Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Síntese de Conceitos
Síntese de Conceitos
Outro aspecto característico das NEE tem a ver com o seu carácter relativo e
contextual. A existência das Necessidades Educativas Especiais é
relativamente condicionada pelo “ambiente familiar e social e pelas
características da própria escola, o tipo de ensino que se desenvolve em uma
escola pode originar ou intensificar as dificuldades nos alunos” (MARCHESI,
2004, p.20).
Em termos conceptuais, Mantoan (2003, p.15) considera que a inclusão significa uma
“inserção escolar de forma radical, completa e sistemática. Todos os alunos, sem
exceção, devem frequentar as salas de aula do ensino regular”.
Nesse contexto, Mendes (2017, p.54) considera que o termo inclusão escolar,
exclusivamente
nos remete a questão da escola, que é justamente o aspecto central do movimento que
hoje se observa no tocante a escolarização de estudantes do PAEE 1. Assim, sugere-se
que o termo ‘inclusão escolar’ seja convencionalmente adotado quando se refere a
política ou pratica de escolarização do referido público nas classes comuns de escolas
regulares.
Para Correia (2014) incluir todos os alunos, sem excepção, nas classes comuns de
escolas regulares corresponde a um fundamento filosófico que tem como pano de fundo
o movimento de inclusão escolar que deve considerar, em primeiro lugar, em termos
académicos e socioemocionais, as capacidades e as necessidades dos alunos com
Necessidades Educativas Especiais Significativas (NEES), pois, na sua óptica, são esses
que até meados da década de 80 do século passado não frequentavam as escolas
regulares das suas residências.
1
PAEE – Público-Alvo da Educação Especial, é um termo usado no Sistema Educativo Brasileiro, que no
Sistema Nacional de Educação moçambicano equivale ao de alunos com Necessidades Educativas
Especiais
ambiente tanto físico quanto psicossocial, construído pelo homem.
Portanto, uma qualidade pode ser vantajosa em um ambiente e pode
não sê-lo em um outro ambiente. (OMETE, 2011, p.18).
Enquanto, por um lado a diferença se define por meio da qualidade
apresentada pelo portador, pelas circunstâncias e pelo público que a observa,
a deficiência é concebida por meio de duas abordagens, uma centrada na
pessoa e outra centrada no meio. “Na primeira considera-se que os factores
orgânicos, como lesões e malformações, congênitas ou adquiridas, se
constituem em causas primárias e na segunda, os factores ambientais como a
miséria e pobreza, estimulação e tratamento inadequados, e outras condições
desfavoráis para o desenvolviento normal, são tratadas como causas primárias
da deficiência (OMOTE, 2011).
Assim, do ponto de vista funcional, uma deficiência representa o conjunto dos
obstáculos que a incapacidade interpõe entre o indivíduo e o seu potencial
máximo e, uma incapacidade é uma condição física ou mental que pode ser
descrita em termos médicos. Como consequência, podemos afirmar que:
uma incapacidade não é necessariamente acompanhada de uma
defeciência;
a condição de deficiência depende da importância que a colectividade
atribuição a determinadas competências, se elas forem afectadas por
um conjunto de obstáculos (sobretudo de natureza fisiológica) têm
grande probabilidade de serem tratadas como deficiência.
Referências
CORREIA, L. M. Necessidades Educativas Especiais . Porto: Plural Editores, 2010.
CUBERO, R.; LUQUE, A. Desenvolvimento, educação e educação escolar: a teoria
sociocultural do desenvolvimento e da aprendizagem. In COLL, C.; MARCHESI, Á.;
PALACIOS, J. (Org.). psicologia da psicologia escolar. 2 ed. São Paulo: Artmed, 2004.
V.2, p 94-106.
MANTOAN. M. T. E. inclusão escolar o que é? como fazer? São Paulo: Moderna, 2003
MARCHESI, Á.; a prática das escolas inclusivas. In COLL, C.; MARCHESI, Á.;
PALACIOS, J. (Org.). Desenvolvimento psicológico e educação: transtornos de
desenvolvimento e necessidades educativas especiais. 2 ed. São Paulo: Artmed, 2004.
V.3, p 31-48.
MARCHESI, Á.; da linguagem da deficiência às escolas inclusivas. In COLL, C.;
MARCHESI, Á.; PALACIOS, J. (Org.). Desenvolvimento psicológico e educação:
transtornos de desenvolvimento e necessidades educativas especiais. 2 ed. São Paulo:
Artmed, 2004. V.3, p 15-30.
OMETE, S. Diversidade, educação e sociedade inclusiva In: OLIVEIRA, A. A. S.;
OMETE, S.; GIROTO, C. R. M.(org) Inclusão escolar: As contribuições da educação
especial. Marília: Fundepe e Cultura Acadêmica, 2011. Cap. 1. p. 15-32.
PALCIOS, J.; psicologia evolutiva: conceito, enfoque, controvérsias e métodos. In
COLL, C.; MARCHESI, Á.; PALACIOS, J. (Org.). Desenvolvimento psicológico e
educação: psicologia evolutiva. 2 ed. São Paulo: Artmed, 2004. V.1, p 13 - 52.