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Definição de Psicologia Do Desenvolvimento
Definição de Psicologia Do Desenvolvimento
Desenvolvimento
É um processo, não é um facto ou acontecimento
Processos estruturantes
MODELO MECANICISTA
Modelo baseado na máquina como metáfora, que vê o desenvolvimento como uma
resposta passiva, previsível a estímulos internos e externos, que realça os aspetos
quantitativos do desenvolvimento e estuda os fenómenos através da análise do
funcionamento das partes que o constituem.
MODELO ORGANÍSMICO
PERSPETIVA ETOLÓGICA
Estádios: Nãp
PERSPETIVA CONTEXTUAL
Estádios: não
Bronfenbrenner, 1993
Recolha de dados
Medidas comportamentais
Características: Os participantes são testados em capacidades, competências,
conhecimentos ou respostas físicas.
Vantagens: Fornece informação objetivamente mensurável; evita distorções
subjetivas.
Desvantagens: Não pode medir atitudes ou outros fenómenos não
comportamentais; os resultados podem ser afetados por fatores externos.
Observação naturalista
Características: As pessoas são observadas no seu ambiente ou contexto; sem
nenhuma tentativa de manipular ou condicionar o comportamento.
Vantagens: Fornece uma boa descrição do comportamento; não submete as
pessoas a ambientes não-naturais, o que pode distorcer o comportamento.
Desvantagens: Falta de controlo; viés do observador.
Observação laboratorial
Características: Os participantes são observados no laboratório, sem haver
uma tentativa de manipular ou condicionar o comportamento. O
comportamento de todos os participantes é anotado e registado na mesma
situação e sob condições controladas.
Vantagens: Fornece boas descrições; maior controlo do que na observação
naturalista.
Desvantagens: Viés do observador; a situação controlada pode ser artificial.
Estudo de caso
Caracteristicas: O estudo de um individuo único em profundidade. Os estudos
de caso podem também utilizar materiais biográficos, autobiográficos,
registos de observadores e outros documentos.
Vantagens: Flexibilidade; fornece uma imagem detalhada do comportamento
e desenvolvimento de um individuo; pode gerar hipóteses.
Desvantagens: Pode não ser generalizável a outros casos; as conclusões
podem não ser diretamente testáveis; não é possível estabelecer relações de
causa- efeito.
Estudo correlacional
Características: Tentativa de encontra uma correlação ou relação estatística
entre variáveis. As correlações são expressas em termos de direção (positiva
ou negativa) e magnitude (grau).
Vantagens: Permite a predição de uma variável com base noutra; pode
sugerir hipóteses acerca das relações causais.
Desvantagens: Não é possível estabelecer relações de causa-efeito.
Estudo experimental
Caraterísticas: Procedimento controlado em que o experimentador manipula
a variável independente com o objetivo de determinar o seu efeito na
variável dependente; pode ser conduzido em laboratório ou em campo. No
estudo experimental, o experimentador divide os participantes em dois tipos
de grupos: grupo experimental (indivíduos que são expostos à manipulação
experimental ou tratamento) e grupo de controlo (indivíduos semelhantes
aos do grupo experimental mas que não são alvo de intervenção). Requisitos
de Objetividade, Fidelidade, Validade, Replicabilidade e Representatividade.
Vantagens: Estabelece relações de causa-efeito; procedimento altamente
controlado que pode ser repetido por outro investigador. O grau de controlo
na experiência laboratorial é rigoroso.
Desvantagens: Os resultados, em especial os derivados de experiências
laboratoriais, podem não ser generalizáveis a situações fora do laboratório.
Primeiras adaptações
Pirâmide de Maslow
Conclusões
Organização inicial
O bebé revela uma organização inicial do comportamento mais complexa do
que há anos se imaginava
Essa organização indica que o bebé está já pré adaptado para se ajustar ao
meio no qual irá viver
Vinculação
Outras notas
Origem
-Estilos parentais mais autoritários e rígidos tendem a gerar vínculo evitante
-Estilos parentais sem regularidade e consistência tendem a gerar vínculo
resistente
-Para um vínculo seguro será necessário um bom nível de responsividade e
de controlo
-Fuertes, Lopes-dos-Santos, Beeghly, & Tronick (2009): Tipo A relacionado
com alto controlo materno, tipo B relacionado também com alta
sensibilidade materna, tipo c relacionado com alta inconsistência materna.
O mesmo individuo pode ter tipos de vinculação diferentes com diferentes
figuras de vinculação (incluindo avós, tios, irmãos, professores, etc.), embora
exista uma figura privilegiada de vinculação
O Desenvolvimento Cognitivo na Criança em idade pré-escolar:
Período Sensório-motor
Questões terminológicas
Desenvolvimento cognitivo
A disciplina sente a falta de uma grande teoria que integre numa visão de
conjunto a multiplicidade de conhecimentos cada vez mais dispersos.
Ainda assim, a abordagem de Piaget funciona ainda como a referência
principal no estudo do desenvolvimento humano
O período sensório-motor
Descrição
Caracterizado pelo predomínio da ação sobre a representação simbólica da
ação
Comportamento agido sem mediação de atividade de planificação
interiorizada
O fim do período sensório–motor é assinalado pela emergência da
capacidade de a criança realizar ações interiorizadas
Peso
Aos 5 meses, o peso médio do bebé terá duplicado de 3,5 kg para cerca de 7
kg e, por volta dos 12 meses triplica para cerca de 10 Kg.
Este rápido ritmo de crescimento abranda durante o segundo ano de vida,
quando a criança geralmente aumenta cerca de 2,3 kg a 2,7 kg,
quadruplicando o seu peso de nascença na altura do segundo aniversário (2
anos = aproximadamente 12,5 Kg)
Durante o terceiro ano de vida, o aumento médio de peso é um pouco
inferior, cerca de 1,8 kg a 2,3 kg (3 anos = cerca de 14-15 kg)
Altura
Geralmente a altura do bebé aumenta cerca de 25 a 30 cm durante o primeiro
ano de vida (ou seja, o bebé nasce com cerca de 50 cm e com um ano de
idade tem aproximadamente 75 cm).
Aumenta cerca de 12,5 cm durante o segundo ano (bebé com cerca de 90 cm).
Ao terceiro ano o crescimento é de 7,5 a 10 cm (isto é, com 3 anos mede cerca
de 1 m).
Nota: verificam-se (ligeiras) diferenças entre meninos e meninas
(habitualmente os primeiros são mais altos e mais pesados).
Cérebro
O cérebro cresce muito rapidamente antes do nascimento, a cabeça do
recém-nascido é desproporcionalmente grande (cerca de 1⁄4 em relação ao
tamanho do corpo – na idade adulta corresponde a cerca de 1/8).
Com 1 ano de idade o cérebro do bebé tem 70% do seu peso adulto, mas o
resto do corpo tem apenas 10 a 20% do peso adulto.
À medida que a criança cresce a cabeça vai-se tornando proporcionalmente
mais pequena (2 anos – 1/5; 6 anos – 1/6; 12 anos – 1/7)
Dentição
A dentição tem inicio geralmente por volta dos 3 ou 4 meses, quando os
bebés começam a agarrar e a levar à boca tudo aquilo que estiver ao seu
alcance;
Na altura do primeiro aniversário os bebés têm 6 a 8 dentes;
Aos 2 anos e meio têm cerca de 20 dentes.
Motrocidade Fina
Alcançar, preensão, largar, manipular, coordenar (olhos/ mãos)
3-4 meses: decúbito ventral (bebé deitado de barriga para baixo apoiado nos
antebraços, com o peito afastado da superfície coxas em extensão)
5 meses: senta-se com apoio das mãos e dos braços durante longos períodos de
tempo, preensão palmar
9 meses: rasteja, senta-se sem suporte durante longos períodos, põe-se de pé com
apoio, tem preensão e manipulação, leva tudo à bocs, atira os objetos ao chão
deliberadamente
11 meses: gatinha
12 meses: anda seguro pela mão, alcança obetos, segura objetos com a ponta dos
dedos, fica em pé com apoio, baixa-se e levanta-se com apoio
24 meses: equilibra-se quando está parado, consegue apoiar-se num só p´, chuta
uma bola para a frente
O Desenvolvimento da Linguagem na Criança em idade pré-escolar:
0-3 anos
Dimensões estruturais
Linguagem compreensiva
Pragmática
Mecanismos de oralidade, articulação e fonologia
Expressão linguística
Discurso pré-linguístico
Antes dos bebés pronunciarem as suas primeiras palavras, produzem sons
denominados como discurso pré-linguístico, sons esses que são ricos em
expressão emocional
Começando com o choro e depois contendo o arrulhar e o tagarelar, o alcance
de carácter emocional aumenta regularmente, à medida que os bebés
progridem para a imitação acidental e depois para a imitação deliberada (mas
sem compreensão do seu significado).
5 meses: balbucio
Discurso linguístico
Em média o bebé pronuncia a sua primeira palavra algures entre os 10 e os 14
meses de idade, iniciando o discurso línguistico – expressão verbal destinada a
veicular um significado.
A primeira (ou primeiras) palavra do bebé é considerada uma holófrase, isto
é, esta palavra exprime uma ideia “completa” ou tem um significado mais
amplo.
-Por exemplo, “Da” pode significar “Eu quero aquilo”, “Eu quero sair” ou
“Onde está o David?”
Os bebés compreendem muitas palavras antes de serem capazes de as
utilizar; ou seja o seu vocabulário recetivo, desenvolve-se mais rapidamente
que o seu vocabulário expressivo.
As primeiras palavras que os bebés compreendem, por volta dos 9 ou 10
meses são as que, geralmente, ouvem mais vezes: o seu próprio nome e a
palavra “não”!
Os bebés também aprendem a reconhecer palavras que têm um significado
especial para eles: “urso”, “banana”, “papa”...
Por volta dos 13 meses, a maioria das crianças compreende que uma palavra
representa um objeto ou acontecimento específico, podendo rapidamente
aprender o significado de uma nova palavra.
As primeiras frases da criança normalmente relacionam-se com
acontecimentos do quotidiano, objetos, pessoas ou atividades que a rodeiam.
Entre os 20 e os 30 meses as crianças adquirem os fundamentos da sintaxe –
regras para formar palavras numa linguagem particular.
Começam por utilizar artigos (o/a, um/uma), proposições (no/na, em),
conjunções (e, mas), plurais, terminações de verbos, tempo passado dos
verbos e a forma do verbo ser.
Por volta dos 3 anos o discurso é fluente, mais extenso e complexo, apesar das
crianças muitas vezes omitirem partes do discurso, elas conseguem manter o
seu significado.
24 meses: fase telegráfica, compreende mais de 300 palavras, cerca de 50% da sua
produção é intelegível
A aquisição da linguagem
Historicamente encontramos, fundamentalmente, duas visões opostas acerca
do modo como as crianças adquirem a linguagem: (1) por um lado, a teoria da
aprendizagem, a qual enfatiza o papel do reforço e da imitação; (2) por outro,
a perspetiva inatista, que sustenta que os humanos têm uma capacidade inata
para a aquisição da linguagem.
- Na perspetiva inatista um autor de referência, Chomsky (1957, 1972), propôs
que um dispositivo de aquisição da linguagem inato programa o cérebro da
criança para analisar a linguagem que ouve e para extrair, a partir disso, as
regras da gramática e da sintaxe.
Atualmente a maioria dos desenvolvimentalistas consideram que esta
capacidade inata para aprender a linguagem é ativada ou promovida pela
maturação, desenvolvimento cognitivo e experiência!
O Desenvolvimento da Psicosocial da Criança em idade pré-escolar:
0-3 anos
Dimensões estruturais
Espressão emocional
Regulação emocional
Regolação comportamental
Interações sociais
Temáticas emocionais no jogo
Sentido do self
Expressão emocional
Emoções
Primeiro desenvolvem-se as emoções necessárias à sobrevivência e só depois
as emoções associadas a outras coisas
Os bebés revelam “personalidades” diferentes, as quais refletem influências
inatas e ambientais, e assumem diversas expressões emocionais.
-Emoções – sentimentos subjetivos, tais como tristeza, alegria e medo, os
quais emergem em resposta a situações e experiencias, e são expressos
através de manifestações comportamentais.
Logo após o nascimento os bebés revelam sinais de perturbação, interesse e
repugnância. Nos meses seguintes, estas emoções primárias diferenciam-se
em alegria, raiva, surpresa, tristeza, vergonha e medo.
A emergência destas emoções parece ser guiada pelo “relógio” biológico da
maturação do cérebro e parece ter um valor de sobrevivência (numa
perspetiva etológica).
Este calendário emocional pode ser alterado por experiências emocionais
extremas, por exemplo, crianças maltratadas demonstram medo vários meses
antes de outros bebés.
Emoções relativas à “consciência do self” tais como a empatia, ciúme,
embaraço, vergonha, culpa e orgulho, não emergem até ao segundo ou
terceiro ano de vida, ou seja depois das crianças terem desenvolvido a
autoconsciência.
-Autoconsciência – a compreensão de que são entidades separadas das outras
pessoas e objetos. Esta autoconsciência, a qual se descobriu estar presente
por volta dos 18 meses, é necessária antes de as crianças pequenas serem
capazes de refletir sobre as suas ações e avaliá-las em função das regras
sociais.
Calendário do desenvolvimento emocional
-Nascença ou logo após: Interesse, perturbação (resposta à dor), repugnância
-Primeiros 6 meses: raiva, surpresa, alegria, medo, tristeza, timidez
-18-24 meses: empatia, ciúme, embaraço
-30-36 meses: vergonha, culpa, orgulho
Principais aspetos do desenvolvimento psicossocial
0-3: Os bebés estão abertos à estimulação. Começam a revelar interesse e
curiosidade e sorriem facilmente.
3-6: Antecipam o que vai acontecer e sentem desapontamento quando tal não
se verifica, demonstram-no ficando zangados ou agindo com cautela. Eles
sorriem, vocalizam e riem com frequência. É um período de despertar social e
de trocas reciprocas precoces entre o bebé e a figura parental.
6-9: Os bebés envolvem-se em “jogos sociais” e tentam obter respostas das
outras pessoas. Eles “falam”, tocam, e lisonjeiam outros bebés para levá-los a
responder. Exprimem emoções diferenciadas, revelando alegria, medo, raiva e
surpresa.
9-12: Os bebés estão extremamente preocupados com a sua figura parental
principal, poderão revelar medo de estranhos e agir com desânimo em
situações novas. Por volta do ano de idade comunicam mais claramente as
suas emoções, revelando estados de humor, ambivalência e gradações de
emoções.
12-18: Exploram o seu ambiente, utilizando as pessoas às quais estão mais
vinculadas como base segura. À medida que dominam o ambiente, tornam-se
mais confiantes e mais ávidos para se afirmarem. No jogo, diferencia as
situações que são ou não são de risco; mostra emoções pelas pessoas e pelos
objectos/brinquedos; precisa de estar junto dos pais (ou outro cuidador)
durante o jogo; inicia o jogo paralelo
18-36: Algumas vezes as crianças ficam ansiosas porque compreendem que
têm de se separar da sua figura 18-36 parental. Elas tomam consciência das
suas limitações através da fantasia, do jogo, e pela identificação com adultos.
Criança difícil
-Manifesta frequentemente humor intenso negativo; chora muitas vezes e
alto; também se ri alto
-Responde mal à novidade e à mudança
-Dorme e come com irregularidade
-Aceita lentamente novos alimentos
-É desconfiada com estranhos
-Adapta-se lentamente a novas situações
-Reage às frustrações com birras
-Ajusta-se lentamente a novas rotinas
Criança de aquecimento lento
-Tem reações de intensidade moderada, quer positivas, quer negativas
-Responde lentamente à novidade e à mudança
-Come e dorme com moderada regularidade (menor do que a criança fácil)
-Revela uma resposta inicial moderadamente negativa a novos estímulos (num
primeiro encontro com uma pessoa nova, um novo local ou uma situação)
-Desenvolve gradualmente prazer por novos estímulos após exposições
repetidas e sem pressão
Criança fácil
-Tem um humor de intensidade ligeira a moderada, geralmente positivo
-Responde adequadamente à novidade e á mudança
-Desenvolve rapidamente horários regulares de sono e alimentação
-Aceita facilmente novos alimentos
-Sorri a estranhos
-Adapta-se facilmente a novas situações
-Aceita a maioria das frustrações com pouca rabugice
-Adapta-se rapidamente a novas rotinas e a novas regras
Crescimento do corpo
Por volta dos 3 anos de idade as crianças tornam-se mais compridas e esguias.
Começam a perder a face redonda característica dos bebés e a apresentar
uma aparência mais atlética de criança. (a sua aparência torna-se mais
próxima da de um adulto)
À medida que os músculos abdominais se desenvolvem, a barriga diminui. O
tronco, os braços e as pernas tornam-se mais compridos. (perdem a barriga de
bebé devido à atividade física)
A cabeça ainda é relativamente grande, mas as outras partes do corpo
continuam a crescer até que as proporções corporais se tornam mais
semelhantes ao adulto.
Peso
-Ao longo do período pré-escolar (3-6 anos) as crianças ganham 2 a 3 kg por
ano.
-Aos 3 anos as crianças pesam cerca de 15 kg;
-Aos 4 anos cerca de 17Kg;
-Aos 5 anos, em média, pesam 18Kg;
-Por volta dos 6 anos, pesam cerca de 20 kg.
Altura
-Geralmente, entre os 3 e os 6 anos de idade, a altura das crianças aumenta
cerca de 20 cm. Tanto rapazes com raparigas crescem habitualmente 5 a 8 cm
por ano.
-Por volta dos 3 anos medem cerca de 95 cm;
-Aos 4 anos medem cerca de 103 cm;
-Aos 5 anos têm cerca de 110 cm;
-Aos 6 anos medem, e média, 115 cm.
-Nota: verificam-se (ligeiras) diferenças entre meninos e meninas
(habitualmente os primeiros são mais altos e mais pesados).
Saúde
No período pré-escolar começam a surgir um conjunto de preocupações
associadas ao bem-estar e saúde das crianças:
Hábitos alimentares: cada vez mais crianças e mais precocemente manifestam
problemas de obesidade...; Estudo longitudinal europeu concluiu que quanto
mais cedo isso for, mais problemático é
Sono: as crianças dormem cerca de 9 ou 10 horas e o tempo de “dormir” vai
diminuindo ao longo da infância; muitas crianças revelam dificuldades em
adormecer (situação que pode ser ultrapassada utilizando, por exemplo,
objetos transicionais com o urso de peluche); perturbações do sono;
pesadelos, (...); há também que considerar a influência dos estímulos digitais
Enurese: a maior parte das crianças faz o controlo esfincteriano diurno e
noturno entre os 3 e os 5 anos, porém as situações de enurese podem ocorrer
e afetam cerca de 7% dos rapazes e 3% das raparigas (5 anos);
Marcos do desenvolvimento motor
Uso de Símbolos - podem pensar em qualquer coisa sem ter que a ver à sua frente
Compreensão de causa e efeito - mais evidente que o mundo está mais organizado;
apercebem-se que podem provocar os acontecimentos
Função simbólica
Imitação diferida
Realizada na ausência do modelo, ao contrário da imitação sensório-motora
Gesto imitativo: significante diferenciado
Jogo Simbólico
Atividade através da qual a criança reconfigura a realidade através do recurso
à fantasia. Utiliza a ficção para fazer de conta (e.g. fecha os olhos fazendo de
conta que dorme)
Para que essa atividade seja qualificada como jogo simbólico, importa que
nela esteja, claramente, plasmada uma componente lúdica (aa criança
evidencia retirar prazer)
As manifestações do jogo simbólico são predominantes entre os 2-6 anos
Não são exclusivamente observadas no ser humano. Há relatos de atividades
de jogo simbólico no macaco rhesus, gorila e babuíno (pelo menos)
O jogo simbólico pode envolver identidade ou características de pessoas,
objetos, eventos ou situações (eu sou um monstro- identidade pessoal; tu és o
CR7- identidade do outro; o copo tem sumo- característica ou propriedade do
objeto)
Revela uma evolução desenvolvimental:
- Diminuição da dependência relativamente aos objetos que suportam o jogo:
Objetos reais ou que o reproduzem com fidelidade; Utilização de objetos
substitutivos; Jogo sem qualquer suporte de objeto (>3 anos)
- Maior flexibilidade na utilização do self e do outro como agentes:Usa-se
como agente ativo (finge que dorme); Usa objeto como agente passivo
(boneca a dormir); Objeto como agente ativo (a boneca põe-se a si própria a
dormir)
- Socialização crescente das características de jogo com progressiva
convencionalização das atividades de jogo: Passagem do jogo solitário ao jogo
sociodramático
- O jogo sociodramático exige a adoção circunstancial de papeis que na vida
real não correspondem aos da criança e, por outro lado, exige a articulação
recíproca de papéis: enquanto a “mãe” cozinha o “pai” vai trabalhar, o
“médico” trata a boneca
- Através do jogo sociodramático a criança explora papeis (interage com pares
assumindo determinadas regras típicas do papel que aceita desempenhar)
- Esta exploração poderá fornecer à criança uma prática pertinente que a
ajuda a diferenciar o self dos outros, a adotar pontos de vista alheios
(descentração da posição egocêntrica), a aprender papeis e a interagir
socialmente com os outros
- Nesse sentido o jogo sociodramático contribuirá potencialmente para o
desenvolvimento social e cognitivo do indivíduo
Imagem Mental
Representação interna dos objetos, pessoas ou acontecimentos reais
Resulta de uma imitação interiorizada, apesar de, tal como as outras
condutas, o resultado não consistir numa cópia perfeita do modelo
Sofrem uma evolução ao longo do estádio pré-operatório: de estáticas
(centradas nos estados) passam a integrar as transformações (entre estados)
Pensamento Pré-Operatório
O pensamento da criança entre os 2-6 anos revela certas limitações quando
comparado com o do adulto
Principais características:
Justaposição e sincretismo
Distinção entre aparência e realidade
Egocentrismo e ausência de uma teoria da mente do outro
Centração
Irreversibilidade
Noções de conservação
Justaposição e sincretismo
Expressa-se no modo como a criança explica o comportamento das coisas
(causa/efeito), atendendo às partes ou detalhes salientes de uma experiência
sem as relacionar dentro de um todo.
Porque anda a locomotiva? Por causa do fumo! Que fumo? O fumo do túnel!
A explicação parte do visível sem conhecimento das partes operantes. Por se
patentearem ambos como dinâmicos, o fumo produzido e o movimento da
locomotiva são justapostos enquanto causa/efeito.
Expressa-se ainda por relações arbitrárias entre as componentes da
experiência de um todo
Aparência e realidade
Duas categorias que a criança tem dificuldade em coordenar e que se reflete
na tendência em considerar que as aparências superficiais correspondem à
realidade
Trabalhos de Flavell situam esta dificuldade ao nível físico (percetual) e da
compreensão dos sinais de expressão afetiva
Ex. O que faz a lua andar? Quando eu ando, a lua anda comigo!
Egocentrismo
Confusão entre o pensamento próprio, o pensamento dos outros e
fenómenos exteriores: Dificuldade em ter consciência do seu próprio
pensamento e indiferenciação entre o Eu e o mundo exterior
Tendência a centrar-se no seu próprio ponto de vista: Dificuldade em
distinguir o seu próprio ponto de vista do ponto de vista dos outros e
tendência para assimilar os fenómenos exteriores à ação própria; ausência de
uma teoria da mente dos outros
Manifesta-se no plano percetivo: Os outros observam o que eu observo sem
consciência de tomada de perspetiva
Manifesta-se no plano cognitivo: Os outros partilham o meu conhecimento e
crenças. Daí a dificuldade em contar "histórias" acerca dos eventos
quotidianos pois é implicitamente pressuposto que conheçam os cenários e os
pormenores das ocorrências
Manifesta-se no plano da compreensão social: Os outros partilham os meus
desejos, vontades e preferências conforme os estudos de
Flavell demonstra no paradigma das três montanhas: a criança não consegue
considerar facilmente o ponto de vista da outra e assume que esta vê o que
ela observa a partir da sua localização
Centração e irreversibilidade
Centração nos estados (configurações percetivas estáticas) e não nas
transformações
Irreversibilidade: incapacidade em considerar as transformações e em se
desfocar dos estados; não relaciona os estados iniciais e finais dos processos
de transformação (não há reciprocidade) : Uma ação reversível é aquela que
comporta a coordenação de um ponto de partida com um ponto de chegada:
a uma transformação do estado A em estado B, corresponde sempre a
transformação inversa do estado B em estado A
Prova de conservação da substância
1. Duas bolas de plasticina reconhecidas pela criança como sendo iguais
2. Uma das bolas é alongada (forma de salsicha)
a. Onde existe mais plasticina? Porquê?
3. A salsicha torna a ser transformada em bola. A criança deve reconhecer
novamente as duas bolas como sendo iguais
4. Uma das bolas é achatada (forma de bolacha)
a. Onde existe mais plasticina? Porquê?
5. A salsicha torna a ser transformada em bola. A criança deve reconhecer
novamente as duas bolas como sendo iguais.
6. Uma das bolas é partida em bocadinhos
a. Onde existe mais plasticina? Porquê?
Análise da argumentação
- Identidade (ex. é a mesma coisa, ninguém tirou nem meteu nada)
- Inversão: referência ao ponto de partida da transformação (ex. antes
também era uma bola)
- Reciprocidade ou compensação: referência aos diversos pontos de vista
presentes na situação (ex. é mais comprida, mas também é mais magrinha)
Operações lógicas
Seriação: consiste na ordenação de elementos segundo uma qualidade variável:
A<B<C
Desempenho da criança numa tarefa simples de seriação. Se confrontada com
o problema de ordenar uma série de barras da mais curta à mais longa, a
criança pré-operacional coloca no começo uma delas e gera (i) uma ordenação
incompleta porque a sua estratégia procede na base de comparações entre
coleções parcelares, ou (ii) ordena-as de maneira a que a parte superior de
cada barra estende a altura da precedente.
Da intuição à operação
Linhas de desenvolvimento
Vocabulário
Por volta dos 6 anos, a criança entende em média mais de 14 mil palavras,
tendo aprendido em cerca de 9 palavras por dia
Aparentemente, as crianças conseguem isto por mapeamento rápido -
processo através do qual a criança absorve o significado de uma nova palavra,
após a ter ouvido apenas uma ou duas vezes numa conversa
Parece provável que neste processo as crianças se baseiem no que sabem
acerca das regras para formar palavras, nas palavras semelhantes, nos
contextos gramaticais e no tema do que está em discussão
Os nomes dos objetos parecem ser mais fáceis de mapear rapidamente do
que os nomes das ações (verbos)
As crianças mais novas (3 ou 4 anos) nem sempre utilizam corretamente as
palavras; por ex., podem utilizar amanhã para se referirem a qualquer
momento temporal no futuro e o ontem para qualquer momento no passado;
ou fazerem uma interpretação literal, por exemplo, “o balão vai voar” “não,
ele não tem asas!”
Progressivamente as crianças começam a utilizar expressões com sentido
figurado ou metáforas, por ex., “a minha mãe é uma flor”
Gramática e sintaxe
Aos 3-4 anos, em geral, as crianças produzem frases com 3/4 palavras; aos 4-5
anos, mantem-se o cumprimento das frases; aos 5-6 anos as frases são
compostas por 6 a 8 palavras.
Apesar das crianças mais novas falarem fluentemente, de forma
compreensível e gramaticalmente aceitável, ainda cometem vários erros ou
não utilizam determinadas formas ou expressões na sua linguagem ( a voz
passiva, frases no condicional, ou verbo auxiliar ter)
Dificuldade na utilização das "exceções à regra". (eu fazi em vez de eu fiz)
Discurso interno
O discurso interno - falar "alto" para si mesmo sem intenção de comunicar
com os outros - é normal e comum na infância, correspondendo entre 20 a
60% do que as crianças falam
As crianças mais novas repetem de forma brincalhona sons ritmados; as
crianças mais velhas pensam em voz alta ou murmuram em tons facilmente
audíveis
Piaget encarava este processo como manifestação do egocentrismo da
criança, característico do estádio pré-operatório
Vygostky, porém, não encarou o discurso interno como imaturo. Acreditava
que o discurso interno ajudava a criança a integrar a linguagem com o
pensamento
Vygotsky sugeriu que o discurso interno aumentava durante os primeiros anos
escolares, à medida que as crianças o usavam para guiar e melhorar as suas
ações e, depois, ia desaparecendo à medida que as crianças o conseguiam
fazer silenciosamente
A investigação apoia a interpretação de Vygotsky. Numa amostra de 150
crianças com idades entre os 4-10 anos, verificou-se que o discurso interno
aumentava e depois diminuía. O pico era atingido por volta dos 5-7 anos e por
volta dos 9 anos parecia desaparecer em todas as crianças.
O desenvolvimento do Self
Autoconceito - sentido de self, imagem mental descritiva e avaliativa das
capacidades e traços de cada um
- Por volta dos 4 anos verifica-se uma mudança no autoconhecimento das
crianças (manifesta nas suas tentativas de autodefinição e autoavaliação), à
medida que a memória autobiográfica e uma teoria da mente mais sofisticada
se desenvolvem)
Autodefinição - conjunto de características usadas para se descrever a si
mesmo
- Por volta dos 4 anos, as tentativas de autodefinição tornam-se mais
compreensivas à medida que ele começa a identificar um conjunto de
características para se descrever a si próprio.
Nesta idade, a autodefinição baseia-se essencialmente em comportamentos
concretos e observáveis, em características externas como os aspetos físicos,
de preferências, de posses e de membros da família. O que pensa acerca de si
próprio é quase inseparável do que ele faz.
- Por exemplo: “O meu nome é Jaime e eu moro num apartamento com a
minha mamã e o meu papá. Tenho um gatinho que se chama Piruças. Temos
uma televisão e eu gosto de desenhos animados. Eu conheço as letras. Corro
mais depressa do que os outros todos! Ando no Jardim de Infância. Sou muito
forte!”
Os autores neo-piagetianos descrevem 3 etapas no processo de autodefinição:
(1) representações simples; (2) mapeamentos representacionais; (3) sistemas
representacionais
Por volta dos 4 anos a criança utiliza representações simples nas afirmações
acerca de si próprio. O seu pensamento é ainda transdutivo; salta do
particular para o particular, sem conexões lógicas. Porque não se consegue
descentrar não é capaz de considerar diferentes aspetos de si ao mesmo
tempo. O seu pensamento funciona com base no tudo-ou-nada. Ela não
consegue reconhecer que o seu self real - a pessoa que ela gostaria de ser -
por isso descreve-se como um modelo de virtude e capacidade
Por volta dos 5-6 anos a criança começa a ligar os diferentes aspetos que a
caracteriza "Eu sou rápido e forte, consigo correr depressa e trepar às
árvores"; faz mapeamentos representacionais - conexões lógicas entre as
partes da sua própria imagem - que são expressos ainda na base do tudo-ou-
nada. Não percebe que pode ser bom numas coisas e não o ser noutras.
No período escolar emerge a terceira etapa com a utilização de sistemas
representacionais, ou seja, a criança começa a integrar os aspetos específicos
do self num conceito mais geral e "equilibrado". Por ex., "Eu sou bom a jogar
futebol, mas não sou bom a jogar basquetebol"
Autoestima
A autoestima - o julgamento que cada pessoa faz do seu próprio valor -
continua a desenvolver-se ao longo do período pré-escolar
Nesta fase, 4-7 anos, a autoestima não se baseia numa avaliação realista das
capacidades ou traços de personalidade. Habitualmente as crianças
sobrestimam as suas capacidades, pois ainda não possuem as competências
cognitivas e sociais necessárias para se compararem corretamente com os
outros.
A autoestima nestas idades tende a ser global, "Eu sou bom/mau". Esta visão
global do self depende, muitas vezes, dos pais e outros adultos. De facto, os
comportamentos parentais de apoio e desafio são fundamentais.
- As diferenças na autoestima das crianças em idade pré-escolar exprime-se
principalmente através da confiança, curiosidade, desejo de explorar, e
adaptabilidade às situações.
Identidade de género
A identidade de género, a consciência do seu próprio género e de tudo o que
nele está implicado é um aspeto importante no seu desenvolvimento do
autoconceito no período pré- escolar. Neste processo importa clarificar alguns
conceitos:
- Diferenças de sexo - diferenças físicas entre os indivíduos do sexo masculino
e do sexo feminino
- Diferenças de género - diferenças psicológicas ou comportamentais entre os
indivíduos do sexo masculino e do sexo feminino; por ex. diferenças cognitivas
como a capacidade verbal e a capacidade espacial entre rapazes e raparigas
- Papéis sexuais - são comportamentos, interesses, atitudes, competências e
traços que determinada cultura considera apropriados para o sexo masculino
e para o sexo feminino; por ex., "as mulheres cuidam da casa e dos filhos e os
homens sustentam a família"
- Tipificação de género - processo de socialização através do qual as crianças
aprendem o comportamento considerado culturalmente apropriado para o
rapaz e para a rapariga
- Estereótipos sexuais - generalizações exageradas acerca dos
comportamentos característicos masculinos e femininos. Por ex., "as mulheres
não sabem conduzir"
(também não tenho anotações destas tabelas, mas também são
principalmente contexto)
Jogo - A ocupação do período pré-escolar
O jogo é fundamental no processo de desenvolvimento. Brincar é o "trabalho"
dos mais novos! Através do jogo estimulam os seus sentidos, aprendem a usar
é a coordenar o seu corpo. Descobrem coisas acerca do mundo e sobre si
próprias. Adquirem novas competências. Tornam-se mais proficientes no uso
da linguagem, experimentam diferentes papéis, lidam com emoções
complexas...
As crianças do período pré-escolar envolvem-se em diferentes tipos de
brincadeiras em diferentes idades e têm diferentes estilos de brincar e formas
de expressão diversas através do jogo.
Os investigadores categorizam o jogo tanto em termos sociais como em
termos cognitivos. A dimensão social do jogo refere-se ao "grau" de interação
com outras crianças; a dimensão cognitiva reflete o nível de desenvolvimento
mental da criança (por ex., através do jogo simbólico ou de faz de conta).
Tipos de jogo social e não social no período pré-escolar
- Comportamento não ocupado: A criança parece não estar a brincar, mas
olha para algo de interesse momentâneo.
- Comportamento de espetador: A criança despende a maior parte do seu
tempo a olhar para a brincadeira das outras crianças. O espetador olha para
elas, faz-lhes perguntas ou sugestões mas não entra na brincadeira.
- Jogo solitário independente: A criança brinca sozinha com os brinquedos
que são diferentes daqueles que as crianças que estão ao lado brincam, e não
faz qualquer esforço para se aproximar delas.
- Jogo paralelo: A criança brinca de forma independente, mas no meio das
outras crianças, utilizando os mesmos Jogo paralelo brinquedos mas não
necessariamente da mesma maneira. Ao brincar perto de, em vez de com os
outros, a criança em jogo paralelo não interfere no jogo das outras crianças.
- Jogo associativo: A criança brinca com as outra crianças. Falam acerca da
brincadeira, emprestam e pedem brinquedos emprestados, seguem-se umas
ás outras e tentam controlar quem pode brincar no grupo. Todas as crianças
brincam de forma semelhante, não existe divisão de tarefas, nem organização
em função de um objetivo. Cada criança atua de acordo com o seu desejo e
está mais interessada em estar com as outras crianças do que na atividade e
si.
- Jogo cooperativo/ organizado: A criança brinca integrada num grupo
organizado em função de um objetivo – para fazer algo, jogar um jogo formal
ou dramatizar uma situação. Uma ou duas crianças controlam quem pertence
ao grupo e dirigem as atividades. Através de uma divisão de tarefas as crianças
assumem diferentes papéis e completam os esforços umas das outras.
A amizade - Estádios de Amizade segundo Selman
Entre os 3-6 anos considera-se os 2 primeiros estádios propostos pelo autor
Estádio 0 - Grupo momentâneo de brincadeira (3-7 anos)
- Neste nível indiferenciado de amizade as crianças são egocêntricas e têm
dificuldades em considerar a perspetiva de outra pessoa
- Tendem a pensar só em termos do que pretendem de uma relação
- A maior parte das crianças pequenas define os seus amigos em termos de
proximidade física e valoriza-os por atributos materiais ou físicos (ele é meu
amigo pois está na minha escola; ela é minha amiga porque tem uma barbie)
Estádio 1 - Apoio unidirecional (4-9 anos)
- Neste nível unilateral, um "bom amigo" faz o que a criança quer que ela faça
(ela já não é minha amiga, porque não quis ir comigo quando eu quis; ele é
meu amigo porque me deixa brincar com a playstation)
Crescimento do corpo
Embora as mudanças diárias possam não ser óbvias, produzem uma surpreendente
diferença entre as crianças de 6 anos, que ainda são pequenas, e as crianças de 10
anos, muitas das quais já começam a parecer adultas.
Por volta dos 9/10 anos as meninas iniciam um suro de crescimento, ganhando cerca
de 4.5kg por ano. De repente, estão mais altas e pesadas do que os rapazes e
continuarão assim até aos 12/13 anos, quando os rapazes iniciam o seu surto de
crescimento e superam as raparigas (em peso e altura).
Peso
6 anos: rapazes 22kg, raparigas 21kg
7 anos: rapazes 24kg, raparigas 23.6kg
8 anos: rapazes 27.7kg, raparigas 25.8kg
9 anos: rapazes 30kg, raparigas 28.6kg
10 anos: rapazes 33kg, raparigas 31.8kg
11 anos: rapazes 36.8kg, raparigas 39.5kg
Altura
6 anos: rapazes e raparigas 117cm
7 anos: rapazes e raparigas 124cm
8 anos: rapazes 130cm, raparigas 127cm
9 anos: rapazes e raparigas 135cm
10 anos: rapazes 140cm, raparigas 145cm
11 anos: rapazes 145cm, raparigas 147cm
Saúde
Dentição
A maioria dos dentes definitivos chega no início desta fase. Os dentes de leite
começam a cair por volta dos 6 anos e são substituídos por dentes
permanentes a um ritmo de aproximadamente 4 dentes por ano durante os 5
anos seguintes
Tem havido melhorias muito significativas nos cuidados dentários, quer nas
rotinas de escovagem dos dentes, quer no acompanhamento odontológico
(por ex. com o cheque dentista e a utilização de "selantes dentários" nas
superfícies ásperas de mastigação e a consequente diminuição considerável
de cáries)
Obesidade: a questão dos hábitos alimentares e o facto de cada vez mais crianças e
mais precocemente manifestarem problemas de obesidade. Em Portugal 1 em 3
crianças tem este problema (>90% das crianças consome fast-food, doces e
refrigerantes pelo menos 4x por semana)
Classificação
Agora inclui habilidades sofisticadas como seriação (capacidade de ordenar
itens segundo uma dimensão, como peso ou cor); inferência transitiva
(compreensão da relação entre dois objetos, conhecendo-se a relação de cada
um deles com um terceiro); inclusão de classes (capacidade para compreender
a relação entre o todo e as partes)
Pensamento Espacial
As crianças no estágio de operações concretas sabem compreender melhor as
relações espaciais. Elas possuem uma ideia mais clara da distância entre um
lugar e outro e de quanto tempo leva -se para chegar lá; têm mais facilidade
para se lembrar do trajeto e de seus pontos de referência. A experiência
desempenha um papel nesse desenvolvimento. Tanto a capacidade de utilizar
mapas e modelos como a capacidade de comunicar informações espaciais
aperfeiçoam -se com a idade. Por exemplo, num estudo de Gauvain e Rogoff
(1989), as crianças de 9 anos eram mais capazes do que crianças de 6 anos de
fazer "passeios mentais” numa casa de diversões. As crianças de 9 anos
descreveram a distribuição dos elementos na casa, bem como o trajeto a ser
percorrido; as crianças mais novas, por sua vez, apenas listaram lugares sem
qualquer ordem específica.
Conservação
Na terminologia de Piaget a conservação diz respeito à capacidade para
compreender que dois objetos, que são iguais numa determinada medida (por
ex. comprimento, peso ou quantidade), continuam a sê-lo apesar de haver
alterações ao nível percetivo (por ex. alteração na forma) desde que nada
tenha sido adicionado ou retirado a qualquer um dos objetos.
Etapas do desenvolvimento da conservação
Por volta dos sete anos a atividade cognitiva da criança torna-se operatória,
com a aquisição da reversibilidade lógica. A reversibilidade aparece como uma
propriedade das ações da criança, suscetíveis de se exercerem em
pensamento ou interiormente. O domínio da reversibilidade no plano da
representação — a capacidade de se representar uma ação e a ação inversa
ou recíproca que a anula — ajuda na construção de novos invariantes
cognitivos, desta vez de natureza representativa: conservação de
comprimento, de distâncias, de quantidades físicas (peso, substância, volume
etc).
Exemplos de tarefas de conservação:
- Substância (7-8 anos)
- Líquidos (7-8 anos)
- Peso (9-10 anos)
- Volume (11-12 anos)
Desfasamento horizontal
-É uma expressão utilizada por Piaget para designar o facto de que problemas
logicamente isomorfos mas aplicados a conteúdos diferentes não são
resolvidos no mesmo momento do desenvolvimento intelectual.
-Piaget fala de desfasamento horizontal para explicar a inconsistência no
desenvolvimento de diferentes tipos de conservação. Diz respeito à
incapacidade da criança para transferir a aprendizagem acerca de um tipo de
conservação para outros tipos; consequentemente a criança realiza com
mestria diferentes tipos de tarefas de conservação em diferentes idades.
Número e matemática
As crianças intuitivamente criam estratégias para somar, contando com os
dedos ou utilizando outros objetos. Aos 6 ou 7 anos muitas crianças sabem
fazer contas mentalmente. Elas também aprendem a contar “adiante”: para
somar cinco e três, elas começam no cinco e então contam seis, sete e oito
para acrescentar os três. Elas também sabem inverter os números,
começando pelo três e acrescentando cinco.
Pode levar mais dois ou três anos para que elas realizem uma operação
comparável de subtração, mas aos 9 anos a maioria das crianças sabe contar
partindo do número menor para cima ou do número maior para baixo para
obter a resposta. As crianças também se tornam mais aptas para resolver
problemas em situações, tais como: “O Pedro foi ao supermercado com cinco
euros e gastou dois euros em gomas. Com quanto dinheiro ficou?".
Da operação à abstração
Dimensões estruturais
Linguagem compreensiva + Leitura
Expressão linguística + Escrita
Mecanismos da oralidade, articulação e fonologia
Pragmática
Nota introdutória
A entrada na escola marca, indubitavelmente, uma nova etapa nas
competências desenvolvimentais associadas à Linguagem.
Nesta fase, as novas aquisições curriculares e o desempenho da criança ao
nível da leitura, escrita e gramática revelam-se fundamentais, com
consequência não só ao nível das suas competências específicas de linguagem
mas com impacto direto e indireto em todas as áreas de desenvolvimento
(por ex. no processo de socialização e inclusão sociocultural da criança)
Redigir corretamente
Escrever textos narrativos. (LE3-4)
Escrever textos informativos. (LE3-4)
Rever textos escritos. (LE3-4)
Dimensões Estruturais:
Expressão emocional
Regulação emocional
Regulação comportamental
Interações sociais
Temáticas emocionais no jogo
Sentido do self
O desenvolvimento do self
Relembrar conceitos de auto-conceito e auto-definição
Por volta dos 7/8 anos as crianças têm capacidade cognitiva para formar
sistemas representacionais: uma autodefinição ampla, abrangente e mais
realista que incorpora diferentes aspetos da sua identidade (Harter, 1998).
-A Joana é capaz de focalizar mais do que uma dimensão de si mesma. Ela
superou uma autodefinição de tudo ou nada, absoluta; reconhece que pode
ser "esperta“ em algumas matérias e "burra" noutras. As descrições de si
mesma são mais equilibradas; sabe verbalizar melhor o seu autoconceito e
pesar diferentes aspetos (“A minha aparência e a minha popularidade são
mais importantes..."). Ela sabe comparar o seu eu real com o seu eu ideal e
sabe julgar o quanto satisfaz os padrões sociais em comparação com os
outros.
-Todas essas mudanças contribuem para o desenvolvimento da autoestima,
da avaliação de seu valor próprio geral ("Eu gosto de mim como pessoa").
- Começa também a pressão social, autodefinição e autoestima relativamente
ao desempenho escolar, que são muito importantes para autoestima e
autoconceito como um todo
Autoestima
Relembrar conceito de autoestima
Continua a desenvolver-se ao longo do período escolar
A escola e o desempenho escolar são muito importantes para a autoestima;
Existe uma valorização maior das atividades lógico-matemáticas do que das
atividades extra-curriculares como artes ou desporto, o que também
influencia este parâmetro
Uma conceção das origens da autoestima provém da pesquisa de Susan Harter
(1985, 1990, 1993). A autora pediu a crianças de 8 a 12 anos que avaliassem a
sua própria aparência, o seu comportamento, o seu desempenho escolar, a
sua capacidade atlética e aceitação de outras crianças, além de julgar o
quanto cada um desses aspetos afetava a sua opinião sobre si mesmas.
- As crianças julgaram a aparência física como o mais importante. A aceitação
social veio a seguir. Menos importantes eram o desempenho na escola, o
comportamento e a capacidade atlética. No caso dos pais, o que é mais
valorizado relativamente aos filhos é o desempenho escolar
Por seu turno Erikson (1982), sustentava que um importante determinante da
autoestima é a ideia que a criança tem da sua capacidade para o trabalho
produtivo. Ou seja a ideia de si mesmo como sendo capaz de dominar
habilidades e de concluir tarefas socioculturalmente esperadas ou valorizadas
em determinada sociedade (por ex. ler, escrever, contar...)
Um fator muito significativo a definição da autoestima é o suporte social -
primeiro dos pais e dos colegas, depois dos amigos e dos professores.
- Eles gostam da criança e importam-se com ela? Eles tratam-na como uma
pessoa que importa e que tem coisas valiosas a dizer?
Mesmo que o João considere importante ser atraente e inteligente e julgue
que possui esses dois atributos, a sua autoestima será afetada se ele não se
sentir valorizado pelas pessoas importantes da sua vida (...).
Por outro lado, o suporte ou apoio social geralmente tem dificuldade em
“compensar” uma autoavaliação negativa.
- Se a Rita acha que o desporto é importante, mas não se considera atlética, a
sua autoestima será influenciada - por mais que ela seja elogiada pelos outros.
Emoções
A vida emocional no período escolar é particularmente complexa.
Aos 7 ou 8 anos, as crianças costumam ter internalizado a vergonha e o
orgulho (emoções associadas ao social) . Essas emoções, que dependem da
consciência da implicação das suas ações e do tipo de socialização que as
crianças receberam, afetam a opinião sobre si próprias (Harter, 1993, 1996).
Passa a existir uma consciência social, de grupo. Assim, as crianças aprendem
também a regular melhor as emoções
As crianças também se tornam capazes de verbalizar emoções conflituantes.
Como diz Ana: “O meu o irmão mais novo, José, faz coisas que realmente me
irritam. Eu gosto muito dele, mas, ao mesmo tempo, ele faz coisas que me
deixam furiosa. Mas eu controlo as minhas emoções, sentiria vergonha de
mim mesma se não as controlasse“
À medida que o tempo passa, as crianças consciencializam-se dos seus
próprios sentimentos e dos sentimentos das outras pessoas. Sabem controlar
melhor a sua expressão emocional em situações sociais e sabem responder à
perturbação emocional dos outros (Saarni, Mumme e Campos, 1998). Trata-se
da regulação no relacionamento com os outros, em termos empáticos.
Um aspeto do crescimento emocional é o controlo de emoções negativas.
As crianças aprendem o que as enfurece, amedronta ou entristece e como as
outras pessoas reagem à demonstração dessas emoções e aprendem a
adaptar o seu comportamento de acordo com a situação.
Também aprendem a diferença entre ter uma emoção e expressá-la. Alunos
do pré-escolar acreditam que os pais podem diminuir a tristeza de uma
criança dizendo-lhe para parar de chorar, ou podem diminuir o medo que a
criança tem de um cão dizendo que não há nada a temer. Crianças de 7/8
anos sabem que uma emoção “ocultada” continua a existir (Rotenberg e
Eisenberg, 1997).
Por que as crianças escondem as emoções? O motivo mais comum é a
autoproteção - evitar o “gozo” ou a rejeição. Outro motivo é o de não
perturbar as outras pessoas. Crianças de 10 anos são mais conscientes das
"regras" sociais relativas à expressão emocional do que as de 6 ou 7.
A influência nas emoções ém mais social do que biológica. Exemplos: “os
homens não choram”, influência do vínculo com os pais e segurança para
expressar emoções proporcionada por isso, ou ausência dela.
Verificam-se diferenças de género. As meninas são mais propensas do que os
meninos a demonstrar emoções de tristeza ou de sofrimento e mostram-se
mais dispostas a esperar apoio emocional (Zeman e Garber, 1996).
As crianças que os pais encorajam a expressar os sentimentos de maneira
construtiva e as ajudam a concentrar-se na raiz do problema tendem a
enfrentar melhor as situações e a possuir melhores competências sociais do
que crianças cujos pais desvalorizam os seus sentimentos, minimizando a
seriedade da situação (Eisenberg, Fabes e Murphy, 1996).
As crianças em idade escolar tornam-se mais empáticas e mais inclinadas a um
comportamento pró-social. Na realidade, o comportamento pró-social é um
sinal de adaptação positiva. Crianças pró-sociais tendem a agir
adequadamente em situações sociais, a ser livres de emoções negativas e a
enfrentar os problemas de maneira construtiva (Eisenberg et al., 1996).
Perspetivas teóricas:
Perspetiva psicanalítica
Expressão de conflitos libidinais e de mecanismos de identificação
Realça a componente emocional da moralidade (ex. a culpa, a vergonha...)
A pessoa moralmente mais desenvolvida é:
- A que mais se identificou e interiorizou os valores e padrões parentais;
- A que mais resiste ao princípio do prazer;
- A que sente mais culpa após determinadas transgressões
Abordagem estrutural-construtivista
Piaget
Kohlberg
A pessoa moralmente mais desenvolvida é aquela que constrói a ideia de
princípios éticos prescritivos e universais e a que regula a sua ação moral por
intermédio desses princípios
Dimensão cognitiva
Raciocinio moral diferente de comportamento moral
Desenvolvimento moral (Piaget, 1973)
Cognição e Moralidade
Exemplo: “Matar para salvar alguém, moral ou não?” Exige pensamento formal e pós
formal, quanto melhor o raciocínio moral melhor o comportamento moral
Período do ciclo vital que começa com a maturação biológica, durante o qual o
indivíduo deve realizar certas tarefas desenvolvimentais e que acaba quando o
indivíduo consegue um estado de autossuficiência, tal como a sociedade o exige ou o
define.
Adolescentes
Encontram-se ainda na escola ou em qualquer outro contexto de formação;
Sentem-se membros de uma cultura de idade, caracterizada por ter as suas próprias
modas e hábitos, o seu próprio estilo de vida, os seus próprios valores;
Têm preocupações e inquietudes que já não são da infância mas que ainda não
coincidem com as dos adultos
Componentes
Biológica
puberdade
Psicológica
características psicológicas
tarefas desenvolvimentais
fases da adolescência
Sociológica
especificidades culturais nas exigências colocadas pela sociedade
A adolescência como “invenção social”
Adolescência na cultura occidental
Puberdade:
Características psicológicas