Você está na página 1de 24

Bauarte Participações, Negócios e Empreendimentos LTDA - ME

Memórias de Cálculo e Descritiva do Projeto da Rede Coletora


e Estação Elevatória de Esgoto –Loteamento Santa Bárbara

Outubro de 2020

1
Bauarte Participações, Negócios e Empreendimentos LTDA - ME

1.0 IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO E RESPONSÁVEIS TÉCNICOS

1.0 Dados da Empresa

Bauarte Participações, Negócios e


Nome da Empresa Empreendimentos LTDA - ME
CNPJ: 04.376.835/0001-00
Nome do Responsável Legal pelo
Gerogenes Marcelo Gil da Silva
empreendimento:
Ribeiro de Lima, 573, Bom Retiro, CEP 01122-
Endereço: 000, São Paulo
Telefone: (087) 9 9964-8489

E-mail: georgenesgil@yahoo.com.br

1.2 Dados do Empreendimento

Razão social: Loteamento Santa Bárbara


Número de Lotes: 460
Área 160.967,00 m²

Endereço: RUA 1 JARDIM SANTA BARBARA, N.00011 -


PADRE JOSE DE CASTRO PETROLINA PE
56300-000

1.3 Equipe Técnica

Georgenes Marcelo Gil da Silva


Responsável Técnico
Engenheiro Civil e Mestre em Ciências do
Formação: Materiais
Conselho Regional:
Telefone: (087) 9 9964-8489
E-mail: georgenesgil@yahoo.com.br

2
Bauarte Participações, Negócios e Empreendimentos LTDA - ME

Apresentação

O Loteamento Santa Bárbara localizado na cidade de Petrolina, possui 460 lotes


habitacionais. Para que o Sistema de Esgotamento Sanitário do loteamento passe a ser
operado pela COMPESA é necessária a Declaração de Viabilidade de Atendimento,
assim como, a análise de projetos de terceiros, cuja elaboração foi de responsabilidade
da empresa Baurte Participações, Negócios e Empreendimentos LTDA ME. Desta
forma, serão apresentados neste documento as memórias descritivas e de cálculo da rede
coletora, emissário e da estação elevatória de esgoto do Loteamento Santa Bárbara.

Os projetos da rede coletora, emissário e estação elevatória de esgoto do Loteamento


Santa Bárbara, foram elaborados seguindo os critérios técnicos e demais condições a
serem adotadas e exigidas pela COMPESA na elaboração dos projetos, visando sua
padronização e normatização das especificações técnicas, estabelecendo as diretrizes
para apresentação de projetos de estações elevatórias de esgoto. A norma da COMPESA
que foi utilizada para elaboração do projeto da estação elevatória de esgoto foi a GPE-
NI-009-01, a norma para elaboração do projeto de rede coletora de esgoto foi GPE-NI-
003-02 e a norma para elaboração de projetos de emissário de esgoto foi a GPE-NI-008-
01. Também foram utilizadas as normas NBR 12.208 1992 - Projeto de Estações
Elevatórias de Esgoto Sanitário e NBR 12.209 - Projeto de estações de tratamento de
esgoto sanitário, para nortear os critérios técnicos para dimensionamento e elaboração
dos projetos e a NBR-9649/86 - Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário -
Procedimento.

3
Bauarte Participações, Negócios e Empreendimentos LTDA - ME

1.0- MEMÓRIA DESCRITIVA

1.1- Apresentação
O presente documento trata do Projeto Básico do Sistema de Esgotamento Sanitário do
Loteamento Santa Bárbara, localizado na zona urbana da cidade de Petrolina, Estado de
Pernambuco.

1.2- Caracterização da Área


A área objeto de estudo tem uma extensão superficial com aproximadamente
160.967,00 m² na qual serão distribuídos 460 lotes residenciais a serem implantados em
etapa única.

1.3- Cartografia
Foi utilizada como base cartográfica planta em meio digital, elaborada pela Contratante,
na qual estão inseridos todos os arruamentos, pontos notáveis e a altimetria da área,
representada através de curvas de nível a cada metro, utilizando-se para tal referência de
nível do IBGE.

1.4- População de Projeto e Vazão de Contribuição


Para o dimensionamento das unidades do sistema utilizou-se a população de saturação
que foi obtida pela aplicação da taxa de ocupação média de 3,6 hab/prédio (Censo IBGE
2010), ao número de lotes projetados. Quanto ao consumo médio per capita de água
considerou-se o valor de 170 l/hab.dia, determinado pela COMPESA.

Os coeficientes de reforço adotados para o dia e hora de maior contribuição foram 1,2 e
1,5, respectivamente. Foi admitido, também, que apenas 80% da cota percapita atingirá
a rede coletora sendo os 20% restantes representados por perdas diversas.

Em obediência as recomendações da NBR-9649/86, projetos de rede de esgotos


sanitários, no cálculo final da contribuição por metro linear de rede, considerou-se uma
parcela correspondente às águas de infiltração, tendo-se adotado para esta parcela o
valor de 0,0001 l/s.m.

4
Bauarte Participações, Negócios e Empreendimentos LTDA - ME

Seguem abaixo alguns parâmetros de projetos adotados:

Parâmetros de Projeto
= 170 l/hab.dia
q
C = 0,8
k1 = 1,2
k2 = 1,5
k3 = 0,5
i = 0,0001 l/s.m

Total de Edificações

Total = 460 ud

Taxa de ocupação. = 3,60 hab/prédio (IBGE 2010)


P (f) = 1.656 Habitantes

Rede de Calçada = 4.461 m


Rede Coletora: = 1.252,06 m
Total = 5.096 m

Vazão de Infiltração = 0,125 l/S

(Pop. q.C. k3)/86.400 +


Qmin (f) = = 1,43 l/s 1,43 l/s
Inf.
(Pop.q.C)/86.400 +
Qmed (f) = = 2,73 l/s 2,73 l/s
Inf.
(Pop.q.C.k1.k2)/86.400 +
Qmax (f) = = 4,82 l/s 4,82 l/s
Inf.

Rede de calçada
Coef. linear (i) = 0,00022 l/s.m
Coef. linear (f) = 0,00084 l/s.m

Rede básica (só infiltração)


Coef. linear (i) = 0,0001 l/s.m

5
Bauarte Participações, Negócios e Empreendimentos LTDA - ME

Coef. linear (f) = 0,0001 l/s.m

1.5- Condições Técnicas Adotadas

1.5.1- Rede Coletora

O traçado de uma rede coletora de esgotos está estreitamente relacionado à topografia


da bacia de contribuição, uma vez que o escoamento se processa segundo a declividade
do terreno. Procurando diminuir os custos de implantação, vem sendo utilizado nos
projetos, redes coletoras de calçada associadas a redes básicas localizadas sob o leito
das ruas, ambas sujeitas aos critérios e normas estabelecidos pela ABNT. As redes de
calçada são executadas com profundidade mínima de 0,90 m, e diâmetro de 150 mm.

As redes coletoras são projetadas para funcionar como conduto livre em regime
permanente e uniforme, de modo que a declividade da linha de energia equivale à
declividade da tubulação e é igual à perda de carga unitária. Não são consideradas,
portanto, as variações de vazão devido à contribuição do líquido recebida ao longo dele.

O dimensionamento de cada trecho da rede consiste em determinar o seu diâmetro e as


cotas das geratrizes inferiores internas em cada extremidade do mesmo, a partir das
vazões que serão conduzidas.

Hidraulicamente, isto significa relacionar as variáveis Q (vazão), D (diâmetro) e I


(declividade), sendo esta dada pela relação entre a diferença de cotas de montante e
jusante e o comprimento do trecho.

Esta relação se traduz matematicamente pela equação de Manning:

V = (1/n).I1/2. Rh2/3 , onde

V = velocidade do escoamento em m/s;


n = coeficiente de Manning;
I = declividade do trecho em m/m;
Rh = raio hidráulico em m.

6
Bauarte Participações, Negócios e Empreendimentos LTDA - ME

Sendo V = Q/A, onde A = área de escoamento em m2,

Q = (1/n).I1/2.A. Rh2/3

Para um canal circular de diâmetro D e altura de escoamento h pode-se definir a lâmina


relativa como:

Y = (h/D)

Sendo A e Rh funções de Y e D,

Q = (1/n). I1/2 f(Y,D)

Logo, conhecido Q, o dimensionamento se resume em definir os valores de I, D e Y que


satisfaçam a equação acima.

1.5.1.1- Critérios de Dimensionamento

a) Critério da Tensão Trativa:

Tradicionalmente admite-se que a ação de autolimpeza em coletores de esgoto sanitário,


para enfrentar o aspecto de deposição de materiais sólidos, é obtida pela manutenção de
uma velocidade mínima independentemente do diâmetro da tubulação. Devido ao fato
de que o mecanismo básico de ação de autolimpeza é uma força hidrodinâmica exercida
pelas paredes do conduto pelo escoamento do esgoto, tem sido utilizado a tensão trativa
ou tensão de arraste para o dimensionamento das tubulações, em substituição ao critério
da velocidade de autolimpeza.

A tensão trativa é definida como uma tensão tangencial exercida sobre a parede do
conduto pelo líquido em escoamento e é obtida pela seguinte equação:

σ = γ .Rh.I , onde
σ = tensão trativa média

7
Bauarte Participações, Negócios e Empreendimentos LTDA - ME

γ = peso específico do líquido, 104 N/m3 para o esgoto


Rh = raio hidráulico, m
I = declividade da tubulação, m/m

Segundo a norma brasileira NBR 14486/2000 a tensão trativa mínima para autolimpeza
dos coletores de esgoto é de 0,6 Pa para coeficiente de Manning n=0,010.

b) Vazão Mínima:

A NBR 9649/1986 recomenda que em qualquer trecho da rede coletora, o menor valor
da vazão a ser utilizada nos cálculos é de 1,5 l/s, correspondente ao pico instantâneo de
vazão decorrente da descarga de vaso sanitário.

c) Diâmetro Mínimo:

O diâmetro mínimo admitido é de 150mm.

d) Declividade Mínima:

Considerando a tensão trativa de 0,60 Pa e n de Manning igual a 0,010 (PVC) a


declividade mínima para a vazão de início de plano é dada pela seguinte equação:

Imin = 0,0035xQi-0,47

Para a vazão mínima de 1,5 l/s a declividade mínima admitida é 0,00289 m/m.

e) Declividade Máxima:

A máxima declividade admissível é aquela para a qual se tenha velocidade na tubulação


igual a 5,0 m/s, para a vazão de final de plano, e pode ser obtida pela expressão
aproximada, para coeficiente de Manning n = 0,013:

Imax = 4,65.Qf-0,67

8
Bauarte Participações, Negócios e Empreendimentos LTDA - ME

f) Lâmina d’Água Máxima:

Nas redes coletoras as tubulações são projetadas para funcionar com lâmina igual ou
inferior a 75% do diâmetro da tubulação, destinando-se a parte superior da tubulação à
ventilação do sistema e às imprevisões e flutuações excepcionais de nível dos esgotos.

g) Lâmina d’Água Mínima:

Pelo critério da tensão trativa haverá autolimpeza nas tubulações de esgoto, desde que
pelo menos uma vez por dia atinja uma tensão trativa igual ou superior a 1,0 P a,
qualquer que seja a altura da lâmina de água. Portanto, não se limita a lâmina d’água
mínima.

h) Velocidade Crítica:

Quando a velocidade final (Vf) é superior á velocidade crítica (Vc), a lâmina de água
máxima deve ser reduzida para 50% do diâmetro do coletor. Para o caso de se ter
Y/D>0,50, geralmente o mais adequado é aumentar o diâmetro do coletor. A velocidade
crítica é definida por:

Vc = 6.(gRh)1/2

1.5.1.2- Tubulações e Órgãos Acessórios das Redes Coletoras

a) Tubulações:

Os tubos de PVC com junta elástica são normalizados através da norma NBR 7362-
1/99, são altamente resistentes à corrosão, sua aplicação é mais fácil e econômica e são
indicados principalmente em regiões com lençol freático elevado. Os diâmetros
nominais são de 100, 150, 200, 250, 300, 350 e 400mm.

Os tubos de ferro fundido têm sido utilizados para coletores com diâmetro igual ou

9
Bauarte Participações, Negócios e Empreendimentos LTDA - ME

maior que 400mm, principalmente para coletores troncos, interceptores e emissários.

b) Caixas de Passagem:

As caixas de passagem são utilizadas nas redes coletoras de calçada, possuem diâmetro
de 0,50 m e profundidades até 1,00 m.

c) Poços de Visita:

Os poços de visita, frequentemente denominados de PV’s, são estruturas destinadas a


permitir o ingresso do operador ou equipamentos para efetuar serviços de inspeção e
manutenção dos coletores. São previstos nas seguintes situações: intercessão de dois ou
mais coletores, mudança na direção do coletor, mudança na declividade do coletor,
mudança no diâmetro do coletor, mudança de material da canalização e início dos
coletores.

As distâncias máximas são de 80m para diâmetros de 100mm e 150mm e de 100m para
diâmetros maiores. Seu diâmetro, usualmente, é de 1,00m.

1.5.2- Estação Elevatória de Esgoto

Todas as vezes que por algum motivo não seja possível, sob o ponto de vista técnico e
econômico, o escoamento dos esgotos pela ação da gravidade, é necessário o uso de
instalações, denominadas de estações elevatórias, que transmitam ao líquido energia
suficiente para garantir tal escoamento. Para efeito de dimensionamento, utilizam-se as
vazões médias e máxima para final de plano.

1.5.2.1- Tratamento Preliminar

Um tratamento preliminar convencional consta basicamente de grade de barras, seguida


de caixa de areia, instalada a montante dos poços de sucção de elevatórias ou antes das

10
Bauarte Participações, Negócios e Empreendimentos LTDA - ME

unidades de tratamento.

1.5.2.1.1 Grade de barras

As grades têm por função reter o material sólido grosseiro presente no esgoto afluente e
a caixa de areia objetiva remover a areia presente no mesmo, de forma a proteger as
tubulações, válvulas e bombas, minimizando-se assim os problemas decorrentes da
abrasão. De acordo com a NBR 12.208 de 1992 – Projetos de Estação Elevatória de
Esgoto Sanitária, a limpeza da grade só deve ser mecanizada se a vazão afluente for
superior a 250 L/s, como não é o caso da EEE do Loteamento Santa Bárbara, a limpeza
será manual. Ainda de acordo com a NBR a grades são classificadas em grades grossas,
considerando o espaçamento entre a barras: 40 mm a 100 mm, grades médias: 20 mm a
40 mm e grande fina: 10 mm a 20 mm. Para o dimensionamento foram observados os
seguintes critérios estabelecidos na norma: velocidade máxima através da grade: 1,2 m/s
(vazão afluente final) e inclinação em relação a horizontal para limpeza manual: de 45º
a 60º e perda de carga mínima a ser considerada no cálculo para limpeza manual: 0,15
m.

Seu dimensionamento é feito de modo que a velocidade através das barras não
ultrapassasse 0,60 m/s e, para evitar o remanso do fluxo no coletor afluente, foi
verificada a perda de carga para a condição de obstrução de 50% da área útil através da
expressão:

hf = 1,43.(V2 - v2)/2g (Metcalf) onde,

hf = perda de carga, m
V = velocidade através das barras, m/s
v = velocidade à montante da grade, m/s

Para a retirada de resíduos sólidos da grade de barras, deve-se realizar a operação


manualmente, por profissional devidamente habilitado, utilizado os EPI`s necessários
para a atividade e com a utilização de rastelo e pás para remoção dos resíduos, que
podem ser colocados em baldes e/ou no cesto para içamento e disposto temporariamente
em caçamba estacionária ou tambor para que posteriormente possam ser transportados
por empresa devidamente licenciada para destinação final ao aterro sanitário.

11
Bauarte Participações, Negócios e Empreendimentos LTDA - ME

-
Dados:
Vazão máxima (f) = 4,82 l/s
Veloc. entre barras (V) = 0,65 m/s
Lâmina d'água a jusante da grade (Yj) = 0,081 m
" ou
Espaçamento entre barras (a) = 3/4
20mm
Espessura das barras (t) = 2 x 1/18 " ou 2,8mm
Número de unidades = 1 ud

-
Área útil total:
Au = Qmax(f)/V = = 0,0074 m2

- Largura útil da grade:


Lu = Qmax(f)/Yj*V = 0,091 m

- Número de espaços:
Ne = Lu/a = 7 esp.

- Número de barras:
Nb = Ne + 1 = 8 barras

- Largura do canal:
Lc = Ne x a + Nb x t = 0,15 m

- Velocidade a jusante da grade:


Vj = Qmax(f)/Yj*Lc = 0,40 m/s

- Determinação da lâmina d'água a montante da grade (YM)

V ²G−V ² M
ΔHG = 1,43( ) (perda de carga na grade)
2g
0 , 65²−0 , 57²
ΔHG = 1,43 ( ¿ =0,0071 m
2 x 9 ,81
Grade 50% obstruída: dobro de velocidade de passagem

V ²G−V ² M
ΔHG = 1,43( ) (perda de carga na grade)
2g
(2 x 0 , 65)²−057²
ΔHG = 1,43 = 0,099 m
2 x 9 , 81

12
Bauarte Participações, Negócios e Empreendimentos LTDA - ME

- Comprimento das barras:


Tomando-se para inclinação da grade 45º e, como margem de segurança 0,15m
acima da profundidade útil:
Cb = (YM + 0,30)/sen45º = 0,64 m

- Comprimento do canal:
Velocidade para Qmed(f) (v) = 0,33 m/s
Tempo de detenção (td) (adotado) = 3 s
Cc = v x td = 1,00 m
C (adotado) = 1,00 m

Será considerada um perda de carga de 0,15 m de acordo com NBR 12.209/2011


Elaboração de Projetos de Estação de Tratamento de Esgoto

1.5.2.1.2 Caixa de areia

De acordo com a NBR 12.209 de 1992, o desarenador deve ser projetado para remoção
mínima de 95% em massa das partículas com diâmetro igual ou superior a 0,2 mm
(densidade de 2,65). O desarenador deve ter limpeza mecanizada quando a vazão de
dimensionamento é igual ou superior a 250 L/s. Como a EEE do Loteamento Santa
Bárbara possui vazão inferior, a limpeza será realizada de forma manual.

No caso de desarenador tipo canal deve ser observado o seguinte: a) a seção transversal
deve ser tal que a velocidade de escoamento para a vazão média seja igual a 0,30 m/s,
não sendo superior a 0,40 m/s para a vazão máxima; b) no fundo e ao longo do canal,
deve ser previsto espaço para a acumulação do material sedimentado, com seção
transversal mínima de 0,20 m de profundidade por 0,20 m de largura; no caso de
limpeza manual, a largura mínima deve ser de 0,30 m

13
Bauarte Participações, Negócios e Empreendimentos LTDA - ME

Na caixa de areia do tipo convencional, admite-se uma velocidade horizontal de 0,30


m/s e uma velocidade vertical de sedimentação de 0,02 m/s, o que exige um
comprimento mínimo de 15.H (H = altura da lâmina líquida). Este comprimento é
multiplicado por 1,5 para garantir uma folga de 50%, capaz de absorver possíveis
turbulências no início do percurso.

Para limpeza do desarenador, deve-se fechar a comportas localizadas na entrada e saída


de cada canal, e o profissional devidamente habilitado e utilizado os EPI`S necessários,
deverá remover manualmente a areia utilizando pás, enxadas e balde. A areia removida
do desarenador deverá ser içada e depositada em caçamba estacionária para
posteriormente ser transportados por empresa devidamente licenciada para destinação
final ao aterro sanitário. Segue abaixo os dados de dimensionamento da caixa de areia.

Dados

Qmed = 2,73 l/s


Qmax = 4,82 l/s

Velocidade de escoamento entre 0,25 e 0,40 m/s (NBR 12209)


Veloc. do fluxo (V1) (adotada) = 0,30 m/s
Veloc. de decant.(V2)(adotada) = 0,02 m/s

- Altura da lâmina d'água (H):


Largura da caixa (b) (adotada) = 0,20 m
H = Qmax(f)/(bxV1) = 0,080 m

- Comprimento da caixa (L):


L/V1 = H/V2
L = 1,20 m
Tomando-se 50% o coeficiente de segurança para cobrir os efeitos causados
pela turbulência, temos:
L = 1,80 m

- Taxa de aplicação (Tx):


A taxa de aplicação deve estar contida num intervalo entre 600 e 1.300 m3/m2.dia
Tx = Qmax(f)/Lxb 1.157 m3/m2.dia

- Quantidade de material retido por dia (Vr):


Base: 30 L / 1000 m3 (no inverno)
Vr(f) = Qmedx30/1000 x86400 = 12,50 l/dia

14
Bauarte Participações, Negócios e Empreendimentos LTDA - ME

- Período entre limpezas (Pl):


Pl(f) (adotado) = 15 dias

- Quantidade do material retido no período (Vp):


Vp = VrxPl = 187,5 litros

- Profundidade da caixa destinada à areia (P):


P = Vp/Lxb = 0,52 m

1.5.2.2- Poço de Sucção

O poço de sucção deve ter dimensões necessárias para atender a duas exigências
básicas: intermitência na partida das bombas e tempo de detenção dos esgotos. O
primeiro conceito fixa o volume do poço em função da capacidade da bomba. O
segundo limita o volume máximo do poço em função da vazão afluente.

O intervalo entre partidas tem um limite, geralmente associado ao projeto da bomba e


da instalação elétrica. A média considerada, entre duas partidas consecutivas de uma
mesma bomba, é de 10 minutos. O volume mínimo do poço de sucção pode ser
expresso pela seguinte equação:

Vu = 2,5Qb onde,

Vu = volume útil do poço de sucção


Qb = capacidade da bomba em m3/min

- Poço de Sucção

- Volume útil (Vu):


Considerando-se um intervalo mínimo entre duas partidas consecutivas de uma mesma
bomba igual a 10min e, que as mesmas não funcionaram alternadamente, temos:
Vu = 2,50Qb = 0,76 m3
Qb = 5,06 l/s = 0,304 m3/min

- Dimensões do poço:
Altura útil (hu) (adotada) = 0,80 m
Lado 1 (adotado) = 1,60 m
Lado 2 ((Vu/hu)/Lado 1) = 0,59 m
Lado 2 (adotado) = 0,90 m
Vu (calculado) = 1,15 m3

15
Bauarte Participações, Negócios e Empreendimentos LTDA - ME

Dimensionamento do poço de sucção da Estação Elevatória de Esgoto


*K1 = Coeficiente de vazão máxima diária – 1,5, K2 = Coeficiente de vazão máxima
horária – 1,2
V útil = Q médio x TDH x 1,2 x 1,5
30
V útil = 2,61 x x 1,2 x 1,5
60
V útil = 2,35 m³

( 460 x 3 , 6 x 0 , 8 x 170)
Q média =
86400
Q média = 2,6 L/s

Variação de Vazão (K1 = Coeficiente de vazão máxima diária – 1,5, K2 = Coeficiente


de vazão máxima horária – 1,2 e coeficiente de mínima vazão horária -0,5)

Q= 2,6 x K1 x K2
Q = 4,68 L/s (Vazão Máxima)

Q= 2,6 x K3
Q= 1,3 L/s (Vazão Mínima)

Volume do poço parra o NA máximo: 10,37 m³


Volume do poço para o NA mínimo: 5,18 m³

De acordo com a NBR 12.208 de 1992 que o tempo de detenção médio no poço de
sucção deve ser o menor possível e portanto eventuais folgas nas dimensões do poço
deve ser eliminadas. O maior valor recomendado é de 30 minutos.

1.5.2.3- Cálculo de NPSH;

NET POSITIVE SUCTION HEAD (NPSH) é o termo geralmente usado para avaliar a
pressão absoluta de um fluido na entrada de uma bomba, menos a pressão de vapor do
líquido. O NPSH é sempre positivo, uma vez que é expresso em termos de altura
absoluta da coluna de fluido na sucção da bomba NET POSITIVE SUCTION HEAD
(NPSH) é o termo geralmente usado para avaliar a pressão absoluta de um fluido na

16
Bauarte Participações, Negócios e Empreendimentos LTDA - ME

entrada de uma bomba, menos a pressão de vapor do líquido. O NPSH é sempre


positivo, uma vez que é expresso em termos de altura absoluta da coluna de fluido na
sucção da bomba.

O valor do NPSH é fundamental para o correto dimensionamento de uma bomba.


Quando a pressão do líquido for inferior à pressão de vapor ocorre a formação de bolhas
de vapor que produzem o efeito chamado de cavitação. A condensação violenta dessas
bolhas de vapor provoca uma onda de choque de danifica os componentes internos da
bomba criando um ruído característico e vibração em todo o conjunto motor/bomba.

NPSHd = +-Hs - Js + Patm/ - Pvapor/


Hs = altura geométrica de sucção (positiva p/bomba afogada, negativa p/bomba não afogada),
m
Js = perda de carga na sucção, m
Patm = pressão atmosférica do local de implantação, N/m2
Pvapor = pressão de vapor de água na temp de bombeamento, N/m2
= peso específico da água, N/m3

Hs = 5,07 m
Js = JxLs = 3.814,91 x Q1,85 = 0,22 m
Patm/ = 10,33 - h/900 (h = altitude) = 9,91 N/m2
Pvapor/ = 0,323 N/m2

NPSHd = 4,30 m

NPSHr  NPSHd
NPSHr = 1,20 m

1.5.2.4 Cálculo da Linha de sução e recalque (perda de carga e diâmetros


econômicos)

Cálculo dos diâmetros das tubulações de sucção e recalque:

K1k2 = coeficiente de reforço

nk 1 k 2 x Q 1656 x 1 ,25 x 170


= = 5,865 L/s (vazão intermitente)
86400 86400

24
x 5,865 = 17,59 L/s (vazão da bomba)
8

17
Bauarte Participações, Negócios e Empreendimentos LTDA - ME

T
DR= 1,3 ( ¿ 0 ,25 √ Q
24

8 0,25
DR = 1,3 ( ) x √ 0,01759
24

DR = 100 mm

Adotando
150 mm

1.5.2.5 Cálculo do dimensionamento do conjunto moto bomba

Deve-se determinar: a vazão (Q) a ser recalcada; o diâmetro da tubulação de recalque e


de sucção (Dr e Ds respectivamente); a altura manométrica (Hman); a potência (Pot); o
rendimento (η) e o NPSH disponível. Com esses dados e utilizando o catálogo de uma
bomba comercial, pode-se selecionar as possíveis bombas. Somente então deve ser
solicitado, dos fabricantes, as curvas características das bombas selecionadas para então
definir a opção mais viável

1.5.2.6 Cálculo da altura manométrica

Hm = ∑ Hg + Jt

Hm: Altura manométrica


Hg: Altura geométrica
Jt: Perda de carga total

Hm = ∑ 2,28 + 14,165 = 16,445

18
Bauarte Participações, Negócios e Empreendimentos LTDA - ME

1.5.2.7 Curva característica da bomba e ponto de operação

1.5.2.8 Calha Parshall

19
Bauarte Participações, Negócios e Empreendimentos LTDA - ME

A calha Parshall consiste, basicamente, numa seção convergente, numa seção


estrangulada – “garganta” – e uma seção divergente. O fundo da unidade é em nível na
seção convergente, em declive na “garganta” e em aclive na seção divergente. Na
condição de escoamento livre, a vazão é obtida mediante a leitura da lâmina d’água.
Ultrapassados os limites acima, o escoamento será considerado como afogado, sendo
que nesta condição há um retardamento de escoamento e uma seqüência redução de
descarga, ocasião em que a vazão real se apresentará inferior àquela obtida através do
emprego das formulas e da tabela. Então se deve usar o fator de correção negativo
Os tamanhos das calhas Parshall são designados pelas larguras das gargantas
(trecho contraído). A norma vigente no Brasil é a norma NBR/ISO9826:2008 –Medição
de vazão de líquidos em canais abertos – Calhas Parshall e SANIIRI.

A calha Parshal dimensionada para EEE Loteamento Santa Bárbara tem as seguintes
características:

 Tipo: hidráulica;
 Dispositivo de mistura: calha parshall com garganta de 3’’
 Gradiente de mistura: >700 a 900 s-1
 Tempo de mistura: menor que 5 s.
 91 cm de comprimento
 61 cm de altura

A Tabela xx apresenta o tamanho da garganta da calha parshall de acordo com a vazão.

20
Bauarte Participações, Negócios e Empreendimentos LTDA - ME

A determinação da vazão será feita através da medição da altura d’água H na


secção situada a 2/3 da garganta, no canal convergente da calha Parshall, através da
régua existente. Aconselha-se também adquirir um medidor de vazão ultrassônico para
facilitar a leitura e ter o opção de ter dados a partir do totalizador de vazão. O
equipamento medidor de vazão ultrassônico para calha Parshall não possui qualquer
parte mecânica em contato com o processo uma vez que seu funcionamento é
totalmente baseado na emissão de pulsos de ultrassom por um sensor instalado acima do
canal Parshall e que são refletidos pelo líquido que está sendo monitorando. A vazão é
calculada com base na altura do nível do líquido em um ponto específico do canal; esta
altura medida pelo instrumento será utilizada para o cálculo da vazão por meio de
fórmulas matemáticas.

Segue na Figura 03 exemplo de equipamento de medição de vazão para instalação


em calha Parshall.

Figura 03: Medidor de vazão ultrassônico instalado em calha Pashall

21
Bauarte Participações, Negócios e Empreendimentos LTDA - ME

Recomenda-se que a calha parshall a ser adquirida seja de PRFV (Poliéster


Reforçado com Fibra de Vidro). A parte interna em contato com o fluido tem
acabamento liso e livre de irregularidades, com aplicação de gel coat isoftálico na cor
azul, com inibidor de raios ultravioletas (resistente aos efeitos corrosivos do esgoto com
pH intermediário) ou com barreira química resistente à corrosão de ácidos e álcalis.
Deve ter uma escala graduada em m3/H com material vinil resinado. Duas conexões de
1” e 2 “, destinadas a ligação de vazo comunicante para instalação de sistema de
ultrassônicos ou outros.

1.5.2.3- Emissário de Recalque

Em sistemas de elevação de esgotos, o emissário exerce uma influência muito grande,


requerendo tanta atenção quanto à dispensada ao poço de sucção.

No emissário também ocorrem fenômenos de sedimentação e decomposição dos esgotos


sendo que, nesse caso, a margem de atuação sobre o dimensionamento é menor. Nele, o
escoamento ocorre na ausência de ar, dando origem à formação de sulfetos solúveis que
fatalmente acarretarão problemas quando o fluxo retomar o contato com o ar.

Outro problema relacionado ao funcionamento dos emissários por recalque de esgotos é


a ocorrência da intermitência do sistema. A velocidade mínima no emissário é de 0,60
m/s de forma a se garantir o arraste de sólidos sedimentados durante os períodos em que

22
Bauarte Participações, Negócios e Empreendimentos LTDA - ME

não ocorre escoamento.

As perdas de carga distribuídas foram calculadas através da equação de Hazen-


Williams, cuja expressão é a seguinte:

J = 10,643.Q1,85.C-1,85.D-4,87 onde,

J = perda de carga unitária, m/m


Q = vazão, m3/s
C = coeficiente que depende da natureza das paredes dos tubos
D = diâmetro, m

Essas perdas, somadas às que ocorrem na sucção e barrilete, fornecerão a perda de carga
total que adicionada ao desnível mínimo do esgoto no poço de sucção e ponto de
descarga determinará a altura manométrica total (AMT), indispensável à escolha dos
conjuntos elevatórios.

1.6- Concepção do Sistema

O volume de esgoto gerado e conduzido à rede coletora de esgotos do empreendimento


será direcionado, de modo geral, até os pontos mais baixos, de maneira que todo o
efluente se concentre em um único ponto.

Em virtude da topografia desfavorável entre o ponto mais baixo do empreendimento e a


destinação final do efluente, será necessária a implantação de uma Estação Elevatória de
Esgoto (EE) para recalcar o esgoto até a Estação de Tratamento Dom Avelar, que é
operada pela COMPESA, que é o ponto de lançamento indicado pelo Termo de
Viabilidade Técnica, emitido pela COMPESA. O trajeto dos efluentes entre a estação
elevatória projetada e a existente se fará por um emissário de recalque.

As declividades e as condições de funcionamento hidráulico dos coletores foram


determinadas mediante cálculos elaborados com o auxílio da informática. Para isso
utilizou-se uma planilha do Excel que dimensiona a rede, verifica os dados, emite as
planilhas de cálculo e calcula os quantitativos estimados.

23
Bauarte Participações, Negócios e Empreendimentos LTDA - ME

A estação elevatória será do tipo convencional, composta por um pré-tratamento com


grade de barras metálicas e caixa de areia. Terá um poço úmido de seção circular e
bombas submersíveis instaladas neste poço. Serão instaladas duas bombas, com motor
de 7,5 cv.

Quanto ao emissário de recalque, este será em PVC, PBA, com diâmetro nominal de
150mm, ponta e bolsa, junta elástica, classe 20.

24

Você também pode gostar