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PROJECTO DE GRAFITE DE MONTEPUEZ DA SUNI RESOURCES S.A.

MONTEPUEZ, MOÇAMBIQUE

RASCUNHO

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DE RESÍDUOS E ÁGUAS RESIDUAIS

Preparado para:

SUNI RESOURCES S.A.

Edificio Solar das Acácias,


Avenida Julius Nyerere 4000,
Loja 05,
Cidade de Maputo, Mozambique

Preparado por

COASTAL & ENVIRONMENTAL SERVICES


MOZAMBIQUE LDA

Avenida da Mozal, Porta 2334 Beluluane Célula D.


Quarteirão 02,
Matola Cidade, Maputo.
Moçambique

Com escritórios na África do Sul, Moçambique e Reino Unido


www.cesnet.co.za

Relatório original escrito em Inglês e traduzido para Português

Maio de 2017

Coastal & Environmental Services i


Avaliação de Especialidade de Resíduos e Águas Residuais – Maio, 2017

PROJECTO DE GRAFITE DE MONTEPUEZ DA SUNI RESOURCES S.A.

MONTEPUEZ, MOÇAMBIQUE

RASCUNHO

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DE RESÍDUOS E ÁGUAS RESIDUAIS

Preparado para:

SUNI RESOURCES S.A.

Edificio Solar das Acácias,


Avenida Julius Nyerere 4000,
Loja 05,
Cidade de Maputo, Mozambique

Preparado por

COASTAL & ENVIRONMENTAL SERVICES


MOZAMBIQUE LDA

Avenida da Mozal, Porta 2334 Beluluane Célula D.


Quarteirão 02,
Matola Cidade, Maputo.
Moçambique

Com escritórios na África do Sul, Moçambique e Reino Unido


www.cesnet.co.za

Relatório original escrito em Inglês e traduzido para Português

Maio de 2017

Coastal & Environmental Services ii


O presente Relatório deve ser citado conforme se segue: Coastal & Environmental Services, Maio de
2017, Projecto de Grafite de Montepuez da Suni Resources S.A., Relatório de Especialidade de
Avaliação de Resíduos e Águas Residuais, CES, Joanesburgo.

Coastal & Environmental Services i


Tabela de Revisão e Rastreamento do Relatório da CES

Título do Documento Coastal & Environmental Services, May 2017, Suni Resources S.A.
Projecto de Grafite de Montepuez,Relatório de Especialidade da
Avaliação de Resíduos e Águas Residuais, CES, Johannesburg
Nome do Cliente e SUNI RESOURCES S.A.
Endereço Edifício Solar das Acácias,
Avenida Julius Nyerere 4000,
Loja 05,
Cidade de Maputo, Mozambique

Referência do Documento CES/2017/168

Estado Final

Data de Emissão Maio de,2017

Autor principal Dr Eric Igbinigie


e.igbinigie@cesnet.co.za
Revisores Dr Kevin Whittington-Jones
k.whittington-jones@cesnet.co.za

Líder do Estudo ou
Aprovação do Profissional
Registado de Avaliação
Ambiental
Distribuição do Relatório Circulado para No de cópias No de
físicas cópias
electrónicas

Coastal & Environmental Services Lda


Avenida da Mozal, Porta 2334 Beluluane Celula D. Quarteirao 02,
Matola Cidade, Maputo.
Moçambique
Tel: +258 (21) 30 7892
Fax: +258 (21) 49 3521
Info@cesnet.co.za
www.cesnet.co.za

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TABELA DE RASTREAMENTO DE REVISÕES

Coastal and Environmental Services

Título do Relatório: Projecto de Grafite de Montepuez da Suni Resources S.A., Relatório de


Avaliação de Especialidade de Resíduos e Águas Residuais
Versão do Relatório: Rascunho 1
Número do Projecto: 168
Nome Responsabilidade Data
Dr Eric Igbinigie Autor Maio de 2017
Dr Kevin Wittington-Jones Revisor Maio de 2017

Direitos Autorais
Este documento contém informações de propriedade intelectual e propriedade que estão protegidas
por direitos autorais a favor da Coastal & Environmental Services (CES) e consultores de
especialidade. O documento não pode, portanto, ser reproduzido, utilizado ou distribuído a terceiros
sem o consentimento prévio por escrito da CES. Este documento é elaborado exclusivamente para
submissão à Suni Resources S.A. Limited, e está sujeito a todos os segredos de confidencialidade,
direitos autorais e comerciais, regras de propriedade intelectual e práticas de Moçambique e da
África do Sul.

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Águas Residuais – Maio, 2017

DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA

Eu, ERIC IGBINIGIE, Ph.D., declaro que sou consultor independente e não tenho nenhum interesse comercial, financeiro,
pessoal ou de outra natureza no projecto proposto, na aplicação ou recurso em relação ao qual fui nomeado para além da
remuneração justa pelo trabalho realizado em conexão com a actividade, a aplicação ou o recurso. Não há circunstâncias
que comprometam a objectividade do meu desempenho neste trabalho.

Eu, KEVIN WHITTINGTON-JONES, PhD, declaro que sou consultor independente e não tenho nenhum interesse
comercial, financeiro, pessoal ou de outra natureza no projecto proposto, na aplicação ou recurso em relação ao qual fui
nomeado para além da remuneração justa pelo trabalho realizado em conexão com a actividade, a aplicação ou o recurso.
Não há circunstâncias que comprometam a objectividade do meu desempenho neste trabalho.

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Águas Residuais – Maio, 2017

SUMÁRIO EXECUTIVO
Antecedentes do Projecto

A Suni Resources S.A. (referida como “Suni Resources”), uma subsidiária Moçambicana da Battery
Minerals Limited (previamente Metals of Africa Ltd (ASX: MTA) antes de Dezembro de 2016), pretende
desenvolver uma mina de grafite no Distrito de Montepuez na Província de Cabo Delgado, norte de
Moçambique. A Área do Projecto avaliada como parte desta Avaliação de Impacto Ambiental e Social
(AIAS) é referida como Projecto de Grafite de Montepuez (PGM) e está localizada a aproximadamente
60 km a noroeste da Cidade de Montepuez. A área da licença (Licença de Prospecção e Pesquisa
6216) abrange aproximadamente 12.500ha na qual existem dois depósitos chamados Búfalo e
Elefante.

A Suni Resources nomeou a Coastal & Environmental Services Moçambique Lda (CES) para realizar
uma Avaliação de Impacto Ambiental e Social (AIAS) de acordo com o processo Moçambicano de
AIAS regulado pelo Decreto n.º 54/2015. A CES é uma empresa registada em Moçambique, no
Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER) e tem sólidos conhecimentos e
equipas multidisciplinares para realizar avaliações de impacto ambiental e programas de gestão
ambiental. O projecto em apreço é um projecto de categoria A (Anexo II do Decreto 54/2015, de 31 de
Dezembro) e está sujeito a uma AIAS completa conforme definido pelos regulamentos, devido à
natureza, escala e localização do projecto proposto.

Termos de referencia

É necessário que a Avaliação de Gestão de Resíduos e Águas Residuais cumpra com os requisitos e
padrões da Legislação de Moçambique. Este relatório irá focar-se nos impactos ambientais que podem
surgir do manuseamento, armazenamento e eliminação de resíduos sólidos e líquidos provenientes de
actividades de mineração e processamento de minerais, bem como de todas instalações auxiliares.
Os termos de referência específicos são os seguintes:

a) Compilar um inventário (identificar, descrever e, sempre que possível, quantificar) os vários


fluxos de resíduos a serem gerados pelo projecto. Isso não incluiu a análise de amostras de
resíduos sólidos.
b) Descrever de forma breve os processos que dão origem a fluxos de resíduos, volumes e
tonelagens previstos de fluxos de resíduos.
c) Identificar e descrever os possíveis impactos de quaisquer resíduos sólidos e líquidos na
qualidade das águas superficiais e subterrâneas.
d) Apresentar recomendações das opções mais viáveis para a eliminação de resíduos sólidos e
líquidos.
e) Descrever a natureza dos resíduos perigosos susceptíveis de estarem associados ao projecto,
prestando particular atenção a qualquer material que possa ser considerado radioactivo, e fazer
recomendações para a eliminação e/ou reciclagem destes materiais.
f) Relacionar os níveis de quaisquer resíduos potencialmente tóxicos com os padrões nacionais
reconhecidos e assegurar que toda a estratégia de gestão de resíduos esteja em conformidade
com estes padrões.

Pressupostos e Limitações

O presente relatório de especialidade foi sujeito aos seguintes pressupostos e limitações:

 A equipe do projecto não visitou a área do projecto, pois este é mais um estudo técnico. Grande
parte da informação referente ao desenvolvimento proposto e dados quantitativos relativos aos
fluxos de resíduos deste relatório foi baseada em informações contidas no Estudo de Pré-
Viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito (CES 2016) e conforme fornecida pelo Cliente no
Pedido de Informação (Apêndice F). Embora tenham sido feitos todos os esforços para verificar
as informações, assumiu-se que estas eram correctas e válidas. Nos casos em que existam
contradições, as informações contidas no Pedido de Informação seriam suficientes.

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Águas Residuais – Maio, 2017

 Devido à localização remota do local da mina, os resíduos gerais (não perigosos) do


desenvolvimento serão geridos por meio de segregação de resíduos perigosos e não perigosos
no local e a eliminação dos resíduos não perigosos será num aterro proposto propositadamente
construído para o efeito. A localização e classificação final da instalação do aterro proposto são
no momento desconhecidas.
 O presente relatório não aborda a caracterização do aterro proposto, incluindo o desenho,
classificação, localização, construção e operação do local do aterro nos termos do Decreto
83/2014 ou o pedido de autorização(ões) que possam ser necessárias para operar o aterro
sanitário. Como tal, os principais impactos associados ao estabelecimento de um aterro dentro
ou fora dos limites do projecto, que são prováveis de estarem relacionados principalmente com
os recursos hídricos subterrâneos e qualidade do ar, não são considerados neste relatório. É
necessário que se faça uma Avaliação detalhada separada do Local do Aterro para tais
considerações.
 O cliente forneceu estimativas de quantidades esperadas de resíduos de processo e fluxos de
efluentes e assumiu-se que estas eram precisas (ver Apêndice F).
 Esta avaliação exclui os resíduos associados ao transporte do produto para o Porto de Pemba
e todas as actividades relacionadas com o porto, tais como armazenamento e carregamento
do produto.

Abordagem

Antes da avaliação dos prováveis impactos ambientais associados à gestão dos vários fluxos de
resíduos, foi necessário compreender o contexto da operação. Isto incluiu uma revisão do contexto
biofísico e social, da capacidade institucional, do quadro legal e da infraestrutura de gestão de
resíduos. A Legislação fundamental e padrões relevantes para gestão de resíduos do desenvolvimento
do PGM incluem os seguintes documentos:

 Constituição da República de Moçambique (2004)


 Lei do Ambiente (Lei 20/97) de 1 de Outubro de 1997
 Programa Nacional de Gestão Ambiental (1995)
 Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes Nº 18/2004,
alterado pelo Decreto Nº 67/2010
 Regulamento sobre o Processo de AIA, Decreto N° 54/2015, de 31 de Dezembro
 Regulamento sobre o Processo de Auditoria Ambiental (Decreto Ministerial 25/2011, de 15 de
Junho)
 Regulamento sobre a Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (Decreto 94/2014 de 31 de
Dezembro)
 Regulamento sobre a Gestão de Resíduos Perigosos (Decreto 83/2014, de 31 de Dezembro)
 Regulamento sobre a Gestão de Resíduos Biomédicos, Decreto Nº 8/2003
 Regulamento sobre Gestão e Controlo de Sacos Plásticos (Decreto 16/2015, de 5 de Agosto)

As informações sobre o processo, volumes esperados de resíduos e propriedades dos resíduos foram
obtidas directamente através do cliente. Informações adicionais foram obtidas de fontes de referência
relevantes. Foi usada uma abordagem de avaliação de ciclo de vida com um escopo espacial limitado
para identificar todos os principais fluxos de resíduos associados ao projecto proposto. A avaliação
abrangeu os fluxos de resíduos durante as fases de construção, operação e descomissionamento do
PGM.

Para fins do presente relatório, os fluxos de resíduos gerados durante a fase de operação foram
definidos como resíduos de processo ou resíduos não do processo. Os primeiros podem ser definidos
como quaisquer resíduos líquidos ou sólidos gerados directamente como resultado do processo
central, enquanto que os resíduos não do processo referem-se aos resíduos que são gerados das
operações ou serviços auxiliares. É provável que os fluxos de resíduos de processo e não do processo
incluam tanto resíduos perigosos como resíduos gerais (não perigosos).

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Águas Residuais – Maio, 2017

Foi aplicada uma metodologia de avaliação de impacto padronizada para avaliar a significância,
positiva e negativa, associada a gestão de fluxos de resíduos do desenvolvimento proposto.

Resultados e conclusões

Uma revisão de legislação relevante e documentos de políticas sugeriram que a gestão de resíduos
em Moçambique está ainda na fase inicial. Há falta de infraestrutura de gestão de resíduos para gestão
segura de resíduos na Província de Cabo Delgado e, como tal, o proponente terá de empregar medidas
para gerir eficazmente os resíduos gerados pelo projecto para não contribuir para a má gestão dos
resíduos.

Foram identificados um total de 15 impactos e destes, com mitigação, 13 foram considerados de


significância BAIXA negativa e um de significância MODERADA negativa. Um impacto foi considerado
benéfico e de significância Moderada com mitigação. No entanto, devido à potencial natureza de longo
prazo dos impactos relacionados com os resíduos, é essencial que o proponente adira as exigências
legislativas nacionais de Melhores Opção de Práticas Ambientais (MOAP) disponíveis no que diz
respeito à gestão de todos os fluxos de resíduos. Embora tenham sido incluídas uma série de medidas
específicas de mitigação neste documento, são fornecidas orientações mais detalhadas sobre gestão
dos principais fluxos de resíduos nos documentos referenciados neste relatório.

Resumo dos impactos ambientais relacionados com resíduos para o Projecto de Grafite de
Montepuez
Efeito
Probabilida
Impacto Escala Escala Gravidade do Significância Geral
de
Temporal Espacial impacto
QUESTÃO 1: ELIMINAÇÃO DE ESTÉRIL E REJEITOS
Impacto 1.1: Saúde e segurança dos trabalhadores e das comunidades locais
Sem Pode
Longo prazo Localizado Muito grave ELEVADA
Mitigação ocorrer
Com Pouco
Longo prazo Localizado Ligeira BAIXA
Mitigação provável
Opção
O impacto não
Não NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
QUESTÃO 2: DERRAMAMENTO DE MINÉRIO BRUTO DURANTE O TRANSPORTE E USO DE CORREIA
TRANSPORTADORA
Impacto 2.1: Perturbação da função ecológica
Sem Pode
Longo prazo Localizado Moderada MODERADA
Mitigação ocorrer
Com Pouco
Longo prazo Localizado Ligeira BAIXA
Mitigação provável
Opção
O impacto não
Não NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
QUESTÃO 3: ARMAZENAMENTO DE EFLUENTES NA LAGOA DE ÁGUA DE PROCESSO
Impacto 3.1: Poluição dos solos e dos recursos hídricos
Sem
Médio Prazo Localizado Moderadamente Provável MODERADA
Mitigação
Grave
Com Ligeiramente Pode
Médio Prazo Localizado BAIXA
Mitigação grave ocorrer
Opção
O impacto não
Não NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
Impacto 3.2: Risco para a saúde e segurança dos trabalhadores
Sem
Muito grave Provável ELEVADA
Mitigação Médio Prazo Localizado

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Águas Residuais – Maio, 2017

Efeito
Probabilida
Impacto Escala Escala Gravidade do Significância Geral
de
Temporal Espacial impacto
Com Moderadamente
Pouco
BAIXA
Mitigação Médio Prazo Localizado grave
provável
Opção
O impacto não
Não NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
QUESTÃO 4: ELIMINAÇÃO DE RECIPIENTES QUÍMICOS USADOS COM RESÍDUOS QUÍMICOS
POTENCIALMENTE PERIGOSOS
Impacto 4.1: Risco para a saúde e segurança dos trabalhadores
Sem Médio Prazo
Localizado Provável ELEVADA
Mitigação
Com Médio Prazo Ligeiramente Pouco
Localizado BAIXA
Mitigação grave provável
Opção
O impacto não
Não NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
Impacto 4.2: Poluição dos recursos hídricos e do solo
Sem Médio Prazo Localizado
Muito grave Provável ELEVADA
Mitigação
Com Médio Prazo Localizado Ligeiramente Pouco
BAIXA
Mitigação grave provável
Opção
O impacto não
Não NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
QUESTÃO 5: GESTÃO DE RESÍDUOS GERAIS E PERIGOSOS DO NÃO-PROCESSO
Impacto 5.1: Poluição da terra e da água
Resíduos gerais (Não perigosos)
Sem Área de Moderadamente
Longo prazo Provável MODERADA
Mitigação estudo grave
Com Área de
Longo prazo Ligeiro Provável BAIXA
Mitigação estudo
Opção
O impacto não
Não NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
Hazardous wastes
Sem
Permanente Distrito Muito grave Provável ELEVADA
Mitigação
Com
Permanente Distrito Moderada Pode ocorrer MODERADA
Mitigação
Opção
O impacto não
Não NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
Impacto 5.2: Impacto de incómodo (Produção de odores, impacto visual e atracção de pragas e
parasitas)
Sem Distrito Moderadamente
Longo prazo Provável MODERADA
Mitigação grave
Com Distrito
Longo prazo Ligeira Provável BAIXA
Mitigação
Opção
O impacto não
Não NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
QUESTÃO 6: ELIMINAÇÃO DE ÁGUAS RESIDUAIS DOMÉSTICAS E LODO DE ESGOTO
Impacto 6.1: Poluição do solo e da água
Sem Longo prazo Área de estudo Moderadamente
Provável MODERADA
Mitigação grave
Com Longo prazo Área de estudo
Ligeira Provável BAIXA
Mitigação

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Águas Residuais – Maio, 2017

Efeito
Probabilida
Impacto Escala Escala Gravidade do Significância Geral
de
Temporal Espacial impacto
Opção
O impacto não
Não NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
Impacto 6.2: Impactos na saúde dos trabalhadores e das comunidades
Sem Longo prazo Distrito
Grave Provável MODERADA
Mitigação
Com Longo prazo Distrito
Ligeira Pode ocorrer BAIXA
Mitigação
Opção
O impacto não
Não NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
Impacto 6.3: Impactos de incómodo (odor e moscas)
Sem Curto prazo Área de estudo Moderadamente
Provável MODERADA
Mitigação grave
Com Curto prazo Área de estudo
Ligeira Provável BAIXA
Mitigação
Opção
O impacto não
Não NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
QUESTÃO 7: ELIMINAÇÃO DA ÁGUA DE ESCOAMENTO / ÁGUAS PLUVIAIS
Impacto 7.1: Poluição da terra e da água
Sem Longo prazo Área de estudo Moderadamente
Provável MODERADA
Mitigação grave
Com Longo prazo Área de estudo
Ligeira Provável BAIXA
Mitigação
Opção
O impacto não
Não NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
IMPACTO CUMULATIVO
QUESTÃO 8: PERFIS REGIONAIS DE RESÍDUOS E SENSIBILIZAÇÃO COMUNITÁRIA
Impacto 8.1: Conhecimento local de práticas de gestão de resíduos
Sem Ligeiramente
Longo prazo Distrito Definitivo BAIXA (+ve)
Mitigação benéfica
Com
Longo prazo Distrito Benéfica Definitivo MODERADA (+va)
Mitigação
Opção
O impacto não
Não NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
Impacto 8.2: Mudança de perfis de resíduos nas comunidades locais
Sem Moderadamente
Longo prazo Distrito Definitivo MODERADA
Mitigação Grave
Com
Longo prazo Distrito Ligeira Definitivo BAIXA
Mitigação
Opção
O impacto não
Não NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar

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Recomendações

Recomenda-se que todos os fluxos de resíduos sejam geridos de acordo com a hierarquia de gestão
de resíduos e com o Regulamento sobre Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (Decreto 94/2014, de
31 de Dezembro) e o Regulamento para Gestão de Resíduos Perigosos (Decreto 83/2014 de 31 de
Dezembro). Estes especificam que sempre que possível, a produção de resíduos deve ser evitada ou
minimizada na fonte. Quando não for possível a prevenção ou minimização adicional, os resíduos
devem ser reutilizados, reciclados e de seguida eliminados de forma responsável para minimizar os
impactos ao ambiente. As opções de minimização, reutilização, reciclagem e eventual eliminação de
resíduos devem ser exploradas mais aprofundadamente durante o desenvolvimento do Plano
Integrado de Gestão de Resíduos para a instalação.

Devido à localização remota do local do projecto e à falta de instalações formais de eliminação de


resíduos nas proximidades do local do projecto, recomenda-se que o desenvolvimento proposto inclua
um aterro de resíduos não perigosos. Esta instalação deve ser instalada, desenhada, construída e
operada para garantir o cumprimento da legislação nacional e providenciar a eliminação final de
resíduos que minimizem os riscos ao ambiente e à saúde humana indefinidamente. É essencial que
se previna de forma efectiva a contaminação das águas subterrâneas. O aterro exigirá o licenciamento
e auditoria do MITADER. Como tal, devem ser desenvolvidas orientações sobre a concepção e
selecção do local do aterro, em conformidade com o Anexo I do Regulamento sobre Gestão de
Resíduos de Moçambique (Decreto 83/2014, de 31 de Dezembro) (Apêndice E), para orientar a
construção da instalação. Até que esta instalação esteja plenamente operacional, todos os resíduos
gerais produzidos durante a fase de construção devem ser armazenados no local em uma área segura
com controle de acesso, de forma legalmente compatível que minimiza os impactos ambientais.

Terão de ser consideradas opções alternativas para a gestão e eliminação de resíduos perigosos no
Plano Integrado de Gestão de Resíduos. Estas seriam para desenvolver uma célula dedicada e
especialmente concebida para resíduos perigosos dentro do novo aterro no local ou, alternativamente,
construir uma instalação protegida contra derramamento e segura para o armazenamento temporário
de resíduos perigosos no local até que possam ser transportados para fora do local para eliminação
segura. Embora o único aterro estabelecido para resíduos perigosos em Moçambique esteja localizado
em Maputo, há indicação de que novas instalações de eliminação de resíduos perigosos estão em
processo de ser desenvolvidas por todo o país e mais próximo do local do projecto, incluindo um em
Pemba (Província de Cabo Delgado), que fica a aproximadamente 200 km de distância. A eliminação
de resíduos perigosos nessa instalação deve ser considerada como a opção preferida.

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Águas Residuais – Maio, 2017

TABELA DE CONTEÚDOS
DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA ...............................................................................................II
SUMÁRIO EXECUTIVO .....................................................................................................................III
TABELA DE CONTEÚDOS .................................................................................................................II
LISTA DE FIGURAS ..........................................................................................................................III
LISTA DE TABELAS ..........................................................................................................................III
ABREVIATURAS .................................................................................................................................I
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................2
1.1 Antecedentes do projecto .....................................................................................................2
1.2 Termos de referência ...........................................................................................................2
1.3 Pressupostos e Limitações ...................................................................................................3
1.4 Estrutura do relatório ............................................................................................................3
1.5 Equipa de estudo..................................................................................................................3
2 DESCRIÇÃO DO PROJECTO .....................................................................................................5
2.1 Introdução ............................................................................................................................5
2.2 Contexto do projecto ............................................................................................................5
2.3 Visão geral do projecto .........................................................................................................9
2.3.1 Instalações do Processo .................................................................................................10
2.3.2 Instalações auxiliares (não do processo) ........................................................................12
3 VISÃO GERAL DA GESTÃO DE RESÍDUOS EM MOÇAMBIQUE ...........................................14
3.1 Introdução ..........................................................................................................................14
3.2 Definição de resíduos .........................................................................................................14
3.3 Quadro institucional ............................................................................................................14
3.4 Legislação, Políticas e Padrões Ambientais Nacionais Relevantes ....................................16
3.4.1 A Constituição da República de Moçambique (2004) ......................................................16
3.4.2 Lei do Ambiente (Lei 20/97) de 1 de Outubro de 1997 ....................................................16
3.4.3 Programa Nacional de Gestão Ambiental (PNGA), 1995 ................................................18
3.4.4 Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e Emissões de Efluentes (Decreto
nº 18/2004, de 2 de Junho de 2004, alterado pelo Decreto Nº 67/2010) ....................................18
3.4.5 Regulamento sobre o processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto n.º 54/2015,
de 31 de Dezembro) ..................................................................................................................19
3.4.6 Regulamento sobre o Processo de Auditoria Ambiental (Decreto Ministerial 25/2011, de
15 de Junho) ..............................................................................................................................19
3.4.7 Regulamento sobre Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (Decreto 94/2014, de 31 de
Dezembro) .................................................................................................................................19
3.4.8 Regulamento sobre Gestão de Resíduos Perigosos (Decreto 83/2014, de 31 de
Dezembro ..................................................................................................................................19
3.4.9 Regulamento sobre Gestão de Resíduos Biomédicos (Decreto N.º 8/2003, de 18 de
Fevereiro)...................................................................................................................................20
3.4.10 Regulamentação sobre Gestão e Controlo de Sacos de Plástico (Decreto 16/2015, de
5 de Agosto)...............................................................................................................................20
3.5 Padrões e Directrizes Internacionais Relevantes ................................................................20
3.5.1 Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Persistentes ................................................20
3.5.2 Convenção de Basileia ...................................................................................................20
3.5.3 Convenção de Bamako ..................................................................................................21
3.6 Infraestrutura de Gestão de Resíduos em Moçambique .....................................................22
4 METODOLOGIA ........................................................................................................................24
4.1 Introdução ..........................................................................................................................24
4.1.1 Metodologia de caracterização de resíduos ....................................................................24
5 CLASSIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE RESÍDUOS...........................................................25
5.1 Introdução ..........................................................................................................................25
5.2 Resíduos do Processo........................................................................................................25
5.3 Resíduos não do processo .................................................................................................26
5.3.1 Vegetação ......................................................................................................................26
5.3.2 Resíduos sólidos gerais (não perigosos) ........................................................................27
5.3.3 Resíduos sólidos e líquidos perigosos ............................................................................30

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Águas Residuais – Maio, 2017

5.3.4 Esgoto e água de lavagem .............................................................................................32


5.3.5 Água pluvial e outros escoamentos ................................................................................33
6 AVALIAÇÃO DOS POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS ....................................................37
6.1 Introdução ..........................................................................................................................37
6.2 Impactos associados aos resíduos do processo .................................................................37
6.2.1 Questão 1: Impactos associados aos resíduos do processo (Fase de operação) ...........37
6.2.2 Questão 2: Derramamento de Minério Bruto durante o transporte e uso de correia
transportadora (Fase de operação) ............................................................................................38
6.2.3 Questão 3: Armazenamento de efluentes na lagoa de processo (fase de Operação ......39
6.2.4 Questão 4: Eliminação de recipientes de produtos químicos usados com resíduos
químicos potencialmente perigosos (Fase de operação) ............................................................41
6.3 Impactos associados aos resíduos não do processo ..........................................................42
6.3.1 Questão 5: Gestão de resíduos gerais e perigosos não do processo (Construção,
Operação e Descomissionamento) ............................................................................................43
6.3.2 Questão 6: Eliminação das águas residuais domésticas e das lamas de depuração
(Construção, Operação e Descomissionamento) .......................................................................46
6.3.3 Questão 7: Eliminação das águas de escoamento / águas pluviais (Construção,
Operação e Desmissionamento) ................................................................................................48
6.4 Impactos cumulativos .........................................................................................................49
6.4.1 Questão 8: Perfis regionais de resíduos e conscientização comunitária (Construção e
Operação) ..................................................................................................................................49
7 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ......................................................................................52
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................56
APÊNDICE A: PADRÕES SANITÁRIOS PARA EFLUENTES .........................................................57
APÊNDICE B: PADRÕES DE EFLUENTES DAS MINAS ................................................................58
APÊNDICE C: PADRÕES DO SOLO ................................................................................................60
APÊNDICE D: ESCALAS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO DA CES ................................................61
APÊNDICE E: GESTÃO DE ATERRO SANITÁRIO (DECRETO 83/2014 DE 31 DE DEZEMBRO)..65
APÊNDICE F: INFORMAÇÃO FORNECIDA AO PEDIDO ................................................................66

LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1: Mapa da localidade que indica a posição da área da Mina proposta em relação aos projectos
existentes, Gemfields e Syrah Resources. ..........................................................................................................7
Figura 2.2: Mapa preliminar da disposição da infraestrutura do Projecto de Grafite de Montepuez da Suni
Resources, Moçambique. ......................................................................................................................................8
Figura 2.3: Folha do fluxo de processo proposto da grafite, incluindo manuseamento do ROM, trituração e
moagem, flotação, secagem de concentrado de espessadores de rejeitos e separação das variáveis dos
produtos de grafite. (Fonte: Equipa de estudo da MTA) ...................................................................................11
Figura 2.4: Desenho da secção transversal do projecto de depósito de resíduos do PGM mostrando os ângulos
das encostas reabilitadas progressivamente com as operações de mineração. ............................................12
Figura 4.1: Diferenciação de fluxos de resíduos associados a um desenvolvimento industrial genérico aplicado
ao PGM. ................................................................................................................................................................24

LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1: Resumo dos dados climáticos de Montepuez ..........................................................................................6
Tabela 3.1: Definições de resíduos sólidos (resíduos não perigosos) e perigosos ................................................14
Tabela 3.2: Responsabilidades institucionais para a gestão de resíduos em Moçambique ..................................15
Tabela 3.3: Secções da Lei do Ambiente de Moçambique que têm incidência na gestão de resíduos no país ..17
Tabela 5.1: Quantidade prevista de resíduos sólidos domésticos e efluentes gerados durante a construção ....29
Tabela 5.2: Resíduos perigosos típicos não do processo (sólidos e líquidos) susceptíveis de serem produzidos
...............................................................................................................................................................................30
Tabela 5.3: Resumo dos fluxos de resíduos sólidos e líquidos não do processo associados ao ciclo de vida do
projecto do Projecto de Grafite de Montepuez da Suni Resources .................................................................35
Tabela 7.1: Resumo dos impactos ambientais relacionados aos resíduos para o Projecto de Grafite da Suni
Resources .............................................................................................................................................................52

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ABREVIATURAS

ACRÓNIMO SIGNIFICADO
AIAS Avaliação de Impacto Ambiental e Social
CES Coastal & Environmental Services
CICV Comité Internacional da Cruz Vermelha
DPCA Direcção Provincial para a Coordenação da Acção Ambiental
EHS Ambiente, Saúde e Segurança
ERS Sistema de Relatórios Electrónicos da Convenção de Basileia
MITADER Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural
MOAP Melhores Opções de Práticas Ambientais
PDI Pedido de Informação
PGM Projecto de Grafite de Montepuez
PNGA Programa Nacional de Gestão Ambiental
POPs Poluentes Orgânicos Persistentes
REIAS Relatório de Impacto Ambiental e Social
ROM Minério Bruto
SDPI Serviços Distritais de Planeamento e Infraestrutura
TSF Instalação de Armazenamento de Rejeitos
WRD Despejo de Estéril

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1 INTRODUÇÃO
1.1 Antecedentes do projecto

A Suni Resources S.A. (referida como “Suni Resources”), uma subsidiária Moçambicana da Battery
Minerals Limited (previamente Metals of Africa Ltd (ASX: MTA) antes de Dezembro de 2016), pretende
desenvolver uma mina de grafite no Distrito de Montepuez na Província de Cabo Delgado, norte de
Moçambique. A Área do Projecto que será avaliada como parte desta Avaliação de Impacto Ambiental
e Social (AIAS) é referida como Projecto de Grafite de Montepuez (PGM) e está na mesma localidade
que a mina mina de Rubi da Germfield da mina de Grafite da Syrah e a aproximadamente 60 km a
Noroeste da cidade de Montepuez. A área de licença (Licença de Prospecção e Pesquisa 6216)
abrange aproximadamente 12.500 ha dentro dos quais existem dois depósitos referidos como Búfalo
e Elefante. As dimensões exactas dos dois depósitos estão ainda por determinar e dependerão do
resultado da análise económica de cada um dos depósitos actualmente a serem estudados.

A Suni Resources nomeou a Coastal & Environmental Services Moçambique Lda (CES) para realizar
uma Avaliação de Impacto Ambiental e Social (AIAS) de acordo com o processo Moçambicano de
AIAS regulado pelo Decreto n.º 54/2015. A CES é uma empresa registada em Moçambique, no
Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER) e tem sólidos conhecimentos e
equipas multidisciplinares para realizar avaliações de impacto ambiental e programas de gestão
ambiental. O projecto em apreço é um projecto de categoria A (Anexo II do Decreto 54/2015, de 31 de
Dezembro) e está sujeito a uma AIAS completa, conforme definido pelos regulamentos, devido à
natureza, escala e localização do projecto proposto.

De acordo com a legislação de Moçambique, foi elaborado um relatório de definição de âmbito no início
do processo de tomada de decisão. Isso iria garantir que cenários alternativos de mineração
económica pudessem ser considerados durante a fase de AIAS, de modo a que seja desenvolvido um
projecto ambiental e socialmente mais aceitável, mantendo ao mesmo tempo o desenvolvimento da
mina prático e realista. Como parte do processo de AIAS, a CES foi nomeada para preparar um
relatório de Avaliação de Gestão de Resíduos e Águas Residuais para o proposto projecto de
mineração de grafite.

1.2 Termos de referência

É necessário que a Avaliação de Gestão de Resíduos e Águas Residuais cumpra com os requisitos e
padrões da Legislação de Moçambique. Este relatório irá focar-se nos impactos ambientais que podem
surgir do manuseamento, armazenamento e eliminação de resíduos sólidos e líquidos provenientes de
actividades de mineração e processamento de minerais, bem como de todas instalações auxiliares.
Os termos de referência específicos são os seguintes:
a) Compilar um inventário (identificar, descrever e, sempre que possível, quantificar) os vários
fluxos de resíduos a serem gerados pelo projecto. Isso não incluiu a análise de amostras de
resíduos sólidos.
b) Descrever de forma breve os processos que dão origem a fluxos de resíduos, volumes e
tonelagens previstos de fluxos de resíduos.
c) Identificar e descrever os possíveis impactos de quaisquer resíduos sólidos e líquidos na
qualidade das águas superficiais e subterrâneas.
d) Apresentar recomendações das opções mais viáveis para a eliminação de resíduos sólidos e
líquidos.
e) Descrever a natureza dos resíduos perigosos susceptíveis de estarem associados ao projecto,
prestando particular atenção a qualquer material que possa ser considerado radioactivo, e fazer
recomendações para a eliminação e/ou reciclagem destes materiais.
f) Relacionar os níveis de quaisquer resíduos potencialmente tóxicos com os padrões nacionais
reconhecidos e assegurar que toda a estratégia de gestão de resíduos esteja em conformidade
com estes padrões.

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Águas Residuais – Maio, 2017

1.3 Pressupostos e Limitações

O presente relatório de especialidade foi sujeito aos seguintes pressupostos e limitações:

 A equipe do projecto não visitou a área do projecto. Grande parte da informação referente ao
desenvolvimento proposto e dados quantitativos relativos aos fluxos de resíduos deste relatório
foi baseada em informações contidas no Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição de
Âmbito (CES 2016) e conforme fornecida pelo Cliente no Pedido de Informação (Apêndice F).
Embora tenham sido feitos todos os esforços para verificar as informações, assumiu-se que
estas eram correctas e válidas. Nos casos em que existam contradições, devem ser
referenciadas as informações contidas no Pedido de Informação.
 Devido à localização remota do local da mina, os resíduos gerais (não perigosos) do
desenvolvimento serão geridos por meio de segregação de resíduos perigosos e não perigosos
no local e a eliminação dos resíduos não perigosos será num aterro proposto propositadamente
construído para o efeito. A localização e classificação final da instalação do aterro proposto são
no momento desconhecidas.
 O presente relatório não aborda a caracterização do aterro proposto, incluindo o desenho,
classificação, localização, construção e operação do local do aterro nos termos do Decreto
83/2014 ou o pedido de autorização(ões) que possam ser necessárias para operar o aterro
sanitário. Como tal, os principais impactos associados ao estabelecimento de um aterro dentro
ou fora dos limites do projecto, que são prováveis de estarem relacionados principalmente com
os recursos hídricos subterrâneos e qualidade do ar, não são considerados neste relatório. É
necessário que se faça uma Avaliação separada do Local do Aterro para tais considerações.
 O cliente forneceu estimativas de quantidades esperadas de resíduos de processo e fluxos de
efluentes e assumiu-se que estas eram precisas (ver Apêndice F).
 Esta avaliação exclui os resíduos associados ao transporte do produto para o Porto de Pemba
e todas as actividades relacionadas com o porto, tais como armazenamento e carregamento
do produto.

1.4 Estrutura do relatório

Capítulo 1 – Introdução
Capítulo 2 – Descrição do Projecto
Capítulo 3 – Visão geral da gestão de resíduos em Moçambique
Capítulo 4 – Metodologia
Capítulo 5 – Classificação e Quantificação de Resíduos
Capítulo 6 – Avaliação dos Potenciais Impactos Ambientais
Capítulo 7 – Conclusões e Recomendações
Referências
Apêndice

1.5 Equipa de estudo

Estiveram envolvidos no estudo de especialidade os seguintes membros da equipe:

Dr. Eric Igbinigie (Gestor de Projecto e Produção de Relatório)


Eric é Doutorado em Biotecnologia Ambiental, um Cientista Natural Profissional (Pr.Sci.Nat.) registado
e Auditor Certificado (IRCA) em EMS ISO 14001:2004. Ele é um consultor ambiental experiente com
experiência em projectos em diferentes sectores da indústria em toda a África, incluindo mineração,
petróleo e gás, agroindústria e instalações de tratamento de água/efluentes em países em
desenvolvimento financiados por DFIs (Instituições Financeiras de Desenvolvimento). A sua
experiência profissional até à data está enraizada na aplicação do conhecimento científico no ambiente
industrial e natural, bem como no ensino académico e pesquisa. A experiencia de Eric inclui Due
Diligence Ambiental e Social (A & S), EMS ISO 14001: 2004, Definição de Âmbito e AIA, PGA /PGAS,
Avaliação de Impacto de Resíduos/Águas Residuais, Planos Integrados de Gestão de Resíduos,
Beneficiamento de Resíduos, Biorremediação e Avaliação Ambiental do Local (AAL - Fases I, II e III).
Até à data, concluiu com êxito projectos de desenvolvimento nos países da África Oriental, Ocidental
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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Águas Residuais – Maio, 2017

e Austral que são financiados pelas Instituições Financeiras dos Princípios do Equador (EPFI) e
governados pelos Padrões de Desempenho (PD) da Corporação Financeira Internacional (IFC) em
Sustentabilidade Ambiental e Social.

Além da sua rica experiência como consultor ambiental, Eric continua a trabalhar como um Professor
convidado em Ciências Ambientais pela Universidade de Rhodes, África do Sul. Tem um excelente
registo de pesquisa científica e bolsa de estudos na Universidade de Rhodes, produzindo publicações
académicas sólidas e patenteou uma tecnologia para reabilitação de terras, actualmente em aplicação-
piloto na África do Sul.

Dr. Kevin Whittington-Jones (Revisor do Relatório)


Kevin é Doutorado em Biotecnologia Ambiental e possui um Mestrado em Zoologia (ecologia marinha).
Seus interesses profissionais incluem risco no ambiente de negócios, sistemas de gestão, gestão de
resíduos e mudanças climáticas. Antes de ingressar na CES, ocupou vários cargos académicos na
Universidade de Rhodes, incluindo o de Professor Sénior na Rhodes Investec Business School. Além
do trabalho em geral de consultoria ambiental, Kevin tem sido responsável pela produção de inúmeros
estudos de especialidade em Gestão de Resíduos para grandes AIASs internacionais.
Estes incluem estudos para 3 grandes projectos de mineração de minerais pesados (Egipto, Malawi e
Madagáscar), minas de cobre First Quantum Trident (Zâmbia), fundições de manganês da Exxaro e
Kalagadi (África do Sul), a central eléctrica Rabai (Quénia), 3 grandes projectos agro-industriais (bio-
etanol e óleo de palma) (Serra Leoa, Libéria e Moçambique) e uma planta de sivicultura e bioenergia
(Gana). Ele também desenvolveu o Plano Integrado de Gestão de Resíduos para o Porto de Mossel
Bay, ajudou no desenvolvimento de procedimentos de gestão de resíduos para a mina de Moma da
Kenmare e geriu o desenvolvimento de estratégias e sistemas biológicos para o tratamento e
beneficiamento de água cinza doméstica dentro do Cenário de Parque de Baixo custo "eco-
comunidade" (Buffalo City, Cabo Oriental).

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Águas Residuais – Maio, 2017

2 DESCRIÇÃO DO PROJECTO
2.1 Introdução

Este capítulo do relatório fornece uma breve visão geral dos elementos do proposto Projecto de Grafite
de Montepuez (PGM) em Moçambique, que produzirá resíduos sólidos e líquidos. Isto inclui os
resíduos gerados como resultado do processo e não do processo das actividades relacionadas
directamente com o projecto. Não foi considerada necessária a inclusão de uma descrição detalhada
do projecto neste relatório uma vez que esta será dada em alguma parte do principal Relatório de
Estudo Ambiental e Social (REAS).

2.2 Contexto do projecto

Moçambique está localizado ao longo da costa oriental da África Austral entre 10º27' e 26º52'' Sul e
30º12' e 40º51' Este. Abrange uma área de superfície de 799 380 km2 e é limitado pela África do Sul,
Swazilândia, Zimbábwe, Zâmbia, Malawi e Tanzânia (Ribeiro e Chauque, 2010).

O país está dividido em onze províncias e o local de estudo ocorre no Distrito de Montepuez, na
Província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique. O proposto PMG (área de licença 6216L) está
situado a noroeste da cidade de Montepuez, fica a aproximadamente 200 km a oeste da cidade
portuária de Pemba ao longo de uma rodovia asfaltada adequada para camiões de 16 rodas e mais 60
km a noroeste ao longo de uma estrada degradada de terra. A estrada passa por uma série de
pequenas comunidades na rota para o local (Figura 2.1). Esta figura também mostra a localização do
local do projecto em relação a duas existentes operações de mineração de grande escala que
poderiam influenciar na avaliação de impactos cumulativos ambientais e sociais. A Figura 2.21
apresenta um mapa de disposição preliminar da infraestrutura para a proposta mina do PGM.

Clima

O clima na região, que poderia influenciar na natureza e gravidade dos impactos dos projectos
relacionados com os resíduos e sua mitigação, é fortemente influenciado pela corrente quente de
Moçambique. Esta é tropical, com verões quentes e invernos frescos a quentes e uma pequena
variação de temperatura diurna. Ocorrem duas estações climáticas distintas com um curto período de
transição entre elas. A estação chuvosa geralmente começa abruptamente em Dezembro e estende-
se até Abril, quando cerca de 75% da precipitação total anual ocorre, causando condições quentes e
húmidas. A estação quente seca estende-se de Maio a Novembro.

Não estavam disponíveis dados meteorológicos específicos para a área do projecto, pelo que foram
utilizados dados climáticos de Montepuez. Existe pouca variação nas temperaturas médias máximas
e mínimas ao longo do ano. A temperatura média do ano em Montepuez é de 24,4° C, sendo o mês
mais quente em Novembro com uma temperatura média de 26,7° C. O mês mais frio é Julho, com
temperatura média de 21,1° C. A temperatura mais elevada registada em Montepuez é de 50° C, que
foi registada em Novembro e prevê-se que a putrefação de resíduos orgânicos seja maior neste
período. A temperatura mais baixa registada em Montepuez foi de 5 ° C, que foi registada em Maio.

A precipitação anual de Montepuez é de 940 mm, com a precipitação média mensal mais elevada a
ocorrer em Janeiro (240 mm). Setembro é geralmente o mês mais seco, recebendo pouca a nenhuma
precipitação. A Tabela 2.1 abaixo apresenta um resumo dos dados climáticos para a área.

1
No momento da elaboração deste relatório, estava a ser planeado um mapa revisto de disposição de infraestrutura. A localização final da infraestrutura
do local será incluída na AIAS final.
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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Águas Residuais – Maio, 2017

Tabela 2.1: Resumo dos dados climáticos de Montepuez

Anual Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Aug Set Out Nov Dez
Temperatura Média
oC 24 25 25 25 24 23 21 21 21 23 24 26 26
Temperatura Média Baixa
oC 18 20 20 20 19 17 15 15 16 16 17 19 20
Temperatura Média Alta
oC 30 30 30 30 30 29 27 27 28 30 32 33 32
Precipitação Média
mm 940 240 210 200 60 -- -- -- -- -- -- 40 150
Humidade Média
% 66 78 79 79 76 70 67 62 56 54 52 56 67
Fonte: www.weatherbase.com

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Figura 2.1: Mapa da localidade que indica a posição da área da Mina proposta em relação aos projectos existentes, Gemfields e Syrah Resources.

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Figura 2.2: Mapa preliminar da disposição da infraestrutura do Projecto de Grafite de Montepuez da Suni Resources,
Moçambique.

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Águas Residuais – Maio, 2017

Geologia e solos

A área de estudo situa-se no coração do complexo de Montepuez e varia entre solos vermelhos de
textura média e solos franco-arenosos. A geologia de escala do projecto no PGM compreende um
pacote de rocha de meta-sedimento de dolerito, anfibolito e psamito com meta-sedimentos grafíticos
e xisto grafítico com pequenas intrusões de veias de pegmatite transversais.

O perfil meteorizado ao longo do projecto é relativamente consistente com 2-4m de solos residuais
vermelho-acastanhados e 13-15m de saprólito e oxidação ao longo das juntas (zona de transição) que
se estendem 20-30m abaixo da superfície. Esta interface corresponde tipicamente à presença de
sulfuretos frescos, incluindo a pirrotite (que pode ser magnética) e traço de esfalerite, calcopirite e
pentlandite. A pirrotite é o sulfureto mais comumente observado no testemunho de perfuração.

De uma perspectiva académica, a extensão do perfil meteorizado é de 15m além do horizonte da junta
de oxidação à 45 - 50m da superfície, onde a biotite, clorito e granada são observados nas rochas. A
componente de feldspato da matriz provavelmente converte-se em argila no perfil de regolito.

Topografia e Hidrologia

A paisagem geral no local do projecto de Montepuez consiste de uma topografia plana a suavemente
ondulada na região sul que se torna ligeiramente mais íngreme no norte, e é bifurcada por uma série
de linhas de drenagem que abrem-se em dambos (zonas húmidas sazonais) nas áreas baixas. A
altitude varia de 418m no ponto mais alto a 381m no ponto mais baixo mostrando uma pequena
variação de altitude de 37m.

Vários rios tributários na área de estudo drenam para o Rio Messalo localizado a noroeste da área de
estudo. O Rio Messalo, no qual os afluentes do local fluem, drena uma área da bacia hidrográfica de
24.000km2 e é o 8º maior rio entre as 18 principais bacias que drenam Moçambique e o segundo maior
na Província de Cabo Delgado.

Uso da terra

Houve evidências de agricultura de subsistência na porção oriental da área de estudo, onde ocorreu o
desmatamento para o estabelecimento de machambas. A vegetação nessa área também é secundária
na natureza, com poucas árvores de grande porte e, entrevistas com as comunidades indicam que
esta área foi cultivada nos últimos cinco anos. As culturas arbóreas comuns nestas áreas são árvores
de manga e castanha de caju. Culturas como milho, algodão, sementes de gergelim e mandioca são
cultivadas nas áreas desmatadas (CES 2016).

Os recursos naturais da área do projecto são também usados para fins de subsistência. Isto inclui
recolha de madeira, palha, capim e bambu para a construção, e igualmente recolha de frutos silvestres,
vegetais e bolbos para fins medicinais ou para alimentação. No entanto, como a vegetação natural
estava bastante intacta, prevê-se que o uso de recursos naturais na área imediata seja feito numa
escala muito pequena.

2.3 Visão geral do projecto

A empresa descobriu grafite durante um programa de perfuração realizado em Dezembro de 2014 e o


Estudo de Viabilidade Definitivo foi finalizado em Fevereiro de 2017. Esta secção dá uma descrição
detalhada das actividades da fase de construção e operação actualmente propostas que poderiam ter
impacto na geração de resíduos no desenvolvimento proposto.

A duração da fase de construção (planta de processo e outras infraestruturas), incluindo trabalhos de


terraplanagem, será de 18 meses do início até ao descomissionamento da planta e da mina durante a
qual a vila de acomodação será construída em 8 meses. A previsão de distribuição da população de
trabalhadores é conforme apresentada na Tabela 2.2 abaixo.

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Águas Residuais – Maio, 2017

Durante a fase de pico da construção, período de três (3) meses, estima-se que serão empregados
921 dos quais 636 desta força de trabalho será acomodada no local em instalações de acomodação
temporárias.. A vila de acomodação para a força de trabalho da operação da mina de 250 pessoas
será construída em três estágios, Estágio 1 Acampamento temporário compreende a instalação do
escritório da vila e instalações de administração, refeitório e acomodação para albergar o pessoal de
construção inicial. Estágio 2 Acampamento para os Empreiteiros de Construção compreende a
construção da acomodação dos empreiteiros que deve incluir unidades de alojamento, abluções e
lavandarias, bem como a instalação de energia, água e esgoto. Essas instalações serão contratadas
para a duração da construção e serão desmobilizadas na conclusão da Etapa 2. O Estágio 3 da Vila
de Acomodação compreende a construção da Vila de acomodação permanente e instalações
associadas a serem utilizadas pelo pessoal das operações e empreiteiros a trabalharem no local da
mina. A vila de acomodação a ser construída consistirá de uma forma modular de habitação de
alojamento composta por paredes de painel sanduíche de espuma, telhado revestido, chão de base
de betão, varandas revestidas de aço. As instalações incluirão quartos de acomodação, abluções, área
de recreação, refeitório, lavandaria e edifícios administrativos. O Estágio 1 do Acapamento temporário,
Estágio 2 de Acampamento dos Empreiteiros de Construção e Estágio 3 da Vila de Acomodação
estarão todos localizados dentro do perímetro da cerca da vila de acomodação permanente.

Actualmente, a Vida Útil da Mina é estimada em 25 + anos. Planeia-se que a planta opere 24 horas
por dia, 365 dias por ano, com a média de alimentação da planta de 1.400.000 toneladas por ano para
produzir 100.000 toneladas por ano de concentrado de grafite seco com um grau superior a 96% de
carbono grafítico. Durante a fase de operação, estima-se que serão necessários 250 funcionários para
operar a mina e estarão alojados na acomodação interna do local, enquanto que os trabalhadores
provenientes das comunidades vizinhas, cerca de 49 pessoas, serão transportados de e para o local
da mina todos os dias.

A Suni Resources S.A. pretende tornar-se no " fornecedor de melhor qualidade do mundo, de custo
baixo e com grafite de qualidade superior para o mercado de baterias de iões de lítio" (CES 2016). As
baterias de iões de lítio são componentes principais de tecnologias verde e estão actualmente a serem
usadas para capturar energia renovável e veículos eléctricos. A grafite é um componente
essencialmente crítico para as baterias de iões de lítio e com a mudança global para uso de tecnologia
mais limpa há um aumento na procura deste recurso que se espera que cresça aproximadamente 40%
por o ano.

2.3.1 Instalações do Processo

São fornecidos no relatório principal da AIAS detalhes da mineração e processamento, incluindo


minério bruto (ROM), trituração, moagem, flotação/ moagem secundária, espessamento, secagem e
manuseamento da grafite, armazenamento de reagentes, gestão e eliminação de rejeitos.

As instalações do processo da mina incluirão o poço de mina, o local de despejo de estéril, planta de
processo, a instalação de armazenamento de rejeitos (TSF) e a instalação de armazenamento de água
de processo. É fornecida abaixo uma breve descrição da preparação do local, protocolo de mineração
e etapas de processamento de minério e a Figura 2.3 mostra o diagrama de fluxo de processo.

É fornecido na Figura 2.3 uma folha simplificada do fluxo de processo.

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Figura 2.3: Folha do fluxo de processo proposto da grafite, incluindo manuseamento do ROM, trituração e moagem, flotação, secagem de concentrado de espessadores de rejeitos e separação das variáveis dos produtos de grafite. (Fonte: Equipa de
estudo da MTA)

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11
A TSF e o estéril são as duas instalações designadas de resíduos do processo. A TSF, os
empilhamentos temporários de minério de baixo teor e os depósitos de estéreis foram todos
concebidos como parte do desenho da mina com a construção segundo padrões de minas
internacionalmente aceitáveis que estão essencialmente em conformidade com as MOAP. O
desenho do depósito de estéril inclui uma reabilitação progressiva dos depósitos de resíduos numa
base contínua com as operações de mineração, os taludes mais baixos dos depósitos de resíduos
serão reabilitados à medida que o depósito for crescendo em altura. O ângulo de inclinação final é
projectado em 18 graus nos taludes inferiores e até 37 graus nos taludes superiores, este desenho
é considerado compatível com MOAP, pois este reduz a erosão e permite uma reabilitação mais
eficaz das espécies de plantas nos taludes, progressiva com as actividades de mineração (Figura
2.4).

Figura 2.4: Desenho da secção transversal do projecto de depósito de resíduos do PGM mostrando os ângulos
das encostas reabilitadas progressivamente com as operações de mineração.

Em termos de evento pouco provável de instabilidade de pequena escala, a TSF foi desenhada com
capacidade adicional e estará sempre disponível um descarregador de emergência para proteger o
aterro do excesso em caso de uma tempestade extrema que exceda a capacidade de
armazenamento. O desenho da TSF inclui uma tampa do descarregador localizado na extensão
norte da TSF para descarregar com segurança e uma lagoa de polimento está situada a jusante da
represa final para monitoramento e gestão regular da qualidade de descarga da água superficial a
jusante da instalação, isso é tomado como medida de precaução para detectar quaisquer sinais de
contaminação da água.

2.3.2 Instalações auxiliares (não do processo)

De modo a determinar os tipos de resíduos não do processo susceptíveis de serem produzidos por
um desenvolvimento industrial desta natureza, é também necessário obter uma compreensão clara
das actividades não do processo, também referidas como operações ou instalações auxiliares. Será
necessária a infraestrutura seguinte como parte do desenvolvimento e cada uma será avaliada
durante a AIAS e estudos económicos do projecto:

 Melhoramento da principal estrada de acesso da cidade de Montepuez para o local da planta


da mina;
 Estradas do local que dão acesso ao acampamento de mineração proposto, planta de
processo, edifícios de escritórios, pátios de manutenção, armazenamento de água, campo
de furo e outra infraestrutura;
 Estradas de transporte que permitam o acesso da(s) cava(s) da mina até aos depósitos de
resíduos, pilhas de minério e outras infraestruturas
 Acampamento de construção e operação para acomodar trabalhadores; Este incluirá
quartos de acomodação, abluções, área de recreação, refeitório, lavandaria, edifício de
administração;
 Escritórios localizados adjacentes a planta de processo.
 Oficina da mina para manutenção dos veículos e manutenção da frota de mineração e
equipamentos de perfuração;
Coastal & Environmental Services 12
Avaliação de Especialidade de Resíduos e Águas Residuais – Maio, 2017

 Edifício de preparação de amostras e laboratório de geoquímica;


 Postos de armazenamento e abastecimento de combustível diesel para a frota da mina e
veículos ligeiros. Aproximadamente 500.000 litros de diesel, 5.000 litros de lubrificantes e
20.000 litros de querosene serão armazenados no local durante a operação;
 Serviços e utilidades do local, incluindo instalação de tratamento de água potável, instalação
de tratamento de esgotos, instalação de armazenamento de explosivos da mina;
 Rede de comunicações que inclui telefone, dados e rádio;
 Centrais eléctricas alimentadas a diesel, incluindo conjuntos de geradores, sistemas
auxiliares, armazenamento e distribuição de combustível, edifício e sala de controlo da
central eléctrica, comutadores;
 Uma cerca de perímetro ao redor da planta de processo e acampamento;
 Oficina e armazém da planta, armazenamento de reagentes e consumíveis, salas de
controle, vestiário e escritório da planta, comutadores de energia e transformadores e
instalações móveis.
 Uma TSF com sistema de recuperação de água para reutilizar a água na planta de processo;
 Lagoa de água de processo;
 Despejo de estéreis para cada depósito;
 Comutadores, transformadores e linhas de energia aéreas para reticular a energia para
várias cargas no local;
 Barragem de armazenamento de água bruta;
 Campo de furo, incluindo bombas de perfuração e condutas para recuperação de águas
superficiais e subterrâneas para uso nas instalações de processamento e para água potável;
e
 Será construído um posto de primeiros socorros (pequena clínica) no acampamento de
acomodação para os trabalhadores da mina.

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Águas Residuais – Maio, 2017

3 VISÃO GERAL DA GESTÃO DE RESÍDUOS EM MOÇAMBIQUE


3.1 Introdução

Antes de caracterizar os fluxos de resíduos ou de considerar alternativas para a sua gestão e


eliminação, é importante considerar os arranjos institucionais relevantes, o quadro legislativo e a
infraestrutura existente. Para além da consideração da legislação mais geral, políticas e normas
relacionadas com a protecção do ambiente e da saúde humana, é também necessário considerar
as definições de resíduos, metas e objectivos das estratégias e políticas de gestão de resíduos
aplicáveis, a conveniência de reciclagem e reutilização, e todos requisitos de licenciamento.

Ao avaliar as opções de gestão de fluxos de resíduos sólidos, é necessário analisar a capacidade


institucional para a gestão de resíduos no país do projecto proposto e consultar também as
directrizes específicas do país para identificação de resíduos gerais e perigosos

3.2 Definição de resíduos

Em Moçambique, os resíduos são classificados como resíduos não perigosos e perigosos e as suas
definições são extraídas dos regulamentos relativos à Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos
(Decreto 94/2014 de 31 de Dezembro) e da Gestão de Resíduos Perigosos (Decreto 83/2014, de
31 de Dezembro), respectivamente (Tabela 3.1). Estes regulamentos substituem o Decreto sobre
Gestão de Resíduos 13/2006, de 15 de Julho, que foi revogado. A distinção entre resíduos
perigosos e não perigosos baseia-se principalmente na lista de características de materiais
perigosos descrita no Anexo III do Decreto 83/2014 de 31 de Dezembro e está em conformidade
com os Anexos I, II e III da Convenção de Basileia.

Tabela 3.1: Definições de resíduos sólidos (resíduos não perigosos) e perigosos


TIPO DE DEFINIÇÃO E EXEMPLOS
RESÍDUOS
Regulamento sobre Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (Decreto 94/2014, de 31
Resíduos de Dezembro)
sólidos (não Os resíduos que não contenham características de risco e não contenham nenhuma das
perigosos) características enumeradas no Anexo III do Regulamento sobre Gestão de Resíduos
Perigosos (Decreto 83/2014 de 31 de Dezembro).
Regulamento para a Gestão de Resíduos Perigosos (Decreto 83/2014, de 31 de
Dezembro
Os resíduos perigosos são definidos como "resíduos que apresentam características de
Resíduos risco por serem inflamáveis, explosivos, corrosivos, tóxicos, infecciosos ou radioactivos
perigosos ou por exibirem quaisquer outras formas que possam representar um perigo para a vida
ou saúde das pessoas e de outros seres vivos e à qualidade do ambiente" e que
contenham quaisquer das características listadas no Anexo III do Regulamento sobre
Gestão de Resíduos Perigosos (Decreto 83/2014, de 31 de Dezembro).

3.3 Quadro institucional

Antes de analisar o quadro legislativo e as suas implicações para o projecto proposto, é importante
rever os papéis e responsabilidades das várias autoridades e instituições relevantes em
Moçambique.

De acordo com os Regulamentos de AIA (Decreto Nº. 54/2015, de 31 de Dezembro), o MITADER


é responsável pelo processo e regras a serem seguidas na realização de uma AIA e a fazer
inspecções regulares dos locais de construção de novas actividades e operações das instalações
existentes. Numa situação complexa ou quando as condições ambientais o justificam, o MITADER
está mandatado a solicitar a realização de uma auditoria ambiental. O MITADER tem dois grandes
domínios de responsabilidade: 1) implementar o Plano Nacional de Gestão Ambiental e política e
legislação ambiental associadas; e 2) coordenar com outros ministérios em questões ambientais

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para integrarem aspectos ambientais nos seus projectos, programas e políticas. O MITADER está
organizado nas seguintes cinco Direcções Nacionais:
 Avaliação de Impacto Ambiental (incluindo gestão de resíduos);
 Gestão Ambiental;
 Ordenamento Territorial;
 Promoção da Sensibilização Ambiental; e
 Planeamento e Estudos.

De modo a cumprir o seu mandato de forma mais eficaz e alinhado com a política de
descentralização do Governo, o MITADER tem vindo a estabelecer uma presença institucional
crescente a níveis Governamentais inferiores desde 1995. A nível provincial, o MITADER é
representado pelas Direcções Provinciais de Terra Ambienete Desenvolvimento Rural
(DPTADERs). A nível distrital, a representação do MITADER é através dos Serviços Distritais de
Planeamento e Infraestrutura (SDPI) sob tutela do Ministério das Obras Públicas. Este
departamento é responsável por lidar com questões relacionadas com o planeamento do uso da
terra, bem como quaisquer questões relacionadas com a protecção ambiental. Foram criadas
PDTADERs em todas as 10 províncias de Moçambique. O papel das PDTADERs é, em princípio,
facilitar a implementação local da legislação, políticas e programas ambientais desenvolvidos a nível
central, incluindo os Regulamentos e Directrizes da AIA. A maioria das estruturas do governo
provincial incluem departamentos de gestão ambiental e alguns (por exemplo, as das Províncias de
Nampula e Cabo Delgado) têm departamentos de AIA separados.

A Tabela 3.2 apresenta a legislação de resíduos potencialmente aplicável ao sector.

Tabela 3.2: Responsabilidades institucionais para a gestão de resíduos em Moçambique


AGÊNCIA TÍTULO E DATA DO
SECTOR OBJECTIVO
PRIMÁRIA DOCUMENTO
Decreto nº 18/2004,
Regulamentos sobre
Parâmetros de Os Regulamentos estabelecem padrões para a
Resíduos - Qualidade do Ar e descarga para os ambientes marinhos e costeiros,
efluentes MITADER Emissões de bem como para a irrigação superficial de águas.
líquidos Efluentes, alterado Responsável pela auditoria ambiental e emissão
pelo Decreto de licenças e autorizações ambientais.
67/2010, de 31 de
Dezembro
Este decreto estabelece as regras gerais para a
Regulamento sobre produção, gestão e eliminação de resíduos
Gestão de Resíduos perigosos em Moçambique. Aplica-se a todas as
MITADER Perigosos (Decreto entidades envolvidas no transporte, eliminação,
N° 83/2014 de 31 de gestão, importação ou distribuição de resíduos
Dezembro) perigosos e estabelece taxas e penalizações por
incumprimento.
. Em termos de gestão de resíduos, é da
responsabilidade dos Governos Distritais nas
Regulamento sobre áreas sob sua jurisdição estabelecer os meios,
Gestão de Resíduos procedimentos para a recolha e meios de recolha,
Gestão de
Sólidos Urbanos transporte, descarte e tratamento de resíduos, em
resíduos
Governo do (Decreto 94/2014, de particular, hospitalares e outros resíduos tóxicos;
Distrito 31 de Dezembro) Estabelecer taxas, prestar serviços de recolha,
(Áreas rurais) remoção, transporte, eliminação e tratamento de
& Municípios resíduos
(Áreas O Município local assegura o saneamento básico
urbanas) e qualidade de vida dentro dos seus municípios. A
Lei estabelece como responsabilidade municipal
Lei das Autarquias Nº
desenvolver programas de protecção ecológica e
2/97
procedimentos para a remoção de resíduos
sólidos e o tratamento e eliminação de resíduos
sólidos, incluindo resíduos médicos e perigosos.

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O MITADER é responsável pelo licenciamento


Autorização ambiental de instalações de gestão de resíduos,
de incluindo:
instalações  Locais destinados à eliminação de resíduos
de gestão de urbanos com uma carga superior a 500
Decreto nº 54/2015,
resíduos e MITADER toneladas por dia;
de 31 de Dezembro
licenciamento  Armazenamento, transporte, tratamento e
e auditoria de eliminação de resíduos industriais perigosos;
aterros  Instalações para eliminação / tratamento de
sanitários águas pluviais / esgotos com capacidade
para mais de 150 000 habitantes.

3.4 Legislação, Políticas e Padrões Ambientais Nacionais Relevantes

Serão aplicadas várias leis Moçambicanas a este projecto e a seguinte secção fornece um breve
resumo das que têm incidência na gestão de resíduos. O resumo não é exaustivo nesta fase, e uma
revisão mais detalhada ou os instrumentos reguladores relevantes mais recentes serão realizados
durante a fase detalhada da avaliação de AIA.

É evidente que a gestão correcta dos resíduos sólidos e líquidos é uma área de interesse do
Governo local em Moçambique e que uma boa compreensão das Políticas e Leis relevantes é
importante para qualquer proponente que deseje operar em Moçambique. A compreensão deste
quadro jurídico é também essencial na avaliação de opções para a gestão de resíduos. Os
seguintes documentos têm relação com a gestão dos resíduos em Moçambique:

 Constituição da República de Moçambique (2004)


 Lei do Ambiente (Lei 20/97) de 1 de Outubro de 1997
 Programa Nacional de Gestão Ambiental (1995)
 Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e Emissões de Efluentes (Decreto Nº
18/2004, conforme alterado pelo Decreto Nº 67/2010)
 Regulamento sobre o processo de AIA (Decreto n.º 54/2015, de 31 de Dezembro)
 Regulamento sobre o Processo de Auditoria Ambiental (Decreto Ministerial 25/2011, de 15
de Junho)
 Regulamento sobre Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (Decreto 94/2014 de 31 de
Dezembro)
 Regulamento sobre Gestão de Resíduos Perigosos (Decreto 83/2014, de 31 de Dezembro)
 Regulamento sobre Gestão de Resíduos Biomédicos (Decreto n.º 8/2003)
 Regulamento sobre Gestão e Controlo do Saco Plástico (Decreto 16/2015, de 5 de Agosto)

3.4.1 A Constituição da República de Moçambique (2004)

Constituição é a lei suprema da terra e qualquer acto ou conduta inconsistente com ela é inválido e
não terá força de lei. A Constituição aborda questões relativas à protecção do ambiente e qualidade
de vida nos Artigos 45, 81, 90, 98, 102 e 117.º. O artigo 90.º, que faz parte do Capítulo V (Direitos
e deveres económicos, sociais e culturais) do Título III (Direitos, deveres e liberdades
fundamentais), dá ao povo de Moçambique o direito de viver em um ambiente equilibrado e livre de
contaminação. Compromete “ao Estado e autoridades locais, em colaboração com outros parceiros
adequados, a adoptarem políticas de protecção do ambiente através de práticas apropriados de
gestão de resíduos e o cuidado para uma utilização racional de todos os recursos naturais”.

3.4.2 Lei do Ambiente (Lei 20/97) de 1 de Outubro de 1997

Muitas das exigências relativas à gestão de resíduos em Moçambique estão documentadas na Lei
do Ambiente (Lei 20/97, de 1 de Outubro de 1997). Esta lei foi uma das primeiras ferramentas de
regulamentação desenvolvidas pelo Governo de Moçambique para garantir que os resíduos não
poluam o ambiente natural nem afectem o ambiente social. A lei fornece o quadro geral para a
protecção do ambiente, incluindo a gestão dos resíduos. O objectivo da Lei é "definir a base legal

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para o uso e gestão adequados do meio ambiente e seus elementos, a fim de estabelecer um
sistema de desenvolvimento sustentável" no país.

De acordo com a Lei do Ambiente (Lei 20/97 de 1 de Outubro de 1997), qualquer actividade
relacionada com resíduos e efluentes com impacto significativo no ambiente requer uma licença
ambiental. A Lei também estipula que a licença ambiental estará sujeita a regulamentos específicos
no processo do estudo de AIA (Decreto aprovado de AIA Nº 76/98 de 29 de Dezembro de 1998,
emendado pelo Decreto 42/2008).

A Lei do Ambiente de 1997 impõe responsabilidade rigorosa às pessoas que causam danos
materiais ao ambiente. O Estado tem o direito de avaliar o dano, fixar o montante da compensação
e tomar medidas contrárias à custa da pessoa causadora do dano. Adicionado ao acima exposto,
estão descritas na Tabela 3.3 (abaixo) as secções da Lei do Ambiente de 1997 que são
particularmente relevantes para a gestão de resíduos e para a prevenção da poluição do ambiente
em Moçambique.

Tabela 3.3: Secções da Lei do Ambiente de Moçambique que têm incidência na gestão de
resíduos no país
Sub
Secção # Artigo # Estipulação
Artigo #
Não são permitidos no território nacional a
produção, depósito no solo ou sub-solo, emissão
para a água ou atmosfera de qualquer substância
tóxica ou poluente, bem como a prática de
1
quaisquer actividades que acelerem a erosão,
9: Proibição de desertificação, desflorestamento ou qualquer
poluição forma de degradação do ambiente que estejam
fora dos limites legalmente estabelecidos.
A importação para o território nacional de resíduos
III: Poluição
tóxicos ou resíduos é expressamente proibida,
Ambiental 2
excepto nos termos que seriam estabelecidos em
legislação específica.
Na definição dos padrões de qualidade ambiental,
devem ser estabelecidas regras e limites de tempo
10:
para processos agrícolas e industriais, incluindo
Padrões de
2 maquinaria e métodos de transporte, para
Qualidade
adoptarem a tecnologia e procedimentos
Ambiental
adequados de forma a neutralizar ou prevenir a
emissão de substâncias poluentes.
A construção de infra-estruturas residenciais ou
outras e o depósito de resíduos e materiais usados
1 que, pela virtude da sua dimensão, natureza ou
IV: Medidas localização, poderiam provocar um impacto
Especiais de 14: Construção de negativo significativo no ambiente são proibidos.
Protecção do infraestruturas A proibição referida no número anterior é aplicável,
Ambiente em particular, às zonas costeiras, zonas
2 ameaçadas de erosão e desertificação, zonas
húmidas, zonas de protecção ambiental e outras
zonas ecologicamente sensíveis.
Todas as actividades que até à data da entrada em
vigor desta lei, funcionem sem a aplicação de
tecnologias ou procedimentos adequados e que,
1
como consequência, resultem ou possam resultar
V: Prevenção de
18: Auditorias em danos para o ambiente, serão sujeitas a uma
Danos
Ambientais auditoria ambiental.
Ambientais
Os operadores das actividades serão
responsáveis pelos custos que resultarem da
2
reparação dos danos ambientais que possam ser
determinados pela auditoria.

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Sub
Secção # Artigo # Estipulação
Artigo #
Qualquer pessoa que cause danos materiais ao
meio ambiente ou que provoque a paralisação
temporária ou definitiva da actividade económica
em decorrência da prática de actividades
1
especialmente perigosas será,
independentemente da intenção e sem prejuízo do
cumprimento da lei, obrigada a indemnizar as
partes lesadas .
VII: Exercício de 26:
O Governo tem o poder e autoridade para avaliar
Actividades Responsabilização
a gravidade do dano e avaliar o montante da
Económicas Estrita
2 compensação. O valor da indemnização será
fixado por testemunhos e provas de peritos
ambientais.
Sempre que as circunstâncias o exijam, o Estado
tomará as medidas necessárias para prevenir,
3 conter ou eliminar qualquer dano grave ao
ambiente. O Estado terá o direito de pedir a
compensação por esses custos incorridos.

3.4.3 Programa Nacional de Gestão Ambiental (PNGA), 1995

Em 1995, o Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural aprovou o Programa Nacional


de Gestão Ambiental (NEMP). Trata-se de um documento de políticas que define as prioridades
para a gestão ambiental e desenvolvimento sustentável no País. O objectivo primordial da legislação
ambiental de Moçambique é a protecção da saúde humana e ambiental e, mais importante, a
legislação promove a governação do Princípio do Poluidor-Pagador, o Princípio da Acção
Preventiva e Correctiva e o Princípio da Precaução.

3.4.4 Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e Emissões de Efluentes


(Decreto nº 18/2004, de 2 de Junho de 2004, alterado pelo Decreto Nº 67/2010)

O Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e Emissões de Efluentes (Decreto Nº


18/2004) estabelece os padrões de qualidade ambiental e os limites permitidos para descargas de
efluentes e de emissões pelas indústrias. O objectivo do presente Regulamento é estabelecer
padrões de qualidade ambiental e emissões de efluentes visando o controle e manutenção dos
níveis admissíveis de concentração de poluentes no meio ambiente. As disposições deste
Regulamento são aplicáveis a todas as novas actividades públicas e privadas que possam afectar
directa ou indirectamente o ambiente. As fábricas e plantas de processamento existentes têm de
adaptar os seus equipamentos para garantir a conformidade num prazo de cinco anos a contar da
data de publicação dos Regulamentos. O Artigo 6 do Regulamento exige que sejam revistos (e
actualizados) de cinco em cinco anos, a menos que as obrigações decorrentes de uma convenção
internacional exijam uma acção mais urgente. Os Regulamentos abrangem a qualidade do ar
(Capítulo II), qualidade da água (Capítulo III), qualidade do solo (Capítulo IV) e ruído (Capítulo V).
Contido em seus anexos os Anexos IA e IB tratam dos novos padrões de qualidade do ar, agentes
poluentes atmosféricos e parâmetros para os agentes inorgânicos e orgânicos cancerígenos
(alterado pelo Decreto Nº 67 de 2010), Anexo II - Padrões de emissão de gases poluentes por
indústrias, Anexo III - Padrões de Emissão de Efluentes Líquidos por Indústrias, Anexo IV - Padrões
de Emissão de Efluentes Líquidos Domésticos, Anexo V - lista de substâncias químicas
potencialmente nocivas e Anexo VI - Manual de Classificação, Quantificação e Interpretação de
Análises Laboratoriais de Solo e Água. De acordo com a alteração do Regulamento Nº 67 de 2010,
são necessários MT50 mil a MT500 mil como pagamento de taxa para emissão de licença especial.
Além disso, o não cumprimento de quaisquer dos padrões de poluição estabelecidas no Decreto
N.º 18/2004 conforme alterado ou a falha de reporte das excedências é punível com uma multa de
entre MT1 milhão a MT10 milhões.

Os limites Moçambicanos específicos de descarga admissíveis para vários poluentes em um fluxo


de efluentes de esgoto em comparação com os requeridos por outras instituições estão indicados

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no Apêndice A, enquanto que os de efluentes líquidos de mineração são fornecidos no Apêndice B.


Quando houver uma diferença nos limites específicos de um parâmetro particular, propõe-se que
sejam adoptadas as mais rigorosas.

3.4.5 Regulamento sobre o processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto n.º


54/2015, de 31 de Dezembro)

De acordo com o Decreto n.º 54/2015, de 31 de Dezembro, um dos instrumentos fundamentais para
a gestão ambiental é o processo de AIAS, que visa mitigar os impactos negativos que certos
projectos dos sectores público e privado podem causar ao ambiente natural e socioeconómico,
através da realização de estudos ambientais antes do início do projecto. Este define os processos
envolvidos na avaliação de impacto ambiental, estudos ambientais, processo de participação
pública requerido, processo de revisão dos estudos, o processo de elaboração da decisão e o
licenciamento. O regulamento é aplicável a todas as actividades públicas e privadas com influência
directa ou indirecta nas componentes ambientais.

O proponente tem a responsabilidade de assegurar que as actividades propostas e o processo de


AIAS seguido estejam em conformidade com os requisitos deste regulamento. As Licenças
Ambientais para todas as actividades são válidas por um período de cinco anos, renováveis por
igual período e o pedido de renovação tem de ser submetido pelo menos 180 dias antes da data de
expiração da licença.

3.4.6 Regulamento sobre o Processo de Auditoria Ambiental (Decreto Ministerial 25/2011,


de 15 de Junho)

Todas as instalações relacionadas com os resíduos, incluindo o aterro proposto no local, estão
sujeitas a auditoria ambiental pelo MITADER. O Decreto Ministerial 25/2011 define uma auditoria
ambiental como uma ferramenta para uma gestão objectiva e documentada e uma avaliação
sistemática do sistema de gestão com documentação relevante presente para garantir a protecção
do ambiente. Esta tem por objectivo avaliar o desempenho dos processos operacionais e trabalhar
com o plano de gestão ambiental, incluindo os requisitos legais ambientais aplicados e aprovados
para um determinado projecto.

3.4.7 Regulamento sobre Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (Decreto 94/2014, de 31 de


Dezembro)

Este Regulamento, que consiste em 4 Capítulos e 2 Anexos, estabelece as regras gerais relativas
à eliminação de resíduos, incluindo os requisitos de gestão de resíduos sólidos urbanos em
Moçambique. É aplicável a todas as organizações públicas e privadas, bem como a todos os
residentes envolvidos na produção e gestão de resíduos sólidos urbanos e a produção e gestão de
resíduos industriais e médicos tratados na área urbana. Em particular, estabelece os princípios
gerais de gestão de resíduos, competências e obrigações, a obrigação de estabelecer um Plano
Integrado de Gestão de Resíduos para os Resíduos Sólidos Urbanos e Licenciamento Ambiental
de centros de tratamento e eliminação final de resíduos sólidos urbanos. O Regulamente também
estipula taxas e multas para actividades ilegais.

3.4.8 Regulamento sobre Gestão de Resíduos Perigosos (Decreto 83/2014, de 31 de


Dezembro

Este regulamento, que consiste em 5 Capítulos e 10 Anexos, estabelece as regras gerais relativas
à eliminação de resíduos, incluindo os requisitos para a produção e gestão de resíduos perigosos
em Moçambique. É aplicável a todas as organizações públicas e privadas, bem como a todos os
residentes envolvidos na produção e gestão de resíduos perigosos, na sua importação, distribuição
e venda de pneus expirados usados ou novos, e define os princípios gerais de gestão, competência
e classificação, proibições e obrigações, licenciamento e certificação. O Regulamento também
estabelece taxas e multas para actividades ilegais.

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3.4.9 Regulamento sobre Gestão de Resíduos Biomédicos (Decreto N.º 8/2003, de 18 de


Fevereiro)

O Decreto 8/2003 define resíduos biomédicos como aqueles que emanam de instalações médicas,
incluindo instalações veterinárias, de tratamento e de pesquisa médica. O regulamento é aplicável
às instituições de saúde, indústrias e indivíduos que produzem e fazem a gestão da eliminação de
resíduos biomédicos. Estabelece as regras aplicáveis à gestão de resíduos médicos, que servem
para proteger a saúde e segurança dos trabalhadores de saúde e público em geral, bem como para
minimizar o impacto dos resíduos biomédicos no ambiente.

De acordo com o Decreto Nº. 8/2003 sobre resíduos Biomédicos, os resíduos biomédicos só podem
ser transportados para fora do local por operadores licenciados pelo MITADER e quantidades
grandes de resíduos farmacêuticos devem ser devolvidos aos fornecedores. O licenciamento de
transportadores de resíduos médicos pelo MITADER é feito em coordenação com o Ministério da
Saúde que é responsável pela formação e desenvolvimento de capacidades de transportadores de
resíduos médicos

3.4.10 Regulamentação sobre Gestão e Controlo de Sacos de Plástico (Decreto 16/2015, de


5 de Agosto)

O presente Regulamento aplica-se a todas as entidades públicas e privadas, pessoas singulares e


colectivas envolvidas na produção, importação, venda e utilização de sacos plásticos no país. É
constituído por 2 capítulos, que estabelecem procedimentos para a gestão e controlo do saco de
plástico, no que se refere à sua produção, importação, venda e utilização, a fim de reduzir os
impactos negativos na saúde humana e no ambiente. A gestão e o controlo do uso de plásticos
como material de embalagem e, em particular, para a embalagem de alimentos é a principal
preocupação para as minas remotas, como o PGM. A prevenção do uso de plástico e medidas
rigorosas de controle e eliminação são necessárias para mitigar o seu impacto no meio ambiente.

3.5 Padrões e Directrizes Internacionais Relevantes

Existe uma série de Convenções e Directrizes Internacionais que são relevantes para o projceto
porque foram ractificadas pelo Governo de Moçambique. Essas directrizes e convenções relevantes
são discutidas abaixo.

3.5.1 Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Persistentes

A Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes, adoptada em Moçambique


em 2001 e ratificada pela Resolução 56/2004, de 31 de Dezembro, é um tratado ambiental
internacional que visa eliminar ou restringir a produção e uso de POPs. Os principais elementos da
Convenção incluem a exigência de que os países desenvolvidos forneçam novos e adicionais
recursos financeiros e medidas para eliminar a produção e uso de POPs intencionalmente
produzidos, eliminar, sempre que possível, os POPs produzidos não intencionalmente e gerir e
eliminar os resíduos de POPs de maneira ambientalmente correcta. A precaução é exercida em
toda a Convenção de Estocolmo, com referências específicas no preâmbulo, no objectivo e na
disposição sobre identificação de novos POPs. Em Moçambique, os POP são classificados como
resíduos perigosos conforme definidos no regulamento sobre gestão de resíduos perigosos
(Decreto 83/2014, de 31 de Dezembro) e a sua compra e uso são considerados delitos que são
geralmente puníveis com multas de até 600.000,00 Mts (Artigo 20 do Decreto 83/2014 de 31 de
Dezembro)

3.5.2 Convenção de Basileia

Moçambique é signatário da Convenção de Basileia (aderiu a 13 de Março de 1997), que é a


Convenção sobre o Controlo de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e sua
Eliminação. Esta convenção é altamente relevante para a gestão de resíduos perigosos em
Moçambique.

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Os principais objectivos da Convenção de Basileia são a redução da produção de resíduos


perigosos e a restrição de movimentos transfronteiriços e eliminação desses resíduos. Visa também
assegurar que qualquer movimento transfronteiriço e a eliminação de resíduos perigosos, quando
permitidos, sejam rigorosamente controlados e ocorram de forma ambientalmente correcta e
responsável. O seu âmbito de aplicação abrange uma vasta gama de resíduos definidos como
"resíduos perigosos" com base na sua origem e/ou composição e suas características (Artigo 1.º e
Anexos I, III, VIII e IX), bem como os tipos de resíduos definidos como " outros resíduos "(resíduos
domésticos e de cinzas das incineradoras, Artigo 1.º e Anexo II).

Em particular, a convenção proíbe o movimento transfronteiriço de resíduos e é aplicável a resíduos


que pertençam às seguintes categorias:

 Resíduos perigosos que estão sujeitos a movimentos transfronteiriços e que incluem:


a. Resíduos que pertençam a qualquer categoria constante no Anexo I, a menos que
não possuam nenhuma das características constantes no Anexo III da convenção; e
b. Resíduos que não são abrangidos pelo parágrafo (a), mas que são definidos, ou são
considerados como resíduos perigosos pela legislação de Moçambique para
exportação, importação ou trânsito.
 Resíduos pertencentes a quaisquer das categorias incluídas no Anexo II que estão sujeitas
a movimentos transfronteiriços devem ser considerados "outros resíduos" para efeitos da
presente convenção.
 Resíduos que, como resultado de serem radioactivos, estão sujeitos a outros sistemas de
controlo internacionais, incluindo instrumentos internacionais, aplicam-se especificamente a
materiais radioactivos, estão excluídos do âmbito da presente Convenção.
 Resíduos provenientes de operações normais de um navio, cuja descarga está abrangida
por outro instrumento internacional, estão excluídos do âmbito de aplicação da presente
Convenção.

Para efeitos da presente Convenção, é considerado ilegal qualquer movimento transfronteiriço


(exportação e importação) dos resíduos descritos sem a devida autorização da autoridade
Moçambicana competente. Deve-se observar que o tráfico ilegal de resíduos também se aplica aos
danos causados por um incidente ocorrido durante um movimento transfronteiriço autorizado de
resíduos perigosos e sua eliminação. O Decreto 94/2014 de 31 de Dezembro (Regulamento sobre
Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos) designa o MITADER como autoridade competente de
Moçambique para a aprovação do transporte de resíduos perigosos. De acordo com a Folha de
Factos da Convenção de Basileia de 2011, Moçambique não possui legislação que restrinja a
exportação (incluindo o trânsito) de resíduos perigosos e outros resíduos para eliminação final ou
recuperação.

3.5.3 Convenção de Bamako

Moçambique é signatário da Convenção de Bamako (aderiu a 5 de Fevereiro de 1999), que é a


Convenção sobre o banimento de importação para África e o controlo de movimentos
transfronteiriços de resíduos perigosos dentro África. Os requisitos desta Convenção são
semelhantes aos da Convenção de Basileia

O impulso para a Convenção de Bamako surgiu a partir do fracasso da Convenção de Basileia de


proibir o comércio de resíduos perigosos para os países menos desenvolvidos e da percepção de
que muitos países desenvolvidos estavam a exportar resíduos tóxicos para África. Embora a
Convenção de Bamako utilize um formato e uma linguagem similar ao da Convenção de Basileia, é
muito mais forte na proibição de todas importações de resíduos perigosos. Adicionalmente, não faz
excepções para determinados resíduos perigosos (como aquelas para materiais radioactivos) feitas
pela convenção de Basileia.

O Artigo 9 (Tráfico ilegal) da Convenção de Bamako proíbe qualquer movimento transfronteiriço de


resíduos perigosos nas seguintes condições:

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 se realizado sem aviso prévio, nos termos das disposições na presente Convenção, de todos
os Estados interessados; ou
 se realizado sem o consentimento, nos termos das disposições da presente Convenção, do
Estado interessado; ou
 se o consentimento for obtido dos Estados envolvidos através de falsificação, deturpação ou
fraude; ou
 se não estiver em conformidade material com os documentos; ou
 Se resultar na eliminação deliberada de resíduos perigosos em contravenção da presente
Convenção e dos princípios gerais de direito internacional.

A Convenção exige que os seus signatários introduzam na legislação nacional para criminalizar e
impor medidas punitivas elevadas a todas as pessoas que planeiam, realizam ou apoiam o
movimento transfronteiriço ilegal de resíduos perigosos.

3.6 Infraestrutura de Gestão de Resíduos em Moçambique

Moçambique tem um total de 53 municípios, com 91 centros urbanos oficialmente classificados,


incluindo 23 cidades e 68 vilas. Na maioria das cidades e vilas moçambicanas, a gestão de resíduos
sólidos continua a ser um desafio pouco abordado. Apesar de haver um objectivo político claro,
muitas pessoas ainda não têm acesso a uma infraestrutura de gestão de resíduos e saneamento
adequado e apropriado (Bertelsmann Stiftung's Transformation Index, 2012). Isso pode ser
amplamente explicado pela falta generalizada de recursos financeiros e humanos alocados a gestão
de resíduos sólidos. Como resultado, uma quantidade crescente de resíduos acaba em lixeiras não
controladas sem receber qualquer tipo de tratamento. Isso leva a má condições ambientais urbanas
que colocam em perigo a saúde pública e depreciam o valor imobiliário.

Uma pesquisa na Internet revela um progresso mínimo sendo feito no desenvolvimento de


infraestrutura de resíduos na cidade capital, Maputo, e uma falta geral de infraestrutura de gestão
de resíduos em todo o resto do país. De acordo com um rascunho de relatório das Nações Unidas
(www.un.org), os resíduos sólidos urbanos são geridos de forma informal. Normalmente, o destino
final dos resíduos sólidos em Moçambique consiste em simplesmente despejar o lixo ao ar livre.
Nesses locais, os resíduos são queimados, enterrados e compactados, causando certas
preocupações ambientais e de saúde.

Muitos municípios de Moçambique começaram a privatizar a recolha e tratamento de resíduos e


trabalham em conjunto com a cooperação internacional. Em termos de recolha privada de resíduos,
as empresas Portuguesas e Sul-africanas dominam o mercado. De acordo com o rascunho do
relatório da ONU (sem data), tem lugar a reciclagem informal de resíduos sólidos e está
frequentemente situada nos locais de eliminação. Além disso, a reciclagem é mais prevalente nas
grandes cidades devido às quantidades de resíduos disponíveis e ao aumento da probabilidade de
encontrar um comprador para o material. Parte do material reciclado, como vidro, plástico e metal,
é vendido localmente, mas também é transportado para a África do Sul. Para além desta reciclagem
informal, há também evidências de início de operações de reciclagem mais formalizadas nas
grandes cidades de Maputo e Matola. Uma organização chamada Amor (Associação Moçambicana
de Reciclagem - www.associacao-mocambicana-reciclagem.org) está em operação desde 2010 e
foca-se no uso de iniciativas de reciclagem para alavancagem socioeconómica. No entanto, essas
iniciativas parecem estar limitadas às grandes áreas urbanas, sem evidências de reciclagem
formalizada em áreas rurais.

A única instalação de resíduos perigosos estabelecida é o aterro de Mavoco, operado pela


Enviroserv Waste Management Mozambique, localizado perto de Maputo. De acordo com o último
ERS da Convenção de Basileia (ERS 2015), estão em processo de serem desenvolvidas novas
instalações de eliminação de resíduos perigosos, incluindo uma situada em Pemba (Província de
Cabo Delgado), que fica a aproximadamente 200 km do local do projecto. Isto reduziria
significativamente a distância percorrida para a eliminação de resíduos perigosos gerados no local
de desenvolvimento proposto em Montepuez.

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Águas Residuais – Maio, 2017

O Governo de Moçambique tomou a iniciativa de estabelecer sistemas de aterro sanitário, que


envolve a eliminação controlada de resíduos sólidos na terra, em diferentes áreas urbanas em todo
o país. Este método de manuseio e eliminação de resíduos tem sido defendido como adequado
para países em desenvolvimento devido à sua flexibilidade e relativa simplicidade da tecnologia
envolvida (Adriaan Tas & Antoine Belon, 2014). Os municípios selecionados propostos para a
implantação do aterro sanitário incluem Maputo/Matola, Xai-Xai, Inhambane, Chimoio, Tete,
Nampula, Lichinga e Pemba.

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Águas Residuais – Maio, 2017

4 METODOLOGIA
4.1 Introdução

Esta avaliação não incluiu uma visita ao local do projecto proposto. Ao invés disso, foram obtidas
informações, através do cliente, referentes ao processo, volumes esperados de resíduos e
propriedades dos diferentes resíduos. Foi obtida informação adicional a partir de fontes de
referência relevantes independentes. Em termos de classificação dos potenciais impactos dos
resíduos ao ambiente, foi aplicado o sistema de classificação-padrão da CES (Apêndice D) e tomou-
se em consideração o contexto específico do projecto proposto.

4.1.1 Metodologia de caracterização de resíduos

Foi usada uma abordagem de avaliação de ciclo de vida com um escopo espacial limitado para
identificar todos os principais fluxos de resíduos associados ao projecto proposto. A avaliação
abrangeu os fluxos de resíduos gerados durante as várias fases de desenvolvimento e prospecção
da mina, incluindo; construção, operação e descomissionamento excluiu, porém, o transporte do
produto para o porto de Pemba e todas as actividades relacionadas com o porto.

Para efeitos do presente relatório, os fluxos de resíduos gerados durante a fase de operação foram
definidos como resíduos de processo ou resíduos não do processo. Os primeiros podem ser
definidos como quaisquer resíduos líquidos ou sólidos gerados directamente como resultado do
processo central, enquanto que os resíduos não do processo referem-se a àqueles resíduos que
são gerados a partir de operações ou serviços auxiliares conforme descritos nas secções 2.3.1 e
2.3.2, respectivamente. É provável que os fluxos de resíduos do processo e não do processo
incluam tanto resíduos perigosos como resíduos gerais (não perigosos). Os fluxos de resíduos
originados durante as fases de construção e descomissionamento são também abrangidos neste
relatório. A diferenciação dos vários fluxos de resíduos é resumida na Figura 4.1.

Figura 4.1: Diferenciação de fluxos de resíduos associados a um desenvolvimento industrial genérico aplicado
ao PGM.

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5 CLASSIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE RESÍDUOS
5.1 Introdução

O objectivo deste capítulo é descrever os tipos, volumes e opções de gestão de resíduos doe
processo e não do processo que se esperam que sejam produzidos ao longo da vida do projecto.
Essa informação irá depois, fornecer um resumo da identificação e avaliação dos impactos
relacionados aos resíduos, conforme detalhado no Capítulo 6.

Prevê-se que a operação da planta seja de aproximadamente 25 anos, após este período esta será
descomissionada e desmantelada. Os resíduos gerados durante as fases de construção e operação
do ciclo de vida do projecto são avaliados nas secções a seguir. Nesta fase inicial, não é possível
prever com precisão a natureza e quantidades exactas de resíduos produzidos durante o
descomissionamento, embora os resíduos não perigosos provavelmente irão ncluir escombros,
condutas, metal, plástico, vidro, etc., enquanto os resíduos perigosos podem incluir tanques e
condutas de hidrocarbonetos que terão sido usados para armazenar ou transportar
hidrocarbonetos. A quantidade e opções de gestão teriam de ser avaliadas com precisão antes do
descomissionamento.

5.2 Resíduos do Processo

A duração proposta da operação da mina é de 25 anos e os resíduos do processo só serão gerados


durante esta fase do ciclo de vida do projecto. Estima-se que a planta esteja projectada para operar
24 horas por dia, 365 dias por ano. Os dois principais fluxos de resíduos do processo gerados serão
o estéril e rejeitos da planta de processo. Outros incluem o derramamento do ROM resultante do
transporte (transporte em camião ou na correia transportadora) do material que pode resultar na
contaminação do solo e da água no ambiente por metais pesados, bem como na emissão de poeira
processada a partir da planta de processamento:

 Estéril /capeamento – O estéril/capeamento será removido da cava usando carregadoras e


camiões e levados para uma instalação dedicada de despejo de estéril adjacente à mina. A
quantidade de rocha calculada para o depósito de estéril de Búfalo é de 7,6 milhões de
metros cúbicos quebrados e para o Elefante é de 7,7 milhões de metros cúbicos quebrados.
 Materiais de Rejeitos - a instalação de armazenamento foi projectada para albergar 38,7
milhões de toneladas de capacidade de armazenamento. A TSF inclui um sistema de sub-
drenagem para reduzir a cabeça de pressão que actua no revestimento do solo compactado,
a fim de reduzir a infiltração, aumentar a recuperação de água, aumentar a densidade de
rejeitos e melhorar a estabilidade geotécnica dos taludes. Os rejeitos serão descarregados
por meio de métodos de deposição sub-aérea utilizando espigões localizados em intervalos
espaçados de forma regular na crista da represa e parcialmente em torno leste e oeste do
perímetro da TSF. A água sobrenadante será removida através de bombas submersas e
bombeada de volta para a sua reutilização no circuito de processo. Está incluído um
descarregador de emergência no desenho para eventos de grandes tempestades de 1: 100
anos para evitar derrames. Foi incluída uma lagoa de polimento a jusante da represa de TSF
para monitorar e gerir a qualidade da descarga de água superficial a jusante da instalação.
Foi incluído no desenho da mina um programa de monitoramento, incluindo testes de água
de furo profundos e superficiais. A reabilitação compreenderá cobertura de camada de solo
de baixa permeabilidade e camada de solo superficial com fito-remediação no topo e em
torno da instalação. Foram concluídos estudos de Drenagem Ácida de Mina (DAM) e
modelagem e acredita-se que a instalação não seja geradora de ácido.
 Poeira processada - O concentrado de floco de grafite será secado e vendido em quatro
tamanhos de partículas diferentes (+ 300um, + 180um, + 10-6um e -106um). A grafite
mobilizada no fluxo de ar quente durante a secagem será recuperada no secador da casa
de filtros e será então removido com a opção de adicionar no saco do produto do secador
para venda em vez de eliminação de resíduos. Espera-se que a grafite em flocos finos seja
mobilizada para as plantas secas conduzida pelo sistema de manuseamento de poeiras e

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Águas Residuais – Maio, 2017

recuperada no despoeiramento, esta fracção mais fina pode ser ensacada e vendida como
um produto separado.

Cada tamanho de partícula do produto será seleccionado por valores rotativos e lâminas de
ar com 6 triagens de produto, cada triagem terá aberturas progressivamente mais finas e
cada convés será equipado com uma bandeja de bola como uma medida anti-cegueira.
Todos os alimentadores e peneiras serão conduzidos para um colector central de poeira. O
concentrado de grafite será então ensacado por um operador usando calhas vibratórias e
correias transportadoras com balanças, cada saco será rotulado manualmente e movido por
uma empilhadora. Os sacos que contêm a grafite terão dois tubos de plástico costurados no
saco. As unidades de ensacamento serão canalizadas para o colector central de poeira.

Estudos detalhados de DAM foram concluídos como parte do estudo do Estudo de Especialidade
de Investigação Hidrogeológica da mina (Exigo, 2017). Realizou-se uma série completa de análises
de amostras de rochas destinadas aos depósitos de estéreis de Elefante e de Búfalo, empilhamento
temporário de minério perto do ROM, bem como amostras de rejeitos frescas e oxidadas. Foram
feitos vários estudos de pesquisa incluindo Contabilização de ácidos e bases (ABA), resultados
líquidos de geração de ácido, resultados mineralógicos, resultados de estudos petrográficos,
resultados de lixiviação de água destilada e resultados do resumo da água régia. Da modelagem
geoquímica numérica determinada das três zonas que existem dentro de uma TSF apenas a zona
oxidada próxima da superfície (OZ) tem potencial para produzir lixiviado, no entanto a zona residual
(RZ) e a zona de transição (TZ) negam o lixiviado no sistema de águas subterrâneas. Em conclusão,
os impactos geoquímicos modelados do empilhamento da TSF são suficientemente baixos fazendo
com que não seja necessário um sistema de revestimento (excepto no solo residual existente) e
que métodos de remediação simples, como a fito-remediação em torno e no topo da TSF (cessão
de mineração) são considerados suficientes para limitar o lixiviado de se infiltrar nas águas
subterrâneas.

O modelo geoquímico calculou o lixiviado em 5,6 pH para os despejos de estéril, em comparação


com as águas pluviais de 5,5pH, os depósitos de resíduos não são considerados um risco de DAM.
Os empilhamentos provisórios de minério de baixo teor estimaram um lixiviado de 4.7pH, que é
ligeiramente ácido, porém os impactos não são considerados suficientemente altos para considerar
um revestimento artificial, novamente processos de remediação simples, como fito-remediação, são
considerados suficientes para limitar o lixiviado de se infiltrar na água subterrânea. O empilhamento
de baixo teor será processado no final da vida da mina e está incluído o monitoramento da água no
plano da mina para monitorar qualquer potencial lixiviado de cada uma das instalações discutidas
acima.

5.3 Resíduos não do processo

As informações sobre geração de resíduos não do processo foram obtidas através do Cliente
(Apêndice F). Os resíduos não do processo são definidos como aqueles produzidos por actividades
auxiliares como acampamento de acomodação, oficinas, blocos administrativos, laboratórios,
cantinas, clínicas, etc. Como tal, esses resíduos são produzidos ao longo de todo ciclo de vida do
empreendimento proposto (construção, 18 meses; Operação, 25 anos, e descomissionamento,
desconhecido). Os volumes destes fluxos de resíduos são geralmente muito variáveis e difíceis de
prever e é provável que alguns destes resíduos exibam propriedades perigosas.

5.3.1 Vegetação

A preparação para a fase de construção exigirá o desmatamento da vegetação existente do local.


Embora não tenha sido especificada a rota de eliminação da vegetação desmatada, assumiu-se
que a vegetação desmatada do terreno será eliminada por uma ou mais vias diferentes. Isto pode
incluir a remoção pelas comunidades locais para construção ou combustível, empilhamento e
decomposição natural, ou aparar a madeira no local. Geralmente, os processos de valor agregado
são preferidos na eliminação da vegetação e a moagem de árvores derrubadas, preferencialmente
à aparar ou cobrir as raízes das plantas com terra, e são encorajados. A queima de resíduos de
vegetação de qualquer tipo é usualmente considerada indesejável sob o ponto de vista da qualidade
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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Águas Residuais – Maio, 2017

do ar e das alterações climáticas, mas é normalmente permissível no local, onde pode ser
satisfatoriamente demonstrado que a exigência de moer e/ ou aparar e cobrir a vegetação
desmatada não seria razoável a imposição do desenvolvimento. A perda de vegetação terá de ser
considerada no cálculo das emissões globais de gases de efeito de estufa para o projecto (se
necessário).

5.3.2 Resíduos sólidos gerais (não perigosos)

Além de resíduos da vegetação, os fluxos de resíduos susceptíveis de serem produzidos durante o


ciclo de vida do projecto incluirão tanto resíduos genéricos (não perigosos) gerados a partir de
serviços auxiliares como áreas de administração, oficinas, acampamento, lojas, etc. Estes resíduos
incluem, papel, cartão, pano, metal, plástico, borracha, vidro e uma variedade de compostos
sintéticos. Nesta fase inicial não é possível prever com exactidão a natureza exacta e as
quantidades de resíduos produzidos durante o descomissionamento, embora os resíduos não
perigosos provavelmente incluirão quantidades potencialmente significativas de entulho, tubagem
e metal, além do plástico, vidro etc. Os potenciais impactos ambientais e as medidas de mitigação
relativas aos resíduos não perigosos em geral serão semelhantes durante a fase de construção,
operação e descomissionamento do empreendimento

Embora seja possível prever com algum grau de certeza os tipos de resíduos que serão produzidos,
é extremamente difícil estimar as quantidades dos diferentes tipos de resíduos não do processo em
geral. No entanto, o volume deste tipo de resíduos será influenciado em certa medida pelo número
de indivíduos que vivem no local. A Tabela 5.1 abaixo fornece a quantidade prevista de resíduos
sólidos domésticos e efluentes que seriam gerados durante a fase de construção do ciclo de vida
do projecto. De acordo com o Documento Técnico do Banco Mundial Nº 426 (Rushbrook e Pugh,
1999), a taxa estimada de geração de resíduos domésticos nos países em desenvolvimento é de
aproximadamente 0,5 kg por pessoa por dia, com uma densidade estimada de 151 kg/m3. O Estudo
de Viabilidade Definitiva do projeto projectou instalações de tratamento de esgoto para 310 Litros
por pessoa por dia e a capacidade do desenho da planta de tratamento de esgoto é de 300 pessoas,
o que é 50 pessoas acima do número de pessoas máximas a serem acomodadas no acampamento.

Um total de 921 pessoas serão empregadas durante o pico da fase de construção, de três meses,
resultando na geração de 460.5kg (3m3) de resíduo sólido geralrequerendo eliminação. Neste
momento, prevê-se que 318kg (2,1m3) de resíduos sólidos gerais serão contribuídos pelos
residentes no acampamento (Tabela 5.1). Espera-se que este fluxo de resíduos seja composto
predominantemente de tipos de resíduos não perigosos, incluindo papel, plástico, tecido e alguns
resíduos de alimentos. Além disso, quantidades insignificantes de resíduos perigosos podem ser
incluídas neste fluxo de resíduos, incluindo baterias, recipientes vazios para produtos químicos de
limpeza, tubos de luz fluorescente, latas de aerossóis de pesticidas, resíduos médicos / clínicos,
etc.

Uma vez totalmente operacional, o empreendimento proposto empregará 299 pessoas e


aproximadamente 250 indivíduosresidirão no acampamento de operação, onde o volume esperado
de resíduos sólidos gerados por esses moradores espera-se que seja de aproximadamente 0,83
por dia (isto é 125kg/dia) a uma densidade estimada de 151kg/m3. Além disso, espera-se que os
serviços auxiliares (administração, oficinas, laboratórios, etc.) gerem quantidades adicionais de
resíduos em geral. O volume total de resíduos sólidos produzidos por dia é, portanto, susceptível
de ser superior a 0,8 m3 derivado daqueles que residem no acampamento de alojamento apenas.
Considerando a quantidade estimada de resíduos gerados pela força de trabalho total de 299
funcionários, o PGM provavelmente geraria aproximadamente 0,99m3 (149kg/dia) de resíduos
sólidos gerais por dia durante o pico de operação.

Os resíduos não perigosos serão separados dos resíduos perigosos na fonte e todos os resíduos
serão inicialmente armazenados no local numa área dedicada antes da eliminação segura. Com
base nas informações fornecidas e conforme exigido pelo Regulamento de Gestão de Resíduos
Sólidos Municipais (Decreto 94/2014, de 31 de dezembro), os resíduos devem ser separados para
reciclagem e os resíduos não recicláveis devem ser descartados em um aterro geral. A opção de
devolver materiais recicláveis, como óleo usado, contentores, madeira, cartão e materiais de
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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Águas Residuais – Maio, 2017

embalagem, deve ser considerada e priorizada. Considerando a natureza remota do local do


projecto, será necessário considerar a construção de um aterro sanitário no local da mina para o
descarte de materiais não recicláveis. Esta opção é considerada a Melhor Opção Ambiental Prática
(MOAP) a médio e longo prazo e é a alternativa preferida quando comparada com a disposição em
um aterro existente, dada a localização remota do local da mina e os desafios aparentes associados
a gestão de resíduos sólidos em Moçambique. Uma análise mais aprofundada da opção do aterro
deverá levar em conta a proximidade e os impactos potenciais aos recursos locais de superfície e
subterrâneos. O Apêndice E fornece orientações sobre a concepção e a localização de um aterro
no local para resíduos gerais da mina.

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Tabela 5.1: Quantidade prevista de resíduos sólidos domésticos e efluentes gerados durante a construção
17- 17- 18- 18- 18- 18- 18- 18- 18- 18- 18- 18- 18- 18- 19- 19-
Total
Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Total Homem
125 139 181 235 531 654 787 921 905 912 567 564 671 601 449 462 8,703
Empregado Mth
Residência do Homem
89 103 129 160 390 471 539 636 624 631 399 396 456 429 345 354 6,150
acampamento Mth

Efluente Total (m3) 25 27.8 36.2 47 106.2 130.8 157.4 184.2 181 182.4 113.4 112.8 134.2 120.2 89.8 92.4 1740.8
doméstico
(0,2m3/pessoa / Acampa
dia) mento 17.8 20.6 25.8 32 78 94.2 107.8 127.2 124.8 126.2 79.8 79.2 91.2 85.8 69 70.8 1230.2
(m3)
Massa
62.5 69.5 90.5 117.5 265.5 327 393.5 460.5 452.5 456 283.5 282 335.5 300.5 224.5 231 4352
Total (kg)
Resíduos
Sólidos Vol.Total
0.4 0.5 0.6 0.8 1.8 2.2 2.6 3.0 3.0 3.0 1.9 1.9 2.2 2.0 1.5 1.5 28.8
Domésticos (m3)
(0,5kg / Acampa
pessoa/dia a mento 44.5 51.5 64.5 80 195 235.5 269.5 318 312 315.5 199.5 198 228 214.5 172.5 177 3075.5
uma densidade (kg)
de 151kg/m3) Acampa
mento 0.3 0.3 0.4 0.5 1.3 1.6 1.8 2.1 2.1 2.1 1.3 1.3 1.5 1.4 1.1 1.2 20.4
(m3)

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5.3.3 Resíduos sólidos e líquidos perigosos

Devido à natureza da operação proposta, é provável que todos os serviços auxiliares que produzem
resíduos gerais também produzam uma gama de resíduos líquidos e sólidos perigosos. Uma
definição de resíduos perigosos é fornecida na Secção 3.2 deste relatório. Os tipos de resíduos
perigosos não do processo que podem estar associados a este desenvolvimento estão descritos na
Tabela 5.2. Com base nas informações fornecidas pelo cliente, não haverá fontes de resíduos
radioactivos gerados pela operação.

Tabela 5.2: Resíduos perigosos típicos não do processo (sólidos e líquidos) susceptíveis de
serem produzidos

Serviço/Área Resíduos perigosos típicos


Estação de tratamento de Lama de esgoto
esgoto fechada
Primeiros socorros
Pontiagudos (agulhas e lâminas), ligaduras, medicação expirada,
(pequena clínica) luvas, resíduos biológicos
oficinas/actividades de
Recipientes químicos, solventes, tintas, produtos de hidrocarbonetos,
manutenção incluindo óleo lubrificante usado, trapos oleosos e peças e máquinas
de veículos, baterias, material absorvente contaminado com
hidrocarbonetos usado para limpar derramamentos
Administração Equipamentos electrónicos, tubos fluorescentes, produtos de limpeza
à base de solvente, latas de pesticidas
Cantina/cozinha Óleo de cozinha usado
Compartimento de Águas residuais contendo hidrocarbonetos, fertilizantes e pesticidas
lavagem de veículos e
áreas de armazenamento
de combustível e
resíduos.

As actividades de construção, operação e descomissionamento resultarão na geração de resíduos


perigosos, incluindo produtos químicos associados à manutenção de máquinas e veículos, trapos
e filtros oleosos, recipientes vazios para produtos químicos perigosos (tintas, solventes,
lubrificantes, herbicidas, pesticidas/herbicidas) equipamento electrónico. Tal como com os resíduos
não perigosos, não é possível prever com precisão a natureza exacta e as quantidades de resíduos
perigosos produzidos durante o ciclo de vida do projecto.

Com base nas informações fornecidas e conforme exigido pelo Regulamento de Gestão de
Resíduos Perigosos (Decreto N° 83/2014 de 31 de Dezembro), sempre que possível, os resíduos
perigosos serão separados em resíduos recicláveis e não recicláveis. Seria provavelmente possível
recolher e devolver os óleos usados e lubrificantes aos fornecedores ou então recicla-los por
agentes aprovados dentro do país. A queima de resíduos perigosos é proibida.

Resíduo Hospitalar
A estação de primeiros socorros (pequena clínica) que estará localizada na mina provavelmente irá
gerar alguns resíduos médicos que precisariam ser geridos e descartados. Os resíduos médicos
tipicamente associados a tal instalação incluem pequenas quantidades de materiais descritos na
Tabela 5.2. Grande parte dos resíduos médicos devem ser considerados bio-perigosos e, por
conseguinte, ter de ser eliminados por incineração, para torna-los inactivos, antes de sua eliminação
final no local de aterro. Alternativamente, os resíduos médicos poderiam ser transferidos para o
Hospital Rural de Montepuez ou instalação em Pemba para eliminação adequada.
Independentemente da opção adoptada, todos os resíduos médicos devem ser geridos de acordo
com o Decreto Nº 8/2003 relativo aos resíduos biomédicos. Um procedimento detalhado de gestão
de resíduos médicos consta do Anexo 3 do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), (Gestão
de Resíduos Médicos (2011). O CICV orienta a elaboração de um plano de gestão de resíduos que
inclui os seguintes elementos:

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Avaliação de Especialidade de Resíduos e Águas Residuais – Maio, 2017

 Quantificação de diferentes tipos de resíduos médicos de diferentes fontes


 Descrever as práticas correntes de gestão de resíduos, incluindo as vias de eliminação e
revisão das políticas existentes e estratégias nacionais de gestão de resíduos
 Desenvolvimento de um diagrama de fluxos de resíduos (semelhante a uma ferramenta de
apoio à decisão)
 Elaboração de uma lista de verificação de auditoria.

O Anexo 3.5 da Gestão de Resíduos Médicos (2011) do CICV fornece orientação específica sobre
o transporte de materiais perigosos por estrada, incluindo requisitos de embalagens e sinalização.
Além disso, a gestão de resíduos médicos deve também respeitar os requisitos da legislação
Moçambicana (Decreto Nº 8/2003 sobre resíduos bio-médicos).

Resíduos de laboratório e outros reagentes do processo


De acordo com as informações fornecidas pelo Cliente (Apêndice F). Um laboratório será construído
no local. Tais instalações são susceptíveis de gerar pequenas quantidades de resíduos gerais e
perigosos, em forma líquida, sólida e gasosa. Vários reagentes químicos serão utilizados no
processo para facilitar a separação e refinamento do produto. Floculante será utilizado para o
espessamento de lama e armazenamento médio no local será de 10 toneladas em forma de pó em
um armazém coberto. Para outros serão utilizados no circuito de flotação. Este será entregue e
armazenado em recipientes de 1000 litros sob área de armazenamento coberta. O Nitrato de
Amônio também será entregue e armazenado em forma seca e sob cobertura para uso depósito
de explosivos. Além disso, vários outros produtos químicos perigosos (di-lítio tetraborato,
lubrificantes, tintas, solventes, pesticidas, diesel, querosene etc) serão armazenados no local em
quantidades variáveis. É importante que os recipientes de armazenamento vazios associados sejam
eliminados de forma segura (Apêndice F).

O laboratório a ser estabelecido irá essencialmente esmagar a rocha para um pó e analisá-lo. O


laboratório será constituído por dois recipientes pré-equipados contendo fornos, equipamento de
trituração e pulverização de rochas e quatro máquinas que compreendem duas máquinas ELTRA
para medir carbono e enxofre, duas máquinas TGA para medir perda por ignição. Estima-se que 50
amostras requerem análise por dia usando as instalações no local. Os resíduos de laboratório,
incluindo reagentes analíticos perigosos e água de lavagem contaminada com resíduo químico,
exigirá eliminação segura. A separação e a rotulagem correcta dos resíduos de laboratório são
essenciais, tal como o correcto armazenamento temporário das garrafas usadas. A água de
lavagem do laboratório não deve ser encaminhada para a estação de tratamento de esgotos, uma
vez que estas águas de lavagem contendo resíduos químicos podem resultar na falha operacional
da planta. Em vez disso, os resíduos químicos podem ser armazenados em recipientes rotulados
que são selados e descartados como resíduos perigosos, enquanto que a água de lavagem de
laboratório deve ser encaminhada para uma lagoa de evaporação revestida.

No que diz respeito à gestão dos fluxos de resíduos perigosos, considera-se que a MOAP adopta
uma hierarquia de gestão de resíduos que impede ou minimiza a produção destes resíduos na
medida do possível. Onde esses resíduos são produzidos, eles devem ser reciclados sempre que
possível. Em termos do Princípio de Precaução que sustenta o NEMP (1995) (descrito na Secção
3.4.3), todos os resíduos devem ser considerados perigosos, salvo prova em contrário. É essencial
separar os resíduos perigosos e gerais e rotular correctamente todos os resíduos. Os resíduos
desconhecidos devem ser considerados perigosos e geridos e eliminados como tal.

Embora seja possível a eliminação segura de resíduos perigosos dentro do país, a única instalação
de resíduos perigosos disponível e estabelecida é o aterro de Mavoco, operado pela Enviroserv
Waste Management Moçambique, uma instalação localizada perto de Maputo, a cerca de 2432 km
de distância. De acordo com o mais recente Sistema de Relatórios Electrónicos da Convenção de
Basileia (ERS 2015), há uma indicação de que estão a ser desenvolvidas novas instalações de
eliminação de resíduos perigosos localizadas em cada província de Moçambique, incluindo uma em
Pemba (Província de Cabo Delgado) que fica a aproximadamente 200 km do local do projecto (ver
Tabela 3.4). Isto reduziria significativamente a distância requerida para viajar para eliminar resíduos
perigosos gerados no PGM.

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Deve-se notar que, além dos significativos custos associados ao transporte de resíduos perigosos
em longas distâncias, também devem ser considerados os potenciais impactos ambientais, de
saúde e segurança associados ao transporte deste material. A alternativa mais prática é tratar
incinerando e/ou descartando os resíduos perigosos em uma célula dedicada e construída
especificamente no aterro proposto no local. A viabilidade e aceitabilidade da concepção e
construção de uma célula dedicada à eliminação de resíduos perigosos relacionados com o projecto
teriam de ser investigadas, caso esta alternativa fosse adoptada. Alternativamente, o transporte e
a exportação de resíduos perigosos teriam de cumprir os requisitos das Convenções de Bamako.

Independentemente da opção de eliminação, é muito provável que seja necessário armazenar pelas
menos pequenas quantidades de resíduos perigosos no local até que os volumes sejam suficientes
para garantir o transporte fora do local ou a incineração. Como tal, é aconselhável a construção de
instalações de contenção seguras, elevadas do chão no local para o armazenamento temporário
de resíduos perigosos.

5.3.4 Esgoto e água de lavagem

Durante o ciclo de vida do projecto, a instalação proposta não terá acesso a uma rede municipal de
reticulação de esgoto e terá, portanto, que contar com o uso de fossas sépticas durante a construção
e uma estação de tratamento de esgoto fechada será construída para atender o esgoto proveniente
das instalações.

O pico de mão-de-obra de construção de aproximadamente 921 indivíduos irá gerar esgoto e água
de lavagem que precisará ser gerida. Com base em uma estimativa de 0,2m3 por pessoa por dia, o
volume total de efluentes domésticos que precisa ser eliminado durante esta fase será de 184,2m3
por dia. Deste montante, os residentes do acampamento de 636 pessoas gerarão uma estimativa
de 127,2m3 por dia, exigindo eliminação (Tabela 5.1). Pretende-se que, durante a fase de
construção, as águas residuais e outros efluentes das instalações de ablução sejam eliminados por
tratamento de fossas sépticas, mas, em última instância, será construída uma estação de
tratamento de esgotos fechada construída para o tratamento de esgotos durante a operação.
Durante o pico de operação e com base em uma força de trabalho total de 299 indivíduos, é pouco
provável que o volume total de esgoto e água de lavagem que exigem descarte exceda os 59m3/dia.
No acampamento, o volume de efluentes gerados espera-se que seja de 50m3 por dia (supondo
que 0,2m3 de efluente é gerado por pessoa por dia).

Durante a operação, propõe-se que a instalação de tratamento de esgotos fechada estará localizada
a uma distância mínima de 200 metros da vila de acomodação e seja construída numa área de terra
geralmente localizada fora da vista e abaixo da vila de acomodação. O Estudo Definitivo de
Definição de Âmbito do Projecto desenhou as instalações de tratamento de esgoto para 310Litros
por pessoa por dia e a capacidade do desenho da estação de tratamento de esgoto é de 300
pessoas, que é 50 pessoas acima do número máximo de pessoas a ser acomodado no
acampamento. A instalação de tratamento de águas residuais será equipada com um sistema de
alarme sonoro e visual que será acionado em caso defeituoso. As águas residuais da mina e das
áreas de processamento serão alimentadas por gravidade por tubulação de PVC para estações de
bombeamento subterrâneas estrategicamente localizadas, que por sua vez serão alimentadas em
uma única estação central de bombagem antes da entrega final para a estação de tratamento de
esgoto fechada na vila de acomodação. A estação de tratamento de águas residuais consistirá
tipicamente em tanques primários de sedimentação, aeração, clarificação e irrigação. Os efluentes
serão doseados com cloro e alúmen ou cloreto férrico para permitir a eliminação por irrigação por
pulverização. As áreas da planta e do pulverizador serão cercadas e o armazenamento químico
fornecido nos recipientes será armazenado em uma área protegida segura do armazenamento.

As lamas de depuração geradas serão dispostas em leitos separados de secagem de lamas. Um


tanque revestido será fornecido para capturar qualquer transbordo de emergência da estação de
tratamento fechada. O transbordamento das lagoas de lama e transbordamento da lagoa de
emergência será transferido para a TSF.

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A quantidade total de efluentes que precisam ser eliminados durante as fases do projecto pode ser
aumentada ainda mais pela lavagem de equipamentos como máquinas e veículos, embora as
quantidades exactas produzidas por essas actividades não possam ser determinadas. A água de
lavagem de veículos frequentemente contém pelas menos pequenas quantidades de
hidrocarbonetos (óleo, graxa, etc.) e, como tal, a lavagem de veículos e máquinas deve ser
conduzida somente no compartimento de lavagem designado e bem seleccionado onde a água de
lavagem é colectada e encaminhada através de um Separador de gordura/óleo-água antes da
descarga. A água de lavagem e de escoamento da oficina da mina será capturada e drenada para
um poço de lamas e bacia de sedimentação com retenção de sedimento. A água suja será
bombeada para a Planta de Processo de Espessante de Rejeitos para reciclagem.

A presença de contaminantes químicos perigosos em esgotos domésticos é pouco provável quando


não é combinada com efluentes industriais, água de lavagem de máquinas ou com efluentes do
laboratório, o que deve ser proibido. O efluente tratado da estação de esgoto pode ser desviado
para a lagoa de água de processo de onde será usado como água reciclada para processamento
mineral durante a fase de operação. Se a água efluente sanitária tratada é descarregada no
ambiente, deve cumprir as normas nacionais de descarga descritas no Regulamento de Padrões
de Qualidade Ambiental e Emissões de Efluentes (Decreto Nº 18/2004, de 2 de Junho de 2004,
alterado pelo Decreto Nº 67/2010). Ver Apêndice A para limites prescritos.

O esgoto doméstico é caracterizado por uma alta concentração de nutrientes, matéria orgânica e
uma variedade de patógenos. Como tal, deve ser devidamente tratado antes da descarga para
evitar impactos negativos para a saúde humana e ambiente. Há um número de opções diferentes
de plantas fechadas no mercado, cada uma com suas próprias vantagens e desvantagens. Com
base na experiência de outros locais remotos, recomenda-se que as opções preferidas incorporem
as seguintes características:
 Capacidade comprovada de produzir consistentemente efluentes tratados que cumpram os
limites de descarga exigidos em um contexto remoto com supervisão limitada;
 Sem necessidade de um operador especializado a tempo integral;
 Entrada mínima de agentes químicos;
 Monitoramento mínimo e análise química necessários para operação correcta;
 Gestão mínima e/ou pouco frequente de lama;
 Assistência técnica rápida e confiável no local e disponibilidade de peças de reposição.

Ocasionalmente, as lamas das estações de tratamento de águas residuais podem ter de ser
removidas e este material, que deve ser considerado perigoso devido ao potencial conteúdo
patogénico, deve ser eliminado de acordo com o Decreto 83/2014, de 31 de Dezembro (Gestão de
Resíduos Perigosos). Dentro do contexto urbano, as lamas de esgoto poderiam ser transferidas
para uma estação de tratamento municipal para tratamento final, a uma qualidade admissível para
descarte. Contudo, no contexto actual, isto não é prático. Como tal, a lama teria de ser estabilizada
por secagem em bases de construção para o propósito ou compostagem. O último requer a mistura
da lama com outras fontes de carbono, tais como serragem, palha ou aparas de madeira na
presença de oxigênio para permitir que as bactérias indígenas possam digerir tanto a lama e a fonte
de carbono adicionada. A lama estabilizada pode então ser seca e depositada no aterro proposto
ou, alternativamente, aplicada como condicionador do solo durante a reabilitação da mina, desde
que os níveis de constituintes tóxicos sejam suficientemente baixos. Na ausência de padrões de
solo em Moçambique e se a adubação de lamas de esgoto tratada no solo for adoptada, a
contaminação do solo deve ser evitada e o padrão de solo prescrito pelo Banco Africano de
Desenvolvimento (BAD) (Apêndice C) deve ser adoptado.

5.3.5 Água pluvial e outros escoamentos

Além de água de esgoto e de lavagem, também será gerada água pluvial durante o ciclo de vida do
projecto. Geralmente, a água pluvial será controlada pelos drenos de corte que colectarão e
desviarão a água em torno das instalações e ao longo das estradas. Dentro da área de processo,
toda a água de escoamento será desviada para a instalação de armazenamento de rejeitos onde
será recuperada para uso na planta de processo durante a operação. Todas as águas pluviais do

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local de acampamento seriam tratadas com separador óleo-água e depois canalizadas para
armazenamento na barragem de águas pluviais.

É importante considerar os potenciais impactos ambientais associados às águas pluviais e outras


águas subterrâneas. Isto incluirá o escoamento dos empilhamentos, pilha de estéril e da cava da
mina. A principal ameaça representada pela água pluvial é que, como ela tem a capacidade de
pegar contaminantes, incluindo hidrocarbonetos, metais pesados, pesticidas e nutrientes a medida
que se move através de uma área do projecto. Se não forem geridos correctamente, esses
contaminantes podem então ser transportados, através das águas pluviais, para áreas onde possam
representar uma ameaça para a saúde humana e ambiental. Geralmente, a água pluvial será
controlada pelos drenos de corte que colectarão e desviarão a água em torno das instalações e ao
longo das estradas. Dentro da área de processo, toda a água de escoamento será desviada para a
instalação de armazenamento de rejeitos onde será recuperada para uso na planta de processo
durante a operação. A água de lavagem dos camiões e dos veículos será colectada e passada
completamente pelo separador de água- óleo antes de ser bombeada em córregos de água do
processo.

A quantidade exacta de água contaminada requer uma gestão cuidadosa e o tratamento antes da
liberação do local provavelmente será altamente variável e dependerá em grande parte das chuvas
sazonais. Águas pluviais de lavagem de máquinas deve ser mantida separada do esgoto. Toda a
água de lavagem seria tratada pelo uso do separador óleo-água e depois armazenada na barragem
de águas pluviais. Os requisitos específicos teriam de ser abordados na concepção do sistema de
águas pluviais para o local, que devem levar em consideração o uso de tampas de esgotos seladas.

Cada um dos resíduos não do processo associados ao desenvolvimento proposto é discutido abaixo
e a informação sobre os volumes esperados e as opções de eliminação estão resumidas na Tabela
5.3.

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Tabela 5.3: Resumo dos fluxos de resíduos sólidos e líquidos não do processo associados ao ciclo de vida do projecto do Projecto de Grafite
de Montepuez da Suni Resources
TIPO DE
FASE QUANTIDADE ESTIMADA OPÇÕES DE GESTÃO E DISPOSIÇÃO
RESÍDUOS
Variável, mas poderia ser significativa Idealmente, as comunidades locais devem ter a oportunidade de colectar a vegetação
Vegetação Construção e
durante o estabelecimento da desmatada para seu próprio uso. A vegetação remanescente deve ser lascada ou
Desmatada Operação
infraestrutura de mineração deixada a decompor in situ. A queima é a opção de eliminação menos favorável.
Espera-se que os resíduos domésticos
sólidos não excedam os 460.5kg/dia no Conforme exigido pelo Decreto 94/2014, de 31 de Dezembro (Regulamento de Gestão
Construção de Resíduos Sólidos Municipais), o PGM iniciará a separação de resíduos não
pico da construção. Isso não inclui
Resíduos resíduos de construção. perigosos, perigosos e recicláveis na fonte. Quando considerado prático, os resíduos
sólidos gerais recicláveis, tais como óleos usados, recipientes, madeira, papelão e materiais de
(não perigosos) Espera-se que a força de trabalho da embalagem serão devolvidos aos fornecedores ou enviados a agentes aprovados para
operação gere aproximadamente 0,99m 3 reciclagem e os restantes resíduos não perigosos serão eliminados num aterro
Operação
(149kg / dia) de resíduos sólidos gerais sanitário.
por dia durante o pico da operação.
Conforme exigido pelo Decreto 83/2014, de 31 de Dezembro (Regulamento de Gestão
Desconhecida, mas relativamente de Resíduos Perigosos), o PGM embarcará na segregação de resíduos na fonte
Construção
Resíduos limitada separando resíduos perigosos de resíduos não perigosos gerais. Armazenado no local
sólidos e em uma instalação segura de armazenamento de resíduos perigosos temporários com
líquidos confinamento secundário e, em seguida, enviado para agentes licenciados
perigosos de eliminação de resíduos perigosos. Em alternativa, propõe-se que os resíduos
Operação Variável mas limitada
perigosos sejam incinerados e/ou encapsulados antes da eliminação no local de aterro
sanitário que foi concebido para aceitar e conter eficazmente resíduos deste tipo.
Prevê-se uma variação de 25 a 184 Para a gestão de esgotos, as fossas sépticas serão utilizadas durante a fase de
Esgoto e água Construção m3/dia de baixa para pico de construção, construção e em áreas remotas durante a operação. Durante a operação serão
de lavagem respectivamente. instaladas estações de tratamento de esgoto fechadas durante a fase de operação
doméstica para a gestão de esgoto com a possível reciclagem do efluente tratado como água de
Operação ≤ 59m3/ dia
processo.
Os resíduos médicos devem ser geridos de acordo com a exigência de gestão de
Resíduo Construção e resíduos médicos do CICV (2011). A opção de eliminação preferencial seria incinerar
Variável mas limitada
hospitalar Operação e descartar no aterro a ser desenvolvido e o outro seria transferi-lo para o Hospital
Rural de Montepuez ou em uma instalação de Pemba para eliminação adequada.
Água de Contido e passado através de separador óleo-água antes da disposição final na
lavagem de Construção e barragem de águas pluviais. Toda a água das baias de lavagem de veículos passará
Variável, mas potencialmente elevada
máquinas e Operação através de um separador óleo-água antes de ser bombeada de volta para as correntes
veículos de água do processo.

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TIPO DE
FASE QUANTIDADE ESTIMADA OPÇÕES DE GESTÃO E DISPOSIÇÃO
RESÍDUOS
O sistema de drenagem de águas pluviais será construído para a instalação e águas
pluviais descarregadas em uma barragem de águas pluviais. As águas pluviais serão
Variável e esperada ser elevada,
Construção e geridas de acordo com procedimentos que seriam descritos no Plano de Gestão de
Água pluvial especialmente durante a estação
Operação Águas Pluviais. Sempre que possível, desviar-se em torno de fontes de contaminação
chuvosa
e, em seguida, descarregada na barragem de águas pluviais através de uma retenção
de sedimentos para sedimentação de sólidos.
Os efluentes dos resíduos de laboratório não devem ser conectados às linhas de
esgoto. Em vez disso, devem ser canalizados através de uma linha dedicada a uma
lagoa de evaporação de onde a lama química pode ser removida e descartada como
Resíduos resíduo perigoso. Os resíduos químicos podem ser armazenados em recipientes
Operação Variável mas limitada
laboratoriais rotulados que são selados e descartados como resíduos perigosos. O armazenamento
temporário de resíduos de laboratório será numa instalação segura com confinamento
secundário. Na medida do possível, esses resíduos serão devolvidos ao fornecedor
ou, se não possível, eliminados com outros resíduos perigosos.

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6 AVALIAÇÃO DOS POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS


6.1 Introdução

Este capítulo trata dos impactos relacionados com os resíduos que foram identificados como
resultado do PGM. Estes incluem todos os fluxos de resíduos relacionados com o processo e não
relacionados com o processo, incluindo os resíduos gerados a partir de todas as instalações
auxiliares.

As questões de 1 a 4 abaixo são questões relacionadas com resíduos do processo resultantes das
actividades do projecto, incluindo mineração e processamento. As questões 5 a 7 são questões
relacionadas a resíduos não relacionados ao processo, enquanto a questão 8 é uma questão de
resíduos cumulativos não relacionados ao processo. Deve-se notar que os impactos sobre recursos
de ar e águas subterrâneas, bem como os resultantes de ARD não serão incluídos aqui. Em
particular, a probabilidade de impactos de resíduos na água subterrânea será influenciada pela
geologia e profundidade dos aquíferos e deverá ser confirmada pelo Relatório de Especialidade de
Investigação Hidrogeológica (Exigo, 2017). O objectivo deste capítulo será, por conseguinte,
identificar possíveis impactos relacionados com os resíduos para ajudar a avaliação por outras
equipas especializadas e descrever as melhores práticas no que diz respeito à gestão dos fluxos
de resíduos.

As escalas de avaliação de impacto utilizadas podem ser encontradas no Apêndice D.

6.2 Impactos associados aos resíduos do processo

6.2.1 Questão 1: Impactos associados aos resíduos do processo (Fase de operação)

Espera-se que os rejeitos e estéril sejam gerados a partir da mina de grafite durante todo o período
de 25 anos.

Impacto 1.1: Saúde e segurança dos trabalhadores e das comunidades locais

Causa e comentário

Embora a área do projecto seja escassamente povoada, certas comunidades podem ser
directamente afectadas pelo projecto em termos de sua proximidade com a área de influência do
projecto. No caso altamente improvável de uma falha de TSF ou pilha de estéril, material de rejeitos
instável ou rochas, respectivamente, poderiam representar um risco para os membros das
comunidades próximas. Além disso, há também a possibilidade de eventos de instabilidade em
pequena escala nos taludes dos aterros, o que pode resultar em ferimentos para os funcionários
que trabalham nos aterros, mas esses riscos normalmente seriam geridos juntamente com outros
riscos rotineiros de saúde e segurança ocupacional.

Declaração de significância

Um impacto a longo prazo pode ocorrer dentro da área de estudo e devido ao potencial de danos
para os indivíduos, incluindo possíveis mortes, a gravidade do impacto é considerada elevada. Sem
mitigação, a significância será ELEVADA e com mitigação, isto poderia ser reduzido a BAIXA
significância.

Medidas de mitigação

 As medidas de mitigação para os aterros de resíduos são amplamente incluídas no projecto


de engenharia compreendendo localização selectiva longe de áreas cobertas de vegetação,
inclinações de baixo ângulo para reduzir a erosão do solo e melhorar a probabilidade de re-
vegetação contínua com operações de mineração. Maximização da área de superfície de
despejo de estéril para relação de altura para evitar destruição desnecessária para espécies

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de plantas.
 Monitoramento da água de superfície e subterrânea da mina para detecção precoce da
contaminação da água.
 A integridade da TSF deve ser inspeccionada regularmente por um engenheiro
independente e devidamente qualificado e experiente. Isto deve incluir o monitoramento do
aterro da TSF para a detecção precoce do movimento. Inspeções formais regulares das
instalações pelos operadores diariamente e inspeções formais anuais pelo Engenheiro de
Registo.
 Evitar a habitação a jusante da barragem de armazenamento de água, que actualmente não
existe em caso de falha catastrófica na parede.
 A MOAP exige que a localização do aterro de resíduos e da TSF tenha em conta a
localização e a proximidade dos recursos hídricos, dos assentamentos humanos e das
zonas ecológicas sensíveis. No caso improvável de falha, a poluição do solo e da água, bem
como o risco físico para as comunidades é minimizado;
 O funcionamento da instalação deve garantir um bordo livre suficiente para assegurar que a
lagoa não transborde;
 A qualidade da água de processo armazenada deve ser monitorada para que, em caso de
descarga acidental, os contaminantes liberados no ambiente sejam conhecidos; e
 O acesso à TSF e a pilha de estéril deve ser restrito, na medida do possível, e todas as
comunidades locais devem ser informadas dos riscos potenciais associados a estas
instalações, através de avisos no local e reuniões comunitárias.

Impacto 1.1: Saúde e segurança dos trabalhadores e das comunidades locais


Efeito
Probabilida
Impacto Escala Escala Gravidade do Significância Geral
de
Temporal espacial Impacto
Sem Pode
Longo Prazo Localizado Muito Grave ELEVADA
Mitigação Ocorrer
Com Pouco
Longo Prazo Localizado Ligeira BAIXA
Mitigação Provável
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar

6.2.2 Questão 2: Derramamento de Minério Bruto durante o transporte e uso de correia


transportadora (Fase de operação)

Impacto 2.1: Perturbação da função ecológica

Causa e comentários

Prevê-se que o transporte de minério extraído pelo transporte rodoviário para a unidade de
processamento resulte em algum derramamento dos materiais do minério em estradas de
transporte controladas. O material de minério pode conter níveis elevados de metais pesados (Cr,
Pb e Zn) que seriam dispersos durante o transporte. Ao longo do tempo, isso se acumular resultando
na contaminação do solo por metais pesados. O material derramado pode também resultar no
aumento da turvação dos corpos de água e sufocar as plantas.

Declaração de Significância

Os metais pesados têm a tendência de se acumular nos organismos vivos e podem interferir com
os processos fisiológicos normais que levam à perturbação dos ecossistemas. A perturbação dos
ecossistemas por metais pesados foi determinada como Localizada. Sem mitigação a significância
foi considerada MODERADA e com mitigação foi considerada BAIXA.

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Medidas de mitigação

 Os camiões ou correias transportadoras não devem ser sobrecarregados com ROM. O


derramamento será rotineiramente recuperado durante as operações da mina de rotina, de
modo que qualquer derramamento seja limpo pelos equipamentos de mineração durante o
processo de mineração para evitar danos ao meio ambiente e também ao equipamento;
 O produto de grafite será transportado em sacos fechados de uma tonelada;
 Os limites de velocidade devem ser definidos para evitar o derramamento de ROM durante
o transporte rodoviário;
 As estradas de transporte da mina e a área da planta de processamento são geralmente
reabilitadas; e
 O programa de monitoramento ambiental da instalação deve ser concebido de forma a
detectar os impactos da grafite derramada nos ecossistemas terrestres e aquáticos.

Impacto 2.1: Perturbação da função ecológica


Efeito
Probabilida
Impacto Escala Escala Gravidade do Significância Geral
de
Temporal Espacial Impacto
Sem Pode
Longo Prazo Localizado Moderada MODERADA
Mitigação Ocorrer
Com Pouco
Longo Prazo Localizado Ligeira BAIXA
Mitigação Provável
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar

6.2.3 Questão 3: Armazenamento de efluentes na lagoa de processo (fase de Operação

A Lagoa de Água de Processo pode servir como o ponto de colecta para a água de decantação dos
rejeitos, planta de remoagem e transbordamentos dos espessantes de rejeito e espessantes de
concentrado. Prevê-se que esta água de efluente contenha alguns níveis do processo de
alimentação que foram introduzidos no sistema. A água de efluente na Bacia de Água de Processo
será diluída com água de bruta do ambiente e re-circulada para o sistema de água bruta da planta
para supressão de poeira de britador, mistura de reagente, floculante e para o sistema de
abastecimento de água da planta.

Prevê-se que a água recirculada na Bacia de Água do Processo contenha pelo menos baixas
concentrações de metais pesados e espumas. Ao longo do tempo, a recirculação e a evaporação
podem resultar num aumento da concentração destes compostos. A presença de uma grande lagoa
contendo água do processo contendo substâncias potencialmente nocivas poderia representar uma
ameaça à contaminação ambiental, particularmente se a lagoa fosse transbordar após um período
de chuvas intensas. Os agentes floculantes e de sedimentação são comumente utilizados para
extrair as partículas sólidas e a água é analisada quanto aos constituintes químicos para detectar
qualquer acumulação química na água do Processo antes de eliminação inadequada.

Impacto 3.1: Poluição dos solos e dos recursos hídricos

Causa e comentário

No caso de a lagoa transbordar ou ficar comprometida, a liberação acidental de água do processo


armazenada e sedimentos associados pode levar à poluição dos recursos hídricos e do solo e ao
aumento da turbidez das massas de água próximas. As potenciais consequências do aumento da
turbidez incluem a penetração de luz reduzida ebo crescimento de plantas aquáticas. Isto poderia
ter subsequentes impactos negativos a longo prazo nos ecossistemas locais e na saúde humana.

Declaração de Significância

O impacto da água da lagoa liberada para o ecossistema sem mitigação foi considerado muito grave

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com uma significância MODERADA e com mitigação foi considerada BAIXA com uma gravidade
ligeira. As medidas de mitigação a seguir devem ser implementadas para minimizar esse risco.

Medidas de mitigação

 A Lagoa de Água do Processo deve ser projectado e sua integridade deve ser inspecionada
regularmente por um engenheiro independente e devidamente qualificado e experiente;
 O funcionamento da instalação deve garantir um bordo livre suficiente para assegurar que a
lagoa não transborde;
 A qualidade da água do processo armazenada deve ser monitorizada quimicamente de
modo que, em caso de descarga acidental, os contaminantes liberados para o ambiente
sejam conhecidos.

Impacto 3.2: Risco para a Saúde e Segurança dos Trabalhadores

Causa e comentário

A água da TSF será capturada em uma lagoa antes da mistura com a água do processo de entrada
para a planta. A presença de uma grande lagoa contendo água do processo que contém
substâncias potencialmente nocivas representará uma ameaça à saúde e à segurança dos
funcionários. O acesso à lagoa por indivíduos que não são capazes de nadar pode resultar em
afogamento. É importante que a administração da mina assegure que o acesso seja restrito, tanto
quanto possível, a todas as massas de água no local da mina para evitar ocorrências acidentais de
afogamento por parte dos funcionários e da comunidade.

Declaração de Significância

É possível que, sem mitigação, um funcionário possa cair nas áreas húmidas da TSF ou na lagoa
de água do processo e se afogar. Como tal, o impacto para a saúde humana e segurança sem
mitigação foi considerado Muito grave com uma significância ELEVADA. A probabilidade de o
impacto ocorrer poderia ser reduzida através da implementação de medidas de mitigação. Com
mitigação, espera-se que a significância geral do impacto seja BAIXA.

Medidas de mitigação

 O tanque de armazenamento de água do processo será vedado e o portão trancado em


todos os momentos para limitar o acesso não autorizado;
 Dispositivos de flutuação estarão prontamente disponíveis ao redor da instalação;
 Corpos d'água a serem visitados e monitorados diariamente para detectar ocorrências de
acesso irrestrito;
 O treinamento de indução em Saúde e Segurança deve incorporar esses riscos; e
 Avisos de advertência devem ser colocados em torno de tais instalações para o potencial de
afogamento e deve-se ter discussões com as comunidades locais sobre esse perigo.

Impacto 3.1: Poluição dos solos e dos recursos hídricos


Efeito
Probabilida
Impacto Escala Escala Gravidade do Significância Geral
de
Temporal Espacial Impacto
Sem Moderadamente
Médio Prazo Localizado Probable MODERADA
Mitigação Grave
Com Gravidade Pode
Médio Prazo Localizado BAIXA
Mitigação Ligeira Ocorrer
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
Impacto 3.2: Risco para a saúde e segurança dos trabalhadores
Impacto Efeito Significância Geral

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Escala Escala Gravidade do Probabilida


Temporal Espacial Impacto de
Sem
Médio Prazo Localizado Muito Grave Provável ELEVADA
Mitigação
Com Moderadamente Pouco
Médio Prazo Localizado BAIXA
Mitigação Grave Provável
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar

6.2.4 Questão 4: Eliminação de recipientes de produtos químicos usados com resíduos


químicos potencialmente perigosos (Fase de operação)

Impacto 4.1: Risco para a saúde e segurança dos trabalhadores

Causa e comentário

Determinados produtos químicos a granel utilizados no processo, tais como o querosene como
agente de flotação, são classificados como perigosos (Regulamento Modelo - Transporte de
Mercadorias Perigosas das Nações Unidas, 14ª edição revista, 2005). Estes resíduos químicos
podem ser ingeridos quando usados recipientes de armazenamento de químicos para eliminação
como lixo são usados para armazenamento doméstico de água potável.

Declaração de Significância

O descarte inadequado de recipientes de produtos químicos usados contendo resíduos químicos


pode constituir um risco para a saúde e segurança dos funcionários, mas esse risco pode ser
reduzido com relativa facilidade através de procedimentos operacionais. Sem mitigação, foi
considerado de significância ELEVADA e com mitigação foi considerado de significância BAIXA.

Impacto 4.2: Poluição dos recursos hídricos e do solo

Causa e comentário

A libertação de produtos químicos perigosos em tambores vazios para o ambiente resultará na


poluição dos solos e dos recursos hídricos (incluindo as águas superficiais e subterrâneas), que são
utilizadas pelas comunidades locais na proximidade da área do projecto. A poluição pode resultar
da liberação acidental de produtos químicos armazenados ou armazenagem não controlada e
eliminação de recipientes vazios de produtos químicos.

Declaração de Significância

Os impactos negativos, incluindo a morte de fauna e flora e, potencialmente humanos, podem ser
de longo prazo. Sem mitigação, foi considerado de significância ELEVADA e com mitigação foi
considerado de significância BAIXA

Medidas de mitigação

 Todos os produtos químicos utilizados no local devem ser armazenados e eliminados de


acordo com a legislação nacional e MOAP;
 As substâncias químicas devem ser armazenadas em áreas protegidas e protegidas;
 As folhas de dados de segurança de materiais (MSDS) devem estar prontamente disponíveis
para todos os produtos químicos no ponto de armazenamento e uso;
 Deve ser desenvolvido um Procedimento Operacional (PO) - Gestão de Produtos Químicos
Perigosos para a instalação e deve incluir procedimentos detalhados de resposta a
derrames;

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 Os produtos químicos que possam reagir de forma perigosa não devem ser armazenados
dentro da mesma área vedada;
 A compatibilidade dos produtos químicos deve ser confirmada antes do armazenamento e
deve ser visível na área de armazenamento temporário designada uma sinalização que
mostre os nomes químicos e as propriedades perigosas (FISPQ - Fichas de Informações de
Segurança de Produtos Químicos) dos produtos químicos;
 Deve ser desenvolvido um Procedimento de Prontidão e Resposta a Emergência para a
instalação;
 Deve ser desenvolvido um PO - Gestão de Resíduos para a instalação que inclua medidas
para assegurar que todos os resíduos químicos e recipientes de produtos químicos vazios
sejam geridos e eliminados de acordo com os requisitos da legislação e da MOAP
internacional.

Impacto 4.1: Risco para a saúde e segurança dos funcionários


Efeito
Probabilida
Impacto Escala Escala Gravidade do Significância Geral
de
Temporal Espacial Impacto
Sem
Médio Prazo Localizado Muito Grave Provável ELEVADA
Mitigação
Com Gravidade Pouco
Médio Prazo Localizado BAIXA
Mitigação Ligeira Provável
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
Impacto 4.2: Poluição dos recursos hídricos e do solo
Efeito
Probabilida
Impacto Escala Escala Gravidade do Significância Geral
de
Temporal Espacial Impacto
Sem
Médio Prazo Localizado Muito Grave Provável ELEVADA
Mitigação
Com Gravidade Pouco
Médio Prazo Localizado BAIXA
Mitigação Ligeira Provável
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar

6.3 Impactos associados aos resíduos não do processo

Para além dos fluxos de resíduos que se originam directamente do processo, é provável que
existam vários outros fluxos de resíduos genéricos e perigosos associados ao projecto que exigirão
a gestão. Estes fluxos de resíduos serão gerados durante as fases de construção, operação e
descomissionamento. É provável que haja uma grande variedade e quantidade de resíduos sólidos
e líquidos não do processo associados ao desenvolvimento proposto. Embora o proponente do
projecto planeie reciclar uma grande proporção destes (quando for possível fazê-lo), o
armazenamento temporário ainda pode ser necessário. Quando uma única questão está
potencialmente associada a mais de um impacto e onde as classificações de significância e as
medidas de mitigação são semelhantes, elas foram discutidas em conjunto.

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6.3.1 Questão 5: Gestão de resíduos gerais e perigosos não do processo (Construção,


Operação e Descomissionamento)

Impacto 5.1: Poluição da terra e da água

Causa e comentário

O armazenamento inadequado de resíduos, particularmente aqueles que exibem propriedades


prejudiciais (isto é, resíduos perigosos), pode resultar na contaminação de recursos terrestres e
hídricos. Como resultado de eventos de precipitação, o lixiviado pode ser formado à medida que a
água percola através dos resíduos sólidos, e este lixiviado pode conter nutrientes e uma variedade
de compostos tóxicos, incluindo metais. Como tal, poderia resultar na contaminação da água e da
terra. Em casos extremos, a liberação de grandes quantidades de nutrientes para um corpo de água
pode resultar em eutroficação. A presença de determinados compostos tóxicos na água como
resultado da poluição por resíduos pode ter impactos negativos significativos a longo prazo nos
ecossistemas aquáticos e tornar a água inadequada para certas aplicações, incluindo o consumo
humano.

Medidas de mitigação (resíduos gerais)


 Todos os resíduos devem ser geridos de acordo com os requisitos da legislação
Moçambicana;
 Na medida do possível, a filosofia da hierarquia de gestão de resíduos deve ser aplicada à
gestão de todos os fluxos de resíduos;
 Todos os resíduos gerais que não podem ser reutilizados ou reciclados devem ser
armazenados temporariamente em uma área dedicada e, em seguida, transportados
regularmente para o aterro para disposição;
 O aterro sanitário proposto deve ser instalado, projectado e operado em conformidade com
o disposto na legislação Moçambicana (Decreto 83/2014, de 31 de Dezembro), de modo a
isolar os resíduos e evitar a contaminação ambiental, nomeadamente a contaminação das
águas subterrâneas, deve ser licenciado pelo proponente no início da fase de construção.
Até que esta instalação esteja totalmente operacional, todos os resíduos produzidos durante
a fase de construção devem ser armazenados no local em uma área segura de controle de
acesso, de forma legalmente compatível, minimizando os impactos ambientais;
 Será essencial implementar um sistema de monitoramento de águas subterrâneas na
proximidade do aterro construído, de modo a detectar quaisquer alterações na qualidade
das águas subterrâneas;
 Todas as caixas para armazenamento temporário de resíduos que estão localizadas no
exterior devem ser cobertas para evitar a entrada de água e acesso por animais;
 Deve ser desenvolvido um Plano Integrado de Gestão Integrada de Resíduos para o local e
deve incluir Indicadores Chave de Desempenho (KPIs) para o controlo da gestão de
resíduos;
 Todos os funcionários, empreiteiros e visitantes do local devem ser informados dos
procedimentos correctos de gestão de resíduos, incluindo a separação de resíduos gerais e
perigosos na fonte;
 As áreas de armazenamento e eliminação de resíduos devem estar localizadas a pelo
menos 100m dos recursos hídricos de superfície ou de linhas de drenagem importantes.

Medidas de mitigação (Resíduos perigosos)


 O Plano Integrado de Gestão de Resíduos da instalação deve abranger a gestão de resíduos
perigosos;
 Antes da eliminação segura, todos os resíduos perigosos devem ser armazenados
temporariamente na instalação temporária de armazenamento de resíduos perigosos. Esta
instalação deve ser concebida para incluir contenção secundária revestida e coberta para
proteger o conteúdo contra o tempo (luz solar e chuva). Se os resíduos forem corrosivos, a

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base da instalação de armazenamento deve ser revestida com um revestimento resistente


aos ácidos;
 Sempre que possível, os recipientes vazios para produtos químicos perigosos serão
devolvidos aos fornecedores. Quando os recipientes vazios para produtos químicos
perigosos (hidrocarbonetos, pesticidas, produtos químicos de laboratório,
desengordurantes, etc.) não puderem ser devolvidos aos fornecedores, devem ser
triplicados, perfurados e armazenados numa área segura até que possam ser eliminados de
forma segura. A água de lavagem não pode ser descarregada directamente para o ambiente;
 Os recipientes de pesticidas vazios devem ser eliminados de acordo com o Regulamento
para a Gestão de Resíduos Perigosos (Decreto 83/2014, de 31 de Dezembro) e a queima
de recipientes de pesticidas vazios deve ser fortemente desencorajada.
 Deve ser desenvolvido e implementado um Plano de Gestão de Produtos Químicos
Perigosos. Cópias deste documento devem ser disponibilizadas em instalações designadas
onde os hidrocarbonetos são armazenados, dispensados e utilizados. O objectivo deste
procedimento consiste em assegurar o armazenamento e o manuseamento adequados dos
hidrocarbonetos, incluindo os hidrocarbonetos usados, no local e, por conseguinte, evitar
qualquer forma de contaminação;
 Recomenda-se que o solo contaminado com hidrocarbonetos seja imediatamente removido
e eliminado numa instalação de biorremediação do solo no local ou então eliminado como
um resíduo perigoso;
 FSPQ para todos os produtos químicos deve estar prontamente disponível no local e as
precauções estipuladas nestas devem ser respeitados em todos os momentos. Todo o
pessoal deve ser treinado na gestão correcta das bacias de contenção, incluindo a descarga
de líquidos colectados;
 Os kits de derramamento devem estar prontamente disponíveis em pontos estratégicos em
todo o local e o pessoal deve ser treinado sobre o uso correcto desses kits;
 Nenhum lixo perigoso deve ser descartado nos drenos, pois isso pode afectar negativamente
o desempenho das fossas sépticas; e
 Há duas opções potenciais de eliminação de resíduos médicos que devem ser geridas de
acordo com o procedimento de gestão descrito no Anexo 3 da Gestão de Resíduos Médicos
do CICV (2011) e os requisitos da legislação Moçambicana ). Os resíduos médicos gerados
no local devem ser incinerados e os resíduos descartados no aterro proposto. Em
alternativa, os resíduos médicos podem ser armazenados temporariamente numa instalação
designada e claramente demarcada antes do seu transporte para o Hospital Rural de
Montepuez para eliminação ou para a instalação de Pemba.

Declaração de Significância
Podem ocorrer impactos associados à gestão de resíduos sólidos gerais (não perigosos) e os
impactos são potencialmente de longo prazo. É provável que a extensão dos impactos seja limitada
à área de estudo. Sem mitigação os impactos definitivamente ocorrerão e provavelmente devem
ser considerados moderadamente graves. Com a mitigação recomendada a gravidade poderia ser
moderadamente ligeira. A significância geral do impacto sem mitigação seria MODERADA, mas
com mitigação seria BAIXA.

Com base na natureza mais provável dos resíduos perigosos não do processados, podem ocorrer
impactos e, devido ao potencial de acumulação de certas substâncias perigosas no ambiente, são
potencialmente permanentes. Devido ao potencial transporte destas substâncias para a água, o seu
impacto pode ser significativo para o distrito. Sem mitigação os impactos irão definitivamente ocorrer
e provavelmente seria considerado como muito grave e significância MUITO ELEVADA. No entanto,
com mitigação a gravidade poderia ser reduzida a moderada e a significância geral do impacto seria
MODERADA.

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Impacto 5.1: Poluição da terra e da água


Efeito
Probabilida
Impacto Escala Escala Gravidade do Significância Geral
de
Temporal Espacial Impacto
Resíduos gerais (não perigosos)
Sem Área de Moderadamente
Longo Prazo Provável MODERADA
Mitigação estudo Grave
Com Área de
Longo Prazo Ligeira Provável BAIXO
Mitigação estudo
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
Resíduos perigosos
Sem
Permanente Distrito Muito Grave Provável ELEVADA
Mitigação
Com
Permanente Distrito Moderada Pode ocorrer MODERADA
Mitigação
Opção
Não- NA NA NA NA Impact will not occur
Avançar

Impacto 5.2: Impacto de Incômodo (Produção de odores, impacto visual e atracção de pragas
e parasitas)

Causa e comentário

A armazenagem descontrolada de resíduos sólidos, em especial resíduos alimentares, pode atrair


vermes e pragas, incluindo roedores, aves e moscas. Estes parasitas/pragas podem constituir um
incómodo para as comunidades adjacentes e podem actuar como vectores da doença. A
armazenagem descontrolada de resíduos sólidos pode resultar na libertação de odores
desagradáveis que podem ser considerados como um incómodo para os utilizadores de terrenos
adjacentes, em particular o vento para baixo do material. Os compostos odoríferos também são
liberados de instalações de eliminação de resíduos sólidos relativamente bem geridas. A presença
de grandes quantidades de lixo em torno da instalação ou no aterro proposto pode constituir um
impacto visual para os funcionários e as comunidades locais.

Medidas de mitigação
Consulte as medidas de mitigação para o Impacto 5.1 - Poluição de terra e água (acima).

Declaração de Significância
Os impactos indesejáveis associados a gestão de resíduos sólidos provavelmente ocorrerão e os
impactos são potencialmente de longo prazo, mas limitados à área de estudo. Sem mitigação, os
impactos provavelmente devem ser considerados moderadamente graves, mas com mitigação a
gravidade pode ser reduzida a ligeira. A significância geral do impacto sem mitigação seria
MODERADA, mas com mitigação seria BAIXA.

Impacto 5.2: Impacto de Incômodo (Produção de odores, impacto visual e atracção de pragas e
parasitas)
Efeito
Probabilida
Impacto Escala Escala Gravidade do Significância Geral
de
Temporal Espacial Impacto
Sem Moderadamente
Longo Prazo Distrito Provável MODERADA
Mitigação Grave
Com
Longo Prazo Distrito Ligeira Provável BAIXA
Mitigação
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar

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6.3.2 Questão 6: Eliminação das águas residuais domésticas e das lamas de depuração
(Construção, Operação e Descomissionamento)

Impacto 6.1: Poluição do solo e da água

Causa e comentário
O esgoto doméstico é caracterizado por uma alta concentração de nutrientes, alto teor de matéria
orgânica e uma variedade de patógenos. Como tal, deve ser devidamente tratada antes da descarga
para o ambiente para evitar impactos negativos para a saúde humana e o ambiente. Se as águas
residuais não tratadas forem descarregadas para o ambiente, a elevada concentração de nutrientes
poderá levar à eutroficação dos recursos hídricos de superfície e consequente perturbação da
função ecológica no meio aquático. As lamas de esgoto das instalações de tratamento sanitário
teriam que ser removidas periodicamente. As lamas teriam de ser tratadas e eliminadas como
descrito na Secção 5.3.4. As lamas de esgoto também contêm altas concentrações de nutrientes e
podem ter um impacto semelhante nos recursos hídricos de superfície se não forem armazenadas
e descartadas de forma a minimizar a probabilidade de migração de contaminantes do lodo para os
recursos hídricos.

Medidas de mitigação
 Toda a água de lavagem doméstica e esgotos de todos os locais devem ser desviados para
as fossas sépticas (durante a construção) e/ou as estações de tratamento de esgoto
fechadas (durante a operação) para tratamento. A descarga de efluentes destas instalações
deve cumprir as normas de descarga de Moçambique como indicado no Apêndice A antes
da libertação para o ambiente, caso seja necessário fazê-lo. A prioridade seria a reciclagem
na lagoa de água do processo. As lamas de esgoto dessas instalações serão dispostas em
leitos de secagem separadas e feita compostagem. Uma outra lagoa será construída para
conter qualquer transbordo de emergência e a lagoa de transbordo de emergência é
projectado para, então, transbordar para a TSF. A lama estabilizada pode então ser seca e
disposta no aterro proposto ou, alternativamente, aplicada como condicionador do solo
durante a reabilitação da mina, desde que os níveis de constituintes tóxicos sejam
suficientemente baixos. Se a aplicação do solo for adoptada, a contaminação do solo deve
ser evitada e o padrão do solo prescrito pelo BAD (Apêndice C) deve ser adoptado;
 O pré-tratamento de óleo e graxa contendo efluentes de baias de combustível e oficinas de
veículos mecânicos será coletado em um poço de lamas e será bombeado para a Planta de
Processamento de Espessante de Rejeitos para reciclagem;
 Os sanitários químicos não devem ser utilizados durante o período de construção, a menos
que o conteúdo possa ser eliminado de uma forma que não represente uma ameaça para o
ambiente. Em vez disso, alternativas como Latrinas, casas de banho de compostagem ou
similares devem ser consideradas como alternativas preferidas. Se forem utilizadas Latrinas,
devem ser alinhadas, mantidas e situadas de forma a minimizar o risco de contaminação
dos recursos hídricos de superfície e sub-superficiais;
 Todas as instalações de tratamento de esgotos devem ser bem conservadas. Para este fim,
pelo menos um funcionário no local deve ser treinado para manter o (s) sistema (s);
 O desempenho dos sistemas de tratamento de esgotos e depósitos de reciclagem de água
(Planta de Processamento de Espessante de Rejeitos) deve ser monitorado regularmente.
Quando se verifica que um sistema apresenta um fraco desempenho, a causa do mau
desempenho deve ser investigada com tempo e medidas de remediação implementadas
para restaurar o desempenho;
 No caso em que as lamas devem ser removidas do (s) sistema (s), devem ser eliminadas
de forma a minimizar os riscos potenciais para a saúde humana e o ambiente e devem estar
em conformidade com a legislação nacional; e
 O programa de monitoramento ambiental para a instalação deve incorporar pontos de
monitoramento capazes de detectar um impacto negativo no meio ambiente associado à
descarga de esgoto tratado.

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Declaração de Significância

Os impactos ambientais associados à eliminação de esgotos irão definitivamente ocorrer. Como o


projecto proposto estará operacional por aproximadamente 25 anos, os impactos associados à
liberação de efluentes não tratados e à má gestão de lamas são potencialmente de longo prazo e
podem afectar a área de estudo. Sem mitigação, os impactos no solo e na água provavelmente
seriam moderadamente graves e de significância Planta de Processamento de Espessante de
Rejeitos. No entanto, com a implementação das medidas de mitigação recomendadas a gravidade
dos impactos seria ligeira e de significância BAIXA

Impacto 6.1: Poluição do solo e da água


Efeito
Probabilida
Impacto Escala Escala Gravidade do Significância Geral
de
Temporal Espacial Impacto
Sem Área de Moderadamente
Longo Prazo Provável MODERADA
Mitigação estudo Grave
Com Área de
Longo Prazo Ligeira Provável BAIXA
Mitigação estudo
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar

Impacto 6.2: Impactos para a saúde dos trabalhadores e das comunidades

Causa e comentário
As lamas de esgoto e de esgoto são normalmente caracterizadas por altas concentrações de
microrganismos patogênicos (vírus e bactérias) e helmintos. A exposição a efluentes não tratados,
directamente ou através de recursos hídricos contaminados, pode resultar na propagação de
numerosas doenças, incluindo a cólera.

Medidas de mitigação
Consulte as medidas de mitigação para o Impacto 6.1 acima. Além disso, são aplicáveis as
seguintes medidas de mitigação:
 Todos os funcionários encarregados da gestão dos sistemas de esgotos e saneamento
devem ser vacinados contra doenças chave associadas a estes fluxos de resíduos.

Declaração de Significância
Os microrganismos patogénicos são comumente encontrados em esgotos não tratados e a
libertação destes organismos para os corpos d'água utilizados para irrigação, beber, recreação ou
pesca pode resultar na propagação de doenças como a cólera. Os impactos na saúde associados
à liberação de efluentes de esgoto não tratados e à má gestão de lamas são potencialmente de
longo prazo e podem afectar o distrito. Sem mitigação, os impactos associados à saúde
provavelmente seriam graves e de significância MODERADA. Contudo, com a implementação das
medidas de mitigação recomendadas, os impactos seriam de gravidade ligeira e de significância
BAIXA.

Impacto 6.2: Impactos para a saúde dos trabalhadores e das comunidades


Efeito
Probabilida
Impacto Escala Escala Gravidade do Significância Geral
de
Temporal Espacial Impacto
Sem Distrito
Longo Prazo Grave MODERADA
Mitigação Provável
Com Distrito Pode
Longo Prazo Ligeira BAIXA
Mitigação Ocorrer
Opção
Não- NA NA NA NA ocorrerá
Avançar

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Impacto 6.3: Impactos de Incômodo (odor e moscas)

Causa e comentário
Esgoto bruto, lamas de esgoto e instalações de tratamento de esgoto estão frequentemente
associados com a liberação de odores desagradáveis e podem atrair um grande número de pragas
de insectos, como moscas. Os odores persistentes e a presença de pragas de insectos
provavelmente seriam considerados um incômodo para os trabalhadores e membros da
comunidade local. Se as águas residuais forem geridas correctamente, o nível destes factores de
incómodo pode normalmente ser reduzido significativamente.

Medidas de mitigação
Consulte as medidas de mitigação para o Impacto 6.1 acima

Declaração de Significância
A gestão dos esgotos será definitivamente associada com odores e pragas de insectos e, devido à
influência do vento, o impacto sobre qualquer receptor provavelmente seria de curto prazo. A
estação de tratamento será, contudo, relativamente pequena e, portanto, o impacto é susceptível
de ser confinado à área de estudo. Actualmente, também não existem comunidades na vizinhança
imediata da mina. Sem mitigação, os impactos provavelmente seriam moderadamente graves e de
significância MODERADA. No entanto, com a implementação das medidas de mitigação
recomendadas, os impactos provavelmente seriam de gravidade ligeira e de significância BAIXA.

Impacto 6.3: Impactos de Incômodo (odor e moscas)


Eeito
Probabilida
Impacto Escala Escala Gravidade do Significância Geral
de
Temporal Espacial Impacto
Sem Curto prazo Área de Moderadamente
Provável MODERADA
Mitigação estudo Grave
Com Curto prazo Área de Provável
Ligeira BAIXA
Mitigação estudo
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar

6.3.3 Questão 7: Eliminação das águas de escoamento / águas pluviais (Construção,


Operação e Desmissionamento)

Impacto 7.1: Poluição da terra e da água

Causa e comentário
É provável que as águas de escoamento sejam geradas no local devido à elevada precipitação,
lavagem de máquinas (incluindo veículos) e, possivelmente, actividades de supressão de poeiras.
A medida em que esta água migra através do local, ela tem o potencial para pegar vários poluentes,
tais como hidrocarbonetos e pequenas partículas sólidas. Além disso, o escoamento das
actividades de lavagem de máquinas também é susceptível de conter hidrocarbonetos. Se esta
água é descarregada sem tratamento, produtos químicos (hidrocarbonetos, pesticidas, etc.) e
sedimentos podem ser transportados para os corpos de água superficiais e sub-superficiais,
resultando em perturbação ecológica.

Medidas de mitigação
 A gestão de todo o escoamento deve obedecer, no mínimo, às exigências da legislação
Moçambicana (Decreto n.º 18/2004, alterado pelo Decreto n.º 67/2010);
 Deve ser desenvolvido um Plano de Gestão de Águas Pluviais para a mina e deve incorporar
medidas para desviar águas pluviais limpas para longe de empilhamentos, áreas de
armazenamento e eliminação de resíduos e outras áreas de operação;

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 Medidas de mitigação devem ser destinadas a reduzir o contacto entre as águas pluviais e
os produtos químicos perigosos. Isso deve ser considerado durante o planeamento do
sistema de drenagem de águas pluviais para as instalações da mina;
 Em termos de minimização da descarga de poluentes e da quantidade de escoamento que
necessitam de tratamento, toda a água de chuva deve ser segregada e a água limpa deve
ser desviada para evitar a mistura com água contendo alto teor de sólidos, minimizar o
volume de água. Água a ser tratada antes da libertação;
 Todo o escoamento das áreas de lavagem de máquinas deve passar através de um
separador de óleo e deve ser tratado como perigoso devido à presença de hidrocarbonetos.
Todas as outras águas de escoamento devem passar através de um separador de
sedimentos para remover a maioria dos sólidos em suspensão antes da descarga para o
ambiente. Todo o material sedimentado deve ser descartado no aterro; e
 A qualidade de todos os fluxos de resíduos líquidos descarregados do local, incluindo as
águas pluviais, deve ser monitorizada regularmente para garantir o cumprimento dos
requisitos da legislação e normas relevantes; e
 O projecto da mina incorporou uma série de considerações ambientais, incluindo; Separação
de água de contacto (contaminada) e água doce, reciclagem de água de contacto na planta
de processamento da mina, toda a água de oficinas e edifícios associados serão reciclados
pela água da planta, todos os esgotos que serão centralizados e tratados, desaguamento
de poço conduzido dentro e fora do poço pelo qual a água de poço exterior é classificada
como limpa e a água de poço interna é classificada como água de contacto , drenagem de
estéril em poços próximos no lado de poço, redução de escoamento de água de superfície
com concepção de despejo de resíduos ambiental.

Declaração de Significância
Podem ocorrer impactos associados à eliminação de escoamento e os impactos são possivelmente
de longo prazo e, considerando o clima relativamente seco, os impactos podem ser importantes
para a área de estudo. Sem mitigação, os impactos devem ser considerados moderadamente
graves, mas com mitigação a gravidade pode ser reduzida a ligeira. A significância geral do impacto
sem mitigação seria MODERADA, mas com mitigação seria BAIXA.

Impacto 7.1: Poluição da terra e da água


Efeito
Probabilida
Impacto Escala Escala Gravidade do Significância Geral
de
Temporal Espacial Impacto
Sem Longo prazo Área de Moderadamente
Provável MODERADA
Mitigação estudo Grave
Com Longo prazo Área de
Ligeira Provável BAIXA
Mitigação estudo
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar

6.4 Impactos cumulativos

6.4.1 Questão 8: Perfis regionais de resíduos e conscientização comunitária (Construção


e Operação)

Além da consideração dos impactos direCtos associados à produção de fluxos de resíduos pelo
desenvolvimento proposto, também é necessário considerar os impactos cumulativos que podem
se manifestar como consequência de múltiplos desenvolvimentos comerciais em larga escala na
região. No que diz respeito à gestão de resíduos, considerações chave são a mudança no perfil dos
fluxos de resíduos produzidos pelas comunidades locais e a conscientização dos membros da
comunidade local sobre os resíduos de gestão. Cada uma delas é discutida em mais detalhes
abaixo.

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Impacto 8.1: Conhecimento local das práticas de gestão de resíduos

Causa e comentário
Com base nas informações disponíveis, parece existir uma falta de infraestruturas de gestão de
resíduos bem concebidas e operadas, incluindo instalações de eliminação e iniciativas de
reciclagem na província de Cabo Delgado. Espera-se que o conhecimento entre os membros da
comunidade local da necessidade e da MOAP no que se refere à gestão de fluxos de resíduos seja
limitado. Embora um conhecimento limitado da gestão de resíduos não possa representar um risco
significativo enquanto as comunidades subsistem em grande parte da agricultura e da utilização de
recursos naturais, os riscos potenciais para a saúde ambiental e humana deverão aumentar à
medida que as comunidades se tornem mais ricas e densamente povoadas e a mudança de perfil
de resíduos para se assemelhar àqueles mais comumente associados com as sociedades urbanas.
Em particular, a quantidade de resíduos pode aumentar e os fluxos de resíduos podem começar a
incluir uma maior proporção de materiais não biodegradáveis e mesmo pequenas quantidades de
resíduos perigosos.

Espera-se que uma proporção significativa dos funcionários do POP venha de comunidades locais.
Além disso, outros indivíduos das mesmas comunidades podem ser empregados em outros
desenvolvimentos em larga escala propostos para a área. Através de seu emprego em tais
operações, esses membros da comunidade local serão treinados em uma série de questões
ambientais, incluindo a correcta gestão de resíduos. Esse conhecimento pode então ser transferido
para outros membros das comunidades locais, resultando em uma maior conscientização geral
sobre a importância da gestão de resíduos e potenciais oportunidades de reciclagem, dentro das
comunidades locais.

Medidas de mitigação
 Treinar todos os funcionários sobre a importância de uma gestão adequada dos fluxos de
resíduos e saneamento;
 Considerar opções para facilitar uma melhor gestão dos resíduos sólidos nas comunidades
locais. Isso pode incluir permitir que as comunidades locais descarreguem seus resíduos
sólidos na nova instalação de aterro ou formem comunidades locais em técnicas de
compostagem. Isso pode ser incorporado em um plano de urbanização para a área.
 Considerar a possibilidade de envolver as comunidades locais em iniciativas de reciclagem
de resíduos se estas forem consideradas práticas dentro do contexto do projecto.

Declaração de Significância
O desenvolvimento de um conhecimento e apreciação da necessidade de uma gestão sólida dos
resíduos entre os trabalhadores e subsequente disseminação informal deste conhecimento nas
comunidades locais pode, em última instância, juntamente com a provisão de infraestruturas de
gestão de resíduos, tais como áreas temporárias de armazenamento temporário ou aterro sanitário
(talvez através de um plano de urbanização), resultam numa melhor gestão dos fluxos de resíduos
nas comunidades locais. Como um dos impactos positivos seria um maior conhecimento local, o
impacto pode ser considerado permanente. Sem mitigação, o impacto seria possivelmente
considerado ser ligeiramente benéfico e de significância BAIXA positiva. No entanto, com mitigação,
o impacto pode ser considerado benéfico e de significância MODERADA positiva.

Impacto 8.2: Mudança nos perfis de resíduos nas comunidades locais

Causa e comentário
O desenvolvimento proposto, juntamente com outros na região, elevará o perfil econômico das
comunidades locais e resultará em uma mudança no perfil dos fluxos de resíduos da comunidade,
tanto em termos de quantidade quanto da natureza dos resíduos. Se as práticas de gestão de
resíduos existentes não forem adaptadas, isso poderá resultar em potenciais impactos visuais, bem
como em impactos de saúde, segurança e meio ambiente em torno das comunidades.

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Medidas de mitigação
 A mina poderia auxiliar no desenvolvimento de facilitação de um plano de urbanização para
as comunidades locais;
 Considerar opções para facilitar uma melhor gestão dos resíduos sólidos nas comunidades
locais. Isso pode incluir permitir que as comunidades locais descarrem seus resíduos sólidos
na nova instalação de aterro, treinando as comunidades locais em técnicas de compostagem
ou investigando e, se considerado viável, apoiando iniciativas de reciclagem.

Declaração de Significância
O impacto provavelmente seria de significância negativa MODERADA sem mitigação e BAIXA
negativa com mitigação.

Impacto 8.1: Conhecimento local das práticas de gestão de resíduos


Efeito
Probabilida
Impacto Escala Escala Gravidade do Significância Geral
de
Temporal Espacial Impacto
Sem Longo prazo Ligeiramente
Distrito Definitivo BAIXA (+ va)
Mitigação benéfica
Com Longo prazo
Distrito Benéfica Definitivo MODERADA (+ va)
Mitigação
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
Impacto 8.2: Mudança para perfis de resíduos nas comunidades locais
Efeito
Probabilida
ImpactO Escala Escala Gravidade do Significância Geral
de
Temporal Espacial Impacto
Sem Longo prazo Moderadamente
Distrito Definitivo MODERADA
Mitigação Grave
Com Longo prazo
Distrito Ligeira Definitivo BAIXA
Mitigação
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar

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7 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
Uma revisão da legislação relevante e documentos de políticas sugeriu que a gestão de resíduos
em Moçambique ainda está em sua infância. A falta de infraestrutura de gestão de resíduos para a
gestão segura de resíduos na Província de Cabo Delgado e, como tal, o proponente deve empregar
medidas para gerir eficazmente os resíduos gerados a partir do projecto para não contribuir para a
má gestão dos resíduos.

Com base na descrição do projecto disponível e na informação suplementar obtida a partir de uma
variedade de fontes, foi possível avaliar os prováveis impactos associados à gestão dos fluxos de
resíduos do PGM proposto em Moçambique.

Foram identificados 15 impactos (Tabela 7.1) e destes, com mitigação, 13 foram considerados de
baixa significância negativa e um de significância negativa MODERADA. Um impacto foi
considerado benéfico e de significância moderada com mitigação. No entanto, devido à potencial
natureza a longo prazo dos impactos relacionados com resíduos, é essencial que o desenvolvedor
cumpra os requisitos legais nacionais e MOAP no que diz respeito à gestão de todos os fluxos de
resíduos. Embora algumas medidas específicas de mitigação tenham sido incluídas neste
documento, são fornecidas mais orientações detalhadas sobre a gestão dos principais fluxos de
resíduos nos documentos referenciados neste relatório.

Tabela 7.1: Resumo dos impactos ambientais relacionados aos resíduos para o Projecto de
Grafite da Suni Resources
Efeito
Probabilida
Impacto Escala Escala Gravidade do Significância Geral
de
Temporal Espacial Impacto
QUESTÃO 1: ELIMINAÇÃO DE ESTÉRIL E REJEITOS
Impacto 1.1: Saúde e segurança dos trabalhadores e das comunidades locais
Sem Pode
Longo Prazo Localizado Muito grave ELEVADA
Mitigação ocorrer
Com Pouco
Longo Prazo Localizado Ligeira BAIXA
Mitigação Provável
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
QUESTÃO 2: DERRAMAMENTO DE MINÉRIO BRUTO DURANTE O TRANSPORTE E UTILIZAÇÃO
DE CORREIA TRANSPORTADORA

BImpacto 2.1: Perturbação da função ecológica


Sem Pode
Longo Prazo Localizado Moderada MODERADA
Mitigação ocorrer
Com Pouco
Longo Prazo Localizado Ligeira BAIXA
Mitigação Provável
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
QUESTÃO 3: ARMAZENAMENTO DE EFLUENTES NA LAGOA DE ÁGUA DO PROCESSO
Impacto 3.1: Poluição dos solos e dos recursos hídricos
Sem Moderadamente
Médio Prazo Localizado Provável MODERADA
Mitigação Grave
Com Gravidade Pode
Médio Prazo Localizado BAIXA
Mitigação Ligeira Ocorrer
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
Impacto 3.2: Risco para a saúde e segurança dos trabalhadores

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Efeito
Probabilida
Impacto Escala Escala Gravidade do Significância Geral
de
Temporal Espacial Impacto
Sem
Médio Prazo Localizado Muito Grave Provável ELEVADA
Mitigação
Com Moderadamente Pouco
Médio Prazo Localizado BAIXA
Mitigação Grave Provável
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
QUESTÃO 4: ELIMINAÇÃO DOS RECIPIENTES QUÍMICOS USADOS COM RESÍDUOS QUÍMICOS
POTENCIALMENTE PERIGOSOS
Impacto 4.1: Risco para a saúde e segurança dos trabalhadores
Sem
Médio Prazo Localizado Muito Grave Provável ELEVADA
Mitigação
Com Gravidade Pouco
Médio Prazo Localizado BAIXA
Mitigação Ligeira Provável
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
Impacto 4.2: Poluição dos recursos hídricos e do solo
Sem
Médio Prazo Localizado Muito Grave Provável ELEVADA
Mitigação
Com Gravidade Pouco
Médio Prazo Localizado BAIXA
Mitigação Ligeira Provável
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
QUESTÃO 5: GESTÃO DE RESÍDUOS GERAIS E RESÍDUOS PERIGOSOS
Impacto 5.1: Poluição da terra e da água
Resíduos gerais (não perigosos)
Sem Área de Moderadamente
Longo Prazo Provável MODERADA
Mitigação estudo Grave
Com Área de
Longo Prazo Ligeira Provável BAIXA
Mitigação estudo
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
Resíduos perigosos
Sem
Permanente Distrito Muito Grave Provável ELEVADA
Mitigação
Com Pode
Permanente Distrito Moderada MODERADA
Mitigação Ocorrer
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
Impacto 5.2: Impacto de Incômodo (Produção de odores, impacto visual e atracção de pragas e
parasitas)
Sem Distrito Moderadamente
Longo Prazo Provável MODERADA
Mitigação Grave
Com Distrito
Longo Prazo Ligeira Provável BAIXA
Mitigação
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar

QUESTÃO 6: ELIMINAÇÃO DE ÁGUAS RESIDUAIS DOMÉSTICAS E LAMAS DE ESGOTO


Impacto 6.1: Poluição do solo e da água

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Efeito
Probabilida
Impacto Escala Escala Gravidade do Significância Geral
de
Temporal Espacial Impacto
Sem Área de Moderadamente
Longo Prazo Provável MODERADA
Mitigação estudo Grave
Com Área de
Longo Prazo Ligeira Provável BAIXA
Mitigação estudo
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
Impacto 6.2: Impactos para a saúde dos trabalhadores e das comunidades
Sem Distrito
Longo Prazo Grave Provável MODERADA
Mitigação
Com Distrito Pode
Longo Prazo Ligeira BAIXA
Mitigação Ocorrer
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
Impacto 6.3: Impactos de Incômodo (odor e moscas)
Sem Área de Moderadamente
Curto Prazo Provável MODERADA
Mitigação estudo Grave
Com Área de
Curto Prazo Ligeira Provável BAIXA
Mitigação estudo
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
QUESTÃO 7: ELIMINAÇÃO DA ÁGUA DE ESCOAMENTO/PLUVIAL
Impacto 7.1: Poluição da terra e da água
Sem Área de Moderadamente
Longo Prazo Provável MODERADA
Mitigação estudo Grave
Com Área de
Longo Prazo Ligeira Provável BAIXA
Mitigação estudo
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar
IMPACTO CUMULATIVO
QUESTÃO 8: PERFIS REGIONAIS DE RESÍDUOS E SENSIBILIZAÇÃO COMUNITÁRIA
Impacto 8.1: Conhecimento local das práticas de gestão de resíduos
Sem Ligeiramente
Longo Prazo Distrito Definitivo BAIXA (+va)
Mitigação Benéfica
Com
Longo Prazo Distrito Benéfica Definitivo MODERADA (+va)
Mitigação
Opção
Não- NA NA NA NA O impacto não
Avançar ocorrerá
Impacto 8.2: Mudança para perfis de resíduos nas comunidades locais
Sem Moderadamente
Longo Prazo Distrito Definitivo MODERADA
Mitigação Grave
Com
Longo Prazo Distrito Ligeira Definitivo BAIXA
Mitigação
Opção
O impacto não
Não- NA NA NA NA
ocorrerá
Avançar

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Recomenda-se que todos os fluxos de resíduos sejam geridos de acordo com a hierarquia de gestão
de resíduos e com o Regulamento de Gestão de Resíduos Sólidos Municipais (Decreto 94/2014,
de 31 de Dezembro) e o Regulamento de Gestão de Resíduos Perigosos (Decreto 83 / 2014 de 31
de Dezembro). Isto especifica que sempre que possível, a produção de resíduos deve ser prevenida
ou minimizada na fonte. Onde a prevenção ou minimização adicional não é possível, os resíduos
devem ser reutilizados, reciclados e depois descartados de forma responsável para minimizar os
impactos ao meio ambiente. As opções de minimização, reutilização, reciclagem e eventual
eliminação de resíduos devem ser exploradas mais aprofundadamente durante o desenvolvimento
do Plano Integrado de Gestão de Resíduos para a instalação.

Devido à situação local em função da localização remota do local do projecto e da legislação


pertinente, recomenda-se que o desenvolvimento proposto do aterro de resíduos não perigosos
seja instalado, projectado e operado de acordo com as normas internacionais, de modo a isolar os
resíduos e evitar contaminação ambiental, particularmente a contaminação das águas
subterrâneas. O aterro exigirá licenciamento e auditoria pelo MITADER. Como tal, devem ser
desenvolvidas orientações sobre a concepção e selecção do local do aterro, em conformidade com
o Anexo I do Regulamento sobre Gestão de Resíduos, Moçambique (Decreto 83/2014, de 31 de
Dezembro) (Apêndice E), para orientar a instalação. Até que esta instalação esteja totalmente
operacional, todos os resíduos produzidos durante a fase de construção devem ser armazenados
no local em uma área segura de controle de acesso, de forma legalmente compatível, minimizando
os impactos ambientais.

Serão consideradas opções alternativas para a gestão e eliminação de resíduos perigosos no Plano
Integrado de Gestão de Resíduos. Estas seriam desenvolver uma célula dedicada e especialmente
projectada de resíduos perigosos dentro do novo aterro no local ou, alternativamente, construir uma
instalação de bacia de contenção protegida para armazenamento temporário de resíduos perigosos
no local até que possa ser transportado para fora do local para eliminação segura. Embora o único
aterro de resíduos perigosos estabelecido em Moçambique esteja localizado em Maputo, existe
uma indicação de que novas instalações de eliminação de resíduos perigosos estão a ser
desenvolvidas em todo o país e mais perto do local do projecto, incluindo um em Pemba (Província
de Cabo Delgado), que fica a aproximadamente 200 km de distância. A eliminação de resíduos
perigosos nessa instalação deve ser considerada como a opção preferida.

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REFERÊNCIAS
Adriaan Tas and Antoine Belon (2014): A Comprehensive Review of the Municipal Solid Waste
Sector in Mozambique

African Development Bank (1995): Guidelines for Mining Projects

Ashley, P.M. (2012): Petrographic Report on Six Drill Core Samples from the Balama Graphite
Project, North Mozambique, Report No 779

Basel Convention Series (2002): Basel Convention Guidelines on Specially Engineered Landfill,
Series/SBC No. 02/03

Bertelsmann Stiftung’s Transformation Index (2012): Mozambique Country Report.

Coastal & Environmental Services (2016): Suni Resources S.A. Montepuez Graphite Project, Draft
Pre-feasibility and Environmental Scoping Report, CES, Cape Town.

Environmental Protection Agency (2000): Landfill Manuals - Landfill Site Design.

Exigo (2017): CES Metals of Africa: Hydrogeological Specialist Investigation – Groundwater Impact
Assessment.

International Committee of the Red Cross (2011): Medical Waste Management

Leak, M. (2014): Triton Minerals Limited, Balama North Scoping Study, November 2014. Optiro.

Ribeiro, N and Chauque, A. (2010): Gender and Climate Change: Mozambique Case Study. Heinrich
Boll Foundation Southern Africa, Cape Town

Rushbrook and Pugh (1999): Solid Waste Landfills in Middle and Lower Income Countries - World
Bank Technical Paper No.426

Twigg Exploration (2012): Memorandum on Preliminary Ore Characterisation, dated 4 July 2012.
World Bank Group (1998a): Pollution Prevention and Abatement Handbook - General Environmental
Guidelines

South African National Standard 10234 (2008): Globally Harmonized System of classification and
labelling of chemicals

United Nations (2005): Recommendations on the Transport of Dangerous Goods – Model


Regulations, 14th revised edition.

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APÊNDICE A: PADRÕES SANITÁRIOS PARA EFLUENTES

Poluente/Medida Unidades MITADER

Cor Presente / Ausente Diluição 1:20


Cheiro Presente / Ausente Diluição 1:20
Sólidos Totais em Suspensão mg/l 60
pH S.U. 6-9
DQO mg/l 150
DBO mg/l -
Óleo e Graxa mg/l -
Nitrogênio Total mg/l 15
Fósforo Total mg/l 10y
Bactérias Coliformes totais NMPb/100ml
Aumento de temperatura oC 35°z
a: Não se aplica a sistemas de tratamento de águas residuais centralizados, municipais, que estão incluídos nas
Directrizes de EHS para Água e Saneamento
b: NMP = Número Mais Provável
y: 3 mg/l em zonas sensíveis
z: Aumento no meio receptor
q: Água utilizada para irrigação

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APÊNDICE B: PADRÕES DE EFLUENTES DAS MINAS

Poluente/Medida Unidades MITADER


Alumínio mg/l 1.5
Amônia mg/l 0.4
Arsênico mg/l 0.05
Berélio mg/l 1.5
DBO mg/l <5
Bario mg/l 5
Cádmio mg/l 0.005
Crômio (Total) mg/l -
Crômio (VI) mg/l 0.05
DQO mg/l -
Cobre mg/l 0.05
Cianeto mg/l 0.005
Cianeto (Free) mg/l -
Cianeto (Total) mg/l -
Cianeto WAD mg/l -
Oxigênio dissolvido mg/l ≤6
Material flutuante Presente / Ausente Ausente
Fluoretos mg/l 1.4
Ferro (Total) mg/l 0.3
Chumbo mg/l 0.01
Manganês mg/l 0.1
Mercúrio mg/l 0.0001
Níquel mg/l 0.1
Nitrato mg/l 10
Nitrito mg/l 1
Nitrogênio mg/l -
Óleo e Graxa Presente / Ausente Ausente
pH S.U. 6.5 - 8.5
Fenóis mg/l 0.001
Fósforo mg/l -
Cloro residual mg/l 0.01
Selênio mg/l 0.01
Prata mg/l 0.005
Substâncias que
reagem com o azul de mg/l 0.5
metileno
Sulfito como o
dissulfureto de mg/l 0.002
hidrogênio
Temperatura °C -
Estanho mg/l 2

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Poluente/Medida Unidades MITADER


Sólidos Totais em
mg/l -
Suspensão
Urânio mg/l 0.5
Zinco mg/l 0.01

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APÊNDICE C: PADRÕES DO SOLO

BAD
Poluente/Medida Unidades
A B C
Cádmio mg/kg - 5 20
Cromio mg/kg - 250 800
Cobre mg/kg - 100 500
Chumbo mg/kg - 150 600
Mercúrio mg/kg - 2 10
Níquel mg/kg - 100 500
Zinco mg/kg - 500 3000
Bromo mg/kg 20 50 300
Cianeto (total livre) mg/kg 1 10 100
Fluoretos mg/kg - 400 2000
Sulfureto mg/kg 2 20 200
Benzeno mg/kg 0.05 0.5 5
Etilbenzeno mg/kg 0.05 0.5 50
Tolueno mg/kg 0.05 3 30
Xileno mg/kg 0.05 5 50
Fenóis mg/kg 0.05 1 10
Total de hidrocarbonetos mg/kg - 7 70
A: Valor de referência, sem poluente
B: Valor para futuras investigações
C: Valor para acções de remediação

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APÊNDICE D: ESCALAS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO DA CES


Os especialistas são obrigados a fornecer os relatórios em uma disposição e estrutura específicos,
de modo a que um volume de relatório uniforme de especialidade possa ser produzido. Para garantir
uma comparação directa entre vários estudos de especialidade, foram definidas escalas de
avaliação padronizadas para avaliar e quantificar os impactos identificados. Isso é necessário
porque os impactos têm uma série de parâmetros que precisam ser avaliados.

Cinco factores precisam ser considerados quando se avalia a significância dos impactos, a saber:

1. Relação do impacto com escalas temporais - a escala temporal define a significância do


impacto em várias escalas temporais, como uma indicação da duração do impacto

2. Relação do impacto com escalas espaciais - a escala espacial define a extensão física do
impacto

3. A gravidade do impacto - a escala de grave/benefício é usada para avaliar cientificamente


como os impactos negativos graves seriam, ou como os impactos positivos benéficos seriam
sobre um determinado sistema afectado (para impactos ecológicos) ou uma determinada
parte afectada.

A gravidade dos impactos pode ser avaliada com e sem mitigação, de modo a demonstrar a
gravidade do impacto quando nada é feito sobre ele. A palavra “mitigação” significa não
apenas “compensação”, mas também as idéias de contenção e remediação. Para os impactos
benéficos, optimização significa qualquer coisa que pode melhorar os benefícios. No entanto,
a mitigação ou optimização deve ser prática, tecnicamente viável e economicamente viável.

4. A probabilidade de o impacto ocorrer - a probabilidade de impactos que ocorrem como


resultado das acções do projecto difere entre impactos potenciais. Não há dúvida de que
alguns impactos ocorreriam (por exemplo, perda de vegetação), mas outros impactos não
são tão prováveis de ocorrer (por exemplo, acidente de veículo) e podem ou não resultar do
desenvolvimento proposto. Embora alguns impactos possam ter um efeito grave, a
probabilidade de ocorrência deles pode afectar sua significância geral.

Cada critério é classificado de acordo com a Tabela D-1 e a Tabela D-2 para determinar a
significância geral de uma actividade. Em primeiro lugar, o critério é considerado em duas
categorias, viz. Efeito da actividade e a probabilidade do impacto (Tabela D-1). A significância do
efeito e da probabilidade são então lidas da matriz apresentada na Tabela D-2, para determinar a
significância geral do impacto. A significância geral é negativa ou positiva.

A escala de significância ambiental é uma tentativa de avaliar a importância de um impacto particular.


Esta avaliação deve ser realizada no contexto relevante, já que um impacto pode ser ecológico ou
social, ou ambos. A avaliação da importância de um impacto depende fortemente dos valores da
pessoa que faz o julgamento. Por esta razão, impactos de natureza especialmente social precisam
reflectir os valores da sociedade afectada.

Impactos Cumulativo
Impactos cumulativos afectam a classificação de significância de um impacto, pois consideram o
impacto em termos de fontes no local e fora do local. Por exemplo, o ruído gerado por uma
actividade (no local) pode resultar em um valor que está dentro dos Padrões de Ruído do Banco
Mundial para áreas residenciais. Actividades na área circundante também podem criar ruído,
resultando em níveis também dentro dos padrões do Banco Mundial. Se as actividades no local e
fora do local ocorrerem simultaneamente, o nível de ruído total no receptor especificado pode
exceder os Padrões do Banco Mundial. Por esta razão, é importante considerar os impactos em
termos de sua natureza cumulativa.

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Sazonalidade
Embora a sazonalidade não seja considerada na classificação da significância, se puder influenciar
a avaliação durante várias épocas do ano. Como a sazonalidade só influenciará certos impactos,
só será considerada para estes, com medidas de gestão sendo impostas de acordo (isto é, medidas
de supressão de poeira implementadas durante a estação seca).

Priorização
A avaliação dos impactos, conforme descrito acima, é usada para priorizar quais impactos requerem
medidas de mitigação

Os impactos negativos classificados como de “MUITO ELEVADOS” e “ELEVADOS” serão


investigados para determinar como o impacto pode ser minimizado ou quais actividades alternativas
ou medidas de mitigação podem ser implementadas. Esses impactos podem também auxiliar os
tomadores de decisão, isto é, muitos impactos negativos ELEVADOS podem trazer uma decisão
negativa.

Para impactos identificados como tendo um impacto negativo de significância “MODERADA”, é


prática corrente investigar actividades alternativas e/ou medidas de mitigação. As medidas de
mitigação mais eficazes e práticas serão então propostas.

Para os impactos classificados como de significância “BAIXA”, nenhuma investigação ou


alternativas serão consideradas. Serão investigadas possíveis medidas de gestão para assegurar
que os impactos permaneçam de significância baixa.

Tabela D-1: Classificação dos Critérios de Avaliação


Escala temporal
Curto prazo Menos de 5 anos
Médio prazo Entre 5 e 20 anos
Entre 20 e 40 anos (uma geração) e de uma perspectiva
Longo prazo
humana quase permanente
Mais de 40 anos e resultando em uma mudança
Permanente
permanente e duradoura que sempre estará
Escala espacial
Propriedade A escala localizada e alguns hectares de extensão. Esta
escala aplica-se a uma pessoa ou pessoas dentro e ao
redor da área de estudo
Localizado Esta escala aplica-se à pegada do projecto.
Área de estudo Área directamente afectada pelo local proposto e seus
arredores imediatos (área de concessão da mina).
Áreas de Autoridade Determinado pela administração local.
Tradicional
Distrito Distrito
Nacional Nível do país
Internacional Nível internacional
Gravidade Beneficiar
Ligeira/Ligeiramente Impactos ligeiros
Ligeiramente benéfico para o (s)
Benéfico sobre o (s) sistema (s)
sistema (s) afectado (s) ou parte
afectado (s) ou parte
(s)
(s)
Moderada/Moderadamente Impactos moderados Um impacto de benefício real
Benéfica no (s) sistema (s) para o (s) sistema (s) afectado (s)
afectado (s) ou parte ou parte (s)

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Avaliação de especialidade de Resíduos e Águas Residuais – Maio, 2017

(s)
Grave/Benéfico Impactos graves
Um benefício substancial para o
sobre o (s) sistema (s)
(s) sistema (s) afectado (s) ou
afectado (s) ou parte
parte (s)
(s)
Muito Grave/Muito Mudança muito grave
Um benefício muito substancial
Benéfico no (s) sistema (s)
para o (s) sistema (s) afectado (s)
afectado (s) ou parte
ou parte (s)
(s)
Probabilidade
Pouco Provável A probabilidade destes impactos ocorrer é ligeira
Pode Ocorrer A probabilidade desses impactos ocorrer é possível
Provável A probabilidade destes impactos ocorrer é provável

Definitivo A probabilidade é que esse impacto ocorra definitivamente

Em certos casos, pode não ser possível determinar a gravidade de um impacto, portanto, pode ser
determinado: Não se sabe/Não se pode saber

Tabela D-2: Descrição das Avaliações de Significância Ambiental

Significância Descrição Pontuação


Impacto aceitável para o qual a mitigação é
desejável, mas não essencial. O impacto por si só é insuficiente
mesmo em combinação com outros baixos impactos para impedir
Baixa
que o desenvolvimento seja aprovado.
Estes impactos resultarão em efeitos positivos ou negativos de
médio a curto prazo sobre o ambiente social e/ou natural.
Um impacto importante que requer mitigação. O impacto é
insuficiente por si só para impedir a execução do projecto, mas
que em conjunto com outros impactos pode impedir a sua
Moderada
implementação.
Esses impactos geralmente resultarão em um efeito positivo ou
negativo de médio a longo prazo no ambiente social e/ou natural
Um impacto sério, se não mitigado, pode impedir a
implementação do projecto (se for um impacto negativo).
Estes impactos seriam considerados pela sociedade como
Elevada
constituindo uma mudança importante e geralmente uma
mudança de longo prazo para o ambiente (natural e/ou social) e
resultando em efeitos graves ou efeitos benéficos.
Um impacto muito grave que, se negativo, pode ser suficiente por
si só para impedir a execução do projecto. O impacto pode
Muito
resultar em mudança permanente. Muitas vezes, estes impactos
elevada
são imutáveis e geralmente resultam em efeitos muito graves ou
efeitos muito benéficos.

Exemplo de como usar a Metodologia de Avaliação de Impacto Ambiental da CES ao redigir


os impactos

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Avaliação de especialidade de Resíduos e Águas Residuais – Maio, 2017

A CES recomenda o método de escrita descrito abaixo como uma maneira de reduzir a quantidade
de escrita descritiva normalmente exigida. Baseia-se na utilização da metodologia de avaliação de
impacto adoptada e disponibilizada pela CES.

Impacto 1: Contaminação das águas superficiais e subterrâneas

Causa e comentário
Estima-se que cerca de 150 trabalhadores da construção civil serão empregados no local. Esses
trabalhadores gerarão resíduos sanitários que precisam ser cuidadosamente geridos e devidamente
descartados.
(Nota aos consultores: esta declaração pode ser mais longa e pode incluir dados (e tabelas, etc.)
que justifiquem as avaliações de impacto fornecidas na tabela de impacto abaixo).

Mitigação e Gestão
Os sanitários químicos poderiam ser usados no acampamento de construção e estes teriam que
ser esvaziados periodicamente e os resíduos descartados em uma estação de tratamento de esgoto
municipal. Se um conservadoramente assume um volume de 50L de água de lavagem e de esgoto
por indivíduo durante uma jornada de trabalho, então o volume total de efluente que requer
eliminação poderia ser ~ 17m3 por dia.

Declaração de Significância
Efeito
Gravidade Pontuação Significância
Impacto Escala Escala Probabilidade
do total Geral
Temporal Espacial
Impacto
Sem Curto Área de
Moderada Definitivo MODERADA
Mitigação prazo Estudo
Com Curto Pouco
Localizado Ligeira BENÉFICA BAIXA
Mitigação prazo Provável

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APÊNDICE E: GESTÃO DE ATERRO SANITÁRIO (DECRETO 83/2014 DE


31 DE DEZEMBRO)
ANEXO II

ATERROS SANITÁRIOS

I. PARTES ESCRITAS

A. documento descritivo e justificação

a) Objectivo do projecto.
b) Planeamento, selecção do local e bases do Projecto, incluindo volume e área ocupada.
c) Características geotécnicas e hidrogeológicas geológicas do local;
d) Tipologia e quantidade de resíduos;
e) Processos de gestão de riscos;
f) Respeitar os procedimentos de prevenção e minimização da produção de resíduos;
g) Técnicas, equipamentos e procedimentos a observar para o tratamento de resíduos;
h) Localização e características do local de armazenagem de resíduos, bem como
procedimentos de armazenagem, incluindo informações sobre o tipo e as características
dos contentores de armazenagem;
i) Tipo, características dos meios de transporte e procedimentos a observar para o
transporte de resíduos, desde o ponto de sua geração até ao local da sua eliminação;
j) Procedimentos para observar a deposição ou eliminação de resíduos;
k) Sistema de impermeabilização;
l) Sistemas de drenagem de águas pluviais e lixiviados;
m) Tratamento de lixiviados, previsão da quantidade e qualidade do lixiviado;
n) Monitorização dos lixiviados e das águas subterrâneas, de modo a evitar a
contaminação das águas subterrâneas;
o) Drenagem e tratamento do biogás, se necessário;
p) Plano de negócios do aterro sanitário;
q) Estrutura do pessoal e calendário de trabalho;
r) Pessoal do sistema de planos de segurança das populações;
s) Plano de aceitação de resíduos;
t) Plano de recolha de resíduos;
u) Cobertura final, recuperação da paisagem e monitoramento pós-encerramento;
v) Procedimentos em caso de acidente, derramamento de óleo. Descarga e fugas
acidentais;
w) Meios e responsabilidades para a execução das actividades definidas no plano de
gestão de resíduos.

B. Dimensionamento

a) Cálculo e dimensionamento das barreiras de impermeabilização;


b) Dimensionamento e cálculos de instalações de tratamento de lixiviados.

II. PARTES PROJECTADAS


A. localização da planta (1:25 000 escala)

B. Plano Geral do aterro, com indicações claras de todos os componentes da


infraestrutura, incluindo a implementação da eliminação de resíduos e o pré-tratamento;

C. Detalhes da estratigrafia de impermeabilização e cobertura final do aterro.

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APÊNDICE F: INFORMAÇÃO FORNECIDA AO PEDIDO


DOCUMENTO DE PEDIDO DE INFORMAÇÃO

Projecto AIAS Suni Resources S.A.


Coastal & Environmental Services Número do RFI 002
Block D, Gillooly’s View Office Park documento
1 Osborne Lane, Bedfordview 2007 Assunto Gestão de Resíduos
tel: +27 (11) 607 8469
fax: +27 (11) 616 9929
Pedido por Eric Igbinigie
| www.eoh.co.za | www.cesnet.co.za Pedido a Regina Molloy
Data do pedido 9 de Setembro 2016
Data exigida 12 Novembro 2016
Orçamento alocado N/A

Informação de Base
Por favor forneça uma descrição detalhada do projecto sobre o desenvolvimento
proposto. A descrição deve incluir detalhes do fluxo do processo e quantidades
esperadas de resíduos gerados em cada etapa. Além disso, forneça respostas à lista
de solicitação de informações específicas abaixo.

Comentários
Por favor forneça todas as informações solicitadas o mais rápido possível.

Requisito de relatório

Requisitos de circulação
Pessoa Empresa Email

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Informação requerida Comentários
Fase de Construção

1. Número de trabalhadores a serem empregados no local A média esperada de pessoal durante a construção será de 500 a 600 pessoas
durante a construção.

2. Número de trabalhadores a serem acomodados no local Aproximadamente 500 pessoas


durante a construção.

3. Tipo de tratamento/gestão de esgoto durante a fase de Inicialmente, o esgoto será descarregado em uma série de tanques digestores enterrados
construção (sanitários móveis, latrinas, fossas sépticas, etc.) que permitirão o transbordamento de água cinzenta para drenagens enterradas de lixiviação.
Em última análise, uma planta de tratamento de esgoto construída para o propósito tratará
todo o esgoto bruto quando a vila de acomodação for construída.
4. O que se pretende para a gestão de água de lavagem Água de lavagem? Descarregada em drenos de lixiviação.
durante a fase de construção.
5. Proposta de gestão geral de resíduos durante a fase de Aterro sanitário.
construção (aterro, reciclagem, colecta e disposição em
locais registados, etc.)
6. Se o aterro sanitário não for construído no local, onde serão
eliminados os resíduos (forneça o nome da instalação, em
que cidade e distância do local - em km. Por favor, também
forneça o nome do provedor de serviços registado)
7. O que é proposto para a gestão de resíduos médicos Incineração.
(incineração, colecta e transporte para um hospital próximo
para eliminação)?
8. Forneça uma lista detalhada das instalações no local. Estas Poço de mina, local de descarga de resíduos, local de aterro, magazine, instalações de
devem incluir instalações relacionadas ao processo e não empreiteiros da mina, planta de processo, edifício de administração, edifício de abluções,
relacionadas ao processo (auxiliares) (por exemplo, poço da vestiário, edifício de segurança, laboratório, oficina / armazém, reagentes e áreas de
mina, local de descarga de resíduos, aterro sanitário, Planta, armazenamento de consumíveis, estação de energia, armazenamento de combustível a
instalações de armazenamento, estação de primeiros granel Instalação, clínica médica, cozinha, área de recreação, edifícios de alojamento,
socorros, oficina, cozinha, laboratório, construção de lavandaria, parques de estacionamento, estradas, linhas de energia, tubulações, instalações
administração, alojamento etc.). de armazenamento de rejeitos, instalações de armazenamento de água, estação de
tratamento de água, estação de tratamento de esgoto
9. Se gerar resíduos perigosos, o que é proposto para a gestão Não serão gerados resíduos perigosos
de resíduos perigosos?
10. Se resíduos perigosos forem descartados em um aterro fora N/A
do local, onde a disposição terá lugar? (Distância do local e
nome da cidade onde está localizado)
11. Se resíduos perigosos não forem descartados em um aterro N/A
a ser construído no local, o que está planeado?

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12. Duração da fase de construção Nominalmente 8 meses para vila de acomodação e 18 meses para instalações e
infraestrutura do processo.
Fase Operacional
13. Vida útil proposta da operação (duração da operação) 23 anos

14. Forneça uma descrição detalhada do processo, inclusive a Veja outro documento AIA já fornecido
de uma planta de processamento
15. Forneça o diagrama de fluxo do processo. Veja fluxograma já fornecido

16. Forneça detalhes (kg, m 3) de resíduos do processo que Os rejeitos serão constituídos por 270 toneladas por hora de sólidos. Este será em uma
serão gerados em cada etapa de mineração e pasta em 50-60% de relação sólidos a água
processamento e gestão proposta.
17. Número de trabalhadores operacionais a serem empregados Aproximadamente 300
durante a fase operacional.
18. Número de trabalhadores (se houver) a serem acomodados Aproximadamente 250
no local durante a fase operacional.
19. Número de trabalhadores por turno? Aproximadamente 60

20. Tipo de tratamento / gestão de esgoto durante a fase Os tanques sépticos serão localizados em vários locais dentro das instalações da planta de
operacional (Planta fechada, Latrinas, fossas sépticas, etc.) processo e instalações dos empreiteiros da mina com bombas de macerador que bombeiam
que serão utilizadas por todas as instalações listadas. para um poço de colecta comum. A partir do colector de poços será bombeado para a vila de
acomodação, onde será processado em uma estação de tratamento de esgoto que trata
tanto o esgoto da vila como o esgoto bombeado do poço de colecta na planta.
21. Disponibilidade da instalação de reticulação de esgoto Nenhuma
municipal?

22. O que se pretende com a gestão de água de lavagem Água de lavagem para camiões e veículos serão colectada e passada em separadores de
durante a fase operacional água-óleo antes de ser bombeada de volta para o processo de fluxos de água

23. O que é proposto para a gestão de águas pluviais durante a Canais de drenagem e canais de desvio para a recolha de sedimentos que transborda para
fase operacional. instalações de armazenamento de rejeitos e instalações de armazenamento de água bruta
para recuperação e reutilização nas plantas.
24. Como o efluente do processo será gerido (Reciclado? Descarregado, contido, água recuperada e reutilizada na planta do processo
Tratado e descarregado?)
25. O que é proposto para a gestão de resíduos gerais? Se for o Aterro sanitário construído ao lado da mina e sob os despejos de resíduos
aterro sanitário, onde é que o local de aterro geral mais
próximo está localizado (distância e nome da cidade onde
está localizado)?

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26. O que é proposto para a gestão de resíduos perigosos? Em Não há resíduos perigosos. Os hidrocarbonetos serão contidos nas áreas de contenção.
caso de aterro sanitário, onde é que estará localizado o
aterro de resíduos perigosos mais próximo (distância e nome
da cidade onde está localizado)?
27. O que é proposto para a gestão de resíduos médicos? Incineração
28. Onde fica o hospital mais próximo para possível eliminação Montepuez (60 km por estrada) ou Pemba (260 km por estrada)?
de resíduos médicos? (Distância e nome da instalação e
onde localizado).
29. Sistema de gestão de águas pluviais para alojamento de A água pluvial será gerida por drenos de corte que irão recolher e desviar a água em torno
pessoal (se houver) e fábrica? Por favor forneça detalhes. das instalações e ao longo das estradas. Dentro da área de processo, todas as águas de
escoamento serão desviadas para a instalação de armazenamento de rejeitos onde será
recuperada para uso na planta de processo
30. O hidrocarboneto será armazenado no local (quantidade) Sim. 500,000 litros de diesel, 5.000 litros de lubrificantes e 20.000 litros de querosene
31. Os produtos químicos (incluindo produtos químicos O floculante será usado para espessar a suspensão. Ele será armazenado em forma de po
perigosos) serão usados ou armazenados no local? em um armazém coberto. O armazenamento médio no local será de 10 toneladas.
(Quantificar?)
Espuma será usada no circuito de flotação. Esta será entregue e armazenado em tanques
de 1000 litros sob a área de armazenamento coberta.

O Nitrato de amônio será entregue e armazenado em forma seca e armazenado sob a


cobertura.
32. Forneça uma lista de produtos químicos a serem usados ou Diesel
armazenados no local Lubrificante (vários)
Querosene
Floculante
Nitrato de amônio
Fase de Descomissionamento
33. Qualquer informação disponível Por ser determinada

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