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Programa de estudos: Mestrado em gestão de projetos ambientais

Disciplina: AU013 – Produto e meio ambiente


Nome: Jessica Cibelle Fonseca de Matos
Aluno nº: CVMPGA3984912
Data: 25/04/2023

São Vicente é uma das ilhas mais populosas do arquipélago de Cabo Verde com uma
área de superfície de 227 km² conta com uma população é de 76 107 (senso do ano de
2010) e com uma taxa anual de crescimento demográfico de 2,7%. A população de São
Vicente é maioritariamente jovem, cerca de 66% da população tem menos de 30 anos.
Não obstante da sua população jovem, São Vicente ainda enfrenta grandes
problemáticas a nível económico (Instituto Nacional de Estatistica, 2020). A baixa
precipitação na ilha faz com que a maioria da população trabalhe no comércio e
prestação de serviços, deixando a agricultura e a pesca como os sectores que enfrentam
maiores dificuldades na ilha. A nível educacional, a maioria da população São-vicentina
frequenta o Ensino Básico integrado que corresponde a 6 anos de escolaridade,
atividades ligadas a educação ambiental, formações e workshops de sensibilização são
constantemente feitas nas comunidades e escolas. A educação ambiental tem sido uma
prioridade das ONG’s, no entanto, o país carece de uma estrutura de aterro sanitário
adequado e de estruturas para o tratamento de resíduos sólidos urbanos adequados.
Todo o lixo gerado é queimado a céu aberto, sem nenhum tipo de separação ou
tratamento prévio, levando a poluição do meio terrestre e dos oceanos. Para além da
poluição local, a localização geográfica de Cabo Verde no giro do Atlântico e a
influência da corrente das Canárias, faz com as praias do país sejam propensas à
acumulação de lixo vindo do oceano. Os problemas que se levantam em torno do
plástico, resíduos e poluição marinha estão a aumentar de forma clara em Cabo Verde,
com efeitos negativos para o ambiente, os ecossistemas marinhos e a população. Isto
acontece sobretudo pela falta de unidades de transformação de lixo no país, deste modo,
alternativas para a transformação do plástico gerado tanto pela população local como o
transportado pelas correntes oceânicas seria uma ferramenta importante na redução da
poluição.

Problema: Inexistência de unidades de transformação de lixo no país levando a um


aumento da poluição gerada pelo plástico.

Breve diagnostico: A poluição gerada pelo plástico é causada pelo consumo excessivo
desse produto, não dando preferências a produtos sustentáveis e reutilizáveis, como
consequência o plástico é uma das maiores fontes de poluição marinha e está a impactar
de forma profunda os nossos ecossistemas e os animais marinhos (como tartarugas ou
baleias). Deste modo a vida marinha ao ser afetada diretamente, acaba por afetar o
consumidor/população local pois a queda da biodiversidade e a contaminação dos
peixes é uma ameaça ao meio de subsistência e a saúde da população local.
Proposta: implementar um projeto piloto de transformação de plástico em São Vicente,
tendo por bases princípios de economia circular, com o objetivo de transformar plástico
que de outra forma seria descartado (que seria considerado lixo) em novos e úteis
produtos, mostrando que os resíduos também podem ser um recurso valioso.
O projeto será implementado em São Vicente, na zona de Pedra Rolada, onde será
criada uma fábrica de transformação de plástico. As máquinas para a transformação do
plástico serão encomendadas em Portugal e implementadas na fábrica, dois estudantes
de Biologia serão treinados para a transformação do plástico e divulgação de conteúdo
nas plataformas online. Os produtos a ser desenvolvidos na fabrica deverão ser úteis,
duráveis e ter um grande impacto na comunidade.
Parcerias com empresas que produzem materiais de plástico serão estabelecidas no
intuito de fornecerem os seus resíduos plásticos para a fabrica de transformação. Uma
campanha de sensibilização em torno da poluição feita pelo plástico e como as escolhas
do publico afetam o destino dos nossos oceanos. As escolas também serão parceiras do
projeto, o plástico recolhido nas escolas parceiras, o plástico será transformado e doado
novamente à escola na forma de material escolar (por exemplo réguas).
Palestras, workshops e formações ligadas ao plástico, ao seu manuseamento,
reutilização e escolhas amigas do ambiente serão lecionadas nas comunidades e nas
escolas. Parcerias com ONG’s serão feitas no intuito de desenvolver sacos e recipientes
com plástico transformado com o intuito de introduzir o produto nas lojas, dando assim
uma alternativa ao publico de ao invés de utilizar uma sacola de plástico, este escolher,
um saco/recipiente feito através de plástico transformado/reciclado.

Bibliografia
Instituto Nacional de Estatística (INE). (2020). Dados estatísticos do Município de São
Vicente. INE

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