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Escola Agrotécnica Sérgio de

Freitas Pacheco
EASFP

ZOOTECNIA
ESTUDO COMPARATIVO DOS
RUMINANTES E
MONOGÁSTRICOS

Profª D.Sc. Ana Beatriz Traldi

Patrocínio – MG
Estudo comparativo dos
Ruminantes e Monogástricos

Ruminantes: definição

• Denominamos de ruminantes os animais que apresentam


o sistema digestório adaptado para a digestão de
produtos de origem vegetal.

• Este sistema digestório, possui o estômago dividido em


quatro câmaras distintas entre si. O processo de
digestão é bastante peculiar e o alimento passa mais de
uma vez pela boca.
Câmaras do estômago
Etapas da digestão

1º) Os ruminantes fazem a preensão dos alimentos com


o auxilio da língua. Em seguida é feita a deglutição
deste alimento, após um breve período de mastigação,
chegam ao primeiro compartimento, o rúmen ou pança.
Etapas da digestão

2º) O rúmen é o maior de todos os compartimentos,


ocupando a maior parte da metade esquerda da
cavidade abdominal e contém uma flora
microbiana específica, capaz de digerir fibras.

Mucosa do rúmen
Etapas da digestão

3º) Em seguida, o alimento passa para o segundo


compartimento (o menor de todos), o retículo ou
barrete, que possui a mucosa semelhante a um favo de
mel e nele, ocorre à formação de pequenos bolos de
comida que retornam para a cavidade oral do animal
para ser ruminado (mastigado) e, novamente deglutido.

Mucosa do retículo
Etapas da digestão

4º) Ao sair novamente da boca, o alimento dirige-se


para o omaso ou folhoso, que possui uma parede
muscular muito forte e uma mucosa laminada, para que
ocorra a absorção da água presente no bolo alimentar.

Mucosa do omaso
Etapas da digestão
5º) Em seguida, este bolo vai para o compartimento
chamado de “estômago verdadeiro”, o abomaso ou
coagulador.

Este compartimento é um saco alongado,


estruturalmente e funcionalmente comparável ao
estômago de animais não ruminantes e é nele que o bolo
alimentar será digerido pelas enzimas presentes neste
compartimento, que são produzidas por glândulas da
parede do abomaso. Deste modo, o bolo passa para o
intestino delgado dos ruminantes com a digestão
enzimática já iniciada.
Etapas da digestão

Mucosa do abomaso
Etapas da digestão

Nos recém-nascidos, o processo de digestão possui


algumas diferenças. O rúmen e o retículo comunicam-
se através da goteira esofágica. Quando o animal é
adulto, esta goteira está aberta, sendo assim, ocorre
a passagem do alimento por todos os compartimentos
do estômago. Já nos filhotes, o movimento de sucção
do leite faz com que a goteira esofágica se dobre,
fazendo com que o leite passe diretamente para o
abomaso, sendo assim, este sofrerá a ação apenas das
enzimas secretadas no abomaso.
Etapas da digestão
SISTEMA DIGESTÓRIO DOS
RUMINANTES
Estudo comparativo dos
Ruminantes e Monogástricos

Monogástricos: definição

• São os animais que apresentam estômago simples, com


capacidade de armazenamento pequena e que digerem
o alimento com substâncias produzidas no próprio
organismo, portanto, o fornecimento de alimentos
deve ser constante.

• Existem monogástricos carnívoros como o cão e o


gato; herbívoros como o coelho e o cavalo; e onívoros
como as aves e os suínos.
SISTEMA DIGESTÓRIO DAS
AVES
SISTEMA DIGESTÓRIO DOS
SUÍNOS
“Eras” do boi: pecuária tradicional

Boi

18-36
meses
Novilho

7-18
meses
Bezerro

0-7
meses
“Eras” do boi: perspectivas

Boi
xxxxxx
18-22 meses

Novilho

7-18
meses
Bezerro

0-7
meses
“Eras” do boi: perspectivas

• Redução do tempo de abate;

• Redução dos períodos de desafio da vida do animal;

• Melhor aproveitamento dos períodos de desafio da vida do animal;

• Períodos de desafio= SECA;

• Adoção de programas estratégicos de suplementação!


Fatores que afetam o crescimento e a composição da
carcaça:

Sexo

Fêmeas:

• Maior precocidade sexual;

• Precocidade sexual é inversamente proporcional à ganho de peso;

• Carcaça acabada precocemente.

Ganho de peso e Relação Massa muscular : Gordura

Fêmeas > Machos castrados > Machos inteiros


Precocidade sexual
Classificação quanto ao tamanho
Fatores que afetam o crescimento e a composição da
carcaça:

Tipo de criação

Confinamento x criação no pasto

• Conjuntura mundial influencia diretamente os objetivos do produtor de


carne;

• O que houve nos últimos dez anos?

• Alto preço da terra!!!!


O confinamento no Brasil

5 Aumento de 90%!!
Bovinos confinados, milhões

4
de cabeças

0
2003 2007 2012

Fonte: Anualpec, 2013


Criação em confinamento

Resumindo:

• PRÓS:

• Curto tempo para terminação;

• Melhor controle da escala de abate dos animais.

• CONTRAS:

• Sentido oposto ao da fisiologia do animal;

• Maior custo.
Criação em confinamento

Dietas

•Estratégia mais usada é a dieta total (ou “TMR”= total mixed ration) -
silagem + concentrado + feno;

• Importante garantir fibra mínima!

• Mínimo de 13% de FDN;

• Fundamental: Dietas de adaptação.

Proporção adequada entre volumoso e


concentrado!
Digestão ruminantes x monogástricos

NÃO
RUMINANTES RUMINANTES
Tamanho do estômago 250 litros 20 litros
Quantidade de alimento ingerido Grande Pequena
Tempo de passagem da ingesta 72 horas 24 horas
pelo TGI
Digestão da fibra Maior Menor
Digestão por microorganismos Sim Não

Ruminantes aproveitam alguns tipos de carboidratos que monogástricos


não aproveitam!
Estratégia nutricional para adequar alimentação

Escore nota zero: aumentar quantidade de alimento


Estratégia nutricional para adequar alimentação

Escore nota um: manter quantidade de alimento


Estratégia nutricional para adequar alimentação

Escore nota dois: diminuir quantidade de alimento


Estratégia nutricional para adequar alimentação
E nos dias de hoje... Qual a dieta?
• Aumento do concentrado e diminuição da fibra;
• Contramão da fisiologia do animal!

Fezes com consistência firme = presença de fibra na dieta


O que deu errado?

Diarréia, bolhas e presença de amido nas fezes


O que deu errado?

Papilas ruminais normais


O que deu errado?

Rúmen após acidose láctica


O que deu errado?
O que deu errado?

Consequência de laminites: “achinelamento”


Índices zootécnicos de desempenho

• Peso vivo (g) – PV

• Ganho de peso (g) – GP

• Ganho de peso diário (g) – GPD

• Consumo de ração (g) - CR

• Conversão alimentar

• Mortalidade (%)

• Viabilidade criatória (%) – Vb

• Índice de eficiência produtiva – IEP


Índices zootécnicos de desempenho

PV (g), GP (g) e GPD (g)

• PV (g) – peso das aves ao alojamento e no fechamento de cada fase.


Pode ser obtido por pesagem total (coletiva) ou por amostragem
(coletiva). Obtém-se o peso médio;

• GP (g) – diferença de peso semanal ou em relação ao peso do alojamento;

• GPD (g) = peso aos 42 dias – peso ao alojamento


42
Índices zootécnicos de desempenho

CR (g) e CA

• CR (g) = quantidade de ração fornecida – sobra de ração

Avaliado por fase de criação;

• CA = CR (g)
GP (g)

Avaliada por fase de criação ou período total (1 a 42 dias);


Índices zootécnicos de desempenho
Mortalidade (%), Vb (%) e IEP

• Mortalidade (%) = nº de aves atual – nº de aves anterior x 100


nº de aves anterior

Pode ser avaliada por fase ou no período total (divide-se pelo número de
aves alojadas)

• Vb (%) = 100 – mort (%)

Avaliada por fase de criação ou período total (1 a 42 dias);

Péssimo <200
• IEP = GPD (kg) x Vb (%) x 100
CA Ruim 201 a 220
Regular 221 a 230
Bom 231 a 240
Ótimo 241 a 250
Excelente >251

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