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Saiba o que estudar para o vestibular do Mackenzie!

Você já parou para pensar para que serve o apêndice humano além de inflamar e ter que
ser retirado? Ou o dente do siso? E o cóccix? Apesar dessas estruturas não terem muita
função no corpo (pelo menos não a função original), elas dão dicas sobre o nosso
passado e algumas delas ainda têm funções anatômicas secundárias. Vamos entender
por que isso acontece e como a biologia analisa essas estruturas.

Entenda o que são órgãos vestigiais


Define-se como órgãos vestigiais, ou estruturas vestigiais, órgãos, tecidos, estruturas e
células de um organismo vivo que perderam ou modificaram sua funcionalidade ao
longo da história humana. Esses órgãos deixam de exercer a função principal que
tinham em uma espécie de ancestral comum. Apesar do nome, muitos órgãos vestigiais
não são realmente órgãos, por isso, o nome “estruturas vestigiais” também é utilizado.

Músculos da
orelha humana perderam a capacidade de virar, o pescoço, por outro lado,
ganhou maior articulação. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
Por que existem os órgãos vestigiais?
Segundo a teoria da seleção natural, os indivíduos com maior capacidade de
sobreviverem em meio ao espaço em que se inserem perduram naquele espaço e se
reproduzem. Essa vantagem está geralmente associada a alguma característica.
Por exemplo, um animal com pelagem mais robusta pode sobreviver melhor em regiões
frias e se reproduzir ali. Mas e se essa comunidade de bichos inventa uma espécie de ar
condicionado? A pelagem grossa deixa de ter uma função prática. E é aí onde entram as
estruturas vestigiais.

Alguns órgãos ou partes do corpo que eram fundamentais para uma espécie, podem se
tornar praticamente obsoletas em outras que adquirem hábitos diferentes.

O estudo da embriologia comparada é uma ferramenta poderosa para entender essas


mudanças. Muitos dos animais têm desenvolvimentos bastante similares durante certos
estágios da vida embrionária. Os humanos, por exemplo, apresentam caudas até
aproximadamente 30 dias do desenvolvimento do embrião.

Órgãos vestigiais nos humanos


Existem algumas estruturas que apresentam características da perda da funcionalidade
principal nos seres humanos. O maior e mais conhecido exemplo é o apêndice, uma
projeção do intestino que não apresenta grandes funções no corpo humano e é retirado
em casos de inflamação.

Em mamíferos herbívoros, como os coelhos, o apêndice tem uma grande importância na


digestão da celulose, visto que abriga microorganismos capazes de quebrá-la. Essas
comparações com espécies correlacionadas permitem supor que os ancestrais de
humanos tinham uma dieta muito mais vegetal e, portanto, o apêndice tinha maior
importância.

Também ligada à alimentação é a existência dos terceiros molares – os populares dentes


do siso. Para os nossos ancestrais com mandíbulas mais proeminentes e com a
necessidade de mastigar folhas maiores e mais duras, esse dente tinha funções mais
nítidas. Atualmente, com a diminuição da mandíbula, boa parte das pessoas nem chega
a ter o siso despontando da gengiva.
Outro conhecido órgão vestigial é o cóccix. Esse prolongamento da coluna vertebral é o
indício de uma cauda existente nos ancestrais humanos. Com a evolução, pelos
princípios da deriva genética e da seleção natural, as novas espécies perderam essas
características. Apesar disso, o cóccix ainda tem funções anatômicas secundárias como
ser um dos pontos de fixação de diversos músculos pélvicos.

Embrião
humano com cauda. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
Os músculos responsáveis pelo arrepiar dos pelos humanos também parecem ser
vestígios de estruturas mais úteis para animais mais peludos como chimpanzé. Com esse
mecanismo os animais conseguem absorver mais calor e parecer mais ameaçadores para
predadores.

Órgãos vestigiais em outras espécies


Muitos animais e até plantas apresentam estruturas vestigiais. Algumas das mais
interessantes para o entendimento do processo evolutivo são de alguns peixes que
habitam em cavernas ou de anfíbios, como a cobra-cega, que apesar de não enxergarem
ainda têm olhos sem função.

Várias espécies de aves, como as emas, avestruzes e kiwis australianos, apresentam as


asas como órgãos vestigiais. À medida que essas espécies foram adquirindo hábitos
terrestres, as asas deixaram de servir para voar e agora têm funções secundárias como
manter o equilíbrio durante a corrida e atrair parceiros para o acasalamento.

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