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FICHA 4 - ARQUITETURA DA REDE GSM (MS e BSS)
FICHA 4 - ARQUITETURA DA REDE GSM (MS e BSS)
Faculdade de Engenharia
Departamento de Engenharia Electrotécnica
FICHA 4
Outro conceito importante em conta no desenho, foi a gestão e manutenção centralizada da rede bem
como a interligação a outras redes, particularmente à rede fixa. Esta arquitectura pode ser observada na
Figura 1.1.
Neste sistema de serviço de telefonia celular, a área de serviço é dividida em regiões (clusters) que
utilizam todo o espectro de frequências disponível. Estes por sua vez, são subdivididos em regiões
menores (células) que utilizam um subgrupo de frequências do espectro.
Esta abordagem sugere a possibilidade de ter-se muitos equipamentos (antenas, estações de rádio, etc.)
conforme a área de cobertura. Com isto, a tecnologia celular, tal como descrito nas fichas anteriores,
apesar da sua complexidade, tem grandes vantagens, dentre as quais podemos mencionar:
Situa-se no extremo do sistema, que para além da parte de rádio e funções de processamento para acesso
à rede através do interface rádio, deve incorporar o interface para com o homem (microfone,
auscultador, visor, teclado, etc.) e ou o interface para interligação com equipamento terminal
(computador pessoal ou fax). Outro aspecto significativo da arquitectura da estação móvel, é o módulo
do assinante, onde está envolvido mais que uma simples identificação. O SIM (Subscriber Identity
Module) é essencialmente um cartão inteligente contendo toda informação relactiva ao assinante e
alguma informação do sistema.
Do termo BSS (Base Station Subsistem em inglês), é responsável pelo estabelecimento da ligação entre a
Estação Móvel e o NSS (Networking Switching System). O BSS agrupa as infraestruturas de
máquinas que são específicas aos aspectos rádio celulares. O BSS encontra-se em contacto directo com a
estação móvel, através do interface rádio, incluindo portanto o equipamento responsável pela
transmissão e recepção do percurso rádio e sua gestão. Necessitando de controle, o BSS encontra-se
também em contacto com o OMC (Operation and Maintenance Centre) através duma rede de
comunicação de dados a funcionar sobre X.25. Os equipamentos abrangidos por este subsistema são:
Dentro do subsistema NSS, as funções de comutação básicas são executadas pelo MSC (Mobile
Switching Centre), que tem como principal papel o da coordenação e estabelecimento de chamadas de
O HLR (Home Location Register) – que guarda a informação sobre níveis de assinaturas,
serviços suplementares e a posição actual, ou mais recente, dos assinantes da própria rede.
VLR (Visitors Location Register) - associada a cada MSC, ela conserva informação sobre
níveis de assinantes, serviços suplementares e a posição actual dos assinantes “visitantes” dessa
área.
AuC (Authentication Center) – base de dados bastante importante, contêm toda a informação
adequada para evitar as intromissões no interface rádio e a utilização indevida do equipamento.
Operação e manutenção das máquinas da rede. Responsável por este serviço está uma máquina a
que se dá o nome de OMC (Operation and Maintenance Centre), e que é considerada a
interface entre o homem e a rede, permitindo a este efectuar operações de manutenção, assim
como fazer a gestão de todas as máquinas do sistema.
Gestão do equipamento móvel. Parte desta tarefa é realizada na operação de rede pelas máquinas
da infra-estrutura. Contudo, existe uma máquina, identificada como sendo EIR (Equipment
Identity Register), responsável pelo armazenamento dos dados relativos ao equipamento
móvel. Um exemplo da necessidade da gestão do equipamento móvel é o de procurar MS’ s
roubadas ou com funcionamento estranho.
Diferentes tipos de estações móveis têm diferentes potências de emissão e diferentes alcances. Um
móvel portátil tem uma potência de emissão mais baixa, e consequentemente menos raio de acção, do
que um móvel instalado num veículo. Existem cinco classes de potência de emissão de móveis, de
acordo com a norma GSM. Estas classes são apresentadas no seguinte quadro:
Outro conceito não menos importante é a alimentação, tal como baterias ou cargas, que
embora tenham conhecido uma evolução nos últimos tempos, esta não tem acompanhado a
evolução do restante sistema.
Assim, a Estção Móvel é um terminal móvel do usuário composto por microfone, teclado, unidade de
controle, bateria, unidade de rádio e antena. A sua função principal é fazer a interface
electromagnética entre o usuário e a rede. Estes equipamentos podem ser classificados como:
portátil, veicular ou transportável, dependendo de suas dimensões e capacidade de potência e carga. A
pesar dessas distinções, a Figura 2.2 mostra o diagrama de blocos de uma MS.
A arquitectura das Estações Móveis para GSM tem como base sempre os Processadores Digitais de
Sinal, o seu desenvolvimento guiou-se pelos três critérios essenciais de optimização, sendo estes:
Custos de fabrico;
Autonomia;
Dimensões e peso do equipamento.
Subsistema Rádio - Este subsistema tem como funções a filtragem e amplificação do sinal
captado pela antena na recepção, e a geração, modulação e amplificação do sinal a ser
transmitido, na transmissão.
Subsistema de Controle - Este módulo é responsável pelo controle dos subsistemas anteriores,
rádio e processador de sinal banda-base, e pela gestão das interfaces externas, tendo portanto o
controle de todo o terminal.
Dados fixos, gravados antes de ser efectuada a assinatura. Por exemplo, a chave de autenticação
do assinante (Ki) e algoritmos de segurança;
Dados temporários da rede. Por exemplo, o código de identificação da área de localização, o
TMSI (Temporary Mobile Subscriber Identity) e as redes onde o acesso é negado;
Dados relacionados com o serviço. Por exemplo, o idioma por defeito e informações
relacionadas com custos de chamadas e serviços.
O módulo SIM é suportado por um cartão que deve ser colocado no móvel. Este cartão segue as
normas ISO para o efeito. Existem dois tipos de cartões fisicamente diferentes. O tipo ID-1 que é do
tamanho de um cartão de crédito comum e o tipo Plug-in que é normalmente retirado do cartão
anterior, sendo muito mais pequeno do que o do tipo ID-1 e é colocado dentro do móvel, conforme
mostra a Figura 2.3. Os interfaces lógico e físico com os dois tipos de cartões são idênticos em ambos os
tipos de cartões.
A norma GSM define uma série de aspectos relacionados com segurança que devem ser suportados pelo
SIM. Estes aspectos são:
Como já foi referido anteriormente, o SIM contêm uma série de dados necessários para o correcto
funcionamento do móvel. Esta informação pode ser relacionada com o assinante móvel, com serviços
Além da informação anterior o SIM deve também guardar a seguinte informação relacionada com os
aspectos de segurança:
Todos os dados relacionados com o assinante, tais como o PIN e o PUK, que tenham sido transferidos
para o móvel durante a operação devem ser removidos após o SIM ter sido retirado ou o móvel ter sido
desactivado.
Em adição aos serviços anteriores, existe uma série de serviços permitidos neste sistema. Estes serviços
podem ser por exemplo o barramento de chamadas, contador de custos de chamadas, marcação
abreviada ou a selecção do tipo de mensagens curtas.
Este subsistema possui também autonomia para tratar a maior parte de possíveis falhas do sistema, não
tendo assim nestes casos que intervir o OSS.
3.1. Arquitectura
A BTS, que inclui os recursos rádio e de sinalização necessários a assegurar o tráfego numa
determinada célula.
O BSC, que controla todas as BTS’ s e respectivos interfaces rádio necessários para cobrir a área
do BSS.
A BTS é basicamente responsável pela camada física do interface rádio. O modo de acesso ao canal de
rádio adoptado pelo sistema GSM é do tipo TDMA, o que permite a um único transreceptor rádio
(TRE) servir simultaneamente 16 canais de débito parcial ou 8 canais de débito total.
Além dos equipamentos anteriores, fazem parte também deste subsistema os Conversores de Voz,
conhecidos por Speech Transcoders ou também por Transconding and Rate Adaptation Unit (TRAU).
Os speech transcoders são utilizados para adaptar o formato GSM de codificação de baixo débito (13
Kbits/s), utilizados no canal rádio, para o utilizado na rede fixa (64 Kbit/s). São instalados entre o BSC e
o NSS, devendo ficar geralmente no local da comutação, de modo a tirar partido das capacidades da
codificação de fala do sistema, podendo também ficar junto do BSC. Quando o equipamento fica
colocado junto ao MSC, pode-se assim reduzir os custos de interligação, agrupando-se quatro canais de
voz GSM num canal PCM.
Toda esta arquitectura deve apresentar flexibilidade em relação à cobertura que se pretende, dependendo
da área a cobrir, edifícios e tipo de arruamentos. Poderá existir uma cobertura omnidirecional ou
sectorizada, de acordo com as necessidades de tráfego, dando assim origem a diversos tipos de
configurações ao nível do BSS, como mostra a Figura 3.2.
A Estação Base guarda todo o equipamento de transmissão rádio para uma determinada configuração de
antenas, além do necessário equipamento para monitorização. Existem no mercado diversas
configurações para estações base, desde equipamento reduzido, para exteriores ou interiores ou
equipamento móvel. Um exemplo deste equipamento para interiores, sob a forma de bastidores pode ser
observado na Figura 3.3.
Em termos de funcionalidade basicamente a BTS assegura a recepção e transmissão rádio, tendo para
isso um ou mais transreceptores (TRX/TRE) para assegurar a capacidade requerida. A BTS disponibiliza
diversas funções, relacionadas quer com o recurso rádio, quer com operação e manutenção do sistema.
3.2.1. Funcionalidade
As funções de recurso comum são funções que dizem respeito a todos os móveis na área de cobertura e
não apenas a um ou outro móvel. As funções de recursos comuns incluem os recursos gerais do sistema
de transmissão e recepção utilizado para tráfego com todas as estações móveis ligadas à célula. Estão
incluídas neste tipo de funções:
O BSC define mensagens de informação para serem guardadas e regularmente difundidas pela BTS no
canal de broadcast: informações como identidade da célula, lista de células vizinhas, LAI, lista de
frequências usadas pela célula e indicador de controle de potência. Ao aparecer uma falha no transceiver,
Paging - Outra situação é quando o sistema não sabe onde se encontra um determinado
usuário. Para localizá-lo, a rede utilizará o recurso de Paging. Ela enviará uma mensagem de
Paging para a BSC controladora da última área informada por esse assinante. Assim, a BSC irá
enviar mensagens de Paging para todos os terminais móveis (celulares) localizados naquela área
no momento.
Utilizando o IMSI do assinante, a BSC irá perguntar a todos os terminais móveis (celulares) qual deles
possui o IMSI em questão. O terminal móvel (celular) que responder é o procurado.
O Paging é usado também quando um terminal móvel (celular) recebe uma chamada. A BSC então envia
o Paging para poder alocar um canal de controle.
Pedido de Canal pela Estação Móvel - Ao receber um pedido de canal por parte da MS, a
BTS informa o BSC, pelo que este responde com a atribuição de um canal de controle dedicado
(DCCH) para sinalização entre o MSC e a MS. A partir deste canal, é então atribuído um canal
de tráfego para comunicação de voz e dados.
As funções de recursos dedicados são responsáveis pelo tráfego individual de cada MS ligada à estação
base. Incluem as seguintes funções:
Activação do Canal - Através desta função, o BSC obriga a BTS a activar um canal de recursos
dedicados para uso do seu canal lógico associado. Ao ser atribuído o canal, o BSC informa o
TRX/TRE sobre diversos parâmetros, tais como tipo e codificação do canal.
Desactivação do Canal - Função inversa à anterior, ou seja, a BTS desactiva o canal.
Início de Encriptação - É executado pela BTS e suportado pela chave de encriptação, chave
esta que é processada no procedimento de autenticação do parâmetro RAND (numero aleatório)
e a chave de assinante individual.
As funções de canal terrestre incluem diversas funções que lidam directamente com codificação de voz e
adaptação dos débitos de dados. Estas funções são:
Codificação de Voz. Esta função está localizada na TRAU (Transcoder and Rate Adaptation
Unit) remota no BSC, e trata de efectuar a codificação de voz, feita entre 64 Kbit/s e 13 Kbit/s.
Controlo na Banda de TRAU Remotas. É adicionada informação de controlo a dados e voz.
Além disto, 4 canais de informação são multiplexados num canal de informação de 64 Kbit/s
entre o BSC e a BTS.
VAD/DTX. O detector de actividade de voz (VAD) detecta se quem falou mais recentemente
está ou não a falar, e em caso de silêncio o recurso rádio é informado e a transmissão rádio é
desligada, DTX (Discontinuos Transmission).
Multiplexagem no Percurso Rádio. Os canais lógicos são multiplexados nos canais físicos. −
Codificação de Canal e Interleaving. Esta função trata de formatar a sequência de bits em cada
timeslot do canal físico.
Encriptação e Operação Inversa. A voz é codificada e descodificada utilizando a chave de
encriptação. Esta chave é gerada no Centro de Autenticação (AuC) e carregada no TRX.
Deverá existir sincronização entre BTS pertencentes ao mesmo BSC. A sincronização da BTS é feita
tendo em conta a Frequência de Referência cuja informação temporal é extraída das ligações PCM do
BSC, e o Número de Trama, que pode ser colocado e lido no contador de número de trama.
Quanto a disposição, normalmente opta-se sempre que possível em colocar o BSC e MSC no mesmo
local, evitando assim as ligações.
3.3.1. Funcionalidade
Um grande conjunto de funções executadas pelo BSC é relativo à gestão rádio da rede. O sistema rádio
de um sistema celular está normalmente sob grande pressão devido à taxa de crescimento de assinantes
que continuamente entram no sistema. Estes objectivos são conseguidos pelas funções:
Medidas de Tráfego. O BSC executa uma série de funções relacionadas com medidas de
tráfego.
Além das funções anteriores o BSC está também responsável por carregar todo o software para as
estações base, visto que estas não tem discos rígidos. Assim em caso de falha ou de activação as BTS’s
têm de carregar todo o software a partir do BSC. Além desta função o BSC tem de assegurar todos os
mecanismos que permitam estabelecer, manter e terminar ligações rádio com os móveis. Na fase de
estabelecimento de ligações com os móveis estão envolvidos os seguintes passos:
Depois de estabelecida a ligação com o móvel o BSC não termina por aqui o seu trabalho mas antes
inicia aqui as mais complexas funções de forma a supervisionar e manter as ligações em curso. A
intensidade do sinal e qualidade de voz são permanentemente medidas pela MS e BTS sendo então
transmitidas para o BSC, permitindo-lhe assegurar com eficiência os seguintes mecanismos:
Handover. O handover é o processo pelo qual uma ligação activa á transferida para outra célula.
Existem diversos tipos de handover, com várias causas possíveis e diferentes entidades
envolvidas. Este mecanismo será estudado mais tarde.
Frequency Hopping. As sequências de hopping são definidas pelo BSC que as envia para os
móveis e estações base.
Mensagens Curtas. O BSC assegura a gestão das listas de espera, envio e repetições de
mensagens curtas.
FIM