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2023.08.12 - UNIDADE 02 - Teoria Dos Custos e Teoria Da Demanda
2023.08.12 - UNIDADE 02 - Teoria Dos Custos e Teoria Da Demanda
UNIDADE 02
Vamos iniciar nosso bate-papo pela diferenciação entre lucros contábeis e econômicos.
Primeiramente, cabe a ressalva de que a visão do contador sobre receitas e custos está
baseada na metodologia do Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE), que
busca avaliar o lucro da empresa a partir da perspectiva financeira, ou seja,
considerando custos operacionais fixos e variáveis, incluindo depreciação dos bens de
capital (base de desconto do imposto de renda), ao longo da vida útil da empresa. Na
enumeração dos gastos contábeis, não é considerado, por exemplo, o capital exigido
para iniciar as operações ou mesmo o valor de revenda dos ativos que compõem a
empresa ao final da vida útil do projeto, ou seja, de funcionamento da empresa.
Quando falamos de custos fixos (indiretos), nos referimos aos gastos invariáveis, à
medida que o volume de produção adotado na empresa se modifica. Esses custos são
extintos, apenas, com o fim das operações empresariais, ou seja, com o fechamento.
Entre os custos fixos, podemos elencar: despesas com vale-alimentação dos
funcionários, gastos com manutenção de maquinário, salário da equipe de limpeza,
propaganda, alguns tipos de imposto etc. Os custos fixos podem se configurar, por
exemplo, em barreiras à entrada em determinado mercado. Lembre-se de que são os
tipos de desembolso não passíveis de alteração no curto prazo, portanto se mantêm
constantes para qualquer nível de produção factível em curto prazo.
IMPORTANTE
A função de custo de longo prazo diz respeito aos cenários em
que a organização produtiva terá de ajustar todos os fatores de
produção para atingir determinado nível de produto, a um custo
mínimo. Logo, no longo prazo, não há custos fixos. Já a função de
custo de curto prazo trata das despesas mínimas decorrentes de
mudanças em alguns dos fatores de produção. Portanto, ela
mede o custo mínimo de gerar certo nível de produção,
considerando determinados preços dos recursos de produção.
Agora, vamos ser mais exigentes com o desempenho das empresas?
Para os economistas, o volume de vendas que tornará determinado projeto viável será
superior ao exigido na óptica contábil, mantendo todas as demais variáveis constantes.
Isso ocorre porque o fluxo de caixa econômico visa ao uso dos recursos da maneira
mais eficiente, o que inclui contabilizar o custo de oportunidade (explícito e implícito)
total atrelado aos fatores de produção utilizados naquela unidade de produção.
n FC t
VPL = − I + ∑ t=1 t
(1+K)
#ParaTodosVerem
No ponto em que a reta da receita total e a do custo total se cruzam, está definido o
ponto de equilíbrio. Abaixo desse ponto, há uma área hachurada de vermelho com a
palavra “prejuízo”, pois diz respeito aos níveis de produção que geram prejuízos, ou
seja, negativos. Por outro lado, acima do PEE, há uma área hachurada de verde com a
palavra “lucro”, representando cenários de lucro positivo.
Em suma, podemos dizer que o economista está focado no desempenho da empresa de
forma ampla, social e comparativa a outras opções de uso dos fatores de produção que
emprega. Portanto, caso você avalie um projeto de investimento em uma empresa pela
óptica do economista, deverá se preocupar com os custos de utilizar os recursos
econômicos, incluindo os custos de oportunidade. Já a visão contábil se baliza pelos
demonstrativos financeiros dos ativos e passivos da empresa, a partir de despesas
correntes e da depreciação dos bens de capital.
Curvas de custo
a. Função de custo total médio, ou seja, o custo total por unidade de produção.
b. Função de custo variável médio, ou seja, o custo variável total por unidade de
produção.
c. Função de custo fixo médio, ou seja, o custo fixo total por unidade de produção.
Aqui, vamos dar atenção a uma curva muito importante para decisões estratégicas
empresariais: a curva de custo marginal, que permite identificar a variação dos custos
totais, no caso da variação na produção, ou seja, o custo marginal é a “contribuição” da
próxima unidade produzida para o custo total. Essa curva possibilita apontar a resposta
para a seguinte pergunta: estando em determinado nível de produção, o que acontece
com os custos, num cenário de alteração no nível de produção?
Adiantamos que uma das maneiras mais conhecidas de identificar o poder de mercado
de uma empresa tem relação direta com o seu custo marginal de produção, ou seja,
avaliar a capacidade de a empresa ou grupos de empresas influenciarem o preço do
bem ou do serviço em determinado mercado.
NA LITERATURA
Pedimos sua atenção à Figura 7.1 – Curva de custos da empresa (p. 229) do livro
Microeconomia. Atente-se ao comportamento de cada uma das curvas de custo da
empresa, segundo o nível da quantidade produzida.
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L.; RABASCO, E. Microeconomia. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2013.
Você sabia que, no início da operação de uma empresa, a partir da tecnologia usada, os
fatores de produção variáveis possuem produtividade crescente, pois há recursos de
capital ainda subutilizados. Essa crescente produtividade faz com que os custos
variáveis subam menos rapidamente. Fica o alerta de que, dado que o volume de
capital disponível é fixo, em curto prazo, haverá um estágio de produção da empresa no
qual a produtividade desses insumos variáveis passará a ser decrescente, ou seja, os
custos variáveis começarão a crescer mais rapidamente.
Cabe aqui uma ressalva: a distinção feita entre custos e despesas. Os custos são as
saídas de capital do fluxo de caixa da empresa que são essenciais, compulsórias, para
fazer o processo de produção acontecer. Entre eles, estão gastos com matéria-prima,
mão de obra, empacotamento, bens de capital, salário da equipe, manutenção de
sistemas e máquinas, equipamentos, energia elétrica etc. Já as despesas envolvem os
desembolsos com bens ou serviços para manter a parte administrativa da empresa,
como, por exemplo, os setores comercial, de marketing, de desenvolvimento e
financeiro.
Repare que essa distinção se faz importante para definição de estratégias visando à
solidez financeira e à viabilidade econômica. Tanto o lucro contábil quanto o lucro
econômico serão afetados pela diferença entre o que se recebe na venda de uma
unidade do bem ou serviço oferecido pela empresa (preço de venda) e o custo variável
de produção daquela unidade. A essa diferença se dá o nome de margem de
contribuição unitária.
Teoria da demanda
A demanda de certo bem é dada pela quantidade (Qd) almejada pelos consumidores,
em determinado período. Há uma série de fatores objetivos e subjetivos que
influenciam o desejo por certo bem, não é mesmo? Você saberia dizer alguns, para
além, é claro, do preço desse ativo?
Vamos identificar esse bem como X? Bom, o preço desse ativo (P) é a variável mais
importante. Outra variável muito importante é a renda (Y) do indivíduo. A letra Y vem da
tradução de income, ou seja, renda. O fato é que, a despeito de esse consumidor
identificar o preço de um bem como justo, sua renda pode ser insuficiente, não é
mesmo?
REFLEXÃO
Prosseguindo com nosso raciocínio, repare que dados sobre renda, preço do bem
demandado e dos bens concorrentes dizem respeito a variáveis objetivas, monetárias,
mensuráveis. Contudo, a economia, como ciência social aplicada, tem de lidar com
dados da subjetividade do consumidor, ou seja, hábitos, gostos, preferências, marca,
propaganda, status obtido pela compra desse bem e outras informações (H) difíceis de
mensurar.
Vamos, agora, construir uma expressão matemática para a função de demanda para o
bem X:
SAIBA MAIS
Em economia, usamos a expressão coeteris paribus, expressão
latina que equivale a tudo mais permanecendo constante.
Conclusão
Referências