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Texto VII-2023, ACaNa_IM, escrito por Amade Casimiro Nacir (Msc), publicado a 02 de Outubro de 2023,

Segunda-feira, Maputo, Moçambique. Encontre mais textos em www.amadenacir.com e/ou


www.informandoemudando.blogspot.com ; contacto: amadecasimironacir@hotmail.com. Adicionalmente,
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Amade Casimiro Nacir1, 02 de Outubro de


2023, Segunda-feira.

Título Qual é o significado do alargamento dos BRICS?

What is the meaning of the enlargement of BRICS?


Title

Resumo Este texto percebe a importância e importância do fórum BRICS. Para tal, recorre-se ao
método histórico para perceber a própria emergência desse fórum, os objectivos iniciais
e evolução. Faz-se assim uma pesquisa bibliográfica. Termina-se percebendo que o
fórum BRICS surgiu e norteia-se por uma abordagem multipolar da ordem
internacional, i.e., procura opor-se a unipolaridade liderada pelos EUA e ocidente.

Páginas 3
Pages 3

Abstract On this essay we analyse the meaning of BRICS enlargement. We do so by study the
historic process of establishment and objectives of BRICS and how it has evolved as
time elapsed. We rely on bibliographic research to understand that BRICS oughts to
position themselves as a sourceof multipolarity, thus opposing the unipolar leadership
of the United States of America and Europe..

Palavras-chave Significado; Alargamento; BRICS.

Key Words Meaning, Enlargement, BRICS.


Para todos que encorajam o projecto Informando e Mudando por meio de suas diversas
Agradecemos plataformas. Adicionalmente, para os futuros doadores, obrigado.

1
PT:
Amade Casimiro Nacir é Mestre em Ciências Sociais, especialista em Desenvolvimento Sustentável(Université
Paris Saclay – Paris 11 e UVSQ), Licenciado em Relações Internacionais e Diplomacia (Instituto Superior de
Relações Internacionais, actual Universidade Joaquim Chissano – UJC). Docente Universitario na Universidade
Sao Tomas de Mocambique (USTM)
EN:
Amade Casimiro Nacir has a Master on Social Sciences, and is a specialist on Sustainable Development
(Université Paris Saclay – Paris 11 and UVSQ), and a Bachelor in International Relations and Diplomacy (Higher
Institute of International Relations, currently University Joaquim Chissano – UJC). University Lecturer at St
Thomas University (USTM).
Texto VII-2023, ACaNa_IM, escrito por Amade Casimiro Nacir (Msc), publicado a 02 de Outubro de 2023,
Segunda-feira, Maputo, Moçambique. Encontre mais textos em www.amadenacir.com e/ou
www.informandoemudando.blogspot.com ; contacto: amadecasimironacir@hotmail.com. Adicionalmente,
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Nota sobre conflito Este texto é escrito sem algum interesse oculto por parte do autor e representa a
de interesses respectiva convicção intelectual.

Disclosure No present conflict of interests surround this text.


statement

Sobre o autor Amade Casimiro NACIR (aspirante polímata).

About the author Amade Casimiro NACIR (Polymath wannabe)


Qual é o significado do alargamento dos BRICS?

Brasil, Rússia, India, China e África do Sul, é o acrônimo do fórum BRICS (do inglês: Brazil,
Rússia, India, China and South Africa). E podemos começar este texto com uma nota positiva
sobre a recente cimeira do BRICS, i.e., a 15ª cimeira do BRICS, realizada em Joanesburgo, na
África do Sul, a 22 de agosto de 2023. Nota positiva na medida em que o continente africano
participa activa e historicamente de um provável processo de transição da ordem mundial. Isso
é, quem for, dentro das próximas décadas, estudar a história das relações internacionais, vai
perceber que na cimeira de Joanesburgo, houve o aumento dos países que participam do fórum
BRICS. E esse aumento contribui para os desígnios da multipolaridade, um desiderato do
BRICS. Portanto, esse aumento ocorreu no continente africano. África participa assim, de forma
activa, na restruturação da arquiectura do poder no sistema internacional.

Os encontros formais do BRICS começaram em 2006. Aquando da Assembleia Geral das


Nações Unidas, em Nova Iorque, sob proposição russa, os ministros dos negócios estrangeiros
da Rússia, Brasil e China, e o ministro da defesa indiano mantiveram encontros à margem,
culminando com um comunicado conjunto sobre os principais assuntos globais (INFOBRICS,
2023). Em 2008, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Brasil, India e China se
reúnem em Yekaterneburgo, para seguidamente os lideres dos mesmos países – Dmitry
Medvedev, Luiz Inácio Lula da Silva, Manmohan Singh e Hu Jintao – respectivamente, se
reunirem em Toyako, no Japão, a margem da cimeira do G7. Esses encontros serviram de
momentos de concertação sobre um posicionamento comum relativamente aos problemas
globais.

O fórum BRICS se posiciona então como um polo de mudança da ordem internacional


dominada pelo ocidente. Podemos aqui abrir um parenteses e explicar que ordem internacional
é a forma como está estruturado o poder no Sistema Internacional. De forma resumida, temos
a ordem multipolar, a ordem bipolar, a ordem uni-multipolar, e a ordem unipolar. A ordem
multipolar significa existência de vários Estados com domínio dos assuntos internacionais; a
ordem bipolar significa existência de dois Estados com domínio dos assuntos internacionais; a
ordem uni-multipolar significa existência de um Estado com domínio internacional
relativamente elevado face à outros Estados com também algum domínio internacional; por
fim, a ordem unipolar significa existência de apenas um Estado com domínio internacional.

1
Fechando o parenteses, percebemos que existe a possibilidade de existência de diferentes tipos
de estrutura de poder no Sistema Internacional. E por vezes os polos de poder não são feitos
por apenas um Estado, mas sim por um conjunto de Estados. Tomemos o exemplo da guerra
fria, também conhecida como ordem bipolar – pela existência de dois polos de poder: um
capitalista (liderado pelos Estados Unidos da América – EUA) e outro socialista (liderado pela
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS).

Com o fim da guerra fria, a desagregação da URSS, houve um período em que os EUA
lideraram os assuntos globais. Podemos ariscar considerar que isso sucedeu de 1991 até 2008,
com a crise financeira global iniciada nos EUA (que demonstrou a fragilidade do sistema
financeiro americano), ou 2014 com a anexação da Crimeia pela Rússia (não tendo os EUA
demonstrado uma reação à altura para prevenir ou reverter a acção russa). Porém, pode-se
igualmente, apontar 2001 e os ataques às torres gémeas e o pentágono (símbolos dos poderes
económico e militar dos EUA) como o ano que marca o fim da hegemonia global dos EUA.
Mutatis Mutandis, é quase consensual que durante a última década do seculo passado, o poder
dos EUA era sem paralelo. e resumindo, é mais razoável considerar 2014 como o marco da
perca de poder hegemónico dos EUA.

Desse modo, essa liderança dos assuntos globais por parte dos EUA evidencia-se pela ação
desse Estado para satisfazer interesses próprios. Podemos referenciar a invasão ao Afeganistão
e ao Iraque, no início da década 2000. Depois, o próprio impacto da crise financeira nos EUA
sobre todo o mundo – que demonstra a influencia dos acontecimentos nos EUA no Sistema
Internacional.

Por conseguinte, alguns Estados ocidentais, como os membros da União Europeia (EU), Japão,
Coreia do Sul, Austrália, Nova Zelândia, entre outros, posicionaram-se a favor da liderança dos
EUA. Contrariamente, o fórum BRICS se posiciona como uma alternativa a um mundo
unipolar. Isso é, o BRICS pretende desafiar a hegemonia dos EUA (incluindo o ocidente global)
no domínio dos assuntos globais.

Por fim, o acréscimo de mais Estados para membros dos BRICS significa uma aceitação por
parte dos actores, estatais que manifestaram e efectivaram a adesão ao fórum, em participarem
no processo de transição da ordem internacional. E esses actores estatais representam diferentes
sensibilidades geográficas. Isso é, se nos integrantes anteriores já tínhamos dentro do fórum
BRICS países de quase todos continentes (considerando Oceânia como o “continente” não
representado): Brasil, do continente americano, no subcontinente da américa do sul; Rússia, do

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continente europeu, no subcontinente leste europeu; India e China, do continente asiático; e
África do Sul, do continente africano.

In fine, com o alargamento dos países que agora integram o BRICS, essa representação
aumentou. Temos Arábia Saudita, Irão e Emiratos Árabes Unidos do continente asiático no
subcontinente do Médio Oriente; Etiópia e Egipto do continente africano; Argentina do
continente americano, no subcontinente da américa do sul. Ora, o alargamento do BRICS
significa aceitação, por parte dos Estados – principais actores das relações internacionais, em
recriar um mundo multipolar, sem o domínio único dos EUA, especificamente e ocidente, de
forma geral.

Bibliografia

1. INFOBRICS. (2023). INFOBRICS. Obtido de Histor of BRICS:


http://infobrics.org/page/history-of-brics/

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