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História da Urbanização de São Paulo

A fundação de São Paulo insere-se no processo de ocupação e exploração


das terras americanas pelos portugueses, a partir do século XVI. Nessa
época, um grupo de padres da Companhia de Jesus, da qual faziam parte
José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, escalaram a serra do mar chegando
ao planalto de Piratininga onde encontraram "ares frios e temperados como
os de Espanha" e "uma terra mui sadia, fresca e de boas águas". Do ponto
de vista da segurança, a localização topográfica de São Paulo era perfeita:
situava-se numa colina alta e plana, cercada por dois rios, o Tamanduateí e
o Anhangabaú.

Nesse lugar, fundaram o Colégio dos Jesuítas em 25 de janeiro de 1554, ao


redor do qual iniciou-se a construção das primeiras casas de taipa que
dariam origem ao povoado de São Paulo de Piratininga.

Em 1560, o povoado tornou-se Vila e pelourinho mas a distância do litoral, o


isolamento comercial e o solo inadequado ao cultivo de produtos de
exportação, condenou a Vila a ocupar uma posição insignificante durante
séculos na América Portuguesa. Por isso, ela ficou limitada ao que hoje
denominamos Centro Velho de São Paulo ou triângulo histórico, em cujos
vértices ficam os Conventos de São Francisco, de São Bento e do Carmo.
Até o século XIX, nas ruas do triângulo (atuais ruas Direita, XV de Novembro
e São Bento) concentravam-se o comércio, a rede bancária e os principais
serviços de São Paulo.

Em 1681, São Paulo foi considerada cabeça da Capitania de São Paulo e,


em 1711, a Vila foi elevada à categoria de Cidade. Apesar disso, até o
século XVIII, São Paulo continuava, praticamente, como um quartel-general
de onde partiam os bandeirantes.

A área urbana inicial, contudo, ampliou-se com a abertura de duas novas


ruas, a Líbero Badaró e a Florêncio de Abreu. Em 1825, inaugurou-se o
primeiro jardim público de São Paulo, o atual Jardim da Luz, iniciativa que
indica uma preocupação urbanística com a beleza da cidade.

No início do século XIX, com a independência do Brasil, São Paulo firmou-se


como capital da província e sede de uma Academia de Direito, convertendo-
se em importante núcleo de atividades intelectuais e políticas. Concorreram
também para isso, a criação da Escola Normal, a impressão de jornais e
livros e o incremento das atividades culturais.

No final do século, a cidade passou por profundas transformações


econômicas e sociais decorrentes da expansão da lavoura cafeeira em
várias regiões paulistas, da construção da estrada de ferro Santos-Jundiaí
(1867) e do afluxo de imigrantes europeus. Para se ter uma idéia do
crescimento vertiginoso da cidade na virada do século, basta observar que
em 1895 a população de São Paulo era de 130 mil habitantes (dos quais 71
mil eram estrangeiros), chegando a 239.820 em 1900!). Nesse período, a
área urbana se expandiu para além do perímetro do triângulo, surgiram as
primeiras linhas de bondes, os reservatórios de água e a iluminação a gás.

Esses fatores somados já esboçavam a formação de um parque industrial


paulistano. A ocupação do espaço urbano registrou essas transformações. O
Brás e a Lapa transformaram-se em bairros operários ; ali concentravam-se
as indústrias próximas aos trilhos da estrada de ferro inglesa, nas várzeas
dos rios Tamanduatey e Tietê. A região do Bexiga foi ocupada, sobretudo,
pelos imigrantes italianos e a Avenida Paulista e região, de áreas
arborizadas, elevadas e arejadas, foi substituída pelos palacetes dos
grandes cafeicultores .

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As mais importantes realizações urbanísticas do final do século foram, de


fato, a abertura da Avenida Paulista (1891) e a construção do Viaduto do
Chá (1892), que promoveu a ligação do "centro velho" com a "cidade nova",
formada pela rua Barão de Itapetininga e região. É importante lembrar,
ainda, que logo a seguir (1901) foi construída a nova estação da São Paulo
Railway, a notável Estação da Luz.

Do ponto de vista político-administrativo, o poder público municipal ganhou


nova fisionomia. Desde o período colonial São Paulo era governada pela
Câmara Municipal, instituição que reunia funções legislativas, executivas e
judiciárias. Em 1898, com a criação do cargo de Prefeito Municipal, cujo
primeiro titular foi o Conselheiro Antônio da Silva Prado, os poderes
legislativo e executivo se separaram.

O século XX, em suas manifestações econômicas, culturais e artísticas,


passa a ser sinônimo de progresso. A riqueza proporcionada pelo café
“moderniza” a capital.

Trens, bondes, eletricidade, telefone, automóvel, velocidade, a cidade


cresce, e recebe muitos melhoramentos urbanos como calçamento, praças,
viadutos, parques e os primeiros arranha-céus.

O centro comercial com seus escritórios e lojas sofisticadas, expõe em suas


vitrines a moda recém lançada na Europa. Sinais telegráficos traziam
notícias do mundo e repercutiam na desenvolta imprensa local.

Nos navios carregados de produtos finos para damas e cavalheiros da alta


classe, também chegavam os imigrantes italianos e espanhóis rumo às
fazendas ou às recém instaladas indústrias, não sem antes passar uma
temporada amontoados na famosa hospedaria dos imigrantes, no bairro do
Brás.

Em 1911, a cidade ganhou seu Teatro Municipal, obra do arquiteto Ramos


de Azevedo, celebrizado como sede de espetáculos operísticos, tidos como
entretenimento elegante da elite paulistana.

A industrialização se acelera após 1914 durante a Primeira Grande Guerra


mas o aumento da população e das riquezas é acompanhado pela
degradação das condições de vida dos operários que sofrem com salários
baixos, jornadas de trabalho longas e doenças. Só a gripe espanhola
dizimou oito mil pessoas em quatro dias. Com isso, se organizam em
associações e promovem greves.
Nos primeiros anos da década de vinte, os grandes proprietários de terra
comandavam a política brasileira , na qual o presidente da República era
apoiado pelos governadores dos estados que representavam as oligarquias
regionais dos coronéis. Mas o grande crescimento industrial coincidiu
também com o declínio da economia cafeeira. Com a queda da bolsa de
Nova York, em 1929, os preços do café despencaram e a crise atingiu toda a
economia brasileira, fechando mais de 500 fábricas no Rio de Janeiro e em
São Paulo. Desse modo, o país chegou a quase dois milhões de
desempregados no final de 1929, com o governo em crise, fazendeiros em
pânico e a miséria e a fome atingindo a maioria da população.

A crise política foi caracterizada pela rejeição do sistema oligárquico, que era
associado ao "rei Café". Seu desfecho foi o fim da hegemonia da burguesia
cafeeira na condução da economia e da política brasileiras. Desde então, o
café passou por períodos de altos e baixos. Apesar de hoje não ser mais o
principal produto agrícola do país, ainda é cultivado em muitas áreas.
No que se refere ao abastecimento nos anos vinte, a Light e a AMFORP
controlavam São Paulo (capital e interior), Rio de Janeiro e a maior parte das
capitais do país. Ao lado destas duas gigantes, pequenas companhias
privadas sobreviviam em pequenas cidades, cujo pequeno e pouco lucrativo

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mercado não interessava às duas empresas monopolistas. Durante este


período o Estado não intervinha na produção e distribuição de energia,
apenas conferia autorizações para o funcionamento das companhias. não
havendo qualquer legislação sobre a energia elétrica e sobre recursos
hídricos. Sendo assim, os estados e municípios tinham grande autonomia
para estabelecer contratos e autorizações para as empresas privadas de
energia.

São Paulo tinha aproximadamente 240 mil habitantes e ganhara ares


modernos. Apareceram na cidade os primeiros auto-ônibus, como uma oferta
complementar e alternativa ao bonde que sofria as limitações de rede,
energia e investimentos. Além disso, também teve início as primeiras
grandes campanhas de empresas multinacionais que se instalam no país
como a pioneira Bayer. A publicidade se desenvolveu a passos largos com o
aparecimento dos painéis de estradas - o out-door - ; os anúncios em
revistas e jornais tornam-se mais sofisticados; slides coloridos em lâminas de
vidro são exibidos nos cinemas e programas e jingles para as rádios são
criados dentro das agências.

A cultura paulistana também revolucionou o país. Em 1922, Mário de


Andrade, Oswald de Andrade, Luís Aranha, entre outros intelectuais e
artistas, iniciam um movimento cultural que assimilava as técnicas artísticas
modernas internacionais, apresentados na célebre Semana de Arte
Moderna, no Teatro Municipal.

E, como se não bastasse, São Paulo ainda expandiu seus horizontes


geográficos. Nos anos vinte, iniciou-se a construção da retificação dos leitos
do Tietê, do Tamanduateí e do Jurubatuba (Pinheiros), bem como de seus
afluentes, devido a uma grande cheia ocorrida, e a do Edifício Martinelli
(inaugurado em 1934), que representou um marco, pois era a maior
edificação da época e refletia o crescente processo de verticalização do
centro paulistano. Também foram inaugurados o novo Mosteiro São Bento, a
auto-estrada para Interlagos (hoje Avenida Washington Luís), a Represa
Billings (tendo em vista a demanda de energia para os próximos anos), bem
como a homologação da criação do Parque do Ibirapuera.

A imigração também foi intensa. No caso brasileiro, os dados indicam que


em torno de 4,5 milhões de pessoas imigraram para o país entre 1882 e
1934. Destes, 2,3 milhões entraram no estado de São Paulo como
passageiros de terceira classe, pelo porto de Santos, não estando, pois, aí
incluídas entradas sob outra condição. É necessário ressalvar, porém, que,
em certas épocas, foi grande o número de retornados. Um dos traços
distintivos da imigração para São Paulo, até 1927, foi o fato de ter sido em
muitos casos subsidiada, sobretudo nos primeiros tempos, ao contrário do
que sucedeu nos Estados Unidos e, até certo ponto, na Argentina. Esse
subsídio consistiu no fornecimento de passagem marítima para o grupo
familiar e transporte para as fazendas e foi uma forma de atrair imigrantes
pobres para um país cujo clima e condições sanitárias não eram atraentes.

Com a crise cafeeira, os fazendeiros, com o objetivo de salvar suas


fazendas, começaram a plantar outros produtos como algodão, frutas e
cereais. Reagindo à crise econômica mundial, a nascente indústria ganhou
forças no processo de substituição de importações e os recursos antes
investidos no café se deslocaram para o setor industrial. A industrialização
se desenvolveu muito no Brasil a partir de 1930, quando a indústria brasileira
encontrou em São Paulo o lugar ideal para se instalar e crescer. A cidade já
tinha energia elétrica, comunicações fáceis, gente para trabalhar e para
consumir a produção industrial. Além disso, os fazendeiros, os comerciantes
e os imigrantes estavam com muito dinheiro para aplicar e abriram fábricas,
estradas, bancos, lojas, companhias de comércio etc. A cidade de São Paulo
ficou sendo o centro dos negócios dos homens ricos. Até 1930, o poder
nacional era conhecido como a República do Café com Leite, uma vez que o
cargo de presidente era revezado a paulistas e mineiros. Em 1930, Getulio

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Vargas assume o poder por meio de um golpe militar, iniciando, então, o


período da Segunda República, que mexeu com o orgulho dos detentores do
poder e, sendo assim, os paulistas começaram uma campanha contra o
governo federal e contra Getúlio. Explodia a Revolução Constitucionalista de
1932. A cidade foi transformada numa verdadeira praça de guerra, onde se
inscreviam os voluntários, que se armavam em estratégias de combate e
arrecadavam contribuições da população amedrontada, mas orgulhosa de
pertencer a uma "terra de gigantes". Durante três meses os paulistas de todo
o Estado lutaram contra forças muito maiores do resto do país. São Paulo
achava que teria apoio de outros Estados, como Minas Gerais, mas isso não
aconteceu. Desse modo, três meses após o levante, os paulistas se
renderam e Getúlio venceu. A derrota de São Paulo e sua participação
restrita no cenário político nacional coincidiu, no entanto, com o
florescimento de instituições científicas e educacionais. Na prefeitura,
Prestes Maia aparece como Secretário de Obras ( e mais tarde como
prefeito) da cidade de São Paulo em 1930, na gestão do Prefeito Fábio
Prado. Começa então a implantação de seu Plano de Avenidas, que previa a
remodelação do sistema viário, de três grandes avenidas no centro: a
Avenida Anhangabaú (hoje Avenida Prestes Maia), a Avenida Itororó (futura
23 de Maio, aprovada em 1937) Este projeto viário tinha o objetivo de
descongestionar e expandir o centro da cidade. Na década de 30, já era
possível perceber que a cidade tinha um acentuado crescimento de sua rede
viária, chegando a regiões mais distantes do centro velho. Em 1936, a
Avenida Rebouças foi nivelada e asfaltada, sendo determinada também a
abertura da Av. Água Funda, a Rua Pedroso de Moraes (no Bairro de
Pinheiros) e o alargamento da Avenida Adolfo Pinheiro (na região de Santo
Amaro). Prolongou-se a Avenida São João e transformou-se em avenidas as
ruas Ipiranga e São Luís. Abriu-se as avenidas Duque de Caxias, Liberdade,
Vieira de Carvalho e o Senador Queirós. Construiu os viadutos Jacareí,
Dona Paulina, 9 de Julho e a Ponte das Bandeiras no Rio Tietê. A cidade
ganhou importantes empreendimentos como o Hipódromo do Jóquei Clube
(1941), a primeira fase do Perímetro de Irradiação (Av. Ipiranga, em 1942), o
Palácio da Justiça, a Biblioteca Pública Municipal e o prédio do Banco do
Estado de São Paulo (Banespa, em 1947). Em 1936, foi inaugurado o
Aeroporto de Congonhas, com uma pista em operação; um empreendimento
que contribuiu para o desenvolvimento na região sul de bairros como
Ibirapuera, Santo Amaro, Jabaquara, entre outros. Já em 1938, foi
inaugurado o novo Viaduto do Chá, em estrutura metálica, em substituição
ao antigo. Além do mais, a construção do Estádio do Pacaembu foi concluída
e as obras de retificação do Rio Tietê prosseguiram intensamente. Nos fins
dos anos 30, a região da Rua Barão de Itapetininga começou a perder as
características do “centro velho”, transformando-se em novo centro
comercial, com edifícios modernos e recebendo em 1939 a loja de
departamentos Mappin, na Praça Ramos de Azevedo. Em 1933, foi criada a
Escola Livre de Sociologia e Política, destinada a formar técnicos para a
administração pública. Já a Universidade de São Paulo foi inaugurada por
Armando de Salles Oliveira, interventor do Estado, um ano depois. Nesse
mesmo período, a cidade presenciou uma realização urbanística notável,
que testemunhava o seu processo de "verticalização". Marco disto foi a
inauguração, em 1934, do Edifício Martinelli, maior arranha-céu de São
Paulo na época, com 26 andares e 105 metros de altura. A Prefeitura
melhora a habitação da metrópole, através da criação do plano de aquisição
de casa própria e da redefinição urbanística, bem como seu lazer através da
criação do departamento municipal de Cultura, já que a população paulistana
era de aproximadamente 1 milhão de habitantes, sendo quase a metade de
origem ou descendência italiana. Através disso, o espaço urbano vai se
ampliando e definindo. O centro histórico, por exemplo, que dispõe de
razoável infraestrutura, mantém-se como o núcleo econômico, social e
político de São Paulo.

Tratando-se do abastecimento da metrópole, a Prefeitura passou a ter uma


significativa capacidade de geração de energia, o que foi decisivo para o
grande desenvolvimento industrial verificado entre 1930 e 1940. Nessa nova
conjuntura, mais de uma dezena de pequenas hidrelétricas começaram a ser

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construídas, principalmente com capital estrangeiro. Os principais


transportes públicos eram os bondes, os trens que passaram a ser elétricos,
porém persistiram os problemas com superlotação, atrasos e horários
ilimitados. Nos anos 30, São Paulo já era considerada um grande centro
urbano e convivia com um trânsito agitado. O Plano de Avenidas de Prestes
Maia, seguido também por seus sucessores, indicava a expressiva influência
do automóvel na vida e na estrutura da cidade. Todas as obras passam a
privilegiar aos carros, com rodovias, ruas e avenidas, deixando de lado o
transporte público. Porém isso mudou com a gestão do prefeito Abrahão
Ribeiro quando, Tendo em vista o crescimento da demanda de Transporte
Público, criou em 1946 a Companhia Municipal de Transportes Coletivos
(CMTC), a fim de explorar este serviço na capital. Em 1947, A CMTC
implanta o sistema de “troleibus” com 30 veículos importados dos EUA e
Inglaterra, colocando em funcionamento a linha Largo São Bento-Aclimação.
Procede a reforma do acervo herdado da São Paulo Tramway Light and
Power Company Limited (empresa canadense, antiga The São Paulo
Railway, Light & Power Company Ltd, responsável pela implantação das
primeiras linhas de bonde da cidade de São Paulo) A partir dos anos 30, a
imigração em massa cedeu terreno. A política nacionalista de alguns países
europeus tendeu a colocar obstáculos à imigração para a América Latina. No
Brasil, a demanda de força de trabalho, necessária para o desenvolvimento
industrial, passou a ser suprida, cada vez mais, pelas migrações internas
através de habitantes do Nordeste do País e do estado de Minas Gerais que
abandonaram suas regiões para virem para São Paulo. Isto gerou dois fatos
importantes, pois ao mesmo tempo em que a farta mão de obra ajudou ainda
mais a cidade a crescer, uma vez que grande parte dos migrantes iam
trabalhar em obras, uma massa de pessoas teve que se alojar nas periferias
da cidade sem planejamento nenhum, aumentando o número de favelas e
cortiços. Como conseqüência, a elite, que vê o seu local de moradia (o
centro da cidade) invadido por pessoas com menor poder aquisitivo, migra
para outras partes da cidade deixando o velho e histórico centro se
deteriorar. São Paulo não parou de crescer em nenhum momento, e sua
população foi aumentando consideravelmente, o que fez com que as áreas
verdes fossem tomadas por moradias ou ruas, criando problemas
ambientais, como as enchentes. Em 1954, São Paulo comemorou o quarto
centenário de sua fundação com diversos eventos, inclusive a inauguração
do Parque Ibirapuera, principal área verde da cidade, que passou a abrigar
edifício diversos projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Porém ele não se
restringiu ao traçar o perfil do núcleo de comemorações do quarto centenário
da cidade. No centro, edifícios como o Copan e Eiffel levavam seu nome.
Além dele, outros grandes nomes continuavam a fazer do centro um lugar
brilhante, como Vital Brasil e Ademar Marinho, que juntos projetaram o
edifício Ester, situado na esquina da Praça da República com a Sete de
Abril, e cujos traçados o fizeram o pioneiro dentre os de grande porte que
seguiam o Movimento Moderno, na linha de Lê Corbusier.

No que diz respeito à urbanização da cidade durante a década de cinqüenta,


inicia-se o fenômeno de "desconcentração" do parque industrial de São
Paulo que começou a se transferir para outros municípios da Região
Metropolitana (ABCD, Osasco, Guarulhos, Santo Amaro) e do interior do
Estado (Campinas, São José dos Campos, Sorocaba). A preocupação com o
espaço urbano visava basicamente abrir caminho para os automóveis e
atender aos interesses da indústria automobilística que se instalou nos
arredores de São Paulo em 1956. Conseqüentemente, a cidade cresceu de
forma desordenada em direção à periferia gerando uma grave crise de
habitação, na mesma proporção, aliás, em que as regiões centrais se
valorizaram servindo à especulação imobiliária.
Todo o centro passava por uma reforma modernizadora, seguindo conceitos
americanos de urbanização. Começava-se a empregar conceitos
estrangeiros nos recuos e cortes dos prédios, aplicados também em zonas
residenciais, onde erguiam-se prédios de apartamentos. Seguindo à risca os
padrões do American Way of Life, em 1954 foi aberta a primeira lanchonete
de São Paulo com ares americanos, localizada em frente à Praça da
República. No entanto, a música que embalava os Estados Unidos não era a

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mesma que se podia ouvir por aqui; o então prefeito Jânio Quadros
extinguira o Rock and Roll dos bailes. È lógico que numa cidade cosmopolita
como São Paulo, não demorou muito até que se anulasse a proibição.

A partir de 1960, São Paulo tornara-se um pólo central de uma região


metropolitana com quase 5 milhões de habitantes e alto poder indutor sobre
a urbanização das regiões vizinhas. No começo da década de 60, com
pouco mais de três milhões e setecentos mil habitantes, a cidade se igualava
à população do Rio de Janeiro. A formação de amplas periferias estava
apenas começando e o anel externo já crescia mais do que o município da
capital.
A migração começou a partir de 1950, mas não se tratava de imigrantes
europeus com nível médio de instrução e capacitação técnica mais elevada
que a dos trabalhadores locais tratava-se de trabalhadores não qualificados,
oriundos em geral de regiões rurais. A partir de 1970, iniciou-se a legislação
que regulava as reações trabalhistas no campo e passou a correr um fluxo
em massa de migração rural-urbana. Os novos habitantes, na maioria,
receberam treinamento nas empresas e foram absorvidos pela construção
civil, pelos serviços e pelos setores industriais não especializados.

Com a construção das super-rodovias, como a Castelo Branco, Imigrantes,


Bandeirantes e Trabalhadores, aumentou extraordinariamente a mobilidade
da população e das empresas, promovendo a formação de pólos industriais
mais afastados, que se transformaram em novas regiões metropolitanas ao
redor de São Paulo. Assim, era o início da formação de um sistema
integrado de regiões metropolitanas.

A circulação interna de São Paulo baseava-se no Plano de Avenidas de


Prestes Maia, com suas avenidas radiais e a primeira perimetral do velho
Centro. Nos anos 60, foi completada a segunda perimetral, com a Avenida
Amaral Gurgel, a Praça Roosevelt, o Viaduto Julio de Mesquita, a Radial
Leste-Oeste e o conjunto de viadutos do Parque Dom Pedro II. Além da
construção de uma das principais radiais, como a Avenida Vinte e três de
maio, seguida pela Rubem Berta e a Radial Leste.

O congestionamento no tráfego tornava-se cada vez mais evidente, os


bondes que até então eram usados para o transporte público, em 1968,
foram desativados. Multiplicando-se assim os ônibus e automóveis. O
sistema viário de Prestes Maia, tolerável para uma população de um a dois
milhões de pessoas, tornou-se impossível para uma metrópole de cinco a
seis milhões de pessoas, com um sistema precário de transportes públicos.

Os anos 60 e 70 foram à época dos planos gerais, com vistas à implantação


a longo prazo. Os principais foram o Metrô e o PDDI (Plano Diretor de
Desenvolvimento Integrado). A primeira foi sendo construída lentamente e a
segunda propunha um sistema de vias expressas em malha.

Congestionamento foi ficando pior a cada ano. Uma solução, ainda que
temporária foi a construção das Avenidas marginais dos rios Tietê e
Pinheiros. A parte construída nos anos 60 e 70, com as avenidas marginais,
tiveram um efeito importante sobre a circulação de veículos na cidade: o anel
parcial que formavam passou a estruturar externamente o tráfego de
automóveis e caminhões, desafogando em parte o obsoleto sistema viário e
de transportes existente.

Os terminais rodoviários e dos ônibus intermunicipais foram instalados nas


proximidades das marginais. As áreas internas ao anel, passaram a ser
adensadas como novos pólos, é o caso da Avenida Faria Lima e das
quadras entre esta e a Marginal do Pinheiros e , mais recentemente, das
quadras entre a Avenida Luís Carlos Berrini e a marginal. Esse adensamento
correspondeu à construção de edifícios de apartamentos e escritórios.

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Em São Paulo, a década de 80 foi marcada por grandes comícios políticos,


inaugurações que contribuíram para o crescimento da cultura, grandes
projetos urbanísticos, a diminuição das taxas de imigração e o
desenvolvimento de grandes centros comerciais, apesar da escassez de
recursos públicos.
Nos últimos anos do governo militar, a inflação era alta e a recessão
também. São Paulo foi palco de grandes comícios, conhecidos como
“Diretas já!”, onde a população queria a implantação de eleições diretas. As
primeiras manifestações reuniram, na praça da Sé, cerca de 300 mil pessoas
e esse número foi aumentando até chegar a 1,5 milhão de pessoas, um ano
depois no vale do Anhangabaú.

Nessa década, a cultura ganhou mais espaços na cidade. Em 1982, foi


criado o Centro Cultural São Paulo, um espaço que, com o decorrer do
tempo, foi sofrendo adaptações até se transformar em um dos primeiros
espaços culturais multidisciplinares do país, atraindo faixas distintas da
população. Também em 1982, foi inaugurado o Sesc Pompéia, construído
em uma grande área, reunindo teatro, auditórios, biblioteca e várias outras
instalações relacionadas à cultura. O ultimo espaço cultural inaugurado na
década de 80 foi o Memorial da América Latina, em 1989 na Barra Funda.

Os maiores e mais significativos projetos feitos nos anos 80 foram realizados


na segunda metade da década. Em 1986, assume o prefeito Jânio Quadros,
responsável pelo ultimo plano diretor da cidade de São Paulo. Entre suas
obras encontra-se o projeto do túnel sob o rio Pinheiros e sob o Parque
Ibirapuera e o inicio das obras de canalização do Córrego Águas Espraiadas,
que proporcionou um maior desenvolvimento do centro comercial da Avenida
Luís Carlos Berrini. Após o mandato de Jânio Quadros, na gestão da prefeita
Luiza Erundina, primeira mulher a comandar a cidade, foram concluídas as
obras de reurbanização do Vale do Anhangabaú e a reforma do Autódromo
de Interlagos. Promoveu-se a municipalização do transporte, a instalação de
novas creches e a inauguração de cinco hospitais.

Entre os anos de 1980 e 1990, pela primeira vez na região, o saldo


migratório foi negativo. Tais tendências refletem as transformações na
estrutura produtiva do Estado, acompanhadas por novos padrões locacionais
da produção, que causam impacto no redirecionamento dos fluxos
demográficos. Relacionada a imigração, vale destacar a inauguração do
Terminal Rodoviário do Tiête em 1982, uma vez que recebeu diariamente
milhares de pessoas de diversas partes do país, como a comunidade
nordestina que veio em peso para a cidade em busca de trabalho.

Na década de 80, houve um grande desenvolvimento de centros comerciais.


A Rua General Carneiro ligava o Pátio do Colégio aos locais onde fábricas
instalavam-se, como Mooca, Pari ou Brás. Nessa rota, que conduzia ao
primeiro parque industrial da cidade, nasceu uma grande rede de serviços e
um comércio simples. Hoje, a rota e o comércio são os mesmos. Só que
embelezados por uma urbanização dos anos 80. Também foram
inaugurados vários shoppings pela cidade, onde, até então, só haviam sido
inaugurados dois shoppings, o Iguatemi e o Ibirapuera. O shopping Morumbi,
em 82, o shopping Center Norte, em 84, o shopping Interlagos em 88 e o
shopping Paulista, em 89.

Nos anos 1990- 2005 muitas obras foram feitas como o Autódromo de
Interlagos, a reurbanização do Vale do Anhangabaú, municipalização do
transporte, instalação de novas creches e hospitais, túneis, canalização de
córregos ,o Complexo Cebolinha, CEUs. A capital já passou por déficit de
recursos financeiros e denúncias de corrupções como do ex-prefeito Celso
Pitta. Outros prefeitos que já passaram por aqui foram Mário Covas, Paulo
Maluf, Marta Suplicy e, atualmente, José Serra.

No que se diz respeito a transportes, nesse período a prefeitura construiu 12


quilômetros de túneis para automóveis que, em média, transportam 1,2

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passageiro por veículo, e não ajudou o Estado em nenhum centímetro de


túneis para o metrô, que leva 2.000 pessoas por composição, a cada
intervalo de 100 segundos. O que temos hoje na cidade são túneis
abarrotados de automóveis parados – e até alguns com risco de serem
afogados. Já em relação aos recursos hídricos, a disponibilidade de água na
região metropolitana de São Paulo é menor do que a de qualquer Estado
Nordeste, segundo trabalho elaborado para o Plano da Bacia do Alto Tietê
pelos professores da USP Porto, Mônica da Escola Politécnica, e Ricardo
Toledo, diretor da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo); e só não
enfrenta racionamentos severos pois importa água das bacias vizinhas.

A população da metrópole paulistana cresceu na última década, de cerca de


10 para 16 milhões de habitantes. Esse crescimento populacional veio
acompanhado do agravamento das questões sociais e urbanas
(desemprego, transporte coletivo, habitação, problemas ambientais ...) que
nos desafiam como "uma boca de mil dentes" nesse final de século. No
entanto, como dizia o grande poeta da cidade, Mário de Andrade:
"Lá fora o corpo de
São Paulo escorre
vida ao guampasso
dos arranhacéus"

Bibliografia

z Livro: São Paulo – vila, cidade, metrópole


z www.prodam.sp.gov.br/dph/historia/
z www.estadao.com.br/450/historia14.htm
z www.conhecimentosgerais.com.br/historia-do-brasil/sociedade-na-
primeira-republica.html
z www.nossosaopaulo.com.br/Reg_13/Reg13_SaoPaulo.htm
z www.facasper.com.br/pp/site/historia/index.php
z gowheresp.terra.com.br/44/sp450anos/transportes.htm
z portal.prefeitura.sp.gov.br
z www.spsitecity.com.br
z www.mre.gov.br
z www.prodam.sp.gov.br/ibira/historico.htm
z www.saopaulo.sp.gov.br
z www.folha.uol.com.br
z http://sampacentro.terra.com.br
z http://www.achetudoeregiao.com.br/sp/hihitoria_de_sao_paulo.htm
z http://www.sptrans.com.br/historia/his_dir01.htm

Grupo 1:
Andrea Abram Banks da Rocha n.o5 2H4
Beatriz Procópio Bononi n.o 5 2H1
Gabrielle de Castro Quinto n.o15 2H1
Isabella Lubrano n.o 20 2H1
Kamila Hyung Jikal n.o 25 2h2
Maria Clara Streicher Mengato nº 30 2H3
Simone Yumi Yoshida, n.o43 2H1
Thaís Romaro Leite de Campos n.o40 2H4
Vanessa Reigado Yazbek n.o43 2H4

(voltar)

http://www.colband.com.br/ativ/nete/cida/jovem_metropole_1bim05/matematica/g1/ 05/09/2011

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