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A Inquisição no Portugal Moderno

A organização interna do tribunal: estrutura de cúpula (Inquisidor Geral e Conselho Geral) e


os tribunais de distrito

Cargos superiores, funcionários, comissários e familiares

A censura e os qualificadores do Santo Ofício: Index de 1574 e os catálogos de livros proibidos

Os vários tipos de éditos da Inquisição

A produção processual da Inquisição

As vítimas da Inquisição: sentenciados e relaxados por tribunal de distrito.

O cerimonial público do auto de fé

Notas leitura sobre a inquisição-Bethencourt

Cargos no santo ofício:

Marcados por uma elevada hierarquia;

No caso de Espanha:

Inquisidor geral:

Elevado estatuto social;

Consagrado através de uma cerimónia que realça essa hierarquia entre funcionários e
membros do conselho;

O cargo a nível teórico seria permanente (até a morte) e o Papa poderia ser o único a substitui-
lo;

Numa primeira fase a maioria era pertencente a nobreza, mas com o tempo sofreram um
declínio e verifica-se a nomeação de eclesiásticos (bispos, arcebispos e alguns de ordens
religiosas);

Em Portugal verificamos semelhanças com Espanha no que diz respeito a:

Cerimónia na toma da posse por parte no Inquisidor geral, normalmente realizada na sede do
tribunal que demarca a diferença hierárquica entre eles;

A partir dos inícios do séc.XVII-é o conselho que se responsabiliza por dar a conhecer aos
tribunais de distrito o récem nomeado para inquisidor geral;
No caso de Portugal aqueles que ocupavam esta posição faziam parte das mais altas
hierarquias do reino, estima-se que os primeiros inquisidores gerais pertenciam a família real
como é o caso do Cardeal D.Henrique e também posteriormente da nobreza;

Muitos daqueles que eram nomeados já eram bispos ou ocupavam funções eclesiásticas;

Verifica-se também comparativamente com Espanha uma maior autonomia e poder político
por verificam-se muito menos demissões por parte do monarca, a maioria deles só era
substituído após a sua morte;

Estes inquisidores integravam o conselho geral da Inquisição Portuguesa e em alguns casos


deixavam as suas responsabilidades ao encargo dos membros do concelho;

Os inquisidores gerais também vem o seu poder fortalecido ao terem a possibilidade de eleger
os membros do seu conselho após uma consulta com o rei, a excessão do fiscal que era apenas
nomeado sem consulta ao monarca no caso de Portugal, em Espanha procediam de outra
forma;

Nota*: A igreja vai ser a grande instituição de apoio a inquisição dai uma grande articulação
entre si no que diz respeito aos cargos;

Inquisidores:

Nomeados pelo inquisidor geral;

A maioria dotados de estudos canónicos e de direito;

Juramento de segredo e fidelidade;

Aqueles que ocupavam esta posição fosse em qualquer área recebiam uma pensão, um
benefício ou um posto de cónego;

Estes inquisidores eram considerados o “rosto do tribunal” pelo que verificamos um grande
controlo dos seus comportamentos e imagem social, as suas relações eram fortemente
controladas.

Parei na página 133

Deste livro falta da 173 a 184!

Éditos da inquisição:

Éditos gerais-Forma de comunicação entre o Santo ofício e as populações com o objetivo de


dar a conhecer os delitos que se encontravam sob jurisdição inquisitorial. Na maioria das vezes
eram muito genéricos e por vezes era necessário responder a alguns problemas e questões de
forma imediata e bastante particulares, e vemos ao longo do tempo o aparecimento dos
chamados éditos particulares.

Éditos particulares:

Reforçam o contacto entre o tribunal inquisitorial e as populações.

Alguns de maior importância:


Éditos de proibição de livros, alguns por ordem do papa, como é o caso dos livros luteranos;

-Publicados em Portugal a partir dos finais da primeira metade e segunda metade do séc.XVI;

-Definiam que livros podiam ser impressos e publicados de forma legal/legítima;

-Legitimavam ainda a inspeção de livrarias e bibliotecas por parte dos qualificadores;

-Esta função tornou-se a partir de 1768 responsabilidade da Real Mesa Censória

NOTAS DE LEITURA-HISTÓRIA DA INQUISIÇÃO PORTUGUESA-PAIVA

Autos de fé:

Cerimonia marcada pela sua grandiosidade e pela presença do monarca,bem como pelo
representante papal e outras figuras dominantes;

-Numa primeira fase realizados na praça de Lisboa e posteriormente transferidos para o


interior da Igreja de São Domingos e o mesmo se observou em outras cidades, na medida em
que faz a transferência para um local religioso;

-A partir do séc.XVIII-autos privados-realizados na sala dos tribunais, na presença de membros


da inquisição , reu e alguns religiosos convidados;

-Acusados pela igreja mortos na fogueira, devido ao direito canónico que não permitia a
cominação de penas de sangue;

-Estes autos eram carregados de uma enorme teatralidade;

-Normalmente realizados ao domingo para aproveitar a dimensão religiosa e política;

-Verifica-se também a separação dos sexos e a realização de uma “procissão” por aqueles que
eram acusados de heresia ou tinham sido castigados;

-O sermão normalmente acompanhava esta cerimónia, e posteriormente eram lidas em voz


alta as sentenças de cada um dos condenados;

-Relaxados-condenados a pena de morte;

Os condenados poderiam ser divididos entre reconciliados, ou seja, os que passariam por
penitência e estariam reconciliados com a igreja, e os chamados "relaxados", que eram
entregues à justiça secular para execução. Contudo, costumavam haver mais reconciliados que
relaxados, de forma a reiterar o triunfo da fé sobre a heresia.

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