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UNIVERSIDADE ÓSCAR RIBAS

MESTRADO EM CRIMINOLOGIA E INVESTIGAÇÃO CRIMINAL

A DOSIMETRIA DA PENA

Elaborado por: António Magalhães Sousa

Trabalho apresentado como


requisito de avaliação do Módulo
de Penologia do Dr. Celestino
Kalanja

Luanda, 2022
Índice
Título............................................................................................................................................3
I. INTRODUÇÃO...................................................................................................................3
Metodologia.............................................................................................................................5
Objectivos................................................................................................................................5
Geral.....................................................................................................................................5
Específico.............................................................................................................................5
II.I. Conceito............................................................................................................................5
III. Teorias da pena.................................................................................................................7
III.I As teorias Absolutas..........................................................................................................7
III.II – As Teorias Relativas.....................................................................................................8
III.II.I A Doutrina da Prevenção Geral.................................................................................9
III. II. As Teorias mistas.....................................................................................................12
IV. Dosimetria da Pena.........................................................................................................13
 Pena de prisão, que consiste na privação temporária da liberdade, tem duração mínima
de 3 meses e a duração máxima de 25 anos, podendo excepcionalmente se extender até aos 35
anos;.......................................................................................................................................13
 Pena de multa.................................................................................................................13
A dosimetria na sentença condenatória..................................................................................14
V. Conclusão...........................................................................................................................16
VI. Bibliografia....................................................................................................................18
Título
A abordagem do presente tema se justifica no quadro de avaliação contínua do
módulo de Penologia. A sua escolha deve-se a actualidade do tema e a necessidade de
se conhecer e entender como funciona a determinação da pena objectivamente. Uma
visão sobre o conceito de pena, função e o dever ser da mesma. Não menos importante,
será tentar entender que critérios orientam a determinação da medida da pena no
ordenamento jurídico angolano.

“Consultemos, pois, o coração humano; acharemos nele os princípios fundamentais do


direito de punir.”1

Nélson Jahr Garcia 2 faz referência que Cesare Beccaria “estabelece limites entre a
justiça divina e a justiça humana, entre os pecados e os delitos; condena o direito de vingança
e toma por base do direito de punir a utilidade social; declara a pena de morte inútil e reclama
a proporcionalidade das penas aos delitos, assim como a separação do poder judiciário e do
poder legislativo”

I. INTRODUÇÃO
A liberdade é um valor que ao longo da história da humanidade sempre suscitou
no Homem engenho para mantê-la e preservar. O estado selvagem do homem, o mais
livre, também representou o período de maior perigo a mesma liberdade. No estado
primitivo, o Homem vivia isolado e livre, porém debatia-se a cada dia com a incerteza e
a insegurança apresentada por cada um.

Segundo Beccaria (Da Lei e das Penas), para que o Homem pudesse vencer a
incerteza e sustentar a segurança, era necessário que cedesse parte da sua liberdade.

“Sendo a multiplicação do gênero humano,


embora lenta e pouco considerável, muito superior aos
meios que apresentava a natureza estéril e
abandonada, para satisfazer necessidades que se
tornavam cada dia mais numerosas e se cruzavam de

1
Cesare Beccaria, Dos Delitos e das Penas, 1764, Ed. Ridendo Castigat Mores, pg. 9.
2
Cesare Beccaria, Dos Delitos e das Penas, in Apresentação, pg. 3, disponível na web:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/eb000015.pdf
mil maneiras, os primeiros homens, até então
selvagens, se viram forçados a reunir-se. Formadas
algumas sociedades, logo se estabeleceram novas, na
necessidade em que se ficou de resistir às primeiras, e
assim viveram essas hordas, como tinham feito os
indivíduos, num contínuo estado de guerra entre si. As
leis foram as condições que reuniram os homens, a
princípio independentes e isolados sobre a superfície
da terra. Cansados de só viver no meio de temores e de
encontrar inimigos por toda parte, fatigados de uma
liberdade que a incerteza de conservá-la tornava inútil,
sacrificaram uma parte dela para gozar do resto com
mais segurança. A soma de todas essas porções de
liberdade, sacrificadas assim ao bem geral, formou a
soberania da nação; e aquele que foi encarregado
pelas leis do depósito das liberdades e dos cuidados da
administração foi proclamado o soberano do povo3.”

A função de velar, garantir pela liberdade passou a ser então função de um


Estado, a quem cada Homem cedeu parte da sua liberdade e fundou assim a soberania
do Estado.

Nesta abordagem se propõe conhecer com mais sensibilidade os critérios de


determinação da pena concreta a se aplicar ao infractor, pena esta que recai ao poder
judicial (tribunais), enquanto órgão de soberania com competência para dirimir
conflitos. A pena surge como instrumento do Estado de controlo da liberdade de todos,
e por isso obedece a critérios objectivos, lógicos e claros para sua determinação in casu.

A pena é abordada na doutrina em diversas perspectivas, sendo a visão do direito


penal a mais difundida em razão do sentimento de justiça que orienta uma sociedade. A
maior ou menor eficácia da pena determina em cada sociedade a forma como ela é
encarada. Como forma de repressão (cura social), punição (retribuição pelo mal
causado) ou como mecanismo de recuperação do delinquente.

Para Rousseau4 “… a ordem social é um direito sagrado que serve de alicerce a


todos os outros. Esse direito, todavia, não vem da natureza; está, pois, fundamentado
sobre convenções.” E neste sentido apresenta a família como primeiro modelo de
sociedade onde, depois da criança deixar de ser dependente dos pais e os pais deixarem
de terem a obrigação de cuidar dos filhos, a família apenas se mantém por convenção
dos membros

3
Cesare Beccaria, Dos Delitos e das Penas, 1764, Ed. Ridendo Castigat Mores.
4
Jean Jacques. Do Contrato Social, Ridendo Castigat Mores, disponível in:
https://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/contratosocial.pdf
Metodologia
Para o presente trabalho de investigação apoiou-se no método de pesquisa
bibliográfica para de forma qualitativa buscar o conceito do tema em análise.

Objectivos

Geral
Compreender e conhecer as penalidades constantes do Código Penal Angolano.

Específico
 Conhecer as penas privativas de liberdade;
 Conhecer os critérios de dosimetria da pena.

II. A Pena de Prisão

II.I. Conceito

Embora o foco seja identificar a função da pena, como abordada pelos autores
clássicos, é fundamental que a criminologia, a partir se perspectiva a visão de pena,
tenha em conta a complexidade e multidimensionalidade da pena. Como antes se
abordou, o conceito que aqui se trará assenta na construção e justificação da pena
enquanto mecanismo de controle social, construída pelos primeiros doutrinadores.

A pena, enquanto medida restritiva de liberdade é relacionada ao sistema


económico capitalista, e remonta do Sec. XIX, após o derrube das monarquias na
Europa.

A pena é definida como “o castigo previsto por uma lei positiva para quem se
torne culpado de uma infração”5. A sua aplicação impõe requisitos legais e judiciais. E
deve observar um justo processo, onde se possa garantir que o Estado, enquanto
detentor do ius puniendi não abuse desse poder.

Outra definição é citada por Cezar Robert Bitencourt 6, que define “a pena é um
mal que se impõe por causa da prática de um delito: conceitualmente, a pena é um
castigo”.7

5
DOTTI, René Ariel. Bases e alternativas para o sistema de penas. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1998, pg. 31.
6
Cezar Robert Biteencourt, Tratado de Direito Penal – Parte Geral 1, 19ª Ed., Editora Saraiva.
7
Cezar Robert Biteencourt, Tratado de Direito Penal – Parte Geral, pag. 132.
A pena consiste basicamente na privação ou restrição de um bem jurídico.
Entende-se por bem jurídico também a liberdade (total ou parcial) ou até mesmo a
própria vida (como em casos de países que adotam penalidades nesse sentido). Em
Angola a Constituição da República proíbe a pena de morte, a tortura e tratamento
degrante8.

Sobre os limites do exercício desse poder de punir, dizia Beccaria que “não
bastava, porém, ter formado esse depósito; era preciso protegê-lo contra as usurpações
de cada particular, pois tal é a tendência do homem para o despotismo, que ele procura
sem cessar, não só retirar da massa comum sua porção de liberdade, mas ainda
usurpar a dos outros.”9

Desde os povos primitivos que o Homem vivendo em grupos conheceu a


necessidade de disciplinar comportamento muitas vezes baseando essa necessidade em
agradar a questões que entendia serem para si metafísicas. A punição nem sempre teve o
rosto de um sistema carcerário. Para os primeiros Homens também significou sacrifícios
como mutilação, morte, sempre buscando a harmonia e paz do grupo.

Com a evolução social e diante da necessidade de evitar a dizimação das tribos


com as vinganças colectivas, surgiu o talião, que limita a reação à ofensa a um mal
idêntico ao praticado (sangue por sangue, olho por olho, dente por dente). Adoptado no
Código de Hamurabi (Babilônia), no êxodo (povo hebraico) e na Lei das XII Tábuas
(Roma), foi ele um grande avanço na história do Direito Penal por reduzir a abrangência
da acção punitiva. Com efeito, a história mostra que a privação de liberdade não
figurava como a punição regra e mais severa.

Esses antigos códigos da Babilônia apresentavam uma série de punições, como


variadas formas de pena de morte e mutilação. As leis falam pouco sobre as prisões,
mas através da literatura é possível afirmar que a prisão era utilizada nos casos de
dívida, furto, corrupção, rebelião de escravos e para estrangeiros cativos.

Tatiana Chaverini em sua tese de mestrado referencia que “O império Assírio,


por exemplo, submetia à prisão contrabandistas, ladrões, desertores do serviço estatal,
sonegadores de impostos e estrangeiros cativos, impondo em larga escala o trabalho
forçado”. 10
8
CRA. Art.º 59º e 60º.
9
Cesare Beccaria, ob. Cit.
10
Tatiana Chaverini, cita de “The Assyrian empire (746-539 a.c.) imprisoned smugglers, thieves,
deserters from royal service, tax evaders, and like its predecessors in the ancient Near East, foreign
captives, often on a very large scale and often involving forced labor. The old Babylonian term bit asiri
seems to refer specifically to the forced labor of foreign captives. Like Samson among the Philistines (and
Hebrews and others among the Egyptians), foreign prisoners among the Assyrians largely labored at
grinding flour, and their prisons were close to or inside granaries. Some prisoners were confined in dry
III. Teorias da pena

As respostas dadas ao problema dos fins das penas reconduzem-se a três teorias
fundamentais:

 As teorias absolutas ligadas às doutrinas da retribuição ou da expiação
 As teorias relativas, onde se analisam duas doutrinas:
o As doutrinas da prevenção geral;
o As doutrinas da prevenção especial, e;
 Teorias mistas ou ecléticas (unificadoras)

III.I As teorias Absolutas

Para está teoria a pena surge como um instrumento de retribuição. A pena,


enquanto consequência do crime visa a retribuição, expiação, reparação ou
compensação do mal causado com o crime e ali se basta.

A medida da pena deverá sempre reflectir o mal causado, ou seja, a


porpocinalidade da pena dependerá da gravidade ou não do facto, e não entra nesta
equação qualquer outro elemento. O foco destas doutrinas innicialmente assentou em
determinar a compensação ou como igualar o mal do crime com o mal da pena. A
posterior, a discussão centrou-se em saber se a reparação devia assentar na reparação do
dano real ou do dano real.

Nos dias que correm é assente que o critério de se aferir a pena é a culpa do

agente e não a retribuição. Porque se o que está em causa é tratar o homem segundo a
sua liberdade e a sua dignidade pessoal, então isso conduz-nos ao princípio da culpa
como máxima de todo o Direito Penal humano, democrático e civilizado, que nos leva
ao principio segundo o qual, não há pena sem culpa e a medida da pena não pode em
caso algum ultrapassar a medida da culpa.

culpa e a medida da pena não pode em caso algum ultrapassar a medida da culpa.
Kant na obra fundamentação metafísica dos costumes outorgou uma
função retributiva à pena, com caráter eminentemente ético. Não há outra
finalidade. A justificação da pena é de ordem ética, com base no valor moral da
lei penal infringida pelo autor culpável do delito.
O autor concebia a lei como imperativo categórico, ou seja, como
mandamento universal que representasse uma ação em si mesma, sem referência
a outro fim, como objetivamente necessária. Para ele, quem não cumpre as
disposições legais não é digno de cidadania.

cisterns that were otherwise used for the storage of grain. Bit kili, another Babylonian.”
Na sua visão, a pena não pode ser aplicada como meio de procurar outro
bem, mas pela simples razão de ter cometido crime. O homem não é passível de
instrumentalização, ou seja, não pode ser usado como meio para outras
finalidades. O homem deve ser um fim em si mesmo. Logo, o direito de castigar
não pode encontrar fundamento em razões de utilidade social, pois isso não seria
eticamente permitido.
Kant defendia, quando possível, o ius talionis para expressar a quantidade
e a qualidade da pena.
Outro defensor da teoria absolutista foi Hegel, que defendia que o crime
surgia como negação do direito e a pena como negação da negação (ou seja, do
crime). Em sua visão, a pena surgia para reestabelecer o direito.
Hegel atesta que dar qualquer utilidade de prevenção a pena seria como
“levantar um pau contra um cão e tratar o ser humano não segundo a sua honra
e liberdade, mas como um cão” 11 .
Kant e Hegel convergem no sentido de não se instrumentalizar o homem
como meio de prevenção, seja ela qual for o sentido da prevenção.
Como teoria dos fins das penas, a doutrina da retribuição deve ser recusada.
Logo porque ela não é uma teoria dos fins das penas; ela visa justamente o contrário,
isto é, a consideração da pena como entidade independente de fins. Deve ser recusada
ainda pela sua inadequação à legitimação, à fundamentação e ao sentido da intervenção
penal. Estas podem apenas resultar da necessidade que ao Estado incumbe satisfazer, de
proporcionar condições de existência comunitária, assegurando a cada pessoa o espaço
possível de realização livre da sua personalidade.

Outro foco destas teorias incidia sobre a questão de saber em que medida se
devia proceder a retribuição, compensação ou igualação do mal causado pelo crime
praticado pelo agente com a pena a lhe ser aplicada. A superação deste debate acabou
concluindo que este critério de retribuição deveria ser apenas normativo e não fático.

A concepção retributiva teve o mérito de ter erigido o princípio da culpa em


princípio absoluto de toda a aplicação da pena e ter, deste modo, levado a que na
aplicação de uma pena criminal, não se possa violar a eminente dignidade da pessoa
humana e a sua liberdade. Foi assim fundado o princípio da culpa, segundo o qual “não
pode haver pena sem culpa e a medida da pena não pode em caso algum ultrapassar a
medida da culpa”12.

Cabe ainda frisar que a teoria retributiva é relacionada com os regimes


absolutistas, onde o sobreano se confunde com o Estado, e em regra o Direito de punir
era uma prerrogativa do Soberano concedida por Deus.

11
Figueiredo Dias, 2001, Temas Básicos da Doutrina Penal, pag. 69.
12
Figueiredo Dias, ob. Cit. Pag. 70
III.II – As Teorias Relativas
A construção do conceito de pena enquanto reação direta e proporcinal ao mal causado
a sociedade não é consensual. Por está razão surgiu outra visão sobre a finalidade da pena que
incide sobre a prevenção. A lógica assenta em o crime não se repetir, quer seja considerando o
agente do crime, quer seja considerando a comunidade em que o agente do crime está inserido.

É a Sêneca que se atribui a formulção mais antiga da teoria relativa, afirmando


“nenhuma pessoa responsável é castigada pelo pecado cometido, mas sim para que não
volte a pecar”13. Com efeito, as teorias relativas convergem com as retributivas, no
sentido de encararem a pena como um mal necessário.

Enquanto as teorias absolutistas determinam a pena como meio de se obter


justiça, as teorias relativas concebem a pena como meio de inibir que o crime se
multiplique e se replique.

A finalidade preventiva da pena divide-se em duas: prevenção especial e


prevenção geral, que se distinguem em função do seu destinatário, que na prevenção
especial é o agente do crime e na prevenção geral é a coletividade.

III.II.I A Doutrina da Prevenção Geral

Para os seguidores dessa teoria, a pena se limita a uma função de


prevenção como garantia social na forma de antever que o delinqüente retorne a praticar
crimes no futuro. As razões são puramente fundadas em uma utilidade social. A
conceção aqui defendida não é a punição propriamente dita para os infratores da ordem
da justiça, mas de evitar que este venha a continuar no mundo criminoso, a prevenir que
não haverá mais ataques ao manto da paz pública.

A teoria relativa se biparte em prevenção geral e prevenção especial.


Tradicionalmente, aquela é mais conhecida como prevenção geral negativa ou
prevenção geral por intimidação. A intimidação atua como um freio representado por
um temor infundido na consciência de pessoas possivelmente voltadas para o crime, de
maneira que essa pressão faça-as refletirem antes de realizar qualquer ilícito penal.

 A Prevenção Geral Negativa

Destacam-se Beccaria, Bethan e Feuerbach, onde se atribui ao último a ”teoria


da coação psicológica”. Segundo esta tese de Feuerbach será através do Direito Penal
que se pode dar uma solução ao problema da criminalidade.

13
Cezar Robert Biteencourt, Tratado de Direito Penal – Parte Geral, pag 347
Para esta visão da pena, ela serve apenas como ameaça da lei aos cidadãos para
que se abstenham de cometer crimes, é, pois, uma coação psicológica com a qual se
pretende evitar o fenómeno criminoso14.

Como atesta Figueiredo Dias, a pena é concebida nas doutrinas da prevenção


geral como um instrumento de política-criminal com o fim de atuar na generalidade dos
membros da comunidade e com isso os afastar de atos criminosos. É a doutrina da
“coação psicológica” de Feuerbach, que atrás citamos, e que no fundo postula que “a
finalidade precípua da pena seria a de criar no espírito dos potenciais criminosos um
contra-motivo suficientemente forte para afastá-los da prática do crime”15.

A ideia de que a pena devia servir como instrumento da uma política-criminal


surgiu no período do iluminismo, na transição do Estado liberal para o Estado liberal.
Essa forma de ver a pena obrigou que o Estado liberal tivesse de fundamentar a pena
demarcando-se dos esteios da retribuição. A base assenta em o homem puder calcular as
vantagens e desvantagens da prática do crime.

A doutrina da prevenção geral assenta, portanto, em dois pressupostos, a ideia


da intimidação ou utilização do medo, e a ponderação da racionalidade do homem,
que deverá lhe alertar para as desvantagens da prática do crime.

Ao estruturar a tese sobre aquele binómio, se reconhecia no homem capacidade


racional absolutamente livre e um Estado absolutamente racional em seus objectivos,
visão que é criticada por Cezar Robert Bitencourt.

Critica-se esta doutrina pelo fato de considerar a coletividade e não o indivíduo,


visto que se a consideração for da comunidade, a pena terá de exceder o limite da culpa
para ter de alcançar o fim que se propõe, de prevenir a generalidade das pessoas.

Outra censura reside no fato de que esta doutrina apenas concebe o cumprimento
da lei com recurso a coação, sem ter em conta a questão da legitimidade.

Contudo, concebe que a função motivadora da pena passaria pelo conhecimento


da norma proibitiva e da pena aplicável, o que é criticável visto que a constatação
empírica demonstra que os cidadãos embora se pautarem por uma conduta conforme a
lei, em regra eles deconhecem o sentido e o alcance da proibição e da pena aplicável.

 Prevenção Geral Positiva

14
Vide Cezar Robert Bitencourt, ob. Cit. Pag.144.
15
Figueiredo Dias, ob. Cit., pag 75.
Na prevenção geral positiva se atribui à pena uma função de integração social derivada
de um reforço de fidelidade ao Estado, assim como de uma promoção de conformismo por parte
dos cidadãos frente ao ordenamento jurídico. Por conseqüência, concebe-se o Direito Penal
como uma afirmação das convicções jurídicas fundamentais, como uma consciência social das
normas e como uma atitude de respeito pelo Direito.

A pena passa a ser encarada com uma finalidade pedagógica e comunicativa de


reafirmação do sistema normativo e por isso assente em três efeitos 16:

1. Efeito da aprendizagem através da motivação sociopedagógica dos mebros


da sociedade;
2. O efeito de reafirmação da confiança no Direito Penal, e;
3. O efeito de pacificação socail quando a pena aplicada é vista como solução
ao conflito gerado pelo delito.

Está doutrina se aproxima a teoria de Hegel, no sentido em que defende que o


direito tem uma função ético-social mais importante que a proteção de bens jurídicos.
“Ao proscrever e castigar a violação de valores fundamentais, o Direito Penal
expressa, da forma mais eloquente de que dispõe o Estado, a vigência de ditos valores,
conforme o juízo ético-social do cidadão, e fortalece sua atitude permanente de
fidelidade ao Direito”17.

Jakobs, citado por Bitencour, defende que ao Direito Penal cabe garantir a
função orientadora das normas jurídicas. As normas jurídicas, na sua conceção, buscam
estabilizar e institucionalizar as experiências sociais, servindo como orientação da
conduta que os cidadãos devem observar nas suas relações sociais. A norma violada não
deixa de existir pela infração, e por isso mantém a sua função orientadora.

A norma surge então como forma de afirmação da manutenção da ordem, que


não deixa de existir apesar de ter sido infrigida. Por isso, a pena se apresenta como
positiva porque ela afirma a manutenção da norma, e o delito se apresenta como
negativo, dado que vem defrauda as expetativas da norma.

Critica-se está doutrina por conceber que a proteção bens jurídicos apenas possa
ocorrer através da pena, mesmo quando ela seja desnecessária a sua proteção.

 A prevenção especial

Focada no agente do delito, surgiram as teses individualistas, que defendem que


a pena é um instrumento de atuação preventiva sobre a pessoa do delinquente, com o
objetivo de prevenir que ele volte a delinquir no futuro. Figueiredo dias afirma que se
estaria a falar de prevenção da reincidência.

A teoria da prevenção especial foi desenvolvida no período histórico do


iluminismo e tem como base fundamental individualizar a pena para cada caso concreto.
16
Tal como enunciado por Cezar Roberto Bitencourt, ob. Cit. Pag. 147.
17
Ibdem, pag. 148.
Ela busca transformar o indivíduo criminoso em cidadão comum por intermédio do
instituto da ressocialização do indivíduo.

A teoria da prevenção especial atua tanto para assegurar a sociedade contra os


indivíduos que cometam atos infracionais por intermédio da intimidação do agente e de
quem tem conhecimento da punição, quanto para que este agente não venha a cometer
futuros delitos, pois a pena teria caráter educativo. O Estado busca corrigir o indivíduo
para que ele pare de cometer delitos.

O programa de Marburg trazia as ideias de que a função da pena seria,


precipuamente, neutralizar o indivíduo para que ele não cometa mais crimes
e corrigir aqueles que já recaíram na reincidência.

Ausência de critérios objetivos ou subjetivos para aplicar a dosimetria da pena.


Critério sem discricionariedade para que o Estado exerça seu ius puniendi,
possibilitando aplicação de penas muito severas com prazos indeterminados,
desproporcionais.

Kant e Hegel questionavam a justificativa da teoria. Questionava-se qual era


a ratio legis utilizada pelo Estado para que, valendo-se dela, aplicasse o instituto da
ressocialização, sob pena de ferir categoricamente o princípio da dignidade da pessoa
humana, o Estado impunha ao indivíduo a sua ressocialização (e o fazia da forma como
melhor considerasse, sem verdadeiros testes de efetividade), não deixando que ele
efetuasse a escolha de sua trajetória.

A prevenção especial irá dividir-se em duas. A positiva e a negativa. Para prevenção


especial positiva o objectivo é de reeducar, ressocializar o indivivíduo. Já as teorias da
prevenção especial negativa visam eliminar, neutralizar o delinquente perigoso.18

Bitencourt cita que Von Liszt defende, segundo a qual “a necessidade da pena
mede-se com critérios preventivos especiais, segundo os quais a aplicação da pena
obedece a uma ideia de ressocialização e reeducação do delinquente à intimidação
daqueles que necessitam ressocializar-se e também para neutralizar os incorrigíveis”19.

Reconhece-se o mérito a doutrina da prevenção especial do ponto de vista da


política-criminal, não como fim em si mesmo, mas voltada a ressocialização do
delinquente enquanto cumpre a pena. Por outro lado, “os aspectos preventivo-especiais
não são levados em consideração por setor dominante da doutrina como legitimadores
da pena, mas sim como delimitadores de sua execução com o fim de evitar os efeitos
negativos da pena privativa de liberdade” assevera Bitencourt20.

E o que fazer com os indivíduos que não necessitam de ressocialização? A exemplo


do crime culposo, como efetuar a ressocialização de um indivíduo que não teve dolo de
cometer o ato criminoso?

18
Bitencourt, ob. Cit., pag. 152
19
Bitencourt, ibdem, pag. 153.
20
Ibdem, pag. 155.
A ideia de nothing Works, ou seja, de que a teoria da prevenção especial não é capaz
de alcançar o objetivo da ressocialização.

III. II. As Teorias mistas

Esta teoria reúne elementos das duas anteriores, ou seja, serve tanto para a
punição direta do indivíduo, quanto para a sinalização de alerta à sociedade, no sentido
de desmotivar que outros cidadãos cometam o mesmo crime.

Analiticamente, a unificação da pena conjuga tanto a retribuição da pena


embasada numa necessidade de reprovação da conduta realizada pelo autor, como a
prevenção contra novas ações criminosas manutenindo o indivíduo para reintegrá-lo na
ordem social.

Essa dialética é defendida por Claus Roxin que resumindo, pode dizer-se acerca
da segunda fase de eficácia do direito penal, que a aplicação da pena serve para a
proteção subsidiária e preventiva, tanto geral como individual, mede bens jurídicos e de
prestações estatais, através de um processo que salvaguarda a autonomia da
personalidade e que, ao impor a pena, esteja limitado pela medida de culpa.

IV. Dosimetria da Pena


Dosear a pena nada mais é do que determinar a sua medida concreta, ou seja, o
Código Penal Angolano (CPA) estabelece para cada tipo legal de crime uma penalidade.
Em regra a penalidade se apresenta como uma moldura, podendo ser uma pena privativa
de liberdade ou não.

As penas vêm previstas no art.º 44º do CPA e elas se subdividem em penas


principais e penas de substituição. Constituem penas principais a pena de prisão e a
pena de multa.

 Pena de prisão, que consiste na privação temporária da liberdade, tem


duração mínima de 3 meses e a duração máxima de 25 anos, podendo
excepcionalmente se extender até aos 35 anos21;
 Pena de multa consiste na aplicação de uma pena pecuniária que varia entre
o mínimo diário é de 75 Unidades de Referência Processual (actualmente
equivale a seis mil e seiscentos mil Kwanzas) e o máximo diário de 750
Unidades de Referência Processual (URP). A lei determina que a pena
mínima de multa é de 10 dias URP (66 000,00 Kz.) e o máximo é de 360
dias URP (23 760 000 Kz.)

21
Vide CPA art.º 44º.
Na articulação das penas, as de prisão podem ser substituídas pelas de multa sempre
que “a prisão aplicada em medida não superior a 6 meses é substituída por igual
número de dias de multa ou por outra não privativa de liberdade...”22

V. A dosimetria na sentença condenatória23


O momento mais importante da actividade judicial é a decisão sobre o mérito da
pretensão punitiva, quando o magistrado, à luz da imputação e com apoio na prova
produzida e alegação oferecida pelas partes, absolve ou condena o acusado. No tocante
à sentença condenatória, a dificuldade maior do julgador é individualizar a pena do
sentenciado, com respeito aos critérios positivados no Código Penal e aos princípios
inscritos na Constituição da República e nos Tratados de Direitos Humanos ratificados
por Angola. Cabe aos tribunais superiores exercem um controle cada vez mais rigoroso
sobre as escolhas feitas pelos juízes e tribunais de origem, que devem explicitar as
razões que os levaram a fazer suas escolhas sobre as espécies e as quantidades das
sanções cominadas para o comportamento delitivo apurado na acção penal.

No tocante à sentença condenatória, ao dosear a pena, deverá o magistrado lembrar


que:

1. É vedado o uso de referências vagas, genéricas ou a simples repetição de


fórmulas legais, sendo exigível, ao contrário, que contextualize, com dados
indicados na sentença, todas as opções fáticojurídicas feitas no acto
decisório;
2. Não é admissível a utilização de uma mesma circunstância em mais de uma
fase, sob pena de violação do ne bis in idem;
3. Na análise das circunstâncias judiciais, o facto desfavorável ao arguido
apontado na análise das circunstâncias judiciais não pode ser inerente ao tipo
penal (p.ex. o intuito de cobiça ou de lucro fácil não pode incrementar a pena
nos crimes patrimoniais);
4. Não é aceitável reconhecer a circunstância da culpabilidade simplesmente
afirmando que o dolo do arguido foi intenso, ou que ele agiu em manifesta
contrariedade ou desprezo à lei, porquanto é mister apontar dados concretos
dos autos que permitam concluir pela presença de um grau de
reprovabilidade da conduta superior ao ordinário para o crime praticado;
5. O reconhecimento de antecedentes – circunstância judicial que se refere à
prática ou não de outras condutas criminosas do arguido, ocorridas antes do
facto criminoso que se está considerando – diz respeito ao passado do
arguido. Não podem ser considerados como maus antecedentes:

22
Vide art.º 45º do CPA
23
Manual Prático das Decisões Penais. Zorz, Antônio de Maria Patiño/Lunardi, Fabrício Castagna ett ali,
2018, Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados Ministro Sálvio de Figueiredo
Teixeira – Enfam: in: https://criminal.mppr.mp.br/arquivos/File/manual-dosimetria.pdf
1. Facto criminoso praticado pelo arguido (ainda que com
sentença penal condenatória transitada em julgado) depois da
data do facto delituoso objecto da sentença;
2. Inquéritos policiais e acções penais em curso
3. Actos infracionais;
4. As condenações judiciais transitadas em julgado cujo
cumprimento da pena tenha se dado antes dos seis anos da
prática do crime que é imputado ao arguido não podem servir
para efeitos de reincidência24, mas podem ser utilizadas como
maus antecedentes, conduta social ou personalidade, desde
que sejam diferentes as condenações consideradas, sob pena
de vedado bis in idem;
6. A valoração negativa da conduta social não pode incluir factos relacionados à
própria prática delitiva – a referida circunstância diz respeito à inserção do
agente em seu meio (comportamento do arguido na comunidade ou em seu
grupo familiar) – ou o facto de o agente não estudar nem ter emprego
7. A valoração negativa da personalidade do agente deve apoiar-se em
circunstâncias concretas, o que afasta a simples afirmação genérica de que o
arguido tem “personalidade voltada para o crime” ou, ainda, que registra actos
infracionais em sua adolescência;
8. As consequências do crime incrementam a sanção apenas se for demonstrado
que se apresentam como consequências delitivas anormais do delito para a
vítima ou para terceiros, como, por exemplo, quando o crime patrimonial ou
contra a administração pública ocorre em elevado valor, bem superior ao
comum, ou quando há evidências de abalos psicológicos à vítima que superem
os normalmente decorrentes do delito (caso em que a circunstância deve vir
amparada em alguma prova nesse sentido);
9. O comportamento da vítima nunca pode ser valorado negativamente, pois se
trata de circunstância judicial que apenas pode abrandar a pena, inviabilizando,
por consequência, qualquer fundamentação que agrave a pena sob a razão de que
o comportamento da vítima não teria contribuído para o crime;
10. Nos crimes contra a liberdade sexual, a experiência sexual anterior ou a
orientação sexual da vítima não desnaturam o delito praticado nem servem para
justificar a diminuição da pena-base, a título de comportamento da vítima;
11. A lei penal estabelece, para alguns crimes, circunstâncias judiciais específicas a
ser analisadas, como indicado, por exemplo, no art. 71º do CPA;
12. Por não haver, na primeira etapa da dosimetria, previsão legal da quantidade de
pena que deve ser acrescida ou reduzida em razão de cada circunstância judicial,
deve-se guiar pelo princípio da proporcionalidade para determinar tais
acréscimos e reduções de pena;
24
Art.º 76º do CPA.
13. Na segunda fase da dosimetria, a incidência da atenuante da confissão
independentemente de ela ter sido integral ou parcial, especialmente quando
utilizada para fundamentar a condenação;

Do acima exposto, fica claro que a primeira regra para aplicação da pena assenta na
culpa do agente, como referimos acima, este critério da escola clássica se afigura como
grande contributo das doutrinas retributivas.

A pauta legal dos critérios de dosimetria penal constam do art.º 70º e seguintes do
CPA.

VI. Conclusão

As teorias relativas, que se


analisam em dois grupos de
doutrinas:
o As doutrinas da prevenção
geral
o As doutrinas da prevenção
especial
As teorias relativas, que se
analisam em dois grupos de
doutrinas:
o As doutrinas da prevenção
geral
o As doutrinas da prevenção
especial
As teorias relativas, que se
analisam em dois grupos de
doutrinas:
o As doutrinas da prevenção
geral
o As doutrinas da prevenção
especial
As teorias relativas, que se
analisam em dois grupos de
doutrinas:
o As doutrinas da prevenção
geral
o As doutrinas da prevenção
especial
As teorias relativas, que se
analisam em dois grupos de
doutrinas:
o As doutrinas da prevenção
geral
o As doutrinas da prevenção
especial
As teorias relativas, que se
analisam em dois grupos de
doutrinas:
o As doutrinas da prevenção
geral
o As doutrinas da prevenção
especial
A este ponto, parece claro que a pena surge antes mesmo da sua justificação.
Como inicialmente se viu o homem no seu estagio primitivo gozava da plenitude das
suas liberdades, no entanto, o isolamento não lhe dava garantia de inviolabilidade destas
garantias. Assim surgiu a necessidade de se privar de parte dessa plena liberdade,
cedendo-a em busca da garantia de segurança e manutenção dos mais essenciais.
 As teorias relativas, que se
analisam em dois grupos de
doutrinas:
o As doutrinas da prevenção
geral
o As doutrinas da prevenção
especial
É no contato de grupo, na comunidade, que se coloca a questão da manutenção
daquela liberdade que justificou a convivência social e para o efeito, tornou-se
necessário encontrar mecanismos de controle e preservação das liberdades.

A pena surgiu então como garantia de defesa do grupo ante o ataque a ordem e a
violação das liberdades de todos e de cada um, porém nem sempre foi pacífica a sua
justificação e a busca para determinar os critérios de dosificação das mesmas.

É com o evoluir do pensamento científico que se busca justificar a pena, ora


como justo pagamento do delinquente em função do mal por ele causado, ora como
justificativa de prevenção.

A necessidade de se construir uma teoria que justificasse a pena, a sua finalidade


ou não, ainda hoje gera acessas discussões, muitas dessas discussões chamam mesmo,
ainda, a doutrina da retribuição da pena como fundamento de ser da pena.

Sobre a pena vimos que a sua defesa acenta em basicamente três teorias:

1. Teorias absolutas: que concebe o pena como meio de retribuição, expiação,


reparação ou compensação do mal do crime. Segundo Hegel, “o crime é a
negação do direito e a pena é a negação da negação” 25. Esses teóricos tem o
mérito de fundarem o princípio da culpa, segundo o qual a medida da pena é a
culpa;
2. Teorias relativas: apresenta-se mais como uma crítica as teorias absolutas,
concordando que a pena é um mal que se infringe ao delinquente, porém
25
Figueiredo Dias, ob. Cit., pag. 69.
discorda que ela seja desprovida de um fim, pois é um instrumento de política-
criminal. O objectivo aqui é evitar que se evite a reincidência, tal como citamos
Séneca “nenhuma pessoa responsável é castigada pelo pecado cometido, mas
sim para que não volte a pecar”.
3. Teorias mistas ou ecléticas: que se traduziam em justificar a pena como meio de
prevenção social através da intimidação (prevenção negativa) e da integração
(prevenção positiva). A ideia central baseava-se em usar a pena para garantir que
a sociedade se intimidasse com o sofrimento infringido ao delinquente e por
medo não pudesse delinquir, e que, em outro sentido, a pena serviria ao próprio
delinquente como meio de persuação a não voltar a delinquir.

Pode-se afirmar que é nas teorias ecléticas ou mistas que assenta hoje a
fundamentação da pena. E, aqui buscando a melhor construção das anteriores
doutrinas. A pena é vista como meio de recuperação do delinquente, e o período de
internamento serve exatamente para dá-lo ferramentas para não voltar a delinquir.
Outra consequência desta visão está relacionada com a criação de penas não
privativas de liberdade, isto como meio de reação ao estigma que muitas vezes as
penas de prisão acabam criando e por isso dificultando a integração social do
delinquente.

Por fim, reiterar que os critérios de determinação da pena concreta ou única


assenta na lei e visa garantir que a sua determinação não se oriente por critérios
meramente subjectivos, o que no fundo surge como uma garantia ao próprio agente
do crime.
VII. Bibliografia

1. Cesare Beccaria, Dos Delitos e das Penas, 1764, Ed. Ridendo Castigat Mores;

2. Cezar Robert Biteencourt, 2023, Tratado de Direito Penal – Parte Geral, 19ª
Edição.
3. DOTTI, René Ariel. 1998, Bases e Alternativas para o Sistema de Penas. São
Paulo: Revista dos Tribunais.
4. Figueiredo Dias, 2001, Temas Básicos da Doutrina Penal, Coimbra Editora
5. Jean Jacques. Do Contrato Social, Ridendo Castigat Mores, disponível in:
https://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/contratosocial.pdf
6. Manual Prático das Decisões Penais. Zorz, Antônio de Maria Patiño/Lunardi,
Fabrício Castagna ett ali, 2018, Escola Nacional de Formação e
Aperfeiçoamento de Magistrados Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira –
Enfam: in: https://criminal.mppr.mp.br/arquivos/File/manual-dosimetria.pdf

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