedaços cor-de-rosa no
céu Richard cavalgou pelos portões de Claiborne e entrou no vale abaixo.
Dez cavaleiros o acompanhavam iniciando um galope ao seu sinal.
O gelo cobria as colinas ondulantes. O ar matinal ardeu em sua
garganta e pulmões. A névoa pairava sobre o Dee, ocultando-o em trajes
fantasmagóricos.
Sirocco, sentindo o humor sombrio de seu mestre levantou uma
orelha para trás. Richard deu um tapinha no lombo do garanhão. Cavalos
eram muito mais fáceis de entender do que mulheres.
Richard passara a noite em um banco no salão. Ele não tivera a
energia necessária para encontrar outra câmara. Tivera que ouvir os
grunhidos e gemidos de amantes satisfeitos acasalando-se debaixo de
cobertores no chão. Isto não ajudara em nada a melhorar o seu humor.
Ele poderia ter enviado Gwen para o alojamento das mulheres mas
de alguma forma o pensamento de dormir em sua cama sem ela era
demais para suportar depois do breve gosto que tivera dela.
Deus a noite que eles poderiam ter tido se ela tivesse deixado
acontecer! Seu corpo endureceu quando se lembrou da sensação sedosa de
sua pele sob seus dedos seus suspiros assustados quando ela descobrira
sua sensualidade o jeito que seu cabelo molhado se agarrava ao pescoço
quando ele o afastara para beijar sua garganta.
Seria uma longa jornada se ele continuasse pensando em sua
esposa!
O sol da manhã desapareceu rapidamente atrás de um manto de
nuvens espessas mas ainda era cedo quando chegaram à Mansão de
Lydford. Os aldeões ficaram olhando enquanto eles passavam. Não era
frequente Richard ir as suas mansões. Patrulhar a fronteira tomava todo o
seu tempo então ele deixava a administração de seus feudos inteiramente
a cargo do administrador de suas propriedades.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Richard notou com satisfação que as casas estavam bem cobertas e
as paredes firmes. Não havia buracos no pau-a-pique. Porcos e galinhas
corriam livremente. Cães latiam. Alguns caminhavam ao lado dos corcéis
abanando as caudas. Outros se levantaram e os observavam passar muito
ocupados ou com preguiça para se juntar a caçada.
Os aldeões levantavam as mãos em saudação chamando por Lord
Black Hawk. Essas pessoas sabiam o valor de seu soberano e diziam-lhe
isso com seus sorrisos e acenos. Ele não somente fornecia os meios para
alimentá-los e a suas famílias como também mantinha a fronteira segura
para que eles pudessem prosperar em paz.
Rindo, crianças com rostos sujos corriam atrás dos cavaleiros
boquiabertas diante dos gigantescos cavalos de guerra e dos homens
encouraçados que se sentavam sobre as feras. Black Hawk de Claiborne
era uma lenda que ganhava vida e eles o seguiram até os portões da
Mansão de Lydford.
Os homens entraram no pátio. A lavadeira olhou para cima de sua
tina de roupa de cama. Ela limpou o pulso no rosto a solução de cinza de
madeira e soda cáustica esquecida no momento.
Isabelle de Lydford saiu correndo da fortaleza. Ela usava uma
simples túnica marrom e uma camisa e seu cabelo estava escondido sob
um véu de lã. Um sorriso iluminava seu rosto rechonchudo enquanto seu
olhar procurava avidamente entre os homens. O sorriso morreu
lentamente quando Richard desmontou.
— Onde está Hugh?
Richard cerrou os punhos a cota de malha mordendo sua pele. Deus
como ele odiava isto! Ele dissera a outras esposas antes que seus maridos
estavam mortos mas cada vez era como se fosse a primeira. A dor sempre
era a mesma.
— Lady de Lydford desejo falar em particular com você.
O rosto de Isabelle empalideceu. Suas costas endureceram e seu
queixo levantou bravamente.
— Eu ouvirei o que você tem a dizer, milorde.
— Seria melhor se...
— Não! Não suportaria esperar. Diga-me agora milorde por favor.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Richard respirou fundo e se aproximou.
— Hugh me serviu bem, senhora. Não há honra maior do que morrer
a serviço de seu senhor e de seu rei.
Os olhos de Isabelle se encheram de lágrimas. Ela começou a tremer
e apertou as mãos contra o rosto.
— Eu pensei que poderia aguentar mas não posso — ela sussurrou.
Um grito rasgou o ar quando ela caiu de joelhos. Ela bateu os
punhos na terra gemendo. Richard se inclinou para levantá-la mas ela se
afastou dele. Ele se inclinou ao lado dela a borda de seu casaco escarlate
acumulando-se como sangue a seus pés.
— Lady de Lydford por favor pelo bem de seus filhos — ele nunca
sabia o que dizer ou como consolar as mulheres.
Sempre pensava em seu pai. William de Claiborne se sentira assim
quando sua esposa morrera? Richard engoliu em seco. Jesus amar tanto
alguém que a perda era como ter um braço ou uma perna arrancados! Era
assustador.
O corpo de Isabelle tremeu sob o peso de seus soluços. Ela
finalmente olhou para ele os olhos vermelhos as lágrimas escorrendo pelo
rosto.
— O que... será... de mim... e meus filhos?
— Seu filho é herdeiro do feudo que Hugh administrava para mim.
Você está sob minha proteção até que ele atinja a maioridade.
Ela se virou balançando a cabeça seu corpo ainda tremendo com os
soluços. Richard ficou de pé. Seus homens estavam olhando para o outro
lado. Alguns deles mexiam nas rédeas outros sentavam-se rigidamente.
Cada homem sabia que poderia ter sido ele ou que ele poderia ser o
próximo.
O padre da aldeia apressou-se para frente. Richard remontou.
— Cuide dela, padre — disse ele juntando as rédeas e sinalizando a
seus homens para que seguissem em frente.
Os homens cavalgaram em silêncio até a encruzilhada onde Andrew
os esperava. Richard continuava pensando em Isabelle de Lydford muito
depois de terem deixado a aldeia e a mansão para trás.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Amar demais era perigoso. Sua mãe havia sido uma sortuda. Ela
fora para o túmulo amando e sendo amada. Fora seu pai quem
permanecera suportando toda a dor. E ele.
Era por isso que ele jurara que nunca mais amaria alguém
especialmente uma esposa. As mulheres morrem no parto o tempo todo.
Elizabeth morrera e a criança com ela. O que impediria sua nova esposa
de fazer o mesmo?

Gwen acordou sozinha na cama estranha. Ela se condenou por


pensar que Richard poderia ter voltado à noite. Sua cama não era
desagradável mas certamente evocava sonhos provocadores com ele.
Afastando-se da grande cama ela vestiu o roupão. Alys entrou na
câmara seu rosto indignado muito vermelho.
— Você não vai acreditar minha senhora! — suas mãos gesticulavam
descontroladamente no ritmo do seu humor — Estes pagãos ingleses não
têm pão fresco nem bolos. O cozinheiro disse: carne de carneiro, queijo e
pão velho ou nada! E isso eu só reuni ao apontar e gritar. Ele não fala uma
palavra de galês ou francês! Apenas aquele vil gutural e irritante-para-os-
meus-ouvidos inglês!
Gwen gemeu internamente. Inglês. Nunca lhe ocorrera que essas
pessoas não falassem francês. Em todo o tempo que passara na casa do rei
ela nunca tivera problemas porque todos os criados falavam francês.
Mesmo em Shrewsbury ela nunca encontrara um criado com quem
não pudesse conversar. Mas estas eram as Marches um castelo de
fronteira na borda das terras selvagens galesas. Haveria pouca
necessidade dos servos de Richard falar francês.
Como ela poderia ter esquecido algo tão vital? Até mesmo Elinor
nunca pensara nesta possibilidade. Ela fora criada no exílio na França e
não estava acostumada a lares ingleses.
Condenado Richard por deixá-la lidar com isto!
— Está tudo bem, Alys. Ajude-me a me vestir e eu vou endireitar
estes bárbaros. Primeiro vou encontrar Owain. Talvez ele fale este inglês
grosseiro — ela não deixaria o marido massacrá-la!

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Alys se iluminou com a sugestão.
— Sim, ele pode dar a esse cozinheiro o chicote que ele merece!
— Agora o meu vestido. Nada muito grandioso e nada muito claro.
Eu devo parecer nobre mas não muito acima deles. Lã eu creio. Está muito
frio para a seda e o veludo será muito pretensioso.
— Sim minha senhora — respondeu Alys indo para a antecâmara.
Ela ouviu Alys mexendo nos baús e pegou sua escova.
Quando Alys retornou ela tinha uma camisa preta e uma túnica
vermelha. Gwen fez uma careta.
— Carmesim e preto, Alys?
A mulher assentiu.
— Pense nisto. É o lembrete perfeito de que você é a Condessa de
Dunsmore. Se eu houvesse pensado nisto antes teria bordado falcões em
alguns dos seus vestidos.
Gwen pegou as roupas.
— Não Alys sem falcões. Tenho lembretes suficientes sem que
necessite usá-los eu mesma.
Alys encolheu os ombros.
— Como desejar mas esta é uma boa ideia.
Gwen se vestiu e foi procurar por Owain. Alys a seguiu resmungando
sobre os pagãos ingleses o tempo todo. Gwen parou uma moça e
perguntou em francês se sabia onde Owain estava. A garota piscou. Gwen
seguiu em frente. Ela perguntou a mais duas mulheres que olharam para
ela como se ela tivesse dez cabeças. A paciência de Gwen estava por um
fio.
— Owain! — ela gritou — Leve-me para Owain! Eu não me importo
se você entende outra palavra você entende Owain — ela fez sinal para a
mulher começar a andar e incrivelmente ela obedeceu levando Gwen e Alys
diretamente para o velho galês.
— Milady — disse ele levantando-se de seu assento e se curvando —
O que posso fazer por você?
Gwen entrou no cômodo seu queixo caindo. Parecia ser o solar da
família. Era bem grande e bem mobiliado embora os móveis parecessem
não ter sido polido em anos. Um fogo queimava na lareira e a fumaça

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manchara as rochas da lareira de preto. Tapeçarias empoeiradas pendiam
das paredes que eram pintadas apesar da falta de limpeza.
As almofadas das cadeiras estavam gastas o veludo rachado e
desbotado. Gwen sacudiu a cabeça. Richard de Claiborne era rico. Isto era
ridículo. Um conde de sua posição deveria ter um castelo bem arrumado
não aquele em que escorria negligência dos próprios alicerces.
Ela virou-se para Owain.
— Qual é o significado de tudo isto? — ela perguntou, abrindo os
braços.
As sobrancelhas brancas de Owain se aproximaram.
— Eu não entendo milady. O significado de quê?
Gwen suspirou. Ele era um homem. Todo este castelo estava cheio
de homens. As únicas mulheres eram as mulheres que serviam e não
estavam interessadas em manter o castelo limpo se ninguém as obrigasse
a fazê-lo. Richard dissera que duvidava que ela tivesse muito treinamento
para administrar um castelo. Bem ela estava prestes a mostrar a ele.
Querido Deus se esta bagunça era o que os ingleses achavam que
era manter uma casa era uma maravilha que eles houvessem conseguido
escapar dos escombros para derrotar os galeses!
— Primeiro quero que você junte todas as camareiras. Eu vou dar as
ordens e você vai traduzir. Então veremos o resto da equipe.
Gwen se sentou em uma cadeira enquanto Owain fazia o que ela
pedira. Quando ele reuniu as mulheres Gwen começou a delinear seus
deveres como ouvira Elinor fazer. Owain ouviu seus olhos se arregalarando
a princípio. Depois que superou o choque inicial um sorriso se espalhou
por suas feições e ele traduziu com o que Gwen teria dito que era alegria.
As camareiras olhavam para ela sem dúvida sem saborear as tarefas
de encerar móveis, bater tapetes, varrer os juncos, esfregar as lajes,
arranjar juncos frescos e aromatizá-los com ervas, esfregar paredes até
que já não estivessem sujas. Seus rostos se iluminaram quando ela
prometeu um dia extra de salário por um trabalho bem feito.
Owain franziu a testa mas não disse nada.
As mulheres moveram-se rapidamente conversando entre si mas não
antes de fazer uma profunda reverência para sua nova senhora.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Em seguida Gwen disse as criadas em termos inequívocos que
deveriam se vestir de maneira mais modesta e se comportar melhor
quando servissem no salão.
Deu ordens para que os cães fossem imediatamente removidos para
os estábulos e para que os cavaleiros e homens de armas não ficassem no
salão desnecessariamente.
Uma busca nos armazéns revelou jardas e jardas de veludo e
enfeites para estofar as cadeiras e fazer novas cortinas de cama. Alys
começou a trabalhar imediatamente.
— Leve-me as cozinhas, Owain — disse Gwen.
— Como deseja,r minha senhora — respondeu ele sorrindo de orelha
a orelha.
As cozinhas ficavam na parte de trás do castelo. O prédio de madeira
era grande abrigando duas lareiras e vários trabalhadores. O calor
irradiava através da estrutura enquanto caldeirões de sopa e carne
borbulhavam sobre as fogueiras.
Gwen avistou o mestre cozinheiro antes que Owain o apontasse. Ele
estava ao lado de um espeto conversando com a garota que virava a carne.
De vez em quando ele acenava com a mão ou emitia um comando que
mandava homens e mulheres se apressarem.
Os olhares furtivos de sua equipe o alertaram que algo estava
errado. Ele se virou rapidamente arregalando os olhos. Seu rosto enrugado
brilhava vermelho do calor assim como sua careca.
Ele dirigiu um fluxo de inglês irritante para Owain, gesticulando na
direção de Gwen o tempo todo. Ela assumiu sua melhor posição de
princesa. Este homem ia ser difícil de lidar.
— O que ele disse Owain?
Owain pigarreou.
— Uh, ele não gosta de você em sua cozinha milady. Diz que ele não
receberá ordens de uma menina.
— Diga a ele que está demitido.
— Milady, Oliver está em Claiborne há trinta anos. Você não pode
dispensá-lo assim.

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— Sim eu posso. Diga a ele que está demitido. E esta é a minha
cozinha. Diga-lhe isto também.
Oliver ficou ainda mais vermelho quando Owain falou. Ele balançou
o punho para Gwen, falando em inglês.
— O que ele disse?
— Ele disse que só vai obedecer a Lorde de Claiborne. Se o lorde o
despedir ele irá embora mas não irá até que ele o faça.
Gwen mastigou o interior do lábio. Ela decidiu ser ousada. Ela vira
seu pai blefar em reuniões com seus chefes. Ela usaria a única arma a sua
disposição.
— Diga-lhe que ele não compartilha a cama de Lorde de Claiborne. E
o que ele acha que Richard fará quando souber que seu cozinheiro foi rude
com sua nova noiva? Não posso imaginar que Richard aceite gentilmente
este insulto.
Owain traduziu. Oliver empalideceu seu olhar cintilando sobre ela
em dúvida. Gwen afastou o cabelo do rosto num belo gesto estudando a
parede oposta com interesse.
Oliver limpou as mãos na túnica antes de falar. Owain se virou para
ela mal conseguindo conter seu sorriso.
— Ele pede que a condessa por favor reconsidere a possibilidade de
demití-lo e diz que a servirá bem e fielmente.
Gwen brincou com a corrente de seu cinto.
— Muito bem. Diga a ele que ele pode ficar. De agora em diante o
cardápio deve ser discutido comigo.
Oliver fez uma reverência quando Owain terminou de traduzir. Gwen
fez um rápido inventário da cozinha. Ela instruiu Oliver a preparar uma
refeição mais leve pela manhã seguida de uma grande refeição no meio do
dia terminando com um jantar leve.
Quando ela e Owain partiram Oliver parecia mais do que ansioso
para fazer confeitos e assar tenebrosos pássaros para o prazer dela embora
ele resmungasse baixinho o tempo todo.
Gwen sorriu para si mesma. Elinor ficaria orgulhosa.
Quando chegaram ao solar Owain olhava radiante para ela.
— Há mais alguma coisa que eu possa fazer por você, milady?

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Gwen empurrou uma mecha de cabelo por cima do ombro.
— Sim, Owain. Você pode me ensinar a falar inglês. Eu não posso ter
você traduzindo para mim o resto da vida.
— Será um prazer.
— Começaremos amanhã então. Estou cansada demais para mais
alguma coisa hoje — a julgar pelas sombras que rastejavam pela sala
estava quase anoitecendo. Gwen percebeu que estava exausta. Ela não
tinha ideia de que seu primeiro dia em Claiborne tiraria tanto dela. Maldito
Richard! Ela teria sucesso apesar dele.
— Creio que vou me recolher agora, Owain.
— Devo mandar uma bandeja para a sua câmara?
— Sim — Gwen se virou para ir então parou — Obrigada, Owain. Por
tudo.
Ele sorriu em resposta.
Mais tarde Gwen deitou-se na cama e pensou no dia que tivera.
Graças a Deus Owain não recusara suas ordens ou ela nunca teria
chegado tão longe quanto chegara!
O dia amanhã prometia ser igualmente interessante. Ainda havia as
dependências a serem visitadas e talvez a aldeia e então...
Ela estava dormindo antes que ela pudesse completar o pensamento.
Alys fechou as cortinas e recuou para o catre.

Os cavaleiros montaram o acampamento uma vez que as sombras da


noite escureceram o céu. Eles encontraram um conjunto de impressões na
caverna de Llanwell e seguiram a trilha durante todo o dia sem descanso.
Andrew andou até onde Richard se sentara contra uma árvore.
— É estranho não é, milorde?
— Sim — disse Richard, levando o frasco aos lábios. Ele tomou um
longo gole da cerveja amarga depois passou a boca pelo manto.
— Galeses geralmente vão direto para as montanhas. Você acha que
eles querem nos desviar e depois voltar?
Richard sacudiu a cabeça.
— Não é comum um galês ir tão fundo na Inglaterra.

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— Você quer dizer que você acha que eles são ingleses? E a arma?
— Edward está treinando arqueiros ingleses para usar o arco longo.
É mais eficaz do que a nossa besta e se alguma vez Llywelyn tentar se
rebelar novamente ele terá sua própria arma usada contra ele.
Andrew pareceu pensativo.
— Bem se eles não forem galeses por que eles nos atacaram eu me
pergunto.
Richard também pensara nisso.
— Tenho certeza de que são os mesmos bandidos que roubam os
viajantes na estrada para Chester. Eles devem ter usado a caverna de
Llanwell como um esconderijo e provavelmente foram pegos de surpresa ao
nos encontrar lá. Eu não creio que eles planejaram o ataque. Eles
recuaram muito rapidamente quando descobriram que estavam em menor
número. Os galeses teriam lutado mais arduamente.
Andrew assentiu.
— Sim, está certo sobre isto. Os galeses não desistem tão facilmente.
Os homens se revezaram na guarda durante a noite. Richard
levantou-se algum tempo depois da meia-noite para assumir o seu turno.
Ele se recostou contra uma árvore para descansar o peso de seu corpo.
Contra sua vontade ele pensou em Gwen. Richard não estava
acostumado a permitir que uma mulher dominasse seus pensamentos,
mas ele não conseguia tirá-la da mente.
Deus quão linda ela se tornara! O cabelo dela era glorioso os olhos
dela deslumbrantes o corpo dela mais desejável que antes. Ele tinha um
enorme desejo de possuí-la marcá-la como sua mulher para sempre.
Pensou em Rhys ap Gawain e o desejo tornou-se ainda mais forte.
Rhys a amava. Era óbvio pela maneira como ele olhava para ela.
Gwen também o amava? Richard estava certo de que ela amava. Não
importava no entanto. Ela era dele. Ela ia dormir em sua cama carregaria
seus filhos faria companhia a ele nos dias frios de inverno. Dele e de mais
ninguém.
Um pensamento repentino atingiu Richard – havia muitas maneiras
de fazer amor com uma mulher e nem todas envolviam penetração. Ele
ficou surpreso que não houvesse lhe ocorrido antes.

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Ele socou a palma de sua mão com seu punho de ferro. A ficha caiu.
Por Deus ela não se negaria novamente! Não era de admirar que ela tivesse
respondido as preliminares dele. Ela estava acostumada a ser tocada
dessa maneira apenas não ao ato sexual em si. Richard conheceu um
desejo assassino de castrar Rhys ap Gawain.
Lentamente a névoa vermelha de raiva se elevou. O que importava se
ela fosse experiente de outras maneiras? Sua virgindade estava intacta
então ela não poderia estar carregando o bastardo de seu amante.
Certamente isto era tudo que importava.
Richard respirou entre os dentes cerrados. A sedução ainda era o
melhor curso de ação. Ele usaria a resposta de seu corpo contra ela até
que ela ficasse cega de paixão para dizer não. Ele jurou que a teria assim
que voltasse ao Castelo de Claiborne.

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Capítulo 18
Passara mais de quinze dias desde que Richard havia partido. Gwen
olhava para fora de uma das grandes janelas em sua câmara. A câmara
deles.
Um leve cobertor de neve cobria o vale abaixo. O rio Dee cortava a
paisagem branca como uma adaga. Os picos das montanhas irregulares
elevavam-se para além do vale. Owain havia lhe dito que o mais alto e
mais distante era Snowdon.
Todos os dias ela procurava e todos os dias ficava frustrada pelas
nuvens fumegantes que se agarravam a cordilheira.
Ela suspirou e se virou.
Alys sentava-se ao lado do fogo cantarolando uma melodia enquanto
costurava. O olhar de Gwen foi para a enorme cama.
Ela chegara a pensar que dormir era uma tortura. As cobertas, os
travesseiros, os lençóis – todos cheiravam a Richard. Era como estar em
seu abraço e ainda assim não ser abraçada.
— Vou dar uma volta Alys — disse ela cobrindo-se com um pesado
manto de veludo forrado de arminho branco.
Alys levantou os olhos de sua costura.
— Alguma coisa está errada?
Gwen sacudiu a cabeça.
— Eu só preciso sair desta sala é tudo.
— Ele vai voltar em segurança.
Gwen engoliu em seco.
— Eu não estava pensando em meu marido Alys — na verdade ela
não pensava em mais nada há dias.
Alys encolheu os ombros e inclinou a cabeça sobre a costura. Gwen
correu para a porta.

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O Castelo de Claiborne era enorme. Gwen vagou sem destino real,
movendo-se de sala em sala em silêncio. Servos se curvavam ou faziam
uma reverência quando ela passava. Ela sorriu-lhes em cumprimento.
Sem pensar ela arrastou a mão ao longo de tampos de mesas e do
madeiramento procurando por um traço de poeira. Não havia nenhum e
isto a agradou.
Gwen examinou os rostos das camareiras e das criadas pelas quais
passava perguntando-se com quem Richard passara a noite antes de
partir.
Não importava. Sua tentativa de menosprezá-la junto a seus criados
não funcionara graças à cooperação de Owain. Ela tivera que suprimir o
desejo de ser mais dura com as mulheres certa de que todas as suas
conversas em uma língua que ela não conseguia compreender eram sobre
ela. Mesmo que fosse elas ainda obedeciam às suas ordens.
Houve alguns problemas no início. Servos que foram solicitados a
fazer coisas que eles provavelmente nunca haviam feito antes reclamaram
amargamente. Uma mulher recusara-se abertamente a esfregar a fumaça
das paredes. Ela havia sido mandada embora apenas para retornar no dia
seguinte humilde e pronta para trabalhar.
Os juncos crepitaram sob os pés de Gwen enquanto ela caminhava o
cheiro de manjerona e rosas subindo deles. Algumas das salas menores
eram acarpetadas da mesma maneira que a câmara de Richard. Os tapetes
foram arrastados para o lado de fora e batidos até que nenhum pó saísse
deles. As paredes laminadas brilhavam com tinta fresca. Umas eram
brancas, outras verdes, algumas eram douradas.
No Grande Salão um mural do brasão de armas de Richard
comandava a parede atrás do estrado. Agora que fora lavado as cores
saltavam e faziam o falcão parecer de alguma forma vivo.
No que dizia respeito a Gwen ele poderia ter sido deixado entorpecido
pela fumaça.
Também o salão encontrava-se em ordem nos dias de hoje. Os
cavaleiros se rebelaram a princípio. Gwen tivera que ameaçá-los da mesma
maneira que ela ameaçara Oliver. Por causa deles ela usava seda e veludo
e se certificava de que suas roupas estivessem firmemente atadas.

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O humor disto não escapara a ela. Uma virgem fingindo ser uma
sereia. Tomara toda a sua força de vontade apenas manter seu rubor sob
controle enquanto se exibia na frente deles e falava da devoção de Richard
por ela. Owain não precisara traduzir suas palavras para eles porque os
cavaleiros falavam francês e inglês. Fora gratificante finalmente poder
falar por si mesma.
Ela parou na passagem que levava aos aposentos das mulheres. Ela
considerara tomar uma cãmara lá mas a ideia de deixar a câmara de
Richard a perturbara por algum motivo. Sua cama poderia ser uma tortura
mas ela não queria desistir da sensação de estar com ele. Era ridículo mas
ela realmente se sentia segura ali. Segura no covil de Black Hawk.
O que Elizabeth sentira quando morou aqui? Gwen mordeu o lábio.
Ela queria perguntar a Owain sobre a primeira esposa de Richard mas ela
não poderia fazê-lo. Owain era próximo de seu lorde. Ele provavelmente
diria a Richard tudo o que ela havia dito e feito desde que ele partira de
qualquer maneira. Richard saber que ela perguntara sobre Elizabeth era
demais.
Gwen se afastou da passagem. Era bom que Owain não suspeitasse
de seu verdadeiro propósito quando insistira em fazer turnês a cada
centímetro do castelo. Ela procurara em todos os quartos por um sinal de
que ele mantivesse uma mulher. Se Richard tinha uma amante ela não
estava em Claiborne.
Ela pensou em Anne novamente. Ashford Hall ficava a menos de um
dia de viagem. Richard poderia ir e vir com facilidade se assim o desejasse.
Talvez fosse lá que ele estivesse agora. Ele provavelmente pegara os galeses
no primeiro dia e estava evitando sua esposa.
Gwen estava fumegando quando encontrou Owain no Salão Menor.
Seu rosto se iluminou quando ela se aproximou.
— Como você está hoje, milady?
— Muito bem, obrigada — ela respondeu rigidamente.
Owain franziu a testa. A raiva de Gwen desmoronou.
— Sinto muito, Owain. Talvez eu esteja me sentindo um pouco
inquieta.
Ela sentou-se e estudou as paredes brilhantes com satisfação.

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Owain seguiu o olhar dela.
— Está tão grandioso como era quando a mãe de Lorde de Claiborne
estava viva. Fez um trabalho admirável.
Gwen sorriu. Owain contara a ela sobre a mãe de Richard e como o
castelo florescera em seus dias.
— Você acha?
— Sim.
Ela torceu um cacho ao redor do dedo.
— É um castelo precioso. E grande — era estranho mas ela passara
a apreciar o Castelo de Claiborne. Tinha uma qualidade selvagem e
indomável que a lembrava de seu senhor.
Owain assentiu.
— Sim, é. O mestre construtor do Rei Edward, Sir James,
aumentou-o há alguns anos atrás. Reforçou e ampliou os quartos. É mais
grandioso e assustador do que no tempo do pai de milorde.
— É difícil acreditar que você está aqui por tanto tempo.
— Sim, o é para mim também às vezes. Mas eu servi a William de
Claiborne desde antes de Lorde Richard nascer. Richard tem vinte e oito
anos e eu estava aqui dois anos antes disto.
— De que clã você vem?
— Eu sou de Gwent milady nas Montanhas Negras.
Gwen assentiu.
— Eu percebi que o seu sotaque era do sul.
Owain sorriu.
— Depois de todos esses anos,ainda é óbvio?
— Sim — ela brincou com uma das correntes de ouro penduradas
em seu cinto — Owain? — ele esperou suas sobrancelhas levantadas —
Eu… eu estava me perguntando por que você continua a serví-lo. Ele é um
inimigo do nosso povo.
— Ele faz o que deve para servir ao seu senhor, o rei. O pai dele teria
feito o mesmo se tivesse sido ordenado por ele.
— Mas você é galês! Isto não lhe incomoda?
Ele pegou a mão dela e apertou-a levemente.
— Alguns laços são mais fortes que outros milady.

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Gwen pigarreou.
— Como ele era? Quero dizer quando era um garotinho?
Owain sentou-se em uma cadeira em frente a ela. Sua boca se
curvou em um sorriso que era estranhamente parecido com o de Richard.
— O mesmo que agora. Teimoso, cabeça dura. Certa vez quando ele
tinha quatro anos sua mãe lhe disse que ele não poderia ir com o pai para
as terras fronteiriças. Você acha que ele chorou? Não ele entrou
sorrateiramente no estábulo e teria saído pelos portões se conseguisse
chegar às costas do cavalo. Ele veio até mim para pedir ajuda e eu tive que
convencê-lo a desistir.
— Por que você não contou a mãe dele?
Owain riu.
— Eu teria eventualmente mas era mais fácil falar com ele primeiro.
Mesmo quando menino ele tinha uma quantidade absurda de orgulho.
Provavelmente nunca teria me perdoado se o tivesse levado para a mãe
dele.
— Como você conseguiu isto?
— Não foi fácil. Eu tive que prometer roubar doces da cozinha e ser
seu alvo na prática da espada. Graças a Deus sua espada era apenas uma
vara!
Gwen riu. Ela tentou imaginar Richard como ele era então. Ela não
pôde. Ele era muito perigoso muito ameaçador para que alguma vez,
pudesse imaginá-lo como um garotinho.
— Você o ensinou a falar galês também?
— Sim. Ele sempre foi bom com idiomas. Aprendeu muito depressa
— Owain lançou-lhe um olhar avaliador — Talvez ele possa lhe ensinar
inglês melhor do que eu se vocês dois encontrarem tempo.
Gwen corou. Owain estivera presente em todas as palestras que
havia feito sobre como Richard estava obcecado por ela. Um pensamento
repentino a atingiu. E se ele contasse a Richard as coisas que ela dissera?
Richard provavelmente riria e a denunciaria na frente de todos.
— Ele geralmente se vai por tanto tempo? — ela perguntou mudando
de assunto.
— Nem sempre milady. Às vezes demoram dias, às vezes semanas.

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Gwen quase temia o seu retorno. Quando Richard estivesse de volta
ele seria o senhor e mestre do Castelo de Claiborne. Ele poderia não deixá-
la tomar decisões ou continuar fazendo as coisas do jeito que havia feito.
Ela torceu a corrente furiosamente. Amaldiçoada fosse se ela
desistisse sem lutar! Ela se sentira útil necessária e não deixaria que ele
tirasse isto dela.
Depois de verificar a progressão das tarefas da tarde ela voltou para
a câmara principal. As janelas a atraíram como sempre e ela apertou as
mãos no vidro grosso.
A neve sussurrava cobrindo o chão abaixo. Ela tentou distinguir os
padrões individuais dos flocos brancos à medida que caíam. Por fim seus
olhos registraram movimentos distantes no vale.
Que pastor sairia com suas ovelhas neste tempo?
Ela pressionou o nariz no vidro depois limpou impacientemente o
vapor que se projetava. Ela correu para a próxima janela e a próxima cada
uma se vaporizando por sua vez.
Ela limpou a janela com a manga e olhou para o vale novamente.
Cavalos. Cavaleiros. A bandeira carmesim e preta do senhor do Castelo de
Claiborne.
— Richard — ela sussurrou pressionando os dedos no vidro — Ela
se virou da janela e correu para a porta. Havia um milhão de coisas para
fazer.

— Esfregue-o bem e caminhe até que ele esteja calmo, Edwin —


disse Richard entregando as rédeas de Sirocco.
— Sim, milorde — respondeu Edwin — Ele levou o garanhão suado
até o estábulo acariciando seu nariz e falando baixinho.
— Você está pronto para uma cerveja, milorde? — Andrew perguntou
parando ao lado dele.
Richard sorriu.
— Entre outras coisas.
Os dois homens caminharam lenta e pesadamente pelo pátio juntos.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Sim, eu creio que você não pode esperar para ver aquela sua
delicada esposa. Eu pretendo encontrar um pouco de companhia feminina
também. Cristo! foi uma viagem difícil!
— Sim — disse Richard — Ele reprimiu um bocejo enquanto ele e
Andrew subiam as escadas da construção. Ele tropeçou quando eles
entraram no salão e Andrew estendeu a mão para firmá-lo.
— Talvez você deva pular o cortejar e ir direto dormir milorde.
Deveríamos ter ficado em Shrewsbury por uma noite ou duas.
Richard olhou para os olhos vermelhos de seu capitão.
— Talvez nós dois devêssemos pular o cortejar até estarmos mais
descansados.
Andrew sorriu.
— Eu não estou tão cansado que não possa deitar de costas e deixar
uma mulher devassa se aproveitar de mim.
O sorriso de Richard desapareceu quando ele deixou seu olhar vagar
pelo salão.
— Meu Deus…
Owain veio até ele.
— Milorde — disse ele curvando-se — Sua túnica estava impecável
sem nenhuma ruga a ser encontrada.
— Que diabos está acontecendo aqui?
Owain sorriu. O queixo de Andrew estava aberto. Richard entrou no
salão e parou. Ele se virou devagar. As paredes tinham sido caiadas de
branco! As mesas estavam cobertas de linho branco e os homens sentados
nelas conversavam em voz baixa.
As criadas estavam atadas até o pescoço. Um dos cavaleiros colocou
uma mão familiar no traseiro de uma moça. Richard ficou boquiaberto
quando ela lhe deu um tapa e se afastou.
E onde estavam os cães?
Ele olhou para o mural. Jesus ele não se lembrava de ser tão
brilhante mesmo quando seu pai o pintara! A mocinha transformara o
castelo!
Owain veio ao lado dele.
— Sua condessa fez algumas mudanças.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Eu posso ver isto — Richard rosnou — Sua cabeça estava
girando. As mudanças não eram ruins apenas chocantes para um homem
que estava acostumado com a rotina. Como diabos ela conseguira isso? E,
melhor ainda onde ela estava? Por que ela não estava esperando por ele?
Certamente ela sabia que ele estava vindo. Todo o maldito castelo sabia
que ele estava aqui antes mesmo de atravessar os portões da cidade.
— Sua esposa espera por você em seu quarto milorde — disse Owain
como se discernindo seus pensamentos.
Richard sentiu uma tensão que ele nem sabia que existia sendo
drenada de seu corpo.
— Envie comida e água para o banho.
O sorriso de Owain se ampliou.
— Ela já ordenou que trouxessem para você, milorde.
Richard passou por ele e se dirigiu para as escadas do outro lado do
salão. Mesmo cansado como estava os músculos de sua virilha se
apertaram. Ele reprimiu seu desejo. Ele estava muito cansado para a
sedução e ela não viria de bom grado.
Ele correu para seu quarto e abriu a porta. Gwen se virou para
encará-lo seu cabelo girando ao redor dela como fogo líquido. Richard ficou
olhando. Por que ele quisera fazer com que ela usasse um véu?
Seus olhos verde-dourados estavam arregalados quando seu olhar
cintilou sobre ele. Richard engoliu em seco. Jesus ela estava radiante! Sua
pele pálida era como um creme impecável contra o veludo azul de seu
vestido.
Ele queria tomá-la em seus braços e dar beijos leves como a pluma
em seu rosto. Impaciente ele empurrou a touca da cota de malha. Seu
cabelo estava emaranhado de suor e ele passou a mão por ele. A túnica
carmesim com o símbolo do falcão estava rasgada e suja. A grande espada
pendia flácida ao seu lado não mais brilhante e feroz.
— É bom ver você milorde — disse ela.
— É mesmo?
Gwen piscou.
— Sim — disse ela baixando o olhar — Realmente era bom vê-lo. Ela
odiava admitir que sentira a falta dele. Mesmo cansado e sujo ele era

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


bonito. Ela era atraída para ele como somente uma mulher poderia ser
atraída para um homem.
Tirou as manoplas e as jogou de lado depois parou diante dela. Ele
pegou uma mecha de cabelo.
— Você não tem usado um véu tem?
— Eu disse que não usaria.
Deixou cair a mecha flamejante e entrelaçou os dedos no cabelo na
altura da têmpora correndo até as pontas.
— Vamos fazer um acordo então — ele disse suavemente — Você não
usará um exceto quando formos à corte. De acordo?
Gwen levantou os olhos surpresa. Ele a observou com expectativa.
— Sim, milorde — disse ela presenteando-o com um sorriso.
Ele suspirou.
— Você nunca irá me chamar pelo meu nome sem que eu lhe
lembre?
Gwen olhou para o peito dele. Ela amava o nome dele adorava dizê-lo
repetidamente. Quantas vezes ela se deitara na cama e o dissera para si
mesma apenas pelo prazer de ouví-lo em seus lábios?
Ela levantou os olhos para ele. Ele havia acabado de dar a ela algo
que ela queria então ela lhe daria algo em troca.
— Eu não vou esquecer novamente, Richard.
O sorriso que ele deu a ela foi de parar o coração. Ele passou os
dedos levemente pela bochecha dela.
— É como ouvir uma doce música quando você diz isto.
— Devo ajudá-lo a sair da sua armadura?
Seus olhos brilharam. Gwen engoliu em seco. Ela se viu nas
profundezas de seu olhar prateado viu o que ele estava pensando naquele
momento. Era algo em que ela pensara nos últimos quinze dias.
Ela não sabia por que tinha ido ao armeiro e insistira para que ele
lhe ensinasse a armar um cavaleiro. Parecia uma coisa boa para saber na
época. Agora ela estava feliz por ter feito isso.
— Sim, mostre-me o que você aprendeu.

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Ela ficou na ponta dos pés para alcançar os laços de sua touca. Ela
conseguiu soltá-la e ele se inclinou para que pudesse retirá-la. Flocos de
ferrugem caíram no chão.
Ela franziu a testa: — Está arruinada? — a cobertura para a cabeça
era pesada e ela levou-a até um baú e colocou-a no topo.
— Não — disse ele — Bruno vai fazê-la brilhar como nova.
Gwen voltou para o lado dele.
— Como? — ela levantou a borda inferior da camisa para chegar às
fivelas abaixo. Ele a observou suas sobrancelhas se unindo quando ela
encontrou as fivelas e cadarços com os dedos certos.
— Ele irá rolá-la.
Gwen parou.
— Rolá-la?
— Sim, ele coloca em um barril com areia e vinagre e o rola ao redor.
O vinagre come a ferrugem e a areia lava tudo.
— Oh, Bruno não me contou sobre isto.
— Você tem conversado com Bruno, querida?
— Sim, foi ele quem explicou como remover a armadura. Não foi fácil
convencê-lo a falar mas uma vez que eu consegui ele foi bastante
minucioso.
Richard riu.
— Sim, Bruno está certo.
Gwen terminou de tirar as perneiras da armadura. Ela empurrou-as
para baixo de seus quadris e ele saiu delas. Ela se inclinou para pegá-las
largando-as quando estavam a meio caminho do chão quando ele disse:
— Talvez você possa me ajudar com as roupas de baixo — ele
começou a desatar a espada mas Gwen estava lá primeiro. Ela a colocou
de lado e em seguida removeu o manto. Ela acreditou tè-lo visto
estremecer quando ele retirou seus braços da pesada camisa da cota de
malha mas ela não teve certeza.
Ele pegou o couro e o metal em seu braço direito e levou-o até o baú
onde ela colocara a touca.

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Ela o ajudou a sair do jaquetão e da túnica ofegando com a horrível
e negra contusão que serpenteava por seu ombro esquerdo. Seus dedos
deslizaram sobre ela.
— Meu Deus o que aconteceu com você?
— Um machado — disse ele — Está muito melhor do que antes.
Cristo eu pensei que ele havia cortado meu braço quando isso aconteceu!
Gwen sentiu a cor se esvaindo de seu rosto.
Richard segurou seu queixo.
— Eu estou bem Gwen verdadeiramente. Eu esqueço como as
mulheres são delicadas às vezes. Perdoe-me.
Ela bateu na mão dele.
— Eu não sou uma chorosa inglesa!
Ele sorriu.
— Não, é mais como uma galesa explosiva — ela se virou e ele
agarrou seu braço — Você ainda não terminou.
Suas roupas de baixo! Como ela poderia ter se esquecido disto? Ela
respirou fundo. Sua mão se desviou para o cordão na cintura dele. Seu
eixo se esticou contra o tecido e ela hesitou.
— Eu lhe disse antes é você quem causa isto. Você não precisa se
preocupar Gwen. Por mais que eu desejasse que fosse diferente estou
cansado demais para tentar fazer amor com você.
Ela trabalhou no cordão o coração dela tremulando. Ela tinha ficado
acordada à noite, lembrando-se de como ele a havia tocado sabendo que se
o fizesse de novo ela não teria forças para resistir. Ela quase desejou que
ele a tocasse.
Ela deslizou as roupas de seu corpo prendendo sua respiração
quando sua masculinidade se levantou orgulhosamente. Como era essa
arma masculina? Ela queria traçar o dedo ao longo da crista e descobrir. O
calor se desenrolou em seu ventre. Ela fechou os olhos e se virou com as
orelhas subitamente quentes.
— Jesus não é tão ruim assim é?
— Entre na banheira milorde... Richard — ela disse fracamente —
Como ele iria encaixar isto dentro dela?

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A água espirrou. Ele suspirou. Gwen levantou as mangas antes de
pegar o sabão e um pano de lavar.
Seus olhos se arregalaram.
— Você vai me atender?
Ela se ocupou para que ele não visse a cor manchando suas
bochechas. Ela se justificou dizendo para si mesma que ela obedecia
apenas porque sua viagem fora longa e difícil e ele parecia muito cansado.
— Não é isso que eu devo fazer? — ela perguntou levemente
tomando cuidado para não olhar para a banheira enquanto mergulhava o
pano na água.
— Só se você quiser Gwen. Não estou tão exausto que não possa
fazer isto sozinho.
Gwen não respondeu enquanto acariciava o pano sobre os ângulos
refinados de seu rosto.
— É tão bom — ele fechou os olhos e recostou-se confiando nela
como uma criança faria. A sujeira e a ferrugem foram lavadas facilmente.
As olheiras sob seus olhos não.
Ela franziu a testa descendo pelo pescoço dele. Lavou o ombro dele
gentilmente depois ergueu o pano e apertou-o. A água quente escorreu
pelo hematoma e ele gemeu.
— Dói muito? — ela perguntou suavemente.
— Como o inferno.
— Você tem certeza de que nada está quebrado?
Ele abriu os olhos. Ela capturou em seu olhar questionador uma
sugestão de vulnerabilidade que foi rapidamente velada.
— Sim, tenho certeza. É extremamente dolorido mas vai sarar. Eu já
tive pior.
Gwen mordeu o interior de sua bochecha.
— Você pegou aqueles homens?
— Sim.
— O que você fez com eles? — ela perguntou concentrando-se nas
bolhas em sua mão.
— O que você acha que eu fiz?

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Gwen levantou o olhar para ele. Sentiu que o que ela disesse ou não
era muito importante de alguma forma mas ainda assim não conseguiu
responder.
— Você acha que eu os espetei e os deixei apodrecendo. Ou que eu
os pendurei ou os mutilei, não é?
— Não — Gwen sussurrou — As bolhas estalaram fazendo cócegas
em sua carne.
Ele soltou a respiração lentamente.
— Eu os levei para os juízes do rei em Shrewsbury.
— Eles serão enforcados — disse Gwen timidamente. Quantos
galeses morreriam antes que o rei Edward ficasse satisfeito?
— Sim mas eles não eram galeses, Gwen.
Sua cabeça se levantou.
— Mas o arco longo...
— Bandidos ingleses. O rei treinou arqueiros ingleses para usá-lo.
Gwen franziu a testa.
— Sim, Rhys me disse isto.
Os olhos de Richard endureceram. Gwen amaldiçoou-se
silenciosamente. De repente desejando escapar de seu olhar frio ela se
levantou.
Seu corpo relaxou enquanto ela passava os dedos pelo cabelo preto
encaracolado. Ela massageou a cabeça dele deleitando-se com seus
pequenos gemidos de prazer. A espuma escorria por seus braços quando
ela finalmente pediu que ele se inclinasse para frente para que o
enxaguasse.
Ela chegou ao seu lado novamente e mergulhou a mão na água. Ela
esfregou o pano em seu peito demorando-se nos músculos duros. A
escuridão de sua pele em contraste com a sua mão fazia a pele dela
parecer o mais puro marfim. As pontas de seus dedos roçaram seu peito e
o calor ondulou dentro dela. Ela olhou para ele. Seus olhos eram da cor da
fumaça.
— Há mais de mim do que isto — disse ele em voz rouca.
Gwen engoliu e se moveu para baixo sobre suas costelas seu
abdômen. Algo a tocou e ela se afastou. Lentamente ela voltou.

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Desta vez quando aquela parte dele a tocou ela não se moveu. Seu
coração batia descontroladamente. Seus olhos se encontraram quando ela
fechou a mão sobre a sólida carne masculina.
Richard gemeu.
— Deus Gwen eu não tenho forças para fazer do jeito que você
merece.
Gwen deixou-o ir envergonhada por agir com ousadia.
— Eu... eu sinto muito eu não deveria ter...
Seu protesto foi interrompido quando ele agarrou seu braço e puxou-
a para baixo até que suas bocas se tocassem. Ela o beijou de volta seus
lábios se separando sua língua procurando a dele. O fogo saltou em seu
peito e fluiu para o ápice de suas coxas.
Ela choramingou quando ele se afastou. Seus olhos procuraram os
dela.
— Eu quero você mais do que eu posso provar porém acredite em
mim quando digo que o prazer seria todo meu. Eu prometo a você que uma
vez que eu tenha descansado vou dedicar-me ao seu prazer assim como ao
meu.
Gwen assentiu incapaz de acreditar no que ela estava concordando.
Ele sorriu.
— Agora fique longe de mim antes que eu perca o controle dos meus
desejos luxuriosos.
Gwen se levantou e foi até a janela. A neve estava caindo mais
pesada agora. O gado vasculhava os campos procurando por ramos de
grama enterrados sob a primeira oferenda do inverno.
Suas bochechas queimavam e ela pressionou o rosto contra o vidro
frio. Ele mal retornara e seu corpo latejava por ele. E ela acabara de
concordar em deixá-lo fazer amor com ela.
Gwen estremeceu. Seria uma experiência devastadora ela estava
certa.
Ela ouviu Richard sair da banheira. Ela esperou até ter certeza de
que era seguro para se virar.
Ele havia colocado uma túnica preta e estava sentado a mesa
tirando as cobertas dos pratos. Os olhos de Gwen se arregalaram

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enquanto ela o observava. Ele devorou o faisão assado e as ervilhas com
açafrão, duas tortas de carne com cebola e alho, meia fatia de pão, queijo e
um jarro de vinho.
Quando terminou respirou fundo depois se levantou espreguiçou-se
e caminhou até a cama.
— Acorde-me a tempo para o jantar — disse ele deitando no colchão.
O queixo de Gwen caiu. Certamente ele estava brincando.

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Capítulo 19
Quando Richard acordou o céu além das janelas estava escuro. Ele
se levantou e olhou em volta. A luz laranja e suave do fogo banhava a sala
com um brilho quente e um cheiro delicioso assaltou suas narinas.
A curiosidade levou a melhor sobre ele. Ele se espreguiçou encolheu
os ombros rígidos e saiu da cama. Gwen estava encolhida em uma cadeira
ao lado da mesa. Sua cabeça pendia para um lado a cortina de fogo do
cabelo dela derramando-se sobre o braço se arrastava até o chão.
Algo muito parecido com ternura se espalhava dentro dele quando
foi até ela. Ele ignorou o cheiro vindo da mesa e se ajoelhou ao lado dela.
Uma feroz e primitiva fome surgiu em suas veias. Ele ia fazê-la sua.
Agora.
Esta noite.
Ela não veria outro amanhecer sem conhecê-lo como homem no
sentido mais íntimo da palavra.
Surpreendeu-o que ele não estivesse com pressa. Depois de queimar
por ela por tanto tempo ele se contentou em observá-la por um tempo. Ele
tirou uma mecha de cabelo do rosto dela colocando-a atrás da orelha com
cuidado. Como Llywelyn conseguira criar uma criatura tão bonita?
Ela era tão inocente tão angelical no sono. Richard sentiu uma
pontada pela inocência perdida de sua própria juventude. Quando ele
começou a conhecer as profundezas do desespero em que a alma era capaz
de afundar?
Richard pressionou seus lábios suavemente nos dela. Ela se mexeu
mas não acordou. Ele fez isso novamente. Ela murmurou alguma coisa e
deu uma pancada nele. Richard sorriu.
Desta vez ele beijou a pele exposta do pescoço dela. Ela suspirou.
Ele mordiscou sua orelha e ela pulou.
— Richard! — ela gritou saltando.
Ele sentou-se em seus calcanhares rindo.

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Gwen esfregou sua orelha. Sua respiração suave enviou um arrepio
por todo o seu corpo até os dedos dos pés.
— Eu não queria cochilar. Eu sinto muito.
— Foi um prazer acordar você — seu olhar percorreu o corpo dela —
Há maneiras ainda mais interessantes de despertar. Vou deliciar-me em
mostrar-lhes todas em nossa vida juntos.
Ainda sorrindo ele se levantou e tirou as cobertas dos pratos.
Gwen ouviu a respiração dele.
— Como diabos você conseguiu que o velho Oliver fizesse manjar
branco?
— Eu pedi a ele é claro — ela respondeu.
— Jesus ele reclamou tanto quando eu lhe disse para fazer isto que
eu parei de pedir. Diz que é muito demorado — ele olhou para ela por um
minuto — Não é apenas Owain e Bruno você também encantou Oliver —
ele balançou a cabeça — Vou embora por uma quinzena e uma galesa
conquista meu castelo sem sequer uma catapulta. Você já comeu?
— Não.
Ele sentou-se e chamou-a. Quando ela foi se sentar ao lado dele ele
a puxou para seu colo. O coração de Gwen se agitou. Seus olhos eram de
tirar o fôlego. Eles se afastaram devagar do rosto até os seios e voltaram
como se estivesse indeciso se devia provar a comida ou saboreá-la. Ele a
fazia tão consciente de si mesma – de seus desejos e sua inexperiência!
Ele mergulhou uma colher no manjar branco e levou-a aos lábios
dela.
— Está bom? — perguntou ele.
Gwen assentiu. O prato era rico e amendoado e ela sentiu o leve
sabor de anis.
Ele a alimentou com outra colherada antes de provar.
— Mmm... você vai ter que dizer ao Oliver para fazer isto com mais
frequência.
— Se você quiser.
Seus olhos se estreitaram de brincadeira.
— Eu tenho que perguntar o que você fez com o pobre homem.
Gwen desviou o olhar tentando esconder seu rubor.

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Richard riu e segurou uma taça nos lábios dela.
— É uma sorte para você que ele seja um homem velho ou eu
poderia apenas perguntar sobre o estado de sua pureza.
Gwen prendeu a respiração. Era muito parecido com as velhas
acusações para ignorar as memórias que trouxe.
— Você...
Seu braço se apertou ao redor dela sua expressão séria.
— Estou brincando, Gwen. Foi uma má escolha de palavras. Não
duvide que eu aprecie completamente o presente que você está me dando
— ele segurou a taça novamente — Beba.
Gwen relaxou contra ele o calor do vinho se espalhando por seus
membros. Ele bebeu depois dela então a provocou com um leve beijo.
Quando terminaram o prato e compartilharam mais vinho Gwen
esperou que ele tentasse outra coisa.
Ele pressionou sua boca na dela com fome mal contida.
— E o resto da refeição? — ela perguntou sem fôlego.
— Eu não estou com fome de comida, Gwen.
Sua voz ondulou suave como veludo sobre sua coluna. Uma emoção
de antecipação passou por ela e ela estremeceu. Finalmente estava
acontecendo. Sua mão se fechou sobre o seio dela. Mesmo através das
camadas de seu vestido seu toque a marcou como ferro quente.
Ele inclinou-se para beijá-la novamente e ela passou os braços ao
redor de seu pescoço com cuidado para não tocar o ombro esquerdo.
Finalmente ele desceu pela garganta dela,lambendo e beijando até que ela
pensou que a dor entre suas pernas iria consumí-la.
Seu eixo se contraiu abaixo dela pressionando em seu traseiro. Ele
puxou o vestido para cima e acariciou o joelho dela. Acariciando com
dedos ao longo do interior de sua coxa ele moveu-se lentamente para cima.
Quando ele estava quase no ápice Gwen apertou as pernas firmemente
juntas.
Ele se inclinou para trás. Seus olhos examinaram os dela com tanta
força que ela sentiu como se ele tivesse olhado em sua alma.
— Você quer tanto quanto eu Gwen. Apenas deixe acontecer.

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Ela se virou sentindo de forma aguda a perda de sua boca e mãos.
Ela queimava tanto por ele que doía.
— Estou com medo — ela sussurrou.
Ele beijou as bochechas dela, a testa, as pálpebras, a ponta do nariz,
depois pressionou a testa contra a dela.
— Eu não vou mentir para você. Vai doer no começo mas prometo
que melhora muito rapidamente.
Seus olhos se encontraram e ela correu as costas da mão pela
bochecha dele.
— Mostre-me como agradar você Richard.
— Eu vou — ele prometeu abaixando a boca para a dela — Ele a
beijou por um longo tempo não fazendo nenhum movimento para tocá-la
em qualquer outro lugar. Ele a levou dos beijos suaves e leves para beijos
intensos capazes de penetrar a alma e de volta. Quando a mão dele
deslizou pela coxa uma segunda vez ela não protestou.
Ela deu um pequeno suspiro quando seus dedos acariciaram seus
cachos. Ele separou suas dobras e encontrou o pequeno botão dentro seu
polegar circulando lentamente. Ela choramingou e ele deslizou um dedo
dentro dela.
Gwen deu um pulo. Sua boca deslizou para o ouvido dela e ele
começou a chupar o lóbulo da orelha dela. Seu interior derreteu.
— Richard... você deve... parar.
— Por que amor?
— É pecaminoso — disse ela arfando quando um tremor a sacudiu.
— Nada do que eu vou fazer com você é pecaminoso Gwen — ele
deslizou outro dedo dentro dela esticando-a — Ela jogou a cabeça para
trás e ele lambeu a sua garganta.
Gwen gritou quando ele tirou a mão. O que ele fez com ela era
perverso mas Deus como ela amou! Ele desatou o cinto dela e deixou cair
no chão. Em seguida desfez os laços de sua túnica e levantou-a para tirá-
la por sobre sua cabeça. Logo o resto de suas roupas estava no chão.
Richard respirou fundo para se firmar. O brilho do fogo lambia seu
corpo banhando-o em uma luz sensual. Ele correu a ponta dos dedos pela
pele sedosa da barriga dela. Ela estremeceu.

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— Deus você é mais bonita do que eu poderia ter sonhado — disse
ele — Sua pele brilhava como finas pérolas seus mamilos enrugados e os
cachos flamejantes entre as pernas dela o convidavam a se perder nas
delícias de seu corpo.
Ele queria levá-la para a cama e violá-la mas ele sabia que deveria ir
devagar. Neste momento ela confiava nele e ele não quebraria esta
confiança.
Ele deslizou a língua em torno de um mamilo firme. Ela engasgou e
ele chupou sua boca. Ele acariciou a seda de seus cachos e ela arqueou na
mão dele lhe estimulando a prosseguir.
Richard sugou mais forte. Seu gemido enviou uma onda de puro
poder masculino em espiral através dele. Ela era insuportavelmente doce e
ele achava que nunca conseguiria o suficiente dela. Ele estava muito
consciente de seu próprio esforço para respirar de seu desejo de tomá-la
agora duro, rápido e profundo.
Ele deslizou um dedo dentro dela novamente. Ela estava
incrivelmente apertada tão molhada e quente e não importava mais para
ele se ela tinha feito isso antes. Ele jurou que ela nunca se lembraria das
carícias de qualquer amante apenas das dele. Ele faria tudo para ela
adoraria seu corpo com o dele ensinaria tudo o que ele sabia sobre amar
até que qualquer outro empalidecesse em comparação.
Quando ele terminasse com ela esta noite ela saberia que ninguém
mais poderia tomar o seu lugar. Ele pegou o outro mamilo na boca
deleitando-se enquanto endurecia sob a sua língua.
Ela se contorcia em seu colo e ele sabia que seu corpo estava
construindo o febril apogeu. Ela o queria. O conhecimento o emocionou
como nunca antes com qualquer outra mulher.
— Levante-se — ele ordenou.
Gwen ficou de pé. Seu corpo pulsou quando ele se levantou e
removeu a túnica preta. Ele não usava nada por baixo e seus olhos se
arregalaram ao ver seu grosso membro projetando-se do ninho de caracóis
negros como carvão.
Ela engoliu em seco. Ele nunca caberia dentro dela. Ele iria
machucá-la.

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Ele a puxou contra ele e deslizou as mãos ao longo de sua coluna.
— Não tem idéia de quantas vezes eu sonhei fazer amor com você.
Gwen lutou contra uma crescente onda de pânico.
Ela era desajeitada e sem habilidade. Ele ficaria desapontado.
— Eu não sei o que fazer.
— Eu vou lhe mostrar tudo minha querida.
Ele se curvou para beijá-la pressionando a mão na parte baixa de
suas costas e trazendo o abdômen contra o seu eixo rígido. Ela se
maravilhou com a sensação de seu corpo nu contra o dela o rígido contra o
macio o inflexível contra o maleável.
Ele a ergueu contra ele ainda beijando-a e sentou-se na cadeira. Os
joelhos dela pressionaram a almofada em ambos os lados dele e ela estava
quase espantada por ele tê-la colocado naquela posição sem que ela
percebesse.
— Eu vou deixar você fazer isso amor — ele pegou o jarro de vinho e
derramou um pouco na taça que haviam compartilhado — Primeiro você
deve beber isso. Vai ajudar você a relaxar — disse ele segurando a taça
junto aos lábios dela — Ela engoliu em seco depois se inclinou para trás e
se atreveu a olhar para a cabeça vermelha de seu eixo que se agitava entre
eles.
Hesitantemente ela o tocou. Ele agarrou a mão dela e seu coração
deu uma cambalhota quando seus olhos se encontraram. Querido Deus
ele era tão bonito tão sombrio e bonito tão... carnal!
— Não — ele disse com voz rouca — Não dessa vez.
A gravidade de sua situação – o que ela estava prestes a fazer e o
homem com quem ela estava prestes a fazê-lo – passou por sua mente
desatenta. Agora ela o queria mais do que ela jamais desejara algo em sua
vida.
Ele segurou seus seios em suas mãos sugando cada um deles por
sua vez. Observá-lo deixou seus joelhos bambos.
Seu eixo grosso roçou contra o seu púbis. Gwen mordeu o lábio. Era
ela fazendo aqueles ruídos aqueles pequenos choramingos dando aqueles
gemidos?
— Richard...

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Ele arrastou beijos molhados entre os seios até a garganta o queixo.
Ela procurou sua boca avidamente abrindo persuadindo sua língua a ir
mais profundamente.
Ela o queria muito queria experimentar todas as coisas que ele faria
com ela as promessas que seu toque invocava. Ela acariciou os músculos
duros de seu peito amassando sua carne sob suas mãos. A pele dele
queimava as pontas dos seus dedos. Ele era flexível e quente e delicioso ao
toque.
Ele rosnou seu prazer e Gwen de repente sabia que mais do que
qualquer coisa ela queria agradá-lo.
Ele moveu a mão entre eles e esfregou sua fenda. Nunca era
suficiente apenas uma leve pressão provocante que se afastava assim que
ela sentia que estava caminhando para um pico inominável.
— Richard por favor — ela implorou incapaz de suportar a delicada
tortura por nem mais um minuto — Por favor.
— Há apenas uma maneira de aliviar esta dor — ele murmurou
contra sua bochecha. Ele se inclinou para trás e ela viu que seus olhos
estavam negros pela paixão. — Você deve me levar para dentro de você.
Ela olhou para o seu membro grosso decepção e medo brotando por
dentro. Era o momento da verdade e ela não sabia se estava pronta.
— Isso nunca vai caber. É muito grande — disse ela.
— Oh sim vai querida — respondeu ele deslizando um dedo dentro
dela. Outro dedo se juntou ao primeiro. Seus olhos se arregalaram quando
um terceiro dedo escorregou. Ele os flexionou esticando-a enviando ondas
de prazer ao longo das paredes de sua bainha.
— Vai se sentir cem vezes melhor que isto. Em breve você ficará feliz
por não ser menor prometo.
Ela olhou para ele duvidando.
— Você confia em mim?
Lentamente Gwen assentiu. Era estranho mas ela confiava nele, pelo
menos nisto. Ele moveu a ponta do seu eixo dentro de suas dobras
acariciando-a como fizera com os dedos.
Gwen engoliu em seco com a intimidade daquilo. Ele a encorajou até
que ela estivesse sobre ele.

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— Leve-me para dentro de voc, Gwen — ele sussurrou com urgência.
Ela engoliu em seco então agarrou seus bíceps e se abaixou.
— Sim, é isso — ele murmurou incentivando-a com os olhos.
Ela respirou fundo e tentou novamente. Uma dor aguda a
atravessou quando a barreira apertada de sua virgindade se recusou a se
esticar.
— Eu não posso ir mais longe — disse ela.
Richard engoliu em seco.
— É sobre isto que lhe falei. Você deve passar por isto — ele se
manteve perfeitamente imóvel sua virilha apertando em antecipação.
— Eu não posso fazer — ela repetiu.
Richard passou a mão pelo seio dela. Um fino brilho de suor surgiu
em sua testa.
— Eu achava que as galesas eram mais corajosas — ele disse
suavemente.
Ela olhou para ele. Ela cerrou os dentes e afundou mais sugando a
respiração bruscamente. O sangue de Richard bateu em seus ouvidos até
que ele não podia ouvir nada além da batida de seu próprio coração. Deus
que preço ele estava pagando pela contenção!
— Eu não quero mais fazer isto — disse ela com os olhos cheios de
lágrimas — Não vai funcionar.
Richard sabia que ele tinha que levá-la agora rapidamente ou ia
perdê-la.
— Perdoe-me Gwen — disse ele enquanto agarrava seus quadris e se
dirigiu para cima em um suave e limpo golpe.
Ela gritou seus olhos se dilatando de dor. Ele a abraçou com força
para evitar que ela escapasse.
— É melhor acabar logo com isto — ele a acalmou.
Gwen prendeu a respiração. Ele mentira. A dor era insuportável. Ela
não queria nada mais do que acabar com a invasão de seu corpo mas os
braços dele a seguravam com muita força.
Dentro do espaço de segundos ele aliviou seu aperto. Gwen começou
a se afastar então percebeu com um choque que a sensação havia
mudado.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ela estava cheia dele. Ele estava duro e latejando dentro dela e
quando ela se moveu a sensação correu de seu couro cabeludo aos dedos
dos pés.
— Você entende agora não é? — ele perguntou sua voz grossa com o
esforço que seu controle estava lhe custando — Seu rosto era duro
selvagem e seus olhos brilhavam com algo muito próximo da raiva. Gwen
percebeu que era a mesma paixão que vislumbrara em sua noite de
núpcias. Um arrepio repentino a atravessou. Ela seria a destinatária de
tudo isso e ela queria tudo.
— Oh, sim, sim eu entendo. Faça amor comigo — ela sussurrou.
— Deus do céu é que isso que eu pretendo! — prometeu.
Richard fundiu sua boca com a dela dominando-a com seu beijo
como pretendia fazer com seu corpo. Ele se afastou reuniu-a contra ele e
ficou de pé. Ela ainda estava empalada nele e envolveu as pernas ao redor
dele enquanto ele colocava as mãos sob as nádegas dela.
Ela enterrou o rosto em seu pescoço beijando, lambendo, sugando.
— Richard, Richard...
Todas as boas intenções fugiram dele. Ele pretendia ser gentil, lidar
com ela com uma mão leve mas sua resposta quente o deixou louco. Sua
bainha o agarrava como uma luva e extraordinárias vibrações passavam
por ele a cada passo que ele dava na direção da cama.
Não havia como conter a paixão tempestuosa que grassava através
dele. Ele lhe daria tudo e ele aceitaria tudo dela.
Ele saiu dela quando a deitou na cama. Ela apertou o braço dele
protestando contra a perda.
— Shh, minha querida — ele murmurou espalhando o cabelo sobre
os travesseiros antes de tomar sua boca em um beijo ardente. Quando ele
cobriu o corpo dela com o dele ela abriu as pernas instintivamente.
— Sim, Gwen — disse ele com voz pastosa — Nós vamos queimar
juntos, você e eu...
Seu coração se sacudiu ante o olhar de puro desejo animal em seu
rosto. Ele se equilibrou sobre ela por um momento sem fôlego depois se
dirigiu a ela rapidamente fazendo seu interior arder.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ela se agarrou a ele impotente deixando-o levá-la aonde ele queria ir.
Ele fez amor com ela como uma tempestade de verão; rápido, furioso,
duro. Ela rapidamente aprendeu a encontrá-lo a se arquear em direção a
ele a empurrar para cima quando ele empurrava para baixo.
As sensações eram cataclísmicas, cegantes. Eles fundiram suas
bocas momentaneamente silenciando os gritos que ecoavam na câmara.
A pressão cresceu dentro dela até que ela soube que iria explodir.
Ele sentiu e acelerou seus movimentos então apertou seus quadris contra
ela no último segundo.
Gwen gritou quando o mundo se despedaçou em um milhão de
fragmentos multicoloridos. Ela espiralou através da luz e da escuridão até
que lentamente voltou a se juntar.
Ele permaneceu imóvel sussurrando para ela beijando-a suavemente
bebendo seu nome de seus lábios enquanto ela o dizia repetidas vezes.
Cada terminação nervosa em seu corpo estremecia e ela estava certa de
que os tremores haviam feito até mesmo os seus cílios ficarem sensíveis.
Ele ainda pulsava dentro dela e ela percebeu que ele não havia
conseguido sua própria libertação. Ele começou a se mover devagar a
princípio depois com a mesma fúria de antes. Ele empurrou nela mais
uma dúzia de vezes e ela sentiu o jorro quente de sua semente até mesmo
quando ele gritou.
Ele não se retirou imediatamente. Ele murmurou palavras
carinhosas para ela em galês acariciando seus cabelos sua testa úmida
seus lábios.
Lágrimas escorriam dos cantos dos olhos para derramarem-se no
travesseiro abaixo. Ele enxugou uma com o polegar.
— Deus me ajude eu queria ser gentil! — ele murmurou — Sinto
muito Gwen eu não queria lhe machucar.
— Não — ela sussurrou — Você não me machucou — ela deixou seu
olhar vagar pelo rosto dele memorizando-o como se já não soubesse todos
os detalhes. Como ela poderia dizer a ele – esse homem esse estranho –
que ele acabara de fazê-la se sentir mais viva mais desejada mais
necessária do que jamais sentira em sua vida? — É só que isso... foi tão
bonito.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele embalou o rosto dela em suas mãos.
— Sempre será assim entre nós eu prometo a você — disse ele e
então a beijou.
Gwen enfiou a mão no cabelo úmido. Sua outra mão acariciou suas
costas. Ela o sentiu começar a crescer e se alongar dentro dela. Seu
coração acelerou.
— Você está pronto novamente?
— Sim — disse ele escorregando dela enquanto ele arrastava beijos
sobre os seios e para baixo de sua barriga — Mas é melhor esperarmos.
Você ficará dolorida o suficiente como está.
Gwen suspirou sua decepção. Ela estremeceu. O ar estava frio
contra seu corpo úmido sem ele para aquecê-la.
Ele sorriu depois se levantou e foi buscar vinho. Gwen rolou de
barriga para baixo estendendo-se sobre a cama macia seu corpo
formigando com uma nova consciência.
Quando ela o ouviu voltar ela se virou. Ele a observou seus olhos
escurecendo.
— Fique debaixo das cobertas amor — disse ele com voz rouca.
Gwen puxou as cobertas dos pés da cama e aceitou o vinho que ele
lhe entregou. Ele escorregou ao lado dela, depois pegou a taça e a levou
aos lábios dela.
Ela sorveu deixando o líquido frio acalmar sua garganta seca.
Quando ela levantou os olhos para ele,
ele a observava atentamente.
Ele girou a taça e bebeu do mesmo lugar que ela então abaixou e se
inclinou para beijá-la. O sabor do vinho em seus lábios e língua teve o
efeito inacreditável de despertá-la.
Ela se inclinou para ele tentando aprofundar o beijo mas ele apenas
recuou.
— Foi tudo o que prometi? — ele perguntou seus lindos olhos
procurando os dela.
Todo o corpo de Gwen estremeceu até os dedos dos pés.
— Mais — ela falou suavemente.
Richard sorriu acariciando sua bochecha com um dedo longo.

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— É só o começo.
Senhor, o que mais poderia haver? E ainda assim ela sabia que
queria descobrir. Ela queria experimentar tudo isto com ele. Ela decidiu
naquele instante que nunca iria se conter quando ele fizesse amor com ela.
Quando terminaram o vinho Richard puxou as cortinas e sentou-se
na cama com um suspiro puxando-a contra ele.
Gwen moldou seu corpo ao dele sem protestar. Ela queria explorá-lo
para descobrir mais sobre seu corpo mas ela era muito tímida para fazê-lo
agora. Ela enterrou o rosto na curva do pescoço dele e pressionou os lábios
contra a sua garganta. Seus braços se apertaram ao redor dela.
Por que ela se sentia tão feliz? Ela sabia que não deveria mas não
queria analisar isto agora. O fato era que ela se sentia maravilhosa deitada
em seus braços. Seu perfume se misturava com o dela lembrando-a da
linda intimidade que acabavam de compartilhar. Se estar com um homem
era sempre assim não era de admirar que as moças do castelo estivessem
tão ansiosas para alojar os cavaleiros.
Sem dúvida elas também estavam ansiosas para se deitar com o
senhor delas. Ela deixou os pensamentos perturbadores de lado e se
concentrou no homem próximo a ela.
Como seria a vida dela agora que ele estava em casa? Ela desfrutara
da independência que sentira ao administrar uma casa. Ele tiraria isto
dela? Estava em seu poder fazer isto. Ele podia ordenar que ela ficasse
neste quarto e se apresentasse para seu entretenimento durante o dia e
quando o dia terminasse ele poderia ordenar que ela se apresentasse para
o seu prazer.
Esse último pensamento não era sem mérito.
— Você fez algumas mudanças — disse ele de repente.
— Sim, pareceu o melhor.
— Eu só estive no salão. Encontrarei o resto do meu castelo
mudado?
— Sim — ela disse suavemente — Você está descontente?
Ele ficou em silêncio por um momento.

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— Eu estava no começo. Só um pouquinho — acrescentou ele
quando ela enrijeceu — Eu pensei que você não tivesse nenhum
treinamento sendo galesa. Foi um choque.
Pela primeira vez Gwen não se ofendeu. Ela riu.
— Ah, mas você esqueceu-se de Elinor. Foi ela quem colocou o salão
do meu pai em ordem. Não pude deixar de ser influenciada.
— Já faz muito tempo desde que as coisas estiveram em ordem por
aqui. Não é uma alta prioridade para os homens de combate.
Gwen queria perguntar se Elizabeth havia mantido o castelo
adequadamente enquanto estava viva mas não conseguiu dizer o nome
dela durante essa nova proximidade.
— Não teria sido possível sem Owain — disse ela.
— Eu disse a ele para lhe obedecer como ele faria comigo mas creio
que ele teria feito isto de qualquer maneira. Ele gostou de você.
Gwen acariciou o lado de seu rosto inconsciente de quão terno era o
gesto ou das coisas ocultas que se agitavam dentro dele.
— Você disse a ele para me obedecer? — ela perguntou.
Ele não a esquecera! Ele tinha certeza que ela teria Owain para
ajudá-la. Sem pensar ela virou o rosto e apertou os lábios contra os dele.
Ele segurou sua bochecha.
— Sim, eu disse. Mas me diga amor como você conseguiu que Oliver
fizesse o que você queria?
O coração de Gwen acelerou.
— Eu o ameacei.
— Você o ameaçou? Com o quê?
— Eu ameacei demiti-lo.
Richard riu.
— Eu não posso imaginar Oliver acreditando em tal ameaça.
Gwen sorriu contra sua garganta.
— Ele não acreditou a princípio — ela se levantou para olhar para
ele — Ainda havia luz suficiente para que ela pudesse ver suas feições. Ela
decidiu dar o mergulho: — Ele disse que só acreditaria se você o dissesse.
Assim…
— O quê?

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— Você pode ficar com raiva.
Ele roçou a bochecha dela com o dedo.
— Diga-me de qualquer maneira.
— Eu perguntei se ele queria apostar em quem tinha mais influência
sobre você ele ou eu. Ele decidiu não aproveitar a chance.
Richard riu.
— Você deve ter sido muito convincente se ele encontrou trinta anos
de serviço insuficientes contra a sua reclamação.
— Bem eu não joguei de forma justa. Eu insinuei que desde o nosso
casamento você encontrara certos... hummm, prazeres... comigo que
muito provavelmente o influenciariam a meu favor.
Gwen engoliu em seco. Pronto ela dissera. Agora ele não teria que
ouvir isto de ninguém. Ela pensou que seu coração pararia de bater
enquanto esperava pela resposta dele.
Ele empurrou-a de volta nos travesseiros seu beijo tão sensual
quanto o dela tinha sido terno. Os braços de Gwen deslizaram ao redor
dele.
— Você poderia estar certa sobre isso querida — ele murmurou.
Sua masculinidade pressionou contra seu abdômen e ela tentou se
mover embaixo dele desejando-o profundamente dentro dela. Quando eles
se uniram ela sentira sua força percorrendo-a como se fosse dela e ela
queria ter este sentimento novamente.
— É muito cedo — disse ele chupando o mamilo em sua boca.
Gwen gemeu e se arqueou para ele.
— Por favor, Richard...
— Vou machucá-la…
— Não... — suas mãos se fecharam sobre os músculos tensos de
suas nádegas.
Ele gemeu.
— Deus você realmente não joga limpo minha querida! Tem certeza
de que você me quer?
— Sim.
— Eu não quero lhe machucar.
— Você não vai. Por favor, Richard...

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— É egoísmo da minha parte mas não posso negar minhas próprias
necessidades quando você está me pedindo para fazer isto.
Ele se moveu para baixo. Ela abriu as pernas e levantou os quadris.
Ambos gemeram quando ele deslizou dentro dela.
Se ela tivesse alguma dúvida de que as sensações que experimentara
antes eram reais ele provou a ela novamente em detalhes extraordinários.
Eles adormeceram muito mais tarde corpos saciados agarrados um
ao outro durante o sono como na paixão.

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Capítulo 20
Apesar de ter gasto semanas na sela descansando com pouca
frequência e cavalgando duro Richard acordou de madrugada. Era o
guerreiro nele sempre acostumado a levantar-se à primeira luz quando o
acampamento dos inimigos estava começando a se mexer também. Os
homens não ficavam vivos deixando o inimigo encontrá-los em suas
camas.
Seu corpo doía. Ele fizera muitas exigências a si mesmo. Primeiro o
passeio pelas fronteiras depois a noite passada se entregando ao prazer.
Ele começou a se esticar depois percebeu a pequena forma que se apegava
a ele. Ao mesmo tempo seus sentidos sonolentos reconheceram o doce
aroma das rosas.
Gwen.
Richard afastou para o lado a desordem dos cabelos flamejantes. Ela
era bonita. Ele endureceu instantaneamente. Deus o ajudasse ele a queria
de novo!
Não havia nada de anormal nisto mas ele reconheceu que era muito
cedo. Duvidava que ela desse boas-vindas a ele tão logo percebesse a dor
que acompanhava a perda de sua virgindade e o amor pela metade da
noite.
Deitara-se parcialmente sobre ele a cabeça encostada no seu ombro
um braço jogado sobre o seu peito uma perna cutucando sua virilha. Em
suma ela se agarrara a ele como se sua vida dependesse disto. Richard
sorriu.
Ele já acordara com uma mulher ao seu lado tantas vezes em sua
vida que não deveria parecer uma novidade. Mas de alguma forma isto era
diferente. Era porque ela era filha de Llywelyn? Ele sentia certa quantidade
de triunfo por ter passado a noite enchendo-a com sua semente a filha
inocente de seu inimigo?

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Mesmo quando se perguntava Richard sabia que não era nada disto.
Ele passou os lábios pela testa dela. Ela suspirou e se mexeu sua
perna causando uma impressionante tortura antes que ela se acalmasse.
Cuidadosamente ele se retirou de seus braços. Ele tinha que sair antes
que a deitasse de costas e se entregasse a sua luxúria.
Depois de completamente vestido ele voltou para a cama para olhar
para ela embora dissesse a si mesmo que não deveria. Ele colocou a colcha
de pele em volta dela seu coração batendo mais rápido que o normal
enquanto ele revivia em detalhes infinitos cada minuto glorioso de sua
noite de amor. Cada curva sua, cada tremor, suspiro e gemido estariam
gravados em sua mente para sempre.
Richard passou a mão pelos cachos ruivos depois se endireitou e
fechou as cortinas antes de ser tentado a fazer ainda mais.
Alys estava no pequeno solar que continha sua câmara. A velha
mergulhou em uma reverência.
— Bom dia, milorde.
— Sim, é um bom dia mesmo — ele respirou fundo — Por que o ar
da manhã parecia tão vivo, tão fresco e novo?
— Posso fazer algo por você, milorde?
A velha estava olhando para ele esperando que ele falasse. Richard
percebeu que ele estava ali de pé há alguns momentos.
— Humm, sim, Alys. Eu não quero que Gwen seja despertada.
Deixe-a dormir o quanto quiser. Você pode trazer uma bandeja para ela
mais tarde.
Alys sorriu.
— Sim, milorde.
Richard teve a nítida impressão de que ele não enganara a mulher
nem por um minuto.

A luz perfurava as profundezas da cama através das cortinas. Gwen


esfregou as costas da mão nos olhos e se apoiou no cotovelo. Ela se virou
para o homem ao seu lado mas ele já havia saído.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Foi decepcionante acordar sem ele. Ela franziu a testa.
Decepcionante? Irritada, ela abriu as cortinas.
A mesa havia sido esvaziada da refeição da noite anterior. Da mesma
forma a pilha de roupas descartadas também desaparecera. Gwen corou
até os dedos dos pés. O que diabos Alys deveria estar pensando?
A dor suave entre as pernas de Gwen lembrou-a das coisas que
aconteceram na noite passada. Ela não conseguia parar de sorrir. Ela e
Richard finalmente fizeram amor – e fora glorioso!
Ela não podia imaginar por que esperara tanto tempo.
Agora ela entendia o olhar secreto nos olhos de Elinor. Era um olhar
nascido da pura alegria de se unir a um homem em um ato tão belo
quanto misterioso.
A culpa seguiu rapidamente nos calcanhares da felicidade de Gwen.
Richard era inimigo de seu pai seu inimigo. Ele era Black Hawk de
Claiborne apesar de suas carícias e beijos de parar o coração. E ele dissera
a ela que pretendia matar o pai dela um dia.
Gwen torceu furiosamente uma mecha de cabelo. Por que ela deveria
se sentir culpada? Ela não poderia ter impedido Richard de reivindicar
seus privilégios para sempre. Ele era muito homem e muito perigoso para
ela evitar que ele tomasse o que queria.
E não era como se ela pudesse amar Black Hawk de Claiborne. Seu
pai sempre viria primeiro não havia receio disto.
Gwen virou as cobertas e encolheu os ombros em seu roupão. Ela
nunca permitiria que Richard matasse seu pai. De alguma forma ela iria
impedí-lo.
Alys entrou, carregando uma bacia de água para Gwen se lavar. Ela
a colocou em um suporte ao lado da cama.
— Bom dia, milady. Eu pensei ter ouvido você me chamar ontem à
noite mas depois percebi que não era o meu nome que você dizia afinal.
Está tudo bem? Você dormiu bem?
O rosto de Gwen estava em chamas. Ela se lembrou do nome que ela
dissera e das circunstâncias em que o fizera. Ela levantou o queixo e olhou
Alys nos olhos.
— Sim obrigada Alys. Eu devo ter sonhado.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Alys sorriu amplamente.
— Sim, sem dúvida — ela limpou a garganta — Lorde de Claiborne
parece estar de bom humor esta manhã devo dizer.
— Ele está? — Gwen se amaldiçoou por soar muito ansiosa.
Encolhendo os ombros ela disse:
— Está agradável suponho.
Ela esperou mas Alys não falou. Gwen suspirou. Alys não ofereceria
mais informações do que Gwen pedia.
— Onde ele está Alys?
— Eu o vi pela última vez no salão. — Os olhos de Alys se desviaram
para a cama. Ela prendeu a respiração franzindo a testa.
Gwen seguiu seu olhar. O lençol estava fresco e branco como a neve
recém-caída, marcado apenas pelas poucas gotas de sangue espalhadas
sobre ele como preciosos rubis. Ela encontrou o olhar interrogativo de
Alys.
— Não é hora de seu fluxo. Eu estive contando.
Gwen cruzou os braços.
— Não, eu... nós, isto é ele...
Ela deixou a frase sumir. Ela não conseguia terminar porque um
pensamento continuava voando através de seu cérebro – a quantidade de
sangue era quase exatamente a mesma que Richard colocara nos lençóis
em Shrewsbury. Era um doloroso lembrete de que o que ele havia feito
com ela na noite passada não era novidade para ele.
As coisas que ela achava tão especiais – o modo como ele a tocava o
modo como ele a beijava o modo como o nome dela soava em seus lábios
enquanto ele estremecia sua libertação – eram coisas que ele já havia feito
com inúmeras mulheres. Ela era apenas mais uma de suas conquistas.
Pelo menos ele havia conseguido dizer o nome dela.
Alys endireitou as cobertas.
— É extraordinário. Ele esperou até que você estivesse pronta. Você
tem alguma ideia de como tem sorte criança? A maioria dos homens não
esperaria.
Gwen se virou com as lágrimas nas pálpebras. Sim ela tivera sorte
tudo bem. Ele quase a estuprara naquela primeira noite depois parara

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


quando sua própria culpa o impedira não por causa de qualquer
preocupação com seus sentimentos.
E agora Alys estava mais firmemente do seu lado do que nunca
acreditando que ele era algum tipo de homem santo entre os comuns
mortais.
Gwen se abraçou com força. Assim como ele havia feito na caverna
Richard mais uma vez provara que ela era incapaz de resistir a sua suave
sedução. Ela se deu de bom grado voluntariamente querendo-o com uma
ferocidade que ela não sabia que era possível.
Não era de admirar que ele houvesse ido embora quando ela
despertara. Para ele não significara a mesma coisa que para ela.
Como ela poderia enfrentá-lo novamente quando ele virasse seus
frios olhos prateados para ela e risse porque havia vencido?
Ela comeu muito pouco da comida que Alys trouxera. Ela cuidou de
sua aparência seu estômago revirando enquanto passava uma escova nos
cabelos moldando os cachos vermelho-dourados.
Ela queria vê-lo e ainda assim não queria. Ela rejeitou os três
primeiros vestidos que Alys escolhera finalmente se decidindo em samito 22
dourado. Gwen sabia que a cor combinava perfeitamente com o cabelo
dela. Ela escolheu um cinto simples de ouro e seda para complementar o
vestido depois beliscou suas bochechas até que elas brilhassem com um
rosa suave.
Ela desceu para o salão dizendo a si mesma que não importaria se
Richard a olhasse com indiferença.
Ela hesitou quando o viu. Richard estava no outro extremo do salão
conversando com Owain. Ela começou a fugir de volta pelas escadas mas
ele olhou para cima e a viu antes que ela pudesse ir. Seus olhos se
encontraram e ele se moveu até ela.
Gwen só podia olhar o coração dela balançando no peito. Ela se
lembrava dele como ele havia sido na noite anterior – todo macho viril e
faminto. Ele havia juntado seu magnífico corpo ao dela e mostrado a ela o
que significava ser uma mulher.

22
Samito (samite, no original) é um rico tecido de seda entrelaçado com fios de ouro ou prata, usado para costura e
decoração na Idade Média.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Um pequeno arrepio tomou conta dela e ela sabia que toda a sua
compostura cuidadosamente mantida era para nada. Se ele olhasse para
ela com desprezo ou indiferença ela morreria.
— Você dormiu bem? — ele perguntou pegando a mão dela e
pressionando-a contra os lábios.
— Sim — disse Gwen incapaz de encontrar seus olhos. Por que ele
tinha que ser tão bonito? Seu coração acelerou enquanto esperava o
julgamento que certamente viria.
Ela acendeu quando seus lábios roçaram a palma da mão e então,
ela estava imaginando-os em outro lugar em seu corpo beijando sugando
despertando. A dor doce entre suas pernas a torturou com lembranças de
sua possessão.
Quente. Completo. Ela sentiu que lhe faltava o ar.
Gwen fechou os olhos.
— É o mesmo para mim — disse ele em uma voz grossa — Não
consigo parar de pensar em você ou na noite passada.
Gwen encontrou seu olhar aquecido. Como ele sabia?
Ele a puxou para perto e baixou a boca para a dela. Gwen respondeu
ouvindo vagamente os aplausos no fundo. Antes que ela pudesse se afogar
nele, ele levantou a cabeça. Seus olhos estavam nublados enquanto sua
mão acariciava sua bochecha.
— Jesus eu poderia levá-la de volta para a cama e fazer amor com
você pelo resto do dia!
— Sim — Gwen sussurrou hipnotizada pela necessidade gritante em
seus olhos.
— Minha querida esposa você me tenta além da razão — disse ele
torcendo um cacho perdido em torno de seu dedo — Infelizmente tenho
muitas coisas para fazer hoje.
Gwen olhou para o chão momentaneamente embaraçada por sua
própria ousadia. Richard ainda a queria! O conhecimento enviou uma
onda de alívio sobre ela.
— Você tem certeza que eu não lhe machuquei?
Ele parecia tão preocupado e ela não conseguiu se impedir de tocá-lo
de passar a mão pelo queixo perfeito. Seus olhar era intenso.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— É uma dor leve nada que eu não possa suportar. Suspeito que dói
muito menos que seu ombro.
Ele riu.
— Sim, eu suspeito que você esteja correta.
— Estou decepcionada no entanto.
Suas sobrancelhas se ergueram.
— Desapontada? — ele parecia tão desconcertado que ela queria rir.
— Sim — ela deslizou-lhe um olhar de lado — Você prometeu me
acordar.
Richard sorriu.
— Eu estava certo sobre você não estava? Você é uma provocadora e
também é perversa.
Ele enfiou o braço dela no dele e levou-a do salão para o lado de fora.
O ar frio subia a escada do pátio abaixo. Ele se virou para ela puxando-a
contra ele mais uma vez.
— Un cusan23 — disse ele, abaixando a cabeça.
Um beijo. Gwen passou os braços ao redor dele passando as mãos
por suas costas. Se ele quisesse que o beijo fosse breve ela não deixaria.
Sua boca era como veludo sua língua uma tortura. Gwen gemeu
encontrando-o insistindo com ele.
A necessidade de prová-lo e sentí-lo a estava consumindo.
O desejo se desenrolou na boca do estômago dela. Ele grassou
através dela como um fogo selvagem e ela se apertou mais contra ele
estimulada pela resposta da sua dureza em seu ventre.
Com a mão direita espalmada nas costas a esquerda roçava o
pescoço, a clavícula, o suave inchaço de um seio. Ele segurou o monte
firme apertando suavemente.
Gwen passou as mãos sobre ele imprimindo a sensação dele em seu
cérebro febril cedendo ao desejo de tocar a prova de seu desejo por ela.
Ele estremeceu e puxou-a com mais força. Passos ecoaram nas
escadas abaixo e eles se afastaram com relutância.
A cabeça de Andrew apareceu na escada.

23
Um beijo, em galês.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Aí está você, milorde. Bruno está esperando por você no arsenal
como pediu — ele olhou para Gwen — Bom dia milady — seu olhar se
lançou entre ela e Richard absorvendo o cabelo despenteado as roupas
amarrotadas os olhos que ficavam procurando um ao outro em vez de
olhar para dele — Com licença milord, milady — ele murmurou recuando
da maneira como veio.
Richard recuou para as escadas.
— Hoje à noite — disse ele a mão esticada atrás dele sentindo o
corrimão seus olhos nunca deixando os dela.
Gwen esperou que ele dissesse outra coisa mas ele se virou e
desapareceu descendo as escadas sem outra palavra.
Ela encostou-se à parede e tocou seus lábios. Richard ainda a queria
e era um alívio.

Gwen se juntou a Owain no solar da família para sua aula de inglês.


Ela se sentou em um assento na janela e olhou para o pátio. Pensando que
havia visto a cabeça escura de Richard, ela pressionou as mãos no vidro e
apertou os olhos.
Certamente ele não treinaria com as espadas ou competiriria com o
ombro machucado. Suspirando ela se virou para Owain. Daquela distância
ela não saberia quem era.
— Você está bem hoje, milady — disse Owain levantando a cabeça
dos livros de contabilidade sua boca se curvando em um sorriso — Poderia
ter alguma coisa a ver com o retorno do nosso amado lorde?
Gwen voltou-se para a janela corando. Ela não podia negar
exatamente que Richard era seu amado depois de todas as coisas que
Owain a ouvira dizer a equipe. Ela limpou a garganta e o mirou com seu
melhor olhar de princesa.
Owain riu.
— Muito bem eu não vou dizer outra palavra.
Gwen puxou uma linha solta em uma das almofadas. Finalmente,
ela empurrou-a para longe e disse o que estava passando em sua mente.
— Por favor me fale sobre Elizabeth.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Owain se recostou na cadeira, o rosto franzido.
— Eu acredito que você deveria perguntar a Richard não a mim.
— Por favor Owain. Eu... eu não posso perguntar a ele — ela pegou a
almofada novamente e torceu o fio em volta do dedo olhando para a cor
roxa que surgiu quando ela o apertou muito forte.
Owain suspirou pesadamente.
— Ele deveria falar sobre ela mas provavelmente não verá
necessidade de fazê-lo. Ele sempre foi assim teimoso — ele fez uma pausa
olhando pela janela — Lady Elizabeth era uma mulher gentil. Ela era
muito jovem e muito tímida quando veio morar aqui. Ela não tinha sua
beleza ou sua ousadia mas aprendeu a se dar bem. Ela amava Richard
mas a maioria das mulheres o faz.
Gwen olhou para o velho com firmeza mas ele parecia perdido em
seus próprios pensamentos. Ela sabia que ele não havia dito aquilo para
machucá-la. Ele apenas falava a verdade como ele a via. Quantos
corações Richard partira?
— Ele a amava?
Owain continuou a olhar pela janela falando naquele estado onírico
de alguém que está perdido em pensamentos.
— Eu creio que ele gostava dela.
Gwen sentiu o cabelo na parte de trás do pescoço arrepiar. Não era
razoável ter ciúmes de uma mulher morta.
— Como ela morreu?
— No parto do filho deles. O bebê nasceu morto e ela morreu logo
depois.
— Oh! — disse Gwen em voz baixa. Uma esposa e um filho. Você os
amava, Richard?
— Ele deve ter ficado arrasado.
— Sim creio que sim embora ele não estivesse aqui quando
aconteceu. Ele estava com o rei em Kenilworth planejando a guerra contra
seu pai. Quando ele voltou passou muito tempo na cripta. Ele nunca falou
comigo sobre isto — Owain suspirou. — Eu estava começando a me
preocupar se ele voltaria a casar. Ele precisa de um herdeiro um filho para
deixar as propriedades de Dunsmore.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Gwen alisou a mão sobre a barriga. Ela poderia dar a Richard o filho
que ele precisava? Ela queria isto?
Quando ela olhou para cima, Owain estava olhando para ela um
sorriso suavizando seu rosto. Envergonhada ela juntou as mãos no colo.
— É claro — disse Owain — é possível que seu filho tenha muito
mais do que apenas Dunsmore para governar. Fiquei bastante surpreso ao
saber que seu pai concordara em deixar os filhos de Richard na linha de
sucessão ao trono. Porém, se a sua madrasta der à luz a um menino isto
não terá mais importância.
O coração de Gwen caiu.
— O quê?
— Jesus você não sabia — disse Owain, com a voz cheia de pavor.
— Não — Gwen sussurrou.
Ele soltou um longo suspiro.
— Richard vai me matar por isto.
Gwen se apoderou de suas fervilhantes emoções.
— Não há necessidade de contar a ele, Owain. Para todos os efeitos
meu pai me disse.
Owain assentiu.
— Sim se você quiser então.
— Eu quero.
Por que seu pai não lhe dissera? Doce Maria, o filho de Black Hawk
no trono de Gales!
O filho dela.
Não é de admirar que Richard tenha feito amor com ela com tanto
entusiasmo! Ele queria colocar seu bebê nela para que ele pudesse
reivindicar o trono um dia. Deus quão estúpida ela tinha sido em não
perceber por que ele parecia desejá-la tanto!
Um lampejo de compreensão enviou um horror gelado por sua
coluna. Black Hawk de Claiborne não esperaria mais que o dia em que ela
desse à luz a um menino saudável. Uma vez feito isso ele levaria um
exército para Gwynedd para matar seu pai.
Então ele reivindicaria o País de Gales para o seu filho.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Capítulo 21
As sombras da tarde esticaram seus dedos escuros através do solar.
Gwen imaginou que os dedos escuros também se fechavam sobre seu
coração agarrando-a com uma melancolia inabalável. O sino do jantar
tocou e ela se levantou da janela.
Ela não sucumbiria ao lisonjeiro charme de Richard nunca mais. Ela
havia sido uma tola ao acreditar nas coisas que ele dissera. Eram mentiras
tudo era mentira.
Ele não passava de um frio bárbaro inglês que ansiava por vingança
e não hesitaria em usá-la para conseguí-la. Ele não pararia até obter o que
queria. Não havia nada que ele não dissesse nada que ele não fizesse.
Ela não iria ajudá-lo em sua busca. Ele teria uma surpresa esta
noite quando tentasse se deitar com ela. Ela não cederia de bom grado
nunca mais.
Gwen afastou os pensamentos da noite anterior o modo como se
sentira deitada em seus braços embaixo dele, levando-o para dentro dela
e...
Ela não cederia. Mas por que tinha que doer tanto saber que Richard
a estava usando para conseguir a sua vingança? Teria ela esperado menos
de um homem tão mau quanto ele?
Gwen afastou uma lágrima quando entrou no salão. Servos e
cavaleiros sorriram e assentiram quando ela passou. Gwen saudou a todos
eles mas só tinha olhos para Richard. Ele estava no estrado sua altura
impressionante enfatizada pela plataforma elevada.
Ela se perguntou se ele sabia o efeito que ele causava. Qualquer um
andando em direção a ele teria a sensação de que eles eram insignificantes
e fracos enquanto ele parecia poderoso e maior que a vida.
Einion uma vez dissera a ela que reis e rainhas faziam esse tipo de
coisa de propósito. Eles se sentavam em enormes tronos no final de longos
e vastos salões de modo que todos os que se aproximavam se sentiam
humilhados na presença de grandeza.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Richard estaria proclamando seu domínio sobre ela?
Ele realmente era magnífico e ela quase o odiava por isto. Um olhar
de seus olhos predatórios a fez querer esquecer tudo o que ela havia
resolvido.
Ele estava vestido inteiramente de preto para variar e ela pensou
loucamente que o próprio diabo não seria diferente se ele aparecesse
diante dela naquele exato momento.
Atrás dele o brasão carmesim e preto gritava o legado brutal do
senhor que aqui governava.
Quando ela chegou ao estrado ele pegou a mão dela e a puxou para
perto dele. Gwen se encolheu quando uma espiral de calor se desenrolou
dentro dela. Ela fixou o olhar no peito dele certa de que se ela olhasse nos
olhos dele estaria perdida.
Ela percebeu que não tinha escolha quando ele ergueu o seu queixo
com um dedo. Seus olhos se estreitaram.
— O que está errado?
— Nada — Gwen sussurrou.
— Então por que você não olha para mim?
Gwen sentiu o lábio começar a tremer. Ela cravou as unhas na
palma da mão. Ela não choraria por causa dele.
— Estou olhando para você agora milorde — ela disse friamente.
Ele franziu a testa. A dor cruzou suas feições tão rapidamente que
ela quase não notou. Seus olhos se transformaram em gelo prateado.
— Estou tão aliviado por termos resolvido isto — disse ele sentando-
se.
Gwen afundou ao lado dele. Como ele conseguia fazê-la sentir-se
horrível quando ele era o único errado? Deus que idiota ela era! Ela teve
que reprimir um desejo insano de implorar seu perdão fazer qualquer coisa
para ver o calor retornar aos seus olhos.
Ela se forçou a sorrir durante o jantar. Ela agradeceu aos criados
enviou as congratulações a Oliver e conversou agradavelmente com o
padre Stephen enquanto Owain lançava olhares intrigados para ela e
Richard.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Richard permaneceu sombrio e calado. Ele a atendia
respeitosamente mas não dirigiu uma palavra para ela. Comeu com
vontade bebeu vinho no jantar e depois passou para a cerveja antes que a
sobremesa fosse servida.
A garota que enchia sua caneca era rechonchuda e bonita. Gwen
imaginou que a moça talvez fosse um ou dois anos mais velha do que ela.
Seu cabelo preto estava trançado e alguns fios pendiam por cima do
ombro. Seu peito se esticou contra a lã áspera de seu vestido quando ela
se inclinou na frente de Richard.
A garota falou em inglês e Richard respondeu. Gwen apenas
entendera “eu”, “você” e o nome da garota, Maude.
Richard sorriu para Maude seu olhar permanecendo em seu seio
abundante. Maude lançou-lhe um sorriso sedutor em retorno. Gwen
sentiu uma quente lasca de inveja picá-la.
Esta moça deveria ser aquela com quem ele havia se deitado antes
de cavalgar atrás dos foras da lei!
Gwen soube de repente que ele nem tentaria se deitar com ela esta
noite. Provavelmente uma vez fora suficiente para engravidá-la. Ele
passaria a noite onde realmente quisesse que ao que parecia era na cama
de Maude.
Gwen se afastou quando ele se virou na direção dela. Ela deixou seu
olhar vagar pelo salão lotado. Pessoas engajadas em conversas
barulhentas rindo dando tapinhas nas costas fazendo brindes para a
saúde e o sucesso.
Ela tamborilou os dedos na mesa. Era tudo um forte contraste com o
pesado silêncio entre ela e Richard.
Depois que a sobremesa foi servida Richard se inclinou para ela sua
respiração fazendo cócegas em sua orelha.
— Suba para a cama Gwen. — Ele terminou a cerveja e fez sinal
para Maude.
Gwen olhou para ele incrédula. Ele estava indo para a cama da moça
e sequer se importava que ela soubesse disto. Por Deus ela seria
amaldiçoada se tolerasse isto! Ela jogou a adaga na mesa e se pôs de pé.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Se você tocar em alguma mulher... vou cortar aquilo que você
tanto se orgulha e...
— E se privar também, querida? — ele riu e ela sentiu um arrepio na
coluna pela falta de humor em seu riso. Sua voz tinha um tom duro e
amargo quando ele disse: — Você não vai fazer isto e eu vou lhe dizer
porque... porque se fizer não conseguirá gritar meu nome para os céus
como fez ontem à noite quando eu estava enterrado dentro de você.
Os olhos de Gwen se arregalaram. Ela voou para ele. Ele pegou seus
pulsos e deu um salto ficando de pé. Seus olhos brilharam em estanho sua
mandíbula se contraindo.
— Eu lhe disse antes nunca mais — disse ele entre os dentes
cerrados.
— Você é um bastardo Black Hawk de Claiborne!
— Sim então eu sou — ele a pegou e a jogou por cima do ombro. O
salão explodiu quando os cavaleiros e homens de armas aplaudiram seu
lorde. Gwen bateu os punhos contra suas costas em fúria impotente
gritando maldições galesas para ele.
Ela mal se ouvia acima do barulho. Bárbaros ingleses!
Ele chutou a porta da câmara depois caminhou até a cama e a
atirou nela. Por um minuto seu rosto era tão selvagem que ela pensou que
ele ia estuprá-la e ficou chocada com a onda de calor entre suas coxas.
Querido Deus seu corpo traidor queria que ele se perdesse em sua paixão
por ela!
Ele se virou e foi até a porta deixando-a sem fôlego e desapontada.
Gwen saiu da cama.
— Bastardo inglês! — ela gritou correndo atrás dele.
Ele bateu a porta. Ela a abriu e começou a seguí-lo depois parou.
Por Deus ela não iria perseguí-lo como uma menininha apaixonada!
Ela foi até a janela e se jogou no banco olhando para a escuridão além. Ela
não se importaria com o que ele fazia ou com quem ele fazia. Um soluço
escapou de seu corpo trêmulo. Ela levantou os joelhos e colocou o rosto
nas mãos. Pela última maldita vez ela não iria chorar por ele!

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Richard bebeu outra caneca de cerveja. O salão há muito tempo
estava livre de mulheres exceto as criadas e os homens bebiam e bebiam
com abandono. Ocasionalmente Richard participava de seus jogos.
Ele estava começando a querer coisas as quais não tinha direito
coisas que ele não merecia. Era demais querer uma mulher que o aceitasse
pelo que ele era, uma mulher que pudesse ver além de todas as histórias
sobre o homem?
Jesus ele nem sabia quem era o homem sob o exterior endurecido!
Quanto tempo se passara desde que ele se enterrara sob uma avalanche
de honra e dedicação ao dever?
E Deus o ajudasse ele queria que Gwen fosse a mulher com quem
ele pudesse compartilhar seu eu interior! Mas ela não era e ele achava isto
extremamente decepcionante.
Ele riu. Inferno quem ele estava enganando? Homens como ele não
mereciam a felicidade. Homens como ele só conheciam a guerra, a morte e
o sangue. Infinito, sangue sem fim.
Que mulher veria além disto? Elas se juntavam a ele por causa de
seu rosto sua posição e sua reputação mas ninguém se importava com o
que estava ou se havia alguma coisa por debaixo de seus pré-julgamentos.
— Ao mais baixo inferno com todas as mulheres — ele murmurou.
Um jovem cavaleiro ergueu a taça concordando.
— Sim milorde as mulheres são cheias de truques. Sempre dizendo
uma coisa e significando outra — a cabeça do rapaz escorregou para a
mesa seu braço estendido servindo de berço. Ele estava roncando em
segundos.
Richard suspirou saudando o rapaz com sua caneca.
— Sim, é um truque.
Com o canto do olho Richard observou Andrew atravessar a sala
para interceptar uma linda moça. O capitão inclinou-se para sussurrar em
seu ouvido. A moça balançou a cabeça cobriu a boca e deu uma risadinha.
Depois de um pouco mais de persuasão por parte de Andrew eles
desapareceram na despensa.
Richard examinou a sala procurando por Maude depois descartou a
idéia de se deitar com ela tão rápido quanto ela surgiu.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele não seria capaz disto não mais. Desde o primeiro momento em
que vislumbrara Gwen em Shrewsbury ele não conseguira ser despertado
por mais ninguém por mais graciosa ou habilidosa que fosse.
Richard apertou ainda mais a caneca até que o metal batido
começou a amassar. Ele abriu o punho e deixou cair à caneca mutilada
sobre a mesa.
Ela estava brincando com ele a cadela galesa! Todas as mulheres
faziam isto — aprendem desde o maldito berço! Mas ele não esperava isso
dela. Sua resposta parecera tão genuína esta manhã mas era tudo
mentira.
Ela era como o restante das mulheres. Ele havia visto o mesmo
truque centenas de vezes. Quente um minuto, fria no próximo, tudo em
um esforço para confundir e enfeitiçar um pobre macho desavisado. Ele
nunca caíra nisso antes e ele não estava disposto a cair agora.
Ele passou o braço sobre a mesa derrubando a caneca no chão. Ela
bateu com um baque surdo saltou e rolou nos juncos. Vários cavaleiros
levantaram o olhar e depois voltaram para os seus dados.
Richard ficou de pé. Maldição se ela queria jogar ele jogaria! Por que
ele deveria se negar de qualquer maneira? Ela agora estaria toda suave e
feminina, implorando para fazer amor. O truque era sempre o mesmo.
Ele subiu as escadas de dois em dois degraus depois abriu a porta
com tanta força que ela bateu contra a parede.
Gwen pulou da janela. Seus cabelos caíam até a cintura em uma
gloriosa cor flamejante seus olhos brilhando com uma luz verde profana. O
tecido de ouro de seu vestido brilhava e dançava na luz do fogo como uma
ilusão nascida da magia das fadas.
Richard piscou. O inverno uivava nas montanhas e nos vales das
Marches mas ele havia capturado o outono dentro das muralhas de seu
castelo. Ela estava diante dele agora olhando para ele com todo o
esplendor e fúria que era só dela. Seu corpo endureceu a ponto de doer.
Ele deu um passo em direção a ela.
Ela levantou a mão e ele viu que tremia.
— Não chegue perto de mim — ela disse, sua voz baixa e
ameaçadora.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Richard sorriu. Bom Deus ela estava desafiando-o! Não era o que ele
esperava mas ele não estava com vontade de mostrar qualquer piedade.
— Você deve ter percebido que eu sempre faço o que eu quiser — ele
rosnou.
Ele se moveu devagar deliberadamente o falcão aproximando-se de
sua presa. Ela recuou como um animal caçado.
Ela colidiu com a parede depois plantou seus pés desafiadoramente.
— Não me toque.
Seus olhos se encontraram e ele estendeu a mão para ela.
— Deixe-me ir! — ela sussurrou empurrando o braço para longe.
Richard a agarrou novamente sua mão apertando ao redor dela
como um torno quando ele a puxou para ele. Ele segurou seu peito com a
mão livre e alisou o polegar sobre o mamilo. A ponta carnuda endureceu
ao seu toque e ele sorriu.
— Eu quero sentir você embaixo de mim novamente, cath wyllt. E você
também quer não é?
— Não! Nunca mais! — gritou ela contorcendo-se arranhando e
lutando como a gata selvagem que ele nomeara.
— Não me toque! Não se atreva a me tocar seu porco imundo!
Ele a prendeu contra a parede um joelho entre suas pernas seu
membro endurecido pressionando seu abdômen. Suas mãos juntaram um
punhado de cabelo sedosos.
— Você me quer Gwen. Admita.
— Não!
Gwen engasgou quando ele se abaixou e esfregou sua masculinidade
contra sua carne sensível. Ela não contava com ele agredindo seus
sentidos desta maneira.
— Seu corpo trai você — disse ele com voz pastosa.
— Eu odeio você Gwalchddu realmente o odeio.
Seu aperto a segurou quase dolorosamente. Gwen sentiu um
instante de medo antes que sua boca desabasse para esmagar a dela.
Ela bateu as palmas das mãos abertas contra o peito dele. Era tão
inútil quanto bater em rocha sólida. Mas o ombro machucado no entanto...

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ela dobrou o punho hesitando um instante antes de bater nele. Ele
não parou nem gritou nem sentiu dor porque o golpe pousou
inofensivamente em seu peito. Ela não poderia machucá-lo.
— Não! — ela gritou quando os lábios dele desceram pelo pescoço —
Eu não vou ter você depois que você esteve com outra mulher!
Richard parou. Seus olhos brilhavam com um fogo verde e ele
pensou que nunca havia visto uma mulher mais desejável em sua vida. Ele
não pôde deixar de contar a verdade: — Eu juro para você que eu não
estive com mais ninguém.
— Você mente! — ela gritou empurrando-o —. Você é um inglês
mentiroso!
— É por isto? Cristo eu não quero ninguém além de você!
— Eu vi você olhando para ela! Você estava com ela!
— Não! Eu não estive com ninguém!
— Mentiroso!
— Por Deus eu vou provar para você então!
Ele esmagou a boca na dela novamente. Apesar de tudo que Gwen
prometera a si mesma ela sentiu seu corpo reagir. Por que ela escolhera
insistir em sua atenção para outra mulher em vez de seu plano para matar
seu pai?
Não fazia sentido mas ela não conseguiria pensar nisso agora. Tudo
o que ela conseguia pensar era nele. Ele tinha gosto de cerveja, fúria e
desespero, e ele a tocou com uma urgência que disparou sua alma.
Eu não quero ninguém além de você.
Era uma mentira mas Deus que doce mentira. Todo pensamento
racional a abandonou. Seus gritos de protesto mudaram para gemidos de
prazer. As mãos que antes batiam nele agora seguravam seu manto, lábios
que se pressionavam firmemente agora estavam abertos, músculos que
antes enrijeciam agora relaxavam e se fundiam a ele.
— Sim Gwen entregue-se a mim — ele sussurrou contra seus lábios.
— Eu colocarei os céus a seus pés juro. Com meu corpo eu lhe adoro. Eu
prometi quando nos casamos. É uma promessa que pretendo manter.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele era um demônio. Apenas um demônio poderia dizer tais coisas e
fazer com que ela o quisesse tanto que daria a alma para tê-lo. Era uma
loucura. Ele era uma loucura.
— Richard... — ela sussurrou enquanto sua boca reclamava a dela.
Suas mãos deslizaram por seu corpo agarraram suas nádegas e a puxaram
contra a dura prova de seu desejo. Gwen estremeceu de dentro para fora.
Seus dedos encontraram o fecho de seu manto. A roupa caiu no
chão com um suspiro suave.
Mais tarde... ela se odiaria só mais tarde.
Ela soltou o cinto da espada e o deixou cair. Suas mãos subiram
para desfazer os fechos de suas roupas. Lentamente a princípio depois
com crescente urgência eles tiraram suas roupas até que seus corpos nus
se apertaram juntos duros e macios.
Richard caiu de joelhos. Os dedos de Gwen se entrelaçaram em seus
cabelos enquanto seus lábios viajavam sobre a carne sensível de seus seios
e barriga.
— Você é perfeita — ele murmurou contra sua pele — Tão suave tão
doce... — seus dedos acariciaram sua fenda encontrando-a molhada de
necessidade — Tão cheia de desejo.
Gwen estremeceu. Por que ninguém nunca a fizera se sentir assim?
Por que o único homem que ela deveria odiar era quem lhe mostrava como
era pertencer a alguém?
Os dedos de Gwen se apertaram em seus cabelos. Oh, Deus como
isto seria se houvesse amor entre eles? Seus joelhos se dobraram com a
intensidade de seu desejo por algo que nunca poderia ter.
Ele a pegou nos braços e levou-a para a cama. Ele a colocou sobre
ela então ficou acima dela. Havia algo mais refletido em seu rosto algo que
ela não podia nomear.
Vagamente ela pensou em sua nudez e que ela deveria estar corando
sob seu olhar quente. Mas ela não estava envergonhada. Ela se sentia
bonita totalmente desinibida quando ele olhava para ela assim.
Ficando de joelhos ela chegou à beira da cama e pressionou as
palmas das mãos contra seu estômago liso. Ele estremeceu. Inspirada ela

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fechou os olhos e provou sua pele de bronze do jeito que ele tinha feito
com ela. Ela foi recompensada com um gemido.
Ele se juntou a ela na cama empurrando-a para trás sua forma
enorme pairando sobre ela. Ele olhou para ela sem tocá-la os punhos
pressionados na cama em ambos os lados da cabeça.
— Beije-me — ela implorou suas mãos roçando sua barriga
enrolando-se contra o peito dele. Ele não se mexeu. Seu olhar se arrastou
para o ombro dele. Como ela pensara em atingí-lo ali? Com um pequeno
grito ela levantou a cabeça e tocou os lábios na ferida suavemente
gentilmente.
— Deus, Gwen.
Ela o lambeu e ele estremeceu. As mãos dela subiram pelos lados
dele pelos braços dele enquanto ela tentava curá-lo com o toque suave de
sua boca. Ela deitou-se nos travesseiros.
— Ame-me Richard — ela suplicou.
— Jesus eu nunca quis uma mulher tanto quanto eu quero você! —
isto soava como uma confissão antes do ataque de uma tormenta e
deixava-os se perguntando se ainda estariam vivos ao final.
Gwen abaixou a cabeça.
— Mostre-me.
A barragem dentro dele quebrou e de repente ele estava vivo. Ela se
derreteu quando sua boca procurou a dela com beijos ferozes e exigentes.
Ela passou as mãos pelo cabelo dele sobre a superfície do seu rosto
tocando sentindo.
Seus lábios estavam machucados e inchados quando ele finalmente
os deixou para arrastar beijos pelo pescoço e pelos seios. Sua respiração
ficou presa quando sua língua fez círculos preguiçosos ao redor do
mamilo.
Ela se contorcia embaixo dele dolorida querendo que ele a
preenchesse e acabasse com essa loucura. Mas ele não o fez. Em vez disso
ele provocou seus mamilos até que ela estava certa de que o próximo toque
a faria gritar.
E então ele estava se movendo para baixo sua boca quente abrindo
um rastro de prazer sobre sua carne. Quando ele pressionou um beijo nos

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


cachos entre as pernas dela Gwen pensou que ela iria explodir pela
antecipação.
Ela se sentou estendendo a mão para ele. Querido Deus ele não iria
realmente beijá-la ali iria?! Ele escorregou das mãos dela enquanto se
movia pela coxa dela. Uma mistura de alívio e decepção tomou conta dela.
Se ele houvesse feito isto ela achava que não iria sobreviver.
Ele empurrou as pernas dela e passou a língua até o interior de sua
coxa. Gwen ofegou seu nome.
Ele levantou a cabeça. Seus olhos estavam vidrados drogados pela
paixão.
— Eu adoro quando você diz meu nome assim. Parece um convite
malicioso. Eu prometo que vou fazer você dizer isso de novo e de novo.
Ele passou a mão pelos cachos e acariciou o botão dela com o
polegar. Gwen fechou os olhos gemendo quando a sensação espiralou
através dela como aço derretido.
Quando ela pensou que não aguentaria mais ele substituiu o polegar
pela língua.
— Meu Deus! Richard você não pode...
Ela se afundou nos travesseiros incapaz de detê-lo. Ele acariciou e
lambeu e chupou e o tempo todo ela estava convencida de que estava
morrendo a mais deliciosa das mortes.
Devassa e desavergonhada ela balançou os quadris contra ele
implorando por satisfação em uma voz rouca que mal reconhecia. No
instante em que ela chegou ao seu pico ele enfiou a língua dentro dela.
— Richard! — ela gritou apertando punhados de roupa de cama com
suas mãos. Seus músculos do estômago se agitaram com a violência de
seu clímax levantando-a dos travesseiros.
Ele se aproximou então entrou nela enquanto ela ainda
convulsionava. Suas paredes se contraíram segurando-o com força.
— Oh, meu Deus — disse ele fechando os olhos e ficando
completamente imóvel. Ele se curvou para beijá-la e ela saboreou-se em
seus lábios. Foi chocante íntimo e maravilhoso.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Lentamente ele começou a se mexer. Gwen recebeu bem a dor
causada por sua posse. O sentimento era profundamente sensual sabendo
que o homem que fazia amor com ela agora era a fonte do prazer e da dor.
Ela envolveu as pernas ao redor de sua cintura e afundou seus
dentes em seu ombro bom beliscando-o com cada golpe de seu corpo
dentro do dela.
— É isso cath wyllt. Deixe-se ir — Richard sussurrou. Ele chupou seu
pescoço e o lóbulo de sua orelha e em seguida ergueu-se apoiado em suas
mãos para olhar para ela. Isto causava-lhe um incômodo no ombro
machucado mas ele não se importou. Ele tinha uma profunda necessidade
masculina de ver a resposta dela ao amor para ver como ele possuía o
corpo dela com o seu.
O cabelo dela espalhava-se em um emaranhado selvagem sobre os
travesseiros. Fios úmidos se agarravam aos lados de seu rosto e seus olhos
gloriosos estavam tão escuros e sensuais que lhe lembravam dos mares
tempestuosos do Mediterrâneo.
Ele tinha tido mulheres de uma ponta a outra da Inglaterra, da
França à Terra Santa, e nenhuma delas pareceu-lhe tão bonita ou
despertava sua luxúria tão completamente como esta.
Richard estremeceu com a força da paixão que sentia por ela.
Quantas vezes em seus sonhos ele a imaginara assim?
Ele lambeu seu lábio inferior. Ela levantou a cabeça para encontrá-lo
procurando sua boca com urgência protestando quando ele se afastou.
— Não, amor. Eu quero olhar para você. Eu quero saber que você é
minha.
— Sim, sou sua — Gwen sussurrou sem pensar. Ela correu as
palmas das mãos no peito dele sobre os picos e cavidades dos músculos
tensos. Seu olhar passeou de seu rosto até onde seus corpos se uniam e
ela se maravilhou cada vez que ele desaparecia dentro dela.
Impulsivamente ela alcançou entre eles para tocá-lo. Ele gemeu.
— Deus Gwen você me faz sentir...
Sua mão encontrou a dela e a girou até que ela estava se tocando.
Gwen ofegou. Seus dedos a guiaram até que ela estava ofegando com a
necessidade que ele dedilhava nela.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele puxou a mão dela e se abaixou. Sua língua mergulhou em sua
boca combinando com o ritmo aquecido de seu corpo.
Ela apertou os quadris contra ele e ele inclinou para pegar seu ponto
mais sensível. Seu corpo inteiro ficou tenso depois explodiu. Ela apertou-o
com os braços e as pernas enquanto os espasmos a atormentavam. Ele
bebeu seus gritos em sua boca então os devolveu quando já não podia
mais segurar a necessidade de seu próprio corpo.
Ele banhou o rosto dela com beijos suaves então rolou para que ela
ficasse por cima. Gwen deitou a cabeça no peito dele acariciando seu lado
preguiçosamente.
Ele acariciou a curva das costas dela a forma arredondada de suas
nádegas. Durante muito tempo nenhum deles falou.
Richard quebrou o silêncio.
— Fazer amor é muito melhor do que lutar não é?
Gwen levantou a cabeça para olhar para ele. Os tentáculos do cabelo
dela se agarravam ao peito e a garganta dele. Ela sorriu.
— Talvez a luta não seja tão ruim se sempre terminar assim.
Richard riu.
— Sim, talvez não — ele afastou a massa emaranhada de cabelos
de seu rosto—. Eu não estive com nenhuma outra mulher desde que a vi
pela primeira vez em Shrewsbury.
Gwen abaixou os cílios incapaz de encontrar seu olhar brilhante.
Ele segurou o queixo dela e forçou-a a olhar para ele.
— Você não acredita em mim, não é?
— Por que eu deveria? — ela sussurrou. Ela tinha visto o suficiente
dos homens e suas noções emaranhadas de amor. Se o rei não podia ser
fiel a sua esposa e Rhys não podia ser fiel a ela como, então, este homem
que não sentia amor seria fiel? Mas Deus como ela queria acreditar nele!
No silêncio que se seguiu o fogo estalou enquanto queimava uma
bolsa de seiva em um dos troncos.
— Sim, por que você deveria? — Richard disse. Na verdade ele
poderia lhe dar cem razões mas ele não estava disposto a fazê-lo. Ele
queria que ela acreditasse nele porque ela confiava nele.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Isto o surpreendeu. Se a confiança dela era o que ele queria então
ele estava se propondo uma tarefa infernal. Que direito ele tinha de pedir
isto a ela?
A expressão dele se entristeceu um pouco e ela deitou a cabeça em
seu peito novamente. Ele pensou tè-la ouvido murmurar alguma coisa
sobre homens.
— Você ama Rhys ap Gawain? — ele perguntou de repente. Ele
queria saber precisava saber. Ele estava ciente de um aperto no peito uma
chama que queimava quente uma chama que estava pronta para consumí-
lo.
Ela olhou para ele seriamente.
— Isso dificilmente importa agora não é mesmo? Sou casada com
você.
— Diga-me de qualquer maneira — ele ordenou.
Gwen empurrou-se até que ela estava sentada em cima dele. Seus
olhos varreram seu corpo e ela o sentiu começar a endurecer dentro dela.
Ela alisou as mãos sobre seu peito e abdômen encorajando-o. Algum
instinto a fez mover seus quadris contra ele. Seu eixo pulsou em resposta.
— Mmm, milorde você é perverso.
— Diga-me — ele rosnou agarrando seus pulsos seus olhos
flamejando.
Gwen jogou o cabelo por cima do ombro, mas ele caiu de qualquer
maneira envolvendo seus seios em uma nuvem sedosa.
— Você está com ciúmes milorde? — ela provocou em um sussurro
rouco. Seu eixo se contraiu.
Sua voz estava tensa quando ele respondeu.
— Talvez eu esteja. Talvez eu não goste da ideia de fazer amor com
uma mulher que deu seu coração para outro.
Uma emoção percorreu Gwen. Richard estava com ciúmes. Ciúmes
dela. O conhecimento a fez se sentir poderosa perversa e devassa. Com
uma ousadia que ela nunca sonhou que possuía ela abaixou a cabeça e
traçou o mamilo com a língua.
— Cristo todo-poderoso! — ele suspirou sua ereção enchendo-a a
ponto de explodir.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Gwen ofegou quando um delicioso tremor a sacudiu.
— Mmm, não se preocupe milorde porque meu coração é meu. Eu
não o darei a nenhum homem.
Richard soltou seus pulsos o aperto em seu peito diminuindo um
pouco. Ele agarrou seus quadris e a guiou mostrando-lhe o ritmo antes
que ele recuasse e a deixasse assumir. Ela jogou a cabeça para trás
enquanto ela o montava abandonando-se ao prazer.
Observá-la era excitante além da crença. Ela não sofria inibições por
causa de seu corpo ou do seu estado de excitação. Ela o usou para seu
prazer inconsciente ou indiferente a que ele assistisse. Ele gostava de
ceder a ela. Ele definitivamente não era um daqueles homens que
pensavam que as mulheres deviam ser mansas e submissas na cama.
Ele segurou sua liberação até que pensou que iria explodir. Quando
seus movimentos se aceleraram e seus músculos começaram a se contrair
ele se deixou ir.
Quando o último dos tremores o sacudiu ela desmoronou sobre ele
segurando a sua cabeça entre as mãos e fundindo a boca com a dele. Sua
língua quente mergulhou entre seus lábios exigindo sua cooperação. Ele
estava muito feliz em dar-lhe isto.
— Moça sem vergonha — disse ele quando ela levantou a cabeça.
Ela sorriu.
— Eu fiz isto certo?
Richard olhou para ela. Ele fora assombrado por aqueles olhos de
gato por anos.
— Sim, você fez tudo certo mais do que imagina — disse ele
esfregando o polegar sobre o seu lábio inchado pelos beijos.
Lentamente ela abaixou a cabeça sua expressão suavizando. Ela
traçou seus lábios com a língua em seguida beijou-o quente molhado de
boca aberta. Richard se afastou quando sentiu o aperto familiar em sua
virilha. Cristo ele não tinha estado tão duro desde que ele era um rapaz
inexperiente!
— Eu fiz algo errado? — ela perguntou franzindo a testa.
Richard riu.
— Jesus não! Mas eu não posso continuar fazendo isso, Gwen.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Por que não?
Richard achou que ele havia morrido e ido para o céu. Ela sempre
seria assim? Pelos ossos de Deus era o sonho de todo homem – uma
mulher bonita que também era insaciável!
— Porque eu acabei de voltar e meu corpo ainda sofre por ter estado
sobre a sela por tanto tempo.
Sua testa franziu.
— Oh! Desculpe-me eu não queria lhe manter acordado. Você
precisa do seu descanso. Compreendo.
Richard tentou não sorrir. Sim ela estava mantendo-o acordado e de
mais de uma maneira. Ela começou a se afastar mas ele apertou o braço
sobre ela e a segurou no lugar.
— Fique comigo — ele bocejou e puxou o cobertor sobre eles —. Eu
vou lhe acordar de manhã. A menos que você me acorde primeiro...

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Capítulo 22
Gwen era uma traidora. Ela sabia disto assim que acordou e viu o
homem deitado ao lado dela. Ela não podia resistir ao ato de fazer amor
mesmo que colocasse em risco seu pai e seu país.
Ela começou a acordá-lo mas não teve coragem de perturbá-lo. Ela
saiu da cama e vestiu a camisola junto com uma capa forrada de pele,
para se aquecer.
Richard estava deitado de lado a cabeça escura contrastando com o
travesseiro branco. Seus olhos estavam fechados e ele roncava baixinho.
Ele esticou o braço para onde ela havia estado tateando por um momento
antes de se acalmar.
Gwen observou-o confusa com o emaranhado de sentimentos que ele
causava dentro dela. Ela iria pará-lo. De alguma forma ela iria pará-lo.
Não querendo pensar nisto agora ela se virou e foi até a janela. O rio
Dee era a única coisa que se movia em toda a paisagem. A neve havia
parado de cair e o vale estava coberto por um branco tão novo tão perfeito,
que parecia que o mundo também era novo e perfeito.
Gwen apertou a mão no vidro frio meio querendo que a frieza dele a
trouxesse de volta a realidade. Ela olhou por cima do ombro para Richard
e uma onda de desejo passou por ela. Senhor, ela nunca superaria isto?
Ela olhou pela janela por mais algum tempo. Alguém bateu na porta
e Gwen foi atender. Alys esperou do outro lado seu rosto corado franzindo
em um sorriso.
— Eu não sabia se você estaria acordada.
— Sim. O que é isso? — Gwen perguntou apontando para a bandeja
nas mãos de Alys.
— Eu pensei que talvez você e Lorde de Claiborne não desejassem ir
ao salão esta manhã.
Gwen sorriu.
— Você é uma joia, Alys.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Não milady de jeito nenhum — a velha disse trazendo a bandeja e
colocando-a na mesa. Ela considerou Gwen com olhos conhecedores: —
Tudo está bem entre vocês?
Gwen assentiu. Ela queria dizer não, nem tudo está bem, tudo está
errado, eu sinto coisas que não deveria estar sentindo mas ela não podia.
Alys olhou para a lareira.
— O fogo diminuiu. Vou arranjar alguém para cuidar disto.
Assim que ela saiu uma camareira entrou correndo. Quando o fogo
rugiu com vida renovada a garota fez uma reverência e apressou-se a sair
pela porta fechando-a atrás de si silenciosamente.
Gwen levantou o pano que cobria a bandeja. Oliver havia preparado
doces com mel e com o dispendioso açúcar. Uma jarra de água e vinho
também estava lá assim como o pão e queijo habituais.
Gwen voltou para a cama e sentou-se ao lado de Richard.
As cobertas tinham deslizado até seus quadris, revelando seu peito
largo. O hematoma feio estava roxo amarelado nas bordas. Isto fez seu
coração doer.
Ele tinha cicatrizes em todos os lugares linhas finas estragando sua
perfeita carne dourada. Apesar das marcas de guerreiro ele ainda era
bonito. Ela tocou uma das cicatrizes traçando-a ao longo de suas costelas.
Teria uma espada galesa causado isto?
O pensamento não lhe deu a satisfação que outrora teria dado.
Pegando o lábio entre os dentes ela deslizou as cobertas mais para
baixo em seu corpo. A parte dele que lhe dava tanto prazer estava diferente
esta manhã. Antes parecia enorme e esmagadora.
Quão extraordinário mudava quando despertado!
Apenas o mero pensamento dele pronto para embainhar seu
comprimento duro em seu corpo a excitou.
Gwen engoliu em seco puxando as cobertas para cima depois
escorregou e encostou a cabeça no travesseiro. Ela o observou dormir
estendendo a mão para tocá-lo ou escovar os cabelos da testa.
Ela ficou deitada ao lado dele por um longo tempo não se cansando
de olhar para ele. Quando ele finalmente abriu os olhos ele estava de

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frente para ela e ela ficou impressionada com a incrível clareza de seu
olhar.
Ele deu a ela um sorriso de tirar o fôlego enquanto seus olhos
cintilavam sobre sua camisola.
— Há quanto tempo você está acordada?
Gwen sorriu.
— Muito tempo.
— O que você tem feito?
— Observado você — ela disse seu coração traidor cantando.
Ele a puxou para seus braços. Sua boca deslizou sobre a dela
moldando seus lábios exigindo a rendição. Gwen se aproximou dele sem a
menor hesitação.
— Você se esqueceu de me acordar — ele murmurou contra a sua
boca.
— Não — disse Gwen sem fôlego — você precisava dormir.
— Eu preciso de algo ainda mais agora — disse ele. Gwen percebeu
sua excitação pulsante quando sua mão deslizou por sua coluna e a
trouxe contra seus quadris. Sua respiração ficou presa. Deus querido ele a
queria de novo! Ela estava mais do que disposta.
Ele agarrou o final de sua camisola e deslizou para cima de seu
corpo. Gwen ajudou. Quando estava despida ele olhou para ela seus olhos
ficando esfumados.
— Jesus você vai ser a minha morte!
— Não diga isto! — ela desabafou suas mãos se fechando em punhos
contra o peito dele.
Suas sobrancelhas se uniram.
— Eu não estava falando sério Gwen.
Ela tocou seu rosto passou as pontas dos dedos sobre os lábios dele.
Ele os beijou e seu coração deu um pulo. O que seria necessário para
impedi-lo de matar seu pai? Qual seria o preço?
— Eu sei — ela respondeu estremecendo de repente.
Ela viu aquele traço de vulnerabilidade passar por seus olhos e
então desaparecer fazendo-a se perguntar se ela havia imaginado isto em
primeiro lugar.

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Antes que ela pudesse insistir mais nisto ele estava beijando-a
alimentando os fogos de sua paixão, amando-a até que eles gritaram
juntos com a doçura de sua união.

Alys entrou no solar da família com o passo leve de uma garota com
metade da sua idade. Owain se levantou com a entrada dela. Seu rosto
estava marcado por uma carranca. Alys não pôde deixar de pensar que ele
deveria ter sido bonito quando era mais jovem. Doce Maria, ele ainda era
uma bela figura de homem!
— Bem, como vai? — ele perguntou.
Alys limpou a garganta e afastou seus pensamentos devassos. Uma
mulher da idade dela, pelo amor de Deus!
— Minha senhora disse que tudo estava bem entre eles. E eles ainda
não surgiram então podemos supor que eles estão se dando bem...
Ela pensou que as orelhas de Owain estavam vermelhas quando ele
se virou.
— Que bom então. Eu estava com medo…
Alys foi até ele colocou a mão em seu ombro.
— Não se preocupe. Gwenllian é teimosa mas ainda assim muito
sensata. Foi um choque para ela isto é tudo.
Owain pegou a mão dela na dele.
— Richard precisa de uma mulher que às vezes o enfrente para
variar. Ele está totalmente acostumado a ser o senhor e mestre de tudo.
Alys apertou a mão dele.
— Eu devo ir. Eu tenho um milhão de coisas para fazer.
Owain pigarreou depois ignorando seu argumento disse:
— Fique um pouco Alys. Se tudo estiver realmente bem com os
jovens eles não vão emergir por algum tempo sendo recém-casados. — Ele
tossiu suas orelhas ficando vermelhas novamente.
Alys sorriu. Não havia nada que ela gostaria mais do que ficar e falar
com este lindo galês.
— Muito bem Owain eu posso ficar um minuto ou dois.

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Richard sentou-se à mesa e puxou Gwen para o seu colo. Seus
cachos acobreados derramaram-se sobre seu ombro e ele os empurrou de
volta beijando-a. Ele pensou que se não fosse cuidadoso ele nunca pararia
de beijá-la.
— Eu amo o jeito que você acorda de manhã com o cabelo todo
selvagem e emaranhado.
Ela passou os dedos pelo cabelo dele alisando-o no lugar.
— E eu amo o jeito que você acorda apontando para cima.
— Apontando o que para cima querida?
Ela corou.
— Você é positivamente mau milorde!
— Sim você traz a tona o pior em mim — ele cortou um pedaço de
pão —. Abra para mim.
Ela o fez tão confiante quanto um filhote de passarinho. Ele a
alimentou sem pensar em si mesmo seu dedo traçando o lábio inferior
depois de cada pedaço. Tão suave tão tentador.
Finalmente ela afastou a mão dele.
— Eu não posso comer mais. Você vai me deixar alimentá-lo agora?
— Se você quiser — disse ele.
Ela deu-lhe um pedaço do pão traçando seus lábios em imitação ao
que ele fez com ela. Ele chupou o dedo dela. Sua respiração ficou presa.
Ela retirou o dedo devagar passando-o pelo lábio inferior e pelo queixo
dele.
Richard enfiou os dedos nos cabelos sedosos e puxou-a para beijá-
la. Cristo todo poderoso ele estava ficando excitado novamente! Ela
realmente seria a morte dele se não recuperasse seu controle.
— Eu não entendo isto — ela disse baixinho sacudindo a cabeça.
— Não entende o que querida?
Ela levantou os cílios e ele viu. Desejo – nu sem adulteração
consumidor.
Richard respirou fundo. Inferno ele foi duramente pressionado para
entender por si mesmo. Era muito intenso quase enlouquecedor e

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impossível de parar. Ele a colocou no colo até que ela o sentiu. Seus olhos
se arregalaram.
— Sim, eu sinto isto também — ele levou a mão dela aos lábios
pressionando beijos na palma da mão e na parte de trás de seu pulso —. A
paixão é uma coisa linda. Não é para ser questionada ou entendida — ele
levantou a manga seguindo os lábios —. Deve ser apreciada, encorajada.
Uma batida soou na porta. Richard a ignorou. Ele procurou sua
doce boca pretendendo levá-la de volta para a cama e amenizar esta paixão
enlouquecedora.
A batida veio de novo mais forte desta vez. Gwen se afastou.
— Você não deveria atender?
— Você quer que eu o faça?
Seus braços estavam ao redor de seu pescoço puxando-o para ela ao
invés de empurrá-lo para longe.
— Não — ela disse com sinceridade. Ela aliviou seu aperto nele com
um suspiro: — Mas pode ser importante.
— Entre — disse Richard nunca tirando os olhos do rosto dela.
— Milorde?
Era a voz de Owain.
— Sim?
Owain pigarreou.
— Eu imploro seu perdão milorde mas o administrador das fazendas
está esperando para vê-lo faz algum tempo.
— Diga a ele que vou descer logo — respondeu Richard.
— Sim, milorde — disse Owain.
Algo em sua voz fez Richard virar. Owain sorria de orelha a orelha.
Richard olhou para a porta fechada por um segundo perguntando-se o que
diabos havia dado no velho.
Richard suspirou seu olhar varrendo sua esposa com saudade.
— Temos de esperar parece — ele afastou uma mecha de cabelo que
havia caído em seu rosto —. Prometa que você não se comportará de
maneira diferente na próxima vez que eu encontrar você.
— Eu prometo — ela respondeu suavemente.
— Um beijo para selar o acordo?

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— É seguro?
Richard riu.
— Eu duvido mas vamos tentar de qualquer maneira.
Seus lábios se tocaram. Foi como acender um fogo. No último
minuto quando sentia sua sanidade se esvaindo Richard conseguiu afastá-
la dele.
Ele se levantou e bateu no traseiro dela: — Vista-se, sedutora.
Ela lançou-lhe um olhar de pura indignação.
— Sedutora? Foi você quem insistiu em um beijo!
— Sim mas só porque você me tentou.
Ele vestiu suas roupas e cingiu sua espada no lugar antes de ir até
ela. Ela estava de costas para ele passando uma escova de prata em seu
emaranhado de cachos.
Ele pegou a escova e acariciou-lhe o cabelo algumas vezes depois
jogou-a na cama e enfiou os dedos na massa sedosa.
— Jesus você consegue me seduzir com uma escova de cabelo moça!
Você tem alguma idéia de como você é desejável? — ele se inclinou para
beijar seu pescoço puxando-a contra ele então ela sentiu sua excitação —.
Mmm, eu poderia ficar. Nesse ritmo você estará grávida em pouco tempo.
Ele se virou e saiu pela porta. Gwen segurou a cabeceira da cama e
encostou-se nela entorpecida enquanto lágrimas silenciosas deslizavam
por suas bochechas.

— Milorde?
Richard olhou para Sir John Frost seu administrador de fazendas.
John estava revisando as contas da mansão com ele dizendo-lhe quanta
receita ele havia coletado quanto ainda era devido quais propriedades
produziam quais bens para seu lorde.
Richard sabia que John estava roubando-o para encher seus
próprios bolsos. Todos os administradores das fazendas faziam isto. O
truque estava em encontrar alguém que não fosse muito ganancioso.
Richard achou que ele havia feito exatamente isto. Até onde ele sabia a
quantia era bastante insubstancial e o homem era eficiente se nada mais.
Richard colocou sua taça de vinho na mesa.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Sinto muito John. Minha mente está em outro lugar.
John sorriu.
— É compreensível, milorde. O fato de estar recém-casado e tudo.
— Sim — disse Richard. Parecia que estar recém-casado estava
confundindo seu cérebro. Ele não pensara em nada além de Gwen a
manhã toda mal prestando atenção a narrativa de John. Não ele não era
ele mesmo nem um pouco. Ele forçou a imagem dela para fora de sua
mente.
— Você estava dizendo, Sir John?
— Eu montei uma lista de despesas para as festividades de Natal
milorde.
— Você deve tratar isso com Owain. Eu não vou estar em casa no
Natal.
— Irá para Londres?
— Sim — Richard se levantou terminando a audiência —. Owain
encontrará um quarto adequado para você.
John se levantou e fez uma reverência.
— Sim, milorde. Obrigado, milorde. — Richard atravessou o salão
agarrando sua espada inconscientemente.
Por que ele não conseguia se concentrar nos negócios? Tudo o que
ele conseguia pensar era em Gwen. Ele teria jurado que podia sentir a
presença dela como se ela fosse uma parte vital dele.
Ele queria largar tudo e ir até ela agora. Ele queria fazer amor com
ela é claro mas ele também queria falar com ela ouvi-la rir aprender mais
sobre ela.
Ele parou. Jesus havia um milhão de coisas que ele nem sabia sobre
ela! Ela tinha uma comida favorita ou uma cor que preferia a todas as
outras? Ela gostava de uma joia em particular? Inferno ela gostava de
joias?
Richard segurou o punho da espada com mais força. Desde quando
ele se importava com estas coisas? As esposas eram para cuidar da
residência e gerar herdeiros. Ele se certificaria de que ela tivesse muito
dinheiro em sua própria bolsa. Se houvesse algo que ela quisesse ela
poderia comprá-lo. Ela não precisaria ficar sem nada que desejasse.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Uma voz persistente lhe disse como seria agradável dar-lhe
presentes como seu rosto ficaria bonito quando ela lhe concedesse um
sorriso como seu corpo ficaria grato quando ele finalmente afrouxasse o
vestido e fizesse amor com ela.
Richard sacudiu a cabeça. Ele era um guerreiro não um cortesão
pelo amor de Deus! Ele não tinha tempo de correr pelo campo procurando
lindas bugigangas apenas para colocar um sorriso no rosto de sua esposa.
Havia um lugar neste castelo que traria de volta o seu bom senso.
A capela ficava no extremo da fortaleza. Era um lugar frio não muito
grande e com vitrais que lançavam arco-íris de luz no chão de pedra.
Richard não vinha sempre aqui apesar dos sermões do padre Stephen
sobre sua alma imortal. Richard achava que sua alma imortal estava
perdida de qualquer maneira. Ele matara demais em sua vida para ser
perdoado.
Mas a capela não era seu destino. Seu destino estava além do
santuário de Deus. Ele entrou na cripta e deixou o ar frio envolvê-lo. Havia
uma pequena janela no alto que enviava um raio de luz para a quietude.
Seis túmulos saudaram-no em silêncio. Ali estava seu avô Henry de
Claiborne o primeiro Conde de Dunsmore. O condado fora-lhe concedido
pelo Rei Ricardo Coração de Leão por bravura na Terra Santa.
Richard sempre achara irônico que sua própria posição também
viesse do serviço prestado a um Plantagenet em uma terra distante.
Sua avó Isobel estava ao lado do primeiro conde. Ambos estavam
mortos quando Richard nascera. Seu pai falara muitas vezes sobre a
bravura de Henry e a beleza de Isobel.
Richard tocou um túmulo ornamentado. Seu pai William. Outro filho
único. Talvez melhor, também.
Ele se viro, traçou a pedra erguida do local de descanso de Catrin de
Claiborne. Morrera cedo demais.
Richard sempre pensava a mesma coisa: gostaria de tê-la conhecido
melhor, mãe.
Mas não era por isso que ele estava aqui. Respirando fundo ele se
virou. Era por causa dos dois últimos túmulos pelos quais ele fora o mais
responsável. Elizabeth e ao lado dela uma versão menor.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Seu filho Matthew. Ela dera este nome ao filho morto antes de cair
no sono da morte.
Ela nomeara o menino e Richard não estava lá para nenhum deles.
Ele caiu de joelhos ao lado dela e pressionou a testa na pedra fria.
Deus querido ele não tinha lágrimas para dar! Ele nunca tivera para
nenhum deles. E ele deveria ter maldição!
Ele alisou as mãos sobre o mármore sem vida.
— Sinto muito Elizabeth.
Ele sempre dizia isto. Sempre e ela nunca respondera nunca dera
um sinal. O único som era o eco oco de sua própria voz.
Ele tentou imaginar Elizabeth para ver novamente o olhar de corça
quando ela o encarava com total devoção. Mas ele não podia vê-la. Tudo o
que ele podia ver era uma mulher com cabelos de outono e olhos
misteriosos uma mulher que o fizera sentir mais no pouco tempo em que
ela era sua esposa do que ele jamais sentira por Elizabeth.
A culpa o apunhalou contorcendo seus tentáculos parecidos com
adagas até que ele quis gritar pela tensão de suportá-la. Ele fechou os
olhos e agarrou a pedra fria.
— Você merecia mais Elizabeth. Mais do que eu lhe dei.
Richard se levantou e saiu da cripta. Ele estava a meio caminho
quando percebeu que nem sequer pensara em seu pai ou em Llywelyn.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Capítulo 23
— Milady há homens se dirigindo para a muralha externa.
Anne desviou seu olhar do jogo de xadrez que ela estava jogando
com seu filho.
— Que tipo de homens Gena? — ela retrucou.
Mulher imbecil! Homens. Que tipo de descrição era esta? Como uma
dama saberia se deveria correr e se esconder ou bancar a graciosa
anfitriã?
Gena engoliu em seco e torceu as mãos.
— Cavaleiros, eu penso milady.
Tristan se levantou de um pulo.
— Cavaleiros mamãe! Talvez o Lorde de Claiborne os tenha enviado
por fim.
A mão de Anne voou para sua garganta. Richard? Ele havia voltado
para ela?
Gena sacudiu a cabeça.
— Não, não é Dunsmore. O brasão é outro.
O rosto de Tristan estristeceu. Seus olhos azuis tão parecidos com
os de sua mãe mostraram sua decepção. Aos nove anos de idade ele já
deveria ter ido ao Castelo de Claiborne para começar seu treinamento. Ele
iria treinar como um escudeiro então se tornaria um cavaleiro e depois
voltaria para governar Ashford Hall.
Anne se recusou a mostrar sua própria decepção. Isso a irritava ela
ainda estava vulnerável a Richard depois de todo esse tempo.
Um servo correu para o solar e se curvou.
— Um homem deseja lhe ver milady. Ele não deu o nome mas disse
que é um príncipe.
O coração de Anne acelerou.
— Faça-o entrar.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


O homem se curvou novamente. Gena seguiu-o para fora. Tristan
virou-se para a mãe as sobrancelhas unidas em um olhar que não tinha a
intenção de enfeitar o rosto de um menino.
Anne apertou a mão dele. Ela nunca quisera ser mãe. Ela não
gostava muito do filho quando ele era menor mas agora que ele crescia e
se assemelhava a ela mais e mais ela sentia certo carinho por ele.
— Está tudo bem, Tristan. É só um amigo. Vou apresentá-lo a ele e
então desejo que você encontre seu professor e veja suas lições.
Tristan retornou seu sorriso.
— Sim, mamãe.
A porta do solar se abriu. O criado que anunciara o visitante
segurou-a até o homem entrar depois fechou-a atrás dele.
— Milorde — disse Anne — seja bem vindo a Ashford Hall. Posso
apresentar-lhe meu filho Tristan?
Tristan deu um passo à frente.
— Seja bem vindo a Ashford Hall milorde.
— Você pode me chamar de Dafydd — ele respondeu segurando a
mão oferecida. Seu olhar se encontrou com o de Anne e ela sentiu um
tremor passar por ela.
— Agora vá — disse ela para seu filho.
— Sim, mamãe.
Quando Tristan se foi Anne afundou em uma cadeira.
— O que posso fazer por você, milorde? — ela perguntou friamente.
Dafydd ap Gruffydd estava esparramado na cadeira que Tristan
ocupara.
— Meus homens e eu gostaríamos de hospedagem por uma noite.
Ou talvez duas...
Um canto de sua boca se levantou em um sorriso insolente. Anne
deixou seu olhar varrê-lo lentamente medindo seus dotes.
Quando ela encontrou seu olhar ele não mostrou nenhum sinal de
irritação apenas diversão. Ela cruzou os braços sobre os seios.
— Por que eu deveria considerar isto? Eu tive o favor de poderosos
condes e até mesmo do próprio rei. O que eu poderia ganhar se lhe
concedesse… hospedagem?

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Dafydd saltou de sua cadeira e a pôs de pé. Sua boca esmagou a
dela. Anne não conseguiu frear sua resposta. Ela se fundiu com ele
retribuiu seu beijo com uma fome que não havia sido diminuida pelo
jovem e atraente cavaleiro que ela recentemente havia levado para sua
cama.
Deus querido – finalmente – um homem! Um homem que sabia como
agradar uma mulher. Seus braços deslizaram ao redor dele seus seios
achatados contra seu peito o centro de sua feminilidade infalivelmente
encontrando a dura evidência de seu desejo por ela.
Seu aperto aumentou quando ela se esfregou contra ele. Mesmo
através das camadas de tecido que os separavam seus dedos conseguiram
provocar seu mamilo em uma excitação dolorosa.
Sua mão escorregou entre eles para se fechar sobre sua
masculinidade endurecida. Ela esperava que ele gemesse perdesse o
controle a despisse e deslizasse profundamente em seu corpo. A maioria
dos homens o faria.
Eram homens como Richard e como o rei Edward que resistiram a
ela a atormentaram e a provocaram até que fosse uma massa de desejo
trêmula.
E homens como Dafydd ap Gruffydd. Anne estremeceu.
Dafydd levantou a cabeça.
— Temos um inimigo comum você e eu. Ambos desejamos ver
Richard de Claiborne de joelhos. Proponho que trabalhemos juntos para
conseguir isto.
Anne se soltou de seus braços. Vingança contra Richard. Parecia tão
doce. E haveria algo que ela não fizesse para conseguir isto?
— O que você tem contra Richard? — ela perguntou em parte para
prolongar a antecipação do ato sexual em parte para saber se suas razões
eram boas o suficiente para garantir a dedicação.
Os olhos de Dafydd endureceram.
— Vamos apenas dizer que ele me deve uma coroa. Se não fosse por
ele eu estaria sentado no lugar do meu irmão.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Anne foi até porta e deslizou a barra para trancá-la. Suas mãos se
desviaram para os laços de seu vestido afrouxando-os com grande
deliberação.
— Muito bem Dafydd ap Gruffydd mas é melhor você fazer valer a
pena.
Os olhos dele se suavizaram varrerendo-a preguiçosamente dos pés
até a cabeça deixando-a sem nenhuma dúvida quanto a perfeição com que
ele também examinaria seu corpo nu.
— Você pode contar com isso minha querida Anne.

Richard encolheu os ombros doloridos enquanto entrava no salão.


Andrew estava ao lado dele ainda rindo do jovem cavaleiro que havia sido
derrubado do cavalo durante o treino de justa.
— Ele aprenderá Andrew. Aposto que você e eu caímos de nossos
cavalos uma vez ou duas quando ainda estávamos aprendendo.
— Sim, é verdade — admitiu Andrew.
Já era quase noite e o salão estava lotado. Richard examinou os
grupos de pessoas franzindo a testa quando não viu Gwen. Owain estava
de pé atrás do estrado dedicado a conversar com uma mulher que Richard
não podia ver. Quando Richard se aproximou, os dois se afastaram.
— Milorde — disse Owain esfregando a testa distraidamente.
Richard se virou para Alys.
— Onde está Gwen?
O rosto de Alys parecia mais vermelho que o normal. Seus olhos se
arregalaram e ela agarrou seu vestido.
— Eu pensei que ela estivesse com você milorde.
Richard irritado mordeu o fragmento de inquietação que lhe rodeava
o coração lembrando-se de não perder a paciência com a criada de Gwen.
— Quando você a viu pela última vez?
Alys lançou um olhar culpado a Owain.
— Duas talvez três horas atrás.
Richard esqueceu sua paciência: — Cristo, mulher! Você tem sempre
o hábito de deixá-la sozinha?

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Alys empalideceu. Owain começou a falar mas ela o interrompeu.
— Não, Owain! Ele está certo. Eu não deveria tê-la deixado. Eu a
encontrarei agora milorde.
Richard passou a mão pelos cabelos.
— Minhas desculpas Alys. Gwen é uma mulher adulta. Você não
deveria ter que vigiá-la.
Em um movimento que ele não teria tolerado de ninguém, Alys
pegou sua mão e deu-lhe um tapinha como se fosse um menino. Era uma
qualidade estranhamente amável que ela tinha.
— Eu vou encontrá-la para você milorde.
A voz de Richard era suave quando ele falou.
— Não, Alys. Ela provavelmente ainda está no andar de cima. Eu
vou buscá-la.
Richard subiu as escadas para a câmara principal dois degraus de
cada vez. Ele abriu a porta e entrou. O quarto estava quieto.
— Gwen?
Ele verificou a cama então foi para o pequeno solar adjacente. Em
seguida ele verificou o solar da família. Quando ele voltou para o salão seu
coração estava começando a martelar.
Alys e Owain se apressaram para frente os dois franzindo a testa.
— Ela não está lá em cima — disse Richard —. Você tem alguma
idéia de onde ela poderia ter ido Alys?
Os dedos de Alys cravaram-se em seu vestido.
— Não eu...
Richard se virou e fez sinal para Andrew.
— Reúna alguns homens e comece a procurar nas dependências e
na muralha por qualquer sinal da minha esposa.
— Sim milorde — disse Andrew.
Richard considerou questionar os guardas no portão mas descobriu
que não conseguiria nem pensar no que isto implicava. Ela não poderia
deixá-lo poderia? Um arrepio de apreensão deslizou por sua coluna.
— Owain comece a procurar na fortaleza — Owain assentiu e partiu
para dar ordens —. Existe algum outro lugar em que você possa pensar
Alys?

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Não, eu… sim! As muralhas milorde. Na fortaleza de seu pai ela
algumas vezes subia até lá.
— Você fica aqui caso ela apareça — Alys afundou em um banco,
com o rosto pálido. Richard apertou o ombro dela — Eu vou encontrá-la
Alys e quando eu fizer isso você pode ter que me impedir de bater no
traseiro dela.
— Não milorde eu vou ajudá-lo — a velha prometeu.

Gwen encostou-se nas ameias de pedra e olhou para o vale. Ela


viera até as muralhas para pensar e estupidamente, perdera a noção do
tempo. O sol não tinha saído há dias então tudo o que ela vira foi um
entorpecimento do horizonte matizado. Quando se virou para sair
percebeu que o clarão branco da neve havia tirado sua percepção do
tempo. A noite caíra.
Sombras mais negras do que a própria noite bocejavam pelas ameias
mas se ela mantivesse os olhos na neve não parecia tão escuro. Era
infantil ter medo mas ela tinha.
Como ela iria descer? Não havia tochas acesas na escada. O mais
lógico era sentir o caminho ao longo da passagem mas ela estava com
muito medo de fazê-lo.
Ela gritou para o pátio pedindo ajuda mas ela estava no alto e o
vento levou suas palavras antes que elas pudessem ser ouvidas.
Seus olhos ardiam por causa das lágrimas e ela enxugou os olhos
com impaciência. Que galesa ela era! Se o pai dela pudesse vê-la agora
provavelmente a deserdaria. Ela era a filha de um grande homem e ela era
fraca sem fôlego medrosa.
Não era de admirar que ela fosse uma grande decepção para ele.
Deus querido o que Richard pensaria?! Ela riu então um som
assustado e sem esperança. O poderoso Black Hawk não gostaria que uma
mulher como ela fosse à mãe de seus filhos. Ele era forte e corajoso todas
as coisas que ela não era.
A piada seria sobre ele quando ela lhe desse seu herdeiro.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ela ficou de pé quando a porta da escadaria se abriu. Uma tocha
queimava no candelabro da parede a silhueta na forma de um homem
contra a abertura.
— Richard! — ela gritou jogando-se em seus braços enterrando o
rosto contra a ampla extensão de seu peito. Ela estava tremendo de frio
medo e de alívio.
Seus braços se apertaram ao redor dela então ele empurrou-a para
longe.
— O que diabos você está fazendo aqui? Andrew e Owain estão
destruindo o lugar procurando por você!
— Sinto muito — ela murmurou enfiando os braços ao redor de sua
cintura e se aproximando mais uma vez — Estou com frio. Podemos entrar
agora?
Ele a puxou para a escada e soltou o manto.
— Por que você não desceu se estava com frio? — ele diss,
envolvendo-a.
Gwen fungou e manteve o rosto abatido.
— Eu... eu não podia.
Ele não disse nada por um longo momento e ela sentiu que ele a
estava estudando. Ela temia a próxima pergunta sabendo o que tinha que
ser e se perguntando que resposta poderia dar.
— Venha vou buscar Alys para lhe preparar um banho quente —
disse ele pegando-a pela mão.
Quando chegaram à camara Gwen se sentou em um assento na
janela ouvindo vagamente suas ordens rápidas.
Ela se aconchegou em sua capa. Cheirava a ele e ela achava isso
reconfortante. Fechando os olhos ela enterrou o nariz no tecido.
Seu cavaleiro a resgatara das sombras.
Ela se virou quando ele veio até ela. Sentando ao lado dela ele pegou
o queixo dela entre os dedos e virou o rosto para o dele.
— Você estava chorando — disse ele — Por quê?
— Não é nada — respondeu Gwen abaixando os olhos.
— Deve ser alguma coisa.
— Não, não é.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Richard ficou de pé. Ele olhou para ela por um momento depois
desafivelou a espada e colocou-a de lado. Cristo ele não tinha ideia de
como as mulheres pensavam! O que ele deveria fazer? Ele ficou surpreso
ao perceber que ele estava pensando nisto. No passado ele sairia se uma
mulher se comportasse irracionalmente.
Mas por que ela estava chorando? — ele refletiu até que de repente
ele foi atingido por um pensamento horrível. — Foi algo que eu fiz? — ele
perguntou apenas um pouco bruscamente.
Seus olhos se arregalaram.
— N... não.
Richard queria seguir perguntando mas Alys entrou apressadamente
com o primeiro dos criados levando a água fumegante.
Ele sentou-se enquanto ela repreendia Gwen. Ele nunca havia visto
a criada se comportar de outra forma além de com deferência para a sua
senhora mas agora ela parecia uma mãe zangada. Gwen suportou tudo
com uma graça quieta e quase embaraçada assentindo de vez em quando.
Richard estudou sua esposa. Incomodava-o que ela estivesse
chateada e o incomodava ainda mais que ela não compartilhasse isto com
ele.
Ele sabia que deveria ter passado algum tempo com ela hoje. Por que
ele se negara o prazer de sua companhia?
O prazer da sua companhia? Desde quando ele considerava a
companhia de uma mulher um prazer a menos que estivessem na cama?
Quando a banheira ficou cheia Alys começou a ajudar Gwen a se
despir mas Richard a impediu.
— Eu vou cuidar dela — disse ele.
Os olhos de Alys se arregalaram brevemente e então ela fez uma
reverência.
— Há mais alguma coisa que você vá precisar milorde?
— Sim eu não acredito que jantaremos no salão hoje à noite. Por
favor envie alguma coisa.
Alys fez uma reverência novamente e depois saiu da sala.
— Você virá para mim esposa? Ou devo arrastar você do seu poleiro?
— ele brincou.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Quando ela ficou diante dele ele começou a desamarrar os nós de
seu cinto. Sua mão pequena e branca e ainda fria pousou sobre a dele.
— Não é necessário que você me atenda. Eu posso fazer isto — ela
disse suavemente.
— Eu quero — ele respondeu igualmente suave.
O silêncio ficou suspenso entre eles como a batida suave das asas da
borboleta. Ele demorou removendo cada peça com cuidado. Quando ela
estava nua Richard conheceu um momento de pura luxúria física quando
ele pensou que poderia deitá-la embaixo dele no tapete e dirigir-se
indefinidamente para dentro dela.
Ele sentiu que ela precisava mais dele agora e ele respirou fundo,
lutando por controle. Foi difícil mas ele agarrou seu desejo e o segurou
firme.
Ela afundou na banheira e Richard acreditou que ele estava louco.
Ele realmente estava com ciúmes da água acariciando sua pele sedosa?
Ele pegou o sabonete e se ajoelhou ao lado dela.
— Eu posso fazer isto — disse Gwen.
Desta vez ele cedeu.
— Provavelmente é uma boa ideia amor — disse ele depois se
perguntou se sua voz estava tão instável quanto ele. Ele se retirou para
uma cadeira para assistir seu corpo pulsando como se ele não tivesse feito
amor com ela por anos em vez de horas.
Ela levantou um braço esguio e deslizou o pano dos dedos até o
ombro. A luz das velas iluminou o rastro de líquido que descia pelo peito e
pingava dos seios dela. Seus mamilos endureceram quando a pele
molhada encontrou o ar frio. Uma única gota de água caiu da ponta da
coroa rosada.
Richard fechou os olhos. Ele adoraria lamber aquela gota de água e
qualquer outra que quisesse se apegar ao seu corpo delicioso.
— Alys me disse que você costumava ir até as muralhas do castelo
de seu pai.
— Sim.
— Eu poderia não ter encontrado você de outra forma. O que você
teria feito então já que não podia descer?

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ela não respondeu e ele abriu os olhos para encontrá-la de cabeça
baixa.
— Gwen?
Ela se virou para ele seu lábio inferior preso entre os dentes.
— Por que você não podia descer Gwen? — ele pressionou
suavemente.
— Eu não tinha velas.
Sua resposta foi tão suave que ele teve que se esforçar para ouvir.
Ela dissera velas?
— Por que você não foi buscá-las?
Ela jogou o pano para o final da banheira. Ele bateu na água e
depois afundou na superfície.
— Você não entende! Estava escuro e eu... — ela parou e apertou a
mão na testa.
Richard foi até ela ajoelhou-se ao lado da banheira de madeira. Ele
passou os dedos pela bochecha dela.
— Diga-me Gwen. Diga-me o por que.
— Eu nunca contei a ninguém. — ela sussurrou — Nunca.
— Nunca contou o que, cariad24? — Richard percebeu que
escorregara para o galês chamando-a de amor termo que costumava usar
quando persuadia mulheres mas nunca em galês. Deve ter sido porque
ela era galesa que ele fizera isto.
Ela fixou-o com seu olhar verde-dourado. Richard segurou sua
bochecha passou o polegar pelo lábio inferior.
— Você pode me dizer, cariad.
Ela baixou os cílios.
— Eu não posso. Você vai pensar...
— Eu vou pensar o quê? — ele perguntou quando ela parou.
Ela respirou fundo.
— Eu não gosto de lugares escuros.
Ele viu o rubor espalhar por suas bochechas a queda de seus
ombros o tremor de seus lábios. Jesus essa mulher que o enfrentara desde
o primeiro minuto em que a conhecera que o desafiara a espancá-la que

24
Amor, em galês.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


jogara água em seu rosto que enfrentara o ataque das flechas sem piscar
tinha medo da noite! E estava com medo do que ele pensaria dela por isto.
Richard queria abraçá-la e rir do absurdo. Mas ele não faria isto
porque ela acharia que ele estava rindo dela.
— Isso é tudo? — ele perguntou levemente — E eu aqui pensando
que era algo sério.
Sua cabeça se levantou. Seus olhos brilharam desafiando-o a ter
pena dela.
— Você não me ouviu? Eu disse que estava com medo do escuro. Eu
não podia caminhar me guiando pelas paredes porque estava com muito
medo de me mexer!
Richard encolheu os ombros.
— Nós apenas teremos que ter certeza de que você carregará uma
tocha da próxima vez não vamos?
Gwen caiu contra a parte de trás da banheira e estudou o teto.
— Eu não sou corajosa como você ou meu pai. Sou fraca e infantil.
— Eu creio que você é muito corajosa. E não vejo nada de infantil em
você.
Algo em seu tom fez Gwen olhar para ele. Ele tentava esconder mas
seu olhar cintilou sobre seu corpo demorando-se nas pontas de seus seios
espreitando para fora da água. O calor subiu entre as pernas dela tão
certamente como se ele a tivesse tocado com as mãos ao invés de seus
olhos.
— Por que você não veio me ver hoje? — as palavras saíram antes
que ela pudesse detê-las. Gwen desejou fervorosamente que ela pudesse
pegá-las de volta.
Ele encontrou seu olhar.
— Eu queria.
Por impulso ela fechou a mão sobre a dele onde segurava a borda da
banheira. Seus dedos se entrelaçaram com os dela então ele levou a mão
dela até a sua bochecha.
— Eu não pensei em nada além de você o dia todo. — ele confessou
— Dezenas de vezes eu pensei em vir até você.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Por quê? — a palavra saiu como um sussurro. Ela se perguntou
se ele havia ouvido.
Ele esfregou a mandíbula contra as costas da mão dela, devagar,
deliberadamente.
— Porque eu tenho deveres Gwen. Porque o que eu quero vem em
segundo lugar.
Uma vela crepitou quando um globo de sebo caiu contra a chama.
Seus olhos se encontraram. Algo pulsou entre eles algo tão forte e
desconcertante que Gwen sentiu como se seu coração fosse explodir de
seu peito a qualquer momento.
— O que você quer agora? — ela perguntou sem fôlego.
Ele soltou a mão dela e se inclinou para frente até os lábios quase se
tocarem. Gwen fechou os olhos em antecipação.
— Você — foi a palavra que ele sussurrou a palavra que pareceu
fazer cócegas em sua pele com sua promessa antes de sua boca reivindicar
a dela.
Quando Gwen pensou que seu beijo poderia consumir sua alma uma
batida soou na porta e ele se afastou para atender. Ela afundou na
banheira até que apenas o queixo dela ficou visível enquanto duas criadas
traziam o jantar que Richard pedira.
— Você está quente o suficiente agora? — ele perguntou quando elas
haviam ido embora.
— Sim — respondeu Gwen.
Ele veio até ela e levantou uma toalha. Gwen ficou de pé. Seus olhos
escureceram enquanto regatos de água desciam por sua pele rosada. Sem
palavras ele a enxugou depois a envolveu no manto de arminho branco
apesar de seus protestos pois era muito caro para ser usado como um
cobertor.
Ela o seguiu até a mesa. Ele puxou a cadeira para perto dela e
começou a atendê-la como se estivessem jantando no salão. Deu-lhe as
melhores porções de carne alimentando-a com a ponta dos seus dedos. Ele
segurou sua taça só bebendo ou comendo quando ela insistia.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Gwen decidiu que amava a atenção. Ninguém jamais fizera essas
coisas por ela antes. Ela percebeu que nunca quisera que alguém fizesse
essas coisas. E agora ela queria que ele fizesse só ele.
Ele estava perto tão perto. Seus lábios frequentemente roçavam sua
orelha. Ele sussurrou palavras para ela, palavras bonitas em galês que ela
traduziu para o inglês.
— Dengar.
— Atraente.
— Hardd.
— Linda.
— Trysor.
— Tesouro.
— Dymuniad.
— Desejo.
Gwen estremeceu. Richard segurou a taça e ela bebeu. O silêncio
caiu entre eles e a mente de Gwen vagueou.
Parecia uma coisa tão íntima o que eles faziam mas ela queria
perguntar você fez isto com Elizabeth? Você compartilhou momentos como
estes momentos em que você não disse uma palavra mas ainda assim falou
de maneira que fizeram seu coração cantar?
Oh Deus você a amava, Richard?
— O que está errado, Gwen?
Ela olhou para ele então concentrada em seus olhos marcantes seu
cabelo da cor da meia-noite sua mandíbula firme e ela sorriram para
esconder seu desconforto. Na verdade ela temia a resposta para esta
pergunta.
— Nada mesmo. Temo ter bebido muito vinho.
— De fato?
— É sua culpa. Foi você quem segurou a taça.
Ele riu.
— Talvez eu quisesse lhe embebedar para que eu pudesse violentá-
la.
— Você não precisa me embriagar para isto — ela respondeu suas
bochechas aquecendo.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Moça irresponsável — ele brincou.
— Isto é culpa sua.
— Sim eu aceito totalmente a culpa — ele se levantou e puxou-a com
ele —. E agora se você não se opuser eu acredito que gostaria de uma
demonstração de sua irresponsabilidade já que eu não pensei em mais
nada o dia todo exceto no seu corpo nu debaixo daquela pele.
Gwen abriu as mãos sobre o peito dele.
— Como posso recusar meu salvador?
Suas mãos apertaram seus braços.
— Não Gwen não por isto. Nunca por isto. Faça porque você me
quer.
Ela disse a única coisa que podia dizer a coisa que sabia
instintivamente que tinha a dizer.
— Eu quero você, Richard. É porque eu gosto das coisas hum... as
coisas... — ela baixou o queixo para o peito as orelhas ficando quentes.
Ele riu baixinho.
— Ah, querida, você é absolutamente a ex-virgem mais desinibida
que eu já conheci mas você não pode dizer as palavras, pode? Você não
pode dizer que gosta quando fazemos amor que gosta do jeito que se sente
quando estou dentro de você ou do jeito que eu toco em você ou do jeito
que a minha língua se sente na sua carne quente.
Uma fogueira se alastrou no corpo de Gwen mas ela ainda não
conseguia olhar para ele.
— Deixa um homem louco quando uma mulher diz a ele as coisas
que ela gosta sobre o modo dele fazer amor.
Ela levantou a cabeça.
— Verdade?
Ele colocou a mão sobre o coração.
— Eu juro — suas sobrancelhas se uniram pensativamente —. Há
talvez outra palavra em inglês que eu deveria ensinar a você. Owain não
ousaria e talvez eu também não devesse mas creio que não posso resistir
a tentação.
Ele sorriu maliciosamente e a curiosidade de Gwen foi despertada.
— O que Richard? Diga-me por favor? Eu quero saber.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— É uma palavra vulgar.
— Eu sei amaldiçoar! Os guerreiros do meu pai me ensinaram — ela
o observou buscando um sinal de que ele percebera seu deslize. Ele não o
mencionou e ela ficou aliviada.
— Você não pode repetir para ninguém.
— Muito bem — ela respondeu impaciente —. Conte-me!
— Foder.
— Foder? O que isso significa?
— Fazer amor.
Gwen considerou por um momento. Richard a observou uma
sobrancelha arqueada para cima um sorriso preguiçoso fazendo cócegas
nos cantos de sua boca. Ela sentiu que havia mais do que isso mas ela não
sabia o que poderia ser.
— É uma palavra bastante estranha. Mas então o inglês é uma
língua estranha descobri. Então como você usa? Você diz...? — Ela passou
por todas as combinações que conseguia pensar começando com 'eu quero'
e terminando com 'você vai'.
Richard levou-a para a cama enquanto ela rolava as palavras
estrangeiras sobre a língua. Seus olhos brilharam enquanto ela continuava
a falar.
Finalmente ele a pegou e colocou-a diante dele espalhando o
arminho branco para revelar seu corpo nu.
— Jesus você é uma delícia! Você acabou de dizer coisas que até
uma prostituta de Londres pensaria duas vezes antes de falar.
Gwen se apoiou nos cotovelos.
— Por que você...
Richard se lançou sobre ela empurrando-a de volta para o colchão.
— Ah cariad, é incrivelmente excitante ouvir essas palavras
cruzarem seus doces lábios. Perdoe-me mas não pude resistir.
Gwen queria sentir raiva mas seu sorriso era tão desarmante que ela
começou a rir em vez disso. Ele riu também e Gwen se pegou pensando o
quanto amava o som de sua voz.
— Você é verdadeiramente depravado milorde — disse ela passando
os braços em volta de seu pescoço.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Sim, eu sou de fato — ele respondeu enterrando a boca contra o
oco de sua garganta. — E vou tornar você tão depravada quanto eu. Eu
quero que você me diga o que você gosta e o que você quer que eu faça e
onde você quer que eu toque em você. Eu quero que você me conte tudo.
Gwen segurou seu rosto entre as mãos.
— Eu gosto quando você ri — ela disse suavemente.
Ele sorriu.
— Isto não era o tipo de coisa a que me referia mas estou feliz que
você tenha dito isto. Eu irei rir mais vezes se isso lhe agrada.
— Sim, isso me agrada.
— O que mais lhe agrada, milady?
— Você me agrada.
— Pegue minha mão — disse ele erguendo-a. — Agora coloque onde
você mais quer.
Gwen hesitou apenas um momento antes de colocar a palma da mão
aberta no seio. Antes que ele pudesse fazer qualquer coisa ela deslizou a
mão para baixo sobre sua barriga e colocou-a entre as suas coxas.
Sua respiração ficou presa quando seu dedo escorregou em sua
fenda.
— Diga-me que você me quer — ele rosnou.
— Sim, sim eu quero você...
Seus lábios tocaram a pulsação em sua garganta e Gwen estava
perdida. Ela cantou o nome dele enquanto ele arrastava beijos pelo corpo
dela depois voltava para cima novamente suas roupas raspando contra
sua carne o toque do tecido erótico e enlouquecedor.
Ela puxou a túnica dele dolorida precisando sentir sua pele quente
ao lado da dela. Ela choramingou quando ele agarrou suas mãos.
Ele pressionou os lábios em cada palma.
— É tortura não é cariad? Mas também não é empolgante ter um
homem fazendo amor com todas as suas roupas?
Na verdade era muito excitante ficar nua diante dele enquanto ele
permanecia completamente vestido. Ela estava aberta vulnerável e isso a
fez perceber que confiava nele pelo menos nisto. Ele não a machucaria seu
belo cavaleiro o homem que a salvara.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


A mão de Gwen encontrou seu comprimento duro esfregou através
das camadas de tecido. Ela foi recompensada com um gemido baixo. Ele
estava menos no controle do que fingia e isso a excitou ainda mais.
— É enlouquecedor milorde.
Ele fechou os olhos.
— E seu toque é excelente milady.
Seus mamilos empurraram contra sua língua quando ele levou cada
um em sua boca e lhe ensinou as profundezas cruas e famintas do desejo.
No momento em que ele se ajoelhou entre as pernas dela ela estava
gemendo seu nome implorando por satisfação. Prendendo a respiração ela
viu quando por debaixo de sua túnica ele se atrapalhou com suas roupas
de baixo para liberar sua masculinidade. Ela não pôde ver sua arma
masculina quando ele ergueu a túnica e se ajustou a ela entrando em seu
corpo em um longo e lento deslizamento.
Tudo o que ela podia sentir era ele – puro, duro, solto, preenchendo,
preenchendo. E então ele estava se movendo e ela estava cavalgando as
doces ondas de prazer intenso levando-o para dentro diferente neste
ângulo mas ainda maravilhoso, tão maravilhoso.
Ela mal se lembrava das palavras inglesas mas conseguiu dizê-las e
ele gemeu empurrando-a ainda mais.
A excitação selvagem corria através dela ao vê-lo completamente
vestido ajoelhando-se entre as pernas dela e dando-lhe o mesmo prazer
como se estivesse nu e deitado em cima dela.
Suas mãos seguraram seu traseiro levantando-a para encontrá-lo.
Gwen apertou o lábio inferior entre os dentes. Ela não fazia ideia se eram
os dedos dela que brincavam com os próprios mamilos ou a visão disto que
estava deixando-o louco.
— Meu Deus você é linda — disse ele seu olhar fixo no dela
enquanto ela tomava tudo o que ele tinha para dar. Seus olhos finalmente
se fecharam e sua cabeça se inclinou para trás sua respiração ficando
mais rápida e mais pesada.
Então ele se inclinou para frente e se apoiou nela dirigindo-se a ela
com fúria quente. Gwen foi com ele ao longo da borda caindo de cabeça no
lugar doce e selvagem que só recentemente descobrira com ele.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Passou-se muito tempo antes que eles fossem coerentes e um tempo
ainda maior depois disso quando Gwen o ajudou a tirar as roupas para
que pudessem entrar para debaixo dos cobertores.
— Podemos deixar as cortinas abertas um pouco se você quiser ele
murmurou em seu ouvido.
Gwen se aconchegou ainda mais a ele e bocejou. Ela não podia
acreditar como estava cansada. Isto deixava a sua língua solta mas ela não
se importou.
— Não, eu sinto-me segura contanto que esteja com você.
— Eu irei lhe proteger cariad. Sempre prometo.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Capítulo 24
— Xadrez é como batalha Gwen. O objetivo é flanquear o inimigo.
Você deve pensar cuidadosamente no seu próximo passo.
— Estou pensando — ela resmungou. Richard era o inimigo. Esta
era a parte fácil. Bater nele era a parte difícil. Ela franziu a testa e pegou o
bispo. Antes que seus dedos se fechassem ela olhou para o marido.
Ele a observou atentamente. Ela hesitou em seguida agarrou a
rainha em seu lugar. Ela viu o seu erro tarde demais.
— Xeque-mate — disse ele bloqueando seu rei —. Se você tivesse
seguido seu primeiro instinto eu não teria vencido.
Gwen se recostou na cadeira.
— Eu não sou boa nisto.
— Sim você é. Seu problema é que você se permite saltar para a
conclusão errada muito rapidamente. Se você aprender a fazer isto sem
pressa será muito melhor.
Gwen pegou o rei e brincou com ele. Quinze dias se passaram desde
que ele a trouxera das muralhas. Eles passavam mais tempo juntos agora
fazendo amor conversando fazendo longas caminhadas.
— Quem lhe ensinou a jogar?
— Meu pai. Ele era muito bom. — Seus olhos ficaram nublados
distantes. O coração de Gwen se revirou. Ela queria ir até ele acalmá-lo
afugentar as nuvens.
— Meu pai nunca me ensinou nada — disse ela, de repente. Deus
querido o que a fizera admitir isto?! Ela nunca falara de seu pai para ele.
Ela se encolheu esperando por sua condenação ao homem que ele odiava.
— A perda foi dele — disse Richard em voz baixa.
Gwen deu de ombros. Algumas feridas ainda estavam muito abertas
para compartilhar com qualquer um.
— Está tudo bem. Eu tive Alys e Einion. Meu pai tinha o País de
Gales — ela sabiamente deixou Rhys fora da lista.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Quem é Einion? — ele perguntou seus olhos brilhando.
— O senescal de meu pai.
Richard relaxou.
— Você quer dizer o homem velho com o cabelo branco?
— Sim. Owain me lembra ele às vezes.
— Owain é um bom homem. Ele está com minha família há anos.
— Sim, ele me disse.
— O que mais ele disse a você?
Os olhos de Gwen se arregalaram. Ela o conhecia bem o suficiente
para saber que isso era uma exigência.
— Nada milorde. O que ele deveria ter dito?
Richard esfregou as têmporas.
— Não claro que não. Perdoe-me por perder a paciência com você.
Gwen correu para o lado dele. De pé atrás da cadeira ela substituiu
os dedos dele pelos dela.
— Claro que eu lhe perdoo — ela sussurrou.
Ele suspirou e inclinou a cabeça para trás seus olhos se fechando.
Seus cílios eram tão grossos e compridos que Gwen teve que resistir à
vontade de tocá-los sentir sua suavidade sob as pontas dos dedos. Ela
colocou sua bochecha no topo da cabeça dele esfregando-a contra o cabelo
dele. Deus do céu ela se importava demais com esse homem e não
conseguia parar! Mais do que nunca ela queria compartilhar sua vida
queria conhecê-lo e fazer parte dele.
Seus dedos viajaram em círculos lentos.
— Você cresceu aqui?
— Sim — disse ele —. Aqui e em Londres. O litoral algumas vezes.
Eu tenho um castelo em Mor Iwerddon25. Vamos viajar para lá na
primavera. Você vai amar as praias e encostas.
Gwen sorriu. O Mar da Irlanda. Ela amava o jeito que ele usava o
galês tão naturalmente. Ela quase podia fingir que se casara com um galês
e se estabelecera no País de Gales.
Geralmente conversavam em francês mas sempre que faziam amor
ele inevitavelmente falava em galês. Ela não achava que ele estivesse

25
Mar da Irlanda, em galês.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


consciente disto. Era tão natural tão íntimo algo que Anne ou Elizabeth
jamais poderiam compartilhar com ele.
— E sua mãe e seu pai? — perguntou ela —. Como eram eles?
— Meu pai era um guerreiro um dos melhores. Ele permaneceu fiel
ao Rei Henry durante a Revolta dos Barões quando muitos deles seguiram
Simon de Montfort.
Gwen engoliu em seco.
— Eu sinto muito que ele tenha morrido. Você deve sentir muita
falta dele.
Ele enrijeceu depois relaxou com a mesma rapidez.
— Sim — ele disse com um suspiro.
— E a sua mãe? Como ela era?
— Eu não me lembro dela muito bem. É terrível não é? Mas ela
morreu quando eu tinha cinco anos e foi a tanto tempo que me lembro
pouco além do fato de que ela era linda e doce. Meu pai nunca superou a
morte dela. Ele às vezes costumava chamar por ela muito tempo depois
que ela se fora. Então ele se lembrava de que ela havia morrido e Owain
tinha que levá-lo para sua cãmara. Eu o ouviria chorando e...
Os dedos de Gwen pararam. Ela pressionou os lábios na testa dele.
— O quê Richard?
Ele apertou a mão dela e colocou contra seu coração.
— Nada cariad. Eu estou falando demais. Você está terrivelmente
cheia de perguntas hoje — ele disse puxando-a para seu colo.
Gwen tirou uma mecha de cabelo da sua testa.
— Não é irracional que uma esposa queira conhecer seu marido.
— Não eu suponho que não.
— Às vezes eu me sinto como se lhe conhecesse infinitamente —
disse ela acariciando sua bochecha —. Outras vezes sinto como se não lhe
conhecesse.
Ele pegou os dedos dela e os beijou.
— Seus olhos são da cor do Mediterrâneo onde beija as margens de
Corfu — disse ele sua voz suave e sedosa —. É todo dourado e verde
dificilmente azul.
— Onde fica isso? — ela perguntou sem fôlego.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— É uma das Ilhas Gregas.
— Você esteve em muitos lugares não foi?
— Sim. Lugares maravilhosos. Lugares horríveis.
— Fale-me sobre eles.
— Começamos em Southampton — ele murmurou contra sua boca
—. Nós paramos na França... — ele mordiscou o lóbulo da orelha dela —.
Então navegamos pela Espanha...
A respiração de Gwen ficou presa. Sua voz era baixa embriagada de
paixão indelevelmente masculina. Pequenos arrepios de prazer correram
ao longo de sua coluna.
Ele espalhou beijos de fogo ao longo de sua garganta.
— Portugal…
Seus dedos estavam trabalhando nos cadarços e ele puxou o vestido
para beijar seu ombro.
— Gibraltar…
— Mmm, Richard — ela engasgou seu corpo formigando com a
excitação.
— Marrocos... — ele disse seus lábios tão quentes quanto o próprio
Saara sussurrando ao longo de sua clavícula.
— Sicília...
Ele mergulhou no vale entre os seios dela.
— Itália… as ilhas gregas…
Ele abriu o vestido o suficiente para revelar um mamilo macio. As
mãos de Gwen se desviaram para entrelaçar seus cabelos. Sua língua
traçou um círculo preguiçoso ao redor do broto então ele chupou o
mamilo.
Gwen gemeu de prazer.
— E a Terra Santa — disse ele antes de atender ao outro denso
mamilo.
— Mmm, Richard. Eu não quero mais falar.
— Por que não? — ele se inclinou para trás e fechou o vestido.
— Não pare agora!
— Você deve aprender a saborear seus prazeres querida. Pense em
quantas vezes será mais emocionante se esperarmos.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Gwen fez beicinho: — Eu não quero esperar!
— Nós devemos. Já é quase hora da refeição da noite. Se estivermos
ausentes do salão mais uma vez as pessoas vão falar.
— Homem teimoso! — disse ela pulando de seu colo —. Eles já estão
falando. E além disso talvez eu não deseje fazer amor depois.
Um sorriso irritante se espalhou por suas feições bonitas.
— Você me quer Gwen. Você não vai me negar.
— Oh, você é um demônio!
Seu sorriso aumentou.
— Sim talvez sim.
Gwen olhou o tabuleiro de xadrez. Seria ela a provocá-lo! Ela
mostraria a ele que não seria tão facilmente abalada —. Vamos jogar
novamente — disse ela —. Eu vou ganhar de você desta vez eu juro.
Richard riu.
— Tudo bem cath wyllt. Vamos ver quem leva a melhor.
Gwen se inclinou para frente para recolher suas peças. Seu vestido
ainda estava desamarrado e seus seios ameaçavam se soltar.
— Você está fazendo isso deliberadamente — disse Richard.
Gwen piscou inocentemente.
— Fazendo o que?
— Tentando me seduzir.
— Você está tentado?
— Eu estaria mentindo se dissesse que não. Mas você não pode me
ter do seu jeito tão facilmente moça. Vai demorar mais do que isso para me
seduzir.
Gwen se endireitou.
— E o que vai demorar?
Ele sorriu.
— Digo-lhe que se você ganhar este jogo farei o que você me ordenar.
— Qualquer coisa?
— Qualquer coisa.
— Então prepare-se para perder.
Gwen se atirou ao jogo com prazer. Ela ignorou seus olhares quentes
quando ele estava tentando distraí-la e conseguiu desviá-lo uma ou duas

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


vezes quando abriu o vestido para revelar um seio nu. Ele engoliu e tentou
lembrar-se de seu movimento ela sorriu com humildade e pediu
desculpas...
Ainda assim ela ficou surpresa quando ele perdeu já que sua
habilidade era maior. Mas ela não ousou questionar sua boa sorte.
Ele sentou-se e colocou os dedos atrás da cabeça sorrindo de
maneira lasciva.
— Pedi e recebereis.
— Barre a porta.
Quando ele voltou ela se levantou e se pressionou contra ele.
— Beije-me — ela sussurrou.
Ele fez intensamente. Gwen teve que lembrar a si mesma que ela era
a única no controle. Se ela não fosse cuidadosa o sedutor se tornaria o
seduzido. Ela recuou e colocou as mãos no peito dele enquanto recuperava
o fôlego.
— Você vai ter que fazer melhor do que isto — disse ele movendo
gradualmento o vestido dela pelo seu corpo.
— Não! — gritou afastando-se dele —. Você deve fazer o que eu digo.
Agora tire a roupa.
— Você é uma exigente pequena sedutora não é? — ele disse
sorrindo enquanto sua mão movia-se para o cinto de sua espada.
Gwen lambeu repentinamente os lábios secos enquanto as roupas
dele eram retiradas. Seu corpo de bronze era duro magnífico de tirar o
fôlego. Quando ele estava de pé apenas em seus calções Gwen não pòde
parar de admirá-lo. Ela queria tocá-lo, queria sentir os tremores sob sua
pele dourada quando ela o explorava com a boca e as mãos —. Isto é
suficiente — disse ela.
— E você? — ele perguntou, enquanto seus calções caíam no chão.
Gwen colocou suas roupas em uma pilha. Quando ela foi até ele ela
disse:
— Eu quero tocar em você.
Seus olhos escureceram.
— Cariad, você deveria me dizer o que fazer com você não o
contrário.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Você disse qualquer coisa lembra? E é isso que eu quero — ela
concluiu ficando na ponta dos pés para pressionar os lábios no pescoço
dele.
— Você deseja me torturar — ele murmurou.
— Não eu desejo lhe dar prazer.
Ela circulou seu mamilo com a língua sorrindo contra sua pele
quando ele respirou fundo. As mãos dela vagaram sobre ele deliciando-se
com o músculo sólido e os tremores ondulando através dele. Ele era como
um garanhão de sangue quente bem treinado para a sela mas morrendo
de vontade de se libertar e fugir.
Gwen fechou os olhos dando beijos leves como uma pluma em seu
peito sobre o abdômen. Sua mão se fechou sobre seu eixo grosso e ele
gemeu —. Dói segurar você assim?
Sua risada foi estrangulada.
— Vai doer se você parar.
Encorajada Gwen deslizou o dedo sobre ele. Era uma arma curiosa
com uma vida própria parecia que ela sacudia sob seu toque.
Gwen teve um pensamento repentino. Quando ele a tocava com a
língua quase a deixava louca. Seria o mesmo para ele?
Hesitantemente ela o lambeu. Seus olhos se abriram seu corpo
inteiro endurecendo.
— Oh, Deus — disse ele engolindo em seco.
Gwen riu. Ah, sim ele gostou disto. Ela girou a língua ao redor da
ponta descendo pelo comprimento dele finalmente tomando o máximo que
pôde em sua boca. Sua mão subiu para segurar a parte de trás de sua
cabeça guiando-a apertando seu cabelo até que ele se afastou
abruptamente.
Então ele a levantou e a beijou.
— Minha vez — ele sussurrou com voz rouca. Antes que ela pudesse
expressar um protesto o braço dele varreu a mesa, derrubando o tabuleiro
de xadrez no chão. Então a dobrou para frente e deu-lhe um tapa no
traseiro. Gwen engasgou seus dedos segurando a borda da mesa.
A madeira polida era fria em seus seios sensíveis um forte contraste
com o calor escaldante do homem que se inclinava sobre ela. Calafrios

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


percorreram suas terminações nervosas multiplicando-se encontrando
novos pontos eróticos de impacto ao longo do caminho.
— Diga-me o que você quer — ele ordenou em um sussurro rouco.
— Toque-me.
Suas mãos subiram debaixo dela seguraram seus seios seus dedos
provocando seus mamilos.
— Assim?
— Sim, oh sim...
— E isso? — ele perguntou uma mão descendo para acariciar o broto
inchado de sua excitação.
— Sim... Sim!
— Jesus é melhor que seja logo querida. Eu não vou durar muito
mais.
Mas ele não precisava ter dito isto porque naquele momento todas as
terminações nervosas no corpo de Gwen se ergueram e se despedaçaram
deixando-a segurando a mesa e gritando seu nome enquanto as incríveis
sensações a abalavam.
Ele agarrou seus quadris e empalou-se até o fundo – uma vez duas
vezes três vezes – antes do nome dela deixar seus lábios em um grito
extremo de satisfação.
Ele desabou em uma cadeira e puxou-a para baixo sentando-a em
seu colo. Ele acariciou seu pescoço sua respiração pesada em sua orelha.
— Sua boca é mágica Gwen. Acredito que nunca fiquei tão duro na
minha vida.
Ela colocou os braços ao redor dele e suspirou.
— Você não está feliz porque eu ganhei?
Ele beijou sua garganta e riu.
— Eu creio que nós dois vencemos querida.

Havia passado uma semana e Gwen encontrava-se de pé sobre um


banquinho com um pedaço de veludo creme em volta dela enquanto Alys
prendia agarrava e murmurava para si mesma.

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Eles iriam para Londres dentro de outra semana e Alys estava
freneticamente tentando terminar os novos vestidos que ela insistira que
Gwen deveria ter.
— Fique quieta milady — disse Alys endireitando e colocando as
mãos nos quadris. Ela inclinou a cabeça de um lado para o outro
estudando a postura do tecido.
— Desculpe — respondeu Gwen inquieta. Era impossível ficar
confortável com todos aqueles alfinetes colados nela!
Richard concordara com o capricho da velha e a acompanhara até a
aldeia para comprar tecidos de seda e veludo.
Gwen lembrou-se de seus quentes olhos sobre ela enquanto Alys
levantava rolo após rolo de diferentes tecidos coloridos.
— Oh, sim este definitivamente — ele dizia quando uma cor o
agradava.
Alys cantarolava e ria para si mesma preocupada com a tarefa mas o
olhar de Richard contara a Gwen muito mais do que meras palavras.
O diabo estava deixando seu pau decidir e ela dissera isto a ele
assim que eles terminaram. Ele riu e concordou acrescentando que tinha
bom gosto. Gwen o pegou de volta então. Ela devolveu-lhe dizendo que
sim, ele tinha um gosto bom.
— Fique imóvel milady — Alys murmurou ainda com os alfintes em
sua boca.
— Desculpe — disse Gwen.
Fora muito gratificante ver os olhos de Richard escurecer de desejo
saber que ele a desejava.
Ele era muito diferente do que ela pensara. Ela não acreditava mais
nas histórias horríveis sobre ele. Richard era um guerreiro. Ele fizera o que
seu rei ordenara o mesmo que qualquer um dos guerreiros de seu pai faria
se Llywelyn o ordenasse.
E ela realmente não sabia se ele faria guerra ao seu pai se ela lhe
desse um filho. Ainda assim ela rezava todos os dias para que Elinor desse
a luz a um menino para que ela nunca tivesse que descobrir.
Alys removeu o tecido.
— Pronto.

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— Graças a Deus — disse Gwen.
Alys franziu a testa.
— Sinto muito Alys é que eu estou aqui há tanto tempo. Eu preciso
dar um passeio.
Alys balançou um dedo.
— Não o que quer é encontrar aquele lindo marido seu. Pela Graça
de Deus é um milagre que vocês dois saiam do quarto!
— Alys!
A mulher riu.
— É o caminho do amor dos jovens. Em breve teremos um castelo
cheio de crianças.
Uma quentura cortou a pele de Gwen. Ela sabia que deveria manter
a boca fechada.
— Você está errada Alys. Eu não o amo. Eu não posso.
— E por que não me diga por favor?
Gwen pronunciou as palavras que eram como uma ladainha para
ela.
— Ele é o inimigo do meu pai.
Alys suspirou.
— Você não mora com seu pai você mora aqui. Eu estive por aí
tempo suficiente para reconhecer o amor...
— Eu não quero falar sobre isto! —. Gwen percebeu que ela estava
segurando a camisa em seus punhos. Ela alisou o material sobre o corpo
com as mãos trêmulas em seguida recuperou seu vestido e deslizou para
dentro dele.
— Eu vou estar no salão se você precisar de mim — ela disse
calmamente.
Alys afundou em uma cadeira e se inclinou sobre a costura.
— Sim milady — disse ela com a voz seca.
Foi tudo o que Gwen pôde fazer para não correr da sala. Ela
precisava ficar sozinha por um tempo precisava pensar.
Não era verdade era? Ela não saberia se ela o amasse?
Ela amava o jeito que ele a fazia se sentir as coisas que ele fazia com
ela mas isso não significava que ela o amasse mais do que ele a amava. E

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


ele não a amava disto ela tinha certeza. Nem uma vez ele havia dito isto
nem mesmo nos espasmos da paixão quando falava em galês.
Não o que ele sentia por ela era desejo. Paixão. E um dia
desapareceria exatamente como Anne dissera a ela.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Capítulo 25
Gwen não sabia o que foi que a atraiu para o estábulo. Ela
caminhou entre os cavalos até encontrar Sirocco. Ele relinchou
suavemente para ela empurrando o nariz em seu ventre. Ela riu e começou
a coçá-lo atrás das orelhas.
— Você é um menino tão bonito — ela murmurou.
— Você sempre afeta feras selvagens assim?
Um calor líquido subiu em suas veias quando a voz aveludada
deslizou por sua coluna. Ela girou para encará-lo sua respiração ficando
alta em sua garganta.
— Richard — disse ela sua voz um sussurro rouco —. Você me
assustou.
— Sinto muito, cariad. Eu vi você chegando aqui e eu tive que seguí-
la.
Ele pareceria ameaçador se ela não o conhecesse. Ele era alto e
estava coberto por um manto preto como a noite. Seus olhos prateados
brilhavam a luz fraca do estábulo piscando sobre ela tão lentamente que
seu ventre se agitou em antecipação. Ele se moveu e o punho cravejado de
joias de sua espada saltou de baixo de seu manto aumentando o perigo
contido dele. Seus sentidos foram aumentados por sua proximidade sua
respiração ficou mais rápida.
— É como se o tempo tivesse voltado exceto que você é ainda mais
bonita para mim. Talvez agora eu devesse fazer a você o que eu queria
fazer então.
Gwen estremeceu.
— E o que seria isto?
Ele se aproximou até que estavam separados apenas pelo
comprimento de um braço. Ele acariciou sua garganta em seguida deslizou
a mão para o suave inchaço de seu seio. Seu interior derreteu.
— Eu queria lhe jogar no feno e fazer amor com você.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


O aroma de feno e cavalo encheu suas narinas. Sua respiração
congelou no ar frio. Sua mão estava com a palma aberta sobre o seio e ela
sabia que ele podia sentir a vibração de seu coração. Gwen fechou sua
mão sobre a dele esquecendo-se de tudo menos dele.
— Faça isso agora — disse ela querendo estar perto dele querendo
saber que ele precisava dela de alguma forma.
Seus olhos escureceram. Ele a puxou para ele e ela inclinou a
cabeça para trás esperando que sua boca reivindicasse a dela.
Ele acariciou seus cabelos seus olhos procurando em seu rosto.
Quando ele falou sua voz era baixa rápida quase arrependida.
— Não você é muito fina e especial demais para ser jogada no feno
como uma plebeia. Você merece seda, peles e jóias. Você deveria estar em
um luxuoso palácio e ser servida e adorada por servos. Edward deveria ter
lhe encontrado um príncipe.
— Não! — Gwen gritou assustada por sua estranha mudança de
humor. Ela agarrou seu casaco. O falcão negro se encolheu em seus
punhos misturando-se ao carmesim.
— Eu quero estar com você! Eu...
— O quê, cariad?
Gwen engoliu em seco. Ela estava prestes a dizer que o amava.
Maldita Alys por sugerir isso! Ela o desejava certamente; cuidava dele
provavelmente; mas amá-lo?
— Não é nada — ela deslizou os braços ao redor dele e enterrou o
rosto contra o peito dele.
— Eu segurei você assim naquele dia — ele disse suavemente. —
Exceto que eu não acredito que você me segurou tão firmemente como
agora.
Gwen fechou os olhos com força. Ela não o amava. Deus querido ela
não podia! O pai dependia dela. Sua lealdade era para ele.
— Você está tremendo — disse ele —. Por quê?
Gwen resistiu aos seus esforços para afastá-la para que ele pudesse
ver seu rosto. Ele desistiu quando ela não se moveu facilmente abaixando
sua bochecha até o topo de sua cabeça.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— É minha culpa. Sinto muito por lhe assustar. Eu nunca irei deixar
você ir cariad nunca. Você não sabe disso?
— Eu não tenho certeza do que você faria — ela sussurrou contra
seu peito.
Os dedos de Richard entrelaçaram no cabelo dela. Ela não resistiu
desta vez e ele inclinou a cabeça para trás e a beijou. Os sons estáveis
rugiam em seus ouvidos: a mastigação de feno, o estrondo das caudas, os
baixos relinchos e os bufos.
Algo puxou seu manto e ela parou o beijo. Sirocco mordiscava o
manto de veludo. Richard não tentou impedi-la quando ela se
desvencilhou dos braços dele para acariciar o garanhão.
— Besta ridícula — ela arrulhou penteando seu topete com os dedos
trêmulos.
— Você o trata como se ele fosse um animal de estimação adorável
ao invés de um cavalo de guerra — disse Richard —. Você nunca deve
esquecer que ele é perigoso.
Gwen riu. Se ele notou a nota quase histérica em sua voz ele não
demonstrou.
— Como se eu pudesse — ela disse suavemente.
Ele pressionou um beijo na testa dela.
— Vamos dar uma volta. Sirocco precisa esticar um pouco as
pernas.
— Sim eu gostaria disto — ela respondeu.
Ela ficou surpresa quando ele começou a selar o garanhão. Ela
pensava que um conde chamaria um cavalariço para semelhantes tarefas
mas depois percebeu que Richard era um guerreiro um homem muito
capaz de cuidar de si mesmo.
— Eu posso selar meu próprio cavalo também — disse ela.
Ele colocou as mãos nos quadris.
— Princesas não sabem como selar cavalos.
— Esta sabe — disse ela presunçosamente.
Ela pegou uma sela lutando para segurar a armação de couro. Era
muito pesada então ela a largou e começou a arrastá-la em direção ao
cavalo. Richard riu e a pegou com uma mão.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Não mulher eu farei isto. Que tipo de marido eu seria se deixasse
você fazer isto sozinha?
— Eu realmente posso — ela resmungou.
— Bem. Vou colocá-lo nas costas do seu palafrém e você pode fazer o
resto. De acordo?
Gwen retornou seu sorriso. Doce Deus ele era lindo demais quando
sorria daquele jeito.
— Sim, Richard.
Ele colocou a sela no lugar e recuou.
— Há quanto tempo você tem essa égua? — perguntou
ele,acariciando o pescoço do cavalo.
— Desde que eu tinha cinco anos eu creio.
— Mmm, quase quinze anos. Quantos anos ela tinha então?
Gwen parou no meio de apertar a circunferência.
— Eu não sei. Eu sempre tive Gwynt26. Eu nunca parei para pensar
em quantos anos ela poderia ter.
Richard estava sorrindo.
— Gwynt?
O rosto de Gwen ficou quente. Ela se virou e puxou a alça.
— Sim. Quando meu pai a deu para mim me deixou dar-lhe um
nome, então eu escolhi Vento. Eu sei que ela não parece muito mas para
uma criança de cinco anos ela era rápida.
— Sim eu sei. Eu dei ao meu primeiro cavalo o nome de Gwynt.
Gwen se virou.
— Você fez isso?
Richard assentiu.
— Sim — ele verificou a cilha enquanto ela deslizava o freio para o
lugar —. Jesus está apertado o suficiente!
— Claro que está apertado! Há um truque para isto você sabe.
— Realmente? — perguntou Richard mal contendo o sorriso. Ele
sabia que havia um truque para garantir que a sela ficasse apertada mas
ele nunca teria pensado que esta sua pequena esposa saberia disto.
Ela acenou com a mão suavemente.

26
Vento, em galês.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— É claro. Você levanta o joelho e cutuca a barriga do cavalo apenas
o suficiente para fazê-lo soltar o fôlego. Então você puxa a cinta com força.
— Vou me lembrar disto — ele respondeu —. Valera a pena fingir
ignorância quando ela sorriu para ele.
Eles levaram os cavalos para o pátio e ele a colocou na sela. Levando
com eles uma pequena escolta eles atravessaram a cidade e entraram no
vale. A neve fresca rangia sob os cascos dos cavalos o ar se enchendo de
bufos e do tilintar das rédeas quando os animais sacudiam suas cabeças.
Richard cavalgou ao lado de sua esposa enquanto os homens se
afastavam o suficiente para lhes dar privacidade. Ele lhe contou como o
vale ficaria na primavera apontou para um lugar onde rosas selvagens
cresciam em profusão.
Ele não disse a ela que aquelas rosa selvagens o haviam lembrado
dela que por quatro anos ele havia cavalgado até aqui e andado pelo ar
perfumado pensando na garota galesa que ele não conseguia esquecer.
Seu olhar continuava desviando-se para o rosto dela. Ela já parecia
amar este vale quase tanto quanto ele. Seu entusiasmo era genuíno e isto
o agradava imensamente.
Eles pararam seus cavalos em uma subida com vista para o rio. Sua
respiração ficou presa quando ela olhou para a folha ondulante de neve
imaculada que se estendia diante deles.
— É lindo simplesmente lindo — disse ela.
— Sim — concordou Richard. Mas ele não estava olhando para o rio
abaixo, nem para as árvores nuas envoltas em gelo cristalino nem para o
infinito mar de ondulações brancas através das colinas.
Ele bateu o calcanhar em Sirocco e o garanhão bem treinado se
esquivou até se esfregar no palafrém de Gwen. Ela se virou para ele seus
olhos brilhando de prazer suas bochechas coradas com uma cor delicada.
Richard sentiu uma dor latejante no coração. Ele supôs que deveria
ter sido assustador mas ele achou insuportavelmente doce.
— Eu quero mostrar-lhe outra coisa — ele disse baixinho seu dedo
traçando a curva do rosto dela.
Ela sorriu pegando a mão dele e enfiando os dedos nos dele.
— Eu vou seguir você em qualquer lugar.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


A dor em seu coração inchou.
— Eu não quero que você me siga — disse ele— eu quero você ao
meu lado. Você vai ficar ao meu lado, Gwen?
— Sim Richard eu vou.
Eles se encararam seu sorriso desaparecendo suavizando,
transformando-se em uma beleza tão pura e doce que Richard queria
agarrá-la e abraçá-la. Ele não sentia o vento gelado abrir sua capa não
ouvia o barulho suave do rio ou o grito penetrante de um falcão solitário lá
no alto.
Ele segurou a parte de trás de sua cabeça e se inclinou para beijá-la.
Ela o encontrou com tal calor com uma paixão tão ardente que seu interior
se derreteu.
Richard gemeu.
— Eu deveria ter levado você para a cama.
Ela se afastou sorrindo maliciosamente e admoestou-o abanando
com um dedo.
— É tarde demais agora milorde. Você deve me mostrar esta outra
coisa primeiro.
— Provocadora.
— Lascivo.
Ele sorriu.
— Você venceu minha querida. Vamos continuar.
Eles se viraram e contornaram o rio prateado entraram na floresta
serpenteando entre as árvores até que ele parou diante de uma rocha
íngreme que se elevava para o céu.
Gwen desmontou e o seguiu em direção a parede ofegando quando
ele desapareceu dentro de uma dobra na rocha cinza.
Uma mão saiu e agarrou a mão dela puxando-a para a entrada da
caverna.
— Richard! Você me assustou desaparecendo assim — ela
repreendeu seu coração acelerado.
Ele roçou os lábios nos dela.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Você está sempre tão preocupada comigo preocupada com todos
os machucados e todas as batalhas. Isto significa que você se importa
comigo?
— Não — ela mentiu, afastando-se. Ela se manteve de costas para
ele —. É só que temo que o próximo homem que o Rei Edward me dará não
seja tão habilidoso na cama.
Richard riu.
— Eu estraguei você não é? Talvez eu deva me preocupar com
minhas próprias necessidades a partir de agora e esquecer as suas.
Ela girou ao redor.
— Você não faria!
— Não você está certa. Estou apenas provocando você minha beleza.
Nunca tenha medo seu prazer é tão entrelaçado com o meu próprio que eu
não fugiria disto se você também não o fizesse.
Ele entrou na caverna e ela o seguiu. Estava escuro demais para ver
qualquer coisa.
— Richard — ela choramingou.
Sua mão encontrou a dela.
— Eu estou aqui amor. Eu não vou lhe deixar. Segure meu manto
enquanto acendo uma tocha.
Gwen pegou um punhado de tecido apertando-se contra as costas
dele.
Longos segundos se passaram e então a luz subitamente inundou a
caverna. Gwen ofegou. Mil – não! – um milhão de pedaços multicoloridos
de luz estavam refletidos na superfície espelhada das paredes.
— É lindo não é? — Richard fincou a tocha no chão macio —. Eu
achei quando era menino. Eu costumava vir aqui com frequência,
procurando o tesouro do Rei Arthur.
— Rhys e eu costumávamos procurar o tesouro!
— Não diga esse nome para mim — disse ele rapidamente —. Agora
não, não aqui.
— Eu sinto muito. Eu não quis dizer...
— Shhh — disse ele tirando o capuz da cabeça e entrelaçando os
dedos na cascata sedosa do cabelo dela —. Não agora cariad — ele olhou

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


para ela por um longo momento —. Eu creio que finalmente encontrei um
tesouro — ele murmurou antes de beijá-la.
Gwen se derreteu contra ele perdida em seu abraço. Nada mais
existia fora daqui e agora. Adeus lealdades e herdeiros e esposas mortas.
Ela estava desesperadamente presa no feitiço que ele tecia.
— Poderia ser o verão — disse ele em seu ouvido.
Ela arranhou o caminho de volta para a sanidade.
— Por quê? Certamente parecerá o mesmo não importa em que
época do ano estiver.
— Não pareceria mil vezes melhor se eu pudesse lhe despir e fazer
amor com você por baixo destas paredes brilhantes.
— O que faz com que seja assim? — ela perguntou afastando-se
dele.
Ele encolheu os ombros.
— É cristal. Ele brilha assim quando a luz é refletida.
— Oh — disse ela, girando e olhando para o teto. Ela girou até ficar
quase tonta e as luzes brilhantes se fundirem em uma faixa de cor.
— Gwen.
Ela parou seu vestido girando em torno dela. Sua voz era tão crua
tão nua. O olhar em seu rosto a assustou.
— Richard? — ela deu um passo em direção a ele seu coração
batendo sua visão ainda girando.
— Doce Cristo se alguma vez eu visse uma princesa fada ela seria
exatamente como você — ele cruzou a distância entre eles e moldou-a em
seu corpo segurando suas bochechas e inclinando o rosto para ele. Seu
olhar estava desprotegido pela primeira vez seus olhos espelhando alguma
agitação interna —. Fadas têm o péssimo hábito de abandonar seus
amantes mortais. Diga que você não vai me abandonar Gwen.
— Não Richard nunca — ela respondeu querendo dizer exatamente
isto.
Ele a beijou possessivamente. Gwen enterrou os dedos no cabelo
dele perdeu-se no calor sedoso de sua boca. Ela queria estar o mais perto
possível queria que ele a tocasse lá no fundo queria sentir seus corações
batendo como um só.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ela queria lembrar-se deste momento para sempre.
— Tome-me Richard. Agora aqui — ela respirou contra seus lábios.
E então ele estava pressionando-a contra a parede movendo suas
roupas, ajustando seu corpo ao dela embainhando-se dentro de seu calor
úmido. Deus querido nunca se sentira mais viva do que quando este
homem fazia amor com ela! Era mais que físico mais que homem e mulher.
Ela precisava dele. Precisava dele para respirar para viver. Ela
apertou as pernas ao redor dele encontrou sua boca vorazmente.
Depois que eles explodiram juntos e voltaram para a terra Richard a
segurou contra ele sua respiração pesada em seu ouvido.
— Eu não tenho controle quando estou com você.
— Eu gosto de você descontrolado — Gwen sussurrou relaxando as
pernas para baixo do corpo dele até que ela estava novamente em pé.
— Eu nunca mostrei este lugar para ninguém — disse ele —. Você é
a primeira.
— Estou feliz porque você compartilhou comigo. É lindo.
— Sim é um dos poucos tesouros do meu coração — ele traçou sua
bochecha com um dedo —. Nós voltaremos no verão quando pudermos nos
demorar.
— Eu vou esperar por isto — Gwen respondeu deslizando a mão na
sua quando eles deixaram o abrigo da caverna.
Os homens se juntaram a eles na borda da floresta e voltaram pelo
caminho que tinham vindo.
O Castelo de Claiborne ficava em uma posição formidável
escondendo-se no vale em mansa submissão. Gwen ficou surpresa ao
sentir uma sensação de pertencimento de estar em casa. Onde antes uma
vez a visão de Claiborne a fizera se encolher agora ela achava que talvez
fosse o castelo mais bonito de todo o País de Gales e da Inglaterra.
Eles passaram pela aldeia e subiram a encosta íngreme até o castelo.
Enquanto cavalgavam para o pátio Gwen se inclinou sobre o pescoço da
égua acariciando-a e proferindo palavras de elogio por um passeio
agradável.
Quando ela olhou para cima novamente havia um grande grupo de
recém-chegados circulando pelo pátio interno. Seu coração despencou até

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


seus pés. No meio do grupo uma senhora de cabelos loiros estava sentada
em cima de um cavalo branco. Seu olhar cintilou sobre Gwen depois
pousou em Richard. O sorriso que ela lhe deu dizia: Senti sua falta,
amante.
— Que diabos você está fazendo aqui Anne? — Richard soltou.
— Agora é dessa maneira que você cumprimenta uma velha amiga?
— Anne disse seus lábios franzidos em um beicinho ridículo, enquanto
avançava para encontrá-los. Ela apontou a mão para o grupo: — Parece
que você esqueceu seu dever para com meu filho milorde. Eu o trouxe para
começar seu treinamento.
A voz de Richard poderia ter cortado o aço.
— Eu não esqueci nada. Vou mandar buscá-lo na primavera,
quando as neves descongelarem. Você pode voltar amanhã a Ashford Hall.
Anne abriu a boca para protestar mas um menino correu para frente
e seu rosto se iluminou de admiração e respeito.
— Saudações Lorde de Claiborne! Já faz muito tempo desde que
você foi nos ver mas mamãe disse que não se importaria se viéssemos a
Claiborne. Estou ansioso para aprender a ser um escudeiro. Eu prometo
estudar muito.
Ele parou olhou para a mãe e depois para Richard. Gwen teve
dificuldade em conciliar o fato de que este garoto era filho de Anne. Ela
não parecia o tipo maternal mas o rosto do menino brilhava igualmente
para ela e Richard.
— Você cresceu Tristan. Tenho certeza de que você será um bom
escudeiro — disse Richard — Na primavera.
Gwen puxou a manga de Richard. Por alguma estranha razão ela
não suportaria ver Tristan decepcionado. Richard virou-se o aborrecimento
em seu rosto suavizando-se apenas ligeiramente. Abaixando a voz ela
disse:
— Você não pode mandar o menino para casa milorde. Ele esperou
por muito tempo e quebraria seu coração se você o mandasse embora
agora.
— Ele começará na primavera. Ele pode esperar este tempo.
Gwen sacudiu a cabeça.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Não ele não pode. Richard por favor.
Sua mão se fechou sobre a dela.
— Por que você se importa tanto cariad?
— Eu... — ela olhou para o menino —. Eu não sei exatamente mas
talvez porque eu saiba como é se decepcionar.
Sua expressão ficou distante.
— Desapontada porque você teve que se casar comigo em vez de com
o homem que você realmente amava.
Gwen apertou sua mão como se sua vida dependesse disto.
— Não eu nunca amei nenhum homem.
Só você.
Ela mordeu o interior de sua bochecha de repente confusa pelas
emoções que a inundavam.
Ele esperou seus olhos cintilando no rosto dela. Quando ela não
disse mais nada ele suspirou.
— Por você então.
Voltando-se para o garoto ele disse:
— Acredito que o escudeiro do meu capitão logo será feito cavaleiro.
Você começará seu treinamento como escudeiro de Sir Andrew de Carrick.
— Obrigado milorde! — Tristan gritou seu rosto se abrindo em um
largo sorriso.
O olhar de Anne passou de seu filho para Richard e Gwen. Seus
olhos se estreitaram por apenas um segundo. Gwen retornou seu olhar
fixo igualmente.
— Teremos prazer em lhe oferecer hospedagem Lady Ashford até que
você possa começar sua jornada de retorno. Eu vou pedir a Alys para
encontrar um quarto para você.
— Obrigado Lady de Claiborne mas não voltarei a Ashford Hall.
Desejo acompanhá-la e a Lorde de Claiborne a Londres para as
festividades de Natal.
Gwen sentiu um pânico insano subir em seu ventre. Ela se virou
para Richard esperando – rezando – que ele dissesse não.
Ele não tomou conhecimento dela.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Você está convidada a viajar conosco Lady Ashford — disse ele
educadamente todos os traços de sua raiva haviam se esvaído.
O coração de Gwen se partiu em dois.

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Capítulo 26
Gwen deu meia-volta quando a porta do solar se abriu. Richard
entrou tirando as manoplas e jogando-as em uma mesa. Seu cabelo estava
arrepiado suas bochechas e nariz avermelhados pelo frio. Ele deu um
sorriso e Gwen afundou em uma cadeira incapaz de manter-se de pé.
Inconscientemente ela pressionou a mão em seu coração trovejante.
Certamente mesmo a distância ele podia ouvir o quão alto seu coração
batia por ele.
— Eu não esperava você tão cedo — disse ela.
— Você está desapontada? — ele perguntou suavemente.
— Não. Eu senti sua falta.
Ele riu.
— Eu estava apenas me certificando de que Tristan estava
acomodado com Andrew e Justin. Eu não fui por tanto tempo moça.
Gwen olhou para o seu colo desejando que as lágrimas ridículas que
estava segurando fossem embora. Ela o ouviu mover-se e então ele estava
ao lado dela ajoelhando-se e apertando as mãos delas entre as suas.
— Eu tive que dizer sim Gwen. Por mais que eu prefira dizer não a
Anne é melhor tirá-la das Marches. Ela prefere a vida na corte de Edward e
não desejará voltar conosco.
Gwen assentiu incapaz de encontrar seu olhar incapaz de falar por
medo de chorar.
Richard apertou as mãos dela em seguida emoldurou seu rosto e
forçou-a a olhar para ele.
— O que é Gwen?
Quando ela não respondeu ele procurou seu rosto seus olhos se
arregalando.
— Você acha que ela ainda é minha amante?
Depois de um momento ele se levantou e foi para o outro lado da
sala de costas para ela.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Sim Deus a ajudasse ela temia que Anne ainda fosse sua amante.
Ela deveria saber que hoje havia sido perfeito demais para ser real.
Richard era um homem como o rei, como Rhys.
Gwen ficou de pé uma das mãos ainda segurando o braço da cadeira
em busca de apoio.
— Ela me disse que você estava com ela na nossa noite de núpcias.
Ele se virou com o rosto tenso duro de raiva.
— E você acreditou nela? — ele perguntou incrédulo.
Gwen olhou para o chão.
— Por que eu não deveria? Você é inglês. Você não precisa da minha
permissão para manter uma amante.
Ela olhou para cima encontrou-o olhando para ela atentamente. Ela
pensou que ele ia dizer alguma coisa mas então ele atravessou a sala em
um instante caindo de joelhos na frente dela.
Aconteceu rápido demais para que ela respondesse com algo além de
um grito de surpresa. Ela teria tropeçado para trás e caído na cadeira se
ele não tivesse passado os braços em volta da cintura dela e a segurasse
com força. Ele pressionou o rosto contra os seios dela e quando falou ela
podia sentir seu hálito quente através de suas roupas.
— Juro a você – pela minha vida por minha honra por tudo que
considero sagrado – que não estive com outra mulher desde que a vi pela
primeira vez em Shrewsbury.
Um choque mudo paralisou suas cordas vocais por longos segundos.
Ela não tinha certeza do que esperava mas definitivamente não era isto.
Lentamente ela entrelaçou os dedos em seus cabelos e apertou-o com
força. Quando ela a encontrou sua voz era apenas um sussurro.
— Eu acredito em você. Oh Deus eu acredito em você!
Ele inclinou a cabeça para trás.
— Só existe você juro.
Gwen segurou seu rosto e pressionou seus lábios nos dele. O beijo
foi longo infinitamente doce perfeito. Seu coração acelerou
vertiginosamente.
Ele a pegou desprevenida torcendo suas entranhas com sua
proximidade fazendo com que desejasse coisas que era impossível ter.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ela se afastou dele e foi parar na frente do fogo de repente gelada.
Mais um minuto e palavras teriam saído de seus lábios descontrolados
palavras que ela ainda não estava certa de que estava pronta para dizer.
Ela ouviu a respiração dele deixando-o em um longo suspiro e ela
olhou por cima do ombro. Ele ainda estava de joelhos com os braços
caídos flácidos ao lado do corpo o queixo curvado contra o peito os olhos
fechados. Ela se virou quando ele levantou a cabeça.
O arranhar de sua espada contra o chão lhe disse que ele estava
levantando. Gwen rezou para que ele não fosse até ela. Se ele a tomasse
em seus braços mais uma vez ela estaria perdida.
Ela se esforçou para ouvir os movimentos dele mas só havia
silêncio.
— Gwen?
— Sim?
— O que você quer? — ele perguntou suavemente.
Ela se virou procurou o rosto dele. Seus olhar era intenso suas
feições tão incrivelmente bonitas que roubava seu fôlego. Eu quero que você
me ame que precise de mim do jeito que eu estou começando a precisar de
você.
— Eu não tenho certeza — ela sussurrou sua olhar de incerteza
crescendo —. É muito cedo...
Ele passou a mão pelo cabelo.
— Eu tenho algumas coisas para fazer antes do jantar — ele
recuperou suas manoplas e colocou-as no cinto da espada —. Verei você
no salão hoje a noite.
Ele já estava fora da porta quando Gwen começou a avançar.
— Richard espere! — ele se virou observando-a com expectativa.
— Eu... — ela vacilou sem saber o que dizer.
Ele sorriu e encostou-se ao batente da porta. A tensão ainda
evidente em seu corpo estranhamente em desacordo com a postura casual.
— Já está sentindo a minha falta moça?
Gwen não pôde deixar de rir. Era isso ou chorar.
— Você é incrivelmente vaidoso milorde.

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— Sim — ele se endireitou e deixou seu olhar varrê-la da cabeça aos
pés —. Por que você não tira uma soneca agora amor? Tenho a sensação
de que você não vai dormir muito essa noite — ele falou lentamente.
E então ele se foi. Gwen afundou na cadeira. Oh Deus o que havia de
errado com ela? Que sentimento é este que se intensificava e se avolumava
na presença dele e depois se recusava a dar-lhe um momento de paz
mesmo quando ele já se fora?

— Doce Jesus milorde você quase tirou meu braço com aquele golpe!
— Desculpe-me Andrew — disse Richard.
Andrew se levantou e pegou a espada do chão. Ele flexionou o braço
movimentando a arma para frente e para trás em um arco e resmungando
para si mesmo.
— Vamos novamente?
A cabeça de Andrew se levantou.
— O quê? Você está louco?
Richard sorriu.
— Eu prometo facilitar para você desta vez.
— Facilitar? Ha! Você luta como uma mulher! Eu só estava sendo
gentil quando deixei você vencer.
O riso de Richard ecoou pelas paredes.
— Então você não se importará de lutar comigo novamente — disse
ele confrontando espadas com o outro homem antes que ele pudesse
responder.
Servos pairavam nas entradas observando a disputa entre os
guerreiros. Cavaleiros encostavam-se as paredes gritando encorajamentos.
Owain olhara para ele como se fosse um louco quando ordenara que
o Lesser Hall fosse despojado dos móveis. Porém o velho galês havia se
certificado de que fosse feito resmungando alguma coisa sobre teimosos
nobres idiotas que Richard captara apenas pela metade.
Os fogos haviam sido guardados mas o suor escorria pelo interior da
túnica de Richard colando a roupa a sua pele. Seu cabelo se agarrava à
cabeça e seus músculos gritavam sua agonia a cada movimento.

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Ele bloqueou um golpe da espada de Andrew então se afastou antes
que o capitão pudesse redirecionar. De fato Richard se sentia um louco
mas não conseguia parar. Ele precisava deste exercício entorpecedo,
precisava parar de pensar em uma bela galesa.
Mas não estava funcionando.
Tudo o que ele conseguia lembrar era de um momento de desespero
cego em que ele teria feito qualquer coisa para apagar a dúvida em seus
olhos.
Ele havia caído de joelhos e jurado a ela jurado como se o que ela
pensasse dele fosse a coisa mais importante do mundo. Cristo isso ainda o
abalava!
Mas era importante tão importante que o assustava.
Ele mandou Andrew para trás com uma força poderosa depois
correu para cima dele seu grito de guerra em seus lábios. Ele nunca se
ajoelhara para ninguém além de Edward nunca estivera disposto a jurar
por sua própria alma para ganhar a confiança de uma mulher. Por que
agora? Por que ela?
Sua espada atingiu o punho da espada de Andrew tirando-a da mão
do capitão.
Porque ele a queria. Porque ele queria tudo dela seu corpo seu
coração sua alma. Ninguém jamais o fizera se sentir assim.
Não isso não podia ser amor! Ele se recusava a deixar isto acontecer!
O amor era mortal. Ele enfraquecia os guerreiros derrubava impérios
deixava em seu rastro nada além de destruição de vidas e corações. Ele
jamais amaria uma mulher!
Gradualmente Richard se deu conta dos homens que estavam ao seu
redor. Eles gritavam para ele os olhos arregalados os rostos pálidos. Ele
piscou.
— Richard.
Ele sentiu a mão de Owain em seu braço e se virou.
— Largue a espada Richard — disse Owain em voz baixa.
Richard olhou para o comprimento de sua lâmina. Andrew estava
deitado no chão a ponta da espada apoiada na base da sua garganta.
Sangue e suor se acumulavam na cavidade acima de seu esterno.

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Richard jogou a espada para longe e se ajoelhou ao lado de seu
capitão.
— Jesus Andrew você está bem?
Andrew engoliu em seco. Ele esfregou o pescoço espalhando o
sangue. Ainda brotava sangue da ferida que Richard lhe infligira mas
felizmente era apenas um arranhão.
— Essa é a última vez que eu lhe acuso de lutar como uma mulher
— disse em uma voz estrangulada
Richard ofereceu a mão e Andrew segurou-a. Os homens soltaram
um grito de alegria quando Richard o ajudou a se levantar.
Os aplausos aumentaram quando Richard disse a Owain para deixar
a cerveja fluir livremente. Os homens saíram da sala em direção ao Salão
Principal e ao entretenimento que os aguardava.
Richard esfregou a mão pelo cabelo emaranhado. Owain recuperou
sua espada e entregou a ele. O aço cantou quando deslizou na bainha.
— Não pode ser fáci manter uma amante e uma esposa no mesmo
castelo — disse Owain atirando em Richard um olhar de desaprovação —.
Porém isto não é razão para matar um de seus homens.
Richard olhou para o velho.
— Eu disse a você há alguns anos para não interferir na minha vida
— ele rosnou.
Owain bufou.
— Eu prometi a sua mãe que cuidaria de você. E esta dívida é mais
importante do que qualquer outra que você coloque sobre mim.
Richard aceitou uma caneca de cerveja de uma criada. Ela fez uma
reverência olhando-o com apreciação. Ele piscou-lhe por hábito.
— Cuide de seus deveres moça! — Owain rosnou — E pare de mexer
seu traseiro! Seu lorde não se importa!
A garota saiu correndo do solar com o rosto vermelho. Richard
baixou a cerveja.
— O quê diabos foi tudo isto?
— Se você quiser espalhar sua semente ao vento faça em outro
lugar! Eu não vou me sentar e deixar você fazer sua esposa de tola! Você
não consegue ver como isto a machuca?

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Richard soltou a respiração rapidamente.
— Jesus você deve sempre presumir o pior de mim? Mas por que
não já que Black Hawk de Claiborne é um bastardo cruel? Ele destrói tudo
o que toca não é mesmo? Ele é incapaz de se preocupar com alguém além
de si mesmo.
Richard esvaziou a caneca e jogou-a nos juncos depois saiu da sala.

O Grande Salão estava barulhento esta noite. Os homens de Ashford


Hall representavam novas oportunidades para jogar dados e apostar. Os
cavaleiros de Richard comiam com prazer antecipando a sequência da
saudável refeição. Muitos deles já estavam mergulhados em suas canecas
como provavam sua linguagem e comportamento grosseiros.
Gwen tomou um grande gole de vinho e pousou a taça antes que
Richard a visse. Sua cabeça zumbia agradavelmente e seu estômago estava
quente e formigando. Ela olhou para Anne na mesa baixa seus nervos se
retorcendo quando Anne riu de algo que alguém dizia.
Gwen olhou para Richard. Ele estava bravo com ela. Era a única
explicação para o mau humor dele. Ela tocou na manga dele. Quando ele
se virou para ela ela foi surpreendida pela repentina acelerada de seu
coração. Como ele conseguiu pegá-la desprevenida quando fora ela quem
iniciara o contato?
As linhas de tensão em sua testa a preocupavam. Ela estendeu a
mão para acariciar sua mandíbula.
— Você é lindo — disse ela. Não era o que ela queria dizer mas de
repente parecia a única coisa em que ela conseguia pensar.
Seu rosto suavizou e então, ele pressionou seus lábios na palma da
mão dela.
— Eu não tenho nada além de um rosto bonito. Você é aquela que é
linda tanto por dentro quanto por fora.
— É muito mais do que o seu rosto que me atrai para você — disse
ela engolindo em seco.
O olhar que ele lhe deu foi intenso cheio de saudade. Ele traçou o
lábio inferior dela com o polegar. Quando ela pensou que ele estava prestes

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a dizer algo ele escondeu suas emoções e um sorriso provocante se
espalhou por seus lábios.
— Que outras partes de mim atraem você Gwen?
Gwen tomou um gole de vinho para afogar sua decepção.
— Você está tentando me fazer corar.
— Estou tendo sucesso?
— Ainda não.
— Bem neste caso eu não posso esperar para ter você de costas... ou
talvez com suas mãos em seus joelhos.
Gwen sorriu. Ele não ia ganhar esta. Ela puxou a cabeça dele e
sussurrou em seu ouvido: — Eu irei lhe foder da maneira que você desejar
milorde.
Ele estremeceu. Sua voz era um grunhido rouco quando ele falou.
— Pelo sangue de Deus você me faz mais duro do que todo o
mármore da Abadia de Westminster!
— Mesmo? Deixe-me ver — Gwen enfiou a mão por baixo da mesa e
deslizou-a pela coxa dele. Seus olhos brilharam quando ela o encontrou —.
Oh, sim é grande e duro — disse ela esfregando a mão ao longo de seu
comprimento.
— Continue fazendo isto moça e não haverá necessidade de fazer
amor esta noite.
— Então vamos subir agora —. Tocá-lo sentir a prova de seu desejo
enviou um crescente calor líquido em suas veias concentrando-se onde ela
mais ardia.
— Nós temos convidados. Seria rude sair antes que a sobremesa
fosse servida.
— Eu tenho uma sobremesa para você milorde.
Seu olhar permaneceu em seus seios em seguida mergulhou para a
junção de suas coxas.
— Sim você tem. E eu aposto que você tem um gosto mais doce do
que qualquer das monstruosidades de confeitaria de Oliver. Claro que vou
precisar fazer uma degustação extensa para ter certeza…
Gwen prendeu a respiração quando ele tocou o lóbulo da orelha com
a ponta da língua.

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— Você sabia que é possível sem ser tocada lá embaixo? Não? Bem,
é possível. Eu adoraria lhe deixar tão quente que você...
As portas externas se abriram e homens correram para o salão
gritando: — Milorde!
Richard se levantou em um pulo.
Um homem vestido com uma grossa túnica e capa de lã correu para
o tablado e agarrou a borda da mesa.
— Meu senhor conde — ele ofegou — sinal de fogo. Para o sul. Vila
atacada. Galeses.
— As armas!— Richard gritou para o salão agora quieto.
— Não! — Gwen gritou ao mesmo tempo levantando-se.
Mas Richard não ouviu ou se o fez ignorou-a. Ele saltou sobre a
mesa e correu para a porta sem olhar para trás. O salão se esvaziou atrás
dele enquanto os cavaleiros corriam para seus cavalos e armaduras.
Gwen lançou-se atrás dele. Owain agarrou o braço dela levantando-a
um pouco.
— Venha milady. Vou levá-la ao seu quarto.
Gwen se virou para ele, seu coração acelerado.
— Não! Preciso vê-lo antes que ele vá! Richard não pode sair sem se
despedir! E se...?
— Ele não tem tempo milady. Não é incomum que isto aconteça. Ele
retornará em um dia ou dois não tema.
Gwen se afastou de Owain e correu para o pátio. Richard enfrentaria
os galeses e os galeses levavam arcos longos. Ela se lembrou do horror
profano de ver um cabo de madeira projetando-se do aço. Isto desafiava a
lógica e no entanto acontecera.
Ela agarrou as saias correu pelas escadas e saiu para o pátio coberto
de neve.
A confusão reinava. Homens gritavam uns para os outros do outro
lado do pátio. Cavalos eram rapidamente selados e conduzidos dos
estábulos. Jovens cavalariços os mantinham prontos até os cavaleiros
vestirem suas armaduras.
Tochas iluminavam as figuras dos homens lançando sombras
enormes contra as paredes de pedra do castelo. Escudeiros trabalhavam

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freneticamente colocando túnicas e toucas de metal nos cavaleiros. Dedos
ágeis afivelavam e apertavam como relâmpagos.
Gwen correu entre os cavalos de guerra desviando dos cascos e
dentes. Ela não parou até encontrar o couro preto cintilante de Sirocco.
Um cavalariço instalava os arreios carmesim e preto forrado de couro
endurecido sobre o garanhão e apertou-os no lugar.
Richard ficou ao lado do cavalo enquanto seu escudeiro afivelava
sua touca. A luz das tochas ondulou sobre a túnica de metal quando ele se
virou para ela o metal cintilando como as escamas iridescentes de um
monstro marinho.
— Santo Cristo! Que diabos você está fazendo aqui Gwen? Volte para
dentro antes que você se machuque.
— Richard você deve ter cuidado eu...
— Entre. Agora mulher!
Braços grossos envolveram sua cintura puxando-a para trás.
— Sinto muito milorde — disse Owain —. Ela se afastou de mim.
— Por tudo o que é sagrado tire-a daqui! — Richard rosnou entre os
dentes cerrados. Seu olhar segurou o dela por um instante antes de virar a
cabeça.
— Não! — Gwen começou a lutar chutando e torcendo no aperto de
Owain. Apesar de sua idade Owain era forte e seu controle sobre ela era
apertado. Ela não podia escapar.
— Richard!
O escudeiro terminou e recuou. Richard olhou para ela uma última
vez depois se virou para montar.
Gwen arranhou os braços de Owain. Richard estava saindo e ela
poderia não vê-lo nunca mais. Imaginou-o deitado às costas de Sirocco
uma flecha projetando-se do peito dele. Sua respiração quebrou em um
soluço.
— Richard! — ela gritou —. Richard!
Ele endureceu juntando suas rédeas e ignorando-a.
— Oh, Deus! Richard eu amo você!
Ela caiu contra Owain. Não houve tempo para considerar as
implicações de sua confissão. Tudo o que ela sabia era que se algo

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acontecesse com Richard sua vida seria inútil e vazia. Ela não podia deixá-
lo sair sem saber.
Ela ouviu a ingestão rápida de sua respiração quando ele se virou.
Owain deixou-a ir. Ela se atirou nos braços de Richard. Ele a esmagou
contra ele beijando-a ferozmente.
Ela o amava, amava seu sorriso seus olhos sua boca a sensação do
cabelo dele entre seus dedos. Ela amava as coisas que ele fazia para ela o
timbre de sua voz quando ele sussurrava coisas perversas na privacidade
de sua cama. Ela amava-o. Ele era dela desde o primeiro momento em que
o vira no Castelo de Rhuddlan.
Ela passou os braços em volta do pescoço dele soluçando. Uma
barreira de aço estava entre eles. Ele estava protegido dela e ela não
achava que pudesse aguentar.
— Richard... oh, Richard...
Ele estendeu a mão para acariciar sua bochecha e não conseguiu.
Sua mão pairou depois caiu. Até elas estavam envoltas em cota de malha.
Deu um gemido agonizante depois tentou afastá-la.
— Você deve entrar agora — disse ele sua voz suave quase
implorando —. Eu vou voltar em breve cariad ,eu prometo.
— Não — disse ela agarrando-se a ele —. Não. Você não pode me
deixar.
Richard tirou os braços dela de seu pescoço e afastou-a,apontando
para Owain levá-la: — Eu devo Gwen.
A mão forte de Owain envolveu seu braço. Ela se levantou,
teimosamente se recusando a mover-se. Ele não ia dizer mais nada?
— Não torne isso mais difícil para ele — Owain sussurrou em seu
ouvido —. Venha.
Gwen enxugou as lágrimas que escorriam pelo seu rosto. Ela deixou
Owain escoltá-la através do pátio até as escadas do castelo. Ela andou
devagar olhando por cima do ombro para Richard a cada poucos passos.
Ele ficou olhando para ela por um minuto, depois se virou e subiu para a
sela. Ele não olhou para trás novamente.
Sirocco dançou e deu patadas jogando neve com seus grandes
cascos. Quando todos os cavaleiros estavam montados Richard deu o sinal

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e eles correram pelos portões agora abertos do Castelo de Claiborne
desaparecendo na noite.
Gwen se separou de Owain e correu até a câmara principal
ignorando os olhares assustados dos criados pelos quais ela passava.
Ela irrompeu pela porta e correu para a janela. Pressionando o rosto
contra o vidro ela viu as tochas se moverem pelo vale até sumirem de vista.
Gwen afundou na janela soluçando de novo.
Deus no céu ela estava apaixonada por Black Hawk de Claiborne.

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Capítulo 27
Era tarde no dia seguinte quando os cavaleiros alcançaram os
guerreiros galeses nas encostas mais baixas das Montanhas Cambrianas.
Viajavam a pé embora o gado que haviam roubado pudesse ter sido levado
mais depressa a indulgência galesa com as mulheres lhes custou a
corrida.
As mulheres da vila gritaram correndo para a floresta quando seus
captores se viraram para lutar. Gritos de guerra se espalharam pelo ar
enquanto os guerreiros celtas puxavam os arcos longos para as bochechas
e lançavam flechas sobre os cavaleiros. Depois que as flechas foram gastas
os galeses soltaram os arcos e atacaram com lanças e machados de
batalha.
Mesmo quando ele desembainhou a espada e se preparou para
atacar o meio deles Richard não deixou de admirar o espírito indomável
dos galeses. Eles nunca hesitavam em atacar cavaleiros blindados apesar
de sua própria falta de armadura.
Os guerreiros usavam jaquetas de couro costuradas com escamas de
ferro e portavam escudos feitos de pele de cabra endurecida. Eles não
deviam ser páreo para cavaleiros bem equipados mas muitas vezes eles
eram.
Desta vez não foi exceção. A maioria dos ingleses ainda tentava
superar os efeitos posteriores de muita cerveja e os galeses aproveitaram a
fraqueza.
A luta durou por um quarto de hora. O ar gelado pairava pesado
com os gritos e grunhidos dos homens o choro das mulheres e o lamento
do gado.
Richard estava cansado até os ossos mas fechou essa parte de sua
mente e extraiu de um poço interior a força e a determinação que nunca
lhe faltaram.

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Ele não sabia quantos homens caíram diante de sua espada. Ele
nunca contava. Ele apenas lutou até não mais aparecer nenhum então se
virou e examinou a cena da batalha.
Cavalos sem cavaleiro juntavam-se ao gado. A neve corria carmesim
com o sangue dos mortos. A maioria dos corpos era galesa e por isto ele
estava agradecido.
Os galeses que ainda lutavam de repente perceberam que não iam
ganhar e se voltaram para a floresta. Os cavaleiros conseguiram cortar a
rota de fuga para todos menos um punhado.
Os lados dos cavalos de guerra levantavam-se sua respiração
nublando o ar com vapor. Alguns dos cavaleiros escorregaram de seus
cavalos e recolheram as armas dos corpos dos galeses caídos. Adagas,
espadas largas, lanças e os preciosos arcos.
Richard limpou a ponta da espada no manto e a retornou a bainha.
Não adiantaria perseguir os fugitivos através daquele emaranhado de
árvores. Deixe-os levar seu conto de derrota de volta para os clãs.
Os cavaleiros se espalharam. Alguns juntavam o gado enquanto
outros peneiravam os corpos em busca de seus camaradas caídos.
As mulheres da aldeia se amontoavam na beira das árvores
chorando. Richard balançou a cabeça em desgosto a raiva borbulhando em
sua alma. Jovem, velhas, não importava os galeses haviam levado todas
elas.
Eles não podiam ver que o tempo deles estava acabando que o modo
de vida deles era obsoleto? O Rei Edward oferecia-lhes algo melhor. Ele
lhes oferecia lei e ordem e um lugar em uma sociedade maior. Por que eles
não podiam simplesmente aceitar isto e acabar com essa luta sangrenta
para sempre?
Richard já sabia a resposta embora não gostasse. Os galeses eram
orgulhosos, teimosos e independentes. Suas leis e costumes serviram bem
durante séculos e eles não mudariam de bom grado.
E ele continuaria a arrastá-los, chutando e gritando e lutando para o
novo reino. Para seu próprio bem e para o da Inglaterra.
Ele foi até Andrew.
— Quantos perdemos?

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O capitão passou a mão sangrenta pelo rosto.
— Quatro milorde. Mas matamos dez deles e capturamos doze.
Richard sentiu a exaustão rastejando sobre seu corpo.
— Vamos acampar aqui. É quase noite e não iremos longe mesmo se
partirmos agora.
— Sim, milorde — respondeu Andrew.
Um dos galeses afastou-se do cavaleiro que o amarrava e correu em
direção a Richard.
Com um aceno rápido, Richard acenou para seu cavaleiro para que
deixasse o homem se aproximar.
O guerreiro cuspiu na bota de Richard seu rosto se contorcendo em
um sorriso de escárnio.
— Parado!
O olhar de Richard se arrastou por sua perna.
— Limpe-a — disse ele sua voz enganosamente suave. Seu humor já
estava negro e ele estava quase pronto para enforcar todos eles.
O homem olhou para ele. O gelo pendurava-se nas pontas de sua
longa barba. Ele mostrou os dentes amarelos em uma careta.
— Não.
— Você tem uma escolha, meu amigo. Limpe e talvez você tenha
uma chance na corte de justiça do rei. Caso contrário, eu vou lhe enforcar
agora.
O homem jogou a cabeça para trás e riu.
— A justiça do rei! Desde quando houve justiça para um galês em
um tribunal inglês? Deus apodreça o Rei Edward e sua justiça!
Richard atacou com o pé e acertou o homem na mandíbula. Ele caiu
de volta na neve, depois se levantou e esfregou o rosto.
— Veja como você fala do seu rei! — Richard olhou para o cavaleiro
que aguardava suas ordens —. Traga-o.
O homem assentiu e agarrou o galês, colocando-o de pé. O guerreiro
puxou o braço para longe, depois estendeu as mãos para ser amarrado.
Muito rápido, ele agarrou a adaga do cinto do cavaleiro e atirou-se
contra Richard. Sirocco levantou as patas quando o homem o agarrou. O
peso extra agiu como uma âncora, puxando Richard para a terra.

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Sua respiração o deixou em um assobio quando ele caiu de costas
com o galês no topo. Ele buscou cegamente por sua adaga, mesmo
enquanto lutava para respirar.
O galês rosnou e levou a adaga para o alto. Sangue escorria da
lâmina e Richard vagamente se perguntou de onde tinha vindo.
— Prepare-se para morrer!
A adaga desceu mirando o rosto desprotegido de Richard. Ele
bloqueou o braço do homem mas o selvagem estava muito determinado e o
aperto de Richard começou a vacilar.
E então o galês ficou mole com os olhos vidrados. A adaga caiu
inofensivamente ao lado da cabeça de Richard e ele proferiu uma
silenciosa oração de agradecimento.
— Cristo, milorde você está bem?
Andrew. O homem morto foi arrancado dele e Richard olhou para o
rosto preocupado do capitão.
— Sim — disse ele tentando se sentar —. Estou tonto…
Andrew o empurrou de volta para baixo.
— Não se mova milorde. O bastardo deve ter segurado a adaga entre
vocês quando você caiu. O impacto levou-a através da sua malha. Você foi
atingido.
— Jesus...
Richard fechou os olhos. Seu último pensamento consciente foi para
Gwen e todas as coisas que ele nunca teve a chance de dizer.

— Ansiando por seu amante?


Gwen se virou da janela quando Anne entrou e sentou-se ao lado do
fogo.
Anne sorriu simpaticamente.
— Pobre doce criatura. Eu sabia que uma jovem como você não seria
capaz de resistir a Richard. Eu tentei avisá-la lembra-se.
— Não é da sua conta, Lady Ashford.

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— Oh, me chame de Anne — ela acenou com a mão sorrindo
docemente —. Eu me apaixonei por ele uma vez também. Foi há muito
tempo atrás antes de saber como ele era verdadeiramente.
Gwen não queria mais ouvir mas ela precisava.
— O que você quer dizer?
O olhar de Anne era amargo desprotegido. Ela deu uma risada
rápida mas não havia humor.
— Você acha que você é a única que já se sentou ao lado dele no
salão e o fez sussurrar coisas perversas em seu ouvido? Sim, ele
costumava ser tão atencioso comigo, me alimentando, me provocando e
depois me levando para a cama e fazendo amor a noite toda. Você não é a
primeira e nem eu!
Gwen sentiu uma pontada de dor no coração.
— Ele fez?
Anne bufou.
— Claro que ele fez! É o que estou tentando lhe dizer pequena
inocente. Ele não se importa com você. Ele só brinca com você até ele se
cansar de você então ele procura outra para tomar o seu lugar.
Gwen queria desesperadamente negar mas ela não podia. Ela
dissera a ele que o amava e ele não falara nada. E se ele não a amasse? E
se ela passasse a vida toda amando um homem que não sentia nada por
ela?
Não seria a primeira vez que ela amava sem ser retribuída. A culpa
arrastou-se sobre ela então. Ela falhara com o pai e se deixara apaixonar
pelo inimigo.
Ela apertou os polegares contra as pálpebras. Como na terra ela
poderia amar os dois?
— Por que você está me dizendo isto? — ela perguntou baixinho —.
Você não gosta de mim nem eu de você.
Anne encolheu os ombros.
— Não, eu não gosto de você. Mas gosto ainda menos de Richard. Ele
poderia ter se casado comigo se não fosse por você. Porém ele era
ganancioso o suficiente para querer se casar com uma princesa e estava
mais que disposto a me deixar de lado para fazer isto.

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Gwen estremeceu. Sim ele queria que uma princesa lhe desse acesso
a um trono. Ela ficou de pé.
Uma vez dentro do corredor seus passos aceleraram até que ela
estava correndo embora ela não soubesse para onde. Ela correu até seus
pulmões doerem então continuou correndo até que ela abriu uma porta e
emergiu nas ameias.
Um vento gelado saudou-a rugindo sobre a pedra isolando-a dos
sons do resto do mundo. Ela correu até a borda e olhou para o vale
esperando além do horizonte ver cavalos e cavaleiros em uma colina ou
emergindo da floresta.
Tudo o que ela viu foi um mar de branco tão vazio e sombrio quanto
ela se sentia por dentro naquele momento.
A oeste o pico de Snowdon erguia-se acima das outras montanhas,
provocando-a. Parecia olhar para ela severo desaprovador. Dizia: você é
galesa, ele é inglês; você é jovem e ingênua, ele é duro e cansado; você
procura amor ele busca vingança.
Doeu, que idiota ela era! Como ela poderia ter se apaixonado por um
homem que não queria nada além de ver seu pai morto?

Quando Richard abriu os olhos ele recuou da visão que o


cumprimentou.
— Andrew! — ele gritou.
— Aqui milorde.
Richard se concentrou em seu capitão. Graças a Deus! Se Andrew
estava realmente aqui então ele não estava morto ainda. Ele olhou para a
coisa que o assustara e percebeu que era uma velha mulher.
Centenas de profundas rugas vincavam um rosto castanho e gasto
pelo tempo. Um nariz pontudo dominava aquele rosto embora fossem os
olhos o que mais chamava a atenção. Azuis lacrimejantes pela idade ainda
cintilavam com uma nitidez que desmentia os muitos invernos que haviam
testemunhado.
— Um menino tão bonito — a velha anciã disse apertando sua
bochecha com mais familiaridade do que ele gostaria —. Não se preocupe

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você irá viver. Não atingiu nada vital. Apenas o choque do impacto e a
perda de sangue fizeram você desmaiar.
— Quem é ela? — Richard exigiu.
A mulher gargalhou. Ela se levantou e se afastou resmungando
sobre homens e impaciência. Sorrindo Andrew se ajoelhou ao lado dele.
— É a curandeira da aldeia. Nós o levamos para a sua tenda e
tiramos a sua cota e ela olhou para o seu ferimento. Ela enfaixou você
embora ela diga que não tem ervas e não pode lhe dar nada para a dor. Se
você ficar quieto deve parar de sangrar.
Richard tentou virar e estremeceu: — Jesus quão profundo é isto?
— Metade de uma lâmina.
— Não me admira que esteja doendo mais que o maldito fogo do
inferno — ele riu embora isto lhe causasse dor também —. Agora por que a
mulher não teve a decência de carregar as ervas quando a aldeia foi
atacada?
Os olhos de Andrew brilharam
— Talvez ela faça na próxima vez.
— Você já cuidou de tudo?
— Sim.
Richard bocejou. Jesus ele estava muito cansado!
— Eu vou dormir então. E aconteça o que acontecer mantenha esta
mulher longe de mim. Ela me assustou quando acordei.
O sorriso de Andrew se alargou quando ele se inclinou.
— Eu acredito que ela gosta de você milorde. Talvez ela desse um
bom aquecedor de cama. Eu poderia pedir para ela...
Richard franziu o cenho
— Eu vou enfiar sua cabeça em uma lança se você fizer isto.
Andrew se endireitou, rindo.
— Vamos lá boa mulher — ele chamou — O conde não precisa mais
de você.
Richard ouviu o farfalhar da ponta da barraca e Andrew começou a
assobiar. O som desapareceu antes de ele adormecer.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Quando ele acordou ele estava sozinho. Seu lado latejava.
Grunhindo ele rastejou até a abertura e olhou para fora. O céu estava se
iluminando a leste indicando que o amanhecer não estava longe.
Os homens já se mexiam de suas camas preparando-se para a
viagem de volta para casa. Richard se levantou e saiu cambaleando da
tenda.
Estava mais frio do que ele se lembrava. Ele ainda segurava o
cobertor e o envolveu mais apertado ao redor dele então começou a
atravessar o acampamento.
— Em quanto tempo partimos Andrew?
O capitão se virou de onde estava selando Sirocco.
— Jesus milorde! Você quase me matou de susto. O que você está
fazendo? Você vai começar a sangrar de novo se não tiver cuidado.
Richard cerrou os dentes e forçou a coluna a permanecer em linha
reta.
— Não eu me sinto muito melhor — ele mentiu.
Andrew o olhou em dúvida.
— Meia hora não mais. Você pode cavalgar?
— Eu tenho uma escolha?
— Não eu suponho que não.
Os cavaleiros invadiram o acampamento rapidamente reunindo o
gado e levando as mulheres com eles. Os prisioneiros foram amarrados e
forçados a andar atrás de seus inimigos.
Haviam passado várias horas depois quando eles entraram em
Chedwell. Os homens da aldeia saudaram o retorno de esposas, irmãs,
mães e filhas com grande entusiasmo. O gado recebeu um pouco menos de
atenção.
Do lado de fora da aldeia pedaços de terra fresca manchavam a neve
com as sepulturas dos mortos uma lembrança horripilante dos perigos das
Marches. Richard não conseguia tirar o olhar dos feios cortes.
— Milorde?
Com grande esforço ele encontrou os olhos de Andrew.
— Sim?

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Acredito que devemos ir direto para Claiborne. Não me parece que
você deva cavalgar até Shrewsbury.
De repente, Richard ficou muito consciente do latejar do seu lado.
Cada passo de Sirocco tornava-o ainda mais estridente para ele. Quanto
mais cedo ele estivesse fora do cavalo melhor.
Ele assentiu.
— Sim farei o que diz Andrew.
O capitão franziu a testa antes de passar a ordem para a companhia.
Richard tirou a luva e apertou a mão contra o seu lado. Estava
sensível e muito mais quente que o resto dele.
Por um longo tempo ele segurou a mão ali, aquecendo-a. Quando ele
finalmente a retirou ele elevou-a ao nível dos olhos. Gotas de carmesim
puro escorriam de seus dedos e caíram no pescoço de Sirocco.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Capítulo 28
Gwen ficou no pátio gelado esperando os cavaleiros passarem pelos
portões. Passaram-se três dias desde que Richard tinha saído depois dos
galeses. Três dias agonizantes.
Agora que ele estava voltando ela estava ao mesmo tempo aliviada e
aterrorizada. Repetidas vezes ela revia aqueles momentos em que mostrara
sua alma para ele e a sua reação depois.
Ele só estava brincando com ela como Anne dissera?
E sobre a caverna e seu juramento de que ele não tivera outras
mulheres desde que se casara com ela? Foram mentiras calculadas para
conquistar seu coração mais um passo em seu caminho para a vingança?
Oh, Deus justamente quando ela pensou que o conhecia isto
acontecera e ela não estava mais certa!
Seu coração martelou quando os cavaleiros passaram pelos portões
internos. Seu olhar se fixou em Richard e uma onda de alívio tomou conta
dela tão forte que a deixou fraca.
Ele afundava um pouco na sela mas isso era de se esperar depois
das longas horas que passara cavalgando pelas implacáveis Marches.
Quatro cavalos não tinham cavaleiro mas apenas feixes flácidos
espalhados sobre as selas. Homens a pé ocupavam os últimos lugares na
procissão.
Gwen fez uma oração silenciosa pelas almas dos homens mortos. Ela
sabia que Richard não considerava a morte de seus homens levianamente
e ansiava por acalmá-lo.
Foi então que sua mente finalmente registrou o que seus olhos
procuravam negar. Black Hawk de Claiborne tinha prisioneiros.
Prisioneiros galeses.
Uma sensação doentia começou na boca do estômago e se espalhou
para fora. Eles estavam amarrados aos animais como cães com os rostos
machucados e inchados as roupas rasgadas e ensanguentadas.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Gwen mordeu o lábio com tanta força que ela podia sentir o sangue
jorrando. Sua voz interior começou a entoar: Richard era um guerreiro ele
fazia o que seu rei ordenava, ele não era cruel ele não era o malvado
Gwalchddu da lenda...
Deus a ajudasse ela não estava mais certa! Quando ele pegou os
homens que os atacaram na caverna de Llanwel, ele os levou para
Shrewsbury porque eram ingleses. Mas ele trouxera os galeses aqui. Por
que se não para fazer as coisas pelas quais ele era reputado?
Ela caminhou em direção a Richard em transe. Ele puxou a rédea
quando a viu.
— Gwen — ele disse tão suavemente que ela mal ouviu.
— Milorde — ela respondeu lutando contra as lágrimas. Ela não
queria acreditar em coisas tão terríveis sobre ele!
Ele tirou a luva e passou a mão pela testa. Virando-se na sela ele
disse: — Coloque os prisioneiros na torre oeste Andrew.
Gwen ofegou. A torre. Todos os homens mulheres e crianças do País
de Gales sabiam que poucos galeses viviam para contar os horrores do
Castelo de Claiborne.
Eles nunca falaram sobre a torre.
Mas os bardos contavam histórias. Black Hawk e seus homens
torturavam prisioneiros – arrancavam as unhas, esfaqueavam-nos em
lugares que não matavam imediatamente esmagavam seus ossos – até que
apenas cascas de homens iam para a forca se chegassem tão longe.
Era apenas um conto! Como as mãos que a tocavam tão ternamente
mãos que evocavam uma resposta tão doce em seu corpo eram capazes de
atos tão cruéis?
Ela fixou o olhar naquelas mãos e estremeceu. Uma estava nua e
bonita a outra coberta de metal e desconhecida. Aquela a que estava
envolta em metal ela não conhecia. Aquela poderia fazer qualquer coisa e
ela acreditaria ser possível.
— É algum assunto importante?
Os olhos de Gwen se encontraram com os dele. As profundezas de
prata estavam diferentes de alguma forma. Um olhar vidrado distante. O
olhar que ele lhe deu era estranhamente assustador.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— N... não — disse ela.
Ele desmontou um pouco desajeitado ela pensou e entregou as
rédeas a um cavalariço.
Ele pegou-a pelo braço e dirigiu-se para o frente da construção. Uma
vez que eles estavam na escada ele a puxou para seus braços. Ela se
afastou antes que ele pudesse beijá-la com medo de que ela se perdesse
em seu abraço.
— Eu senti sua falta — ele disse suave e sedutoramente.
Gwen respirou estremecendo. Tudo o que ela conseguia pensar era o
prazer que suas palavras lhe davam não o fato de ele ter prisioneiros nem
o que ele poderia fazer com eles. Ele a alcançou novamente e desta vez ela
não protestou.
Ela era o pior tipo de traidora. Tudo o que ela queria era o toque
desse homem, mesmo à custa de sua própria alma. Sua respiração
quebrou em um soluço e ela enterrou o rosto contra o peito dele.
— O que é isso, cariad?
O carinho galês em seus lábios era sua ruína. Ela se afastou ainda
com a mão no manto.
— Por favor — ela sussurrou — por favor não os torture.
Ele olhou para ela por um longo momento.
— Torturar? — a descrença iluminou suas feições brevemente então
sua mandíbula endureceu e ele soltou suas mãos. — Meu Deus você nem
conhece estes homens! Você não tem idéia do que eles fizeram e ainda
assim tudo o que você pode se preocupar é se eu vou torturá-los.
Gwen inclinou a cabeça. As lágrimas escorregaram silenciosamente
por suas bochechas. Ela agarrou uma corrente de cinto e brincou com ela
sem realmente ver mas precisando de algo para ocupar suas mãos.
— Você é Gwalchddu — ela disse baixinho defendendo-se. Ela não
queria dizer isto como uma acusação mas era tarde demais para retirá-la
quando ele a tomou como tal.
— Sim existe isto não existe? Falcão Negro o senhor maligno da
lenda cruel, desumano — ele riu amargamente sua mão segurando o
corrimão com tanta força que suas juntas estavam brancas. Seus olhos

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


eram brilhantes cintilantes — Por que eu achei que você era diferente? Por
quê?
Gwen assistiu em horror entorpecido quando ele afundou
pesadamente nas escadas. Ele sacudiu a cabeça balançando o corpo antes
de cair a seus pés.
Gwen gritou.

Richard estava estendido na grande cama da câmara principal o


torso exposto revelando uma ferida feia e crua. Seus olhos permaneciam
fechados e sua pele brilhava de suor. Gwen tocou-o com uma mão
trêmula. Um calor incrível a queimou e sua visão brilhou.
Ela esfregou os olhos e olhou para a ferida. Sob o sangue endurecido
sua pele estava vermelha e inflamada. Ela havia visto ferimentos de
batalha antes e ela sabia que estava infectada mas sua mente não
conseguia pensar em um curso de ação.
Foram precisos quatro cavaleiros para levá-lo à câmara do lorde. Ele
era um homem grande em qualquer momento mas quando estava com
armadura ele era muito mais pesado que o normal.
— Alys — ela sussurrou — O que podemos fazer Alys?
Ela mal sentiu a mão em seu ombro.
— Precisa ser limpa e costurada. Se a febre não baixar logo ele terá
que ser sangrado.
Gwen assentiu.
— Ele deveria ser sangrado agora.
Ela olhou para o homem que estava do outro lado de Owain. Ela
nem percebeu que o cirurgião do castelo estava ali.
— Não! — ela sibilou. O pensamento de alguém cortando Richard era
demais para suportar — Nós iremos esperar!
O cirurgião franziu a testa.
— Milady não é bom. A sangria é sempre o tratamento prescrito para
a febre. Os humores estão desequilibrados e devemos corrigi-los
novamente.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Gwen se ergueu com toda a altivez de uma princesa. Uma vez Rhys
havia descrito uma caça ao javali para ela. Ele dissera a ela como o javali
fora perfurado mas conseguira escapar. Os caçadores perseguiram o
animal seguindo o rastro de sangue que ele deixara. Quando eles o
alcançaram ele estava deitado em uma poça de seu próprio sangue fraco
demais para lutar por mais tempo.
Se perder sua força vital enfraqueceu um javali o que faria a um
homem?
— Eu disse não! Você pode sair. Chamarei se precisar de você.
— Milady — ele disse secamente fazendo-lhe uma pequena
reverência.
Alys trouxe uma bacia de água e se ajoelhou ao lado da cama. Ela
mergulhou um pano nele e o torceu.
Gwen pegou o pano e disse: — Não eu farei isto.
Ela lavou a ferida então aceitou a agulha e o fio que Alys lhe
entregou.
— Tem certeza, Gwen?
— Sim — ela respondeu sem olhar para cima. Ela tinha que cuidar
dele. Poderia ser irracional mas ela tinha medo de que se alguém mais
cuidasse dele ele morreria.
Gwen respirou fundo e inseriu a agulha. Ela sabia como fazer isto.
Ela costurara homens antes mas ela nunca soube que fazê-lo em Richard
a faria sentir que a cada ponto era seu próprio corpo que ela perfurava.
Quando terminou ela limpou o sangue restante e começou a tirar o
resto de suas roupas. Ela não notou que Owain ajudava.
Gwen se recusou a sair do seu lado embora Owain e Alys tenham se
oferecido para ficar com ele enquanto ela dormia. Mas o sono era
impossível.
A febre se alastrou. Ela o cobriu e ele jogou os cobertores de novo e
de novo. O suor escorria por sua testa e ela enxugou a testa com um pano
frio. Ela varreu o cabelo úmido de lado com os dedos trêmulos, chorando
com o calor que ele emitia.
Ele permaneceu imóvel por tanto tempo que quando começou a
murmurar e se debater ela ficou assustada.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Owain, Alys! Ajudem-me a segurá-lo antes que ele abra os pontos!
Ela segurou seus ombros enquanto Owain montava seu tronco e
Alys suas pernas. Richard era forte, muito mais forte do que ela jamais
imaginara e custou para mantê-lo parado. Ela olhou para Owain na
esperança de encontrar algum tipo de consolo em sua presença
normalmente imperturbável.
Lágrimas escorriam pelas bochechas desgastadas do velho galês.
Seus lábios se moviam sua voz quase um sussurro. Se ela não estivesse
olhando para ele nunca saberia que ele estava falando, nunca ouviria as
coisas que ele disse.
— Quantas vezes eu lhe disse, rapaz? Você vai se matar um dia
desses! Foi há muito tempo atrás. Seu rei sabe o seu valor. Você não tem
que continuar tentando provar isto! Eu prometi a Catrin que cuidaria de
você...
O coração de Gwen pulou uma batida. Quem era Catrin?
Eles o seguraram por um longo tempo apenas diminuindo o controle
quando suas luta enfraquecia. Seus murmúrios eram em grande parte
ininteligíveis. Ocasionalmente ele dizia o nome dela ou o de Elizabeth. Mas
ele nunca mencionou Catrin quem quer que ela fosse.
Finalmente ele ficou em silêncio e Gwen pressionou a bochecha
contra a testa dele. Ele ainda estava com febre e seu coração afundou.
Talvez ela devesse deixar o cirurgião sangrá-lo depois de tudo.
Alys se retirou para o palete. Owain insistiu em fazer seu próprio
lugar de descanso perto da cama. Gwen deslizou por baixo dos cobertores
completamente vestida e aconchegada ao lado de Richard. Ela acariciou
seus dedos ritmicamente para cima e para baixo no peito dele.
Daqui a pouco mandaria chamar o cirurgião.
Gwen sentiu um desespero mais forte do que qualquer outra que já
imaginara em sua vida. E se ele nunca mais abrisse aqueles olhos
marcantes dele? E se ela nunca mais tocasse nele o saboreasse e o
sentisse?
E se ela nunca pudesse dizer-lhe que sentia muito?

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Não me deixe Richard. Eu tenho sido solitária toda a minha vida
até você chegar. Não me faça voltar a ser assim — ela sussurrou
ferozmente.
Como ela sobreviveria sem ele? Como o mundo seria sem a
magnificência, o poder e a vibração do homem chamado Black Hawk?
Vazio.
Desolado.
Monótono.
Gwen enterrou o rosto contra a garganta dele e chorou.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Capítulo 29
Gwen sonhou. Ela estava em uma caverna e um homem a deitava no
chão frio e adorava seu corpo com o dele. Era verão e o aroma das rosas
selvagens entrava em uma brisa suave penetrando nas profundezas da
caverna cintilante.
Seu vestido escorregou e a carne dela queimava sob a almejada boca
dele. Ah, Deus, ela queria tocá-lo também! Suas mãos percorreram o corpo
dele, sua boca saboreando cada centímetro de pele deliciosa. Ela beijou a
cicatriz no lado dele e ele estremeceu.
— Eu te amo — ele sussurrou, e seu coração inchou a ponto de
estourar. A vida nunca fora tão perfeita.
Em seguida, ela estava em pé no meio de um longo quarto. Seu pai
estava em uma extremidade, Richard na outra. O Rei Edward estava
sentado em um trono na frente dela. Ele levantava a mão.
— Escolha — disse ele.
O horror a agarrou com tentáculos gelados.
— Eu não posso!
— Um deles vai morrer.
Ela caiu de joelhos: — Por favo, Majestade...
— Se você não escolher ambos morrerão.
Ela olhou para Richard e depois para o pai. Mas o pai dela não
estava sozinho. Einion e Rhys estavam com ele.
Edward apenas deu de ombros.
— Escolha — ele ordenou — Ele ou eles.
Os galeses continuavam se multiplicando. Richard permanecia
sozinho. Gwen correu na direção de Richard e parou. Ela se virou e correu
em direção ao pai e ao País de Gales depois parou. Ela começou a tremer e
as lágrimas correram pelo rosto.
Ela não podia escolher.
Ela gritou.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


E sentou-se ereta na cama. Owain pairou sobre ela, seu rosto pálido.
— É ele…?
Gwen tocou a testa de Richard. Owain franziu a testa quando ela
começou a rir.
— Não, ele está frio agora. Oh, Owain ele está frio!
Um sorriso se espalhou pelo rosto abatido de Owain.
— Ele é teimoso demais para morrer por algo tão pequeno. Teria que
ser uma espada enfiada no coração não uma adaga no lado.
Gwen passou as mãos pelo corpo de Richard assegurando-se de que
a febre havia de fato baixado. Se houvesse qualquer dúvida ele estava
suando mais que antes mas era um tipo diferente de suor. Era refrigerador
como se a febre estivesse fluindo de seu corpo agora que seu curso estava
sendo controlado.
Owain retornou a seu palete.
Gwen acariciou o queixo de Richard. As imagens do sonho ainda a
assombravam e ela estremeceu.
Escolha.
Ela se aproximou dele. Era apenas um sonho. Eles nem sempre
tinham significado.

Quando Richard abriu os olho, ficou surpreso ao perceber que era


dia e ainda estava na cama. Ele começou a se levantar mas a dor surda de
seu lado o forçou a recuar.
Ele olhou para o dossel e lembrou-se.
Gwen não confiava nele achava que ele era capaz de coisas horríveis.
Ele relaxou e olhou ao redor. Ela nem estava aqui.
Apesar da dor ele tirou as pernas da cama e sentou-se. Alguém o
havia costurado. Não fora obra de Sir Henry. Os pontos eram muito
pequenos e limpos.
Ele se levantou e foi procurar sua túnica. Um suspiro na porta fez
sua cabeça dar meia-volta.
Seu coração acelerou um pouco e isso o enfureceu. Ele jurara sua
fidelidade de joelhos compartilhara coisas com ela que nunca

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


compartilhou com ninguém. Apesar de tudo isto ela acreditava nos contos
sobre os quais ela havia sido criada no salão do pai.
— O que você está fazendo aqui? — ele exigiu mais duramente do
que pretendia.
— Você deve voltar para a cama milorde. Você vai abrir os pontos —
ela disse, vindo até ele, suas mãos torcendo as bordas de seu vestido.
Richard fechou os olhos. Rosas malditas rosas! Ele queria puxá-la
contra ele e enterrar o rosto no cabelo dela.
— Você não tem alguma costura para fazer? Ou alguns menus para
planejar?
— Não. — disse Gwen em voz baixa.
Sua mão pousou em seu braço e ele pensou que poderia se desfazer.
Ele endureceu e ela retirou a sua mão.
Lágrimas brilhavam em seus olhos verde-dourados.
— Por favor, volte para a cama Richard. Eu vou lhe trazer algo para
comer.
— Eu tenho coisas para fazer Gwen — seu demônio interior se
recusou a ser silenciado — Afinal há prisioneiros para torturar.
Apenas por um instante seus olhos se arregalaram. Ela rapidamente
se recuperou mas ele não perdeu o fato de que ela realmente acreditou
nem que seja por um segundo.
Oprimido pela amargura Richard virou as costas. Ele sabia que era
uma coisa estúpida para se dizer. Ele encontrou sua túnica e lutou para
entrar nela. Quando ele sentiu as mãos dela sobre ele, ele parou.
— Deixe-me ajudá-lo — disse ela.
Ele ficou muito quieto enquanto ela o vestia. Cada segundo era mais
insuportável que o anterior. Tudo o que ele queria era segurá-la. Apenas
quando ele pensou que ia ceder ela se afastou.
— Por favor tenha cuidado Richard. Eu não quero que você abra
estes pontos. Eu não creio que poderia fazer um trabalho tão bom na
segunda vez.
Sua mão se desviou para o lado dele.
— Você fez isso?
— Sim.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Obrigado por cuidar de mim — ele disse suavemente.
— É dever de uma esposa milorde — respondeu ela igualmente
suave.
Richard endureceu.
— Dever. Claro. Nenhum outro motivo é necessário.
Ele havia apenas imaginado o que acontecera no pátio da noite em
que ele havia partido? Certamente era possível considerando o que
ocorrera desde então.
Ele estava quase na porta quando ela falou para ele: — Eu temia por
você — disse ela chorando.
— Por quê? — ele exigiu — Por que quando você me acha tão
terrível? Não seria mais fácil se eu não tivesse voltado?
— Não! Como você pode dizer isto? — ela gritou correndo para ele e
pegando o rosto dele entre as suas mãos. Ela puxou a cabeça dele para
baixo e pressionou seus lábios nos dele. Ele não queria mas ele respondeu
beijando-a com um desespero que o assustou.
— Deus! Sinto muito Richard. Eu não quis duvidar de você. Eu sei
que você não é capaz das coisas que dizem de você. Foi idiotice da minha
parte.
Algo dentro dele torceu e estalou. Ele agarrou seus pulsos e afastou
as mãos dela. Ele não podia suportar que ela dissesse estas coisas então
olhasse para ele como se ele fosse o próprio diabo quando ela descobrisse
sua verdadeira natureza. Ele não esperaria que ela aprendesse exatamente
do que ele era capaz.
— Não Gwen eu sou capaz de muita crueldade.
Seus olhos se arregalaram. Ele a puxou com mais força contra ele
querendo sentir suas curvas suaves moldadas em seu corpo. Seus lábios
se separaram. Todos os seus músculos travaram em um esforço para
evitar beijá-la novamente.
— Você quer saber quanto? — ele exigiu — Você quer saber que tipo
de homem eu sou?
— Eu...
— Eu nunca lhe falei sobre Elizabeth embora eu possa dizer que
você já ouviu falar dela — sua boca se fechou e ela assentiu em silêncio —

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Eu a abandonei, Gwen. Eu a deixei sozinha para ter nosso bebê embora
ela me implorasse para não ir. Eu sabia que ela estava com medo e eu
parti assim mesmo.
Os olhos dela se encheram de lágrimas: — Sinto muito. Você deve tê-
la amado muito.
Richard jogou a cabeça para trás.
— Você não entendeu? Eu não a amei de jeito nenhum! É minha
culpa que ela tenha morrido. É minha punição por não me importar o
suficiente.
— Não — ela sussurrou balançando a cabeça.
— Sim Gwen sim! Eu sou tudo que você acha que eu sou e pior
muito pior.
Ela procurou o rosto dele depois engoliu em seco.
— Você fez o que seu rei ordenou. Você não pode ser culpado por ir
quando ele lhe chamou.
Ele a soltou e afastou-se. Ele afundou na beira da cama e passou as
mãos pelos cabelos. Sua risada amarga quebrou o silêncio.
— É isso que você acha? Edward não pode ser retirado do lado de
Eleanor quando ela dá à luz. Ele não teria me impedido de fazer o mesmo
especialmente porque Kenilworth está a apenas alguns dias de viagem de
Claiborne. Não esposa foi minha própria frieza que me manteve longe.
Gwen não conseguia falar. Ele a observou com expectativa. Ela se
virou e foi até a janela. Seu coração pulsava loucamente em negação. Não
deveria ser assim!
Havia tantas coisas que ela queria dizer mas uma vida inteira
guardando suas emoções era um hábito difícil de quebrar. Ninguém jamais
tivera o tipo de poder de machucá-la que Richard tinha. Ela não achava
que poderia suportar dizer que o amava de novo e não pedir que ele
dissesse isto em troca.
Ela o ouviu se levantar. Cada instinto disse a ela para ir até ele
contar a ele o que ela sentia. Mas seu corpo permaneceu imóvel congelado
no lugar enquanto sua mente corria procurando maneiras de evitar se
expor a dor da rejeição.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ela rezou para que ele fosse até ela envolvesse seus braços ao redor
dela dissesse a ela que tudo ficaria bem de novo. Mas seus passos não
avançaram. Eles recuaram.

Richard encostou na parede do corredor colocou a mão no lado


ferido e estremeceu aquilo não era nada comparado a dor que ele sentia
por dentro.
O que ele fizera? Por que ele lhe contara sobre Elizabeth?
Depois de um momento ele se afastou e foi para o salão se Gwen
houvesse pensado que o amava ele certamente agora matara este amor.
E era melhor assim. Ele se importava muito com ela. Tinha que
parar antes que ela o abandonasse e ele tivesse que enfrentá-lo sozinho.
— Jesus Richard você não deveria estar de pé ainda — repreendeu
Owain rapidamente. A expressão do galês tornou-se cautelosa.
— O que aconteceu?
— Nada Ewythr27. Absolutamente nada — disse Richard suavemente
embora sua garganta doesse.
Os olhos de Owain percorreram a sala.
— Qual é o problema com você? — ele sibilou.
Richard não estava com um ânimo moderado. A única pessoa ao
alcance da voz era um dos cavaleiros da casa de Anne e era altamente
improvável que ele entendesse galês.
— Deixe-me, meu velho.
O rosto de Owain ficou vermelho.
— Eu não sei o que está acontecendo entre você e sua esposa mas
uma coisa que eu sei.
— E poderia ter o prazer de dizer? — Richard perguntou mais por
obrigação do que por interesse.
— Você é um maldito idiota arrogante.
Richard se afastou. Ele não precisava disto agora. Mas Owain o
seguiu.
— Por que você não diz a ela como se sente?

27
Tio, em galês.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Richard parou e se virou.
— Como você sabe o que eu sinto?
Owain enfiou um dedo no peito de Richard.
— Porque eu estive com você desde que você era um bebê! Apenas
diga a ela que você a ama e acabe logo com isto.
— Eu não a amo. Eu não posso — ele rosnou.
Owain bufou.
— Filhote estúpido! Quantas chances você acha que tem garoto?
Aproveite enquanto é tempo.
— Você ultrapassa seus limites, Ewythr.
Os olhos cinzentos de Owain brilharam.
— Não o suficiente Nai28 não o suficiente.
Richard começou a se afastar.
— E mais uma coisa — gritou Owain — Eu vou com você para
Londres.
Richard parou incrédulo.
— Você jurou que nunca iria lá! Porque agora?
Owain corou.
— Porque eu quero é por isto! E não pense em tentar me impedir
também.
— Eu não sonharia com isto — disse Richard secamente.
Owain deu-lhe um breve aceno de cabeça.
— Eu devo ir cumprir minhas obrigações milorde.
— Claro.
A mão de Richard se desviou para sua espada e ele de repente se
lembrou de que se esquecera de colocá-la. Jesus o quê sua vida se
tornara?

Em poucos dias a casa estava embalada e a caminho de Londres. O


Conde de Dunsmore tinha criados suficientes para manter uma grande
casa. Os vagões de suprimentos chegavam pela metade embora estivessem

28
Sobrinho, em galês

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


transbordando na viagem de volta com itens que só poderiam ser obtidos
em uma grande cidade portuária como Londres.
Gwen deu um tapinha no pescoço da égua dela distraidamente.
Seus olhos procuraram Richard. Ele cavalgava a frente com seus
cavaleiros rindo e falando sobre o que quer que fosse que os homens
discutiam em momentos como este. Ela se preocupava com ele mas ele
parecia bem. Se sua ferida doía ele não demonstrava.
Ela não estivera sozinha com ele por quinze dias. As estalagens
estavam muito cheias para que obtivessem um quarto particular. Richard
poderia ter ordenado que reservassem uma estalagem inteira sendo um
nobre de alta patente mas ele não o fez. Gwen estava agradecida por ele
não ter expulsado as pessoas de seus alojamentos mesmo que isso
significasse que ela teria que compartilhar um quarto com Anne.
Gwen olhou para Alys. Ela começara a notar que a mulher parecia
preocupada especialmente quando Owain estava por perto. Era difícil não
notar o jeito que os dois se encaravam.
Gwen escondeu um sorriso atrás da mão dela. Pelo menos a vida
amorosa de Alys parecia em ordem. Esperava que a dela também estivesse
assim que ela e Richard conseguissem finalmente ficar sozinhos e
pudessem coversar.
Ela esperava que ele falasse. Ela quisera se aproximar dele mais de
uma vez mas o momento nunca era o certo. Sempre havia servos ou
cavaleiros ou outra pessoa por perto. Não parecia apropriado tentar
discutir suas vidas enquanto andavam a cavalo.
Pouco tempo depois eles emergiram da estrada que atravessava a
floresta. O queixo de Gwen caiu: — Jesus! — ela exalou.
Ao longe Londres se estendia pela paisagem como uma enorme
aranha tentáculos segurando as colinas com a firme tenacidade de uma
criatura que não seria movida.
— É o que você esperava? — Richard perguntou.
Gwen parou. Ela não percebera que ele cavalgava ao lado dela.
— É enorme!
Ele sorriu e seu coração deu um pulo. Fazia muito tempo desde que
ele sorrira para ela.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Sim e cheia de todos os privilégios e decadências que você possa
imaginar. Trinta mil pessoas vivem em Londres o ano todo. Está cheia e
suja em muitos lugares. Há ruas inteiras batizadas em homenagem aos
comerciantes e aos produtos que oferecem: Chandler29, Tailor30, Wine31,
Cloth32, Milk33, Honey34 — e assim por diante.
— Elinor me disse que as pessoas realmente moram na London
Bridge35. É verdade?
Richard assentiu.
— Sim é verdade. A London Bridge está repleta de casas e lojas. É
mais fácil resolver os problemas de abastecimento de água e detritos
quando se vive sobre um rio.
Gwen estava muito excitada pela extensão da cidade para capturar o
humor em sua resposta. Ela ouvira seu pai falar de Londres e ela fora
incapaz de acreditar nas coisas que ele dissera. Era impossível imaginar
milhares de pessoas vivendo em um lugar e ainda assim era verdade.
Ela se virou para dizer alguma coisa para Richard mas as palavras
morreram em seus lábios. Sua expressão era tão intensa tão quente que
um arrepio percorreu sua coluna. Não havia dúvidas de que ele a queria.
— Eu quero fazer amor com você — ele disse suavemente — Por
horas... não, dias. Dias Gwen...
— Semanas — ela sussurrou seu coração disparando.
— Anos — ele respondeu seus olhos percorrendo o rosto dela
descendo as grossas dobras de seu manto de veludo depois voltando para
cima novamente — Eu senti sua falta.
— Eu sofro por você — disse ela.
Seus olhos escureceram.
— Logo moça. Muito em breve…

29
Mercador.
30
Alfaiate.
31
Vinho.
32
Tecido.
33
Leite.
34
Mel.
35
Ponte de Londres.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ela estremeceu. A conversa podia esperar.
Eles não entraram na cidade de Londres atravessando ao invés disto
sobre o Tyburn Brook até Thorney Isle e o distrito de Westminster.
A neve fora limpa para o lado e os cascos dos cavalos estalavam nos
paralelepípedos. Pessoas em capas brilhantes passavam apressadas mal
notando a chegada de outro nobre e de sua casa embora ninguém
hesitasse em sair do caminho quando olhavam para cima e viam a libré
carmesim e preta vindo em sua direção.
Gwen olhou para os arredores com os olhos arregalados. Nada que
Elinor ou seu pai haviam dito a preparara para isto. As casas e as lojas
estavam fechadas construções de pedra e madeira subindo três ou quatro
andares acima da rua. A sujeira de que Richard falara não era de todo
aparente aqui.
À medida que avançavam para o interior do burgo36 as casas
tornavam-se maiores – prédios de pedra espalhados por paredes que
cercavam amplos pátios e grandes jardins. Casas da nobreza.
O Palácio de Westminster erguia-se à distância acima do Tâmisa.
Eles cavalgaram em direção a ele depois viraram para uma rua que
Richard dizia ser chamada de Strand.
O grupo de Anne Ashford não os seguira continuando em direção ao
palácio. Gwen deu um suspiro de alívio. Ela esperava que a mulher não
tentasse insinuar-se em Dunsmore House mas isto era muito provável.
Dunsmore House era uma das residências mais grandiosas ou
palácios como às vezes eram chamados. Contra o rio Tâmisa suas paredes
brancas e jardins intricados eram realçados pelos grandes lençóis de vidro
caro que adornavam as janelas. Era preciso muita riqueza para cometer tal
extravagância. Gwen engoliu em seco. Ela não tinha ideia de que Richard
era tão rico. Por que um barão com o poder e o status que ele carregava
arriscava sua vida cavalgando pelas fronteiras?
Servos da libré de Dunsmore se apressaram para cumprimentá-los.
Richard desceu de Sirocco e veio ajudar Gwen. Segurando a mão dela com

36
Burgo é uma divisão administrativa. Em princípio, o termo designa uma cidade murada autogovernada, embora, na
prática, o uso oficial do termo varie amplamente .

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


firmeza ele se virou para Owain que ainda estava de olhos arregalados pela
viagem pela cidade.
— O administrador aqui é Sir Charles. Encontre-o e veja o
descarregamento da bagagem. Não me perturbe a menos que seja
importante.
O olhar de Owain se arrastou para as mãos unidas. Um largo sorriso
apareceu em seu rosto e ele se curvou.
— Como você ordenar milorde.
Gwen não se importou que Richard a puxasse pela casa antes de dar
uma boa olhada nas colunas de mármore no salão espaçoso com suas
paredes douradas nas janelas do chão ao teto que banhavam de luz os
cômodos. Ela não se importava porque como ele tinha apenas uma única
coisa em mente naquele momento.
Ela podia ver isto depois. Tudo poderia esperar até mais tarde. Tudo
menos o calor selvagem que implorava por liberação.
Ele a mandou subir as escadas na frente dele. Quando ela estava na
metade do caminho ela se virou e colocou os braços ao redor do pescoço
dele. Mesmo em pé no degrau abaixo ele ainda era mais alto que ela.
Famintos eles fundiram suas bocas juntos. Gwen se agarrou a ele
pressionando-se contra ele até que sentiu sua masculinidade dura como
um pilar entre eles.
Ele segurou seus seios e ela choramingou. Deus! fazia tanto tempo
desde que eles fizeram amor que ela estava extremamente sensível.
Quase inconsciente com a necessidade Gwen afundou na escada.
Richard desceu em cima dela. Suas mãos deslizaram sob sua túnica e ele
estremeceu quando ela acariciou a pele nua.
— Gwen ah Cristo Gwen... — seus lábios se moveram por sua
garganta lambendo beijando redescobrindo — Precisamos subir as escadas
antes de eu tome você aqui e agora — disse ele em voz alta.
— Eu não me importo — ela respirou.
— Devemos cariad.
Ele a pegou e começou a carregá-la para a câmara principal.
— Os pontos! — ela gritou — Você vai se machucar!
Richard riu.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Jesus moça você é leve demais para me ferir. Eu me esforço mais
quando me puxo para a sela do que quando estou carregando você.
Ele a colocou no chão e chutou a porta fechada. Gwen enfiou os
dedos pelos cabelos dele e puxou a cabeça dele para baixo. Seus lábios nos
dela eram firmes e fortes e devoradores.
Seus dedos trabalharam em seus laços até que ele pudesse
empurrar sua túnica e abrí-la. Então ele se inclinou para pegar um
mamilo. Gwen gritou.
O braço dele envolveu sua cintura e a puxou para perto enquanto ele
sugava seus seios com precisão. Gwen pressionava os ombros dele como
um gatinho.
Ele gemeu quando ela segurou sua masculinidade em ambas as
mãos. De alguma forma eles encontraram o caminho para a cama. Richard
a pressionou no colchão empurrando as saias para cima enquanto
trabalhava para libertar suas calças.
— Eu quero estar dentro de você Gwen. Eu quero sentir você quente
e apertada se agarrando a mim. Eu quero ouvir você gritar meu nome
enquanto eu estou empurrando em você — ele disse com voz rouca — Eu
quero isso há semanas.
— Sim Richard sim. Eu também quero…
Alguém bateu na porta. Eles ignoraram. As batidas soaram
novamente mais altas. Richard praguejou: — Vá embora!
— Milorde? Milorde?
— Mais tarde!
Gwen quase o libertou. Mais um minuto e eles se uniriam. Ela o
beijou. Sua língua mergulhou em sua boca com o mesmo ritmo furioso que
seu corpo logo imitaria.
— Milorde! Uma mensagem do rei milorde!
A cabeça de Richard se levantou.
— Não! — Gwen gritou tentando puxá-lo de volta para baixo — Não
pode esperar?
— Não — ele foi até a porta e abriu uma fresta. Gwen se sentou. Ela
não podia ouvir o que foi dito mas soube assim que ele fechou a porta que
ele estava saindo.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele caminhou de volta para a cama endireitando suas roupas. Gwen
puxou as saias de volta ao seu lugar.
— Por favor, fique — disse ela.
Ele balançou sua cabeça.
— Eu não posso.
— Precisamos conversar Richard.
Sua expressão suavizou.
— Sim eu sei. Quando eu voltar prometo — ele pegou seu manto do
chão — Por que você não toma um banho quente e descansa um pouco?
Teremos a noite toda para conversar... e outras coisas.
Ele piscou antes de sair pela porta.

Richard atravessou os salões de Westminster ansioso para terminar


esta reunião e voltar para Gwen.
Seu corpo ainda latejava com a lembrança de sua excitação. Ele
tinha estado tão duro que ele pensou que explodiria no instante em que
ela o tocasse.
Ele sentira falta dela. No começo ele foi capaz de ignorar pensando
que iria passar em breve. Mas em vez de terminar só piorou.
Ela era como uma febre em seu sangue. Ele precisava dela. Durante
semanas ele fantasiara sobre o tipo de coisas que queria fazer com o corpo
dela.
Ele se recusava a acreditar que fosse algo além de uma conexão
física. Ela era tão linda e apaixonada que ele a desejava acima de todas as
outras.
Ele não iria mais negar a si mesmo.
Quando chegou ao solar do rei um jovem entrou para anunciá-lo. O
menino voltou e segurou a porta aberta curvando-se enquanto passava.
— Richard! Jesus mas você é rápido — Edward disse levantando e
batendo nas costas de seu amigo — Pegue um pouco de vinho.
Por ordem de Edward Richard afundou em uma cadeira ornada e
entalhada. A sala era ricamente decorada com cortinas de veludo e
tapeçarias de fina seda. O estandarte do leão dourado cobria uma parede.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


O teto era verde salpicado de ouro e sobre a lareira a parede era revestida
de lambri e pintada com cenas dos estranhos animais do zoológico real.
Richard sabia porque ele conhecia Edward que o cômodo não havia
mudado desde os dias de Henry III o pai de Edward. Henry adorava a
magnificência e a opulência enquanto seu filho mal se dava conta disto.
Edward era um soldado de coração. Suas energias seriam mais
provavelmente dirigidas ao fortalecimento das defesas de uma fortaleza do
que a decoração de suas câmaras.
— Então onde está a pequena esposa? — Edward perguntou —
Deixou-a em casa para que você possa jogar?
Richard sorriu. Ned estava sempre pensando com seu pau.
— Não ela está em Dunsmore House.
— Ah! Grávida?
— Não que eu saiba.
— Jesus eu pensei que você já teria plantado sua semente
profundamente.
Richard encolheu os ombros.
— Ela é filha de Llywelyn. Talvez demore mais do que com outras
mulheres. Não é por falta de tentativa posso assegurar-lhe.
Edward riu seus olhos brilhando.
— Eu sabia que você não teria problema. Aquela moça poderia
levantar um cadáver eu garanto.
Richard se mexeu desconfortavelmente, lembrando-se da ascensão
que ela lhe dera não muito tempo atrás. Ele mudou de assunto antes de
acontecer novamente.
— A rainha deu à luz?
— Sim — Edward disse seus olhos brilhando — É outra menina mas
ela é linda. O próximo será um filho.
Richard sorriu. Ned precisava de um herdeiro. O último morrera há
anos mas o rei nunca deixava de se alegrar com o nascimento de uma
filha. A Inglaterra também não se preocupava muito com isso. Ela ainda
tinha Edmund e seus filhos se alguma vez chegasse a isto.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Mas Edward ainda era jovem mal chegara a seus quarenta anos e ele
tinha a calma confiança de um homem que sabia que daria à Inglaterra
seu próximo rei eventualmente.
O criado retornou e derramou vinho em duas taças de ouro. Quando
ele se despediu Edward tocou a borda da taça e disse: — O papa quer que
eu leve outra Cruzada.
O coração de Richard ficou de pé.
— Quando?
— Em algum momento no próximo ano.
Richard tomou um gole deixou-o banhar sua garganta subitamente
seca. A última Cruzada levara quatro anos.
As palmas das mãos dele escorregaram na taça e ele apertou-a com
mais força. Ned não podia exigir que ele fosse. Tudo o que ele tinha que
fazer era pagar a jugada37 e enviar os cavaleiros que ele devia à coroa. Isto
seria o suficiente.
Sua mão livre se desviou para sua espada. Ele teria que ir com o seu
rei! A honra exigia isto. Ele havia jurado sempre apoiar as causas de Ned,
não importava o que acontecesse não importava onde fosse. Era seu dever.
Richard jogou o vinho para trás e pegou o jarro para servir outro.
— Nós vamos ter que convocar um conselho para discutir isto é
claro. Talvez na primavera. O que você acha?
— Sim — disse Richard.
O rosto de Edward se iluminou de emoção.
— Será que vai ser como nos velhos tempos, hein Richard?
O rei continuou a falar mas Richard não ouvia. Ele bebeu uma
terceira taça de vinho e depois serviu outra. Por que a vida de repente
parecia sem sentido?

37
A jugada era um tributo pago em vinho, milho, trigo ou linho pelas terras que os reis reservavam especialmente para si,
quando concediam o seu uso a algum de seus vassalos .

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Capítulo 30
Anne também estava partilhando o vinho naquele momento porém o
dela se espalhou pelo abdômen de seu amante antes que ela pudesse
lamber tudo.
Dafydd gemeu quando ela pintou a ponta do pênis e começou a
lamber. Anne riu quando o puxou em sua boca.
Quando ela o secou ele a puxou para cima e sugou um seio
preguiçosamente. Anne arqueou as costas.
— Dunsmore suspeitou de alguma coisa? — perguntou ele.
— Não, ele não tomou conhecimento seus homens se misturaram
com os meus.
Dafydd pegou o vinho.
— E como se sai minha sobrinha com o poderoso Black Hawk?
Anne fez beicinho. Ela não queria pensar naquela bruxa de cabelos
flamejantes agora.
— Ela o ama embora ele não.
Isso era satisfatório pelo menos. Anne brincou com o cabelo no peito
de Dafydd.
— É apropriado que o destino lhe dê a mesma sorte na vida que teve
sua mãe. Eurwen amava meu irmão com loucura mas ele estava muito
envolvido com seu precioso País de Gales. Se Eurwen tivesse me ouvido...
— Ele tomou um gole de vinho tinto.
— Você estava apaixonado por ela.
O rosto de Dafydd era de pedra. Ele terminou o vinho e colocou a
taça de lado.
— Sim — disse ele olhando para frente — Llywelyn sempre me
derrotou em tudo. O amor não foi uma exceção.
— Não Dafydd você o derrotou em uma coisa — Anne sorriu — Você
tem filhos! Você tem sete filhos. Ele tem apenas um.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Sim e um a caminho. Este pode ser o menino pelo qual ele está
esperando.
Anne traçou um círculo ao redor do mamilo.
— Acidentes acontecem.
— Sim — disse ele com cuidado — Sim acontecem querida Anne.
A mão de Anne escorregou para sua virilha.
— Não temos muito tempo sobrando. O rei me procurará assim que
o castelo estiver na cama.
Dafydd rolou de costas.
— Não devemos permitir que o rei deite-se com você antes que
tenhamos certeza de que tudo está funcionando bem.
Anne não podia concordar mais.

Gwen deleitou-se em um banho quente perfumado com óleo de rosas


depois vestiu uma camisola de seda e um roupão de veludo. Ela tivera um
jantar tranquilo com galinha assada e repolho de inverno seguido por
maçãs assadas e vinho com mel.
Passaram-se várias horas desde que Richard havia ido embora e ela
estava começando a ficar irritada. Ela deixara suas explorações pela casa
para amanhã pensando que Richard voltaria em breve. Cada minuto que
passava apenas aumentava seu aborrecimento.
Ela se levantou e começou a andar. A câmara principal não era tão
grande quanto a de Claiborne mas ainda assim era luxuosa. A cama era
grande e com dossel seus pôsteres de madeira esculpidos com intrincados
desenhos de pássaros e animais. As cortinas eram de veludo carmesim,
bordadas com um falcão de asas abertas. Elas estavam puxadas para trás
e revelavam lençóis e travesseiros de linho e seda e colchas de pele de
raposa e coelho.
O teto era pintado com um mural de floresta e um falcão feroz e
Gwen se maravilhou com a delicadeza do trabalho. Duas janelas estreitas
davam para o Tâmisa. Ela olhou por elas até o anoitecer obscurecer a
vista. Não fora nada menos que incrível.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Mesmo no inverno o tráfego de barcos subia e descia o poderoso rio
que era a ligação comercial da Inglaterra com o resto da Europa. Até onde
ela podia ver a orla era ladeada de edifícios grandes e pequenos.
Londres era intimidante para alguém nascido e criado no esplendor
pastoral do País de Gales.
Suspirando ela afundou em uma cadeira almofadada de veludo.
Talvez Richard tivesse encontrado uma dama elegante que ele preferiria a
ela. Certamente ela não podia se comparar com as damas pintadas e
mimadas da corte real.
Ela se encolheu na cadeira e colocou a cabeça no braço. Se ele não
viesse logo ela iria para a cama e para o inferno com ele.
Ela não tinha ideia de que horas eram quando foi acordada por
vozes altas. Ela se levantou rapidamente massageando o torcicolo no
pescoço. A porta se abriu e dois homens entraram apoiando Richard entre
eles.
— Ele está ferido? — Gwen perguntou correndo para o lado dele —
Ela recuou quando o forte cheiro de vinho bateu de frente nela. O medo foi
imediatamente substituído pela raiva.
Ele levantou a cabeça lentamente.
— Gwen.
— Coloque-o na cama — disse Gwen com firmeza.
— Sim milady — os dois homens disseram em uníssono.
Richard recusou-se a deitar-se agarrando a cabeceira da cama.
Os homens desistiram e o deixaram em pé.
— Onde diabos você esteve? — ela exigiu sabendo que era ridículo
perguntar quando ele não estava em condições de lhe dar uma resposta
decente.
Ele piscou.
— Wessminsser.
Gwen revirou os olhos depois foi até ele e começou a tirar suas
roupas. Sua mão livre entrelaçou em seu cabelo e ele a puxou para beijá-
la. Ela o empurrou para longe.
— Deixe-me fazer amor com você — disse ele.
Gwen riu com tristeza.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Eu duvido que você possa milorde.
Ele piscou então encostou a cabeça na coluna da cama. Gwen tirou
o manto e a túnica e começou a tirar as calças. Ele girou um dos cachos
dela em volta do dedo.
— Eu amo você... — ele disse com voz suave e indistinta.
Gwen se endireitou seu coração falhou uma batida. Ela procurou
seu rosto esperando por alguma faísca de lucidez. Não havia nenhuma.
Ele estava bêbado. Ele não tinha ideia do que estava dizendo. Ele
atormentava-a com a única coisa que ela desejava acima de tudo, quando
amanhã ele teria se esquecido do que havia dito.
Gwen deu lhe um tapa.
Seus olhos se arregalaram. Perversamente ele sorriu.
— Nunca faz o que eu penso.
— Você é insuportável — ela sussurrou.
— Sim.
Ela terminou de despi-lo depois soltou a mão da cabeceira da cama e
levou-o para o lado da cama. Ele caiu sobre ela e ela puxou as cobertas
sobre ele.
Ela empurrou o cabelo sobre os ombros depois levantou a sua mão
na frente do rosto. Estava tremendo assim como o resto dela.

Foi a batida incessante que o acordou. Sua cabeça parecia um


aríete.
Richard se virou e tentou voltar a dormir. Não funcionou.
Finalmente ele se sentou e olhou em volta. Levou vários minutos para
perceber onde estava e vários outros para se concentrar na forma imóvel
de uma mulher na janela.
— Gwen?
Ela parou então se virou para olhar para ele. Ele não podia ter
certeza daquela distância mas ela parecia estar chorando.
— Eu não esperava que você despertasse por algum tempo — ela
disse fungando.
Richard passou as mãos pelos cabelos.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Eu gostaria de não ter acordado. Jesus o que diabos aconteceu?
Ela riu, mas não parecia feliz.
— Oh, eu sabia que você não se lembraria — ela colocou os braços
ao redor de seu corpo — É uma coisa boa que esteja acostumada a
decepções.
Mas infelizmente ele se lembrou da única coisa que ele queria
esquecer. Ele não tinha ideia de como ele tinha voltado na noite anterior
mas nunca poderia esquecer a Cruzada. Seu coração se contraiu.
A luz da manhã estava fraca com neve e granizo mas onde tocava
Gwen brilhava como o sol. Seu cabelo glorioso era como um rio de chamas
e ouro fundido a exuberância de sua forma delineada pelo manto de
veludo que ela usava. Richard podia imaginar cada curva deliciosa em
detalhes perfeitos.
Oh, Deus como ele poderia deixá-la? Como quando ele acabara de
descobrir que a amava?
Apesar da dor em sua cabeça ele foi até ela. Ela se recusou a encará-
lo e ele deslizou os braços ao redor dela puxando-a contra ele.
Aninhando o cabelo para o lado seus lábios procuraram a curva doce
de seu pescoço.
— Sinto muito por não termos conversado ontem à noite. Eu sei que
era importante para você.
— Sim — ela disse suavemente.
Richard sabia que eles provavelmente deveriam falar agora mas ele
não conseguiu impedir que suas mãos deslizassem para moldar seus
seios. Ele a sentiu tremer e ele sentiu-se encorajado. Senhor Deus como
ele precisava dela!
Uma mão escorregou para dentro do roupão e desceu até o seu
monte feminino. Sua língua fez círculos leves ao redor da orelha dela. Sua
respiração acelerou.
Seu pênis se encheu e ele puxou-a com mais força contra ele até que
ela estava ciente de sua excitação.
— Deus eu quero você. Faça amor comigo, Gwen.
Seu dedo deslizou em sua fenda. Ela gemeu com prazer quando ele
começou a acariciá-la.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Isso mesmo — ele sussurrou — Renda-se a mim.
Ela se virou em seus braços e ele se inclinou para beijá-la. Como ele
pensara que tudo o que ele sentia por esta mulher era desejo?
Ela era macia e quente e ele a esmagou contra ele até que ela
protestou que era demais. Ele aliviou seu aperto apenas o suficiente para
deixá-la respirar.
Ele não queria deixa-la ir. Nunca.
Ele precisava tanto dela que achava que poderia morrer por isto. Ela
era a filha de Llywelyn. Ela era a mulher que ele amava.
Ele desfez os laços de sua túnica e a deixou cair no chão. Em
seguida veio sua camisa. Ele engoliu em seco. Ele havia visto seu corpo
dezenas de vezes mas esta era a primeira vez que ele o via com o pleno
conhecimento de que ele a amava.
— Extraordinário — ele murmurou traçando a curva suave de um
seio até que atingiu o pico em seus dedos.
— Richard...
Seus olhos estavam vermelhos sua expressão séria. Richard sentiu
uma pontada de dor por ter lhe causado sofrimento. Por um terrível
momento ele se perguntou se na noite anterior ele havia perdido o controle
de sua língua e contado a ela sobre a Cruzada.
— O que cariad?
— Você se lem... — ela suspirou e balançou a cabeça — Não é nada.
Richard a beijou. Ele queria fazê-la feliz queria ver seu lindo sorriso
ouvir sua bela risada. Ele queria todas estas coisas antes de contar a ela
sobre a Cruzada. Ele teria que dizer a ela claro.
Eventualmente.
Suas mãos se curvaram em seus ombros quando ele pegou um
mamilo em sua boca e chupou-o suavemente. Pela primeira vez sua
própria luxúria não era incontrolável e isso o surpreendeu. O prazer dela
parecia mais importante de alguma forma.
— Você me quer Gwen? — ele sussurrou com voz rouca.
— Sim — ela suspirou.
Ele se juntou a ela na cama seu moreno e duro comprimento
pressionando contra seu corpo branco e macio. Ele a explorou com as

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


mãos e a boca encontrando novos segredos enquanto ela ofegava gemia e
se agarrava a ele.
Ele não entrou nela. Em vez disto ele a levou ao clímax
repetidamente com a boca e os dedos. Seu eixo latejava cheio e pesado o
pulsar atingindo todo o caminho até as orelhas. Quando ela tentou tocá-lo
ele se recusou a deixá-la.
Richard soube quando ela chegou ao ponto em que ela estava tão
saciada que não aguentaria mais. Seus olhos estavam pesados de
sensualidade e sono e seu corpo estava flácido. Ele beijou o caminho até
sua barriga seus seios seu pescoço finalmente procurando sua boca.
Ela o beijou de volta suspirando. Sua mão arrastou-se ao longo de
seu braço e em seu cabelo.
— E você?
— Durma Gwen. Eu estarei aqui quando você acordar.
— Promete? — ela perguntou cobrindo um bocejo.
— Sim.
Ela sorriu e sua garganta doeu. Ele nem sempre estaria lá quando
ela acordasse e o pensamento o estava matando.
Ela virou de lado e dormiu instantaneamente. Richard curvou seu
corpo ao redor do dela mais do que contente em segurá-la.

Gwen ficou chocada ao descobrir que o dia inteiro havia passado


enquanto ela dormia. Richard ainda estava ao lado dela exatamente como
ele havia prometido. Ele não acordou quando ela escorregou de seus
braços e foi até a janela.
Luzes pontilhavam a beira-mar refletindo o rio como velas sob a
superfície. Gwen se virou se alongando. Havia uma bandeja de comida na
mesa uma bacia com água fria e um fogo crepitante recém-construído.
Gwen lavou-se e depois pegou a carne cozida e as ervilhas. Havia
também queijo e pão, vinho e algo doce para a sobremesa.
Seu olhar voltou-se para Richard. Ela corou quando pensou em
todas as coisas que ele fez com ela. E ele fez isso sem pensar em si mesmo.
Como ela poderia ter adormecido nele assim?

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ela pegou a bandeja e levou-a para a cama. Primeiro ela cuidaria de
sua verdadeira fome e então aliviaria seu apetite sexual. Um arrepio de
antecipação deslizou por sua coluna.
Ele se mexeu quando ela se sentou no meio do colchão e chamou
suavemente por ele.
— O que é isso? — ele perguntou sonolento.
— Alys trouxe o jantar.
— Esta mulher é inestimável — disse ele sentando-se.
— Sim mas ela tem ajuda. Ela e Owain conspiram juntos.
— Como você sabe disto minha querida?
— Você não notou a maneira como eles preferem um ao outro?
Richard franziu a testa.
— Não. Jesus é por isso que o velho diabo insistiu em vir a Londres!
Gwen riu então.
— Talvez eles estejam apaixonados.
A expressão de Richard ficou dolorida por um segundo. Gwen se
repreendeu por trazer o assunto do amor. Ele claramente não gostara da
ideia.
Ela ofereceu-lhe um pedaço de carne com os dedos. Ele pegou com
seus lábios seus olhar era intenso quando ele capturou o olhar dela e
segurou-o. Ele começou a alimentá-la. Eles comeram em silêncio seu
único contato era o sussurro dos dedos através da carne sensível de suas
bocas.
Gwen sentiu o calor inundar seu corpo enquanto eles olhavam um
para o outro. Era tão erótico tocá-lo tão brevemente querendo mais com
cada carícia. Lembrou-se com detalhes impressionantes de todas as coisas
que sua linda boca lhe fizera naquela manhã. Seu coração acelerou junto
com sua respiração. Seus dedos demoraram nos lábios dele e ele chupou
um deles com sua boca.
Um calor instantâneo e ofuscante a percorreu centrando-se no broto
de sua feminilidade. Gwen ofegou quando o formigamento explodiu.
Os olhos de Richard se arregalaram. Ele colocou a bandeja de lado e
se lançou sobre ela.
— Aconteceu não foi?

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Sim — ela disse —. Eu queria tanto você...
— Jesus — ele suspirou esticando-se em cima dela e centrando seu
eixo rígido contra sua fenda. Ele começou a deslizar para frente e para trás
aumentando as sensações prolongando-as.
— Não me faça esperar mais Richard — ela sussurrou — Eu preciso
de você. Agora.
Ela abriu o roupão e ele o afastou de seu corpo. Ele continuou a
deslizar sobre ela a pele quente contra a pele quente.
Ela envolveu as pernas ao redor das costas dele. Ele escorregou para
baixo então empurrou para dentro dela tão devagar que ela queria gritar.
Ele recuou devagar deliberadamente. Gwen gemeu.
Mais uma vez ele deslizou nela com paciência excruciante. Repetiu o
ritmo meia dúzia de vezes até que Gwen estivesse próxima a insensatez.
Ela olhou para a boca dele. Deus como ela queria provar a boca dele!
— Beije-me Richard. Faça amor comigo. Eu quero você. Eu preciso
de você... Eu amo você!
Sua língua mergulhou entre os lábios dela ao mesmo tempo em que
seu corpo entrou no dela. Gwen foi arrebatada em um êxtase instantâneo.
O amor deles era intenso explosivo cataclísmico. Gwen arqueou-se
para ele abriu-se e levou-o o mais fundo que pôde depois ainda mais
fundo.
Ela colocou a mão em volta da nuca dele ancorou a boca dele na
dela. Sua língua se uniu com a dele suas bocas deslizando juntas como
um veludo quente e úmido.
Ele continuou e continuou. Finalmente ele agarrou suas nádegas e
levantou-a dirigindo-se a ela com a ferocidade de seu clímax. Ela arrancou
sua boca da dele e chorou sua própria liberação quando os tremores
líquidos começaram a entrar profundamente.
Depois de alguns instantes ele rolou para longe dela e ficou com um
braço em sua testa respirando pesadamente seu corpo brilhando.
Gwen sentiu o ar pairar sobre ela esfriando sua pele quente. Ela se
levantou nos cotovelos e olhou para o monte de cachos. Até eles estavam
úmidos! Depois de todo esse tempo ainda era incrível pensar em se unir a
um homem esse homem tão intimamente.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


A mão dele enroscou nos cabelos dela segurando a parte de trás da
cabeça dela. Ele puxou-a para baixo para beijá-la em seguida pressionou-a
de costas subindo em seu cotovelo ao lado dela.
Seus dedos traçaram seu rosto seu pescoço seus seios.
— Você foi feita para mim Gwen. Eu nunca conheci um sentimento
tão perfeito tão certo como quando estou com você.
Gwen alisou um cacho de sua testa. Seu coração bateu de forma
irregular. Ela achou que sabia o que ele estava tentando dizer. Ela não
ousava esperar que fosse verdade mas não conseguiu deixar de dizer: —
Diga-me Richard.
— Eu amo você — ele a beijou quando sua boca caiu aberta.
No começo ela ficou hesitante, incrédula. Talvez ainda estivesse
apenas dormindo e sonhando. Mas a realidade de seu corpo grande e duro
seu inconfundível perfume masculino seus amados lábios nos dela lhe
disseram que ela não estava dormindo. Seus braços deslizaram ao redor
dele acariciaram seus cabelos seu pescoço suas costas. O beijo foi doce
longo e terno.
— Eu nunca disse isto a ninguém — ele sussurrou contra seus
lábios — Nunca antes de você.
Ela sentiu lágrimas em seus olhos. Era ridículo chorar quando ela
estava tão feliz.
— Eu não achei que você queria dizer isto — disse ela —. Você
estava bêbado e...
— Eu lhe disse ontem à noite?
Ela assentiu.
— Ah, pelos ossos de Cristo você não deveria ter que ouvir desse
jeito! Não era como eu queria lhe dizer.
Gwen riu de repente.
— Eu amo você Richard. Contanto que você me ame não me importa
como você me contou.
— Sim eu lutei por tanto tempo mas não posso mais negar isto. Eu
te amo.
— Foi por causa do meu pai que você negou?

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Não, foi por causa do meu — sua mão se arrastou até o seio. Ela
estremeceu quando ele começou a brincar com seu mamilo sensível —. Ele
amava tanto a minha mãe que nunca mais foi o mesmo depois que ela
morreu. Eu prometi nunca me importar tanto com uma mulher para não
ser destruído como ele foi.
— O que aconteceu com o rei? — ela perguntou baixinho sabendo
instintivamente que, o que quer que fosse fez com que ele admitisse seus
sentimentos.
— Nada com que precise se preocupar meu amor. É da conta dos
homens — disse ele baixando a cabeça para girar a língua em torno do
mamilo excitado.
— Você procura me distrair — disse ela enquanto os dentes dele se
fechavam suavemente sobre a ponta endurecida — Mmm, milorde você é
insaciável.
— Sim eu não consigo o suficiente de você.
— Por favor me diga o que aconteceu ontem à noite.
Ele se mudou para o outro seio.
— Não é importante querida. Agora pare de fazer suas perguntas
antes que eu lhe coloque no meu joelho.
Gwen sabia que não poderia convencê-lo sem o perigo de despertar
seu temperamento. Ela decidiu ceder ao amor dele em vez disto.
— Sim, Richard por favor me tome por cima do seu joelho — disse
ela com voz rouca.
— Cristo somente você me excita — ele jurou — Embora eu possa
pensar em algo muito mais divertido do que espancar você.
Ela guinchou quando ele a virou de barriga para baixo e arrancou o
roupão rindo quando ele mordeu suas nádegas. Seus risos logo mudaram
para gemidos enquanto sua boca prestava homenagem às curvas maduras
lambendo, beijando mordendo.
Quando ele finalmente a virou e iria deslizar para dentro dela Gwen
empurrou-o para trás e sentou-se sobre ele. Ele gemeu quando ela
deslizou sua boca pelo peito dele seu abdômen.
Antes que ele pudesse impedi-la ela reivindicou seu prêmio.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Diga-me que você me ama — ela ordenou e em seguida deslizou
sua língua por seu duro comprimento.
— Deus, sim eu amo você pequena sedutora descarada.
Gwen recompensou-o tomando-o na boca dela. Ele resistiu e inchou
contra a língua dela até que ela soube que tinha que senti-lo dentro dela
ou morrer. Ela substituiu sua boca por seu calor feminino.
Ele segurou seus seios e em seguida levantou-os até que ele pudesse
sugá-los.
— Richard — ela engasgou — Deus eu amo as coisas que você faz
comigo.
— Eu apenas comecei a fazer coisas com você cariad. Você terá que
passar o dia inteiro na cama novamente para se recuperar.
A risada de Gwen era rouca.
— Enquanto você ficar comigo eu não me importarei.
Ele agarrou suas nádegas e virou-a sem perder o contato íntimo
entre eles. Então ele começou a mostrar a ela exatamente o que ele
pretendia fazer a noite toda.

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Capítulo 30
Era véspera de Natal e a música e a dança no interior do Palácio de
Westminster estava em pleno andamento. O tronco de Yule38 estava aceso
e continuaria queimando até a Noite de Reis.
Gwen nunca havia visto um salão tão grande. Tinha mais de
sessenta metros de comprimento e o teto subia tão acima de sua cabeça
que a deixou tonta ao olhar por muito tempo.
A sala estava enfeitada com azevinho, visco e galhos de sempre-
verde tanto que teria cheirado como uma floresta se não fosse pelo cheiro
de sebo quente.
Homens e mulheres riam e falavam juntando-se em pequenos
grupos enquanto outros dançavam e cantavam suas roupas brilhantes
abafadas pela fumaça crescente que tornava a sala escura e densa. Gwen
lembrou-se que ouvira dizer como o rei entretinha milhares de pessoas
neste salão dando grandes festas que duravam dias a fio. Bem agora ela
podia acreditar.
Os mais altos senhores e senhoras do reino expunham todos os seus
ornamentos, participando do grande banquete e do entretenimento que o
rei e a rainha ofereciam. Haveria torneios de justas e peças de pastor,
atores39 e menestréis, bardos galeses e malabaristas variados para animar
o banquete.
Gwen escolhera um vestido de veludo carmesim com uma túnica
dourada e um cinto de jóias com esmeraldas, safiras e rubis que piscavam
e dançavam à luz das tochas. O translúcido véu dourado que usava fazia
pouco para esconder seus cachos. Ela não os trançara e eles caíam em
cascata pelas costas em uma massa de fogo silencioso.

38
Yule ou Yuletide é um festival religioso pagão observado pelos povos germânicos da era pré-cristã, sendo
posteriormente absorvido e igualado ao festival cristão do Natal.
O tronco de Yule (Yule log, no original) é um grande tronco de madeira tradicionalmente usado como base do fogo na
lareira durante o Natal.

39
Mummers, no original, grupo de pessoas mascaradas e fantasiadas que viajavam na época do Natal, atuando em curtas
pantomimas.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ela olhou para Richard e seu coração inchou. Ele estava tão bonito
em sua túnica carmesim com o falcão preto estampado na frente! Sua
espada brilhava ao seu lado lembrando a todos que olhavam para ele que
ali estava um homem de poder e magnetismo, um homem que não deveria
ser tomado de ânimo leve.
O Rei Edward se aproximou deles sorrindo.
— Gwenllian minha querida você está arrebatadora — disse ele
levando a mão aos lábios.
Gwen mergulhou em uma reverência.
— Obrigada Majestade.
Edward a levantou seus olhos demorando sobre ela até que Richard
pigarreou. O rei a soltou sorrindo.
— Agora vejo por que você não voltou há três dias. Certamente eu
não a deixaria sair da cama se ela fosse minha.
Richard apertou a mão dela.
— Minha esposa estava cansada da viagem Ned. Eu não queria
ignorá-la.
Gwen ficou impressionada com a suavidade com que a mentira
passava por seus lábios. Na verdade Edward estava certo na primeira vez.
Eles não saíram da cama com muita frequência nos últimos três dias.
Richard lhe dera o grandioso passeio por Dunsmore House com seus
elegantes arcos góticos obras de arte douradas e amplas janelas. Ele a
levara além dos muros e mostrara a ela o Palácio de Lambeth do arcebispo
de Canterbury bem como o Palácio de Westminster e várias das
residências de outros condes do mais alto nível todas próximas.
Eles também caminharam pelo jardim embora a maior parte
estivesse coberta de neve exceto onde o pessoal da cozinha cuidava de um
canteiro de ervas e legumes de inverno.
Havia uma treliça arqueada coberta de hera e sebes que esticavam
os membros para o céu. Gwen jogara uma bola de neve em Richard e
correra quando ele a perseguiu. Ele conseguira pegá-la debaixo do arco e
eles caíram no chão frio rindo alheios à neve.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Deus! como eu te amo. — ele disse antes de beijá-la quase
desatinado. Como era inevitável sempre que eles se tocavam eles logo
acabaram no quarto de dormir.
Richard apertou a mão dela novamente e ela sabia que ele estava se
lembrando das mesmas coisas.
O Conde de Gloucester chegou trazendo uma taça de vinho para o
rei.
— Ah, Dunsmore eu não esperava que você trouxesse sua esposa à
corte. Certamente isso reduz um pouco a sua diversão — ele disse sua voz
suavemente arrastada de muito vinho — Deve ser cansativo arar o mesmo
campo noite após noite não importa o quão bonito seja.
Gwen endureceu. Richard deu um passo à frente. Gilbert se
escondeu atrás do rei.
Os olhos de Richard brilharam com fúria quente.
— Você nunca foi alguém que tivesse um discurso eloquente,
Gilbert. Sua falta de bom senso só é superada por sua falta de inteligência.
Gilbert olhou ao redor do rei a testa franzida em confusão enquanto
considerava o insulto. Gwen reprimiu uma risada.
— É melhor você sair enquanto você ainda pode andar — Edward
murmurou por cima do ombro. — Se você houvesse dito isto sobre minha
esposa eu teria matado você aqui mesmo.
Richard se virou para ela suas feições ainda nubladas de raiva. Ela
sorriu para tranquilizá-lo.
— Você é meu valente cavaleiro — disse ela em galês.
Seu olhar suavizou.
— Continue me encarando assim moça e eu vou lhe arrastar para a
alcova mais próxima e fazer o meu caminho com você40. — ele respondeu
na mesma língua.
Edward tossiu educadamente.
— Richard eu gostaria de discutir a Cr...
— Majestade — Richard interrompeu voltando para o francês —
Permita-me apresentar minha esposa à rainha.

40
Ter relações sexuais, geralmente implicando que é contra o seu melhor julgamento.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele a depositou no estrado com Eleanor e suas damas depois saiu
para se juntar a Edward. Gwen observou-o ir embora a apreensão atando
seu estômago. Richard estava escondendo alguma coisa e as
possibilidades a assustavam.

Apesar de ter dormido pouco Gwen acordou ao amanhecer


vomitando no penico. Ela atribuiu isto à variedade de comida que ela
provou em Westminster.
Ela passou a mão trêmula pela boca e depois se serviu de uma taça
de água. Quando se sentiu um pouco melhor ela voltou para a cama e se
encolheu ao lado de Richard.
Ela não poderia ficar doente hoje. Richard prometera mostrar a ela
Londres com todas as suas vistas exóticas e sua incrível ponte com casas.
Depois que eles acordaram quando ele já havia se lavado e vestido e
a deixara sozinha para que terminasse de se vestir ela novamente vomitou
no penico.
— Você não deve cavalgar Gwenllian — Alys advertiu — Vou mandar
uma mensagem para Lorde de Claiborne.
— Não — Gwen gritou endireitando-se — Acabou agora. Eu me sinto
muito melhor.
O queixo de Alys projetou-se.
— No entanto, você deve permanecer na cama.
— Alys, eu quero ver Londres. Se você disser que estou doente ele
nunca me levará!
Alys olhou para ela por um longo momento depois desanimou.
— Muito bem milady. Mas eu não gosto disto!
Gwen desceu as escadas rapidamente colocando as luvas enquanto
atravessava o espaçoso térreo e saía para o pátio. Cinco cavaleiros
sentavam-se sobre seus cavalos pacientemente. Richard encostava-se à
parede. Ele se endireitou quando ela se aproximou.
— Desculpe-me por ter demorado tanto. Não encontrei nada
adequado para vestir — mentiu ela.
Ele riu.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Não deixe Alys ouvir você dizer isto querida. Ela costurará
vestidos novos em um instante — seus olhos varreram seu casaco azul e
capa combinando. Ele chegou por trás dela e puxou o capuz para cima,
beijando sua testa — Eu tenho um presente para você meu amor.
Ela seguiu seu olhar para os cavalariços que traziam seus cavalos
dos estábulos.
— Oh!
— Você gosta dela?
— É a égua mais linda que já vi!
— Sim, ela é árabe — ele pegou a mão dela e levou-a para o lado da
égua.
O animal de aparência delicada girou as orelhas em direção a eles e
Gwen estendeu a mão para acariciá-la. Seu pelo era como a melhor seda
mesmo no inverno.
Richard passou a mão sobre a égua.
— Ela é muito mais forte do que parece. Os árabes são resistentes
apesar de seus ossos finos e linhas delicadas. Eles geralmente são de
sangue quente mas eu escolhi esta pela sua natureza gentil bem como pela
sua raça.
Ele puxou uma mecha do cabelo flamejante debaixo do capuz de
Gwen e entrelaçou-o com a crina da égua.
— É da mesma cor — disse ele olhando para ela antes de dizer
baixinho: — Ela e Sirocco terão lindos bebês.
— Ela deve ter custado uma fortuna — Gwen murmurou.
— Um pequeno preço a pagar pela sua felicidade.
Gwen deu um sorriso para ele.
— Você é minha felicidade.
Ele estendeu os braços e ela entrou neles.
— E você é a minha — disse ele antes de colocá-la nas costas da
égua.
Gwen juntou as rédeas na mão esquerda alisando o pescoço da égua
com a direita.
— Qual é o nome dela? — ela perguntou quando Richard se virou
para Sirocco.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele freou o garanhão.
— Ela ainda não tem um nome. Cabe a você dar um a ela.
Gwen olhou para o casaco de fogo do animal abaixo dela.
— Saffron41 — ela disse finalmente.
— Saffron?
— Sim. Ela tem a cor e também é rara e cara como ele. É perfeito.
— Sirocco e Saffron — disse ele sorrindo — Eu gosto disto.
Londres era ainda mais incrível pessoalmente do que vista de uma
janela. Eles entraram na cidade por Ludgate passando pela primeira vez
pelo bairro criminoso do rio Fleet. Gwen ficou chocada com o cheiro.
Richard explicou que as pessoas esvaziavam suas fossas rio acima e eram
transportadas corrente abaixo terminando no Tâmisa.
Uma vez dentro da agitação de Londres Gwen ficou impressionada
com o grande número de pessoas. Eles eram de todos os tamanhos e
descrições algumas correndo pelas ruas outras parando para conversar e
passar o tempo.
As casas e lojas eram de pau-a-pique emolduradas em madeira e em
vez de vidro tinham persianas de madeira sobre as janelas. A fumaça
subia dos buracos nos telhados de colmo entupindo o ar com o cheiro de
madeira queimando.
Richard levou-a primeiro ao mercado em Cheapside. Uma variedade
de vendedores vendiam suas mercadorias — tecidos, vinho, linho, peixe,
velas, couro. Havia também vendedores servindo tortas de carne, cerveja e
bolos de Natal. Atores desfilavam pelas ruas e tropas de malabaristas e
músicos entretinham a cada esquina.
Era tarde quando chegaram finalmente à London Bridge e Gwen
estava cansada. Ela mal conseguia reunir qualquer excitação pela ponte
maravilhosa com as casas altas.
Ela cobriu a boca em horror repentino. Sobre o portão cabeças
decepadas eram exibidas em lanças algumas apenas crânios outras em
diferentes estágios de decomposição e sendo bicadas por corvos.
— Você está doente? — Richard perguntou.
— Não. — disse Gwen, respirando fundo.

41
Açafrão, em inglês.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele olhou para cima e praguejou.
— Perdoe-me, Gwen. Eu me esqueci dessas malditas coisas. Eu
deveria ter lhe avisado.
Ela engoliu a bílis em sua garganta.
— Por que eles estão lá?
— Londres não tolera traidores. Suas cabeças em lanças são
lembretes para todos não seguirem seus passos.
Gwen forçou um sorriso.
— Por favor me conte mais sobre a ponte. O que é esta cidade do
outro lado? Não é Londres, é?
— Não, é Southwark. Esta estrada leva a Canterbury e aos portos de
Kent. Southwark está cheia de pousadas e… outras coisas para o conforto
dos viajantes.
— Outras coisas?
— Sim.
— Tal como?
— Jesus! — ele realmente ficou desconfortável por um minuto então
acenou com a mão casualmente — Bordéis, casas de banhos.
— Oh! — respondeu Gwen, não muito interessada.
— Tem certeza de que não está doente?
Ela se virou para olhá-lo. Ele estava franzindo a testa mas ela mal
notou. Ao longe a bandeira do leão de ouro tremulava com a brisa sobre o
castelo branco.
— Estou um pouco cansada. — ela admitiu — Nós poderíamos voltar
agora?
— Sim. — disse ele voltando-se para seguir seu olhar — É a Torre.
— Ah, a Torre. Meu avô morreu lá você sabe. Eu nunca o conheci
mas meu pai diz que ele caiu para a morte tentando escapar. É pouca a
chance que um galês tem em um lugar como este.
Richard suspirou.
— Você vê por que o País de Gales precisa aprender a se adaptar aos
modos da Inglaterra? Isso não vai passar Gwen. Seu pai e seus chefes de
clã podem fazer a guerra indefinidamente e a Inglaterra permanecerá. O
País de Gales deve se adaptar ou morrer.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Gwen se arrepiou.
— Os galeses sobreviveram por séculos milorde. Nós sobrevivemos
aos romanos e aos saxões! Nós podemos superar a Inglaterra.
— Mesmo com todo o País de Gales às suas costas o que seu pai
nunca teve ele não conseguiu derrotar a Inglaterra. Eu não quero lhe
machucar cariad mas é a verdade.
Gwen mordeu o lábio. Meu Deus depois de ver Londres ela temia que
Richard estivesse certo mas ela não podia admitir isto. Ela se virou antes
de fazer papel de boba e gritou: — Eu quero ir para casa. — disse ela.
— Muito bem. — ele respondeu suavemente.
Eles viraram os cavalos e voltaram pelo caminho que vieram. O
espírito de Gwen afundou. Ela estava tão animada para ver a cidade as
grandiosas e gloriosas coisas que esses ingleses haviam construído mas
agora ela sabia como era impossível para o País de Gales triunfarem sobre
um inimigo tão formidável. Esqueça a profecia, esqueça a determinação – a
Inglaterra era mais forte mais poderosa. A Inglaterra venceria no final
assim como Richard dissera.

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Capítulo 32
Dafydd ap Gruffydd caminhava com confiança em direção a sua
audiência com o rei. Ele esperara duas semanas por esta reunião. Ele
estava irritado por Edward tê-lo deixado de lado por tanto tempo mas era a
época de Natal e toda a Inglaterra parara para aproveitar o banquete e a
festa.
Ele entrou no solar do rei e franziu a testa. Nunca era um bom sinal
quando Black Hawk de Claiborne estava por perto. Gilbert de Clare, Conde
de Gloucester e Henry de Lacy, Conde de Lincoln, também estavam na sala
assim como o irmão do rei, Edmund of Lancaster.
— Venha Dafydd beba conosco — Edward gritou.
Dafydd aceitou uma taça e sentou-se ao lado de Gloucester. Evitou o
olhar de falcão do Conde de Dunsmore e ergueu a taça em saudação ao
rei. Ele lidaria com Dunsmore em breve.
— O que você queria falar comigo, Dafydd?
Dafydd lançou seu olhar ao redor do cômodo.
— Eu estava esperando falar em particular Majestade.
Edward gesticulou na direção aos seus condes.
— Estamos em particular Dafydd. Apenas meus conselheiros mais
próximos.
Dafydd rangeu os dentes. Ele não se incomodou em apontar que
dois dos homens presentes eram os mais poderosos dos lordes das
Marches. Sua queixa envolvia terras nas Marches.
— Claro Majestade — ele assentiu inclinando a cabeça — Tenho
certeza de que Sua Majestade não poderia saber destas coisas mas as
terras que tão graciosamente me deu estão sendo assediadas.
Edward parecia escandalizado. Ele se inclinou para frente em sua
cadeira.
— Como é isso Lorde Dafydd?
Dafydd sabia que ele havia enfatizado o título inglês
deliberadamente. Não augurava nada de bom.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Seu juiz em Chester, Reginald de Grey me acusou de abrigar
foras-da-lei. Em consequência meus bosques foram cortados e fui
chamado para defender a posse de minhas terras que estão dentro do País
de Gales.
— Você está?
— O quê?
— Abrigando proscritos?
Dafydd agarrou a taça. Ele lançou um olhar para Dunsmore. Isto era
obra de Black Hawk ele tinha certeza. Richard de Claiborne tinha um
prazer perverso em frustrar seus desejos.
— Não, Majestade. Eu sou um vassalo fiel. Por que eu colocaria
minhas posses em perigo?
— Eu acredito em você Dafydd não se preocupe. Mas devo fazer
estas perguntas para satisfazer as preocupações dos meus conselheiros.
— Claro, Majestade — Dafydd aquiesceu brincando com a taça —
Meus castelos também foram questionados.
— Você obteve permissão para construí-los?
— Eu solicitei mandados se é isso que quer dizer.
— Bem, não pode haver problema então — Edward disse recostando-
se na cadeira.
Dafydd passou um dedo pela borda da taça.
— Mas e a minha floresta e minhas terras galesas?
— Você não tem nada a temer Lorde Dafydd. Apenas apareça no
tribunal com a prova de posse e o juiz não o irá incomodá-lo mais.
Dafydd tomou um rápido gole de vinho. A maldita coisa estava longe
de ser tão satisfatória quanto um gole de hidromel galês. Ele controlou seu
temperamento crescente. As terras em questão estavam dentro do País de
Gales. Elas eram tudo o que lhe restava do direito de primogenitura que
lhe fora negado pelo irmão. Ele não as abandonaria nem defenderia sua
reivindicação em um tribunal arbitrário inglês.
— Majestade pelo Tratado de Aberconwy isso só pode ser
determinado pela lei galesa.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Sim mas acredito que essas terras se conectam com as que eu
tomei na rebelião. Portanto como elas tocam terras que são tecnicamente
inglesas você pode ser chamado para comparecer em um tribunal inglês.
Dafydd estava nervoso. Não havia como ele vencer este jogo de
poder.
— Sim, Majestade — disse ele inclinando a cabeça.
Apesar de tudo o que ele tinha feito para ajudar Edward a alcançar
sua vitória ainda se resumia a uma coisa. Ele não era inglês e nunca
poderia ser não importando quantos títulos ou privilégios que Edward
colocasse sobre ele.

Os doze dias do Natal foram uma época de animação e alegria uma


época em que homens comuns e nobres comemoravam do nascer do sol ao
por do sol. O Palácio de Westminster não foi exceção hospedando as
maiores celebrações de todas.
Grandes banquetes eram montados diariamente e eram mantidos
em atividade até que os últimos foliões caíssem em um sono bêbado.
Cerveja e vinho fluíam livremente junto com hidromel e vinho temperado
com especiarias. As pessoas dançavam cantavam e participavam de jogos
até o início da manhã quando cambaleavam para casa para descansar por
algumas horas antes de começarem tudo de novo.
Esta noite era a Noite de Reis a última noite das celebrações. Logo a
casa do Conde de Dunsmore retornaria às Marches.
Alys separou o vestido de veludo creme que era sua criação favorita.
Gwen tocou nos bordados de prata e ouro no arminho branco no colar de
pérolas costuradas no decote.
— Doce Maria é lindo!
— Há um manto e chinelos combinando também milady — disse
Alys com orgulho.
— O que eu faria sem você, Alys?
A velha corou e começou a ajudar Gwen a vestir-se. Ela terminou de
amarrá-lo em seguida colocou um cinto de ouro e prata em torno da
cintura de Gwen.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Gwen alisou o pano macio sobre sua barriga.
— Eu não me lembro de ser tão apertado.
Alys tocou a bochecha de Gwen.
— Você já pensou em quanto tempo passou desde o seu último
fluxo?
A mão de Gwen se espalhou por seu abdômen.
— Desde antes de... — querido Deus desde antes de seu casamento
há dois meses! — Estou grávida — ela sussurrou.
Alys sorriu seus olhos brilhando.
— Sim eu pensei que você poderia estar.
Gwen permaneceu imóvel por muito tempo.
— Onde está Richard?
— Eu acredito que ele está com Sir Charles e Owain. Devo chamá-lo
para você?
A excitação borbulhava na alma de Gwen. Ela queria dizer a ele
imediatamente mas estava quase na hora de partir para o palácio.
— Não.
Ela esperaria até que voltassem para casa hoje à noite. Eles fariam
amor como de costume e quando estivessem aconchegados juntos ela diria
ao homem que ela amava que ela carregava seu filho. Seria perfeito.
Quando ela se juntou a Richard no pátio seu olhar apreciativo
enviou faixas de calor em espiral através dela. Ela colocou a mão enluvada
na dele e ele a puxou para perto.
— Você se parece com a princesa das fadas que eu vi uma vez. — ele
murmurou.
— Onde você viu essa fada milorde? — ela perguntou com um
sorriso tímido.
— Em uma caverna de luzes. Era em uma montanha galesa onde
cenas como esta não são incomuns. Ela era um espetáculo para ser visto.
Toda fogo e beleza tanto que eu fui instantaneamente tomado por ela.
— E o que você fez com essa fada milorde?
— Eu a empalei com a minha espada. — ele disse muito a sério.
Gwen riu.
— Você é tão perverso! Ela gostou poderia me dizer?

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele sorriu.
— Ela não reclamou pelo que me lembro.
Gwen se aproximou dele.
— Talvez você demonstre para mim mais tarde. — sua voz não
passava de um sussurro rouco.
— Jesus você é uma provocadora moça.
Ela lhe lançou um olhar.
— Estou lhe excitando?
— Insuportavelmente.
— Então vamos pular as festividades e criar a nossa própria.
Ele a pegou nos braços e colocou-a em Saffron.
— Edward está nos esperando amor. Quanto mais cedo partirmos
mais cedo poderemos voltar.
Gwen suspirou em desapontamento e resignou-se a uma longa noite.
Manter o segredo dela era mais difícil do que ela imaginara. A viagem para
o palácio não demorou muito mas ela se viu encarando o belo perfil do
marido ansiosa para contar-lhe as novidades.
Felizmente, Rei Edward separou-os assim que chegaram levando
Richard até onde ele estava com os Condes de Lincoln, Warwick, Oxford,
Gloucester e Pembroke.
Gwen se juntou ao grupo de damas da Rainha Eleanor no estrado.
Catherine de Lacy deu um tapinha indicando o assento ao lado dela e
Gwen se sentou.
— O casamento fez bem a você Gwenllian. — disse Eleanor.
— Obrigada Majestade. — A notícia estava explodindo dentro dela
mas ela não podia dizer a estas mulheres antes de contar a Richard.
— Você positivamente brilha. Não concorda Margaret?
— De fato! — exclamou Margaret de Valence. As outras senhoras
assentiram vigorosamente. Gwen murmurou com gratidão.
Claro que ela brilhava! Ela estava apaixonada pelo homem mais
bonito de todo o mundo e a prova desse amor crescia agora mesmo dentro
dela.
Como ela ansiava pelo fim desta noite para ter Richard somente para
si!

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Mas o tempo tinha uma maneira engraçada de se arrastar quando
queria que fosse mais rápido. A conversa no palanque variava passando de
bebês a criados de costura a cosméticos e guerra. As esposas dos barões
mais poderosos de Edward não eram cabeças-ocas. Muitas vezes a
responsabilidade de dirigir o castelo caía sobre os seus ombros quando os
maridos partiam e elas eram bem versadas em uma variedade de
empreendimentos.
A Rainha Eleanor acenou com a mão para onde o marido se
agrupava com seus barões.
— Edward vai me enlouquecer com toda essa conversa sobre uma
Cruzada — disse ela pegando em um leão dourado em seu manto. — Eu
não quero fazer outra viagem para a Terra Santa.
— Você sempre pode ficar aqui com o resto de nós Majestade —
ofereceu Margaret.
Eleanor riu o som de um pequeno pássaro cantando.
— Não, eu não poderia viver sem o meu Edward por tanto tempo. A
última Cruzada levou quatro anos e eu estava com ele a cada passo do
caminho. Quando ele for eu vou junto.
Gwen sentiu um arrepio na nuca. Ele rastejou pela coluna dela
crescendo e se espalhando junto com suas suspeitas. Richard havia ido a
última Cruzada com o Rei Edward. Ela lembrou-se dele dizendo-lhe de um
lugar chamado Saara um lugar com areias ardentes do deserto e um vento
chamado Sirocco.
Quase freneticamente, seus olhos o procuraram. Ele não era difícil
de encontrar. Sua cabeça escura se elevava sobre os outros barões mas
mesmo que não fosse esse o caso ele teria sido inconfundível. Como
alguém poderia se comparar ao esplendor de Richard de Claiborne?
Ela o observou incapaz de afastar o olhar com medo de que ele
desaparecesse se ela não pudesse vê-lo. Ela sabia – Querido Deus ela
sabia!
Richard estava partindo. Ela não tinha que perguntar a ele. A
mesma lealdade feroz que o levara a arriscar sua vida nas fronteiras o
mandaria para o outro lado do mundo para lutar e talvez morrer por seu
rei.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Inconscientemente Gwen agarrou seu estômago. E o filho deles?
Sim, ela sabia que era um filho. Ela não sabia como mas sabia disto. Será
que ele cresceria sem pai, tomaria o lugar do pai muito antes do que
deveria?
Gwen respirou com dificuldade. Era um fato da vida que os homens
fossem para a guerra. Seu pai havia ido. Rhys também. Mas o pensamento
de Richard em tal perigo a aterrorizava nas profundezas de sua alma.
Ela tinha ficado tão desesperada por ele quando partiu para parar o
ataque. E se também admitisse isto ela ficara desesperada no dia em que o
vira pular em Sirocco e avançar sobre os atacantes da caverna. Como ela
viveria temendo por ele a cada respiração sentindo falta dele com cada
fibra de seu ser?
A fumaça estava sufocando-a. Seu sangue batia em suas têmporas
enquanto a música e a risada cresciam em seus ouvidos. Ela tinha que
sair do salão tinha que ficar sozinha por um tempo. Silenciosamente ela se
levantou e se afastou da rainha e de suas damas.

Gwen perambulou pelos corredores e salas do Palácio de


Westminster. Ela não sabia onde estava ou para onde estava indo. Tudo o
que ela queria era esquecer.
Ela abriu uma porta e saiu tropeçando para um pátio silencioso.
Embora o ar estivesse frio ela não percebeu. Com raiva ela limpou as
lágrimas que escorriam pelo rosto. Nunca chorara tanto até se casar com
Richard!
Ela riu quase histericamente. Talvez ela não chorasse tanto quando
ele fosse embora. Ela afundou em um banco de pedra. Talvez ela nunca
parasse até ele voltar.
Gwen pensou que ela entendia o que a aversão de Richard a se
apaixonar tinha sido. Bem ela podia imaginar a dor do pai por perder a
esposa. Richard dissera que nunca quisera se importar tanto com uma
mulher. Isso significava que ele não a amava tanto quanto ela? Era por
isso que ele conseguiu deixá-la quando ela não suportava a idéia de viver
sem ele?

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ela não sabia quanto tempo ficou sentada antes de sentir a mão em
seu ombro. Ela pulou meio que esperando ver Richard.
— Dafydd!
Ele sorriu.
— O que você está fazendo aqui Gwenllian?
— Nada. A sala parecia sufocante então decidi dar uma volta. O que
lhe traz aqui Lorde Dafydd?
Ele suspirou.
— Você não vai me chamar de ewythr?
— Eu creio que não!
Dafydd encolheu os ombros.
— Eu não sou tão ruim assim Gwenllian. Meu irmão e eu
simplesmente discordamos sobre a melhor maneira de administrar o País
de Gales.
— É por isso que você tentou assassiná-lo? — Gwen não pôde conter
o desprezo de sua voz.
— Foi um erro. Eu daria tudo para mudar isto. E não fui só eu. O
Príncipe de Powys queria sua morte a muito mais tempo do que eu.
— Gruffydd ap Gwenwynwyn — ela cuspiu — Ele teria colocado você
no trono apenas para servir aos seus próprios fins.
— Bem nós não tivemos sucesso e faz quase dez anos que tudo
começou. Eu tive tempo de me arrepender deste erro juvenil.
Gwen franziu o cenho. Ela estava muito chateada com sua própria
vida para se preocupar com Dafydd. Isso a tornava mais ousada do que
ela jamais sonhara em sua vida.
— Conte-me sobre minha mãe. Por que ela foi embora? Ou ele a
mandou embora, como você diz?
— Ele a mandou embora Gwen. Não diretamente mas ele fez tudo do
mesmo jeito.
— Por quê?
Dafydd hesitou.
— Porque ele acreditou que ela era infiel. Eurwen não suportou e foi
embora.
A respiração de Gwen encurtou.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Infiel?
Ele assentiu.
— Llywelyn nunca teve muita sorte em gerar filhos. Quando você
veio bem...
Gwen se inclinou pesadamente contra o banco atordoada em
silêncio. Querido Deus todos esses anos. Era por isso que ela nunca pôde
ganhar a afeição de seu pai por que ele negociara seu futuro tão
facilmente. Ele não acreditava que ela fosse sua filha. Fazia muito sentido
agora.
— Ele nunca me denunciou — ela sussurrou.
Dafydd encolheu os ombros.
— Ele não tinha provas.
Gwen olhou para a escuridão. Seu pai poderia tê-la negado se
quisesse tendo prova ou não. Ele era o Príncipe de Gales pelo amor de
Deus! Se ela era realmente dele ou não ele a criara como sua dando-lhe
um título. Se nada mais ela lhe devia isto.
Gwen estava muito desorientda para ouvir os passos que se
aproximavam ou para perceber que Dafydd havia se levantado e estava
encarando o intruso em um desafio silencioso.
— É um prazer como sempre, Príncipe Dafydd. Ou seria Lorde
Dafydd? Eu nunca consigo lembrar de que lado você está.
O olhar de Gwen se voltou para Richard. Seu coração se revirou ao
vê-lo. Ela queria se perder em seus braço ao mesmo tempo em que queria
dar um tapa em seu amado rosto por não contar a ela sobre a cruzada.
Dafydd sorriu preguiçosamente.
— Um dia Dunsmore vou me deliciar em vê-lo derrubado.
— Espero que você pretenda viver muito tempo — disse Richard
mostrando os dentes em uma imitação de sorriso.
— Ah, eu irei — Dafydd respondeu indo em direção ao palácio.
Gwen sentiu um calafrio passar por ela. Não a surpreendeu que eles
fossem inimigos mas algo no tom de Dafydd a deixara intrigada. Muito
confiante muito certo de si mesmo.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Mas ela não conseguia pensar nisso agora. Tudo o que ela conseguia
pensar era no homem que se elevava sobre ela. Ele a levantou e a puxou
contra ele.
— Jesus você está congelando. Por que você veio aqui? — ele exigiu.
Gwen se agarrou a ele deixou seu calor fluir sobre ela. Ela fechou os
olhos. A emoção rolou através dela em ondas quando ela agarrou seu
casaco com as duas mãos pressionando seu corpo contra ele e respirou
seu aroma único.
Ela disse a si mesma que não deveria se comportar assim. Ela disse
a si mesma que deveria estar reclamando com ele. Gritando, batendo,
chutando, arranhando. Ela o segurou mais apertado.
— Venha — disse ele puxando-a para a porta.
Quando eles estavam dentro ele desceu o corredor então a puxou
para uma alcova sombreada. Seus dentes começaram a bater.
Richard praguejou depois começou a esfregar os braços dela
vigorosamente. Ele pegou um servo que passava apressado e ordenou que
ele os levasse para uma sala privada com um fogo.
O homem fez uma reverência brusca.
— M... Milorde eu teria que encontrar o mordomo e...
— Leve-nos para um quarto agora meu amigo ou você se encontrará
sem uma parte muito preciosa de sua anatomia — Richard ameaçou em
uma voz calma — Eu não me importo com quem você tenha que insultar
para fazer isto. Culpe o Conde de Dunsmore quando alguém lhe
perguntar.
— Sim, milorde. Se for assim milorde — ele respondeu.
Ele conduziu-os a uma sala ricamente decorada com um fogo
crepitante depois se curvou profusamente quando Richard lhe deu moedas
de ouro por causa de seu incômodo. Richard trancou a porta enquanto
Gwen foi ficar ao lado do fogo.
Ela olhou para o tapete de aparência estranha espalhado diante da
lareira. Era uma fera com presas medonhas longos cabelos escuros ao
redor da cabeça e um suave pelo castanho-amarelado.
— É um leão. — disse Richard atrás dela.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Um leão. — ela repetiu. Ela não tinha ideia de como era um leão.
Tudo o que ela já vira fora o símbolo do leão no brasão do rei. Certamente
aquilo não se parecia com isto.
— Por que você saiu do salão sem me dizer?
Gwen olhou para ele estudou suas feições enquanto se endureciam
de raiva.
— Cristo eu procurei por você metade da maldita noite! E o que
diabos você estava fazendo com Dafydd ap Gruffydd?
Gwen começou a rir. Ela não conseguia parar mesmo quando seu
rosto parecia esculpido em pedra. Ele agarrou seus braços e sacudiu-a
suavemente. Gwen soltou a última gargalhada depois ficou em silêncio
olhando para ele sabendo que toda a mágoa que sentia por dentro estava
escrita em seu rosto.
— Quando você ia me dizer?
Sua expressão desmoronou. Ele se virou e passou as mãos pelo
cabelo depois se sentou pesadamente em uma cadeira as pernas
estendidas na frente dele. Seu olhar se ergueu para o dela.
— Logo — disse ele.
— Quando você parte?
— Eu ainda não sei. Seis meses um ano — ele deu de ombros seu
dedo traçando a borda da mesa. — Haverá uma reunião na primavera para
determinar.
Seis meses! Deus se ele fosse embora ela teria seu filho sem ele. Por
alguma razão isso a assustou e ela sabia o que Elizabeth devia ter sentido.
Seu pulso acelerou.
— Você não pode ficar?
Sua mandíbula endureceu.
— Não.
O silêncio se estendeu entre eles até que ele se atirou para fora da
cadeira e a colocou de joelhos no tapete de leão. Ele segurou o rosto dela
entre as mão dando-lhe beijos leves como a pluma ao longo de sua testa
seu maxilar a fina coluna de sua garganta.
— Com Deus por minha testemunha eu não quero deixar você mas
devo.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Estou grávida — desabafou Gwen.
Ele recostou-se nos calcanhares. Gwen mordeu o lábio trêmulo. Não
era assim que deveria acontecer. Ela contara em uma esperança
desesperada para que ele não a deixasse se soubesse mesmo quando ela
percebia que esta esperança era inútil.
— Você tem certeza? — ele perguntou com os olhos arregalados.
Gwen assentiu.
— Eu não tive meus fluxos desde que nos casamos.
Ele estava beijando-a de repente esmagando-a contra ele. Ele a
ergueu contra seu coração então a deitou no tapete inclinando-se sobre ela
beijando-a sem parar.
— Eu amo você — ele murmurou em galês mais e mais enquanto
seus lábios percorriam seu pescoço. Ela podia sentir a batida de seu
coração rápida e forte misturando-se com a dela.
Só por agora só desta vez ela queria esquecer o inevitável e se juntar
a ele como deveriam fazer naquele momento glorioso que compartilhavam.
Ela pensaria na Cruzada e em seu pai mais tarde.
Não houve necessidade de preliminares. Ambos sabiam que somente
quando se unissem profundamente seriam capazes de esquecer pelo
menos por um tempo. Gwen arqueou os quadris para recebê-lo se
gloriando na sensação poderosa dele se movendo dentro dela.
Seu acasalamento não foi descontrolado pela primeira vez. Longos
minutos se passaram enquanto Richard permanecia completamente imóvel
concentrando todo seu amor em sua boca. Nesses momentos ela podia
senti-lo profundamente dentro dela seus corações batendo como um só.
Gwen nem se importou quando sentiu o calor das lágrimas correndo
pelas têmporas. Richard as afastou sussurrando palavras de amor que só
as fizeram cair mais rápido.
— Oh, Richard não é perto o suficiente. — disse ela — Nunca pode
estar perto o suficiente.
— Eu sei meu amor eu sei.
Gwen não tinha dúvidas de que ele entendia. Não importava quão
próximos eles estivessem nunca chegavam perto o suficiente.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Quando acabou e ele embalou-a contra ele Gwen agarrou-o com
força não querendo deixá-lo ir.
Esta noite ela perdera um pai. Logo ela perderia um marido.

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Capítulo 33
O tempo estava se movendo muito rápido. Richard encostou-se a
parede e olhou para o vale abaixo. Ele assumira o hábito de Gwen de subir
as muralhas do castelo sempre que estava perturbado. Era reconfortante
de alguma forma estar tão alto e enganar-se acreditando que se estava
sozinho no mundo.
Eles estavam em casa há uma quinzena e Gwen estava mais
adorável a cada dia seu ventre suavemente inchando com seu filho.
Richard adorava olhar para ela para o milagre de seu corpo. Quando
ela estava vestida era quase imperceptível porque ela era muito pequena.
Mas quando ela deitava na cama nua diante de seus olhos a prova estava
lá. Às vezes, quando ela dormia ele puxava as cobertas e olhava para ela,
gravando cada momento em sua memória. Só Deus sabia quanto tempo
duraria.
Mais um mês e ele partiria para o conselho do rei em Wessex. Ele
esfregou a testa distraidamente. Tudo estava acontecendo muito
rapidamente.
Ele já percebera que ela estava se afastando dele. Não era nada
específico nada em que ele pudesse colocar o dedo mas sentia da mesma
maneira. Era como se ela retivesse uma parte de si mesma como se
recusasse a compartilhar seu eu interior.
Richard respirou fundo. Deus ele nunca pensara nunca sonhara que
podia ter um sentimento tão profundo por uma mulher. Ele era de fato o
filho de seu pai. E ela era filha do assassino de seu pai.
Ele empurrou esse pensamento para longe novamente imaginando-a
e uma dor devastadora rasgou através dele. E se ela não sobrevivesse ao
parto? Deus o perdoasse mas ele já matara uma mulher com o filho dele.
Ele não suportaria perder esta.
Ele se recusou a pensar em deixá-la enquanto ela ainda estivesse
grávida embora a possibilidade existisse.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Sua mão se desviou para o punho da espada uma defesa física
contra uma ameaça fantasma. Ir à Cruzada era algo que ele tinha que
fazer algo que ele poderia suportar sabendo que ele iria vê-la novamente.
Porém se ela morresse ele seria como o pai dele? Delirante, bêbado,
despedaçado?
— Richard?
Ele se virou ao som da voz dela. Deus ela era linda! Suas madeixas
ruivas mal eram contidas pelo anel dourado que ela usava. Sua pele
sempre da cor do mais puro marfim estava rosada com o frio. E o cheiro
dela...
Rosas. Ele roubou para ele carregado pelo vento frio. Ele respirou
profundamente. Uma rosa no inverno. Ela também era da cor delas
vestida com uma túnica vermelha e uma camisa vermelha. Até o manto
dela era carmesim.
Richard sentiu suas virilhas respondendo apertando preenchendo.
Ela o transformava em uma fera escravizada quando estava por perto.
— Sim, meu amor?
Ela sorriu timidamente e aproximou-se. Suas mãos delicadas
enluvadas em veludo macio espalhadas pelo peito dele. Seu lindo rosto se
voltou para o dele e ele se viu afogando em olhos da cor da primavera.
Distraidamente ele traçou o lábio inferior com o polegar. O que ele
fizera para merecer o amor desta mulher?
— Eu tenho pensado — ela começou — desde que você não vai ficar
para trás quando o rei for por que você não me leva com você?
Richard fechou os olhos.
— Gwen... — eles haviam tido esta conversa muitas vezes embora
isto fosse uma nova reviravolta. Sempre antes ela implorava para ele ficar.
— Eu não posso levá-la cariad.
— Por que não? A Rainha Eleanor irá.
Ele abriu os olhos para olhar para ela.
— Se eu levasse você, você me odiaria antes de acabar. A Terra
Santa não é nada além de poeira e calor tão escaldante que sufoca a
respiração. A jornada é longa e miserável confinada em barcos navegando
sem ver a terra por semanas a fio.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Mas se eu estivesse com você...
Richard balançou a cabeça veementemente.
— É muito perigoso. Se Deus nos livre nós formos derrotados você
sabe o que aqueles pagãos fariam a você? Um olhar para você minha
preciosa esposa e eles a levariam para um harém para cuidar de um sheik
gordo e careca pelo resto de seus dias.
Ela olhou para ele seu lábio tremendo. Então seu rosto ficou
nublado de raiva. A mudança foi tão rápida que Richard não estava
preparado quando ela se afastou dele.
Ela girou em torno de uma chama de cor brilhante cuspindo como
um gato selvagem.
— Bem! Vá sem mim! Você não se importa com o que acontece
comigo. Você está disposto a me deixar assim como você fez com Eliz...
— Silêncio! — ele disse sua voz cortando como um chicote no ar
invernal. Ela parou seus dentes firmemente agarrando seu lábio inferior.
Richard cerrou os punhos ao seu lado lutando para conter sua raiva
repentina. — Sugiro que se você não quiser nos levar além do que é
perdoável, não dirá mais nada.
Ela ficou ali olhando para ele seus belos seios subindo e descendo.
Richard se considerava um louco. Por mais zangado que estivesse a idéia
de soltar os mamilos de seu vestido e sugá-los até a excitação fez com que
ele ficasse mais duro do que as muralhas de pedra em que ele estava.
Ele quase se odiava pela fraqueza.
Ele deu um passo na direção dela sem ter certeza do que faria
naquele momento. Ela ergueu a mão para detê-lo.
— Eu gostaria de nunca ter conhecido você. — disse ela sua voz
afiada com a angústia — A dor é demais. Eu lhe odeio mesmo quando lhe
amo.
Ela recuou até ter certeza de que ele não iria se mover depois se
virou e fugiu. Richard caiu contra a pedra inflexível de repente cansado.
Jesus ela estava certa! Nenhuma ferida recebida na batalha jamais
machucara tanto.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Alys a repreendeu enquanto Gwen esfaqueava sua agulha através do
bordado.
— Eu não queria costurar de qualquer maneira — disse Gwen
jogando o bordado de lado e ficando de pé. Ela andava de um lado para o
outro torcendo as mãos inconscientemente. Alys a observou por um
minuto depois balançou a cabeça e se inclinou sobre o trabalho.
Gwen sentia que iria explodir a qualquer momento. Ela estava
tentando – Deus como ela estava tentando! – viver cada dia com Richard
como se fosse o último. Mas a tensão estava desgastando-a porque ela
sabia que um dia seria o último deles.
Ela o empurrava para longe ela o puxava para ela. Ela o amava, ela o
odiava.
Ele não iria ficar. Ele não iria levá-la. Ele havia determinado que ela
não tivesse voz no assunto. Não era sua vida e sua felicidade em jogo
também? Mas ele era um homem. E os malditos homens sempre achavam
que sabiam o que era melhor!
Ela parou na janela e olhou para Snowdon. Ela não contara a ele o
que Dafydd havia dito sobre o pai dela. Ela não contara a ninguém nem a
Alys, que poderia saber algo mais. Gwen não suportava falar em voz alta
por temer que isso fosse verdade.
Seu pai nunca a denunciara e ela nunca o denunciaria. Mas um dia
ela perguntaria se ele realmente acreditava que ela não era dele se essa era
a razão pela qual ele nunca a amara como ela desejava. Ele lhe devia uma
resposta e ela não aceitaria nada menos que a verdade não importava o
quanto doesse.
Ela não vira Richard pelo resto da tarde. Quando o sino do jantar
tocou ela desceu para o salão e se juntou a ele no estrado. Eles comeram
em silêncio enquanto o riso flutuava ao redor deles provocando e
atormentando.
Quando a refeição terminou, Gwen se desculpou e voltou para a
câmara principal. Ela sentou-se por um tempo trabalhando no bordado
que ela havia deixado de lado antes, depois desistiu e se preparou para
dormir.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Deitada de lado ela acariciou os lençóis onde Richard deitaria. O que
estava acontecendo com ela? Ela não gostava da pessoa que ela estava se
tornando perto dele. Mesmo sabendo que estava errada ela não conseguia
se impedir de discutir com ele de empurrá-lo de tentar fazê-lo tão
miserável quanto ela.
Se ela continuasse ele ficaria feliz em deixá-la.
Ela passou a mão pelo lençol e colocou-a na barriga. Acariciando a
curva suave ela conversou com seu bebê. Podia ser ridículo mas ela fez
isto no entanto, apenas parando quando ouviu a porta abrir e fechar.
Ela fechou os olhos e fingiu dormir quando Richard foi para a cama.
Ela esperou, esperando que ele a tomasse em seus braços sabendo que ele
não o faria.
Sua respiração não aprofundou e ela sabia que ele estava acordado
como ela. Ela queria tocá-lo romper o abismo crescente entre eles mas era
muito difícil.
— Richard?
Ele suspirou.
— Sim?
— Você não será fiel, não é? — perguntou ela em voz baixa.
Ele ficou em silêncio por um longo momento. Gwen se amaldiçoou
por dizer isto quando na verdade ela não queria ouvir a resposta. Mas isto
estava no fundo de sua mente a tanto tempo que ela precisava tirá-lo.
Silenciosamente ele disse:
— Quando a necessidade me alcançar será seu rosto sua voz que
ouço seu corpo que toco.
Gwen sufocou o riso amargo.
— Oh, é tão reconfortante! — Por que ela perguntara? Por que os
homens não podiam ser fiéis mesmo onde havia amor? Ela já sabia disto
mas ela insistiu em fazê-lo dizer. Idiota, idiota, idiota!
Sua voz se encheu de raiva e arrependimento.
— E quanto a mim? E as minhas necessidades? Você se importará
muito se eu tomar um amante na sua ausência?

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ela sabia que estava provocando-o e se odiava por fazê-lo mas estava
em um caminho sem retorno. Ela queria que ele sentisse o que ela estava
sentindo.
Rápido ele estava em cima dela seu corpo duro pressionando em
suas curvas suaves o rosto preso entre as mãos. Nas sombras lançadas
pelo fogo bruxuleante ela podia ver o contorno de suas feições dura,
furiosa, de tirar o fôlego. Estranhamente, uma onda de alegria rugiu por
suas veias.
— Cristo todo-poderoso Gwen! Você quer minha fidelidade? Isto
sossegará sua mente? Você finalmente irá parar com esta loucura?
Gwen abriu a boca mas ele apressou-se antes que ela pudesse falar.
— Por Deus, você tem então! Por minha honra juro-lhe que não irei
para a cama com nenhuma outra. Se eu ficar fora por um ano ou dez não
importa. Eu não terei ninguém além de você, nunca.
Sua boca reivindicou a dela em um beijo selvagem. Ele não era gentil
nem ela queria que ele fosse. Ela precisava sentir sua paixão por ela queria
saber que ele precisava dela desesperadamente para que ela pudesse
continuar vivendo por mais um dia.
— Você é minha. Minha! — ele disse contra seus lábios — O que
você precisa para provar isto para você? Você precisa saber que eu só
anseio por você?
— Sim — ela respirou — sim.
Com um gemido ele deslizou as mãos pelos lados dela sobre as coxas
trêmulas e as prendeu atrás dos joelhos.
Gwen choramingou baixinho quando ele levou os joelhos até o peito.
E então ela o sentiu.
Sua voz era rouca de necessidade.
— Então é melhor você aguentar meu amor. Estou prestes a provar
isto para você em termos que você nunca esquecerá.
Um grito de excitação deliciosa se construiu em sua garganta. Ele
entrou nela em um impulso duro bebendo seus gritos em sua boca
enquanto seu corpo começava o ritmo acelerado que os levaria a tremer de
satisfação antes que terminasse.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Era tarde da noite quando Dafydd entrou no pátio de seu castelo na
costa galesa, perto de Chester. Ele tinha acabado de passar uma bela noite
em Ashford Hall fodendo a dona da mansão.
Anne era uma companheira de cama deliciosa. Não havia nada que
ela não tentasse. Pela vida dele ele não conseguia entender por que
Dunsmore desistira dela! Certamente a pequena Gwenllian não poderia ser
tão interessante.
Mas a necessidade de Anne de ter um homem entre suas pernas era
sua ruína. Ela era muito fácil de manipular desde que ela achasse que
poderia conseguir alguma medida de poder.
Contanto que ela fizesse o que Dafydd pedisse quando ele pedisse ele
não se importava com o que tinha que prometer a ela. E agora ele a queria
de volta dentro do Castelo de Claiborne com um par de seus homens a
reboque. Se seu palpite estava certo Richard de Claiborne não era nada
parecido com o que parecia, e Dafydd precisava de detalhes.
Ele desceu do cavalo e atirou as rédeas para um cavalariço que
esperava. Uma mulher vestida de verde correu para ele e jogou os braços
ao redor de seu pescoço.
— Eu senti tanto a sua falta Dafydd!
Dafydd riu depois beijou a esposa profundamente.
— Também senti sua falta, Lisbeth. Como estão os pequeninos?
— Ansiosos para ver seu pai — disse ela recuando. Ela ainda
segurava a mão dele e Dafydd sorria. Lisbeth era esbelta e bonita e ela o
amava com devoção. Ela deu a ele dois filhos e uma filha nos cinco anos
em que estavam casados. E ele ainda tinha quatro outras crianças com
suas amantes galesas.
Se algo o confortava era em saber que Llywelyn o invejava por sua
habilidade de gerar filhos. Porém mesmo isto não era mais verdade agora
que a esposa de Llywelyn estava grávida.
Dafydd colocou o braço em volta da esposa e eles entraram no salão.
Ele parou seu braço caindo para o lado e a encarou.
— Oh, Dafydd eu esqueci-me de lhe dizer que ele estava esperando...
— Tudo bem minha querida — disse ele.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Hywel ap Madog ficou de pé.
— Príncipe Dafydd.
Dafydd encontrou o olhar aguçado do outro homem por alguns
instantes. Sem se virar ele disse: — Lisbeth mande comida e bebida para o
solar. Hywel e eu vamos conversar lá.
Ele ouviu Lisbeth engolir enquanto ela murmurava: — Sim, Dafydd
— e ele sabia que ela não perdera o significado da saudação mais do que
ele. Príncipe.
Os dois homens entraram no solar. Dafydd fez um gesto para o
senhor do norte Clwyd se sentar. Hywel afundou o corpo em uma cadeira e
Dafydd sentou-se à frente dele tirando as luvas e jogando-as na mesa.
— Como foi a reunião com o rei? — Hywel perguntou.
Dafydd apertou a mandíbula.
— Como esperado. Ele não vai controlar seus juízes nem policiar
seus agentes e xerifes. Em suma é normal para a Inglaterra e é melhor que
o País de Gales se acostume com isto. E Llywelyn?
Hywel se inclinou para frente.
— Ele está pronto para atacar mas não até que o rei se vá.
— E os outros chefes dos clãs?
— Eles o apoiam — os olhos de Hywel brilharam de repente — Mas
há aqueles de nós que preferem não esperar. Edward pode nunca partir e
a cada dia se vê a erosão de nossas vidas e nossa cultura. Não podemos
deixá-lo continuar com isto por mais tempo.
— Cura’r haearn tra fo’n boeth — Dafydd disse arqueando uma
sobrancelha —. Malde o ferro enquanto está quente.
Hywel assentiu.
— Sim.
— Você está me dizendo que eles irão me apoiar?
— Sim — foi dito sem hesitação.
Dafydd jogou a cabeça para trás e riu.
— Por que eu deveria arriscar? — ele gesticulou abrangendo a sala
— Olhe ao seu redor Hywel. Sua Majestade me favorece. Eu tenho terra e
dinheiro e favores reais.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Hywel se levantou de um pulo surpreendentemente rápido para um
velho senhor da guerra. Ele deu a volta na mesa e olhou para Dafydd.
— Não, Dafydd você é um galês por completo! Além disto você é um
príncipe do nosso povo. Você não pode ficar de braços cruzados enquanto
Edward esmaga o País de Gales sob suas botas. Foi porque você ama o
País de Gales que brigou com o seu irmão. Você não concorda com a
maneira como ele fez as coisas como desafiou as tradições e reivindicou
tudo!
Dafydd rangeu os dentes.
— Sim, e veja onde isto me levou.
A voz de Hywel se suavizou.
— Há aqueles que sempre simpatizaram com você Dafydd — ele
colocou uma mão endurecida pela batalha no ombro de Dafydd — Gorau
Cymro, Cymro oddi cartef.
— O melhor galês é o exilado — sussurrou Dafydd segurando a
borda da mesa. Deus todo poderoso! Tudo o que ele quisera nos primeiros
dias era sua parte legítima e seu lugar como igual ao lado de seu irmão. E
agora ele tinha a chance de liderar outra chance de reivindicar seu direito
de primogenitura.
Edward nunca mudaria. Suas leis sufocariam a própria vida do País
de Gales, se algo não fosse feito logo. Mesmo que ele houvesse prometido
respeitar os galeses e seus costumes, cada dia que passava provava que
ele não o faria.
Llywelyn esperaria até que não houvesse mais nada para salvar. Em
sua juventude ele ousara reivindicar o País de Gales como seu ousara
desafiar o irresponsável rei Henry III se atreveu a se casar com a filha de
um traidor.
Agora ele queria sentar esperar e jogar as coisas em segurança. A
idade estava pesando em Llywelyn e deixando-o preguiçoso. Esta poderia
ser a chance que Dafydd estava esperando.
— Muito bem Hywel. Vamos convocar uma reunião. Eu quero ver
quem está me oferecendo apoio antes de decidir.
Hywel ap Madog sorriu e deu um tapinha no ombro dele.
— Sim Príncipe Dafydd.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Não!
Richard se levantou acordou de um sono profundo. Seu primeiro
pensamento foi pegar sua espada mas quando ele se tornou mais coerente,
ele percebeu que Gwen estava ao lado dele e eles estavam sozinhos.
— O que é isto, Gwen?
— Não — ela disse mais suavemente chorando. Ele estendeu a mão
para ela abraçou-a enquanto afundava nas almofadas. Ela se encolheu em
seu peito tremendo.
— Diga-me cariad. Deixe-me ajudar — seu choro suave continuou e
ele acariciou suas costas ritmicamente. Ele temia muito que ela estivesse
sonhando com ele partindo e ele realmente não sabia como ajudá-la.
Ele exigira muito dela fez amor com ela até que seus corpos fossem
drenados de toda emoção. Tinha sido difícil para os dois: o derramamento
de sentimentos fortes demais para ser governado o entrelaçamento de
almas muito intenso para serem retiradas.
— Richard... eu tenho que ir para casa — ela sussurrou.
— Estamos em casa — disse ele com cuidado.
— Não — ela disse sua voz se tornando desesperada — Snowdon. Eu
devo ir a Snowdon.
Um calafrio percorreu a coluna de Richard.
— Snowdon? Por quê?
Ela se afastou dele.
— Eu tenho que ir! Elinor... é Elinor — sua voz quebrou em um
soluço Richard a puxou contra ele sem saber o que dizer para acalmá-la.
— O que quanto a Elinor querida?
— Eu vi... eu a vi morrendo.
Richard suspirou.
— É apenas um pesadelo. Vou mandar um mensageiro se quiser.
Nós teremos certeza de que ela está bem.
Ela agarrou seus ombros de repente seus dedos cavando em sua
carne.
— Richard peço-lhe você deve me deixar ir!

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— É só um sonho Gwen. Tudo ficará bem — disse ele perplexo com a
veemência dela.
— Você não entende — ela sussurrou — Eles se tornam realidade às
vezes.
— Não significa nada querida — ele acalmou.
— Sim, sim, sim! Você não entende!
Sua voz subiu histericamente. Richard foi tomado pelo medo que ela
se machucasse e pela criança que ela carregava. A corte do pai dela estava
a mais de vinte léguas de distância através das montanhas. Seria loucura
tentar ir até lá no inverno.
Ela se agarrou a ele tremendo, suas lágrimas banhando a carne
sobre o coração dele. Ele descansou o queixo no topo de sua cabeça seus
dedos dançando para cima e para baixo em sua coluna. Sua angústia se
contorceu dentro dele como se fosse a sua própria. Agora ele lhe daria
qualquer coisa que estivesse em seu poder dar-lhe.
— Silêncio, cariad. Vou levá-la a corte de seu pai prometo.
Sim ele a levaria para a corte de Llywelyn direto para o covil do
lobo...

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Capítulo 34
Nos últimos dias de fevereiro ventos fortes correram pelas passagens
da montanha. O vento bruto atacava através dos mantos forrados de pele e
dos trajes de lã. Richard olhou para Gwen que se aconchegava em Saffron.
Pela milésima vez ele se arrependeu por prometer trazê-la.
Fora tolice e ele era um tolo.
Ele realmente não considerou a magnitude do empreendimento
quando a abraçou – pequena e trêmula e certa de que só ele poderia fazer
o mundo direito de novo e cegamente concordou em fazer o que ela queria.
Ainda pior do que a viagem era imaginar que tipo de recepção
aguardava Black Hawk de Claiborne no salão do Príncipe de Gales. Os
cavaleiros que ele levara com ele não seriam suficientes se Llywelyn
decidisse quebrar o tratado de amizade.
Eles estavam aguardando o retorno do mensageiro que Richard
havia enviado à frente para solicitar permissão para prosseguir. Ele
poderia ter perdido o juízo quando Gwen estava preocupada mas ele seria
um condenado se ele surpreendesse Llywelyn aparecendo sem aviso
prévio.
Cristo ele deveria ter se recusado! Mas ela estava tão certa e tão
inflexível que ele sabia que se eles não tivessem vindo e algo acontecesse a
Elinor ela nunca iria perdoá-lo.
Sirocco bufou e sacudiu a cabeça. Neve e gelo rangiam sob os cascos
do garanhão enquanto Richard avançava para encontrar o mensageiro que
se aproximava.
— Milorde eles disseram para vir imediatamente. A Princesa Elinor
está em trabalho de parto — ele baixou a voz embora Gwen estivesse longe
demais para ouvir — Ela está tendo um momento difícil milorde.
Richard soltou um suspiro lento depois se virou e voltou para Gwen.
Deve ter aparecido em seu rosto porque tudo o que ela disse foi: — Diga-
me.
— Ela está viva Gwen.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Seus olhos ficaram distantes como se estivesse vendo algo depois se
concentrou nele mais uma vez.
— Ela não está bem.
Richard sacudiu a cabeça.
— Não.
Ela esporeou Saffron para frente e Richard sinalizou para seus
homens seguirem.
Quando chegaram ao castelo a saudação que receberam foi
desanimada. Gwen apeara de Saffron antes que Richard pudesse ajudá-la.
Sem esperar por ele ela subiu os degraus e entrou na fortaleza de seu pai.
Alys subiu atrás dela bufando e resmungando.
O olhar de Richard percorreu a estrutura com o olhar treinado de
um guerreiro. Andrew cavalgou até ao lado dele.
— Vê o jeito que eles estão olhando para nós, milorde?
Richard assentiu brevemente. Não havia como negar a hostilidade
aberta com que os galeses encaravam Black Hawk e seus homens.
— Tenho certeza que Llywelyn está preparado para qualquer coisa.
Reze a Deus para que ele não decida exigir um pouco de retribuição,
enquanto estivermos aqui.
— O que você quer que façamos?
— Não podemos nos sentar em nossos cavalos e esperar por uma
luta. Vamos aproveitar a hospitalidade do Príncipe de Gales. Diga aos
homens para manterem suas armas embainhadas e suas línguas em
silêncio. Eu vou ouvir qualquer sinal de problema. Duvido que esses
homens percebam que o inimigo fala galês — disse ele sorrindo
ironicamente.
Andrew devolveu o sorriso.
— Sim milorde eu aposto que você está correto sobre isto.
Richard desmontou agradecido por estar usando a cota de malha e
permitiu que um criado curvado o levasse para o salão.

— Gwen — disse Elinor em uma voz estridente — como você chegou


aqui?

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Gwen olhou horrorizada para a mulher pálida tão pequena na
grande cama diante dela. Ela abaixou e pegou a mão de Elinor.
— Elinor você sabia que eu não ficaria longe — disse ela sufocando o
nó na garganta. A mão de Elinor ardia de febre.
— É uma garota dessa vez Gwen — ela virou a cabeça para olhar
para o marido — O próximo será um filho.
Llywelyn limpou a testa dela com um pano úmido
— Sim querida o próximo será um menino — sua mão tremia
quando ele puxou o pano para longe.
— Onde está seu marido? — perguntou Elinor.
— Ele está comigo — Gwen respondeu sua garganta se fechando
com lágrimas não derramadas. Uma garota. Nem por palavras ou atos seu
pai mostrara desapontamento embora ela soubesse que ele deveria estar
machucado por dentro pois queria desesperadamente um filho.
— Ah! Eu pensei em você com frequência. Ele é bom para você? — os
olhos de Elinor se obscureceram um pouco seu rosto franzindo-se.
— Sim ele é bom para mim — disse Gwen olhando para o pai — Eu o
amo muito. E ele me ama.
Elinor sorriu.
— Eu lhe disse que daria certo.
— Sim você estava certa como sempre querida Elinor — Elinor
apertou a mão dela. O coração de Gwen afundou na fraqueza do aperto —
Oh, Elinor quando você estiver melhor vou visitá-la com mais frequência e
você deve vir me visitar. Nossos filhos poderão brincar juntos e faremos
sabão e perfume como costumávamos fazer.
— Sim eu gostaria disto — ela puxou a mão de Gwen para sua
bochecha — Você esta grávida?
— Sim. Será no final de agosto — disse ela recusando-se a pensar se
Richard ainda estaria com ela. Ela olhou para o pai encontrou-o olhando
para ela por sua vez sua expressão intensa.
— Oh, é tão lindo! Eu irei e ficarei com você Gwen — ela se virou
para Llywelyn — Posso ir meu querido?
— Claro que você pode — ele sussurrou sorrindo — Claro.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Eles ficaram em silêncio até que Elinor estivesse dormindo. O
coração de Gwen estava pesado quando ela entrou no solar adjacente.
— Gwen!
— Rhys!
Toda a sua emoção reprimida borbulhou quando viu o rosto amado
de seu amigo. Ela correu para ele se jogando em seus braços. Ele afundou
em um banco embutido na parede e embalou-a contra o peito balançando
para frente e para trás.
— Eu vi Rhys. Eu vi — ela disse lágrimas finalmente se soltando,
enquanto ela agarrava sua túnica — Ela vai morrer.
— Shh, Gwen. Não chore — disse Rhys.
Mas Gwen apenas chorou com mais força toda a miséria do mundo
parecia pairar sobre seus ombros. Logo Elinor estaria perdida para ela
junto com Richard e seu pai. Rhys segurou-a com força e deixou-a chorar
murmurando baixinho para ela.

Richard se levantou da mesa e fez um sinal. O falcão negro de


Dunsmore ondulou em seu manto e ele o jogou para trás para revelar sua
espada para que ninguém esquecesse que ele a carregava.
O menino veio até ele nervosamente. Andrew e os outros homens
sentavam-se em silêncio bebendo hidromel e fazendo caretas pelo sabor
adocicado. A cerveja inglesa era melhor.
Todo o salão ficou em silêncio enquanto Richard perguntava sobre o
paradeiro de sua esposa. Ele falou em francês não querendo que eles
soubessem que ele entendia o galês. O menino educado em línguas como
deveria ser entendeu perfeitamente e apontou para Richard seguí-lo.
Richard ouviu os murmúrios enquanto caminhava pelo salão.
Enquanto a hostilidade fosse apenas verbal ele poderia lidar com isto mas
ao primeiro sinal de traição ele e seus homens estariam prontos para
lutar.
Eles subiram um lance de escadas e o garoto apontou para uma
porta. Não estava completamente fechada e Richard abriu-a. O tempo

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


congelou. Ele ficou em pé silencioso imóvel seu coração um peso morto em
seu peito.
Gwen estava nos braços de Rhys ap Gawain. A mão de Richard se
desviou para sua espada. Seus primeiros pensamentos foram negros,
odiosos. Era tudo o que ele podia fazer para não desembainhar a arma
viciosa.
Eles estavam alheios à sua presença e ele se virou para ir embora
com medo de perder sua sanidade.
— Richard!
Ele parou sua voz musical como um punhal em seu coração. Ela se
desvencilhou dos braços de Rhys e correu para ele. Lágrimas escorriam
pelo seu rosto e ela colocou os braços ao redor dele segurando-o com força.
Rhys assistiu seus olhos travando com os de Richard seu rosto
angustiado.
— Ela está morrendo — Gwen sussurrou.
Richard segurou o olhar de Rhys seus braços se fechando
lentamente em torno de sua esposa. Ela era dele. Como ele pudera
imaginar o contrário? Depois de um momento ele abaixou a cabeça e
enterrou o rosto na nuvem fragrante de seu cabelo.
— Eu sinto muito Gwen — disse ele. Levado por uma necessidade
que ele não entendeu ele pressionou beijos contra sua garganta sua
mandíbula sua bochecha. Ele saboreou o sal morno de suas lágrimas
ansiava por torná-las suas — Eu sinto muito meu anjo.
— Me abrace Richard. Não deixe ir. Por favor não deixe ir.
Richard deslizou um braço atrás dos joelhos e levantou-a. Ela o
abraçou com força e ele se inclinou para pressionar sua bochecha contra a
dela.
Rhys ficou rígido o rosto cuidadosamente desprovido de emoção. Ele
passou por eles. Sem se virar ele disse: — Vou lhe mostrar onde levá-la.

Elinor Princesa de Gales prima do Rei Edward I caiu num sono


profundo e não acordou. Ela morreu três dias depois de febre puerperal.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Quando o médico deu a notícia ao grupo reunido no solar Llywelyn
se pôs de pé e entrou na enfermaria da esposa chamando o nome dela.
Richard pegou Gwen quando ela tentou seguí-lo.
— Deixe-me ir — ela sussurrou lutando.
Richard passou os braços em volta dela e a abraçou com força. Ela
caiu contra ele e começou a chorar. Alys enxugou seus próprios olhos com
um pedaço de seda e Rhys se levantou e caminhou até a janela para olhar
para a desolação além.
Llywelyn emergiu algum tempo depois a única evidência de sua
tristeza no avermelhado de seus olhos. Richard deixou Gwen sair de seu
abraço. Ela foi até o pai e o abraçou.
Ele a abraçou de volta então a afastou e enxugou uma lágrima de
sua bochecha.
— Não chore Gwen. Elinor não iria querer que você chorasse — ele
disse sua voz áspera — Você viu sua irmã? Ela é linda como a mãe dela.
— Pai...
Llywelyn colocou o dedo contra os lábios dela.
— Não moça — ele olhou para cima então cumprimentou Richard
pela primeira vez desde que eles chegaram — Dunsmore.
— Príncipe Llywelyn — estranhamente cara a cara com seu inimigo
Richard só podia sentir pena. Onde estava a sede de vingança o ódio que
queimara em seu peito por tanto tempo?
Llywelyn esfregou o braço de Gwen.
— Eu lhe disse o nome de sua irmã moça?
Gwen sacudiu a cabeça.
— Não pai.
Seu sorriso de resposta foi triste infinitamente distante.
— Gwenllian. Elinor insistiu em nomeá-la de Gwenllian — ele
apertou o ombro dela depois saiu do quarto.
Ela se virou encontrando o olhar de Richard. Seu coração se apertou
ao ver como ele era sua única fonte de força no mundo inteiro. Ele a
envolveu em seus braços e levou-a para seu quarto.
Com o pé ele arrastou uma cadeira até o fogo e afundou-se nela.
Gwen se encolheu em seu colo segurando a túnica nos punhos.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ela começou a falar contando a ele sobre a amizade de Elinor. Ele
colocou a bochecha contra o cabelo dela e ouviu sabendo que ela precisava
que ele não dissesse nada.
A luz do lado de fora das janelas se apagou e morreu e ainda assim,
ela continuou falando. Eventualmente sua voz sumiu e ele pensou que ela
estava dormindo. Sua mão se desviou para seu estômago e sua mão se
fechou sobre a dele.
— Você tem medo de eu deixar você como Elinor deixou meu pai?
— Não — ele mentiu — você é muito teimosa para isto — ele beijou
sua testa — Você vai ficar só para que você possa me irritar com sua
pequena língua afiada.
Na verdade ele estava mais assustado do que jamais estivera em sua
vida.
Ela bocejou.
— Eu não irei Richard. Eu não vou lhe deixar.
Como ela poderia prometer aquilo que ela não podia controlar?
— Eu sei meu amor.
Mesmo quando ela adormeceu Richard não se mexeu. Ele olhou para
as brasas brilhantes do fogo e pensou no homem que havia matado seu
pai. Onde ele uma vez se sentira queimando pela vingança, ele agora não
sentia nada. Jesus ele estava destinado a falhar sempre com seu pai?
Porém qualquer coisa que ele pudesse fazer seria pior do que o
inferno que Llywelyn estava vivendo agora? Sim, Richard reconheceu a dor
no rosto de Llywelyn a mesma dor de William de Claiborne quando sua
amada Catrin morreu.
Perder a mulher que ele amava era punição suficiente para
quaisquer pecados que Llywelyn pudesse ter cometido no passado.
Embora o príncipe pudesse ter levado o pai de Richard ele também lhe
dera Gwen.
O medo serpenteava por Richard duro e frio. Ela prometera não
deixá-lo. Ela prometera. Como ele poderia fazer menos por ela?
A vida era muito curta preciosa demais para arriscar um momento.
Ele nunca viveria sem ela. Ele nunca iria deixá-la.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele se levantou e levou-a para a cama. Ela murmurou algo quando
ele desamarrou os laços. Com cuidado ele a despiu e a enfiou debaixo das
cobertas. Suas pálpebras se abriram e ela enlaçou os braços ao redor de
seu pescoço puxando-o para perto.
Ele capturou seus lábios em um beijo suave seus braços
escorregando debaixo dela para moldar seu corpo ao dele.
— Eu não posso viver sem você, Gwen. Vou levá-la através do mar
através das montanhas e desertos através da poeira do calor e da neve e
do gelo embora você possa me odiar por isso, eventualmente.
Ela sorriu um sorriso sonolento e triste.
— Eu sabia que você não iria me deixar.
Richard abaixou-a para o colchão. Seus braços escorregaram de seu
pescoço e seus olhos se fecharam. Ele se despiu e subiu ao lado dela
colocando-a na curva de seu corpo.
Não ele não iria deixá-la. Ele rezava agora para que ela não o
deixasse.

Pelos próximos dias o Grande Salão do Príncipe de Gales ficou em


silêncio lamentando a morte de uma jovem demasiadamente gentil
demasiadamente linda para morrer.
Gwen encontrou sua força em Richard. Saber que ele estava ali deu-
lhe coragem para lidar com a morte de Elinor e com a depressão do pai.
Ela dirigiu os servos como Elinor teria desejado manteve o salão
funcionando tranquilamente e escolheu uma das damas de Elinor para
assumir a tarefa quando ela se fosse.
Ela estava ocupada revisando o plano de refeições com o cozinheiro
quando Richard a encontrou. Ele esperou pacientemente até que ela
dispensasse o homem.
— O que foi Richard? — ela perguntou deslizando em seu abraço
indiferente ao fato de que eles estavam no salão.
— Devemos retornar a Claiborne querida. Está chegando a data do
conselho.
— Oh! — ela disse baixinho, olhando para o peito dele.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele levantou o queixo dela com um dedo.
— Gwen. Eu esperei o quanto pude. Agora que o funeral acabou
devemos partir — ele sorriu suavemente — Além disto creio que Alys
anseia por Owain.
Gwen engoliu o caroço que havia subido em sua garganta.
— Sim você está certo. Nós devemos ir para casa. É só que eu me
preocupo com ele...
— Eu sei amor. Mas ele precisa de um tempo sozinho eu creio. Não
há mais nada que você possa fazer.
Gwen assentiu.
— Quando?
— Pela manhã — disse ele beijando-a na testa.
Ele a deixou para terminar as tarefas que havia começado mas ela
afundou em um banco. Ela queria perguntar ao pai sobre a reivindicação
de Dafydd mas não haveria tempo agora. Era cedo demais para pensar em
tais coisas.
Ela notou um grupo de guerreiros de seu pai olhando para ela. Ela
não percebeu que Rhys estava com eles até que ele se levantou e foi em
direção a ela. Ele segurava uma taça de prata na mão e quando afundou
no banco ao lado dela um pouco do hidromel espirrou sobre a borda e
desceu pelo braço.
— Como você pôde fazer isso, Gwen?
— Fazer o quê? — ela perguntou encontrando seu olhar vermelho.
— Você sabe o que eles dizem sobre você? — ele exigiu apontando
para os homens derramando mais hidromel pelo lado de sua taça — Eles
dizem que você é uma prostituta inglesa, a prostituta de Black Hawk.
Gwen endureceu.
— Eu sou sua esposa.
— Sim mas você gosta de se deitar com ele. Você gosta de deixá-lo
tocar em você. Você lambe suas botas como uma cadela no cio.
— Você bebeu muito hidromel Rhys — disse Gwen friamente
levantando-se.
Rhys agarrou seu pulso e a puxou de volta para baixo. Gwen tentou
se libertar mas seu aperto só aumentou.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Você ama o desgraçado, não é?
Gwen olhou para ele.
— Sim.
O aperto de Rhys se soltou e ela afastou a mão.
— Jesus Gwen. Como você pode? Você disse que o odiava. O que
aconteceu?
Gwen esfregou o pulso e suspirou.
— Ele não é o que você pensa Rhys. Eu não planejei amá-lo mas eu
o amo.
Rhys riu.
— Ele não é o que eu penso não é? Você planeja me dizer que ele não
mata os galeses? Que ele nunca foi para a guerra contra nós? Que ele não
reforça as leis do rei – leis destinadas a nos punir por sermos galeses?
— Não — ela disse baixinho com os olhos baixos.
— E você ainda o ama apesar de tudo isto?
— Sim.
Rhys se pôs de pé.
— Então você é uma traidora como todo mundo diz.

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Capítulo 35
O restante da neve se derretera deixando prados de seda verde-
dourada. Os sabugos espalhavam-se pelas árvores ocupados demais para
notar os brilhantes cachos de lírios perfumados que desabrochavam por
toda parte.
A viagem ao Castelo de Devizes em Wessex não fora desagradável.
De vez em quando Richard deixava Sirocco assumir a liderança e o
garanhão corria com a alegria de um potro. A primavera não era apenas
prazerosa para os seres humanos.
Richard adiara deixar Claiborne o maior tempo possível dando a si
mesmo menos de uma semana para fazer a viagem de cento e cinquenta
milhas42.
Ele se preocupava com Gwen embora ela jurasse que estava bem.
Ela estava grávida de quatro meses e ele ficava mais apaixonado por ela a
cada dia. Ela costumava ficar melancólica desde que retornaram de
Snowdon. Ele não perguntara a ela sobre isto embora doesse vê-la triste.
Ela não falara de Elinor desde o dia em que se sentara no colo dele e
contara tudo sobre sua amiga. Ele não achava que ela tivesse percebido
algumas das coisas que ela dissera a ele.
Ela compartilhara tudo com Elinor: os sonhos que teve sobre ele a
primeira vez que ele a beijara o medo de ser sua esposa. Isso lhe trouxera
um sorriso aos seus lábios por saber que ela pensara nele tanto quanto ele
pensara nela.
Seu grupo chegou a Devizes na sexta-feira antes do Domingo de
Ramos. Ele não ficou satisfeito em saber que ainda teriam que esperar a
chegada de um punhado de barões. No meio da semana seguinte sua raiva
estava completa.
Ele e Edward tomavam vinho em um solar espaçoso e luminoso com
as venezianas largas para deixar entrar o ar da primavera.

42
Uma milha equivale a cerca de 1,61 quilômetros.

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Edward sentou-se no assento da janela e olhou para fora. A brisa
agitava seu cabelo movimentando os fios de ouro entre a luz do sol e a
sombra. Ele recostou-se contra a pedra. A brisa soprou mais forte só por
um momento como se protestasse contra a perda temporária do maior rei
guerreiro da cristandade.
Ele se virou para Richard que estava sentado em plena luz do sol
com os pés apoiados na mesa meditando.
— Gloucester diz que os galeses no sul ficaram anormalmente
quietos durante todo o inverno. E no norte?
Richard se mexeu. O sol quente poderia colocar um homem para
dormir em pouco tempo. Ele levantou a taça e tomou um gole de vinho
doce. Ele olhou para o líquido vermelho pensando em uma mulher vestida
exatamente daquela cor.
— Richard?
— Não nada no norte. Não desde o ataque antes de partir para
Londres.
— O que você acha que significa?
Richard encolheu os ombros.
— Talvez eles estejam finalmente aceitando a nova ordem ou talvez
lamentem a perda da princesa.
Edward suspirou.
— Sim. Minha pobre primazinha. Sua vida não foi o que deveria ter
sido.
Richard estudou o redemoinho de líquido em sua taça.
— Eu estava lá Ned. Llywelyn ficou arrasado.
— Você estava lá quando ela morreu? Jesus como?
— Gwen. Ela tinha a sensação de que algo iria acontecer. Ela
insistiu que eu a levasse.
Edward riu.
— Black Hawk de Claiborne não está atendendo aos caprichos de
uma mulher não é?
Richard riu.
— Sim eu fui indulgente.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Sim, bem estar apaixonado faz isto com um homem como ela está
se saindo com a gravidez?
— Ela está bem — Richard fechou os olhos, deleitando-se com o
calor dos raios dourados do sol. Ele não dissera a Edward que estava
apaixonado. Isso era tão óbvio? — Talvez um pouco mimada. Você não
acreditaria nas coisas que ela faz comigo.
Edward riu.
— Oh, sim eu acredito meu amigo. O rei da Inglaterra é como
qualquer outro homem quando se trata de uma esposa grávida. Ela não
tem nenhum respeito pela minha dignidade real posso assegurar-lhe.
— Vou levá-la comigo Ned — disse Richard suavemente.
— Sim. Bem Eleanor vai desfrutar de sua companhia — respondeu
ele.
Eles se sentaram por mais algum tempo cada um perdido em seus
próprios pensamentos. Richard colocou a taça vazia na mesa e inclinou a
cabeça para trás. Ele deve ter cochilado porque o som das batidas dos
cascos não se registrou até que ouviu vozes altas e alarmadas.
Ele estava de pé instantaneamente assim como Edward. Richard
começou a ir em direção à porta mas Edward fez sinal para ele voltasse.
— Não Richard. O rei não vai ao mensageiro a notícia chega ao rei.
Ele sorriu ironicamente e Richard pensou no príncipe impaciente
que ele conhecera. Muitos anos se passaram desde que o príncipe se
tornara rei; um rei que entendia a necessidade de permitir aos homens
seus momentos de glória.
Eles não tiveram que esperar muito. Os Condes de Gloucester e
Pembroke junto com Roger de Mortimer o senhor de Wigmore irromperam
na sala com um homem coberto de lama na frente deles.
— Majestade — o homem engoliu em seco caindo de joelhos — Os
galeses se rebelaram.
Gloucester, Pembroke e Mortimer começaram a falar imediatamente.
Edward os cortou com um olhar. Seus olhos azuis brilhavam.
— O quê? — ele disse - sua voz perigosamente baixa.
O homem respirou fundo.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Eles tomaram o Castelo Hawarden. Eles incendiaram a cidade e
mataram vários homens de Sua Majestade incluindo os juízes.
A apreensão arrepiou a coluna de Richard. Hawarden ficava na costa
norte perto de Chester a menos de 30 quilômetros de Claiborne.
Edward estava à beira de um ataque de raiva Plantagenet. Seu rosto
estava manchado sua mandíbula trabalhando furiosamente.
— Cristo todo poderoso! Quando isso aconteceu?
— Três dias atrás Majestade.
— Llywelyn perdeu a cabeça — disse Richard meio para si mesmo.
O olhar do mensageiro voou para ele.
— Não milorde. Não era Llywelyn.
— Quem? — Edward exigiu.
O homem engoliu em seco.
— Dafydd ap Gruffydd.
Edward explodiu.
— Maldito filho da puta! Eu dei aquele desgraçado tudo, tudo!
— Dafydd? — Richard perguntou — Você está certo?
O homem assentiu.
— Sim milorde. É Dafydd e ele tem o apoio de um exército
considerável.
— Alguma palavra de Llywelyn?
— Nenhuma milorde. Ele não foi visto com Dafydd.
Edward andava de um lado para o outro rápido como um relâmpago.
— Malditos bastardos galeses! Eu estou saturado deles saturado! —
ele se virou para encarar Richard — Eu quero pará-los Richard. Quero a
cabeça de Dafydd numa lança e quero que esses malditos galeses
coloquem-se em seu lugar de uma vez por todas.
Richard deixou que a fria realidade do dever o lavasse limpando sua
alma. Deus iria perdoá-lo embora talvez Gwen não o fizesse.
— A primeira coisa que devemos fazer é exigir que Llywelyn honre
seu voto de fidelidade. Ele deve vir para o campo ao lado da Inglaterra e
seu suserano.
Edward assentiu.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Sim vou dividir o País de Gales em dois — ele se virou para Roger
de Mortimer — Traga-me um escriba e um mensageiro.
— E a Cruzada Majestade? — De Mortimer perguntou.
— Para o inferno com a maldita Cruzada — Edward estalou — É
guerra com o País de Gales, homem!

Gwen arrancou uma rosa com cuidado para evitar os espinhos


afiados. Ela levou-a ao nariz e inalou o doce aroma da primavera. Ela
pegou suas saias e continuou andando ao longo da beira da água.
O dia estava claro e lindo. Ela não podia ficar dentro das paredes de
Claiborne nem mais um minuto. Richard estava fora há quase um mês e
sentia muita falta dele. Talvez uma caminhada a céu aberto tirasse sua
mente dele por um tempo.
Sua escolta se sentou no topo da colina conversando. Gwen não teve
que adivinhar o que eles discutiam.
O castelo inteiro estava animado com a conversa sobre a revolta do
País de Gales. Ela estava cansada de ouvir sobre isto. Dafydd era um
rebelde nada mais. Os galeses seguiriam o pai dela. A tentativa de Dafydd
de obter a glória falharia porque ele não teria o apoio necessário para
continuar por muito tempo.
O sol estava alto sobre as suas cabeças banhando o prado
verdejante com seu calor sustentando e revitalizando a vida. O rio rugia
inchado com as neves derretidas das montanhas além. O ar fazia um coro
com o canto dos pássaros.
Vagamente ela ouviu a batida de cascos. Ela deu uma olhada para
sua escolta e viu que eles acenaram para os cavaleiros. Ela não podia ver
quem se aproximava nem se importava. Mensageiros estavam sempre indo
e vindo nos dias de hoje.
Alys veio de mais abaixo da margem a cesta cheia de flores e ervas.
Gwen sorriu. Alys estava mais feliz do que ela jamais havia visto. Ela e
Owain ainda tentavam fingir que não havia nada entre eles mas Gwen
estava mais bem informada. Como ela poderia não reconhecer os sinais?
Ela sabia o que significava amar tanto um homem que doía.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Pelo menos Alys amava um galês.
Gwen estava acostumada a pequena pontada de dor em seu coração
agora. A acusação de Rhys ainda doía mas sem dúvida era a verdade.
Talvez um dia ele pudesse entender.
Gwen afundou em um trecho perfumado de trevo. Alys sentou ao
lado dela.
— É um dia adorável milady. Estar vivo em um dia deste faz o
coração acender.
— Sim — disse Gwen deitando-se contra uma elevação e fechando os
olhos — Eu gostaria que fosse sempre assim.
— Mmm. Bem eu creio que vou andar um pouco mais abaixo —
disse Alys levantando-se.
— Muito bem Alys. Estou sentindo muita preguiça para mover-me
agora — disse Gwen. Ela ouviu Alys sair cantando e esticou os braços
acima da cabeça arqueando as costas contra o trevo macio.
Ela começou a bocejar porém, se imobilizou chocada quando no
momento seguinte uma boca masculina capturou a dela. Seus olhos se
abriram no mesmo instante em que seu joelho encontrou a virilha dele e
seu punho se conectou com sua mandíbula.
— Richard!
Ele sentou-se e esfregou o lado do rosto.
— Graças a Deus pela cota de malha — disse ele — Ou você poderia
nunca mais saber o que é a felicidade conjugal.
Gwen jogou os braços em volta do pescoço dele e o jogou para trás
na encosta da colina.
— Oh, Richard eu sinto muito — disse ela plantando beijos rápidos
em sua mandíbula — Você não deveria ter me assustado assim.
Ele a rolou de costas.
— Beije-me Princesa — ele sussurrou com voz rouca.
Gwen abaixou a cabeça fundindo a boca com a dele. Sua língua
escorregou entre os lábios dele envolvendo-o em uma brincadeira de amor
que os deixou sem fôlego.
— Eu senti sua falta Richard.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Mmm, você procura me fazer esquecer que estou com raiva de
você meu anjo.
— Zangado? Mas eu não teria lhe golpeado se você não tivesse se
esparramado sobre mim.
— Não é disto que estou falando. Você não deveria estar aqui fora. É
muito perigoso com Dafydd tão perto.
Gwen riu.
— Dafydd é inofensivo. Ele não durará por muito tempo. Os galeses
não seguirão um traidor.
Seu rosto ficou nublado por um instante depois ele alcançou a
cabeça dela e pegou a rosa esquecida. Ele sentiu o cheiro depois arrastou
as pétalas suaves da têmpora até os lábios.
— Eu gostaria de fazer amor com você em uma cama de pétalas de
rosas — disse Richard — Eu esfregaria as pétalas sobre sua pele macia e
então...
— Doce céu, se você não me levar para casa agora vou gritar!
Richard riu.
— Você tem um jeito de fazer um homem se sentir muito parecido
com um homem meu amor — ele se levantou e puxou-a com ele — Eu
acredito que estar grávida lhe deixou mais luxuriosa.
Gwen bateu o pé.
— Oh, você é uma fera insensível Richard de Claiborne! Você
provoca meu desejo de propósito depois me provoca com sua tagarelice.
— Tagarelice? — Richard exclamou com falsa indignação. Gwen
começou a marchar em direção ao cavalo mas ele a agarrou e a girou. Ela
apoiou as mãos nos ombros dele rindo na cara dele enquanto o cabelo dela
caía para frente formando uma cortina entre eles.
— Eu vou lhe mostrar a tagarelice moça — ele rosnou.
Richard enterrou o rosto no oco entre os seios dela pressionando
beijos quentes através da seda. Ela jogou a cabeça para trás e riu. Ele a
deslizou por seu corpo beijando sua garganta seu queixo seus lábios a
ponta de seu nariz, sua testa.
Deus como ele queria tomá-la aqui embaixo do brilhante céu azul-
turquesa!

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Eles cavalgaram de volta para o castelo e ela foi para o quarto
enquanto ele observava seus homens prepararem a fortaleza. A hoste43
real cerca de doze mil homens fortes estava se reunindo em Worcester.
Logo eles marchariam para Chester.
E amanhã Richard iria para o norte para assumir o comando dos
homens que se reuniam em Rhuddlan.
Mas este dia era para outras coisas.
Quando ele finalmente conseguiu fugir Gwen o esperava, vestida
apenas em sua camisola. Ela veio até ele e começou a remover sua
armadura. Ele a ajudou não querendo permitir que ela se esforçasse.
Sua excitação inchou contra o tecido de suas roupas de baixo e ela
lançou-lhe um sorriso de satisfação.
— Quem é a luxuriosa agora milorde? — ela brincou suavemente.
— Você é uma mulher má.
Ela apenas riu. Quando ele estava nu ele tentou puxá-la para seus
braços mas ela fugiu dele.
— Não, eu devo dar banho em você primeiro.
— É um novo dispositivo de tortura galês não é? — ele resmungou
enquanto afundava na água fumegante.
Ela destampou uma garrafa e pingou óleo dourado pela superfície. O
aroma de rosas flutuou para ele em ondas de vapor.
— Jesus agora você procura me fazer cheirar como uma prostituta
mimada!
Sua única resposta foi um sorriso atrevido.
Ele tentou permanecer inalterado enquanto suas mãos se moviam
sobre ele mas sua luxúria cresceu até que ele pensou que morreria. Ele
prendeu a respiração quando a mão dela roçou seu eixo rígido.
Esse foi o fim de toda a pretensão de paciência. Ela engasgou
quando ele se levantou então correu quando ele a seguiu nu e gotejando.
— Richard! Você está molhado! — ela gritou subindo no meio da
cama.
— Sim e você também ficará — disse ele rastejando atrás dela de
quatro. Ela se encolheu contra a cabeceira da cama tentando não rir.

43
Exército.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Quando ele chegou muito perto ela chutou na direção dele brincando. Ele
pegou seus tornozelos e puxou-a para baixo dele.
— Você é perversa moça provocadora — disse ele enterrando os
lábios na garganta dela.
— Você está me encharcando!
— Certamente eu espero que sim — ele sussurrou calorosamente —.
Isto torna o negócio todo muito mais agradável quando as coisas
acontecem juntas.
— Você é insuportável.
— Sim.
— Incorrigível.
— Sim.
— Insaciável.
— Sim — sua mão encontrou a borda de sua camisola. Ela agarrou-
a quando ele tentou levantá-la.
— Não — disse ela apressada — Eu estou gorda e você não vai
querer olhar para mim.
— Eu quero ver você — disse ele com firmeza.
Seu lábio tremeu quando ele puxou a roupa para cima e para fora —
Você é bonita — ele sussurrou caindo para pressionar beijos fervorosos
para o monte de sua barriga. — Linda.
Ele pegou o botão de rosa que havia deixado em sua túnica e em
seguida voltou a fazer cócegas nela enquanto seus lábios seguiam a trilha
que ele fazia.
Quando ele deslizou entre suas pernas e esfregou-a sobre as pétalas
inchadas de sua feminilidade a respiração de Gwen capturou um gemido
de puro prazer. Nunca havia experimentado algo tão erótico.
— Vamos ver quem tem o gosto mais doce — ele murmurou — você
ou a rosa.
Gwen gritou quando sua língua deslizou dentro de suas dobras.
Seus dedos apertaram sua cabeça escura até que ele a girou e a ergueu
sobre ele.
— Oh, doce Deus misericordioso! — ele gemeu fechando os olhos
quando começaram a se mover juntos.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Muito mais tarde, quando estavam enlaçados um no outro entre os
lençóis e o sol do final do dia escorria pelas janelas e atravessava a cama
Gwen pressionou os lábios contra a garganta dele e disse: — Estou tão
feliz por você estar em casa.
Ela o sentiu endurecer e se afastou para olhar para ele.
— Você vai lutar contra Dafydd — afirmou ela. Ela soubera mesmo
antes de ele responder.
Ele suspirou.
— Sim Gwen.
— Quando?
Ele colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha.
— Eu devo partir amanhã.
Ela forçou um sorriso, mas seu coração caiu em seu peito.
— Não deve demorar muito para você vencê-lo então. Ele não pode
ter metade dos homens que eles dizem que ele tem.
— Gwen... — ele respirou fundo —. Ah, Cristo eu gostaria de não ter
que lhe dizer isto mas eu prefiro que você ouça de mim.
— O quê?
Ele passou a mão pelo cabelo despenteado.
— Seu pai é um vassalo do rei da Inglaterra. Quando ele fez seu
juramento de fidelidade ele concordou em manter a ordem do rei a lei do
rei e ir a campo em defesa do rei se necessário.
— Sim, eu sei disso, mas...
— Dafydd de fato tem um grande exército Gwen. Não sei como mas
ele tem o apoio de vários dos chefes de clã aliados do seu pai. Edward
exigiu que seu pai obedecesse a seu juramento e viesse para o campo pela
Inglaterra...
— Não! Será galês contra galês! Ele não fará isto!
— Sim. Bem ele está tentando permanecer neutro mas ele não
poderá por muito mais tempo. Em todo lugar os galeses se levantam
simpáticos à rebelião. Eles incendiaram os castelos do rei invadiram
cidades e mataram cidadãos ingleses. É guerra, Gwen. Não é apenas uma
rebelião, é guerra.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Gwen pressionou as palmas das mãos nos olhos desejando não
chorar.
Guerra.
Maldito Dafydd dos infernos! Ela conhecia seu pai conhecia seu
orgulho. Ele não lutaria pela Inglaterra. Ele resistiria se pudesse mas se
forçado ele iria para a guerra do lado do País de Gales. Esta era a única
coisa que os malditos ingleses nunca conseguiriam entender. Os galeses
eram ferozmente leais e ferozmente patrióticos. E também eram as galesas.
— E se ele não obedecer?
— Então é guerra contra ele também.
Ela baixou as mãos para o colo.
— Você lutaria com meu pai?
— Sim cariad eu lutaria com seu pai — ele disse suavemente — É
meu dever.
Ele não a impediu quando ela saiu da cama e encolheu os ombros
em seu roupão. Ela se acomodou na janela e olhou para o vale verde
salpicado de ovelhas.
Richard e o pai dela. Eles se encontrariam no campo de batalha. Ela
sabia disto com certeza.
Ela ouviu Richard sair da cama e caminhar até a mesa para servir-
se de vinho. Ela olhou para ele e descobriu que não podia desviar o olhar.
Ele estava parado em um raio de sol totalmente nu sua forma de bronze
tão dura e magnífica que sua respiração ficou presa. Ele era um homem
bonito, muito bonito.
Ela o imaginou em uma caverna de luzes cintilantes com o doce
perfume de rosas ao redor. E então um homem de cabelos dourados disse:
— Escolha.
— Gwen?
Ela estremeceu.
— Sim? — ela disse seu coração disparando.
Ele veio até ela e abaixou sobre um joelho.
— Eu sei que é difícil para você. Eu lhe pouparia se pudesse mas
você tinha o direito de saber — ele disse acariciando sua bochecha.
— Sim obrigado por me dizer Richard.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Nós só temos esta noite. Não quero que seja estragada por mais
conversas sobre a guerra.
Ela enfiou os dedos nos dele e beijou a palma dele.
— Não, não vamos mais falar de guerra.
Eles não saíram de sua câmara a noite toda. Alys trouxe a refeição
da noite e eles alimentaram um ao outro com pedaços de carne e frutas
depois fizeram amor ao luar no parapeito da janela.
Quando acabaram Richard levou-a para a cama e ela adormeceu em
seus braços sem sequer se importar que a única luz fosse fornecida pela
lua. Enquanto Richard a abraçasse ela estava a salvo da escuridão.
Ela foi despertada pelos sons de metal quando o céu estava
começando a se tornar rosado. Ela se sentou e viu Richard deslizando em
sua cota de malha.
— Você não ia sair sem se despedir ia?
Richard se virou. Jesus ele esperava poupá-la da dor da partida! Ele
pretendia ter ido embora antes que ela acordasse.
— Nós dissemos adeus ontem à noite, cariad. Ou você esqueceu? —
ele brincou de repente desejando que pudesse amá-la mais uma vez.
De joelhos ela chegou ao final da cama segurando o cobertor na
frente dela.
— Não, não foi o suficiente. Beije-me novamente Richard. Faça
durar.
Richard cedeu à tentação embora ele dissesse a si mesmo que não
deveria. Ele puxou seu corpo macio contra ele. Ela gemeu quando a língua
dele encontrou a sua. Ele beijou-a, beijou-a e beijou-a até ela ficar sem
fôlego e agarrar-se a ele.
Então ele recuou o suficiente para deixar a colcha cair e revelar seu
corpo nu.
Ele beijou o vale entre seus seios depois o suave inchaço de seu
filho. Seus dedos se enroscaram em seus cabelos.
— Eu não sei por quanto tempo eu ficarei fora Gwen — ele capturou
seus lábios mais uma vez — Mas eu prometo a você que voltarei quando
for a hora do bebê nascer.
— Eu amo você Richard. Deus lhe proteja — ela sussurrou.

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Ele se afastou. Antes de perder a vontade de ir embora forçou os pés
a continuarem em movimento até sair do quarto e descer as escadas.
Owain o deteve enquanto atravessava o salão.
— Tenha cuidado garoto.
Richard segurou o ombro do homem mais velho.
— Cuide dela por mim.
— Eu realmente vou milorde.
Cinquenta cavaleiros e homens de armas aguardavam no pátio.
Cachorros patrulhavam o chão ansiosos para sair. Richard se virou para
Sirocco e inspecionou o castelo. Uma guarnição ficara para trás para
defendê-lo caso os galeses atacassem. Embora Claiborne tenha sido
projetado para ser inexpugnável ele orou para que eles não tivessem que
descobrir se era.
Ele se virou para encontrar Andrew olhando para ele.
— O quê? — ele resmungou embora tivesse uma boa ideia.
Andrew sorriu.
— Eu estava apenas pensando em como você cheira bem milorde.
Certamente o inimigo vai apreciar o quão limpo você está.
— Talvez eu deva deixar você para trás Sir Andrew.
Andrew riu.
— E desapontar meu novo escudeiro?
Richard suspirou. Tristan de Ashford parecia ter cada pedaço de
seus nove anos enquanto aguardava ansiosamente o advento da jornada.
— Talvez esta seja mais uma razão.
— O menino vai ficar bem milorde. Você estava cavalgando com as
patrulhas na idade dele.
Richard assentiu com resignação. Sim ele montara com as patrulhas
aos sete anos de idade. Havia visto sua primeira batalha quando tinha oito
anos. Matara um homem quando ele tinha dez anos.
Ele estava matando desde então.
Quando começaram a avançar Richard se virou na sela. Ele não
conseguia se livrar da sensação de perda e ele sabia que devia ser porque
ele tinha acabado de voltar e tivera que deixá-la novamente tão cedo.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele procurou a câmara principal. Ela estava ali observando. Seus
olhos se encontraram ao longe e ela lhe jogou um beijo. Ele tocou a mão
nos lábios antes de se virar e sair pelos portões de Claiborne.
Seu cheiro o perseguiria por todo o caminho até Rhuddlan e além.

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Capítulo 36
Gwen vagueava através dos jardins do castelo. Rosas e violetas
perfumavam o ar enquanto abelhas e borboletas passavam entre elas.
Ela acariciou seu ventre carinhosamente. A ação fez Richard parecer
não muito distante. Parte dele estava aqui dentro dela e ela adorava.
Embora tivesse passado quinze dias a lembrança de sua última noite
juntos era tão real como se tivesse acontecido ainda ontem. Ela pegou uma
rosa em sua mão e inclinou-se para enterrar o nariz em seu perfume. Suas
bochechas aqueceram. Senhor ela nunca mais olharia para uma rosa da
mesma forma!
— Milady!
— Aqui, Owain — ela chamou — Seu coração pulou uma batida ao
olhar em seu rosto. Ela se endireitou e deu um passo para frente.
— O que é? Não é Richard? Ele não está...?
— Não! — Owain correu para o lado dela e envolveu um braço forte
em torno de seus ombros — Não, milady! Jesus! sinto muito por lhe
assustar!
Ela apertou o braço dele fraca de alívio.
— Está tudo bem Owain. Talvez eu me preocupe demais.
Ele a levou até um banco e a ajudou a se sentar.
— Richard me mataria por assustar você.
— Não, eu estou bem — ela deu-lhe um sorriso brilhante para
provar isto. Ela realmente estava bem contanto que Richard estivesse vivo
em algum lugar. — O que você queria de mim?
Seu rosto endureceu. Ele cuspiu a seus pés.
— Aquela prostituta Anne Ashford implora admissão. Diz que teme
pela segurança de sua casa com os galeses que assolam o campo. Ela
deseja nossa proteção.
Gwen riu.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Oh, Owain você é um tesouro! Deixe a mulher entrar. Ela é um
dos inquilinos de Richard afinal. Provavelmente é mais seguro dentro de
Claiborne.
Owain ficou boquiaberto.
— Mas, mas ela é a a...
— Você pode dizer isto Owain. Ela era amante de Richard — Gwen
encolheu os ombros — Isto não importa mais para mim.
Ele engoliu em seco, os olhos arregalados.
— Como você quiser milady. Vou dizer aos guardas para deixá-los
entrar.
Gwen observou-o ir embora. Realmente não importava que Anne fora
uma vez amante de Richard. Anne podia ter conhecido o prazer de seu
corpo pelo que Gwen não gostava dela mas ela nunca poderia saber a
profundidade do sentimento que Gwen experimentava com ele.
Por mais que Gwen quisesse ter sido sua primeira e única amante,
ela se contentaria em ser seu primeiro e único amor.
Não demorou muito tempo para que Anne a procurasse como Gwen
sabia que aconteceria. Ela esperou pacientemente no banco arrumando as
dobras de seu vestido. Ela ainda estava pequena o suficiente para
esconder sua gravidez quando sentada.
— Lady de Claiborne que bom ver você de novo — disse Anne rindo
para ela — É muito gentil de sua parte permitir o refúgio de sua casa.
— É dever da Condessa de Dunsmore cuidar do bem-estar dos
inquilinos de seu marido na ausência dele. Você é bem vinda ao Castelo de
Claiborne, Lady Ashford.
Anne sorriu sem jeito seu olhar cintilando sobre o corpo de Gwen.
— Oh, é uma pena! Eu certamente havia pensado que você estaria
grávida agora. Mas talvez você seja a filha do seu pai em mais de uma
maneira. Talvez Richard não se importe muito. Ele sempre pode conseguir
um bastardo em uma de suas amantes suponho. Você aprenderá a viver
com isto.
Gwen se levantou devagar.
— Eu não acredito que isto seja necessário, Lady Ashford.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Os olhos de Anne se arregalaram brevemente quando o tecido se
acomodou sobre a barriga de Gwen depois se endureceu em pontos azuis
gelados.
— Vejo que eu estava enganada. Você deve estar feliz — ela disse
suavemente.
Gwen sorriu.
— Sim, nós dois estamos.
Ela passou por Anne e se dirigiu para o castelo. Ela esperou até
quase chegar à porta antes que sua risada ecoasse pelo jardim.

Os dias da primavera estavam rapidamente se transformando em


verão. Gwen tentou se manter ocupada para não se preocupar muito com
Richard. Ela estava no salão supervisionando a tarefa de substituir os
juncos quando Sir Edgar se aproximou. Um homem vestido de andrajos de
camponês seguia atrás dele inclinando-se mancando de maneira tão
pronunciada que era quase doloroso demais assistir.
— Milady este homem implora uma audiência. Eu o teria afastado
mas ele alega que tem notícias de Lorde de Claiborne e não dará a
ninguém além da senhora — o cavaleiro lançou um olhar mordaz ao
homem seu olhar claramente implorando a Gwen que permitisse que ele
atirasse o camponês para fora.
Gwen olhou para o estranho seu coração acelerando.
— Você tem notícias do meu marido?
O homem levantou a cabeça e piscou.
Ela sufocou um suspiro.
— Obrigado Sir Edgar eu irei ouvir o que esse homem tem a dizer.
Você fez bem em trazê-lo para mim.
Edgar fez uma reverência.
— Sim, milady — ele murmurou seu olhar varrendo o camponês em
dúvida.
O homem mancou no solar atrás dela e fechou a porta. Ele se
endireitou e jogou o capuz para trás.
— Olá, Lady de Claiborne — disse ele sorrindo.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Rhys ap Gawain você está louco?
Os olhos de Rhys percorreram o corpo dela parando no ventre dela
antes de voltar para o seu rosto.
— Jesus Gwen, você está linda.
— O que você está fazendo aqui? Você realmente não tem notícias de
Richard não é?
Sua expressão caiu um pouco.
— Não eu não tenho. Você está verdadeiramente tão ansiosa para
ouvir falar dele?
— O que você quer Rhys? — Gwen perguntou sua mão sobre o
ventre dela protetoramente.
Rhys suspirou.
— Você está com raiva de mim e eu não lhe culpo. Sinto muito pelas
coisas que eu disse antes. Não foi sua culpa ter que se casar com ele.
Gwen sacudiu a cabeça.
— Mas Rhys eu ainda estou...
— Não — disse ele vindo até ela e colocando os dedos sobre os lábios
— Não diga isto. Não suporto ouvir.
Gwen baixou os olhos para o peito dele. Ele puxou-a contra ele de
repente e descansou sua bochecha no topo de sua cabeça.
Ela endureceu e começou a se afastar. Mas seu abraço não era nada
mais que amigável nada mais do que o simples afeto que ainda existia
entre os companheiros de infância. Ela relaxou e deixou-o abraçá-la
deslizando os braços frouxamente em torno de sua cintura.
— Eu vim para lhe dizer que seu pai está indo para a guerra.
Ela não precisava perguntar de que lado da guerra.
— Eu sonhei — ela sussurrou — Ontem à noite eu sonhei.
— O que você viu?
— Eu vi... — ela engoliu em seco — Eu vi o rosto dele. Seus olhos
estavam fechados e ele usava uma coroa de hera. Mas então percebi que
era apenas a cabeça dele – em uma lança Rhys! – e estava exposto sobre
as paredes da Torre de Londres. As pessoas vinham para olhar e rir. Eles
apontavam e diziam lá está Llywelyn governante de toda a Grã-Bretanha.
— Pelos ossos de Dafydd — ele suspirou.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Você não vê Rhys? Ele não deve lutar! Você deve dizer a ele para
não lutar!
Rhys a soltou e afundou pesadamente em uma cadeira.
— É tarde demais. Os chefes se reúnem em Dolwyddelan. Acabei de
voltar do norte onde Dafydd está lutando. Em breve atacaremos no sul. É
tarde demais para voltar atrás.
— Não! — Gwen gritou — Eu vou com você! Eu contarei a ele. Ele vai
me ouvir!
Rhys se levantou em um pulo.
— Você está grávida!
— Devo avisá-lo Rhys. Você não pode me negar isto — disse Gwen,
olhando para ele. Se ela não tentasse o seu melhor para dissuadir seu pai
então ela realmente era uma traidora. No fundo ela não esperava que ele
realmente ouvisse. Mas havia coisas ainda não ditas entre eles, verdades
que ela precisava saber. Se ele fosse para a guerra e algo acontecesse com
ele ela poderia nunca saber.
Richard entenderia. Ela voltaria em breve e quando ele chegasse em
casa para o nascimento do bebê ela diria a ele o que ela tinha feito. Ele
entenderia que era algo que ela tivera que fazer.
Rhys franziu o cenho.
— Por favor Rhys. — disse ela — É importante para mim.
Ele soltou um suspiro.
— Muito bem vou levá-la comigo embora eu não goste nem um
pouco.

Não foi difícil sair do castelo apesar das ordens de Richard em


contrário Gwen ainda se aventurava fora das paredes protetoras de vez em
quando.
Neste dia ela deixou Alys para trás e tomou uma escolta para
cavalgar a céu aberto. Ela vagou sem rumo pelos prados até que os
cavaleiros relaxaram sua guarda.
— Sir Edgar?
— Sim, milady?

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Eu tenho que me aliviar. — disse ela corando o suficiente para
torná-lo crível — Você e os homens esperariam aqui enquanto eu deslizo
para a floresta por um momento?
Seus olhos percorreram o vale.
— Talvez devêssemos voltar ao castelo milady.
— Oh, não, não posso esperar tanto tempo! Só vai demorar um
momento — ela lançou-lhe um sorriso.
Ele limpou a garganta.
— Como quiser milady.
Uma vez sob a proteção da floresta ela incitou Saffron a trotar. Uma
pontada de culpa a apunhalou mas ela a ignorou. Ela deixara um bilhete
onde Alys poderia encontrá-lo.
Quando ela chegou a Rhys e seus homens eles estavam montados e
esperando. Vinte homens vestidos com lã escarlate galesa tradicional com
pernas nuas e coletes de couro carregando lanças e arcos longos. Era uma
imagem muito diferente de cotas de malha escudos e carregadores de
sopro de vapor.
— Temos que nos apressar. — disse ela — Nós só temos alguns
minutos até que eles percebam que eu saí.
Porém os galeses estavam mais a vontade na floresta do que os
cavaleiros armados. Eles perderam seus perseguidores com facilidade
subindo cada vez mais para as montanhas que os esperavam.
Quando chegaram a Dolwyddelan alguns dias depois o ajuntamento
de chefes e guerreiros aumentara para números jamais vistos em todos os
anos em que Llywelyn liderava os galeses. Pela primeira vez o país inteiro
parecia unido na luta contra a Inglaterra.
Quando Gwen finalmente entrou para vê-lo seu queixo caiu.
— O que você está fazendo aqui?
— Você parece bem pai — disse ela.
— Moça o que você está fazendo aqui? — ele exigiu seus olhos âmbar
cintilando quando se fixaram sobre o ventre dela.
Ela colocou a mão no braço dele.
— Eu tive um sonho.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Você não deveria estar de pé — ele disse suavemente. Ele a
conduziu a uma cadeira depois pegou a que estava em frente a ela —
Agora me fale deste sonho.
Quando ela terminou ele sorriu tristemente.
— Ah, Gwenllian não importa. Às vezes penso que seria mais fácil
deixar esta vida completamente. Eu vou com isto até o fim desta vez. Se
isto é realmente o fim que assim seja.
— É a maldição.
Ele balançou sua cabeça.
— Não há maldição. É uma história de bardo. Sua mãe era uma
moça linda e doce que não machucaria ninguém. Não importa o quanto a
machucassem — acrescentou quase distraidamente.
— Você é meu pai? — ela deixou escapar incapaz de conter a
pergunta por mais tempo.
Seus olhos se arregalaram então ele passou a mão sobre o rosto.
— Sim — disse ele depois de um longo momento. Gwen não disse
nada e ele levantou a cabeça para olhar para ela. — Você estava esperando
uma resposta diferente?
— Sim. Explicaria muita coisa se você dissesse não.
— Eu nunca tive muita sorte em gerar filhos. Eu fui um tolo em
acreditar nas coisas que me foram sugeridas sobre sua mãe. Desde a
morte de Elinor pensei em muitas coisas que teria mudado se pudesse. Eu
perdi as duas mulheres que amei na minha vida. Eu deixei o dever vir
antes de coisas que eu nunca soube que eram importantes até que elas
fossem embora. Eu nunca deveria ter duvidado de Eurwen. Eu pago por
isso há anos. Se eu lhe afastei, moça foi a minha própria culpa que causou
isto e não por algum erro seu.
Gwen afastou as lágrimas que escorriam por suas bochechas. Ela
cerrou as mãos no colo para evitar que elas tremessem.
— Eu queria odiá-lo por me dar como refém. Eu queria odiá-lo por
me dar a Black Hawk de Claiborne. Mas eu nunca pude — ela riu
amargamente. — Cristo eu queria que você me dissesse que eu não era
sua filha então eu poderia finalmente odiá-lo por tudo que você fez comigo!
— Você tem todo o direito de se sentir assim embora eu não deseje.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Gwen enxugou os olhos com a manga.
— É engraçado mas nunca percebi até este momento. Eu queria lhe
odiar mas você tirou isto de mim, também.
— Eu sinto muito Gwen — ele disse suavemente.
— Você sabia as coisas que eu fiz por você? O quanto eu queria sua
atenção?
— Não. — ele sussurrou sua expressão magoada e distante.
— A primeira vez que você me levou a algum lugar com você fiquei
tão orgulhosa. E você se lembra do que aconteceu então? — ela perguntou
sua raiva aumentando. Ela não deu a ele uma chance de responder —
Você me deu como refém depois mandou Einion para me dizer por quê!
Fiquei arrasada e quando vi você de novo você nem se desculpou.
— E então você me deu ao Gwalchddu. Mas quando você desafiou o
rei e pediu ao papa para parar o casamento eu estava certa de que você se
importava comigo. Mas não foi por mim foi? Não foi nada mais que um
jogo de poder!
Ele esfregou a testa distraidamente.
— Eu a ofendi, moça e sinto muito. Eu gostaria de poder trazer de
volta todos os anos que perdi com você mas não posso.
Gwen olhou para ele e sentiu a raiva desaparecer. Ele parecia um
homem velho. Surpreendeu-a embora não devesse. Ele tinha cinquenta e
quatro anos, os anos começando a pesar sobre ele. Ele parecia mais
cansado talvez mais magro do que quando ela o vira pela última vez.
A luta se libertou dela.
— Bem pai você conseguiu fazer uma coisa certa embora eu não
acreditasse na hora.
— Dunsmore?
— Sim. Eu o amo. Ele mais do que preencheu o espaço vazio da
minha vida e do meu coração.
— Você não pode saber o quanto isso me agrada. É verdade que
tentei impedi-la de se casar com ele por motivos egoístas — a aliança com
a Escócia- Arwystli- mas me preocupei por sua segurança com ele — um
sorriso repentino enrugou seu rosto gasto pelo tempo. — Eu deveria saber
que você encantaria a besta selvagem. É o que sua mãe fez comigo.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


O tom de Gwen ficou sério.
— Você não deveria lutar pai. Sente-se em Snowdon. Deixe os
ingleses subjugarem Dafydd.
Llywelyn sacudiu a cabeça.
— Não moça. Já foi muito além disto agora. Edward nos estrangula
com suas leis nos deixa com suas promessas vazias — ele juntou os dedos
— Eu estava caçando recentemente. Nós atiramos em um cervo depois o
perseguimos pela floresta seguindo o rastro de sangue. Cruzou o tributário
de Teifi e nós o procuramos. Era um veado galês baleado na terra galesa
afinal. Você sabia que os funcionários de Edward ouviram o grito da
buzina de caça e vieram atrás de nós desde que entramos em território
inglês? Eles tomaram o cervo como se fosse deles pegaram os cães e
prenderam metade do meu séquito. Tive que pagar muito para recuperar
meus homens embora nunca tenha conseguido o cervo ou os cães de volta.
— É injusto!
— Sim. E é assim que Edward lida conosco Gwen. Injustamente. Nós
não permitiremos mais isto.
Ele se levantou e ajudou-a a se levantar depois abraçou-a em um
abraço surpreendentemente forte. Levou um minuto inteiro para que ela
respondesse. Como quisera fazer toda a sua vida ela colocou os braços ao
redor dele e sentiu a pressão da resposta ao seu redor.
— Você é minha filha verdadeira, Gwenllian. Nunca duvide disto —
ele a beijou na testa. — Você deve retornar ao seu marido antes que esta
guerra fique feia.
Gwen procurou seu rosto. Esta poderia ser a última batalha de sua
vida a última da vida do País de Gales. Naquele instante ela tomou sua
decisão.
— Eu não vou embora.
— Você deve Gwen. Eu estou em guerra com a Inglaterra. Dunsmore
não vai entender sua presença aqui.
Gwen se afastou dele.
— No entanto eu vou ficar.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Seu coração bateu dolorosamente apesar de suas palavras corajosas.
Richard poderia não entender. Ele poderia não perdoá-la nunca. Ela
estava arriscando tudo.
Mas ela era galesa acima de tudo. Ela não podia abandonar seu pai
seus compatriotas na véspera de uma guerra que significava vida ou morte
para o País de Gales.
Richard tinha seu dever. Ela tinha o dela. Deus ajudasse a ambos.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Capítulo 37
A notícia sobre a aliança do Príncipe Llywelyn com Dafydd espalhou-
se por todo o País de Gales em questão de dias. Em toda parte os galeses
levantaram-se em grande número. Eles atacavam castelos ingleses
ateando fogo e não deixando nada além de fumaça e ruínas. Eles sitiavam
cidades e matavam os odiados ingleses que anteriormente os oprimiam.
Nunca antes os galeses haviam sido tão determinados. Atravessaram
as Marches de Chester ao norte até o Canal de Bristol no sul. Eles lutavam
através do sul do País de Gales do Castelo de Chepstow na foz do Wye até
Pembroke, na costa oeste.
No norte Dafydd atacou os castelos de Flint e Rhuddlan como uma
vingança. Nenhum dos dois caiu sob seu ataque embora muitos outros
tenham pegado fogo.
Richard manteve Rhuddlan com cem homens confiante de que o rei
os alcançaria muito antes que Dafydd conseguisse expulsá-los.
Ele pensava em Gwen com frequência. Ele se preocupava com ela
mas argumentava consigo mesmo que se Dafydd estivesse aqui ele não
poderia sitiar Claiborne. Se qualquer bando perdido de galeses atacasse o
castelo eles seriam repelidos facilmente.
Quando Edward chegou com o exército em meados de julho Dafydd
fugiu para as colinas para se reagrupar. Richard e Edward sentaram-se no
mesmo solar que antes haviam compartilhado com Dafydd e discutiram
como proceder.
A estratégia do rei era simples. Ele iria garantir a costa em seguida
construir fortalezas poderosas para segurá-la. Circulando Gwynedd com
castelos ingleses asseguraria o domínio futuro sobre o instável principado.
Um exército formado por quatro mil soldados e quatro mil cavaleiros
montados partiu de Worcester. Desse número aproximadamente mil eram
besteiros44. Os arqueiros do experimental arco longo eram a metade disto.

44
Besteiro é o nome dado ao soldado armado com uma besta. A besta, balestra ou balesta é uma arma com aspecto
semelhante ao de uma espingarda, com um arco de flechas adaptado a uma das extremidades de uma haste e acionado por
um gatilho, do qual se projetam dardos similares a flechas, porém mais curtos.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Mil e quinhentos lenhadores também acompanhavam o exército
abrindo um caminho de uma milha de largura pelas densas florestas para
construir estradas. O objetivo de Edward era tornar o País de Gales de fácil
acesso para mercadores ingleses e colonos.
Ele parou na janela e olhou para o exército alastrado pelo acampado
diante das muralhas de Rhuddlan.
— Mandei o Conde de Surrey ao Vale de Clwyd para garantir o
território ao sul de Snowdon. Quarenta navios de Londres e as Cinque
Ports45 estão a caminho de Anglesey. Vamos bloquear o Estreito de Menai
como antes. Se esta campanha continuar no inverno Llywelyn se
encontrará sem uma colheita.
— Quem está no comando dos navios? — Richard perguntou.
— Luke de Tany.
— O velho senescal da Gasconha? Jesus, Ned ele é um homem
impaciente! Tem certeza de que ele é adequado para esse jogo de esconde-
esconde?
Edward acenou com a mão.
— Sim ele ficará bem. Ele sabe que é para garantir o Estreito então
aguardará minhas ordens.
— Alguma notícia de Llywelyn?
— Não, embora o arcebispo de Canterbury tenha ameaçado com a
excomunhão se ele não ceder — Edward apertou as mãos atrás das costas
— Eu acredito que Llywelyn tenciona ver o fim disto durante este tempo
Richard. Vitória ou aniquilação.
Richard pensou no rosto abatido de Llywelyn quando soube da
morte de sua esposa.
— Sim — ele disse suavemente — Eu creio que você está certo, Ned.
Talvez ele sinta que não tem mais nada a perder.
Em poucos dias o exército mudou-se para oeste em direção a
Conway e ao Estreito de Menai. As guarnições em Rhuddlan e Flint
estavam garantidas e Richard se juntou ao rei.

45
Um grupo de cidades na costa sudeste da Inglaterra (cinco de origem: Hastings, Romney, Hythe, Dover e Sandwich.
Mais tarde Rye e Winchelsea foram adicionadas) que, entre os séculos XI e XV, recebiam privilégios em troca do
fornecimento de defesa naval, em uma época em que a Inglaterra não possuía uma marinha.

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Eles receberam a notícia das investidas de Llywelyn no sul e no
oeste. Ele invadira Aberystwyth e tomara o Castelo de Llanbadarn, depois
atravessara o centro do País de Gales até Montgomery tomando cidades e
superando as forças inglesas lideradas pelos lordes das Marches.
Dafydd desceu das montanhas para atacar o exército de Edward
depois desapareceu de volta nos barrancos e desfiladeiros que os galeses
conheciam melhor.
No meio de agosto Richard se preparou para retornar a Claiborne.
Uma vez que Dafydd insistia em brincar de gato e rato e Llywelyn ainda
não havia percebido a ameaça que a tripla ofensiva de Edward colocava em
Gwynedd e não havia necessidade de Richard ficar.
Ele levou vinte homens e partiu para Claiborne. Em três dias eles
estavam no vale do Dee sem encontrar qualquer resistência ao longo do
caminho.
Quando Richard entrou no pátio de seu castelo ele sentiu que algo
estava errado. Os guardas olhavam para ele com olhos cautelosos. Os
servos corriam em outra direção.
Owain veio cumprimentá-lo com o rosto drenado de todas as cores.
Os círculos escuros sob os olhos dele falavam de muitas noites sem
dormir.
O coração de Richard parou de bater naquele instante.
— Gwen?
— Richard, ela...
Ele passou por Owain sem parar quando o galês o chamou. Ele
correu pelo salão e subiu os degraus depois abriu a porta da câmara. Ele
parou no centro da sala girando ao redor.
— Onde ela está? — perguntou quando Owain apareceu na porta
com o rosto vermelho. — O que você fez com ela?
— Ela se foi Richard. Nós procuramos mas não encontramos...
— Procurou? — Richard apoiou o braço na mesa em busca de apoio.
Deus querido ele pensara que ela estava morta mas se eles a procuraram
isso significava que ela estava viva. Então o significado das palavras de
Owain o atingiu.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Procurou? — ele repetiu em um rugido — O que pelo maldito
inferno você quer dizer com procurou?
— Ela desapareceu um dia. Nós pensamos que ela havia sido
capturada mas...
— Quando?
Owain engoliu em seco.
— Dois meses e meio.
Richard segurou sua espada com tanta força que ele pôde sentir a
impressão do punho entalhado cortando sua carne. A dor foi uma pausa
bem-vinda na raiva que ameaçava consumi-lo.
— É melhor você ter uma maldita boa razão para não mandar me
avisar velho ou juro que vou lhe matar agora onde você está de pé.
— Maldição me mate então! Seria um alívio depois do que eu passei
nestes meses. Além disso ela não foi sequestrada ela foi embora. Ela
escreveu uma mensagem para Alys embora não a tenhamos encontrado
por alguns dias.
— Traga-me a mensagem — foi tudo o que Richard conseguiu dizer.
Owain saiu e voltou com Alys. Os dois não falaram nem se olharam
embora Richard mal se importasse com o que havia acontecido entre eles.
Alys estendeu o pedaço de pergaminho e Richard o pegou. Foi escrito
em galês. A escrita era desleixada como se rabiscada no último minuto.

Alys
Eu fui até o meu pai. Não se preocupe Rhys está comigo. Eu lhe verei
em breve.
Gwenllian

— O que isso significa ela vai ver você em breve? — Richard exigiu.
Alys começou a chorar.
— Eu não sei milorde, verdadeiramente. Eu já disse a Owain. Eu não
sei.
A mandíbula de Owain se apertou.
— Eu enviei um mensageiro. Você nunca veio.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Eu nunca recebi — disse Richard entorpecido — Rhuddlan foi
sitiado.
Gwen estava com Rhys ap Gawain. Rhys cujo rosto tinha dito
claramente a Richard os sentimentos que ainda nutria por Gwen.
Sentimentos que talvez ela correspondesse.
A raiva negra que o consumiu tão brevemente quando a encontrou
nos braços de Rhys retornou com força total comendo-o até que ele pensou
que iria explodir.
— Fora — ele retrucou. Os dois olhavam para ele a simpatia escrita
em seus rostos. Era mais do que ele poderia aguentar — Fora malditos
antes que eu mate vocês dois!
Alys se afastou primeiro enxugando os olhos na manga. Owain
recuou, fechando a porta atrás de si. — Ela voltará Richard. Ela te ama...
Richard pegou a cadeira e jogou na porta. Ela bateu contra a
madeira dividindo-se em três pedaços grandes.
Ele mandou a mesa chutando com a bota até o outro lado. A outra
cadeira seguiu a primeira. Cadela galesa mentirosa! Ela prometera que
nunca iria embora. Era mentira. Tudo era mentira!
Ele ficou no meio da sala seu peito arfando. Gwen fora embora. Ela
escolhera seu pai e Rhys acima dele. Ela jurara que nunca mais duvidaria
dele e mentira. Ela estivera planejando sua traição o tempo todo em que eles
estavam fazendo amor naquela noite que eles compartilharam?
Seu olhar pousou na cama e uma dor aguda rasgou seu coração. Ele
foi até ela lentamente seus olhos nunca se desviando dela enquanto ele
revivia cada momento cada palavra cada carícia cada beijo.
Oh! Deus como ela podia tê-lo abandonado?
Seu pé bateu em algo e ele olhou para baixo para ver que ele chutara
um dos baús de Gwen. Abriu-o e o aroma de rosas subiu até ele. Ele caiu
de joelhos e levantou um dos vestidos. Uma pétala de rosa voou para o
chão carmesim brilhante contra madeira escura.
Acomodando-se contra a cama ele levou os joelhos até o peito e
enterrou o rosto no vestido. Pela primeira vez em vinte e tantos anos o
menino assustado venceu a batalha e o brutal Conde de Dunsmore chorou
silenciosamente.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


A noite havia caído e as tochas tremeluziam com a brisa do verão
vagando pelas persianas abertas do castelo. Anne alisou a camisola nas
curvas antes de entrar no quarto.
No começo ela não o viu na câmara escura. Então seu olhar pousou
na figura caída no final da cama. Sua cabeça descansava em um baú e
roupas femininas estavam espalhadas ao redor dele.
— Richard — ela ficou em cima dele esperando — Richard...
Sua cabeça recuou.
— Gwen?
Anne cerrou os dentes.
— Sim, querido. Eu estou aqui.
Ele ergueu a mão e ela a pegou. Ele a puxou para o colo as mãos
entrelaçadas nos cabelos o rosto enterrado contra a garganta. Sua voz era
rouca sem fôlego.
— Eu sabia que você não podia me deixar. Eu sabia que era um
erro. Eu não posso viver sem você Gwen. Eu não posso…
Ele endureceu. Anne gritou quando ele a empurrou para longe. Ela
caiu no chão com um baque. Então ela riu.
— Você não costumava me afastar. Não você costumava enterrar
aquela sua grande arma dentro de mim profundamente...
— Cale a boca cadela — ele rosnou — Eu deveria estalar seu pescoço
por causa deste truque — ele ficou de pé.
Anne sentiu uma onda de triunfo. Oh, isto era muito melhor do que
ela imaginara. Richard de Claiborne na verdade importava-se com uma
mulher na verdade sofria porque ela o deixara.
— Qual é o problema milorde? — ela brincou — Você nunca foi
abandonado antes?
Ele levantou e depois a empurrou para a porta.
— Você está testando minha paciência Anne. E eu tenho muito
pouco disto sobrando.
Anne agarrou a porta e olhou para ele.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Ela deixou você como você me deixou. É o mínimo que você
merece.
Ele soltou o braço dela e surpreendentemente sua voz se suavizou.
— Eu nunca desejei mais nada de você do que sexo Anne. Lamento
se você esperava mais de mim.
— Eu não teria deixado você se você tivesse se casado comigo — ela
disse amargamente — Espero que ela nunca volte!
Seus olhos brilhavam a luz da tocha que vazava da passagem.
— Não é sua escolha fazê-lo.
Ele empurrou-a através da porta e fechou-a. Anne ficou ali por um
momento irritada e indecisa.
Não é sua escolha fazê-lo.
Rindo ela bateu palmas. Oh, Deus era bom demais para ser verdade!
Richard iria atrás de sua esposa. No meio de uma guerra ele estaria
cavalgando no coração do País de Gales.

A aurora mal havia começado sua ascensão ao céu quando Richard


saltou sobre Sirocco e atravessou os portões. Owain ficou no pátio mas
Richard não o cumprimentou.
Dez cavaleiros acompanhavam o seu lorde. Para onde ele estava indo
mais do que isso só chamaria a atenção para a presença deles.
Llywelyn estava muito ao sul mas Richard não acreditava que Gwen
estaria com ele em sua condição. Não ela estaria em Dolwyddelan ou no
alto de Snowdon no verão curto do Castelo de Llywelyn.
Durante toda a noite ele quisera odiá-la. Ele dissera a si mesmo que
a odiava mesmo enquanto seu coração parecia estar se dividindo em dois.
Na verdade, ele devia a Anne por mostrar-lhe a loucura dessa linha
de raciocínio. Quando ele acordou e pensou que ela era Gwen o alívio e o
amor que inundaram através dele eram ofuscantes. Ele estava disposto a
perdoá-la por qualquer coisa somente para segurá-la novamente.
Foi então que ele soube que iria atrás dela. Gwen era sua esposa e
ele não tinha intenção de desistir dela. Ele a trancaria em seu quarto se

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


ele precisasse. Ele a teria vigiada a cada hora do dia. Ela nunca mais o
deixaria.
Sua falta de fé doía. Sua determinação em deixá-lo e levar o filho
deles o machucava. Ele poderia jamais confiar nela novamente mas nunca
a deixaria ir.
Eles cavalgaram com força durante todo o dia subindo
constantemente. O País de Gales era selvagem e belo com suas colinas
íngremes e ravinas sua mistura de prados verdes e rochas cinzentas seus
carvalhos e coníferas e pedras eretas.
Richard sinalizou uma parada quando chegaram a um barranco com
paredes íngremes subindo nove metros de cada lado. Eles não haviam
encontrado problemas até agora mas Dafydd estava perto demais para
descuidar.
— Você quer enviar um batedor primeiro? — perguntou Andrew.
— Sim.
Andrew assentiu e fez sinal para um dos cavaleiros.
Richard procurou ouvir sons incomuns mas as únicas coisas que
ouvia eram pássaros e o vento nas copas das árvores.
Quando o cavaleiro alcançou a outra extremidade do vale estreito ele
sinalizou. Richard instigou Sirocco primeiro e o restante dos cavaleiros os
seguiu.
Estavam a pouco mais do que no meio do caminho quando os gritos
galeses encheram o ar. Richard desembainhou sua espada e atacou.
Homens caíam do alto da ravina enquanto outros vinham de ambos os
lados circundando os cavaleiros e tornando a fuga impossível.
O barulho de aço e os lampejos de flechas ecoavam pelo ar. Richard
matou dois galeses instantaneamente. Mais quatro os substituíram
chegando mais rápido do que ele podia mover sua espada.
Ele ouviu os gritos de seus homens através do rugido em seus
ouvidos. Gritos de morte vieram de ambos os lados. Sirocco recuou e
atacou mas seis homens agarraram sua cabeça e o derrubaram.
Richard esporeou o garanhão. Sirocco saltou para frente arrastando
os galeses que ainda o seguravam. Eles estavam quase livres quando
Richard foi derrubado no chão.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Um homem sentou-se sobre ele sorrindo. Richard se contorceu
embaixo dele mas o homem não se mexeu. Foi então que ele percebeu que
seus braços e pernas estavam presos.
O galês pegou uma adaga e apertou-a no pescoço de Richard.
— Gwalchddu, eu presumo? Será uma honra retirar seu coração do
peito.
Assim que o homem levantou a adaga ele caiu esparramado sobre a
grama.
Outro homem estava em pé sobre ele com o rosto manchado de
fúria.
— Vivo seu idiota! Dafydd quer Dunsmore vivo!

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Capítulo 38
O exército de Dafydd estava acampado no alto das montanhas e a
viagem levou várias horas. Richard sentava-se em Sirocco com as mãos
amarradas nas costas. Seu corpo doía da luta e da queda dura no chão.
Ele olhou para a espada amarrada ao lado de outro homem com
saudade. Eles a tiraram junto com sua adaga e ele observou o metal
polido brilhando ao sol com raiva impotente.
Andrew cavalgava ao lado dele em silêncio e retraído. Atrás deles
vinham outros três cavaleiros que sobreviveram a emboscada. Todos
acalentavam as dores e mazelas do superior assalto galês.
Quando entraram no acampamento e pararam o galês que salvara a
vida de Richard arrancou-o de Sirocco e empurrou-o para uma grande
tenda, falando em um francês pausado.
Dafydd se levantou quando eles entraram. Ele estava vestido com a
túnica curta e o gibão de couro de seu povo seu cabelo ruivo crescia longo
e encaracolado seus olhos verdes brilhando com uma alegria sem
descanso.
O homem cutucou Richard nas costelas com uma lança.
— Ajoelhe-se — ele disse.
Dafydd riu.
— Não há necessidade disto Steffan. E não é necessário forçar sua
língua falando francês.
— Mas...
— Black Hawk de Claiborne fala galês muito bem não é, Gwalchddu?
Richard não se importou em negar isto. Ele fixou Dafydd com um
olhar de desprezo.
— Você pensa em pedir resgate ao rei por mim? Esteja ciente de que
ele pode não estar disposto a pagar muito. Dificilmente vale a pena
endividar-se por condes.
Dafydd inclinou a cabeça para o lado e coçou a barba.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Resgate? Essa é uma possibilidade que eu não havia considerado.
Na verdade achei que matá-lo seria mais para o meu prazer.
Richard encontrou seu olhar calmamente.
— Esse ataque foi planejado. Quem lhe disse onde me encontrar?
Uma voz feminina falando em francês veio da entrada da tenda.
— Dafydd querido você o pegou?
Richard se virou. Anne se abaixou e tirou o capuz de sua cabeça
dourada.
— Oh, você o fez!
Ela riu aproximando-se dele e alisando as mãos sobre o peito
dele. Seu toque fez sua carne se arrepiar.
— Saudações meu amor — ela sussurrou.
Richard cerrou os dentes a fúria dentro dele como uma tempestade.
— Você não é nada mais que uma prostituta Anne. Você sempre
vendeu seu corpo por favores. O que Dafydd lhe ofereceu? Qual foi o preço
para se tornar uma traidora?
O rosto de Anne ficou vermelho. Sua mão golpeou a mandíbula dele.
Ela se afastou rindo alegremente enquanto ia para o lado de Dafydd.
— Deus, eu sempre quis fazer isto! Você é um filho da puta
arrogante Richard de Claiborne. Você não me fez uma condessa mas
Dafydd vai me tornar uma princesa.
Richard não pôde deixar de rir.
— Uma princesa? Eu me pergunto o que a esposa dele terá a dizer
sobre isto.
Anne fechou os punhos para ele.
— Quando ele for o Príncipe de Gales ele poderá fazer o que quiser,
inclusive colocar sua esposa de lado.
Dafydd deu a Anne um beijo rápido.
— Esta conversa já é suficiente eu creio.
Richard voltou para o galês.
— Planejando outra dupla-cruz46 Dafydd?

46
Double-cross, no origunal. Significa enganar ou trair uma pessoa com quem supostamente se está cooperando.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Não mas meu irmão certamente me fará herdeiro agora que sua
esposa está morta. Ele não tem mais chances não tem mais tempo. Ele
sorriu. — E nem você eu poderia acrescentar.
— Se você me quer morto por que você não deixou seus homens me
matarem na emboscada? Seria muito mais fácil não seria? E nós dois
sabemos que é o caminho galês. Certamente funcionou para Llywelyn
quando ele quis que meu pai morresse.
Dafydd franziu a testa e sorriu de repente.
— Ah, o Conde de Dunsmore anterior! — eu quase me esqueci. Seu
sorriso se alargou. — Você está tornando isto muito divertido para mim
Dunsmore mas ainda assim você não terá misericórdia. Llywelyn não
matou seu pai. Eu o fiz.
O corpo de Richard ficou rígido. As paredes da tenda se fecharam ao
redor dele e ele encheu seus pulmões com o ar viciado deixando-o sair
novamente com pressa.
— Você emboscou meu pai?
— Sim. Eu não tinha nada contra ele mas você por outro lado... eu
queria vê-lo sofrer.
— Por que você o matou?
— Faz dez anos — disse Dafydd as sobrancelhas se unindo — De
qualquer modo não faz mal lhe contar agora. Eu estava tentando atrair
Llywelyn. Ele nunca atacaria os ingleses enquanto a época não fosse
propícia você entende. O Rei Henry estava doente e Edward estava na
Terra Santa. Teria sido perfeito.
— Eu comandei alguns ataques em nome de Llywelyn esperando
envolvê-lo o suficiente para que ele não pudesse voltar atrás. William de
Claiborne era um dos lordes das Marches mais conhecidos e um que eu
tinha certeza despertaria os clãs e envolveria Llywelyn no levante — ele
deu de ombros — Não funcionou e a essa altura o Príncipe de Powys
queria remover Llywelyn do trono então me envolvi nisto.
— Seu maldito bastardo — Richard sibilou empurrando contra suas
amarrações.
Dafydd ficou na frente dele inclinando a cabeça para trás para olhá-
lo.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Você é um homem interessante Dunsmore. Por exemplo seu rei
sabe que você é galês? Gostaria de saber...
Richard flexionou os pulsos até que a corda cortasse sua carne.
— Eu deveria ter matado você há muito tempo — ele rosnou — Eu
teria se Edward não tivesse me impedido.
Dafydd sorriu seu dedo traçando o contorno do falcão no manto de
Richard.
— O que Edward diria se soubesse que seu chefe de guerra mais
valorizado é o neto de Madoc ap Maredudd um príncipe de Gales? O velho
Madoc rebelou-se bastante contra Henrique em seus dias.
A lança nas costelas de Richard o impedia de atacar Dafydd de lutar
com o que ele tinha disponível. Sua voz foi medida baixa e mortal.
— Eu não sei como você descobriu estas coisas mas dificilmente lhes
serão úteis já que planeja me matar. Edward não vai se importar quando
eu estiver morto.
Dafydd virou a cabeça para a abertura da tenda. Um homem entrou,
empurrando outro homem diante dele. Richard respirou fundo.
— Jesus... Owain.
O rosto do velho galês estava ensanguentado. Seus olhos estavam
enegrecidos e um dos lados do rosto começava a inchar. Ele sorriu
fracamente estremecendo com a ferida em seu lábio.
— Eu sinto muito, Nai. Eu falhei com você novamente.
Richard voltou-se para o seu captor.
— Deixe-o ir Dafydd. Sua luta é comigo.
— Talvez eu deixe. Ainda não decidi, nem decidi a melhor maneira
de acabar com você. Steffan coloque-os com os outros prisioneiros —
ordenou Dafydd — Vamos conversar de novo Dunsmore.
— Estou ansioso para isto — respondeu Richard.
A lança espetou suas costelas. Ele a ignorou finalmente obedecendo
quando a ponta cutucou a camisa de sua armadura.

— Trouxe-lhe uma coisa Gwen.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Gwen ficou de pé quando Rhys entrou em seu quarto. Ela deu uma
olhada na maçã vermelha e começou a chorar.
Rhys colocou a fruta na mesa e abraçou-a.
— Shh, querida. Qual é o problema? Você não gosta mais de maçãs?
Gwen enxugou os olhos na manga.
— Não, não é isto — ela sussurrou.
Talvez tivesse sido a viagem para o sul. Levara quatro dias para
cavalgar até Llanfair-ym-Muallt. Estar grávida tornara mais cansativo
embora houvesse passado mais de um mês desde que chegaram. Seu pai
havia sido ambivalente sobre trazê-la mas ela insistira em acompanhá-lo.
Ficar em Snowdon por si só teria lhe dado muito tempo para pensar
em Richard embora só Deus soubesse como seria possível pensar nele
mais do que ela já fazia.
Rhys conduziu-a para o assento da janela e sentou-se ao lado dela.
— Jesus, Gwen tudo o que você faz é chorar. O que esse seu bebê
acha de uma mãe tão chorosa? — ele brincou afastando o cabelo do rosto
dela.
Gwen riu através do véu de lágrimas.
— Eu sinto muito Rhys. Eu não sei o que deu em mim ultimamente.
Rhys acariciou a mão dela.
— Gwen me escute. Eu amo você — ele pressionou um dedo nos
lábios dela — Não, deixe-me terminar. Eu amo você. Eu nunca deixei de
lhe amar. Eu posso lhe fazer feliz. Eu vou cuidar de você e do seu bebê eu
juro. Apenas me deixe tentar.
— Oh, Rhys — ela disse suavemente — Você merece algo melhor. Eu
não poderia fazer isto com você — ela pressionou sua bochecha nas costas
da mão dele — Eu também amo você mas não desta forma.
Os olhos azuis de Rhys se obscureceram.
— Você irá esquecê-lo com o tempo.
Ela balançou a cabeça, olhando para o colo.
— Não eu nunca, nunca irei.
Rhys se levantou e passou a mão pelo cabelo dourado.
— Você acha que ele vai lhe perdoar por isto Gwen? Você acha que
quando tudo acabar ele a receberá de braços abertos?

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Não — ela sussurrou sufocando mais lágrimas. Não Richard não a
perdoaria por deixá-lo. Ela sabia disto agora. Ela havia sido uma tola por
pensar o contrário.
Fazia quase três meses e ele nem tentara contatá-la. Certamente ele
saberia que ela havia ido embora agora. Às vezes tarde da noite ela fingia
que ele não sabia. Então ela imaginava-o vindo atrás dela ou escrevendo e
implorando para que ela voltasse para ele. Coisas que ela sabia que um
homem orgulhoso como o Conde de Dunsmore nunca faria.
Ela acariciou seu abdômen. Ela queria esse filho desesperadamente.
Já estava atrasado uma semana embora ela tentasse não se preocupar
muito. Ela não podia perder este bebê. Era tudo o que restara de Richard
tudo o que restara do amor de uma vida.
Ela fungou. Seria um filho de cabelos negros e olhos de
celadon47. Um filho para lembrá-la do homem que ela sempre amaria.
Maldita guerra esquecida por Deus!
Rhys se ajoelhou na frente dela e segurou as suas duas mãos.
— Eu tenho que ir para o norte por alguns dias. Por favor, pense
nisto enquanto eu estiver fora.
Seu rosto era tão sincero que Gwen não pôde lhe dizer não. Sua
resposta nunca mudaria uma vez que ela amava Richard mas ela assentiu
mesmo assim.
Rhys beijou ambas as palmas das mãos.
— Eu voltarei em breve Gwen. E lhe farei mais feliz do que você
jamais sonhou. Você vai ver eu prometo.
Gwen manteve o sorriso falso colado em seu rosto até ter certeza de
que ele estava bem fora do alcance da voz. Então ela enterrou o rosto nas
mãos e deu lugar aos soluços angustiantes dentro dela.

A guerra estava em um impasse. Nenhum lado cedeu muito terreno


ou ganhou muito também. Os meados de setembro estavam se
aproximando rapidamente e embora Edward não quisesse fazer campanha

47
Celadon é um tipo de cerâmica ou porcelana chinesa recoberta de esmalte, de colorido característico – verde-pálido
acinzentado ou azulado – obtido mediante o emprego de óxido de ferro.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


no País de Gales durante o inverno a probabilidade aumentava a cada dia
que passava.
Os galeses eram um povo resistente capaz de sustentar-se nos
invernos rigorosos das montanhas com pouco mais do que leite e carne de
cabra.
Mas o exército inglês era enorme incapaz de procurar por comida e
necessitava de um constante comboio de suprimentos. Esta era a maior
desvantagem deles e uma que os galeses pretendiam explorar.
O exército de Dafydd moveu-se rapidamente atacando e recuando
antes que os ingleses pudessem enfrentá-los. Richard, Andrew e Owain e
os outros três cavaleiros foram mantidos fortemente protegidos.
Dafydd finalmente decidira enviar um pedido de resgate ao rei
embora assegurasse a Richard que o mataria de qualquer maneira.
Os prisioneiros tinham as mãos e os pés atados e ligados uns aos
outros por um pedaço de corda. Eles se sentavam debaixo de um carvalho
antigo em silêncio cada homem preso em seus próprios pensamentos
enquanto as sombras do final do dia lançavam imagens fantasmas pelo
acampamento.
— Eu sinto muito Richard — Owain murmurou.
Richard suspirou. Todos os dias Owain se desculpava. Richard
tentou dizer-lhe que não era culpa dele mas o velho insistiu em assumir a
culpa por tudo o que havia acontecido.
— Não é sua culpa tio — disse ele, cansado.
— Não, é. Eu deveria ter ido atrás de sua dama, nunca deveria ter
deixado aquela prostituta Anne no castelo.
— Esqueça isto — disse Richard mais duramente do que pretendia.
Owain ficou em silêncio. Richard deitou a cabeça contra a árvore e fechou
os olhos amaldiçoando silenciosamente.
Ele não queria falar sobre Gwen. Deus tudo o que ele fizera foi
pensar nela. Ela já deveria ter tido o bebê agora. Seu coração se retorcia
toda vez que ele pensava nela partindo sem ele.
Ele ficara louco imaginando se ela havia sobrevivido. De alguma
maneira lá no fundo ele sabia que ela sobriviveria. Ele não saberia se algo
houvesse acontecido a ela? Uma parte dele não morreria com ela?

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele ouviu alguém se aproximando depois abriu os olhos quando os
passos pararam. Steffan desamarrou-o.
— Dafydd quer você Black Hawk. Talvez ele mate você desta vez.
Richard não se incomodou em responder. Dafydd mandava chamá-lo
quase diariamente e Steffan sempre o insultava dizendo que talvez este
fosse o dia em que ele morreria.
Richard se enfiou dentro da tenda. Levou alguns momentos para os
olhos dele se ajustarem à luz fraca. Dois homens sentavam-se à mesa
bebendo hidromel.
— Ah, aqui está meu convidado de honra — brincou Dafydd,
saudando Richard com sua taça — Você deve contar ao meu irmão o
prêmio que capturei — disse ele ao outro homem.
Richard não esperou que o homem respondesse.
— O que você quer Dafydd? Você finalmente decidiu me matar? Ou
você apenas quer divertir seu convidado?
Dafydd riu.
— Você viu isto? Mesmo como prisioneiro o homem é
inacreditavelmente arrogante.
O outro homem se levantou e caminhou em direção a Richard. O
peito de Richard se apertou quando o homem parou na frente dele.
— Rhys ap Gawain.
Rhys segurou o olhar de Richard. Por cima do ombro ele perguntou:
— O que você vai fazer com ele?
— Matá-lo — disse Dafydd simplesmente.
Seus olhares permaneceram fixos um no outro. Rhys não falou.
Estava na ponta da língua de Richard uma pergunta sobre Gwen sobre
seu filho. Ele cerrou o queixo. Ele não daria a Rhys a satisfação de negar-
lhe uma resposta.
— Ela está bem — murmurou Rhys.
Richard assentiu brevemente seu único lapso de controle foi a
profunda respiração que ele deu. Ele queria perguntar mais e ele
silenciosamente queria que Rhys lhe dissesse o que ele queria saber.
Mas Rhys apenas assistiu nada oferecendo. Finalmente ele se virou e
voltou para o seu lugar.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Dafydd falou: — Eu pensei que você gostaria de saber que Edward
sofreu uma grande derrota. Luke de Tany e seus homens tentaram
surpreender nossas forças em Bangor mas eles foram muito apressados e
não contavam com a subida das águas do Estreito. Eles foram subjugados
e o bloqueio destruído — Dafydd pendurou a taça vazia sobre um dedo, o
rosto se abrindo em um sorriso — Então você vê, nós teremos nossa
colheita neste inverno.
Richard ficou muito quieto muito silencioso. Se Dafydd queria uma
reação ele não receberia nenhuma. Maldição este impaciente De Tany! Ele
tentara avisar Edward mas já era tarde demais.
Levaria muito tempo para conseguir mais navios no Estreito. Se
Edward não conseguisse levar os galeses para céu aberto em breve o
exército inglês se veria enredado em uma campanha de inverno.
— Jesus, Dunsmor você não é divertido — disse Dafydd — E isto é
muito bom porque acredito que decidi o que fazer com você. Edward está
disposto a pagar o resgate mas não estou disposto a aceitá-lo.
Seus olhos brilhavam quando ele se inclinou para frente.
— Sendo um galês você sem dúvida conhece a força penetrante de
nosso arco longo. Considerando que eu estou precisando de prática eu
gostaria de usar você como alvo. Eu tenho um tiro bastante bom mas pode
levar algum tempo para realmente acertar qualquer coisa vital — ele disse
desculpando-se com um sorriso — Talvez se você gritar alto o suficiente eu
deixe Rhys terminar isto para você. Ele é excelente com o arco.
— Seria um prazer — disse Rhys calmamente.
— Muito bom. Amanhã de manhã então Dunsmore? Se você estiver
disponível é claro.
— Certamente. Não consigo pensar em nada que prefira fazer —
respondeu Richard friamente quando seu guarda se adiantou.
Steffan sorriu cantarolando uma melodia animada durante todo o
caminho de volta para os outros prisioneiros.

Llywelyn olhou para cima quando sua filha entrou na sala. Seus
olhos se desviaram para o ventre dela. Ela não parecia bem ultimamente e

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estava mais do que quinze dias atrasada. Seu interior apertou quando ele
pensou em sua Elinor linda e radiante então subitamente morta.
— Einion disse que você está partindo de novo pai.
Ele assentiu.
— Sim. Alguns dos chefes locais estão cedendo à pressão das
Marches. Eu devo voltar a envolvê-los. Não podemos nos dar ao luxo de
desistir agora que temos Edward em fuga. Voltarei em alguns dias.
Ela sorriu mas os cantos de sua boca tremeram.
— Compreendo. Você deve manter as forças unidas.
Llywelyn se levantou e pegou a mão dela. Era tão pequena e delicada
assim como a da mãe dela. Ele se perguntou não pela primeira vez como
um homem com a reputação de Richard de Claiborne poderia ser tão gentil
com ela. Ele nunca teria acreditado se não tivesse visto por si mesmo
embora não estivesse muito consciente na época.
— Einion estará aqui com você moça. Ele é velho demais para fazer
campanha embora você não deva dizer a ele que eu disse isto.
Ela riu.
— Não eu não o farei.
Llywelyn tocou seu estômago.
— É o próximo Príncipe de Gales — ele disse baixinho.
— Mas você ainda pode...
— Não eu não posso. Eu sou velho demais para começar de novo. Eu
não vou gerar um filho meu sei disto agora. — Ele suspirou depois baniu
com um sorriso — Apresse-se e me dê meu neto para que eu possa
ensinar-lhe tudo o que ele precisa saber da maneira que meu avô me
ensinou.
— Ele estará aqui quando você voltar. Eu vou me certificar disto.
Llywelyn a beijou na testa.
— Você nunca me desapontou. Lembre-se disto sempre.
Ele pegou seu casaco e a deixou no solar.
Gwen se abraçou quando um arrepio de apreensão deslizou por sua
coluna. Cada vez que ele saía ela pensava em seu sonho e rezava para que
fosse apenas isto um sonho.

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Richard sentou-se com os joelhos levantados e a cabeça apoiada nos
braços cruzados. Sons noturnos espalhados pelo acampamento homens
conversando e rindo, mulheres rindo e gritando, amantes acasalando-se.
Por trás de tudo isso o coro de grilos, albufeiras e lobos se elevavam em
esplendor natural cobrindo-o de melancolia.
— Dunsmore.
Richard olhou para cima.
— Ah, Rhys — disse ele — Veio ver a besta acorrentada?
Rhys se inclinou na frente dele olhando para os outros homens
dormindo profundamente.
— Você não contou a eles?
— Não por que eu deveria? Eles vão saber em breve eu creio.
— Sim.
— O que você quer de mim? Uma consciência limpa talvez? —
Richard estalou sua paciência estendida além da resistência — Você
deseja que eu lhe dê a minha bênção para tornar minha esposa a sua?
Rhys o ignorou.
— Eu terminarei antes que vá longe demais — ele tocou o peito de
Richard — Direto através do coração. Matará você instantaneamente.
— Não me faça nenhum favor!
Rhys ficou de pé.
— Não é por você que faço isto. É por Gwen.
Ele estava quase fora do alcance da voz quando Richard falou para
ele: — E você vai dizer o que você fez por ela? Você vai dizer a ela que foi
sua flecha que tão misericordiosamente a livrou de um marido permitindo
que você finalmente a tivesse?
Rhys não se virou embora Richard soubesse que ele deveria ter
ouvido. Ele suspirou e encostou-se a árvore. Logo isto não importaria
mais.

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Rhys não conseguia dormir. Seu palete parecia impiedosamente
duro e frio naquela noite. Os ruídos do acampamento desapareceram e
morreram e ele ainda não caíra na paz do sono.
Era por Gwen claro. Ele não gostava de Richard de Claiborne,
poderia se importar menos com o que aconteceria com o homem.
Certamente seria uma bênção se livrar dele não importava como seria
feito.
Mas ainda haveria Gwen, olhando para ele com seus olhos verdes
aqueles olhos inocentes que haviam confiado nele desde que ele conseguia
se lembrar.
Rhys se virou e puxou o cobertor para cima. Por que Dafydd não
matara o homem antes de ele chegar? Por que ele fora empurrado em seu
colo de repente?
Rhys ficou um pouco mais de tempo esperando que se permanecesse
parado o suficiente sua mente implacável o deixaria em paz. Finalmente,
ele jogou a capa nas costas e se levantou.
Não valia a pena.
Havia apenas uma coisa que ele podia fazer apenas uma maneira
pela qual ele poderia ter paz. Ele enfiou as botas depois cingiu a adaga e
saiu da tenda.
A resposta era simples: tinha que terminar antes de começar.

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Capítulo 39
Richard cochilou intermitentemente acordando quando algum sexto
sentido se agitou dentro dele. Seus olhos se abriram e ele olhou ao redor
do acampamento. Tudo estava quieto. Os fogos como o espírito humano
estavam no nível mais baixo no escuro horas antes do amanhecer.
Ele não queria dormir nada. Se ele ia morrer de qualquer maneira o
que importava se ele perdesse uma noite de sono de antemão?
Ele olhou para Owain encolhido e roncando profundamente. O velho
parecia tão frágil embora Richard soubesse que as aparências enganavam.
O filho mais novo de Madoc ap Maredudd não era nada fraco.
Logo Richard acordaria seu tio. Havia coisas que ele precisava dizer
a ele coisas que ele esperava que chegassem até Gwen de alguma forma.
Ele queria que ela soubesse que ele a amava apesar de sua traição
final. Que ele provavelmente a amara desde o primeiro momento em que
ele a segurara em seus braços. Certamente algo acontecera então porque
depois ele nunca fora capaz de esquecê-la por um momento.
Os últimos meses de sua vida os meses passados com ela foram os
melhores que ele já tivera. Pela primeira vez ele conhecera mais do que a
fria existência do dever, da bebida e da fofoca. Ele tivera a prova do que a
vida poderia ser com uma mulher que ele amava, uma mulher com quem
ele queria ter filhos. Jesus ele daria sua alma para ver seu bebê apenas
uma vez antes de morrer!
— Não diga nada — uma voz sussurrou por trás quando uma adaga
pressionou contra sua garganta.
Richard permaneceu completamente imóvel mal ousando respirar.
Eventualmente a pressão diminuiu e a adaga desapareceu.
— Veio terminar comigo mais cedo Rhys? — Richard sibilou — Meu
Deus você é misericordioso!
— Cale a boca Dunsmore. Não temos tempo para conversar — disse
Rhys enquanto se movia na frente de Richard.

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A adaga brilhou fracamente a luz fraca das fogueiras do
acampamento. Richard olhou para Rhys recusando-se a recuar. Se o galês
ia matá-lo ele o faria sem a satisfação de ouvir Richard implorar por
misericórdia.
Seus olhares se mantiveram fixos enquanto a adaga pairava entre
eles. Rhys praguejou baixinho. A lâmina desceu até as cordas que
prendiam os pulsos de Richard. A corda estalou e Richard flexionou os
braços para soltar as articulações.
— Eu não vou deixá-los — disse ele apontando para seu tio e seus
homens.
— Sim, bem eu pensei que você poderia dizer isto — respondeu Rhys
entregando-lhe uma adaga — eles acordaram os outros homens com
cuidado depois cortaram as amarras.
— Por aqui — disse Rhys levando-os para as árvores. Eles se
esgueiraram pelas sombras tomando cuidado para não fazer nenhum
barulho alto que despertasse o acampamento. Dafydd sempre confiante na
inacessibilidade de seu exército naquelas montanhas só postara alguns
sentinelas todos dormindo ou bêbados.
Richard e seus homens seguiram Rhys por uma encosta. No fundo
sete cavalos esperavam. Sirocco relinchou suavemente quando Richard foi
até ele. Richard lhe deu um tapinha falando em tons suaves enquanto
juntava as rédeas e subia no garanhão.
Rhys subiu ao lado dele.
— Pegue — disse ele lançando uma espada para Richard — Eu
sugiro que você fique comigo se você quiser sair daqui vivo.
— Como saberemos que podemos confiar em você?
Rhys sorriu então.
— Você não sabe mas eu não creio que tenha muita escolha no
momento.
Estranhamente Richard se sentiu mais à vontade. Enquanto a
antipatia de Rhys estivesse aparente Richard sabia que poderia confiar
nele.
Eles desceram a montanha parando de vez em quando para ouvir
sinais de perseguição. Felizmente não havia nenhum. A primeira luz da

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madrugada apenas espreitava as colinas quando entraram em um longo
vale e correram a galope.
Era quase meio dia quando eles pararam em um riacho para dar de
beber aos cavalos e descansar. Richard desmontou e agarrou a túnica de
Rhys arrancando-o do cavalo e empurrando suas costas contra uma
árvore.
— Onde diabos você está nos levando? — ele exigiu.
Rhys o empurrou para longe. Eles se encararam enquanto os
homens olhavam em choque.
— Não consigo entender porque Gwen lhe ama! Se ela não o amasse
você se pareceria com a almofada de alfinetes de uma dama agora!
Richard passou a mão pelos cabelos. Seu temperamento fora
desgastado pelas últimas semanas de incerteza. Goste ou não ele devia a
vida a Rhys.
— Perdoe-me — ele disse simplesmente. E então mais suavemente
perguntou: — Ela disse isto?
Rhys ficou em pé por um longo momento antes que sua postura
relaxasse.
— Sim, ela disse isto. Muitas vezes — seu maxilar endureceu — Eu
estou levando você para Llanfair-ym-Muallt. É onde Gwen está. A menos
que você prefira se juntar ao seu rei é claro.
— Builth Wells? — Richard disse incrédulo — Jesus eu não achei
que ela estaria tão longe ao sul! — ele andou alguns passos para longe e se
encostou em Sirocco enquanto o garanhão saciava sua sede na corrente
fria — Você ainda não mencionou meu filho.
Rhys desviou o olhar.
— Não havia nascido quando saí.
— Há quanto tempo? — Richard perguntou endireitando-se.
— Pouco mais que uma semana.
— Pelo sangue de Deus está atrasado — o medo tomou conta dele
em ondas — Você tem certeza de que ela está bem? — ele exigiu.
Os olhos azuis de Rhys brilharam com raiva.
— De outra maneira eu não a teria deixado.

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Richard ficou tenso sua mão se desviando para o punho da espada.
Ele e Rhys eram como dois lobos constantemente circulando um testando
a fraqueza do outro cada um sedentos para atacar o outro.
— Por que você fez isto Rhys? — ele perguntou assustando-se com a
pergunta que o incomodava em todas as léguas da corrida — Por que,
quando você poderia ter ido embora? Eu estaria morto e ela nunca teria
precisado saber como isto acontecera.
Rhys bateu as pontas de suas rédeas contra a palma da mão e olhou
para as árvores além do riacho. Ele riu com tristeza.
— Não pense que isto não passou pela minha cabeça.
No silêncio que se seguiu o riacho gorgolejou alegremente e cotovias
soaram no alto. A natureza estava alheia a dor inerente a humanidade.
Finalmente Rhys suspirou.
— Ela fala com o bebê quando acha que ninguém está ouvindo. Ela
insiste que é um filho a propósito. Tudo o que ela diz a ele é o quão forte e
bonito seu pai é, quão corajoso e nobre. E ela chora tantas vezes... — sua
testa franzida seus olhos brilhando com uma tristeza sem nome — Não é a
Gwen com quem cresci. De alguma forma eu não creio que Gwen jamais
seja feliz novamente sem você.
— Eu lhe devo minha vida — a garganta de Richard se contraiu. Ele
nunca quisera causar a Gwen um momento de pesar e ainda assim ele
sabia que causara muitas e muitas vezes.
— Não — Rhys respirou fundo — É para Gwen que você a deve.
Lembre-se disto quando você a encontrar novamente. Não a julgue com
muita severidade.
Richard se virou. Ele não precisava ser lembrado da traição de
Gwen. Ainda doía não importava o que Rhys dissesse e ele lidaria com isto
do seu jeito.
— Dafydd vai saber que foi você quem me ajudou a escapar.
Rhys bufou ironicamente.
— Eu jurei lealdade ao Príncipe Llywelyn. Não me importo com o seu
irmão traidor.
— Nid o fradwr y ceir gwladwr — disse Richard em galês.
— Sim. Um traidor nunca se tornará um patriota — repetiu Rhys.

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Quando os cavalos estavam mancando e mastigando brotos tenros
de capim os homens aproveitaram a oportunidade para se despirem e
escorregarem no córrego da montanha.
A água estava fria e revigorante lavando a amarga picada do
cativeiro. Por fim desviaram-se para margem e cochilaram sob o sol do
meio-dia que entrava pela copa das árvores.
Richard estava muito inquieto para dormir apesar do pouco precioso
sono que tivera na noite anterior. Ele estava com os braços cruzados atrás
da cabeça olhando para as copas das árvores balançando.
— De alguma forma não acredito que Gwen saiba que você é meio
galês — disse Rhys estendendo-se ao lado de Richard e apoiando-se no
cotovelo.
Richard virou a cabeça para encontrar o olhar penetrante de Rhys.
— Você acha que agora tem o direito de discutir minha vida comigo?
Pela primeira vez Rhys não engoliu a isca. Ele encolheu os ombros.
— Não importa para mim embora seja surpreendente descobrir que
Black Hawk de Claiborne carrega o sangue daqueles que ele despreza.
Richard voltou a estudar as copas das árvores.
— Eu sou um inglês Rhys. Por nascimento por escolha. Eu não
desprezo os galeses. Eu faço o que meu rei manda.
— O Rei Edward saberá a verdade agora. Dafydd se assegurará
disto.
Richard soltou a respiração com força. Todos os anos que ele
guardara sua herança temendo que alguém o identificasse como incapaz
de cumprir seu dever estava no fim. Ele provara ser leal e capaz nos
últimos dez anos. Edward não esqueceria isto embora ser meio galês
certamente fosse uma desvantagem aos olhos do rei.
Uma e outra vez o País de Gales desafiara a coroa inglesa.
E o príncipe Madoc fora muito rebelde em seus dias. Seria natural
que Edward se perguntasse se era apenas uma questão de tempo.
Richard ficou de pé.
— Eu vou lidar com isto quando acontecer. Agora não nos
demoremos mais. Eu gostaria de continuar com esta jornada.

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— Santo Cristo, Dunsmore o que você está fazendo aqui? —
perguntou Edmund de Mortimer o novo senhor de Wigmore desde que seu
pai havia sido morto em uma batalha no início do ano — Nós pensamos
que você estava no norte com o rei.
Richard desmontou e se juntou a Edmund. A fortaleza do Castelo de
Builth fervilhava de ingleses embora segundo Rhys Llywelyn tivesse este
castelo.
Ele olhou para Rhys. A expressão do jovem galês estava tensa e
Richard se livrou de uma sensação de mau presságio.
— Ele me mandou para o sul — respondeu Richard suavemente —
Quando você arrancou este castelo de Llywelyn?
Edmund riu.
— Nós não o fizemos. O bastardo está morto. Nós surpreendemos
suas forças em Orewin Bridge ontem. Nunca sequer soube que tínhamos
Llywelyn até os corpos serem revistados.
Richard ficou em descrença entorpecida.
— Llywelyn está morto?
Rhys saltou do cavalo.
— Onde ele está? O que você fez com ele?
Edmund apontou o polegar para Rhys.
— Quem é esse Dunsmore? Ele é galês não é?
Richard olhou para Rhys.
— Sim ele é galês. Ele é um dos meus homens.
O olhar de Rhys se voltou para ele. Richard murmurou em galês: —
Não é por você que eu faço.
Finalmente Rhys assentiu imperceptivelmente. Richard voltou-se
para Edmund.
— Onde está Llywelyn?
— Nós acabamos de colocá-lo no salão. Eu estava planejando enviar
sua cabeça para o rei.
Um arrepio percorreu a coluna de Richard. Bom Deus se Gwen
estava lá dentro ela não deveria ver seu pai assim.

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Rhys deve ter tido o mesmo pensamento porque os dois começaram
a correr. Eles subiram os degraus e entraram no salão quase tropeçando
um no outro na pressa.
Mas eles chegaram tarde demais. A forma prostrada de Llywelyn
estava esticada sobre uma mesa e sua filha se inclinava sobre ele
chorando. Vários homens estavam por perto. Um agarrou seu braço e
tentou afastá-la mas ela se livrou de seu aperto e segurou seu pai.
— Afastem-se dele seus filhos da puta ingleses! — ela gritou.
Richard agarrou dois punhados do sobretudo do homem e atirou-o
contra a parede.
— Toque nela novamente e eu vou lhe matar — ele rosnou entre os
dentes cerrados.
Os olhos do homem se arregalaram. Ele engoliu convulsivamente,
com a cabeça sacudindo enquanto ele assentia. Richard empurrou-o para
longe. Ele caiu no chão depois ficou de pé e saiu do salão.
Quando Richard se virou, Rhys já estava ao lado de Gwen.
— Rhys — Gwen lamentou — Oh Rhys olhe o que eles fizeram — o
sangue manchava suas mãos enquanto ela agarrava o corpo sem vida de
seu pai.
Os olhos de Rhys brilhavam com lágrimas não derramadas.
— Eu sinto muito Gwen. Eu deveria estar aqui. Eu deveria tê-los
parado — sua mão tremeu quando ele tocou a mandíbula de Llywelyn e
depois a deslizou para baixo para cobrir a mão de Gwen onde ela se
agarrava ao peito do pai.
Gwen virou-se para enterrar o rosto no ombro de Rhys.
— Richard?
Ele foi até ela e gentilmente a levantou. Deus querido ela ainda
estava grávida! Se ele novamente visse o homem que a havia manipulado
tão rudemente ele o mataria.
— Sim meu amor estou aqui.
Ela se agarrou a ele. Ele não conseguia parar de pressionar beijos
em seu rosto de provar suas lágrimas de aprender novamente a textura de
seu cabelo.
Ela fechou os olhos e enterrou o rosto no peito dele.

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— Você está seguro, você está seguro, você está seguro...
Ele acariciou o cabelo dela.
— Sim, estou seguro.
Jesus, ele chegou tão perto de nunca mais segurá-la!
Seu corpo tremeu com seus soluços. Ela se afastou e seu coração se
virou com a dor escrita em suas feições adoráveis.
— E... ele está morto Richard. Eles o mataram, mataram meu pai...
— Bem, Dunsmore — Edmund interrompeu parando ao lado de
Richard e apontando para o corpo de Llywelyn — Nós conseguimos um
prêmio para o rei, não é mesmo?
Richard poderia tê-lo matado quando o olhar de Gwen se lançou
entre eles. Ela agarrou o lábio entre os dentes.
— Eu não entendo — ela sussurrou.
Ele silenciosamente desejou que ela não considerasse o que ele sabia
que ela deveria.
Ela pegou em sua capa rasgada e suja sua cota de malha sua
espada e um olhar de horror atravessou seu rosto. Ela balançou a cabeça
vigorosamente.
— Oh, não — ela gemeu — não me diga que você os liderou!
Seus punhos se apertaram em seu manto.
— Diga-me que não foi você quem fez isto, diga-me que não foi por
vingança!
Ele endureceu como se ela tivesse lhe dado um tapa. Ele sabia que
deveria responder imediatamente tranquilizá-la negar qualquer
envolvimento. Mas ele não podia forçar as palavras para fora. Como ela
poderia acreditar que ele faria isto com ela?
A resposta veio a ele torcendo seu coração com a familiar amargura.
Porque ele era Gwalchddu. Apesar de correr ele sempre seria Black Hawk
de Claiborne.
Ela recuou batendo em Rhys seus olhos nunca deixando os dele.
— Oh, meu Deus você se vingou!
Fale, maldito seja! Sua voz interior gritou.
— Você disse que faria e você o fez!
Rhys segurou o braço dela.

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— Não, Gwen...
— Não, Rhys — disse Richard surpreendendo-se com o quão calmo
ele soava quando seu coração era um peso morto dentro dele — Não é
necessário explicar. Minha esposa sempre pensa o pior de mim.
Lágrimas escorriam descontroladamente por suas bochechas e ela
segurou sua barriga protetoramente.
— Eu nunca vou lhe perdoar nunca!
Rhys passou o braço em volta dos ombros dela.
— Deixe-me levá-la ao seu quarto Gwen. Você precisa descansar.
— Não, não posso deixá-lo — disse ela sacudindo-o e correndo para
o pai.
Estas palavras esfaquearam Richard como nunca outras
conseguiram. Ela poderia deixá-lo apesar de sua promessa mas ela não
podia deixar seu pai.
— Eu não vou deixar que eles façam nada com ele — disse Rhys —
Venha.
Ela olhou para ele incerta depois permitiu que ele a levasse embora.
O som de seu suave choro desvaneceu-se quando subiram os degraus até
os aposentos superiores mas ainda assim era como um punhal girando no
coração de Richard.
Ele ficou de pé olhando para Llywelyn atordoado. O homem que lhe
dera Gwen também a levara embora.
Edmund sacou a espada. Richard agarrou seu braço enquanto ele
levantava alto.
— Não. Aqui não. Não posso impedi-lo de tomar sua cabeça quando
estiver em outro lugar mas se fizer isso neste castelo com sua filha –
minha esposa – presente, enviarei sua cabeça com ela.
Edmund reembainhou a arma.
— Muito bem, senhor conde. Pode esperar — ele disse
relutantemente.
Richard captou o olhar especulativo que Edmund lhe lançou. Ele
sabia que o homem se perguntava como a esposa muito grávida do Conde
de Dunsmore chegara a estar em um castelo inimigo mas ele não se

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importou em explicar. Edward era o único homem a quem ele precisava
responder.
— Eu preciso enviar um mensageiro ao rei — disse Richard. Dafydd
já teria se movido mas Richard ainda poderia detalhar a sua força e tática.
Edmund fez um gesto para um escriba. Richard ditou a mensagem
depois caiu em um banco e olhou para a forma imóvel de Llywelyn.
— Odiei você por tanto tempo velho mas não foi você quem fez isto —
murmurou Richard — Talvez ela esteja certa por suspeitar de mim. Se eu
tivesse a oportunidade, não tenho certeza se não teria matado você se não
soubesse a verdade.

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Capítulo 40
— Dunsmore!
A cabeça de Richard se levantou. Rhys estava na escada acenando
freneticamente.
— O bebê está chegando!
Richard ficou de pé e subiu as escadas mais rápido do que uma
flecha disparada de um arco. Rhys seguia em seus calcanhares parando
quando chegaram à câmara de Gwen. Richard abriu a porta e entrou
indiferente aos gritos de Rhys.
— Milorde você não pode entrar aqui — disse a parteira correndo em
direção a ele com a mão estendida.
— Tanto quanto no maldito inferno — ele rosnou passando por ela.
Gwen estava deitada na cama o rosto pálido e contorcido de dor. Ela
gritou de repente apertando a roupa de cama com seus punhos.
Richard caiu ao lado dela segurando sua mão e alisando seu cabelo.
— Eu sinto muito — ele sussurrou tardiamente.
Seus olhos gloriosos estavam vidrados.
— Não, sou eu que sinto muito. Rhys me contou o que aconteceu
mas eu deveria ter acreditado em você. Eu não posso culpá-lo se você não
me quiser mais...
Ela gritou e ele a deixou apertar sua mão até que a dor passasse
então beijou sua testa úmida.
— Cristo todo-poderoso Gwen você é minha vida. Eu nunca vou
deixar você ir.
A parteira recuperando sua bravura pairou sobre eles com as mãos
firmemente plantadas nos quadris.
— Milorde homens não são permitidos na câmara de parto!
— Você quer que eu vá amor? — Richard perguntou acariciando o
cabelo da testa úmida de Gwen.
— Não — ela sussurrou — Não me deixe. Estou com medo.
Ele se virou para a parteira.

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— Mulher, se você quiser viver além deste dia você cuidará da minha
esposa agora. E se você quiser que eu vá embora convido-a a me remover.
A mulher empalideceu.
— M... muito bem, mas você não deve interferir milorde — disse ela
em um quase sussurro.
— De acordo.
— Não é natural — ela murmurou baixinho.
As mulheres do castelo correram para dentro e para fora do quarto
buscando lençóis e água quente.
A parteira misturou algo de sua bolsa de ervas depois pegou um pote
e voltou para o lado de Gwen. Mergulhando a mão na panela ela levantou
a camisa de Gwen.
— O que é isso? — Richard exigiu.
A mão da mulher tremeu.
— É para esfregar a barriga para aliviar as dores. Eu pensei que você
não fosse interferir milorde.
— Sim — ele disse secamente apertando os dentes juntos.
Conforme as horas passavam Richard ficava nervoso. Gwen estava
encharcada de suor a voz rouca de seus gritos. Ela ainda segurava a mão
dele que agora estava entorpecida e ele acariciava seu braço com
movimentos lentos e firmes tentando aliviar a dor de qualquer maneira que
pudesse.
Seus gritos rasgavam seu coração em dois. Ele implorou a Deus que
a poupasse certo de que ela iria morrer certo de que Deus iria puni-lo mais
uma vez. Ele jurou que se ela sobrevivesse ele nunca faria amor com ela
novamente nunca arriscaria perdê-la apenas para satisfazer seus próprios
desejos egoístas.
— Eu... eu sou... desculpe... Richard — ela ofegou.
— Shh, meu amor.
Ela gritou apertando a mão com tanta força que doeu.
— Sim Gwen segure-se em mim. Eu vou compartilhar com você —.
Deus como ele desejava que pudesse tirar a dor! Ele havia feito isso com
ela e era justo que ele sentisse isso com ela mas a Natureza tinha
planejado tornar o fardo exclusivamente dela.

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— Está vindo agora — disse a parteira por fim.
O cheiro de sangue fez o estômago de Richard se agitar. Ele estava
acostumado com a visão e o cheiro de sangue mas não quando pertencia a
Gwen. Tudo que ele podia fazer era permanecer de pé.
Com um último grito rouco de Gwen o bebê deslizou para as mãos
da parteira que estava esperando. Gwen desmoronou tão pequena e pálida
na enorme cama.
Richard inclinou-se para beijar sua testa encharcada de suor. Ele
sussurrou palavras carinhosas para ela acariciou seu rosto com uma mão
trêmula. Seu aperto sobre ele afrouxou e ela olhou para ele seus cílios
espetados de lágrimas.
— É um filho. Eu sei que é um filho.
Um nó se formou em sua garganta.
— Não importa querida. É nosso.
A parteira voltou com o bebê.
— Você tem um filho milorde — disse ela . Como de costume ela
lavara a criança esfregara seu corpo com sal, seu palato e suas gengivas
com mel e o prendera em lençóis limpos. E agora ela estava entregando-o
para seu pai.
Richard não queria tocar no pequeno pacote. Ele não sabia nada
sobre bebês exceto que eles eram incrivelmente delicados.
Ele nunca se sentira à vontade perto de crianças e ele olhou para
este com uma mistura de admiração e receio. Ele olhou para a parteira.
Ela sorriu e acenou com a cabeça pedindo-lhe para pegar seu filho.
Ele estendeu os braços hesitantemente e ela colocou o pacote
minúsculo neles. O rosto do bebê estava comprimido seus olhos
firmemente cerrados. Sua boquinha trabalhava imitando movimentos de
sucção.
— Ele tem cabelo preto — foi tudo o que Richard conseguiu dizer —
Era milagrosa esta criança que ele e Gwen haviam criado! O rosto
vermelho não se parecia com nenhum deles pelo que ele podia ver mas não
importava. Ele pensou que o seu amor por Gwen era tudo o que ele era
capaz de sentir mas reconheceu o sentimento familiar em seu coração.
Gwen riu fracamente.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Ele tem seu cabelo mas ele terá meus olhos. Deixe-me segurá-lo
— ela terminou suavemente.
Ela estendeu os braços e Richard deu-lhe seu filho. Ela embalou-o
falando com ele como se fossem velhos amigos. Finalmente ela olhou para
cima.
— Eu já pensei em um nome para ele se você concordar.
— Qual?
Ela olhou para o bebê depois de volta para ele.
— William — ela disse simplesmente.
O coração de Richard inchou. Ele sabia que ele a amava mais
naquele momento do que antes. Ele tocou um dedo grande na pequena
bochecha de seu filho.
— Sim, William.

Gwen se recuperou em alguns dias. Ela sentia-se bem o suficiente


para movimentar-se embora permanecesse em seu quarto e fora do
caminho dos ingleses que agora ocupavam o Castelo de Builth. Sua
presença era um lembrete amargo da derrota do pai.
Ela assistiu pela janela como eles fizeram enormes pilhas com as
armas que eles haviam apreendido. Seu único consolo na morte do pai era
saber que ele estava com Elinor. Isso por si só a tornava suportável.
A ama de leite veio pegar William e ela o entregou com relutância.
Mulheres nobres não amamentavam seus filhos.
Rhys vinha vê-la com frequência assim como Owain e ela se
deleitava com a companhia deles. Neste dia porém ela se sentiu
estranhamente sozinha. A câmara vazia parecia esmagá-la sob seu peso
solene seu silêncio ensurdecedor.
Ela tentara não pensar na morte do pai com muita frequência mas
agora não conseguia pensar em mais nada. Eles já haviam levado o corpo
para o norte até o rei e lá eles cortariam sua cabeça e a mandariam para a
Torre de Londres.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ela afundou na cama e chorou. Ela não havia visto Richard com
muita frequência desde que seu filho nascera. E quando o viu ele estava
quieto distante. Como ela poderia culpá-lo?
Embora ela o tivesse ofendido por sair ela faria isso de novo se
tivesse a mesma oportunidade de consertar as coisas com o pai.
Ela sabia agora que era sua própria culpa que a fizera duvidar de
Richard. Ela era culpada por amá-lo, culpada por querê-lo acima de tudo.
Quando ela duvidava de seus motivos era realmente a si própria que ela
estava questionando.
Ela ouviu a porta se abrir mas não conseguiu parar de chorar. Então
ela foi puxada para braços fortes e ela enterrou o rosto contra o manto dele
soluçando ainda mais forte agora que ele estava aqui.
— Eu tive que vir Richard — ela se ouviu dizer. E então ela estava
contando os detalhes de seu sonho a alegação de Dafydd, toda a sua vida
tentando conquistar a aprovação de seu pai. Ela contou-lhe todas as suas
decepções todos os seus esforços infantis toda a dor que nunca
compartilhara com niguém. Seus braços se apertavam ao redor dela. Ela
desabafou contando sobre sua reconciliação com seu pai seus últimos
momentos juntos as palavras estimadas que ele dissera: Você nunca me
desapontou. Lembre-se disto sempre.
Richard acariciou suas costas. Quando ela finalmente olhou para
cima uma lágrima deslizou pelo rosto dele e ela estendeu a mão para
capturá-la. Sua palma aberta deu forma a sua bochecha e ele a esfregou
contra sua mão fechando os olhos.
— Ele não matou meu pai — ele disse suavemente.
Gwen sentiu um enorme alívio inundá-la. Ela não sabia por que era
tão importante ele acreditar, mas era.
— Eu sabia que ele não tinha.
— Foi Dafydd quem fez isso.
Ela o abraçou com força.
— Eu sinto muito Richard.
— Eu não fui sincero com você Gwen.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Seu coração caiu a seus pés. Oh, Deus ele ia dizer a ela que ele
nunca realmente a amara ou ele era casado com outra pessoa ou – oh
Deus ela não conseguia pensar nas possibilidades.
— Owain é meu tio.
— O que? Mas ele é galês.
— Sim, ele é. E também a irmã dele minha mãe.
— Catrin — disse ela de repente entendendo.
— Sim. Como você sabia?
— Eu o ouvi dizer o nome dela embora eu não soubesse quem ela
era. Ele prometeu a ela cuidar de você.
Um leve sorriso curvou sua boca.
— Sim. Ele está sempre me lembrando disto.
Quando ele contou tudo ela ficou boquiaberta.
— Príncipe Madoc? — ela disse. Ele assentiu — Doce Maria ela
suspirou —. Meu pai sabia?
— Não, eu não penso assim.
Gwen encostou a cabeça no peito dele e torceu o tecido da manga
dele nos dedos.
— Gwilym ap Rhisiart48 — disse ela falando o nome do filho em galês
— Ele será o Príncipe de Gales.
Richard sacudiu a cabeça.
— Não, Gwen. Edward nunca permitirá isto. Ele quer acabar com o
País de Gales. Ele quer conquistá-lo para sempre.
— Você não pode deixá-lo tirar isto. É o direito de nascimento do
nosso filho. Você é galês!
— Não! Eu sou inglês Gwen. Eu não sou galês.
Gwen se afastou dele de repente com raiva ele era tão veemente em
suas negações.
— O que está errado, milorde? Não somos bons o suficiente para
você? É verdadeiramente tão vergonhoso ser galês?
— Gwen...
— Não! Meu pai passou toda a sua vida guardando o território galês
a herança galesa! Você não pode permitir que ele escapasse não quando

48
William, filho de Richard.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


pertence legitimamente ao nosso filho. Não quando meu pai queria que
fosse assim.
Richard saiu da cama.
— Eu sou Richard de Claiborne, Conde de Dunsmore — disse ele em
francês batendo no peito — Eu sou um lorde das Marches inglês. O Rei
Edward é meu senhor e o que ele manda eu faço. Não espere que eu
quebre meu juramento solene ao meu rei.
Gwen mordeu o lábio trêmulo.
— Nunca vamos nos entender, Richard? — sussurrou ela —
.Devemos sempre permitir que o Rei Edward fique entre nós?
Sem uma palavra ele girou nos calcanhares e saiu da câmara.

Dentro de algumas semanas eles partiram para o Castelo de


Claiborne. O balanço suave do andar de Saffron colocou William para
dormir nos braços de Gwen. Suas pequenas bochechas rechonchudas
tremiam de vez em quando enquanto sua mandíbula trabalhava.
Ela sorriu. Ele era certamente o bebê mais lindo que já vira e ela o
amava de todo o coração. Ela levantou os olhos para as costas de seu pai.
Até dois dias atrás ele havia ido embora comandando as forças
Marcher no sul. Ele não a procurara desde o retorno. Ela ficara acordada
durante a noite querendo que ele fosse até ela querendo que ele precisasse
dela como ela precisava dele mas ele não precisava.
Como poderia dar certo entre eles novamente quando as linhas
estavam tão firmemente desenhadas?
Ele negava a seu filho seu direito de primogenitura e Gwen se
recusava a entender como ele podia fazê-lo. Ela olhou para o bebê
adormecido em seus braços. Deus como ela desejava que seu pai tivesse
vivido para ver seu neto!
Ele teria assegurado que William herdasse tudo o que lhe pertencia.
A risada de Rhys chegou até ela de onde ele e Owain se afastavam a
alguns passos. Agora que seu pai estava morto Rhys se recusava a lutar
com Dafydd e Richard permitiu que ele e seus homens viessem com eles.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Gwen ficara surpresa mas satisfeita. Ela não sabia tudo o que se
passara entre eles mas o que quer que fosse parecia haver estabelecido
uma trégua relutante.
Claiborne estava a apenas algumas léguas de distância quando um
grupo de cavaleiros apareceu. Gwen sabia que eles eram de Richard por
causa do estandarte do falcão que carregavam e das cores que usavam.
Seu peito se apertou quando Richard partiu para encontrá-los.
Andrew e cinco dos outros homens que haviam cavalgado de Builth
Wells juntaram-se aos cavaleiros que esperavam. Richard se virou e voltou
para ela.
— Você está partindo. — disse. Ela deveria estar acostumada a isto
agora mas constatou que não estava.
— Sim. Eu devo retornar ao rei.
— Por quanto tempo vai embora desta vez milorde?
Ele puxou a luva de malha e correu o dedo pela bochecha dela
depois escorregou para o de William acariciando-o também.
— Eu não sei. Dias, semanas...
— Meses — disse Gwen.
— Até que Dafydd seja parado — ele respondeu. Ele sorriu, então o
primeiro que ela vira em semanas. — O que está errado moça? Já está com
saudades de mim?
Gwen assentiu e uma lágrima solitária escorreu pela bochecha dela.
— Sim. Eu não quero que você vá.
Sua expressão ficou sóbria. Ele se aproximou com Sirocco.
— Me beije então. Mostre-me quanto.
Ele se inclinou para ela e ela o encontrou perdendo-se no calor e no
cheiro dele. Foi ela quem insistiu em aprofundar o beijo, ela que enfiou a
língua na boca dele e forçou-o a se juntar a ela. Sua boca ficou voraz
enquanto sua mão subia para segurar a sua nuca. E então ele se afastou
pressionou seus lábios contra sua bochecha, sua garganta, a testa de
William.
— Eu amo você — disse ele. — Vocês dois. — Ele girou Sirocco para
se juntar aos outros sem olhar para trás.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Os cavaleiros começaram a galopar o estrondo dos cascos dos
cavalos e do metal ainda pairando no ar muito depois de tê-los perdido de
vista.
Mais uma vez o Rei Edward o havia tirado dela.

O rei estava alojado no Castelo de Rhuddlan quando Richard voltou


a encontrá-lo. Desde a morte de Llywelyn o espírito da revolta galesa
estava afundando mais rápido do que um navio cheio de buracos e Edward
estava de bom humor.
— Dafydd se proclama o Príncipe de Gales agora mas os chefes
estão desertando dele mais rápido que a língua de uma prostituta. Se
conseguirmos tirar o bastardo escorregadio das montanhas terá terminado
antes do novo ano.
Era tarde no dia e os dois homens estavam nas ameias olhando para
as montanhas galesas. O cheiro de sal e os gritos das gaivotas vinham do
mar em suas costas.
O exército se espalhava pelo vale abaixo. Os sons de homens e
animais misturavam-se aos da batida de metal e do cortar da madeira
enquanto as tarefas noturnas eram realizadas.
O amargo vento de novembro bagunçou o cabelo de Richard quando
ele se virou para olhar para o rei.
— Há algo que devo lhe dizer Ned.
— Sim?
Richard respirou fundo.
— Madoc ap Maredudd era meu avô. Minha mãe era galesa.
Quando Edward não disse nada Richard continuou. Ele contou tudo
a Edward como sua mãe e seu pai se conheceram como desafiaram o
Príncipe Madoc e o Rei Henry como eventualmente ninguém se lembrava
de que a esposa morta de William de Claiborne fora uma galesa.
— Jesus! — Edward suspirou. — É por isso que você fala galês tão
bem. E a barba. Eu sempre achei que você a tinha porque isso deixava as
mulheres loucas.
Richard riu esfregando o rosto.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Não é porque isto combina comigo. E porque me lembra do que
não posso escapar.
Edward passou os dedos pelos cachos loiros coçando a cabeça.
— Edmund de Mortimer acha sua esposa culpada de traição.
Richard respirou fundo.
— O bastardo — ele sibilou.
— Você nega que ela estava com Llywelyn?
— Não — sua mandíbula endureceu .— Eu aceitei suas razões para
fazê-lo embora não tenha aprovado. Ela está de volta a Claiborne agora e
não vai sair de novo asseguro-lhe.
Edward apoiou os braços na parede inclinando-se sobre eles e
olhando para o pátio abaixo.
— Nós vamos manter isto para nós mesmos Richard. Quanto menos
pessoas souberem de sua ascendência melhor. A ascendência galesa não é
incomum nas Marchers mas nenhum deles é casado com uma princesa do
País de Gales nem carrega o sangue de um príncipe galês.
— Se você acha melhor.
— Sim, eu acho. Eu sou o rei da Inglaterra mas até os reis têm poder
limitado. Os outros barões podem não aceitar tão bem. Eu não terei outra
revolta em minhas mãos se puder evitar.
Eles ficaram em silêncio por mais algum tempo. O sol poente
transformou o céu em sangue antes de desaparecer deixando uma marca
furiosa em seu rastro.
Richard expressou a pergunta que sempre temera.
— Você duvida da minha capacidade de atendê-lo?
Edward se endireitou o espanto cruzando seu rosto.
— Não, Richard. Pelo sangue de Cristo eu não duvidei disto desde o
instante em que você tirou os sarracenos de mim! Isto não muda nada
embora eu preferisse que você tivesse me confiado isso há mais tempo —
ele sorriu tristemente. — Há poucos homens que um rei pode chamar de
amigo. Meu pai cometeu o erro de nunca saber em quem confiar. Eu confio
muito pouco. Eu sei que você não vai falhar comigo agora nem nunca.
— Não eu não vou falhar — Richard ecoou. — Agora nem nunca.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele se virou para Claiborne imaginando que ele poderia ver através
das associações. William seria Conde de Dunsmore um dia. Isso seria o
suficiente. Gwen entenderia eventualmente.

Dafydd manteve o exército inglês sob controle durante os meses de


inverno apesar de seu apoio cada vez menor. Ele estava finalmente livre de
seu irmão finalmente era o Príncipe de Gales finalmente estava no controle
de seu país e seu destino e ele pretendia arrancá-lo da Inglaterra a
qualquer custo.
Mas o seu papel de traidor duplo não se ajustou bem aos seus
compatriotas agora que Llywelyn se fora. Demasiadas vezes Dafydd havia
traído os interesses galeses pelo ouro inglês e seus compatriotas
começaram a se perguntar quando tempo passaria antes que ele o fizesse
novamente.
Ele se retirou para Snowdon para o inverno apenas emergindo
quando o degelo da primavera derreteu as passagens das montanhas
congeladas. Até então Edward tinha Gwynedd cercado com suas forças
pressionando Dafydd de todos os lados. A vitória era iminente.
No final da primavera dois dos chefes que haviam apoiado Dafydd
foram negociar com Edward.
— Ele está nas encostas mais baixas de Cader Idris — Edneyved ap
Olfyr disse antes de detalhar o tamanho e a força de Dafydd.
Edward ouviu com interesse febril. Quando os dois homens foram
embora ele se virou para Richard e os Marchers reunidos.
— Richard você vai liderar a força que vai atrás de Dafydd. Eu o
quero vivo.
Richard levou cinquenta cavaleiros. Eles se dirigiram para o
sudoeste em direção à península de Llyn e depois cortaram para o leste em
direção a Cader Idris. Ele estava antecipando uma boa luta com Dafydd.
Ele queria matá-lo mas Edward o proibira.
Talvez o fato de vê-lo sofrer a morte como um traidor nas mãos do
carrasco seria mais satisfatório de qualquer maneira.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Eles acamparam fora da vista da montanha tomando cuidado para
não acender qualquer fogueira que chamasse a atenção para a presença
deles. A noite estava lindamente clara e eles estavam na sela antes do
amanhecer abrindo caminho à luz das estrelas em direção ao esconderijo
de Dafydd.
Quando eles surpreenderam os galeses pouco depois do amanhecer
Richard esperava mais uma briga. Porém sabendo que o tempo deles
estava acabando e carecendo de fé em seu líder eles se renderam com
bastante facilidade. Edneyved ap Olfyr saiu com Dafydd de sua tenda na
ponta da lança.
— Dou-lhe este presente para o seu rei Black Hawk de Claiborne.
Diga a ele para lembrar bem.
Richard desceu do Sirocco. Dafydd cuspiu a seus pés.
— Nos encontramos de novo Príncipe Dafydd. Ou seria Lorde
Dafydd? Eu nunca consigo lembrar...
— Você pode apodrecer no inferno Dunsmore! Eu só queria ter
conseguido matar você seu meio-galês filha-da-puta!
Duas mulheres correram em direção a eles ambas chorando por
Dafydd. Richard reconheceu Anne mas não a outra.
— Lisbeth — disse Dafydd com a voz embargada. Ela correu para os
braços dele e ele a abraçou apertado enquanto ela soluçava.
Anne parou abruptamente os cabelos soltos girando ao redor dela.
— Dafydd? — ela choramingou.
Dafydd não olhou para cima. Richard quase sentiu pena de Anne
naquele momento.
Seus olhos cheios de lágrimas pousaram em Richard.
— Você — ela sussurrou voando para ele. Richard a pegou torcendo
os braços atrás dela. Ela gritou com ele culpou-o por toda a desgraça em
sua vida. Então ela começou a soluçar. Ele libertou seus braços e ela se
agarrou a ele.
Ele ficou rígido. Sem convite a imagem de um menino chegou até ele.
Por qualquer motivo Tristan amava sua mãe. Certamente deveria
haver algo de bom nela mesmo que Richard não pudesse ver.
Relutantemente ele colocou um braço ao redor dela.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Pare de chorar Anne. Tudo vai ficar bem.
Ela chorou ainda mais forte.
— Eu lhe odeio — ela sufocou.
— Eu sei — ele disse suavemente.
Eles partiram para o Castelo de Rhuddlan mais tarde naquele dia.
Dafydd estava acompanhado por sua esposa e sete filhos e suas amantes
uma das quais era Anne Ashford. Os galeses de Dafydd também
marcharam para Rhuddlan. Eles seriam obrigados a jurar fidelidade ao
seu rei e então à maioria deles seria libertada. Alguns dos chefes seriam
julgados por traição junto com seu príncipe.
Edward se recusou a ver Dafydd ordenando que ele fosse jogado na
torre. A Lisbeth e seus filhos foram dados quartos com os outros filhos de
Dafydd e suas mães.
A Anne foi concedida uma audiência com Edward. Richard recuou
rapidamente quando a porta do solar se abriu e Anne correu para fora
gritando tão alto que ecoou pelas paredes de pedra do castelo.
Ele entrou sacudindo a cabeça. O cheiro almiscarado do sexo
permeava o ar sacudindo Richard com a lembrança de quanto tempo havia
passado desde que ele fizera amor com Gwen.
Edward bebeu uma taça de cerveja.
— Nada como uma boa queda no meio do dia.
— Não acredito que tenha compartilhado seu sentimento Ned —
disse Richard secamente.
A risada de Edward ecoou pela sala.
— Jesus, ela acabou de me dizer que foi a melhor foda que ela já
teve! Claro que foi antes de eu lhe dizer a punição por cometer traição.
— Que foi?
— Eu aceitei o seu conselho para ir devagar com ela. Eu pensei que
passar uma vida em um convento seria preferível a compartilhar o laço do
carrasco com Dafydd.
— Sim — disse Richard. — Era menos do que ela merecia talvez,
mas mais do que ela seria capaz de suportar. Anne era luxuriosa e colocá-
la em um convento era como privar um homem faminto de uma fatia de
pão.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Vou convocar um parlamento especial em Shrewsbury para julgar
Dafydd. Pendurá-lo abertamente não enviaria a mensagem que eu quero
para o País de Gales. Eu quero que eles vejam sua humilhação sua
condenação.
— Quando?
— Imediatamente — Edward sorriu então. — Eu creio que você tem
tempo para ir a Claiborne antes.
Richard ficou de pé.
— Se você não se opuser eu gostaria de ir agora.
— Vá em frente — disse Edward.
Richard inclinou-se para o seu rei antes de sair do quarto. Ele
ansiava por ver Gwen e seu filho novamente. Fazia meses desde que ele a
deixara a caminho de Claiborne. A lembrança daquele beijo o sustentou
durante todos os longos meses da campanha. Ele jurou que quando ele a
visse novamente ele faria muito mais do que beijá-la.

Dafydd passeava pela sala redonda da torre como uma fera


enjaulada. Onde ele havia errado? Quando ele perdera o controle? Ele
tivera tudo e ele deixara escapar do seu alcance.
Perguntas sem respostas. Uma vez ele havia sido um príncipe um
senhor e um cavaleiro. Agora ele não era nada, nada.
Ele passou as mãos pelo cabelo depois afundou no palete contra a
parede e abraçou os joelhos ao peito. Tudo acabara agora. Sua vida fora
perdida.
Edward se recusara a vê-lo apesar do fato de ele ter dito ao
mensageiro que ele tinha informações que o rei poderia estar interessado.
Mas Edward acabaria cedendo eventualmente uma vez que seu notório
temperamento Plantagenet esfriasse.
Dafydd se encolheu de lado e cochilou apenas acordando quando
pensou ter ouvido um barulho de chave na fechadura. A porta se abriu e
ele ficou de pé imediatamente.
Gilbert de Clare entrou seguido por Edmund de Mortimer. Gilbert
falou primeiro.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Nós ouvimos que você tem informações sobre Dunsmore. O que é?
O olhar de Dafydd foi de um homem para o outro. Red Gilbert não
era um homem para medir palavras. O semblante de Edmund era de pedra
como se estivesse irritado com a franqueza do Conde de Gloucester.
Dafydd sentou-se à pequena mesa no centro da sala e cruzou as
pernas. Um sorriso preguiçoso rachou em seu rosto.
— Bem — ele demorou. — Eu não posso lhe dizer sem algum tipo de
pagamento posso?
Gloucester pareceu surpreso. Seu rosto ficou vermelho e uma veia se
destacou em sua testa.
— Você não está em condições de exigir pagamento de qualquer
espécie, seu lixo galês!
Dafydd se recusou a ser intimidado. O que mais ele tinha a perder?
— No entanto tenho algo que você quer. E você vai pagar por isto.
Gloucester deu um passo a frente com os punhos cerrados. Edmund
pôs a mão em seu braço e disse algo muito baixo para que Dafydd ouvisse.
Gloucester assentiu. Edmund se juntou a Dafydd na mesa.
— Você é um traidor da coroa Dafydd. Se você espera que façamos
um milagre com o rei você está pedindo demais. Ele não vai libertar você.
Dafydd estudou seu joelho.
— Muito bem — disse ele finalmente erguendo o queixo com orgulho,
desafiadoramente. — Eu gostaria de ver minha esposa e meus filhos
novamente. Eu também desejo que eles se mantenham a salvo da ira de
Edward. É meu fardo não deles. Eu quero que eles saibam que eles não
têm culpa.
Edmund se virou para Gloucester. Um olhar passou entre eles e Red
Gilbert assentiu secamente.
— Você tem a nossa palavra Dafydd — disse Edmund. — Nós vamos
defender o caso de sua esposa junto ao rei.
Dafydd suspirou pesadamente. Que Deus lhe concedesse este último
benefício.
— Então vou lhes contar o que sei sobre o Conde de Dunsmore.

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Capítulo 41
Os primeiros dias de junho foram esplêndidos. O sol comandava o
céu brilhante e puro num mar azul. Nuvens de lã navegavam pelo
horizonte suas formas fantásticas e comuns ao mesmo tempo.
Os jardins do castelo estavam repletos de cores: rosas, violetas,
pêras, maçãs e uma variedade de vegetais cresciam em profusão. Ao longo
de uma parede, as videiras retorciam-se e arrastavam-se estendendo as
folhas cor de esmeralda ao sol.
Gwen e Alys descansavam em um cobertor jogado em um trecho
sombreado de grama. Uma leve refeição de carnes frias e frutas estava de
um lado, e um jarro de vinho esfriava em um balde de água. William se
arrastava entre as mulheres dando risadas e gorgolejando. Gwen pensou
que seu bebê se parecia com seu pai mais e mais a cada dia. Ele tinha
uma pele macia e suave, grandes olhos verdes com cílios grossos e uma
cabeça de cachos negros indisciplinados. Já era alto para seus oito meses
e meio e ele prometia ser alto e largo assim como Richard.
Ele era um bebê feliz embora talvez um pouco mimado. Ele estava
sempre pronto com um sorriso atrevido chorando apenas quando não
conseguia o que queria.
Gwen suspirou. Infelizmente raramente negavam algo a ele. Ela
simplesmente não conseguia recusar a ele quando ele virava aqueles olhos
arregalados e aquele sorriso que era muito parecido com o do seu pai
sobre ela. E ela não era a única.
Owain veio pelo caminho em direção a eles segurando uma bola que
Alys havia feito costurando lã robusta e enchendo-a de palha.
— Eu encontrei — disse ele caindo sobre o cobertor ao lado de Alys.
Ele deu-lhe um rápido beijo. — William olhe o que o tio Owain tem.
William estendeu a pequena mão rechonchuda e disse o mais
imperiosamente possível para um bebê: — Geem.
Owain rolou a bola balançando a cabeça quando William se agarrou
a ela e não a soltou.

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— Ele é como o pai. Exigente mesmo antes de entender o significado
da palavra.
Gwen riu embora por dentro sofresse. Ela pensou que ficaria mais
maçante com o passar do tempo, mas não.
Sete meses atrás Richard a beijara e a deixara na estrada para
Claiborne. Ela recebia mensagens ocasionais dele e ela enviou dezenas
mas elas eram um pobre substituto para estar com ele.
Uma névoa de lágrimas nublou sua visão enquanto observava seu
filho brincar com Owain. Richard havia perdido tanto.
As primeiras semanas sem ele tinham sido difíceis. Ela continuava
esperando que ele voltasse a qualquer momento mas conforme os dias
passavam ela desistiu.
Rhys também se fora. Pouco depois de sua chegada ele fora para a
Mansão de Lydford para ser o castelão de Richard. Ele a visitava
ocasionalmente mas a última vez fora há mais de um mês. Ele parecia feliz
o suficiente embora às vezes ele ficasse melancólico quando falavam de
seu pai.
Alys colocou um pedaço de veado frio em sua boca e Gwen sorriu
para si mesma. A mulher estava tão magra quando eles retornaram. Ela se
desgastara de tanta preocupação e demorara muito para recuperar o
apetite. Felizmente, a sua figura redonda estava de volta.
Owain era dedicado a ela e ela a ele. Desde o retorno de Owain o
amor que compartilhavam ficara às claras. Owain queria se casar com Alys
mas eles decidiram esperar por Richard. Eles achavam justo que ele
compartilhasse a felicidade também.
William rastejou para o colo de Alys. Ela o abraçou embora ele
protestasse quando durou muito tempo. Owain pegou-o e segurou-o bem
acima de sua cabeça. William gritou de alegria.
Uma abelha passou pelo ouvido de Gwen. Ela bateu nela
distraidamente seu olhar vagando pelo jardim. Ela capturou um lampejo
de carmesim e prata através das árvores mas depois descartou como
fantasia. Ela queria tanto Richard em casa que imaginava homens
blindados caminhando pelo jardim.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Não poderia ser ele no entanto porque eles não haviam recebido
nenhuma mensagem que comunicasse seu retorno. Então ela o viu. Ele
parou no final do caminho e observou o pequeno grupo no cobertor. Seu
coração começou a bater até que ela se sentiu fraca demais para se mover.
— Richard... — ela sussurrou. Ele caminhou em direção a eles,
maior que a vida mais magnífico do que nunca.
O rosto de Owain se abriu em um sorriso. Os olhos de Alys se
arregalaram quando ela pegou William dele.
— Você sabia seu diabo manhoso!
Owain ficou de pé.
— Sim amada eu sabia que ele estava aqui. Ele não me deixou lhe
contar.
— Você fez bem tio — disse Richard seus olhos em Gwen. Ela
encontrou forças para ficar de pé embora ainda que o fizesse não seria
capaz de mover os pés.
Ele era mais bonito do que ela se lembrava. Mais alto também. Seus
ombros largos e o peito estavam cobertos pela cota de malha mas sua
touca fora empurrada para trás revelando o cabelo cor da meia-noite.
Estava mais longo do que ela se lembrava se curvando em sua nuca e ela
sentiu uma necessidade dolorosa de passar os dedos pela sua sedosidade.
Ele parou na frente de Alys que estava de pé e segurava William. Sua
mandíbula afrouxou quando ele olhou para o filho e Gwen sabia que ele
estava pensando o que ela tinha pensado apenas alguns momentos atrás.
Os olhos do bebê estavam arregalados a cabeça inclinada para trás
em um ângulo desconfortável enquanto olhava para o pai. Depois de
estudar o gigante vestido de metal por um longo momento ele esticou o
braço e disse: — Geem.
Gwen, Alys e Owain riram. Richard olhou para Gwen as
sobrancelhas juntas a boca bonita curvada em um meio sorriso. Ele
parecia confuso, e se ousasse dizer isto, um pouco assustado.
— O que ele quer?
Gwen pegou a bola esquecida e segurou-a.
— Dê-lhe isto — ela disse suavemente.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Richard pegou a bola seus dedos roçando os dela. Gavinhas de fogo
ardiam dentro dela. Ela já queimava por ele. Oh, Deus como ela queimara
por ele!
Ele deu a bola para seu filho que a agarrou alegremente. O dedo de
Richard acariciou a pequena bochecha de William enquanto o bebê tentava
mastigar seu prêmio. Ele prontamente deixou cair a bola e segurou a
grande mão na frente dele.
Richard pareceu surpreso a princípio. Um sorriso largo se espalhou
por suas feições quando William começou a mastigar o dedo.
— Ele é perfeito — ele murmurou.
William prontamente se cansou do dedo de seu pai e pegou a túnica
de Alys. Richard tocou os cachos negros do cabelo de seu filho seus olhos
voltando para Gwen.
Ela ouviu Owain limpar a garganta ouviu Alys resmungar alguma
coisa sobre levar William para a soneca. Quando eles se foram ela apenas
ficou em pé olhando para o marido.
— Eu senti sua falta — ela sussurrou seus olhos se enchendo de
lágrimas de felicidade e alívio.
— Mostre-me — ele respondeu sua voz rouca quando ele estendeu a
mão. Gwen aceitou. Um contato tão leve embora queimasse através dela
ardendo nas profundezas de sua alma. Com um pequeno grito ela se jogou
em seu abraço enrolando os braços ao redor de seu pescoço encontrando a
feroz fome de sua boca.
Ele interrompeu o beijo com um gemido.
— Jesus, Gwen tem sido tão longo, tão longo... — sua mão se
desviou para sua cabeça. Ele puxou delicadamente soltando o cabelo dela
de seu confinamento. — Está trançado — disse ele incrédulo.
Ela riu.
— Sim é impossível usá-lo solto com um bebê por perto. Ele gosta de
puxar o cabelo — seus dedos emaranharam em sua nuca. — O seu está
mais longo do que costumava ser.
— Sim — ele disse sua boca mergulhando na dela mais uma vez.
Gwen suspirou. Querido Deus era como de repente encontrar o
caminho de volta para casa depois de ter ficado perdida por incontáveis

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


eras. Ela era impotente para impedir que as lágrimas escorressem por
suas bochechas.
Ele a abaixou para o cobertor depois se apoiou em um cotovelo seu
dedo traçando seus lábios inchados pelo beijo.
— Por que você chora Gwen?
Ela passou os braços em volta do pescoço dele e empurrou-o para
trás até que ela estava deitada em cima dele.
— Porque eu senti sua falta seu brutamonte com cabeça de lã! — ela
emoldurou o rosto entre as mãos e o beijou avidamente.
Quando eles recuperaram o fôlego ele disse: — Cuidado amor. Tal
lisonja pode inchar minha cabeça, me deixar insuportável.
— Você já é assim — brincou Gwen.
Richard riu.
— Jesus, moça você não pode me alegrar um pouco? Diga-me como
sou maravilhoso como ansiava por minha companhia nesses meses que
passaram?
Gwen acariciou sua mandíbula seus olhos se encheram de lágrimas
frescas.
— Você não pode imaginar o quanto eu ansiava por você o que eu
teria dado para estar com você novamente.
Richard a rolou de costas e segurou o suave inchaço de um seio.
— Eu não posso? — ele perguntou suavemente.
A respiração de Gwen ficou presa quando seus dedos roçaram o
mamilo através do tecido.
— Você está quente para mim? — ele sussurrou. - sua mão
deslizando sob suas saias. — Você precisa de mim tanto quanto eu preciso
de você?
Gwen choramingou quando seus dedos encontraram a evidência
molhada de sua necessidade por ele. Ela encontrou seu olhar ardente
ofegando enquanto ele a acariciava.
— Richard...
— Doce céu você tem sorte de eu estar blindado — ele disse
fervorosamente. — Eu nunca estive tanto tempo sem uma mulher na
minha vida.

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Seus dedos deslizaram sobre ela então dentro e fora de seu corpo tão
rapidamente que ela não podia pensar muito menos falar. Ela agarrou-o
gritando enquanto a tensão aumentava e se despedaçava. Ele beijou sua
testa suas bochechas seus lábios.
— Eu vou morrer se eu não puder ver você — disse ele desatando os
laços de seu vestido.
Ela agarrou a mão dele.
— Não! Estamos do lado de fora! Qualquer um poderia vir aqui e nos
ver.
— Acha que há uma alma naquele castelo que não sabe o que o
senhor e a senhora fazem no jardim? Ninguém vai nos perturbar asseguro-
lhe.
— Você é ultrajante — disse Gwen afrouxando o aperto.
Ele sorriu.
— Continue me lisonjeando meu amor.
Ela não estava realmente com medo de que alguém pudesse vê-los.
Ela temia que ele não gostasse do que visse. Ela recuperara sua figura
esbelta quase imediatamente mas as pequenas cicatrizes em sua barriga
não desapareceram. Elas não eram muito perceptíveis normalmente mas a
esta luz seriam inconfundíveis.
Ela segurou a respiração quando ele tirou a túnica.
— Oh Deus — disse ele fechando os olhos.
Gwen arrebatou a roupa de suas mãos, ferida e indignada como se
houvesse uma adaga em seu coração.
— Eu sinto muito se eu não lhe agrado mais meu senhor.
— O quê? — ele disse distraidamente.
Ela apertou a túnica contra ela escondendo seu corpo defeituoso de
seu olhar quente. Quando ele tentou puxar para longe ela segurou firme.
— Não, eu não quero que você sofra por olhar para mim novamente.
— Estou bem agora. — disse ele — A visão só me pegou de surpresa.
— Você é um animal! — Gwen gritou. Deus todos os homens eram
tão insensíveis? A parte mais irritante era ele ser tão brutalmente honesto.
E ele queria que ela o lisonjeasse! Ela queria socar seus ouvidos.
— Hein?

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— Vire-se para que eu possa me vestir.
— Mas eu apenas despi sua roupa — ele pegou a túnica e atirou-a
para longe.
Gwen inclinou o queixo para cima.
— Você pode aguentar desta vez milorde?
Ele engoliu em seco.
— Sim — ele encontrou seu olhar e sorriu. — Já faz muitos e muitos
anos desde que a simples visão de uma mulher fez com que eu ameaçasse
derramar-me. Não desde que eu era um garoto inexperiente...
— Você não me acha repulsiva?
— Repulsiva? Você ficou louca mulher? — ele exigiu.
Gwen riu com alívio repentino.
— Eu pensei que você não poderia olhar para mim porque minhas
cicatrizes repeliriam você.
— Que cicatrizes?
— Estas — disse ela espalhando os dedos em seu ventre.
Ele se aproximou.
— Você chama isto de cicatrizes? — ele balançou a cabeça. —
Somente uma mulher para exagerar a menor coisa.
Gwen beijou-o.
— Você é impossível.
— E você é linda — ele pegou o final de sua trança e tirou a tira de
couro. Quando ele soltou o cabelo dela ele correu os dedos por ele
separando os fios de seda até que eles caíram para seus quadris.
— Deite.
Gwen recostou-se no cobertor e plantou os pés no peito revestido
pela cota de malha. Ela se sentiu deliciosamente malvada com a brisa do
verão flutuando sobre sua pele e o homem que ela amava olhando para ela
tão calorosamente.
Ele ergueu uma das pernas dela pressionando os lábios na carne
macia da panturrilha interna. Gwen fechou os olhos e gemeu. Ele desceu
abrindo as pernas dela e abaixando-se até que seus joelhos descansaram
em seus ombros.
— Richard — ela respirou levantando os quadris.

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— É isso que você quer amor? — ele beijou seu flamejante monte de
cachos.
— Sim. Sim…
— Então olhe para mim. Observe-me enquanto eu lhe amo desse
jeito.
Gwen fez o que ele mandou. Era excitante erótico ver a cabeça
escura entre as pernas dela.
— Eu senti sua falta — disse ele. — Do seu cheiro do seu gosto...
Gwen estremeceu. As coisas que ele fazia com ela o jeito com que ele
a fazia tremer por dentro! Senhor Deus ela faria qualquer coisa por esse
homem qualquer coisa!
Ele deu prazer a ela com a boca devagar delicadamente. Ela o
assistiu gritando — eu amo você! — no auge de seu clímax.
Ele se endireitou.
— Ajude-me a sair desta armadura antes que eu exploda.
Gwen se atrapalhou com as fivelas e correias frenética para soltá-lo.
Seus dedos não eram mais seguros do que os dela e demorou um tempo
interminável para tirá-lo da cota de malha e das perneiras.
Gwen tirou o jaquetão e a túnica enquanto ele puxava o cadarço de
seus calções. Ele não teve tempo para retirá-los apenas os desceu e
empurrou-a de volta sobre o cobertor.
— Eu não posso esperar mais — disse ele seu olhar fixado no dela
enquanto ele se posicionava entre as suas pernas. Apesar da urgência de
seu tom ele entrou nela devagar.
Gwen prendeu a respiração deleitando-se com a sensação. Ele era
tão grande e tão duro enchendo-a de um jeito que ela ansiara por todos os
meses em que eles estiveram separados.
— Estou com medo — disse ele rangendo os dentes. — Já faz tanto
tempo e estou com medo de lhe machucar. Eu quero muito você para ser
gentil.
— Eu não quero gentileza — disse Gwen. — Eu quero você. Não se
segure Richard.
Suas palavras o libertaram. Richard empurrou nela duro profundo.
Ele não poderia se conter agora mesmo que quisesse. — Eu sonhei com

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você, com este momento — ele disse em seu ouvido. — Você não tem que
me fazer jurar ser fiel, cariad. Eu não quero ninguém além de você.
— Eu amo você — ela gritou.
O último fio de seu controle foi desfeito e ele se viu dirigindo-se a ela
com tanta força que eles se espalharam no cobertor e na grama.
Quando a liberação finalmente chegou ele desmoronou sobre ela
estremecendo.
Ela alisou o cabelo úmido de suor da testa dele suspirando contente.
Quando ele encontrou força rolou de costas e jogou o braço sobre a testa.
— Você me matou — disse ele.
Seus lábios quentes acariciaram seu peito arrastando-se por seu
abdômen. Sua masculinidade se agitou.
— Não, você ainda não está morto — disse ela contra sua pele
segurando o comprimento crescente dele. — Você está muito vivo eu diria.
Richard gemeu.
— O resto do meu corpo não concorda.
Mas ele tinha que admitir que estar dentro dela novamente valia o
esforço que levaria. Ele a puxou para cima dele.
— Eu não posso impedi-la de se aproveitar de mim — disse ele.
Estranhamente sua energia aumentara novamente. Quando seus
músculos internos se contorceram ele chegou ao limite com ela atirando
sua semente com tanta força que ele sabia que não seria capaz de se
mover por algum tempo.
Mas quando ela deitou em cima dele beijando seu pescoço sua
bainha tremendo ao redor dele ele endureceu. Ela levantou a cabeça
arregalando os olhos.
— Novamente?
Richard sorriu.
— Oh, sim novamente. Eu não consigo ter o suficiente de você. Eu
nunca vou me cansar de você.
Suas pernas se envolveram ao redor dele e ele pressionou seus
lábios contra sua garganta professando seu amor eterno repetidamente.
Quando ele fez amor com ela pela quarta vez ele se deitou em cima
dela recuperando o fôlego e se gloriando em sentí-la. Ele teria que sair de

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novo em quinze dias desta vez para Shrewsbury para o julgamento de
Dafydd. Mas ele não contaria a ela ainda.
— Eu acredito que vou beber um pouco deste vinho agora,cariad.
Você quer?
Ela murmurou algo ininteligível e ele levantou-se para olhar para
ela. Seus cílios se espalhavam por sua pele pálida. Sua boca madura e
inchada de seus beijos era suave no sono. Ela virou o rosto para o lado e
ele beijou a têmpora e a bochecha depois mordiscou suavemente o lóbulo
da orelha.
Ela deu um tapinha nele. Ele riu baixinho depois a deixou e foi
buscar o vinho. Quando ele voltou ele a reuniu contra ele suas mãos
percorrendo seu corpo por vontade própria antes que o sono o
reivindicasse também.

A risada de William alcançou o solar antes dos passos do pai. Gwen


ajudava Alys a bordar o vestido de noiva quando o ouviu. Ela olhou para
cima quando Richard se abaixou pela porta uma criança rindo agarrada a
ele.
— Richard! É muito alto! — exclamou ela. — Você vai deixá-lo
doente.
William empoleirava-se nos ombros de Richard as mãos firmemente
entrelaçadas no cabelo do pai. Ambos os homens a olharam como se ela
tivesse perdido o juízo.
— Não é, Gwen. Além disso ele adora — Richard sorriu. Gwen
soltou um suspiro. Não importava qual deles era – tudo o que eles
precisavam fazer era sorrir e ela era tão maleável quanto uma massa.
Eles formavam um par bonito. Olhando para eles juntos era difícil
acreditar que Richard tivesse sido tão cauteloso com o filho no começo.
William havia se dirigido ao pai imediatamente mas Richard tivera medo
de segurá-lo.
Passara-se mais de uma semana desde que Richard chegara em
casa. Depois de fazer amor com ela no jardim naquele dia eles se retiraram
para o quarto e passaram algum tempo com o filho. Ele não segurara o

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


bebê quando Gwen insistira e ela finalmente conseguira que ele admitisse
seu medo.
Ainda trazia um sorriso aos lábios dela. Seu marido um grande e
poderoso guerreiro tinha medo de um bebê pequenino. Não mais no
entanto.
Ele andou até a janela e se curvou depositando William nas
almofadas. Alys e Gwen trocaram um olhar quando Richard se preocupou
com o filho.
Alys cobriu um sorriso.
— Às vezes é mais difícil decidir qual deles é mais adorável — ela
sussurrou.
Gwen assentiu mordendo o lábio para esconder seu próprio sorriso.
Alys limpou a garganta.
— Eu acredito que me esqueci de fazer alguma coisa milady. Se você
me der licença.
— Claro Alys.
A velha piscou quando ela pegou o vestido e saiu do quarto.
Gwen caminhou até a janela. Richard sentara no chão enquanto
William se arrastava sobre as almofadas. Ela ficou ao lado de Richard
entrelaçando os dedos no cabelo dele. Ele olhou para cima e sorriu.
— Às vezes eu olho para ele e não posso acreditar que o fizemos.
— Sim é o mesmo para mim — ela disse suavemente.
Ele a puxou para o seu colo e a beijou. William gritou. Richard se
separou dela.
— O que está errado com ele?
Gwen franziu a testa.
— Ele gosta de ser o centro das atenções.
— Você o mimou.
Era verdade mas Gwen estava indignada de qualquer maneira.
— E você não?
— Eu não tenho estado em casa tempo suficiente!
— Sim, bem quem é que o carrega nos ombros? Ou levou-o para um
passeio em Sirocco? O que poderia acrescentar eu não aprovei!

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— E quem o deixou dormir conosco quando ele acordou chorando?
— Richard exigiu.
— Foi só uma vez!
Como se entendesse a sugestão William começou a chorar. Gwen
levantou-se e pegou-o. Ele chorou mais.
— Agora veja o que você fez?
— Eu não fiz nada!
William esticou os braços para o pai. Gwen se afastou, balançando-o
acalmando-o com palavras suaves. Seu rosto gordinho estava vermelho
seus gritos crescendo mais alto.
— Dê ele para mim — disse Richard suavemente.
Ela se virou e William agarrou seu pai. Ela o deixou ir. O bebê se
acalmou quase instantaneamente seus gritos se transformando em
soluços. Ele fungou e enterrou o rosto no manto de Richard.
Gwen viu toda a troca com emoções mistas. Por um lado ela sentiu
como se seu filho não precisasse dela. Por outro lado ela estava mais do
que satisfeita por ele precisar de seu pai.
Richard afundou no peitoril da janela e se deitou ajeitando William
em seu peito. Em poucos minutos o bebê adormeceu com o polegar na
boca enquanto Richard esfregava as suas costas.
— Você está certo — disse Gwen. — Eu o mimei. Não sei como dizer
não a ele.
Richard pegou a mão dela e apertou-a contra os lábios.
— Eu não sou melhor. Não tenho o direito de julgá-la quando não
estive aqui por muito tempo.
Gwen caiu de joelhos e segurou sua bochecha.
— Não! Você tem todo o direito. Ele é seu filho também. Não é sua
culpa você não estar aqui.
Ele olhou para o bebê em seu peito depois de volta para ela.
— Eu tenho que ir para Shrewsbury Gwen. O julgamento de Dafydd
começa em breve.
A respiração de Gwen ficou presa. Eles não falaram da captura de
Dafydd da derrota galesa da morte do pai do futuro do País de Gales,

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nada. Ela não queria deixar isto se intrometer em suas vidas ainda e ela
sentiu que ele também não então ela não fez nenhuma pergunta.
— Quando?
— No final da semana.
Ela olhou para o rosto de William, muito parecido com o de seu pai.
— Quanto tempo desta vez?
— Não muito. Uma quinzena talvez. Não mais que um mês com
certeza.
— Oh.
Ele ficou de pé com muito cuidado. William mudou de posição mas
não acordou.
— Venha. Vamos colocá-lo em seu berço.
Gwen seguiu-o até a câmara adjacente.
Ele colocou William de bruços e cobriu-o. Gwen ficou ao lado dele e
eles observaram a criança que haviam feito juntos dormir.
Por fim Richard a puxou para seus braços. Ela não hesitou quando
ele a beijou e ela já estava acostumada com a urgência dele quando ele
começou a se despir. Era uma urgência que ela ainda sentia também.
Não havia espaço para palavras quando eles caíram na cama. Para
evitar acordar o bebê ele cobriu a boca dela com a dele. Gwen não
conseguia o suficiente dele. Ela resistiu contra ele seu próprio prazer
estranhamente esquivo pela primeira vez.
Ele parou. Quando ele começou a entender um lento sorriso curvou
seus lábios.
— Eu sei o que você precisa cariad — ele sussurrou. Ele puxou as
pernas dela para cima e apoiou as suas panturrilhas contra os ombros
dele. Quando ele empurrou nela novamente ele estava tão profundo tão
duro esticando-a quase a ponto de quebrar.
Era exatamente o que ela queria. Ele juntou sua boca a dela
novamente sua língua imitando seu corpo até que ela ficou completamente
insana.
Mais tarde quando estava tão satisfeita que mal conseguia se mexer
ouviu-o levantar-se para verificar William. Ele se arrastou de volta para a
cama ao lado dela e ela virou-se para se deitar ao lado dele.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— O que eles farão com Dafydd?
— Ele vai ser enforcado muito provavelmente.
Ela mordeu o lábio não querendo fazer a próxima pergunta mas
precisando mesmo assim.
— E sobre William?
Ele endureceu.
— Gwen, não comece com essa bobagem sobre ele ser o Príncipe de
Gales. É impossível.
Gwen se irritou. Como se atrevia a ignorar tudo o que é galês como
se não tivesse importância?
— Ele será o príncipe. Meu pai queria isto!
Richard agarrou seus braços e a empurrou até que ambos estavam
sentados.
— Não. Ele não vai Gwen! Ele é meu filho ele será conde no meu
lugar.
— Você está me machucando.
O aperto dele diminuiu sua expressão se suavizou.
— Você tem que entender querida. Edward é o rei da Inglaterra e do
País de Gales. Não haverá mais príncipes. Desculpe mas é verdade.
Gwen se afastou dele.
— Você é galês. Como você pode permitir que o direito de
primogenitura do seu filho seja tirado dele? Você e o rei são amigos. Ele
faria isso se você solicitasse a ele. Foi uma das condições do nosso
casamento.
— Isto foi antes de seu pai se rebelar — disse ele calmamente. E eu
não sou galês. Eu sou inglês e o nosso filho também e este é o fim desta
discussão.
Gwen rangeu os dentes. Ela queria falar com ele, mas sabia que ele
queria dizer exatamente isto quando disse que tinha acabado. Porco
teimoso!
Ela deixou a cama e vestiu as roupas. Quando foi até o berço os
olhos de William estavam abertos. Ele sorriu quando a viu e seu coração
se encheu de amor. Ela o pegou arrulhando enquanto ele a abraçava. Ela
só queria protegê-lo queria que ele tivesse tudo o que era dele.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Sua raiva se dissipara durante o tempo em que ela o segurou. Era
irônico mesmo. Ela já pensara que Richard cobiçava o País de Gales por
seu filho não nascido mas agora ela era a única que deixava que isto
ficasse entre eles. E o que o principado trouxera para o pai dela?
Luto contenda e morte.
Pensou em Londres na grande cidade com suas paisagens incríveis
na London Bridge e nas cabeças apodrecendo sobre os portões da Torre
onde a cabeça do pai reinava agora acima das paredes.
Ela apertou William mais forte. Não ela não queria que ele tivesse
nada disto. A Inglaterra vencera e a vida do País de Gales nunca mais seria
a mesma. Os novos castelos do rei Edward garantiriam a dominação e
suas leis garantiriam a assimilação. Tinha acabado.
Um soluço escapou e ela pressionou o rosto no pescoço de William.
— Cariad — Richard sussurrou colocou suas mãos em seus ombros
quando ele virou-a para enfrentá-lo. Ela nem o ouvira se levantar.
— Você está certo — disse ela olhando dele para William através de
um véu nebuloso. — Ele não será o Príncipe de Gales, ele não seguirá os
passos do meu pai. Acabou...
— Eu sinto muito Gwen. Com o tempo você verá que é melhor assim
— disse ele abraçando-a e a William.
Ela alisou a mão livre sobre o peito nu de Richard. Ele descansou o
queixo no topo da cabeça dela.
— Shrewsbury é apenas a um dia de viagem. Você gostaria de vir
comigo?
Gwen inclinou a cabeça para trás.
— E William também?
Richard sorriu então.
— Sim, William também. Eu não quero me separar de nenhum de
vocês.

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Capítulo 42
Shrewsbury estava apinhada com visitantes de toda a Inglaterra e do
País de Gales e alguns de tão longe quanto a Escócia. Comerciantes
itinerantes lotavam a praça da cidade competindo com os comerciantes
permanentes cujas lojas ladeavam as ruas.
Os vendedores vendiam tortas de carne e cerveja vinho da Gasconha
e da Normandia, hidromel doce galês e doces confeccionados com mel.
Menestréis e atores itinerantes se apresentavam nas esquinas
enquanto os músicos paravam onde queriam entretendo as multidões com
suas músicas animadas.
Casamento ou julgamento por traição Shrewsbury ganhava vida da
mesma forma.
Quando o pregoeiro subiu os degraus até a plataforma a multidão se
precipitou para ouvir o veredito. Vestido com uma capa que mostrava o
brasão do rei ele desenrolou um pergaminho e leu para a multidão
hipnotizada sua voz crescendo apesar de sua pequena estatura.
— Por traição a Sua Majestade o Rei Edward, Dafydd ap Gruffydd é
condenado a ser arrastado pelos calcanhares para a forca.
A multidão murmurou sua aprovação. Cabeças assentiram e as
pessoas ao lado dele com as mãos em côncavo em volta das orelhas.
O pregoeiro retomou o fôlego.
— Pelo assassinato intencional de cidadãos ingleses ele deverá ser
enforcado. Por derramar sangue durante a Semana da Paixão ele deve ser
cortado e estripado antes de morrer.
Os aplausos irromperam em harmonia desenfreada.
— Por tramar a morte do rei pela guerra, seu corpo será
esquartejado com as partes sendo distribuídas para as cidades de
Winchester, Northampton, Chester e York. Por fim sua cabeça se juntará a
de seu irmão sobre a Torre de Londres.
O tumulto resultante foi ensurdecedor.

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Gwen sentou-se no assento da janela olhando para a cidade. Ela não
podia ouvir Richard atrás dela mas ela sabia que ele ainda estava lá.
— É ridículo — ela disse suavemente. Eu o odeio e no entanto não
consigo gostar do que será feito com ele.
Dafydd fez por merecer tudo o que ele receberia. Ela o odiava por
trair o pai tantas vezes especialmente o odiava por quase tirar Richard
dela.
Mas se Dafydd não tivesse contado a verdade sobre a mãe ela
poderia nunca ter se reconciliado com o pai. Ela não podia deixar de se
perguntar se em algum lugar dentro de seu tio havia algo que era bom.
Certamente sua esposa achava que sim.
Gwen brincou com uma corrente do cinto de ouro.
— Você viu Lisbeth quando foi anunciado?
— Eu não a vi até que eles a levaram embora.
Richard a observava atentamente sua expressão suave e cheia de
preocupação. Era uma das coisas que ela mais amava nesse feroz senhor
da guerra. Dentro dele havia uma suavidade visível apenas para ela uma
suavidade apenas para ela e seu filho.
Ela voltou para a janela.
— Descrença. Era descrença em seu rosto depois horror e depois um
pesar esmagador. Não posso deixar de imaginar como seria perdê-lo de tal
maneira...
Ele veio até ela e puxou-a para cima segurando-a perto.
— Não pense mais nisto cariad. Acabou. Nós não vamos ficar para
ver o cumprimento da sentença. Vou levar você para casa.
Ela colocou os braços ao redor dele pressionou o rosto contra o peito
dele. Perdê-lo era o maior medo dela. O pai dela partira. Elinor partira. Em
breve Dafydd também desapareceria embora não pudesse lamentar sua
perda. Mas isto a fazia lembrar como era fácil matar um homem.
Richard a segurou por um longo tempo sem falar imóvel.
Gwen fechou os olhos com força. Por que a tristeza era tão pesada?
Seu pai estava morto há quase um ano, Elinor mais do que isto. O velho
Einion havia sucumbido no inverno passado.

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Ela ainda tinha Alys, Owain e Rhys. E o mais importante ela tinha
Richard e William.
Gwen puxou a cabeça de Richard e beijou-o com o desespero que
sentia nas profundezas de sua alma.
— Faça amor comigo — ela sussurrou contra seus lábios. É muita
morte, muita morte...
Ele a envolveu em seus braços e a levou para a cama.

A folia no salão naquela noite estava animada o banquete enorme.


Vinho e cerveja corriam como água. A rainha havia se juntado ao marido
em Shrewsbury e a corte real aproveitou ao máximo a celebração pela
vitória.
Quando Edward chamou Richard para o lado ele seguiu
obedientemente. Gwen estava ocupada conversando com Eleanor e
Margaret de Valence então ele não se incomodou em dizer que estava
saindo.
— O que é Ned? — ele perguntou quando eles estavam no corredor.
O rosto de Edward estava abatido. Richard reconheceu o olhar em
seus olhos azuis afiados. Era a aparência de um homem cujo dever pesava
em seus ombros.
— Conversaremos no meu solar — ele respondeu virando-se para
liderar o caminho através das entranhas do castelo.
Quando eles entraram no solar Edward derramou vinho em uma
taça e a entregou a Richard.
— Sente-se.
Como era o hábito do rei quando agitado ele andava de um lado para
o outro. Richard esperou sua própria apreensão crescendo.
Finalmente Edward se virou e se inclinou contra a mesa.
— Jesus, Richard — disse ele passando as mãos pelo cabelo e
deixando escapar um longo suspiro. — Eu pensei muito sobre isto e só há
uma maneira de salvar você.
Richard ficou de pé o cálice de vinho caido no chão esquecido. Uma
mancha carmesim se espalhou pelos juncos.

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— Salvar-me?
Edward encontrou seu olhar.
— Sim. Gloucester e De Mortimer. Eles sabem sobre você assim
como agora o restante dos Marchers eu diria.
Richard agarrou o punho da espada.
— Como?
— Dafydd sem dúvida. Seu presente de despedida para nós.
Enquanto Richard tentava digerir Edward continuou.
— Eles exigem que eu lhe tire tudo e lhe condene por traição.
— Traição? Como diabos eles inventaram isto? — Richard rugiu.
— Sua esposa. Ela estava com Llywelyn no castelo de Builth. De
Mortimer a viu então não podemos negar.
— Ela não estava envolvida em traição — disse Richard rigidamente.
— Sim, eu sei, mas não há nada que eu possa fazer para parecer
diferente. Você deve fazer o que eu digo Richard.
— Eu estou ouvindo.
— Você deve denunciar sua esposa. Vou mandá-la para o convento
de Sempringham onde sua meia-irmã agora mora. Seu filho também deve
ir. A casa real do País de Gales não existirá mais e a linhagem morre com
ele. Não voltarei a ter pretendentes ao trono.
Richard afundou na cadeira que ele abandonara as pernas pouco
dispostas a segurá-lo por mais um momento. No seu interior ele estava
gritando. Do lado de fora uma vida inteira de controle estava prestes a se
romper.
— Você não sabe o que pede a mim — ele disse em transe. — Eu não
posso fazer isto.
— Você nunca me desobedeceu Richard. Você fez um juramento
para mim.
— Cristo!!! Ned você não pode pedir isto para mim!
Edward parou diante dele.
— Eu sei que você se importa com a garota mas vai desaparecer com
o tempo. Você é jovem ainda. Eu vou lhe encontrar uma herdeira inglesa e
você terá um castelo cheio de crianças daqui a alguns anos.

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Richard se inclinou contra sua mão cobrindo os olhos. Ele nunca
poderia ter filhos com ninguém além de Gwen. Nunca poderia amar
ninguém além de Gwen.
Gwen e William. Uma dor crua surgiu em sua garganta. Ele não os
abandonaria.
— Se eu disser não?
— Você não pode dizer não.
Richard lançou um olhar desafiador ao seu rei.
Os olhos de Edward se arregalaram.
— Não faça isto, Richard — ele disse baixinho. — Não jogue fora dez
anos de lealdade e amizade. Se você me desafiar não posso dizer quais
serão as consequências. Você será preso. Eu assinarei os decretos embora
isso me fira eu farei. E ela ainda vai acabar no convento.
Richard estava se afogando. Como ele poderia desistir dela? Como
ele poderia viver sem ela?
E no entanto se ele recusasse ele poderia ser enforcado por traição.
Embora morrer não fosse doer uma vez que ela se fosse e quanto a ela?
Como ele poderia protegê-la e garantir mesmo de longe que ela estaria
bem?
Sem ele para ficar de olho nela e em William a sua sorte no convento
poderia não ser fácil. Pelo menos se ele estivesse vivo, ele poderia ter
certeza de que eles estavam sendo bem cuidados tinham o melhor de tudo.
E talvez eventualmente ele pudesse tirá-los.
Oh, Deus, como ele poderia considerar isto?
— E se eu concordar com o seu plano quando isso aconteceria?
— Ela não voltará para Claiborne com você. Você estaria livre para ir
e eu a teria junto com a criança escoltada para Sempringham.
Richard ficou de pé com o coração dolorido e pesado.
— Preciso de tempo. Dê-me um par de dias.
Edward assentiu.
— Muito bem. Eu gostaria que houvesse outro jeito.
Richard riu amargamente.
— Jesus, se você não tivesse me forçado a casar em primeiro lugar
não teríamos essa conversa. Você a deu para mim quando eu não a queria.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Agora você quer levá-la embora quando não quero outra. Isto é muito
irônico, não é?
— Somos guerreiros em primeiro lugar Richard. Nós fazemos o que
precisamos.
Richard se concentrou em um ponto distante atrás da cabeça de
Edward.
— Sim, nós fazemos o que devemos. Nós sempre temos.

Gwen sabia que algo estava errado com Richard. Quando se


retiraram ele dispensou a enfermeira de William depois ficou parado no
berço por um longo tempo. Às vezes ele tocava a testa do bebê ou seus
cachos sedosos.
Gwen tentou manter uma conversa com ele mas ele não respondeu
com mais do que um grunhido ocasional ou aceno de cabeça. Ela desistiu
e sentou-se para escovar o cabelo.
Ele ainda estava em pé perto do berço quando ela terminou.
Suspirando ela se levantou e foi até ele passando os braços ao redor dele
por trás.
— Qual é o problema, Richard?
Um tremor passou pelo corpo dele e entrou no dela. Ele se virou e a
esmagou contra ele enterrando o rosto no cabelo dela.
— Você tem alguma idéia do quanto eu lhe amo? O que eu faria para
proteger você e nosso filho? — ele perguntou em uma voz crua com
emoção.
Desconcertada, Gwen tentou se afastar, tentou ver seu rosto mas ele
não deixou. Ela o abraçou com força.
— Eu sei que você ama William e a mim. Eu sei que você vai nos
proteger.
Ele segurou seu rosto e inclinou a cabeça para trás beijando-a com
cem vezes mais desespero do que ela o beijara antes. Seu humor logo a
contagiou e ela estava encontrando sua fome feroz com uma fome muito
real dela mesma.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Seu amor anterior tinha sido terno acalmando seus medos e
acalmando suas mágoas. Desta vez foi como estar perdido no mar em uma
tempestade. Quando ele se preparou acima dela dirigindo-se
implacavelmente em seu corpo ela se arqueou para ele beijando e
mordendo seu peito duro para não chorar e acordar William.
Richard gemeu empurrando-a para trás e pressionando os lábios
contra a coluna de sua garganta.
— Eu nunca poderia me sentir assim com outra mulher. Nunca,
nunca, nunca…
Gwen passou as mãos pelos músculos das costas dele.
— Meu amor… minha vida… meu coração…
Com um som estrangulado ele esmagou a boca na dela.
Quando ela estava muito cansada para mover outro músculo Gwen
deitou-se de lado. Ele se deitou atrás dela seu grande corpo curvado ao
redor do dela. Seus lábios acariciavam a carne sensível atrás de sua orelha
enquanto sua mão segurava o montículo de sua mulher.
— Mmm, Richard eu poderia ficar assim por dias e dias.
— Para sempre — disse ele apertando os braços ao redor dela.
William começou a chorar. Gwen se mexeu de sua letargia feliz.
— Não, eu vou pegá-lo — disse Richard.
Gwen se deitou nos travesseiros enquanto Richard pegava William e
o embalava. Ela viu o marido andar de um lado para o outro o corpo nu
esplêndido à luz das velas a forma poderosa dele contrastando com o
pequenino bebê que ele carregava.
Quando William estava dormindo de novo Richard inclinou-se para
beijar sua testa e depois voltou o para o berço.
— Você é maravilhoso — disse Gwen enquanto ele voltava para a
cama.
— Não, eu não sou. Você está cega para meus defeitos — ele disse
suavemente.
— Que defeitos? — Gwen brincou.
Ele a reuniu em seus braços e ela deitou sua bochecha contra seu
peito. Distraidamente ela beijou os músculos tensos acariciando-o com a
palma da mão.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Os dedos dele passaram pelos cabelos dela massageando a nuca
dela.
— Eu estava vazio antes de você aparecer, desprovido de todas as
coisas que não eram escuras e frias. Eu não quero ser assim nunca mais.
Eu não quero perder você.
Gwen se levantou. Ela entendeu o demônio sombrio que o
atormentava. Os eventos do dia poderiam despertar medo e incerteza no
mais forte dos corações.
— Oh, Richard eu não vou deixar você nunca mais — ela sorriu
querendo tranquilizá-lo. — Você está preso a mim.
Com isto sua expressão ficou ainda mais séria. Ele puxou-a para
baixo e segurou-a com força contra ele.
Suas reações hoje a noite a confundiam e ela tentou acalmá-lo da
única maneira que sabia. Ela beijou seu peito demorando-se em sua carne
quente. Sua língua traçou seu mamilo.
Sua respiração ficou presa em um gemido de prazer. Entre eles sua
masculinidade se esticou e ganhou vida como um gato preguiçoso.
Gwen se moveu para cima levando sua boca ao pulsar em sua
garganta. Batia forte e rápido debaixo de sua língua. Depois de todo esse
tempo ainda a emocionava poder despertar a paixão deste homem.
— Eu quero outro bebê, Richard — ela sussurrou. — Encha-me com
seu filho.
Ele a rolou e afundou entre suas coxas se embainhando dentro de
seu calor escorregadio. Seus olhares se encontraram por um instante.
Gwen viu o lampejo de tortura em seus olhos antes de ele mascará-lo.
Mas sua pergunta perdeu-se quando sua boca capturou a dela e seu
corpo assumiu o controle de seus sentidos.

Gwen acordou sozinha. Ela encontrou William na antecâmara com


sua enfermeira e Alys. Ela tentara deixar Alys em Claiborne com Owain
mas a mulher não quis ouvir falar de esquivar-se de suas obrigações como
criada.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Alys ajudou-a a vestir e trançar o cabelo depois saiu para buscar
comida e bebida. Gwen foi até a janela e abriu as persianas. O dia estava
triste. A chuva batia no vidro passando pelo rosto dela em riachos.
Ela esfregou os braços. De repente, ela ficara gelada embora não de
frio.
O comportamento de Richard na noite passada fora muito estranho
para dizer o mínimo. Quase como se ele fosse aquele prestes a ser
arrastado para a forca no lugar de Dafydd. Ele certamente a amara como
um condenado.
Ela se sacudiu quando ouviu a porta se abrir.
— Isto foi rápido Alys.
Um homem limpou a garganta.
Gwen deu um pulo.
— M... Majestade — disse ela caindo de joelhos. Eu sinto muito eu
pensei que fosse minha criada.
— Fui chamado de muitas coisas mas esta é a primeira vez que sou
chamado de criado — Edward Plantagenet sorriu. — Acredito que lhe disse
uma vez que a formalidade não era necessária em particular.
Gwen ficou de pé.
— Sim, o fez. Eu imploro seu perdão.
Ela pensou que ele estremecera com isto mas ela estava nervosa
demais para ter certeza. A última vez que ele a encontrara a sós ele a
beijara.
Gwen engoliu em seco.
— Richard não está aqui, Majestade. Não tenho certeza onde ele está
mas você poderá encontrá-lo no salão.
— Eu não vim para ver Richard.
Gwen torceu os dedos em seu vestido.
Os olhos de Edward se estreitaram por um momento. Muito
suavemente ele disse:
— É sobre Richard que eu queria falar com você.
O coração de Gwen acelerou.
— O que está errado? Aconteceu alguma coisa?
Edward levantou a mão.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Não, mas eu preciso de você para me ajudar a impedir que algo
aconteça.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Capítulo 43
— O motivo? — Gwen ecoou.
Edward assentiu.
— Sim.
Gwen afundou em uma cadeira com lágrimas nos olhos. Edward não
havia deixado nada de fora. Fora tudo culpa dela.
— O que você quer que eu faça? — ela perguntou fracamente.
— Há apenas uma coisa que você pode fazer para mantê-lo seguro.
— Qualquer coisa! Eu farei qualquer coisa!
— Você e seu filho devem ir para um convento. Vou pedir ao papa
que anule o casamento para que Richard fique livre para se casar
novamente.
O coração de Gwen doía tanto que ela achava que poderia morrer.
— Eu não sei. Eu...
— Jesus, mulher! Richard pode aguentar isto! O que você quer?
Gwen sacudiu a cabeça. Lágrimas escorriam por suas bochechas.
Deixar Richard. Deixe-o... deixe-o... deixe-o...
Ela prometera nunca mais deixá-lo.
— Você deve escolher — Edward disse.
A cabeça de Gwen se levantou. Escolher.
A última vez que ela escolhera acabara em desastre. Seu pai estava
morto. Se ela escolhesse Richard dessa vez ele também morreria?
Ela não poderia suportar. Ela faria qualquer coisa para mantê-lo
seguro mesmo que isto significasse nunca mais vê-lo. Ele poderia ver isto
como traição mas pelo menos ele estaria vivo.
— Você não vai tirar meu filho de mim?
— Não. Ele pode ficar com você até que ele tenha idade suficiente
para entrar em um mosteiro.
Gwen apertou uma mão trêmula no ventre. E se outra criança neste
momento crescia ali? Querido Senhor ela orou fervorosamente para que
fosse assim. Ela queria outro bebê para lembrá-la de Richard.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Eu irei se isto proteger Richard — ela disse com a voz vacilante.
Ela não podia pensar além das palavras que pronunciara o que elas
realmente significavam como seria sua vida sem ele. Se ela o fizesse nunca
encontraria forças para fazê-lo.
— Você fez uma escolha sábia senhora. Reúna seu filho e venha
comigo.
— A... agora?
— Sim. Eu não demoraria mais. Quanto mais cedo for feito melhor.
Atordoada Gwen se levantou e caminhou até a antecâmara
chamando por Alys e a enfermeira. Quando ela contou a Alys o que estava
acontecendo ela mal ouviu sua própria voz recitando as horríveis palavras.
Elas fluíram dela como se da boca de um estranho.
O rosto de Alys mostrou choque e horror. E resignação.
— Você não tem que me acompanhar Alys. Owain precisa de você.
Alys engoliu em seco.
— Não meu lugar é com você. Eu estive com você desde que você
nasceu. Eu não vou abandonar você agora especialmente não por um
homem — sua voz quebrou no último e Gwen a abraçou.
— Por favor fique Alys. Não venha comigo. Cuide de Richard por
mim.
Alys sacudiu a cabeça teimosamente embora seus olhos brilhassem
com as lágrimas. — Não, eu não posso deixar você.
Edward os levou para o seu próprio solar.
— Eu irei com você ao anoitecer. Até lá você não deve sair deste
solar. Haverá um guarda postado do lado de fora. Fale com ele se precisar
de alguma coisa.
Tardiamente ocorreu a Gwen que ela não teria permissão para ver
Richard antes de partir.
— Eu gostaria de ver meu marido Majestade — ela disse calmamente
com os olhos baixos para que ele não pudesse ver a emoção que se agitava
dentro dela.
— Não, eu não posso permitir isto. Eu sinto muito mas é melhor
assim.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


A porta se fechou o som oco e vazio como o de um túmulo se
fechando para sempre.
Gwen abraçou o bebê contendo os soluços em seu peito. Quando ela
não pôde mais contê-los ela caiu no chão e chorou. Alys veio e tirou
William dela. A amiga tentou acalmá-la mas as lágrimas deslizaram por
suas bochechas mais e mais rápido até que ela estava sentada ao lado de
Gwen o braço em volta dos ombros de Gwen soluçando também.
William olhou de uma mulher para a outra e depois se arrastou para
explorar seu novo ambiente.

Richard estava do lado de fora do quarto dele e de Gwen. Ele tinha


que deixá-la saber o que eles enfrentavam. Sua mão se desviou para o
punho da espada depois se acalmou. Ele inclinou a cabeça contra a
madeira fria.
Ele devia protegê-la e a William a todo custo. Mais do que tudo ele
queria lutar. Ele queria lutar contra seu rei e todos os malditos Marchers.
Ele queria lutar contra a própria Inglaterra!
Nunca se sentira mais como um galês do que agora. Reprimido,
sufocado, esmagado. Ele quase podia entender a necessidade de
autonomia que levava o País de Gales a continuar lutando contra um
inimigo superior.
Antes que ele pudesse se demorar mais ele segurou a maçaneta e
abriu a porta. Ninguém estava na antecâmara. Quando ele entrou na
câmara principal um calafrio percorreu sua coluna.
Não havia sinal de Gwen. Nem Alys. Nem William. Nem da
enfermeira.
Seu olhar varreu a sala voltando para o canto onde o berço de
William deveria estar. Seu coração caiu a seus pés. Fora embora. Eles
foram embora.
— Não!
Ele saiu correndo da câmara desceu a escada em espiral e entrou no
salão. As pessoas ficaram boquiabertas quando ele atravessou a sala
lotada.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Edward estava com Edmund de Lancaster e William de Valence.
Richard parou seu peito arfando a fúria comendo seu interior. Ele agarrou
sua espada pronto para desembainhá-la sabendo que seria cortado em
poucos minutos se o fizesse.
— Onde está ela, Ned?
— Acalme-se, Richard. Ela está segura — Edward disse seus olhos
cintilando para a mão de Richard descansando no punho da espada.
Richard se forçou a soltar.
— Onde ela está?
— A caminho de Sempringham.
Richard sentiu-se tonto.
— O quê? Mas eu ainda não disse a você se eu concordava.
Edward encolheu os ombros.
— Você não precisava. Ela decidiu por você.
Richard olhou para o rei incrédulo. Uma risada amarga borbulhou
em seu peito. Ele esfregou os dedos pelos cabelos para reprimir o
formigamento de seu couro cabeludo.
— Mais uma vez a moça tomou para si uma decisão que me afeta.
Ele se sentiu estranhamente delirante naquele momento. Ele pegou
uma caneca de cerveja da bandeja de uma garçonete e bebeu.
— Jesus, ela me deixou sem nem se despedir. Eu poderia ter
sabido...
Ele olhou para a caneca vazia não vendo nada através de uma opaca
névoa.
Edward puxou-o para uma alcova.
— Eu sinto muito Richard. Eu tive de fazer isto. Você teria lutado
comigo.
Richard sacudiu a cabeça.
— Não, eu não faria. Se fosse apenas minha vida envolvida sim eu
teria. Mas eu não os colocaria em perigo.
— Você me salvou uma vez. Eu estou lhe salvando agora. Você irá
entender isto um dia. Vai levar tempo mas você vai esquecê-la.
Richard encontrou o olhar de Edward então. Os olhos azuis estavam
tristes simpáticos.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Você poderia esquecer Eleanor?
Edward inalou bruscamente então sorriu.
— Certo, ponto para você — ele apertou o ombro de Richard. —
Venha vamos ficar bêbados.
Richard deixou cair a caneca vazia.
— Sim... sim não há mais nada a fazer.
Mas ele descobriu que não conseguiria ficar bêbado depois de tudo.
A cerveja era amarga, o vinho enjoativo, o hidromel mais espesso que o
mel. Ele apenas sentou, meditando sobre taça após taça de álcool antes de
colocá-las nos juncos.
Red Gilbert se aproximou com o rosto lívido.
— Então, Dunsmore você pensa em se livrar disto deixando sua
esposa galesa longe? Já teve o suficiente do pequeno pedaço, não é? Bem
não vai funcionar!
Richard ficou em pé muito, muito devagar. Ele nem se incomodou
em puxar sua espada apenas pulou em cima de Gilbert e envolveu as
mãos no pescoço do homem. Eles caíram no chão. A multidão se dispersou
senhoras gritando e homens encorajando enquanto abriam espaço para os
dois condes.
Richard dominou Gloucester com bastante facilidade. Gloucester
havia ficado gordo e preguiçoso ao longo dos anos e ele não era páreo para
o homem que era apenas alguns anos mais novo do que ele.
Richard o montou suas mãos ainda no pescoço de Gilbert.
— Você tem alguma idéia de como seria fácil para eu estalar seu
pescoço Gloucester?
Os olhos de Gilbert se arregalaram.
Neste ponto Richard pretendia fazê-lo. Mas primeiro ele queria que
sua vítima pedisse misericórdia.
As mãos de Gilbert cobriram as de Richard sua voz quase inaudível
quando ele pronunciou a palavra: — Por favor.
— Por favor o quê? Por favor termine e tire você da sua miséria? Sim
Gilbert será um prazer — grunhiu Richard.
— Deixe-o — disse Edward. Richard estava preparado para ignorar
seu rei até sentir o aço frio contra suas costelas. Seus olhos percorreram o

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


comprimento da lâmina. Edward segurava a espada com firmeza e Richard
sabia que não hesitaria em usá-la.
Richard soltou e se levantou. Gilbert ficou de pé sufocando e
esfregando a garganta.
— Você é um selvagem Black Hawk! Sua ascendência galesa se
mostra! — Gilbert cuspiu.
— Dê o fora daqui! — Edward ordenou a ele. Volte para o Castelo de
Caerphilly antes que eu decida permitir que Dunsmore mate você.
O Conde de Gloucester endireitou a coluna e saiu orgulhosamente
do salão.
— E você — Edward disse voltando sua ira para Richard. — Volte
para Claiborne imediatamente. Não saia de lá até que eu mande.
Richard deu ao rei um meio arco depois girou nos calcanhares e
seguiu na direção oposta a Gloucester.

O coração de Gwen acelerou quando viu o padrão carmim e preto do


Conde de Dunsmore no pátio abaixo. Ela pressionou o rosto contra o vidro
tentando ver através do painel coberto de chuva.
Um vislumbre. Por favor, Deus apenas mais um vislumbre dele.
Um moço levou Sirocco em direção aos cavaleiros reunidos. Em
resposta à sua oração um homem alto e moreno subiu e montou o
garanhão.
Seu estômago revirou. Ela queria tocá-lo queria dizer a ele que o
amava mais uma vez. Ela bateu no vidro embora soubesse que ele nunca o
ouviria no barulho do pátio.
Ela desistiu e pressionou as palmas das mãos contra a janela. Ele
virou Sirocco depois parou e deixou seu olhar vagar pelo castelo. Gwen
bateu no vidro novamente esperando rezando para que ele a visse.
Ele se virou e sinalizou para seus homens. Eles atravessaram o pátio
e saíram pelos portões.
— Deus vá com você — ela sussurrou contra o painel frio.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Richard sentia a dor percorrer todo o caminho até sua alma. Era um
desânimo profundo em seus ossos que nunca iria embora. Ele percorreu a
cidade sem ver a multidão sem ouvir as vozes dos vendedores ambulantes
e prostitutas, sem sentir o cheiro de corpos sujos, pão e carne assados.
Ele nunca mais seria o mesmo. Ele entendia bem a perda que seu
pai sofrera a razão pela qual ele tinha se apaixonado tanto pelo filho.
Jesus, Richard nem sequer teria seu filho para amar.
Ele avistou uma garota com cabelos ruivos e seu pulso saltou. Ele
estimulou Sirocco para frente.
— Gwen!
O garanhão galopou habilmente pela massa de corpos enquanto
Richard mantinha os olhos na garota a sua frente. Vagamente ele ouviu
Andrew dando ordens para os homens esperarem.
— Gwen!
Ele alcançou e estendeu a mão para ela. Ela se virou tropeçando
para trás. As pessoas se espalharam.
— Milorde? — ela gaguejou seus olhos marrons arregalados e
temerosos.
A decepção esfaqueou Richard. Ele estava imaginando que a via em
todos os lugares. No castelo aqui na cidade.
— Eu não fiz nada milorde. Por favor não nos machuque.
Foi então que ele viu que ela segurava um bebê no peito.
Ele enfiou a mão no cinto e tirou uma moeda de ouro sua mente não
mais na garota na frente dele.
— Aqui. Compre algo bonito para você.
Ela olhou a moeda hesitando.
— Eu não sou uma prostituta, milorde. Você é um homem de boa
aparência mas eu tenho um marido e...
— Tome isto mulher. Não quero me deitar com você.
Ela pegou a moeda apertou-a entre os dentes e enfiou-a na túnica do
bebê.
— O... obrigada m... milorde.
Ela ainda o observava como se esperasse que ele a pegasse a
qualquer momento.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Richard acenou com a mão.
— Fora.
Ela correu para longe desaparecendo na multidão. Richard ficou
sentado lá olhando para ela por um longo tempo. Como ele poderia ter
pensado que ela era Gwen? Seu cabelo não era vermelho-dourado e sedoso
era ordinário e sem brilho. Sua figura não era esbelta e curvilínea era
gorda e flácida.
Ele levantou a cabeça e olhou para o castelo no topo da colina. Ele
se casara com ela aqui e a perdera aqui. Era de se admirar que ele
pensasse que a via em todos os lugares que olhava?
Ele virou Sirocco e voltou para seus homens. Mas ele não parou
quando chegou até eles. Ele continuou indo em direção ao Castelo de
Shrewsbury.
— Milorde? — Andrew chamou. — Onde você está indo milorde?
— De volta ao castelo Andrew.
Seus homens caíram em silêncio atrás dele. Richard não se
importava com o que eles pensavam. Ele não podia deixar este lugar ainda.

Gwen sabia que o rei viria. Desde que Richard tinha ido embora não
havia mais necessidade de demora. Edward entrou no quarto uma
presença formidável em sua túnica azul escuro e manto bordado em ouro.
Ele era um rei para inspirar respeito e admiração nos corações dos
homens. Ele era magro e alto rijo apesar das tentações de boa comida e
bebida. Gwen muitas vezes o ouvira ser elogiado pelos guerreiros de seu
pai mesmo quando estava sendo amaldiçoado por eles. Não era de se
admirar que Richard valorizasse muito sua lealdade a este homem.
William deu uma olhada no rei e começou a chorar. Gwen tentou
acalmá-lo mas ele enterrou o rosto em seu vestido fungando e engolindo
em seco.
Edward sorriu e colocou a mão sobre o coração.
— Jesus eu diria que o garotinho não gosta de mim. Deve ser o
sangue galês dele — brincou.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Gwen sorriu apesar de tudo. O que ela queria fazer era chorar mas
já havia chorado tanto que não tinha mais nada para dar.
— Você está pronta? — perguntou o rei.
— Sim — respondeu Gwen embora na verdade ela soubesse que
nunca estaria pronta.
Uma comoção no corredor fez a cabeça de Edward virar. Homens
gritavam seguidos pelo inconfundível choque de aço.
— Por Deus — Edward praguejou abrindo a porta.
Gwen ouviu-o gritar e ouviu a voz que respondia.
Richard.
Os sons da batalha pararam. O medo fechou sua garganta até que
ela não conseguiu pronunciar uma palavra. Eles o mataram?
A porta se abriu novamente e Edward entrou seguido por Richard. O
rosto do marido estava escuro de raiva os olhos brilhando
descontroladamente.
— Você testa minha paciência, Richard! — o rei se enfureceu. — Eu
deveria ter deixado que eles lhe retalhassem.
O olhar de Richard se encontrou com o dela.
— Você não deveria ter mentido para mim, Ned. Eu tinha o direito de
vê-los novamente.
— Eu vou dar-lhes alguns minutos não mais — ele apontou para
Alys e a enfermeira e os três entraram na antecâmara.
William estendeu os braços para o pai. Gwen deixou-o ir. Richard
segurou-o com força e beijou-o depois enterrou o rosto no pescoço do bebê.
Ela ficou ali esperando querendo que ele a abraçasse também. Mas
então ela percebeu que ele não iria. Ela o traíra concordara com o plano do
rei deixou-o embora ela houvesse prometido nunca mais fazê-lo.
— Você está com raiva de mim — disse ela.
— Sim... não — ele levantou a cabeça. — Eu queria estar mas sei
que você fez isto para me proteger. Eu teria feito o mesmo para proteger
você e William.
Gwen foi até ele e colocou a mão na manga dele.
— Eu não queria fazer isto Richard. Eu só quero estar com você.
Mas se algo acontecesse com você, eu...

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele envolveu um braço forte ao redor dela e a esmagou contra ele.
Ela inclinou o rosto para cima e ele a beijou. Gwen saboreou sabendo que
era a última vez que ela iria provar seu beijo.
— Vou sentir sua falta — disse ela. — Vou pensar em você e
lembrarei tudo o que compartilhamos. Eu posso suportar sabendo que eu
tive seu amor por um tempo.
— Gwen...
Ela olhou para o peito dele para a visão de suas mãos espalmadas
em seu manto. Ela nunca mais o tocaria.
— Não deixe-me terminar. Você deve se casar novamente Richard —
sua voz quebrou e ela parou até que ela pudesse continuar. — Você deve
ter filhos e criá-los para serem bons ingleses para servir ao seu rei com
lealdade como você faz.
— Eu sempre amarei você Gwen. Eu nunca amarei outra. — Richard
disse sua própria voz quase quebrando.
A porta se abriu. Edward entrou seguido pela rainha Eleanor.
Richard sentiu o pânico crescer dentro dele.
— Eu sinto muito mas seu tempo acabou — Edward disse.
Eleanor correu para Gwen.
— Oh, Gwenllian eu sinto muito. Eu não sabia até agora.
— Obrigado por sua preocupação Majestade. — Respondeu Gwen. —
Você sempre foi gentil comigo mesmo quando eu era uma refém. Sou grata
a você.
Eleanor apertou a mão dela. Gwen pegou William. Richard segurou-o
com força sem vontade de soltar.
— Richard por favor — disse ela com os olhos avermelhados e
brilhantes. — Não torne isso mais difícil.
Richard a pegou contra ele e a beijou.
— Eu amo você. — Disse ele uma última vez com a garganta
apertada.
Ele beijou a testa de William depois deixou que ela o levasse.
Lágrimas escorreram pelo seu rosto enquanto seus olhares se
mantinham. Então ela se virou e foi até a porta.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Richard se virou incapaz de vê-la sair de sua vida para sempre. E
isto seria para sempre. Ele tinha certeza de que se ela saísse agora ele
nunca mais a veria.
Ele ardeu por dentro queimando de uma maneira que ele nunca
soube que era possível. Nada tinha mais importância para ele. Sem ela ele
não era nada.
— Espere — ele disse.
Ela parou na porta. Edward se virou.
Richard atravessou a sala até ficar diante do rei.
— Eu desisto de tudo. Tudo isto. O título, os castelos, os feudos que
tenho. Dá-me a minha mulher e filho e deixarei a Inglaterra e nunca mais
voltarei.
O queixo de Edward caiu.
— Eu preciso de você Richard. O País de Gales é instável. E ainda há
a Escócia e a França a considerar.
— Ned se alguma vez me valorizou se alguma vez lhe servi fiel e
lealmente irá conceder-me uma última coisa.
— Eu não posso Richard. Você é valioso para mim. Eu preciso de
você.
— Edward — disse a rainha aproximando-se deles. — Você tem
dezenas de senhores da guerra. Você deve conceder a Richard o que ele
pede. Se não fosse por ele você poderia ter sido tirado de mim. Eu não
gostaria de viver sem você mais do que ele quer viver sem sua esposa. Está
em seu poder concedê-lo e você deve.
O temperamento de Edward drenou dele em etapas. Sua mandíbula
suavizou suas feições relaxaram sua postura tornou-se menos
ameaçadora.
— Muito bem meu amor. Eu não posso lhe negar — ele suspirou
pesadamente. — Se for isto que você quer Richard então é seu.
Richard fechou os olhos quando o alívio o inundou. Quando os abriu
novamente Gwen o observava o lábio tremendo os olhos arregalados e
cheios de lágrimas.
Eleanor agarrou a mão do marido e puxou-o porta afora.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


— Você está certo Richard? — perguntou Gwen. — Sem suas terras
e título você terá perdido tudo pelo que lutou tudo o que seu pai lhe
deixou.
William estendeu os braços. Richard o pegou e pressionou seus
lábios na bochecha de seu filho. William segurou o manto de Richard em
seus punhos: — Da — disse ele sorrindo.
Richard tocou a bochecha de Gwen traçando-a com o dedo.
— Você é tudo que eu preciso. Nós iremos primeiro para a
Normandia eu creio. Então eu vou levá-la para a Espanha e talvez, para o
Marrocos. A Itália também. E as ilhas gregas. Desejo ver se seus olhos
realmente são da cor da água em torno de Corfu.
A expressão dela permanecia cautelosa.
— Você não se importará de deixar a Inglaterra? Você não vai me
odiar por lhe causar isto?
— Por me causar o quê? Por me dar amor e me ensinar que há mais
na vida do que honra e dever? Por tirar toda a escuridão da minha alma?
Por me libertar da culpa e da dor dos meus fracassos? Não, Gwen – minha
vida, meu amor – com você eu finalmente encontrei o que é certo
finalmente consegui. O restante significa menos que nada para mim.
— Oh, Richard — ela jogou os braços ao redor dele então e ele a
beijou ferozmente beijou-a até que ela estava agarrada a ele beijou-a até
que ela se afastou para recuperar o fôlego.
— Eu sou seu marido e isto é tudo que eu quero ser.
Ele entrelaçou os dedos com os dela beijou o filho deles depois a
levou do Castelo de Shrewsbury para o mundo além.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Epílogo
Maio 1285 – Brindisi, Itália
Gwen olhou para cima quando Richard desceu à praia. Ela estava na
beira com as saias levantadas até os joelhos observando William enquanto
ele chutava as ondas em miniatura.
— Papai — disse ele correndo para seu pai. Richard pegou-o em um
braço poderoso e girou enquanto seu filho gritava de alegria.
Gwen sorriu seu coração se enchendo de emoção com o amor que
sentia por seus dois homens. Richard veio até ela William ainda em seus
braços e se abaixou para beijá-la.
— Eu recebi uma carta de Edward, cariad.
— O que ele diz?
— Eleanor deu a ele um filho. Ele nasceu no Castelo de Caernarvon
há alguns meses. Edward o fez Príncipe de Gales.
Gwen mordeu o lábio.
— Oh! — ela disse. A velha mágoa ressurgindo brevemente. Seu filho
deveria ter sido o Príncipe de Gales.
Mas era melhor assim. William nunca teria que lutar com a
Inglaterra como o pai dela.
— Ele quer que eu volte Gwen.
Ela olhou para ele.
— O que você quer Richard?
Ele segurou sua bochecha.
— Eu quero você. Eu não me importo onde estamos eu só quero
você.
Ele colocou William para baixo e o garotinho correu até onde Alys e
Owain estavam sentados em um cobertor sob uma oliveira retorcida. Ele
entregou a concha que estava segurando a sua irmã de nove meses
Katherine e ela riu com prazer.
Richard apertou a mão de Gwen e puxou-a pela praia com ele.
— Não espere por nós. — Ele avisou a Owain e Alys.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Gwen sabia para onde ele estava levando-a. Eles haviam encontrado
uma pequena enseada abrigada por afloramentos de rocha vulcânica e
sombreada por oliveiras e arbustos retorcidos.
Quando eles chegaram ele a puxou para seus braços e a beijou até
que ela ficou sem fôlego.
— Richard você acha justo deixar William e Katherine com Alys e
Owain?
Sua mão mergulhou sob a bainha de seu vestido.
— Por que não?
Gwen deu uma risadinha.
— Você é tão perverso. — Ela engasgou quando ele a encontrou.
Fechando os olhos, ela disse: — Mmm, eles são recém-casados
comparados a nós. Devemos vigiar as crianças enquanto elas brincam.
Ele apertou a mão dela contra a protuberância por baixo da túnica.
— Acha que devemos voltar agora? — ele perguntou seus lábios
acariciando o oco de sua garganta.
— Talvez daqui a pouco — disse ela.
— Sim, eu pensei que você poderia dizer isto — ele desamarrou o
vestido e puxou-o sobre a cabeça. — Você realmente não deveria segurar
suas saias tão alto na próxima vez.
— O quê? — ela perguntou distraída com as palmas das mãos dele
em seus seios.
— Quando você estava lá. Você despertou minha luxúria com
aquelas suas lindas pernas. Tudo o que eu podia imaginar era tê-las em
volta de mim.
Ele a abaixou sobre a pilha de roupas que ele fez suas mãos e boca
fazendo sua magia em sua carne trêmula.
— Você está ficando morena meu amor. — ele disse com voz rouca.
— É porque você está sempre me despindo do lado de fora. Se eu
não estiver coberta minha pele escurecerá como a sua.
— Jesus, eu pensei que você nunca pediria — disse ele cobrindo-a
com seu corpo.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Ele a levou ao êxtase de novo e de novo então eles se deitaram
entrelaçados enquanto o sol quente do Mediterrâneo filtrava através das
árvores e acariciava seus corpos.
— Você quer voltar para a Inglaterra? De volta a Claiborne? — ela
perguntou. Edward no fim permitira que Richard mantivesse tudo o que
era dele. O rei imaginara que o furor iria morrer em poucos anos e Richard
e Gwen poderiam voltar para a Inglaterra se assim o desejassem.
— Não, eu não lhe levei a Corfu ainda. — ele disse indignado. —
Claiborne pode esperar. Andrew está fazendo um bom trabalho como
castelão.
Gwen riu e se levantou.
— O que aconteceu com Black Hawk de Claiborne o homem que
insistia em fazer tudo sozinho?
Richard sorriu.
— Eu ouvi uma moça irresponsável que confunde tanto o meu juizo
que tudo o que eu quero é fazer amor com ela.
Gwen pegou um punhado de areia e jogou-o para ele depois correu
para a água. Ela mergulhou no Adriático azul-esverdeado gritando quando
se virou e viu Richard logo atrás.
Ele mergulhou atrás dela pegando seus tornozelos e puxando-a para
trás.
— Você não pode escapar de mim amor. Eu devo exigir uma
penitência por sua maldade.
Gwen se contorceu em seus braços a carne molhada deslizando
sensualmente contra a carne molhada.
— Você vai pensar em algo tenho certeza — ela ronronou.
— Sim... Me dê alguns momentos para planejar o tipo certo de
tortura — ele disse seus lábios mergulhando em seu ombro nu.
— Eu vou lhe dar uma vida inteira meu amor — Gwen respondeu
fechando os olhos e inclinando a cabeça para trás enquanto ele exigia sua
vingança.

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild


Fim

A Noiva Cativa do Cavaleiro das Trevas – Natasha Wild

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