Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Quincas Borba 0
Quincas Borba 0
OBRAS BO AUTOR
QUINCAS BORBA
RIO DE JANEIRO
B. L. GARNIER, LIVREIRO-EDITOR
71, Ena do Ouvidor, 71
1 8 9 1
| - \ 5 21
H. LOMBAERTS.& COMP.
IMPRESSORES
3&P
& •
m
> ' . ' , • (
ERRATA
CAPITULO PRIMEIRO
CAPITULO II
CAPITULO III
CAPITULO £V
CAPITULO V
— Único !
— Desculpa-me, tu tambero o és, bem sei, e
agradego-te muito; mas a um doente perdoa-se
tudo. Talvez esteja comegando o meu delirio. Deixa
¿_yer o espelh<K_ _ __,_ ^
Eubiáo deu-lhe o espelho. O doente contemplou
por alguns segundos a cara magra, o olhar febril,
com que deseobria os suburbios da morte, para onde
caminhava a passo lento, mas seguro. Depois, com
um sorriso pallido e irónico :
— Tudo o que está cá fóra corresponde ao que
sinto cá dentro; vou morrer, meu caro Rubiáo...
Nao gesticules, TOU morrer.) É que é morrer, para
Acares assim espantado ?
— Sei, sei que vocé tem urnas philosophias...
Mas fallemos do jantar ; que hade ser hoje ?
Quincas Borba sentou-se na cama, deixando pen-
der as pernas, cuja estraordinaria magreza se adivi-
nhava por fóra das calcas.
— Que é ! que quer? acudiu Kubiáo.
— Nada, responden o enfermo sorrindo. Urnas
philosophias ! Com que desdem me dizes isso ! Repe-
te, anda, quero ouvir outra vez. Urnas philosophias !
— Mas nao é por desdem... Pois eu tenho capa-
* cidade para desdenhar de philosophias ? Digo só que
10 QtTINCAS BORBA
CAPITULO VI
CAPÍTULO vn
— Diga.
— Tanto ou mais do que este animal, respondeu
Eubiao, ein um arroubo de ternura.
Quincas Borba apertou-lke as maos.
— Bem.
CAPITULO VIII
— Vá so cegado.
Quincas Borba chorava pelo outro Quincas Borba.
Nao quiz vel-o á sahida. Chorava deveras, lagrimas
de loucura ou de affeÍ9áo, qüaesquer que fossem,
elle as ia deixan>io pela boa térra mineira, como* o;
derradéiro suor de urna alma obscura, prestes a
catar no abysruo.
CAPITULO IX
CAPITULO X
CAPITULO Xt
CAPITULO XII
CAPITULO XIII
CAPITULO XIV
CAPITULO XV
CAPITULO XVI
CAPITULO XVII
CAPITULO XVIII
CAPITULO XIX
CAPITULO XX
CAPITULO XXI
v
Na estaco de Vassouras, entraram no trem
Sophia e o marido, Christiano de Almeida e Palha.
Este era una rapagáo de trinta e dous annos; ella ia
entre vinte e sete e vinte e oito, Yieram sentar-se"
nos dous bancos fronteiros ao do Rubiáo, acommo-
daram as cestinhas e embr-ulhos de lembrancas que
traziam de Yassouras, onde tinham ido passar urna
semana ; abotoaram o guarda-pó, trocaram algumas
palavras, baixo.
Depois que o trem continuou a andar, foi que o
Palha reparón na pessoa do Rubiáo, cujo rosto,
entre tanta gente carrancuda ou aborrecida, era o
único placido e satisfeito, Christiano foi o primeiro
que travou conversa, dizendo-lhe que as viagens de
estrada de f»irro caneavam muito, ao que Rubiao
respondeu que sim; para quem estava acostumado a
costa de burro, aecrescentou, a estrada de forro
caneava e nao tinha gra9a; nao so podia negar»
porém, que era um progresso.
QTJÍNCAS BOBEA
— Upa!
— Pois d'ahi para cima, é esperar calado. E,
outra cousa. . .
— Creio que nao menos de trezentos. .• . •
— Outra cousa. Nao repita o seu caso a pessoas
extranhas. Agradeeo-lke a confianca que Ihe merecí,
mas nao se exponha ao priraeiro encontró. Discricáo
e caras servicaes nem sempre andam juntas.
CAPITULO XXII
CAPITULO XXIII
CAPITULO XXIV
CAPITULO XXV
CAPITULO XXVI
CAPITULO XXVII
CAPITULO XXVIII
CAPITULO XXIX
CAPITULO XXX
CAPITULO XXXE
CAPITULO XXXII
CAPITULO XXXIII
CAPITULO XXXIV
CAPITULO XXXV
CAPITULO XXXVI
CAPITULO XXXVII
CAPITULO XXXVIII
CAPLTULO XXXIX
CAPITULO XL
CAPITULO XLI
CAPITULO XLII
CAPITULO XLIII
CAPITULO XLIV
CAPITULO XLV
CAPITULO XLVÍ
CAPITULO XLYÍI
CAPITULO XLVIII
CAPITULO XLIX
CAPITULO L
CAPITULO LI
CAPITULO LII
CAPITULO Lili
CAPITULO LIV
CAPITULO LV
CAPITULO LVI
CAPITULO LVII
CAPITULO LVIII
— Que folba ? *
— Conversaremos depois.
. No dia seguinte, almofaraní uo Hotel de laBours?, >
a convite de Carnaeho, Este referiu ao outro qu§ •-
fundara, roezes antes, urna folba eom o único pr6-C
• jf-
CAPITULO LIX
CAPITULO LX
CAPITULO LXI
— Shn, senhor.
— Estou com o capital quasi subscripto. Bastam
dez pessoas, e já somos oito; eu c mais sete. Faltam
dous. Com mais duas pessoas está completo o capital.
— Quanto será ? pensou Eubiao.
Oamacho batia com nm cañivete na beira da es-
crevaninha, calado, olhando ás furtadellas para o
ontro. Eubiao passou urna vista á sala, poucos
movéis, alguns autos sobre ura tamborete ao pé
do advogado, estante com livros, Lobáo, Pereira e
Souza, Dalloz, Ordenagoes do reino, um retrato na
parcele, deante da escrevaninha.
— Conhece ? disse Camacho apontando para o
retrato.
— Nao, senhor.
— Veja se conhece.
•—• Nao posso saber. Nunes Machado ?
— Nao, aeudiu o ex-deputado dando á cara um
ar pesaroso. Nao pude obter um bom retrato delle.
Vendem-se ahi unías lithographins que me nao parc-
cem boas. Nao ; aquelle é o marquez,
— De Bjrbacena ?
— Nao, de Paraná ; é o grande marquez, meu
particular amigo. Tentón conciliar os partidos, e foi
por isso que me achei com elle. Morreu cedo; a
QUINCAS. BOEBA 137
CAPITULO LXII
CAPITULO LXIII
CAPITULO LXIV
CAPITULO LXV
CAPITULO LXVI
CAPITULO LXVII
— Que ó isto ?
Era o seu proprio nome impresso, rutilante, mul-
tiplicado, nada menos que urna, noticia do caso da
rúa da Ajuda. Depois do sobresalto, aborrecimento.
Que diaclio de ideia aquella de imprimir urna eousa
particular, contada em confianca ? Nao quiz 1er
nada ; desde que percebeu o que era, deitou a folba
ao chao, e pegou em outra. Infelizmente, perderá a
serenidade, lia por alto, pulava algumas cousas, nao
entendia outras, ou dava por si no fim de vinfce
linhas sem saber como viera escorregando até alli.. .
Ao levantar-se, sentou-se na poltrona, ao pé da
cama, e pegou da Atalaia. Lancou os olhos pela
noticia : era mais de urna columna. Columna e tanto
para cousa tao diminuta ! pensou comsigo. E afim
de ver como é que Camaclio enchera o papel, leu
tudo, ura pouco ás pressas, vexado dos adjectivos
e da descripcao dramática do cas.).
— Foi bem feito ! disse em voz alta. Quem me
manclou ser linguarudo ?
Passou ao bauho,' vestiu-se, pcnteou-se, sem es-
quecer a bisbilhotiee da folha, acanhado com a pu-
blicacao de um negocio, que elle reputava minimo,
e aínda mais pelo encarecimento que Ihe dera o es-
criptor, como se se tratasse de dizer bem ou mal em
148 QTJÍNCAS BOKBA
CAPITULO LXVIII
CAPITULO LXIX
CAPITULO LXX
CAPITULO LXXI
CAPITULO LXXI1
CAPITULO LXXIII
CAPITULO LXXIV
CAPITULO LXXV
CAPITULO LXXVI
CAPITULO LXXVII
— Medo?
— Falta de costume, explicou Sophia.
A outra teve urna ideia, e quiz retel-a; mas a
ideia escapou-lhe, a despeito do exfolio:
— Nao gosto que um homem me aperte o corpo
ao seu corpo, e ande eommigo, assim, á vista dos
outros. Tenho vexame.
Sophia tornou-se seria ; nao se defendeu nena con-
tinuou, fallou-lhe da roca, perguntou-lhe se era certo
o quelhe dissera Christiano, que ella quería ir para
casa. Entao a prima, que folheava os jornae^, á toa,
respondeu animadamente que sim ; nao podia vi ver
sem a m5e.
— Mas porque? Voce nao estava táo contente
comnosco ?
Maria Benedicta nao disse nada ; passeou os olhos
em um dos jornaes, como se procurasse alguma
cousa, trincando o beico., trémula, inquieta. Sophia
teimou em querer saber a causa daquella mudanea
repentina ; pegou-lhe ñas máos, aehou-as frias.
— Vocé precisa casar, disse finalmente. Tenho
já um noivo.
Era Kubiáo ; o Palha quería acabar por ahi, ca-
sando o socio com a prima ; tudo ficava em casa,
dizia elle á mulher. Esta tomou a si guiar o negó-
QUINCAS BORBA 177
CAPITULO LXXVIII
CAPITULO LXXIS
CAPITULO LXXX
CAPITULO LXXXI
CAPITULO LXXX1I
Márquez de Barbaeena
Márquez de Barbaeena
Márquez de Barbaeena
Márquez de Barbaeena
Márquez de Barbaeena
Márquez de Barbaeena
CAPITULO LXXXIII
CAPITULO LXXXIV
CAPITULO LXXXV
CAPITULO LXXXVI
— Ácbo bonito.
— Nunca veiu aqui ?
— Creio que vina, ha rauitos annos, quando estive
no Rio de Janeiro pela primeira vez. Que eu sou de
Minas... Pare, moco.
O cocheiro fez parar o cavallo ; Rubi&o desceu, e
disse-lbe que fosse andando de vagar.
Em verdade, era curioso. Aquellas grandes bra-
gadas de matto, brotando do lodo, e postas allí ao
pó da cara do Rubiao, davam-lhe vontade de ir ter
com ellas. Táo perto da rúa ! Rubiao nem sentia
o sol. Esquecera o doente e a máe do doente. Assim
sira, — dizia elle comsigo, — fosse o mar todo urna
cousa daquelle feitio, alastrado de térras e verduras,
e valia a pena navegar. Para lá daquillo ficava a
praia dos Lazaros e a de S. Cbristováo. Urna per-
nada apenas.
— Praia Formosa, murmurou elle ; bem posto
nome.
Entretanto, a praia ia mudando de aspecto. Do-
brava para o Sacco do Alferes, vinham as casas edi-
ficadas do lado do mar. De quando em quando, nao
cram casas, mas canoas, encalhadas no lodo, ou em
térra, fundo para o ar. Ao pé de unía deesas canoas,
viu meninos brincando, em camisa e decalcos, em
196 QUINCAS BORBA
CAPITULO LXXXVII
CAPITULO LXXXVHI
CAPITULO LXXXIX
CAPITULO XC
CAPITULO XCI
CAPITULO XCII
CAPITULO XCIII
CAPITULO XCIV
CAPITULO XCV
CAPITULO XCVI
CAPITULO XCVII
CAPITULO XCVIII
CAPITULO XCIX
CAPITULO C
CAPITULO CI
CAPITULO CII
CAPITULO CIII
CAPITULO C1V
CAPITULO CV
CAPITULO CVI
CAPITULO CVII
CAPITULO CVIII
CAPITULO CIX
CAPITULO CX
CAPITULO CXI
CAPITULO CXII
CAPITULO CXIII
CAPITULO CX1V
CAPITULO CXV
CAPITULO CXVT
CAPITULO CXVII
CAPITULO CXVIIL
CAPITULO CXIX
f
< Um marido, ainda máo, é sempre melhor que o
melhor dos sonhos. »
A máxima nao era idealista; Maria Benedicta
protestou contra ella. Pois nao era melhor sonhar que
chorar? Os sonhos acabam ou alteram-se, emquanto
que os máos maridos poclem viver muito. — « A se-
nhora falla assim, concluiu Maria Benedicta, porque
Deus lhe destinou um anjo... Olhe, lá vem elle. ))
QUINCAS BORBA 277
CAPITULO CXX
— Seriamente.
D. Fernanda confesson-lhe que hesitava em casal-o
com a patricia de Pelotas; nao quería remorsos;
descolorirá aqui alguem que tinha ao primo um
immenso amor. Carlos María sorriu, iniciou um gra-
cejo, mas a noticia esporeou-lhe o espirito. Immenso
amor? Immenso amor, paixao violenta, confirmou a
prima, accrescentando que talvez a definicáo já nao
coubesse bem ao actual sentimento da pessoa„ Agora
era urna adoracao quieta e calada. Tinha chorado
por elle noites e noites, emquanto as esperancas Ihe
duraram... E D. Fernanda foi assim repetindo a
confidencia de María Benedicta. Restava só o nome ;
Carlos María quiz sabel-o, ella negou-lh'o. Nao
podia revellal-o. Para que dar-lhe o gosto de saber
quem era que o adorava, se nao corría ao encontró da
alma della? Melhor era deixal-a no mysterio. Já
nao chorava agora ; modesta e desambiciosa, perderá
as esperañcas de ser amada, e, com o tempo ficou
apenas urna devota, mas urna devota sem par, que
nem sequer esperava ser otivida ou agraciada
um dia por um olhar benévolo do seu deus que-
rido,
— Prima, voce.„„
— Eu que ?...
ni
282 QUINCAS BOEBA
E andando:
— Eu, se tivesse aqui urna casa maior que a
minha, daria um grande baile, antes de voltar para
o Eio Grande. G-osto de festas. Os meus dous filhos
nao me dáo grande trabalho. A proposito, ando com
ideia de metter o Lopo no eollegio ; onde acharei
um bom eollegio?
Carlos María pensava na devota incógnita. Estava
longe, muito longe do ensino e seus estabelecimentos.
Que bom que era sentir-se um deus adorado, e
adorado á maneira evangélica, mettida a devota no
aposento, fechada a porta, era secreto, nao ñas syna-
gogas, á vista de todos. « E teu pae que ve o que
se passa em secreto te dará a paga. » (S. MATHEUS,
VI, 6). Oh! elle daria a paga, se soubesse quem era.
Casada,sería? Nao,nao podia ser, nao iría confessal-o
aninguem ; viuva ou solteira, antes solteira. Chei-
rava-lhe a solteira. Em que aposento se fechava
para resar, para evocal-o, choral-o e abencoal-o?
Já nem teimava pelo nome; mas o aposento, ao
menos.
— Onde acharei um bom eollegio? repetiu D. Fer-
nanda.
— Collegio? Nao sei; estou pensando na desco-
nhecicla. Comprehende bem que urna pessoa que me
284 QUINCAS BOEBA
CAPITULO CXXI
que nunca tora táo solicita nem táo dada com elle.
Parecia arrependida de todo o mal causado, prestes
a sanal-o, ou por affeicao tardia, ou pelo proprio
malogro da primeira aventura. Ha delictos virtuaes,
que dormem. Ha operas remissas na cabera de um
maestro, que só esperam os primeiros compassos da
inspiraeao.
CAPITULO CXXII
CAPITULO CXXIII
CAPITULO CXXIV
CAPITULO CXXV
CAPITULO CXXVÍ
CAPITULO CXXYII
CAPITULO CXXVIII
CAPITULO CXXIX
CAPITULO CXXX
CAPITULO CXXXL
CAPITULO cxxxri
CAPITULO CXXXIII
CAPITULO CXXXIV
CAPITULO CXXXV
CAPITULO CXXXVÍ
CXXXVil
CXXXVIII
CAPITULO CXXXIS
CAPITULO CXL
CAPITULO CXLI
CAPITULO CXLII
CAPITULO CXLIII
CAPITULO CXL1V
CAPITULO CXLV
CAPITULO CXLVI
-— Monsiear...
—• TJbm ! repetiu Quincas Borba, de pé nos joe-
Ihos do senbor.
Kubiao voltou a si e deu com o barbeiro. Conbe-
cia-o por tel-o visto últimamente na loja; ergueu-se
da cadeira, Quincas Borba latía, corno a defendel-o
contra o intruso.
— Socega ! cala a boca ! disse-lbe Kubiao ; e o
cachorro foi, de orelba baixa, metter-se por traz da
cesta de papéis. Durante esse tempo, Lucien desem-
m brulbava os seus apparelbos.
— Jtfonsieur vcat se faire raser, iicst-cc pas ?
Toiirquoi done a-Uil laisser croítre cette belle barbe?
Apparemment que cesi un vceu d'amour ? J'cn
comíais qui oni fait de par cus sacrifices; j'ai méme
éte confident de quclqucs personnes aimables...
826 QUINCAS BORBA
CAPITULO CXLVII
CAPITULO CXLVII I
CAPITULO CXLIX
CAPITULO CL
CAPITULO CLI
CAPITULO CLII
CAPITULO CLTII
CAPITULO CLIY
CAPITULO CLY
CAPITULO CLYI
CAPITULO CLVn
CAPITULO CLVIII
CAPITULO CLIS
CAPITULO CLX f
CAPITULO CLXr
CAPITULO CLXtl
CAPITULO CLXIII
CAPITULO CLXIV
CAPITULO CLXV
CAPITULO CLXVI
CAPITULO CLXVII
CAPITULO CLXVIII
CAPITULO CLXIX
CAPITULO CLXX
CAPITULO CLXXI
CAPÍTULO CLXXII
CAPITULO CLXXIII
CAPÍTULO CLXXIY
CAPITULO CLXXV
— Que é capelláo ?
— Capelláo é cama, responden D. Fernanda ; vae
dormir? Nuno.
CAPITULO CLXXVI
CAPITULO CLXXVÍI
CAPÍTULO CLXXV1II
CAPITULO CLXXIX
CAPITULO CLXXX
CAPITULO CLXXXI
— Mande chamal-o.
D. Tónica, que estava á junella, disse para dentro:
— Lá vem Rodrigues.
E tornou a olliar para a rúa, inclinando-se, sor-
rindo, emquanto na sala o pae continuava a guiar o
Ruhiao para a porta, seni violencia, mas tenaz.
Este parava, reprehendía:
— General,son sen imperador!
— De certo, mas acompanhe-me Yossa Majes-
tade...
Tioliam chegado á porta; o major abriu a can-
celia, justamente quando o Rodrigues punha o pé
na soleira. D. Tónica entrou para receber o noivo,
mas a porta estava atravancadn com o pae e Ru-
biao. Rodrigues tirou o chapeo, mostrando o ca-
bello, áspero e grísalho ; tinha ñas faces chupadas
urnas pintinhas de sarda, mas o riso era bom e
humilde, — mais humilde aínda que bom, — e, nao
obstante a trivíalidade do gesto e da pessoa, era
agradare!. Os olhos [nao mostravam o espanto da
photographia; este effeito provinha da emphasia
que elle poz em t^do o corpo, afim de que o retrato
saisse bonito.
—Este senhor é o meu futuro genro, elipse o major
a Rubiao. Naoé verdade que viu no Campoum coche
QUINCAS BORBA
CAPITULO CLXXXÍI
—- Sfámae,deixa etiYier. . .
— -Qtial ver! anda !
Metteu-o em casa, e ficou á porta, a olhar para a
ma. Rubiao estó^atá o papso; ella podé vel-o bem,
com os seus gestos e fallares, o peito alto, e urna
barretacla que den em volta.
— Os malucos teem graea, ás vezes, disse ella
sorrindo a urna visinha.
Os rapazes continua vana a bradar e a rir, e Eubiao
foi andancio, corn o mesmo coro atrás ele si. Deo-
lindo, á porta da loja, yendo o grupo alongar-se,
pedia clorosamente á mae que o deixasse ir tam-
ben], oii entilo que o levasse. Quando perdeu as
esperanzas, enfeixou todas as energías em um só
gritosinho esgani«;aclo :
— 0 ? gira !
CAPITULO CLXXXEII
CAPITULO CLXXXLV
CAPÍTULO CLXXXV
CAPITULO CLXXXVI
CAPITULO CLXXXVII
CAPITULO CLXXXVII F
CAPITULO CLXXXIX
CAPITULO CSC
CAPITULO CXCI
CAPITULO CXCIt
CAPITULO CXC1ÍI
CAPITULO CXCIV
>)
426 QUIHCAS BOBBA
CAPITULO CXCY
CAPITULO GXOVf
CAPITULO CXCVIÍ
CAPITULO CXCVI1I
CAPITULO CXCIX
CAPITULO CXCIX
CAPITULO 00
CAPITULO CC1
FIM