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Tecnologia Na Educação 4
Tecnologia Na Educação 4
INICIAR
Introdução
Lidamos com ferramentas tecnológicas todos os dias, e é cada vez mais comum,
utilizá-las em sala de aula. Mas, o que você entende quando ouve o termo
“ferramenta tecnológica”? Qual seria a participação do professor na introdução
dessas ferramentas? Essas ferramentas influenciam o aprendizado?
Percebemos que os recursos tecnológicos vêm crescendo e modificando a rotina da
sociedade, e a introdução dessas ferramentas em sala de aula seria um processo
bem natural. Mas, até que ponto essas ferramentas tecnológicas são positivas para o
aprendizado em sala de aula? Nossos professores estão aptos para introduzir esse
tipo de ferramenta? Refletindo sobre esses pontos, podemos definir que as
ferramentas tecnológicas não são uma tendência, ou algo para o futuro e, sim, uma
realidade. E encontrar uma forma para a introdução dessas ferramentas é tarefa dos
educadores.
Essas mudanças na maneira de ensinar, vêm alcançando cada vez mais escolas. As
ferramentas tecnológicas na sociedade do conhecimento, se tornaram
fundamentais para o desenvolvimento de um ensino dinâmico e construtivo. Mas
analisar as ferramentas tecnológicas e seu uso em cada tipo de realidade, para
trazê-las para o nosso cotidiano, é um desafio, pois a escola e os educadores devem
estar preparados para o processo de desenvolvimento da aprendizagem.
Acompanhe com atenção e bons estudos!
A observação pode ser um processo longo, no qual se espera uma interação entre
pesquisador e pesquisado. O observador deve ouvir, escutar, ver, fazer uso de todos
os seus sentidos. Para que a observação tenha sucesso, é necessário ter uma
preparação cuidadosa, é importante fazer a observação em diferentes situações e
em dias diferentes.
Sobre a importância da observação, Reis (2011, p. 10) afirma que
4.1.2 Investigação
Quando pensamos a respeito da introdução de novas tecnologias em sala de aula,
devemos, primeiro, ver a realidade na qual ao estudantes, a comunidade e a escola
se inserem. O professor não deve introduzir certa ferramenta tecnológica, se seu uso
não condiz com a realidade que se quer abordar. Por isso é muito importante fazer
uma investigação, para averiguar o que é apresentado e oferecido ao profissional da
educação.
Muitas vezes, o aluno fica em uma situação conflituosa, por falta de orientação, ou,
até mesmo, sem saber o que fazer e sem encontrar o material solicitado pelo
educador, o que gera certo desconforto e desmotivação. A investigação sobre a
introdução de novas tecnologias torna-se uma grande aliada no processo de ensino
e aprendizagem. Quando bem utilizadas, as novas tecnologias aguçam a
curiosidade, tornam a aula mais atrativa, motivam o aluno e transformam a
realidade.
Ao investigar a realidade escolar, o profissional da educação elabora seu plano de
aula com os recursos disponíveis. Por exemplo, não é possível pedir para o aluno
fazer uma experiência científica, como a construção de um destilador, ou de um
reagente químico, se a escola não tem laboratório, ou espaços em que seja possível
desenvolver o experimento. Vale ressaltar que a própria sala de aula pode ser esse
laboratório, desde que o espaço seja organizado para a atividade proposta. Outro
exemplo é marcar uma apresentação de trabalho no data show, sem que a escola
tenha o aparelho. Cabe ao professor ter esse cuidado, de averiguar que tipo de
estrutura a escola dispõe, ao planejar sua aula.
Figura 2 - O professor deve se adaptar à realidade disponível, para estimular o aprendizado dos estudantes,
de forma criativa. Fonte: Hasan Shaheed, Shutterstock, 2018.
No Brasil, pelo menos no ensino público, ainda existem obstáculos que exigem dos
professores, criatividade e motivação. E observamos, aqui, que a tarefa do educador
vai além da simples transmissão do conteúdo, mas também na sua capacidade de
lidar com os problemas diários da educação brasileira e, ainda, conseguir produzir
conhecimento e manter uma interação produtiva com seus alunos.
Mas, como o professor pode socializar com seu colega de profissão e mostrar seu
planejamento, tendo em vista a socialização e montagem de material? É possível
facilitar a integração de projetos em grupo, organizar um momento de integração,
para ampliar seu círculo e, inclusive discutir alternativas e propostas com seus
colegas. Para isso, compartilhar conhecimentos e mostrar que a montagem do
material, que está sendo desenvolvido em sala de aula, dialoga diretamente com
outras disciplinas, o que favorece o ensino, não só na sua disciplina, mas em todas
que abordem o objetivo e tema selecionado.
As ações de integração e socialização não costumam ser fáceis, mas são muito
proveitosas e, por isso, vale a pena ser persistente.
Figura 5 - Aprendizagem e tecnologias: alunos e professores são agentes do processo de ensinar e aprender.
Fonte: Pressmaster, Shutterstock, 2018.
É por esses motivos que os recursos tecnológicos, na educação básica, têm sido
pouco explorados pedagogicamente, mesmo quando a escola fornece essa
estrutura. Segundo Ribeiro, Castro e Regattieri (2007, p. 12), a falta, a inconstância
de processos de capacitação e a resistência que muitos professores têm ao novo, os
faz preferir as práticas tradicionais de ensino. Também ocorre que os gestores da
escola, por sua vez, nem sempre conhecem as tecnologias e seu grande potencial de
apoio às atividades pedagógicas.
VOCÊ SABIA?
A educação infantil também pode se beneficiar das tecnologias, como por exemplo, quando se usa
um dicionário virtual, para estimular os estudantes a fazerem pesquisas no Google, considerando a
ordem alfabética das palavras (TEIXEIRA, 2017). Leia mais sobre essa prática na matéria da revista
Nova Escola: <https://novaescola.org.br/conteudo/9145/veja-5-exemplos-de-como-inserir-a-
tecnologia-na-escola (https://novaescola.org.br/conteudo/9145/veja-5-exemplos-de-como-inserir-a-
tecnologia-na-escola)>.
Ter um planejamento claro, com objetivos bem definidos, faz parte de uma
metodologia que aproxima alunos e professores e melhora o desempenho de
ambos. Isso nos ajuda a pensar a educação como um processo reflexivo, que
envolve alunos e professores, em uma dinâmica de reconstrução constante do
conhecimento, na qual, o aprender e o ensinar são a chave da qualidade da
educação. Ao participar de uma aula de campo, o aluno vivencia uma experiência
ímpar, pois o ambiente facilita a integração com o conteúdo estudado.
Figura 6 - O uso dos jogos educativos estimulam a aprendizagem significativa e facilitam o trabalho docente.
Fonte: Syda Productions, Shutterstock, 2018.
Com as tecnologias da informação e da comunicação a socialização se tornou muito
mais facilitada. Mas, nem sempre os professores têm habilidades e competências
para o uso desses recursos, e dessa forma, não conseguem promover a socialização
que os alunos veem com muita naturalidade, em sua realidade. Nisso, vemos a
necessidade de aprimoramento constante, de cultivar interesse pelas novidades, e
por novas estratégias de ensino.
CASO
Existem vários tipos de jogos educativos, para serem utilizados. Os jogos de construção, por
exemplo, são utilizados para se introduzir algo, uma explicação, ou um exemplo de algo. Já os jogos
de computador e online, são cada vez mais populares, podem ser jogados em qualquer lugar, e
estimulam o desenvolvimento do raciocínio, memorização, leitura dinâmica e rapidez.
Para fazer um bom uso de jogos educativos, o professor precisa conhecer as opções
que existem, se interessar em aprender como eles funcionam e quais suas
possibilidades de interação com o conteúdo e conhecer os níveis de dificuldade,
para que sejam coerentes com a faixa etária e os interesses da classe. Com isso, a
escolha dos jogos que mais se adaptam às propostas de aprendizagem, é mais
assertiva, o que facilita a adesão dos alunos e os motiva a aprender dessa forma.
VOCÊ SABIA?
A falta de motivação para os estudos é um dos principais motivos de desinteresse do alunos no
cotidiano escolar, o que interfere negativamente no processo de ensino-aprendizagem (PINTO et al.,
2012). Uma das soluções é desenvolver o lúdico, para motivar os estudantes e despertar a
curiosidade, favorecendo aspectos que contribuem para a aprendizagem, pois os brinquedos
estimulam o pensamento de forma divertida (ALVES, 2000).
Figura 7 - A tecnologia como recurso e método de ensino é um caminho que pode ser explorado, tanto por
alunos, quanto por professores. Fonte: ESB Professional, Shutterstock, 2018.
4.4.1 Avaliação
A adoção de um método de avaliação da aprendizagem dos alunos é particular a
cada professor. No contexto atual, a avaliação não pode ser mais fria e
conservadora, mantida apenas por um instrumento avaliativo como a prova, na
qual, o aluno não tem uma análise particular sobre sua evolução. Por isso,
precisamos pensar em como melhorar a avaliação, diante de um cenário de
aprendizagem colaborativa, com auxílio de tecnologias.
Dentre os métodos mais conhecidos, o professor avalia o estudante de diferentes
formas como:
observar durante a aula;
verificar suas anotações, cadernos e atividades propostas;
aplicar provas, se possível mais de uma;
fazer testes com seus alunos;
avaliar sua participação e capacidade de interação.
VOCÊ O CONHECE?
O professor Cipriano Carlos Luckesi é uma das maiores referências sobre avaliação da aprendizagem
escolar na atualidade, atualmente, integrante do Grupo de Pesquisa em Educação e Ludicidade da
Universidade Federal da Bahia. Em seus estudos, dedicou-se a entender as implicações políticas da
avaliação e em como o planejamento e prática docente dialogam com elas. Segundo Luckesi (2014), a
cultura escolar sobre aprovação e reprovação, precisa se desvencilhar do processo avaliativo, para se
obter avanços na aprendizagem.
4.4.2 Autoavaliação
A autoavaliação é um rico instrumento para o ensino, o professor deve oportunizar
ao aluno, momentos de autoavaliação durante todo seu processo de aprendizagem,
de modo que ele identifique o que pode melhorar, os pontos positivos e negativos,
que merecem maior atenção. E assim, como a autoavaliação do aluno é importante,
o professor precisa se autoavaliar também.
A prática da autoavaliação pode ajudar o professor em várias situações. Por mais
difícil que possa parecer, é por meio da autoavaliação que a prática em sala de aula
ganha novos horizontes e pode melhorar o desempenho dos alunos. O professor
pode começar por alguns questionamentos, como, por exemplo: como é sua atitude
frente aos trabalhos? Qual sua relação com os alunos? Como a organização está
sendo feita? (ANDRÉ, 2005).
Então como se autoavaliar? A seguir, listamos algumas dicas pautadas nas
contribuições de Luckesi (2014) sobre avaliação, que devem ser consideradas na
avaliação:
A autoavaliação não pode caminhar sozinha, ela deve ter uma relação com a escola,
comunidade, alunos e sociedade. Educadores sugerem que essa autoavaliação deve
ser feita por área. Para se autoavaliar, o docente deve questionar-se sobre:
o planejamento das atividades;
a organização dos materiais em sala de aula;
como é a postura em sala de aula;
como é o relacionamento com os colegas de trabalho;
como aplica a criatividade.
Vemos então que a autoavaliação, além de ser uma prática que favorece a relação
entre professor e aluno e o ensino no contexto da sala de aula, também transforma a
escola e todo o processo de escolarização, a partir do momento em que permite que
todos se sintam agentes do conhecimento.
Assim, percebemos que há vários caminhos para a utilização de ferramentas
tecnológicas na educação. O que vai determinar o sucesso do professor é a abertura
ao aprendizado constante, seja com boas práticas, compartilhadas por outros
professores, seja pelo interesse em se autoaprimorar constantemente.
Síntese
Chegamos ao final do capítulo! Abordamos aqui, várias formas de utilizar
ferramentas tecnológicas da informação e da comunicação na educação,
compreendendo as possibilidades, enquanto recursos que favorecem o ensino e a
aprendizagem, como as atividades de campo, os jogos educativos online, as
tecnologias educacionais, de modo geral, e a importância da autoavaliação, como
prática formativa.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
compreender a sala de aula como um espaço de atividade de campo e
pesquisa;
refletir sobre a observação e investigação como mecanismos, para auxiliar
no plano de aula;
entender como é a caracterização e planejamento de um projeto de
trabalho;
entender como deve ser feita a montagem de materiais;
analisar como deve ser a elaboração de plano de aula;
analisar as diferentes formas de avaliação dos alunos;
refletir sobre a autoavaliação, tanto para o aluno, quanto para o docente.
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