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Arte Barroca

Introdução

Este trabalho tem como tema “A arte barroca” e é realizado para a


disciplina de História, tendo a finalidade de fazer com que, procurando
informação, eu me vá instruindo nesta matéria. Com ele pretendo ficar a
conhecer melhor este estilo artístico.

Através da realização desta pesquisa tenho como objectivo reunir todos os


elementos próprios do tema. Pela procura das características e dos
principais vultos irei tentar estudar e ficar a conhecer o barroco.

A noção que tenho de barroco é pequena e restringe-se a alguns


pormenores. A busca de informação que realizarei ajudar-me-á a construir
ideias concretas e a organizar os meus pontos de vista.

Irei procurar dados que me ajudem na Internet e em livros (escolares ou


de arte).

Espero, com isto, aprender e conhecer bem melhor “O Barroco”.


Nascimento do Barroco

O nome “barroco” deriva da palavra espanhola barueco (que simbolizava


uma pérola de forma irregular) e foi atribuído no final do século XVII a
este estilo, contendo uma intenção pejorativa derivada ao facto de nessa
altura este período ser ainda visto como a fase de decadência do
Renascimento. Apenas nos inícios do século XX é que o barroco é
devidamente reconhecido.

Este novo estilo artístico – o barroco – nasceu em Itália (Roma), a partir


das experiências maneiristas de finais do século XVI e rapidamente se
expandiu para outros países europeus, atingindo mais tarde as colónias
espanholas e portuguesas da América Latina e da Ásia.
Ao contrário da simplicidade e serenidade do estilo renascentista, o
barroco caracterizava-se pelo movimento, pelo dramatismo e pelo
exagero. O barroco era uma arte espectacular e faustosa e, nas igrejas,
atraía os fiéis, impressionando-os. Por isso foi denominado a arte da
Contra-Reforma. No período da Reforma Católica desenvolveu-se a arte
da talha na Península Ibérica, vindo a revelar-se uma das mais
importantes expressões da Arte Barroca e um dos veículos privilegiados
da transmissão dos princípios contra-reformistas. Atraindo o crente, de
forma subliminar, levava-o a aceitar as directrizes da Igreja. A arte da
talha é um produto de ensambladores, de douradores, de desenhadores e
imaginários, presente em toda a arte sacra do período barroco.

Características gerais do barroco

Apesar das diferentes interpretações que se verificaram nos diferentes


países e regiões, determinadas por diferentes contextos políticos,
religiosos e culturais, este estilo apresentou algumas características
comuns, como:

 a tendência para a representação realista;


 a procura do movimento e do infinito;

 a tentativa de integração das diferentes disciplinas artísticas;

 emocional sobre o racional: o seu propósito é impressionar os sentidos


do observador, baseando-se no princípio segundo o qual a fé deveria ser
atingida através dos sentidos e da emoção e não apenas pelo raciocínio;

 busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas,


colunas retorcidas;

 violentos contrastes de luz e sombra;

 pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver


o céu, tal a aparência de profundidade conseguida;

 a amplitude, a contorção e a exagerada riqueza ornamental, ausência


de espaços vazios e o gosto pela teatralidade.
Arquitectura

Características da arquitectura:

Durante o período barroco, duas tipologias protagonizaram as pesquisas


formais e construtivas: o palácio e a igreja. Os arquitectos barrocos
entendiam o edifício de forma integrada, como se fosse uma grande
escultura, única e indivisível. A sua forma era ditada por complexos
traçados geométricos (muitas vezes baseados em formas curvas e em
ovais) que imprimiam qualidades dinâmicas aos espaços e às fachadas.
Ao mesmo tempo, abandonaram-se os rígidos esquemas baseados nas
ordens clássicas.
A arquitectura caracterizou-se pelo uso de colunas, frisos, frontões, arcos
e cúpulas; nas fachadas curvas e contra curvas e nichos. Como decoração
recorreu-se a baixos-relevos, pinturas, mosaicos, mármores e talha
dourada (Fig.7).

Grandes vultos arquitectónicos

O Barroco nasceu em Itália, mais especificamente na Roma Papal


seiscentista. Três arquitectos protagonizaram o desenvolvimento deste
estilo: Gian Lorenzo Bernini, o mais monumental, Borromini, mais original
e Piero da Cortona. A pequena igreja de San Carlo alle Quatro Fontane,
projecta em 1665 por Borromini, constituiu um dos mais notáveis edifícios
construídos neste período pela extrema complexidade e dinâmica da
planta, pela total subversão das regras tradicionais e pela forma
ondulante das paredes.

Fora de Roma, destaque para a igreja de Santa Maria della Salute, de


Veneza, projectada por Baldassare Longhena e para os trabalhos de
Guarino Guarini (Fig.8), de inspiração borrominiana, como a Capella della
Santa Sindone, em Turim.

O Barroco francês assumiu características simultaneamente mais


monumentais e clássicas. O seu afastamento relativamente à estética
italiana foi afirmado com recusa do projecto de Bernini para a ampliação
do Louvre. Este estilo encontrou a sua máxima expressão no Palácio de
Versalhes (Fig.9), uma residência real construída nos arredores de Paris
por Louis XIV, projectada pelo arquitecto Louis le Vau e pelo jardineiro
André le Nôtre, que integra um vasto palácio e um enorme jardim
estruturado por longos eixos e pontuado por estátuas, fontes e um
enorme canal.

As guerras na Alemanha e a invasão Turca da Áustria condicionaram


grandemente a introdução do estilo barroco nestes países. Por esta razão,
o Barroco alemão e austríaco foi desenvolvido mais tardiamente e,
embora se fundamente em modelos italianos, a sua exuberância
decorativa denuncia conceitos já próximos do estilo Rococó.

Em Inglaterra este estilo foi protagonizado por Sir Christopher Wren,


autor de muitos projectos para reconstrução das igrejas de Londres, dos
quais se destaca o da Catedral de S. Paulo, iniciada em 1675.

Pintura

Características da pintura
Na pintura verificou-se, neste período, para além da transformação
estilística, o alargamento dos géneros e das próprias dimensões desta
forma de arte, de maneira a integrar organicamente os espaços
arquitectónicos.

Esta pintura em trompe l'oeil, aplicada em paredes e tectos constituiu


uma das mais originais contribuições do Barroco.

Esta actividade artística recorreu a cores quentes (amarelos, vermelhos,


dourados), a jogos de luzes e sombras; arte do retrato acentuou-se.

Grandes pintores

O mais influente pintor deste período foi o italiano Caravaggio, famoso


pelas pinturas religiosas nas quais os contrastes entre a luz e sombra na
modelação dos corpos e dos espaços introduz uma atmosfera dramática
de intensa espiritualidade.

A pintura barroca flamenga afirmou-se através do trabalhos de dois


artistas, bastante diferentes entre si: Peter Paul Rubens, autor de uma
pintura vigorosa, sensual e teatral, e Rembrandt van Rijn, pintor mais
introvertido, executou inúmeros auto-retratos inspirados na linguagem
intensa e dramática de Caravaggio.

Em Espanha, a pintura atingiu um elevado nível artístico, protagonizada


por Diego Rodríguez da Silva e Velásquez, por Bartolomeu Murillo e por
Francisco Zurbarán. Velásquez, pintor oficial da corte e um dos mais
originais artistas barrocos, realizou a sua obra-prima, "As Meninas", em
1629 (Fig.11).

Em França, ao caravagismo de sentido intimista da pintura de Georges de


La Tour opõem-se a vertente mais classicista dos trabalhos de Nicolas
Poussin e o caráter cenográfico das pinturas de Charles le Brun para o
Palácio de Versalhes.

Escultura

Características da escultura

Na escultura barroca procurou-se explorar o dramatismo das figuras


representadas, tentando suscitar os sentimentos do observador.

Esta arte caracterizou-se pelo movimento, expressão de sentimentos


fortes (dor, sofrimento, paixão) e pelo grande exagero das formas.
Grandes escultores

A escultura barroca encontrou o seu paroxismo nas obras do italiano Gian


Lorenzo Bernini (Fig.13), caracterizadas pelo virtuosismo técnico e pela
tentativa de captar o movimento em momentos fugidios, caso das peças
"Apolo e Dafné", realizada entre 1622 e 1624 ou no "Êxtase de Santa
Teresa", de 1645.

Literatura

Vários países aderiram ao movimento na Europa. Passo a referir as


designações que o classificaram a partir de obras literárias: na Inglaterra
foi designado eufuísmo; na Itália surgiu a designação de marinismo; na
França surge com o nome de preciosismo; na Espanha surge a designação
de Gongorismo (Fig.14). Portugal adere, também, como podemos ver
emLampadário de Cristal de Jerónimo Baía, superlativando o real
quotidiano, e aceita o nome que a Espanha dera ao movimento.

Acentua-se o emprego dos recursos estilísticos, nomeadamente


metáforas, paronímias, hipérbatos, comparações, anáforas, hipérboles,
antíteses, assíndetos, catacreses, pleonasmos, perífrases, trocadilhos, a
assimetria, o geometrismo, o predomínio da ordem imaginativa sobre a
lógica, os conceitos com o seu engenho e agudeza com vista à novidade e
ao inusitado. Entre outros, refira-se o soneto de Jerónimo Baía, no qual
cada verso é composto de duas metades que formam um todo, afirmando
o geometrismo formal.

Barroca, também, a forma como é transmitida a doutrina espiritual,


cultivando o medo do inferno, como se pode ver na prosa de Manuel
Bernardes e Frei António das Chagas. De cariz barroco é a obra moralista
como a vemos representada por D. Francisco Manuel de Melo (Feira de
Anexins, Apólogos Dialogais, Carta de Guia de Casados), em Diogo
Bernardes na Nova Floresta, nos Sermões de António Vieira, na Corte na
Aldeia de Rodrigues Lobo.

Este movimento que, no século XVII, entre nós, floresceu em pleno nas
várias artes, na poesia em vários poetas, com especial relevo em
Rodrigues Lobo e D.Francisco Manuel de Melo, entra em declínio no século
XVIII, dando origem ao estilo rococó, o mesmo acontecendo na literatura
brasileira, que desperta no século XVII com marcas do Barroco de
escritores portugueses e espanhóis. Entre nós, A Arte Poética de José
Freire, em 1739, é o primeiro grande golpe dado no seiscentismo; depois,
é a publicação do Verdadeiro Método de Estudar de Verney em 1746 e,
por último, a fundação da Arcádia Ulissiponense em 1756.
Poeta espanhol e o grande mentor da poesia barroca na Península Ibérica

O Teatro e a Música barroca

O teatro: França, Inglaterra e Itália

FRANÇA: O teatro francês, ao contrário do inglês e do espanhol, consegue


adaptar-se ao gosto refinado do público aristocrático a que se destina.
Obedece a regras muito rigorosas: o tema é obrigatoriamente imitado de
um modelo greco-romano; as unidades aristotélicas têm de ser
respeitadas; a regra do "bom gosto" exige que a acção, de construção
lógica e coerente, nunca mostre situações violentas ou ousadas; o texto,
em geral em versos alexandrinos, é muito poético. A fundação da
Comédie Française por Luís XIV (1680) transforma o teatro numa
actividade oficial, subvencionada pelo Estado.

Autores franceses – Em Cid, Pierre Corneille descreve o conflito entre o


sentimento e a razão; e esta última é vitoriosa. Jean Racine (Fedra) pinta
personagens dominados por suas paixões e destruídos por elas. Em suas
comédias, Molière cria uma galeria de tipos (O avarento, O burguês
fidalgo) que simbolizam as qualidades e os defeitos humanos. Em todos
esses autores se notam traços que vão se fortalecer no neoclassicismo.
Molière (1622-1673), pseudônimo de Jean-Baptiste Poquelin. Filho de um
rico comerciante tem acesso a uma educação privilegiada e é desde cedo
atraído pela literatura e a filosofia. Suas comédias, marcadas pelo
quotidiano da época, são capazes de criticar tanto a hipocrisia da nobreza
como a avidez do burguês ascendente. Suas principais obras são O
avarento, O burguês fidalgo, Escola de mulheres, Tartufo, O doente
imaginário.

INGLATERRA: Um período de crise começa quando, após a Revolução


Puritana, em 1642, Oliver Cromwell fecha os teatros. Essa situação
perdura até a Restauração (1660).

Autores ingleses – No início do século XVII, destacam-se John Webster (A


duquesa de Malfi) e John Ford (Que pena que ela seja uma prostituta).
Depois da Restauração os nomes mais importantes são os dos
colaboradores Francis Beaumont e John Fletcher (Philaster).

ITÁLIA: O teatro falado é pouco original, copiando modelos da França.


Mas na ópera ocorrem revoluções que modificam o género dramático
como um todo. Em 1637, a Andromeda, de Francesco Manelli, inaugura o
teatro da família Tron, no bairro veneziano de San Cassiano, modelo para
casas futuras.

Espaço cénico italiano: troca-se a cena recta greco-romana pelo "palco


italiano", com boca de cena arredondada e luzes na ribalta, escondidas do
público por anteparos. Pela primeira vez é usada uma cortina para tampar
a cena. As três portas da cena grega são substituídas por telões pintados
que permitem efeitos de perspectiva e é introduzida a maquinaria para
efeitos especiais. Apagam-se as luzes da sala durante o espectáculo, para
concentrar a atenção do público no palco. Há uma plateia e camarotes,
dispostos em ferradura. A ópera torna-se tão popular que, só em Veneza,
no século XVII, funcionam regularmente 14 teatros.
A música barroca

Como outras formas de arte barroca, a música caracterizou-se por


pormenores e contrastes complexos. Está intimamente relacionada com a
vida da Igreja e da corte. A música de cunho religioso tornou-se
progressivamente dramática e secular.

A ópera, com seus espectáculos elaboradamente encenados, desenvolveu-


se primeiramente durante a época barroca.

Entre os grandes compositores barrocos, incluem-se Cláudio Monteverdi e


Alessandro Scarlatti, na Itália, e Johann Sebastian Bach (Fig.16) e George
F. Handel, na Alemanha.
Este foi talvez o vulto mais proeminente da música barroca

O barroco em Portugal

O barroco Joanino

Em Portugal, o barroco atingiu o seu esplendor na primeira metade do


século XVIII, com D.João V.

As remessas de ouro do Brasil permitiram que D.João V chamasse artistas


estrangeiros e mandasse realizar várias obras de arte.

As várias vertentes da produção artística ao longo do reinado de D. João V


receberam a designação genérica de Barroco Joanino. Contudo, este
extenso período de 44 anos, apesar de se consubstanciar em torno da
figura do Magnânimo e da sua política absolutista, não apresenta uma
homogeneidade de correntes artísticas. Nesta classificação abrangente
integram-se diferentes manifestações da arte barroca setecentista.
Caracterizando o reinado de D. João V, podemos afirmar que este foi
marcado por um longo período de paz, após as desgastantes lutas da
Restauração. O tempo de D. João V coincide com o despertar do ciclo
económico do ouro e dos diamantes do Brasil, mais-valia preciosa que
incrementará uma renovadora política de mecenato de grandes
edificações, quer de patrocínio da Coroa, quer ainda de iniciativa do Clero
e da alta nobreza. Esta opulência e enriquecimento reflectiram-se no
aparato e na monumentalidade das obras de arte, concebidas numa
triunfante linguagem barroca.

No campo artístico, a procura de uma encenação grandiosa do poder foi


acompanhada por uma abertura e pelo estabelecimento de contactos com
tratados, obras de arte e artistas estrangeiros. Isto traduziu-se numa
clara influência do Barroco internacional, sobretudo a partir do segundo
quartel do século XVIII, altura em que a severidade característica
do Barroco Nacional vai cedendo lugar à renovada linguagem deste
Barroco estrangeirado.

A corrente de renovação assolou todo o país e manifestou-se nas mais


diversas produções artísticas. A arquitectura, a escultura e a pintura, bem
assim como as artes decorativas – mobiliário, ourivesaria e, sobretudo, a
talha e o azulejo –, foram incrementadas e personalizadas por uma vasta
plêiade de artistas portugueses e estrangeiros.
O triunfo do Barroco Joanino conferiu uma expressiva teatralidade de
atitudes e gestos à escultura em madeira e pedra, enquanto a arte da
pintura assimilava o colorido excessivo e a lição das pinturas em
perspectiva e de ilusão, cobrindo os tectos e cúpulas dos templos e
palácios setecentistas. No capítulo das artes decorativas, para além das
excelentes obras de ourivesaria de influência italiana e francesa, uma
harmonia em azul, branco e dourado apossou-se da talha e do azulejo,
duas das áreas artísticas que atingiram uma originalidade maior. Os
interiores dos templos religiosos foram inundados por uma dinâmica e
excessiva onda dourada de talha, contrastando harmoniosamente com o
azul e branco dos tapetes de azulejaria, revestindo as paredes com a sua
temática de episódios religiosos e profanos.

Não se concretizando especificamente como um estilo artístico, o Barroco


Joanino teve o grande mérito de se abrir às influências das correntes
internacionais, amalgamando-as com a tradição artística das oficinas
nacionais e produzindo algumas das mais emblemáticas obras da arte
portuguesa.

Grandes e esplendorosas obras

Grandes obras de arte foram construídas durante o período barroco em


Portugal, entre elas podemos destacar as seguintes: o Converto de Mafra,
cujo arquitecto foi Ludovice, envolveu na sua construção milhares de
trabalhadores e possui uma magnífica biblioteca de 88 metros de
comprimento (Fig.18 e 19).
Foi na parte norte do país que o barroco se implantou com mais força,
através de inúmeras igrejas, solares (como o Solar de Mateus - Vila Real
[Fig.20]), palácios (como o do Freixo, no Porto). Uma obra marcante é a
Torre dos Clérigos (Porto), de Nicolau Nasoni.

Em Coimbra destaca-se a Biblioteca dos Gerais da Universidade (Fig.21)


(Biblioteca Joanina).

Não posso deixar de citar o aqueduto das Águas Livres, a Igreja e escadas
do Bom Jesus de Braga (Fig.22) e o Santuário da Nossa Senhora dos
Remédios em Lamego.
Foi na escultura que o barroco teve uma das manifestações mais ricas,
através da estatuária e talha dourada.

A marca dos artistas portugueses fez-se sentir sobretudo nos altares de


talha dourada e nos painéis de azulejo que embelezavam igrejas, salões,
escadarias e jardins.

O principal escultor dessa altura foi Machado de Castro (1731-1822), que


se celebrizou pelos seus presépios. Na pintura destacou-se Vieira
Lusitano. Outras artes também desenvolvidas nesta época foram a
música, distinguindo-se Carlos Seixas (1704-1742), e o teatro, com
António José da Silva (1705-1739), mais conhecido por "o Judeu”.
(Ver Anexos: O Barroco portuense)

Conclusão

O Barroco foi um estilo artístico marcadamente do século XVIII e


característico das monarquias absolutistas. Este fez-se sentir nas mais
variadas formas de arte: arquitectura, pintura, escultura, literatura,
musica teatro, ópera.

Surgindo depois do Renascimento este estilo tem características muito


próprias como, por exemplo, a amplitude, o movimento, o exagero nas
formas e a teatralidade.

A realização deste trabalho foi bastante proveitosa. Com ele descobri o


verdadeiro sentido do barroco e conheci melhor muitos dos artistas destas
época, bem como as suas obras.

Apesar de ser trabalhado com muito exagero e ”deturpação” das formas,


acho o barroco bastante sublime e misterioso. A particularidade de ter
sido posto ao serviço da Igreja para atrair os fiéis é bastante interessante.

Apesar de tudo esta pesquisa levou-me a descobrir bastantes coisas


novas e fez-me encontrar um outro lado dos criadores de arte do barroco.
Anexos:

O barroco portuense

O Barroco manifesta-se no Porto em inúmeros e expressivos edifícios de


arquitectura civil e religiosa. A arquitectos como António Pereira e Nicolau
Nasoni deve a cidade alguns dos mais representativos exemplares deste
estilo, provocando uma completa transformação na paisagem urbana
setecentista. Ao longo dos séculos XVII e XVIII, a cidade assemelha-se a
um “estaleiro” de artistas e artífices, que produziram um significativo
conjunto de obras de alto valor estético.

Sé Catedral, Terreiro da Sé

Construída no século XII em estilo românico, sofreu


diversas alterações na época barroca. No interior
destacam-se as pinturas de Nicolau Nasoni, o
retábulo-mor, em talha dourada, e o altar em prata
do Santíssimo Sacramento. Ainda de estilo barroco
são dignos de nota os azulejos do claustro, a galilé
setentrional, bem como a notável escadaria que liga
o claustro à Casa do Cabido e, nesta última, o tecto
da Sala do Capítulo.

Paço Episcopal, Terreiro da Sé

A sua construção remonta ao século XIII, tendo sido


totalmente remodelado pelo Bispo D. Rafael de
Mendonça, em data posterior a 1770. Este palácio, o
mais grandioso que a cidade possui, tem sido
atribuído ao arquitecto Nicolau Nasoni.

Casa do Cónego Domingos Barbosa, Rua de


D.Hugo

Este edifício foi construído no século XVIII, para


habitação de um dos mais ilustres cónegos da Sé
portuense. Pensa-se que o projecto seja da autoria
de Nicolau Nasoni ou de um seu colaborador,
mestre António Pereira. Hoje em dia, serve de Casa
Museu (em fase de remodelação), onde se encontra
exposta a colecção de arte do poeta Guerra
Junqueiro.

Igreja de Santa Clara, Largo 1º de Dezembro

É um edifício de origem gótica, cujo interior foi


revestido a talha dourada, da primeira metade do
século XVIII. Verdadeira jóia do Barroco,
impressiona o visitante pela sua exuberância
decorativa e pela feliz combinação entre a talha e o
azulejo.
Igreja da Ordem do Terço, Rua de Cimo de Vila

A sua construção teve início no ano de 1759,


desconhecendo-se o autor do projecto. A fachada,
em granito lavrado, ostenta elementos rocócó e o
interior é decorado com estuques e talha. O
retábulo da capela-mor data de 1776 e é da autoria
de José Teixeira Guimarães. Contíguo a esta igreja,
funciona o Hospital da Nossa Senhora do Terço e
Caridade, desde 1781.

Igreja de Santo Ildefonso, Praça da Batalha

A nova Igreja de Santo Ildefonso foi edificada entre


os anos de 1730 e 1737, não se sabendo o autor do
seu projecto. Contrariamente ao que sucede na
fachada, desprovida de graciosidade, o retábulo da
capela-mor revela toda a elegância da sua nova
estrutura retabilística. A obra de talha teve o risco
de Nicolau Nasoni.

Igreja de Nossa Senhora da Esperança, Av.


Rodrigues de Freitas (ao Jardim de S.Lázaro)

Edificado no terreiro de S. Lázaro, segundo o traço


do mestre António Pereira, a obra do Recolhimento
das Meninas Órfãs foi construída entre 1724 e 1743.
Em 1746, é iniciada a construção da Igreja, segundo
projecto atribuído por alguns a Nicolau Nasoni. O
interior apresenta diversos retábulos em talha, de
estilo barroco.
Igreja dos Terceiros do Carmo, Rua do Carmo

Igreja construída na segunda metade do século


XVIII, sendo projecto do arquitecto José Figueiredo
Seixas. A fachada de cantaria, rematada por um
amplo frontão, sobre o qual aparecem as figuras dos
quatro evangelistas, revela ainda grandes
influências do estilo criado por Nicolau Nasoni.

Igreja e Torre dos Clérigos, Rua de S. Filipe Nery

Este conjunto arquitectónico foi edificado, entre


1732 e 1773, pela Irmandade dos Clérigos. Na
construção da Igreja trabalharam vários artistas,
destacando-se Nicolau Nasoni e o mestre pedreiro
António Pereira. A Torre que remata o edifício do
lado poente é uma das obras-primas de Nicolau
Nasoni, sendo considerada um dos ex-libris da
cidade.

Palácio de S. João Novo, Largo de S. João Novo

Este palácio foi edificado por mestre António


Pereira, no segundo quartel do século XVIII, para
habitação de Pedro da Costa Lima, fidalgo da Casa
Real, que exerceu diversos cargos públicos na
Cidade. São dignas de nota a fachada principal e a
escadaria nobre, do interior.

Fachada da Igreja da Misericórdia, Rua das


Flores

É um dos mais significativos exemplares da


arquitectura setecentista do Porto, sendo o risco da
autoria de Nicolau Nasoni. A obra, que se encontra
datada de 1750, é de um grande efeito cenográfico
e nela já se faz notar a influência da nova gramática
decorativa do rococó.

Igreja de S. Francisco e Casa do Despacho, Rua


do Infante D. Henrique

A construção da igreja iniciou-se no século XIV,


sendo o principal templo em estilo gótico existente
na cidade. No entanto, é uma das mais importantes
obras do Barroco, pelo seu revestimento interior em
talha dourada, dos séculos XVII e XVIII. É de
destacar a Árvore de Jessé, da autoria de mestre
Manuel Carneiro Adão.

O Porto barroco pode ainda admirar-se em outros monumentos para além


dos acima descritos, como é o caso da belíssima talha dourada que decora
todo o interior da Igreja de S. João da Foz do Douro, do retábulo da Igreja
de S. Pedro de Miragaia ou, ainda, das arquitecturas palacianas da Casa
de Ramalde ou das Quintas da Prelada e de Bonjóia, espaços de
representação que têm no Palácio do Freixo o seu mais virtuoso cenário.

O que é Barroco:
Barroco é um estilo artístico caracterizado pela
extravagância, exuberância e excesso de ornamentos, que
surgiu na Itália na segunda metade do século XVII e se
estendeu até o começo do século XVIII.
O Barroco, originário da Itália, difundiu-se pela
França, Espanha, Portugal, Inglaterra e acabou
sendo adotado em todos os países ocidentais. O
estilo dominou a arquitetura, a pintura, a
escultura, a literatura, a música e por extensão,
toda a cultura desse período, incluindo os
costumes, valores e relações sociais da época.

O Barroco representava uma oposição


ao Renascimento, cujas formas primavam pela
harmonia e simplicidade. Nascido de uma livre
interpretação das formas clássicas do
Renascimento caracterizou-se pelo requinte,
rebuscamento, grandiosidade e pelo exagero dos
adornos. Era tal a abundância de detalhes
decorativos nas superfícies, que davam muitas
vezes a impressão de terem sido esculpidas.
O Barroco se expandiu na arte eclesiástica, que
desejava propagar a fé católica. Em nenhuma
época se construiu tantas capelas e igrejas
monumentais. A arte barroca surgiu também na
construção de palácios, com o objetivo de
causar admiração e poder.

Durante o século XVIII, esse pomposo estilo


arquitetônico sofreu várias adaptações. Uma
delas foi o estilo rococó na França, assim
chamado devido aos ornatos de um capitel de
coluna em forma de espiral e desenhos de
conchas frequentemente empregadas.
Barroco na literatura
Na literatura, o barroco consistia em uma
corrente literária marcada pela virtuosidade da
linguagem, refinamento e sutilieza das palavras.
É marcada por uma sintaxe muito elaborada,
com jogos de palavras e utilização habitual do
hipérbato.

Um dos sentimentos mais abordados é a


desilusão, sendo que o poeta barroco procura
descrever os estados de alma através de jogos
estéticos.

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