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SAÚDE COLETIVA

ROTEIRO DE ESTUDO AV 1
CONCEPÇÃO DE SAÚDE

De acordo com a OMS (organização mundial de saúde), saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e
social, e não apenas a ausência de doença.

- Longe de ser uma realidade, remete à ideia de uma “saúde ótima”, possivelmente inatingível e utópica
- Saúde não é um “estado estável” que uma vez atingindo possa ser mantido.

A concepção de saúde tem um alto grau de subjetividade e determinação histórica, na medida em que indivíduos e
sociedades consideram ter mais ou menos saúde dependendo do momento, do referencial e dos valores que
atribuam a uma situação.

A saúde como uma construção permanente de cada indivíduo e da coletividade.

De acordo com a VIII conferência nacional de saúde, saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação,
educação, renda, meio ambiente, trabalho, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso ao serviço de
saúde. Ou seja, é o resultado das formas de organização social, de produção, as quais podem gerar grandes
desigualdades nos níveis de vida.

Seguindo a definição da constituição federal de 1988, a saúde é um direito de todos e dever do estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.

Conceito ampliado de saúde: Considera o processo a partir da avaliação de determinantes e condicionantes diversos,
e segundo o qual, para se alcançar saúde, é necessário que haja integração entre os diferentes setores da sociedade:
política, educação, economia, trabalho, segurança, lazer e todos os demais, a fim de que sejam articuladas políticas
abrangentes, que não se limitem apenas aos serviços de saúde, como hospitais e unidades básicas, por exemplo.

Segundo Czeresnia, “saúde e adoecimento são formas pelas quais a vida se manifesta. São experiências únicas,
subjetivas; palavras não podem reconhecer e significa-las completamente”, pois, segundo ela, “saúde não é um
objeto que pode ser restringido dentro do campo do conhecimento objetivo. A saúde não se traduz em um conceito
científico”

Para Siqueira e Moraes, a saúde define-se “no contexto histórico da sociedade e em seu processo de
desenvolvimento, englobando as condições de alimentação, habitação, educação, renda, ambiente, trabalho,
emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde”.

E para Lopes, saúde é “o conjunto de condições integrais e coletivas de existência, influenciado pelo contexto
político, socioeconômico, cultural e ambiental”.

Coelho, Almeida Filho e Arreaza fazem uma análise crítica da concepção de saúde de Canguilhem, enquanto Coura,
apesar de não se basear nesse autor, chega a uma concepção de saúde muito próxima: “adaptação do homem ao
meio, preservando a sua integridade física, funcional, mental e social”, definindo adaptação como um ajustamento
dinâmico ativo.

Não há uma definição quer seja de doença, quer seja de saúde fora da normatividade social, como um abstrato
genérico e universal independente da realidade social e histórica. Por isso, e ao mesmo tempo, não é possível definir
doença e saúde apenas pela tomada do normal e do patológico com base nas regularidades anatômico-funcionais da
biomedicina.
SAÚDE COLETIVA
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As
noções de saúde colocam uma representação da mesma no lugar da saúde rearticulada ao social-histórico, fazendo
com que o pesquisador olhe para a saúde apenas pelas características concreto-factuais da mesma

DETERMINANTES SOCIAIS EM SAÚDE E SEUS CONDICIONANTES

DETERMINANTES SOCIAIS EM SAÚDE: Fatores que influenciam, afetam e/ou determinam a saúde dos povos e
cidadãos; são atribuídos às condições em que os indivíduos vivem e trabalham; leva-se em conta os fatores que
podem colocar a saúde da população em risco.

Ex: Ordem econômica, social, étnica, regional, psicológica, cultura e comportamental.

Os determinantes sociais de saúde podem ser divididos em dois grupos: os determinantes sociais estruturais e os
determinantes sociais intermediários.

determinantes sociais estruturais dizem respeito justamente à estrutura da sociedade. Sendo assim, tratam
principalmente de classe social e acesso à educação, por exemplo, abordando também raça e etnia, gênero e
sexualidade.

determinantes sociais intermediários, apesar de também envolverem as diferenças sociais, são mais sutis e
geralmente englobam outros fatores que também podem comprometer uma vida saudável. Nesse sentido,
se relacionam a condições de trabalho, disponibilidade de alimentos e ainda à prática de exercícios físicos.

- Embora esses determinantes sejam classificados separadamente, na vida real de fato estão muito inter-
relacionados. Uma pessoa de classe baixa, por exemplo, terá menos acesso a alimentos e provavelmente condições
de trabalho piores.

- Importante para ajudar a construir uma ampla visão a respeito do processo saúde-doença

CONDICIONANTES EM SAÚDE: estabelecem limites a uma situação, isto é, condicionam uma situação a determinados
fatores.

Ex: apenas mulheres podem engravidar, portanto, o sexo é fator condicionante para a gestação.

PROCESSO SAÚDE DOENÇA

O processo saúde-doença é uma expressão usada para fazer referência a todas as variáveis que envolvem a saúde e
a doença de um indivíduo ou população e considera que ambas estão interligadas e são consequência dos mesmos
fatores. De acordo com esse conceito, a determinação do estado de saúde de uma pessoa é um processo complexo
que envolve diversos fatores. Diferentemente da teoria, muito aceita no início do século XX, que considera como
fator único de surgimento de doenças um agente etiológico – vírus, bactérias, protozoários -, o conceito de saúde-
doença estuda os fatores biológicos, econômicos, sociais e culturais e, com eles, pretende obter possíveis motivações
para o surgimento de alguma enfermidade.

MODELOS DE ATENÇÃO E SEUS PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS

- Organização das ações de atenção à saúde envolvendo aspectos tecnológicos e assistenciais, com o objetivo de
enfrentar e resolver os problemas de saúde de uma coletividade.
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Médico -
assistencial
privatista
Hegêmonico

Sanitarista
Modelos
assistenciais no
Brasil

Alternativo

MODELO HEGEMÔNICO
- Brasil, Início do Séc. XX
- Modelo tecnicista, biomédico, hospitalocêntrico ou flexneriano

* Principais características
- Concepção de saúde: ausência de doença
- Demanda espontânea
- Centrado na doença e cura
- O corpo físico do indivíduo/parte afetada do corpo -> individualismo
- Medicalização do problema -> alívio da dor
- Estímulo ao consumismo médico

ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS E SISTEMA DE SAÚDE

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