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OSHO

O Tarô Zen, de Osho


O jogo Transcendental do Zen

Editora Cultrix
ÍNDICE

Osho – M editações Z en Transcendental..................................................7

M editando com Osho – Introd ução à M editação transcen dental de Osho...9

Os A rcanos Maiores..................................................................................13

Os A rcanos Menores................................................................................14

Sugestão de como Praticar Estas M editações........................................16

Sumário das M editações............................................................................17

A s M editações: 0/78 (V er Sumário)........................................................21

O Meditador Auto-Suficiente Segundo Osho..................................179

I. Por que meditar?........................................................................179

II. Ser A uto-Suficiente...................................................................181

III. Por que M editações A tivas?..................................................183

I V. O que M editação é e o que ela não é....................................186

V. Começando a meditar..............................................................188

As Meditações Ativas de Osho............................................................192

1. M editação D inâmica.................................................................194

2. M editação K undalini..................................................................197

3. M editação N ataraj.....................................................................199
4. M editação N adabrahma...........................................................200

5. M editação Gourishankar..........................................................202

6. M editação M andala...................................................................204

7. M editação “ W hirling”..............................................................205

8. M editação “ N o D imensions”....................................................206

9. G iberish e D eixar Ir...................................................................209

Meditações para Pessoas Muito Ocupadas.......................................213

1. Saiba Q ue Só Consciência Existe.............................................213

2. M ude Seu Foco Para os Intervalos..........................................214

3. Imagine-se Correndo..................................................................215

4. Centramento no H ara...............................................................217

A A rte de Escutar....................................................................................219

Osho – A Fonte de Inspiração................................................................223

Pensamentos de Osho............................................................................226

A Felicidade como M eta.........................................................................227

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Osho

Meditações Zen Transcendental

Q uando a vida nos parece cheia de incertezas e dificuldades,


costumamos p rocurar uma fonte de insp iração que nos tranq üiliz e
em relação às nossas circunstâncias p resentes e fut uras, orientando-
nos no sentido de e vitar a repetição dos erros do passado. É assim
q ue a meditação cost uma ser usa da.

Este M A N U A L com as M e ditações Z en T ranscendental, de


Osho, além disso, nos dá a oport unidade de com preender também o
aq ui e agora. Trata-se de um sistema f undamentado na sabedoria
do Z en, seg undo a q ual os acontecimentos do m undo exterior
sim plesmente refletem nossos próprios pensamentos e sentimentos,
mesmo q uando não temos uma idéia m uito clara a respeito deles.
Portanto, seria m uito bom se desviássemos nossa atenção dos fatos
externos para poder com preender melhor o q ue está acontecendo
dentro de nós.

Todas estas meditações retratam sit uações contem porâneas


le vando o meditador a estabelecer uma relação com o se u estado de
espírito atual e chamando a atenção da necessida de de despertar
para a Realida de do momento. A s condições e estados mentais
representados pelas me ditações são considerados transitórios e
transforma dores, por meio de uma ling uagem sim p les, direta e
extremamente prática da filosofia zen.

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“ Este é o caminho. Esta é a mente suprema. Ele está oculto em todas as
pessoas. Por esta razão não brilha! Mas é visto pelos grandes videntes.
LE V A N T A-T E! D ESPERT A! A senda é estreita como um fio de navalha”.
(in K atha U panishad).

“ O Absoluto está oculto em todos. Se está oculto é porque


inconscientemente não permitimos que ele surja. O homem fechado, o
egoísta enrolado em torno de um “eu” ilusório é como um casulo que ainda
não sonha que poderá ser borboleta. E como casulo geralmente morrerá.
Perdendo a oportunidade da transfiguração”.
(T hom as M erton, in Z en e as A ves de Rap ina).

“ O que ocorre com o Zen é que leva as contradições ao seu último limite,
onde é preciso optar entre a loucura e a inocência. E o Zen sugere que
podemos estar nos dirigindo para um ou para o outro na escala cósmica.
D irigindo-nos para ali porque, de um ou de outro modo, como loucos ou
inocentes, já lá estamos. Talvez fosse bom abrirmos os olhos para ver”.
(T hom as M erton, idem).

D isse um M estre do Z en a se u discíp ulo:


— “ V á buscar me u leq ue feito de chifre de rinoceronte”.
O discíp ulo: “ D esculpe-me, M estre, está quebrado”.
O M estre: “ M uito bem, traga-me, então, o rinoceronte”.

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Meditando Com Osho

Introdução à Meditação Transcendental de Osho

O Zen apenas reconhece uma vida ampla que abarca todos os


tipos de contradição em uma harmonia profunda. A noite
apresenta-se em harmonia com o dia, a vida está em harmonia
com a morte, e a Terra em harmonia com o Céu. A presença
está em harmonia com a ausência. Esta harmonia imensa, esta
sincronicidade, é o Manifesto básico do Zen. É esta a única
maneira de viver que respeita e ama, e que nada rejeita, nada
condena.
O Manifesto Z en, de Osho.

Se você q uiser vi ver uma vida mais plena, mais realiza da,
primeiro você terá q ue conhecer se u potencial, q uem você
realmente é. A M e ditação é a rota para este auto-conhecimento. É a
metodologia da ciência da conscientização.
A beleza da ciência interior é q ue esta capacita q uem q uer
q ue deseje explorar e experimentar dentro, e fazer isso sozinho. Isso
elim ina a dependência de uma autorida de externa, a necessida de de
associação com alguma organização e a obrigação de aceitar uma
certa ideologia. U ma vez q ue você assimila os passos, você percorre
o caminho à sua p rópria maneira indi vid ual. V ocê se transforma em
um meditador auto-suficiente.
M uitas técnicas de meditação exigem q ue nos sentemos
q uietos e silenciosos. M as para a maioria de nós o estresse
acum ula do em nosso corpo/mente torna isso difícil. A ntes de
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esperarmos poder acessar nossa casa de força interior da
consciência, p recisamos liberar nossas tensões. A s Meditações A tivas
e as Meditações Z en-Transcendental de Osho foram preparadas
exatamente para atender a estas necessidades.
Seg undo Osho, o Z en é a única tra dição espirit ual cuja
abordagem da vida interior dos seres humanos vence u a p rova do
tem po e continua a ser rele vante para a h umanida de
contem porânea.
D iferentemente de o utras religiões q ue se tornaram
prisioneiras da veneração de ídolos e do dogmatismo, o Z en insiste
no potencial único de ca da ser humano para alcançar a ilum inação –
ou seja, a libertação das ilusões do ego, criadas pela mente. E insiste
em q ue esse potencial só pode ser realiza do por meio da meditação.
N ão pelo cum p rimento de determina dos rit uais, pela adesão a um
conjunto de normas, nem pela imitação do exem plo de o utras
pessoas, por mais meritório q ue seja, mas unicamente por meio de
uma observação atenta e desp rovida de julgamentos, dos próprios
pensamentos, atos e sentimentos. Q uando p raticamos essa atenção,
essa abordagem meditativa da vida, isso logo traz a consciência de
q ue ca da um de nós é detentor de um centro de observação
im utá vel, im pert urbá vel e eterno – um centro q ue tem a capacidade
de ver a vida como uma grande a vent ura, u m jogo, uma escola de
mistério e, finalmente, como uma viagem abençoada sem o utro
propósito que não o de deleitar-se a ca da passo ao longo do
caminho.
N ão se trata da capacidade de idolatrar b udas, mas de tornar-
se um B uda; não de seg uir o utros, mas de desenvol ver a consciência
interior q ue traz uma q ualida de de luz e de amor a t udo o q ue se
faz.
Para percorrer esse cam inho não é necessário retirar-se para
as montanhas para le var uma vida de ascetismo e repouso, distante
do burb urinho do mercado. A o contrário, é envol ver-se
inteiramente na tarefa de despertar, por intermédio de uma rica
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varieda de de meditações, de regeneração física, m uito riso e
di versão, e doses saudá veis de criati vida de e de trabalho pesado.
Lim par o chão é meditação, tanto quanto se sentar silenciosamente
na p resença de um mestre, e enfrentar as disp utas de poder dos
com panheiros de trabalho é tão significati vo q uanto com preender o
D iamond Sutra enuncia do pelo Buda G autama. A té os altos e baixos
dos casos de amor têm o se u lugar na jorna da para a descoberta de
q uem somos.
A s Meditações Z en-Transcendental , de Osho, foram p repara das
no contexto desta abordagem da vida, deste com prometimento de
transformar a vida como um todo em meditação. Elas são dedica das
ao Buda q ue existe no interior de ca da um de nós.
Q uando a vida nos parece cheia de incertezas e dificuldades,
costumamos p rocurar uma fonte de insp iração q ue nos tranq üilize.
É assim q ue estas meditações de vem ser utilizadas. Elas nos dão a
oportunida de de com preender o aq ui e agora. Trata-se de um
sistema f undamentado na sabedoria do Z en, seg undo a q ual os
acontecimentos do m undo exterior sim p lesmente refletem nossos
próprios pensamentos e sentimentos, mesmo quando não temos
uma idéia m uito clara a respeito deles. Portanto, seria m uito bom se
desviássemos nossa atenção dos fatos externos para poder
com preender melhor o que está acontecendo dentro de nós.
A s fig uras q ue ilustram estas M editações Z en foram extraídas
do Tarô Z en, de Osho. Retratam imagens contem porâneas em
substit uição às do Tarô tradicional. Todas as condições e estados
mentais rep resentados pelas imagens são considera dos transitórios
e transforma dores. Estas meditações ajudarão o med itador a
interpretar e com preender essas imagens, por meio da ling uagem
sim ples, direta e extremamente prática da filosofia zen.
O Tarô existe há m ilhares de anos, desde o antigo Egito, ou
talvez até antes. A sua primeira utilização no Ocidente, de q ue se
tem notícia, acontece u na Idade M é dia. D urante aq ueles tem pos
turb ulentos, a sua ling uagem fig ura da foi usa da como um código na
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transm issão dos ensinamentos das escolas de mistério medie vais.
A o longo do tem po o Tarô tem sido usa do de m uitas maneiras –
como um instrumento para a p redição do fut uro, como um le ve
“jogo de salão”, como uma maneira de re unir informação
desconhecida, “oculta”, a respeito de diversas sit uações etc.
H á quem diga q ue o número de cartas baseia-se no n úmero
dos passos dados pelo infante Sid d harta – q ue mais tarde tornar-se-
ia G autama, o B uda – assim q ue nasce u. D iz a lenda q ue ele de u
sete passos para frente e sete passos para trás, em cada uma das
q uatro direções cardeais, e isso se torno u o referencial para as cartas
“ menores” do Tarô.
A lém das 56 cartas dos A rcanos M enores, o Tarô contém
mais 22 cartas, os A rcanos M aiores, as q uais contam toda a história
da viagem espirit ual do H omem. D esde o inocente passo inicial do
Bobo até o coroamento da viagem, rep resentado pela carta do
E ncerramento, encontramos nos A rcanos M aiores as imagens
arq uetípicas q ue nos ligam a nós todos, como seres humanos. Elas
falam a respeito de uma viagem de autodescoberta q ue é
absolutamente única para ca da indi víd uo, conq uanto sejam as
mesmas as verda des f undamentais a serem descobertas,
independentemente de raça, sexo, classe social o u de criação
religiosa.
N as cartas do baralho do Tarô tradicional essa viagem de
autodescoberta é vista como um tipo de espiral, onde cada
E ncerramento cond uz a um no vo ní vel no caminho, um no vo
começo com a reaparição do Coringa. N o Tarô Z en, de O sho,
porém, acrescento u-se a carta “ O M estre”. Esta carta permite-nos
deixar para trás a espiral, para saltar fora da roda da
morte/renascimento. A fig ura “ O M estre” simboliza a superação
definiti va do p róprio viajar, uma transcendência q ue só se torna
possí vel pela dissolução do ego separado, indi vid ualizado, por
meio da iluminação.

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O Tarô Z en, de Osho, definiti vamente não é um Tarô
tradicional, no sentido de lidar com predições. Trata-se antes de um
jogo transcendental do Z en q ue espelha o momento presente,
apresentando, sem concessões, o q ue existe aq ui e agora, sem
julgamento o u com paração. Este jogo é um chama do para o
despertar, para sintonizar-se com a sensibilida de, a int uição, a
com paixão, a receptividade, a coragem e a indi vid ualidade.
Essa ênfase na consciência é uma das m uitas ino vações em
relação aos velhos sistemas e maneiras de pensar o Tarô, que logo
saltará aos olhos dos praticantes destas M editações Z en-
Transcendental, baseadas no Tarô Z en, de Osho.
Estas meditações podem ser feitas aleatoriamente,
escolhendo-se ao acaso uma o u mais delas. A presentamos a seg uir
alg umas orientações básicas para ajudar nesse processo.

Os Arcanos Maiores
A s primeiras 22 meditações têm suas respecti vas ilustrações
numera das com algarismos romanos de 0 a X XI, e representam os
temas centrais, arq uetípicos, da viagem esp iritual h umana. A fig ura
da meditação 22 “ O M estre”, q ue simboliza a transcendência, não é
numera da. A s meditações estão numera das de 0 a 78.
Q uando fazemos uma meditação dos A rcanos M aiores, ela
tem uma significação especial. Esse fato nos diz q ue as
circunstâncias at uais da nossa vida estão nos oferecendo uma
oportunida de para exam inar um dos temas centrais da nossa
própria viagem esp irit ual. Será especialmente proveitoso examinar
outras meditações correlacionando-as com esse tema central – por
exem plo, “ O q ue me diz o fato de e u ter estado trabalhando demais
(Exaustão), a respeito da minha necessida de de auto-exp ressão
(Criati vi dade)? D e q ue maneira posso estar prejudicando o me u
progresso na cam inhada em direção à criati vidade, por estar

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consum indo toda a minha energia apenas para manter a “ máq uina”
f uncionando?
Q uando fazemos uma meditação de A rcano M aior, é possí vel
q ue a sit uação do momento seja apenas u ma trama secundária e
passageira, na história mais am p la da nossa vida. Isso não q uer
dizer q ue não tenha im portância, o u q ue devamos sentir-nos uns
tolos por deixar-nos afetar tão fortemente pelas mensagens dessas
meditações. Porém, pode ser a confirmação de q ue “isto também
passará”, e mais tarde poderemos m uito bem nos perg untar q ual foi
o motivo para tanta conf usão.
Finalmente, uma me ditação de A rcanos M aiores pode indicar
q ue está acontecendo na história uma alteração im portante de
cenário e de personagens. H á ocasiões em q ue, efeti vamente, a
prof usão de meditações de A rcanos M aiores é surp reendente. V ocê
poderá preferir escolher apenas uma delas – aq uela q ue o im pacta
com a mensagem mais clara – como peça central de uma no va
leit ura q ue o ajude a com preender o q ue você está enfrentando no
momento.

Os Arcanos Menores
Estas 56 meditações e respecti vas ilustrações estão divididas
em q uatro naipes q ue rep resentam os q uatro elementos, com cada
ilustração marca da com um losango particular, codifica do pela cor,
para q ue se distingam. E m ca da caso, a cor do losango é aq uela q ue
predomina no naipe. A s fig uras do naipe da Á g ua têm um losango
az ul, as do Fogo têm um losango vermelho, o naipe das N uvens
apresenta um losango cinza, e o naipe do A rco-íris um losango com
as cores do arco-íris. Como acontece nos baralhos normais de jogar,
cada naipe contém “cartas da corte”, q ue aq ui não encerram
q ualq uer pretensão aristocrática, mas re presentam apenas as
diferentes oport unidades para q ue se consiga o domínio sobre os
q uatro elementos a q ue correspondem.
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O naipe do Fogo corresponde ao de Paus do Tarô tradicional,
e representa o cam po da ação e da reação, a energia q ue nos coloca
em sit uações e q ue nos tira delas q uando obedecemos aos nossos
instintos, de preferência à nossa mente ou às nossas emoções.
O naipe da Á g ua substit ui o de Copas tradicional,
representando o lado emocional da vida, e tende a ser uma energia
mais “feminina” e recepti va do q ue o Fogo, que é mais “ masculino”
e extrovertido.
O naipe das N uvens foi escolhido para substit uir o de
Espadas, tradicionalmente o naipe do A r, representando a mente.
Isso porq ue a nat ureza da mente não-ilum ina da é exatamente como
a das nuvens, na maneira como bloqueia a luz e turva a paisagem à
nossa volta, im pedindo-nos de enxergar as coisas como elas
realmente são. Existe também uma o utra característica das nuvens
q ue não pode ser esq uecida – elas vêm e vão, e, portanto, não
de vem ser le va das m uito a sério!
Finalmente, o naipe do A rco-íris toma neste baralho o lugar
do tradicional naipe de O uros, rep resentando o elemento Terra. Este
é, tradicionalmente, o elemento q ue rep resenta o lado prático,
material, da vida. Coerentemente, porém, com a postura do Z en,
q ue considera q ue até as ativida des mais hum ildes e terrenas
encerram uma oport unidade para q ue se celebre o sagrado, o A rco-
íris foi escolhido para este naipe. A o adotar o arco-íris – q ue faz
uma ponte entre o cé u e a terra, entre o espírito e a matéria –
lembramo-nos de q ue na verdade não existe uma separação entre o
mais baixo e o mais alto, de que o q ue existe verda deiramente é o
continu um de uma energia única e total. Lembramo-nos também de
q ue o cé u não é um lugar remoto lá no alto, mas é antes uma
realida de esperando para ser descoberta, aqui mesmo na Terra.
A q ui está, portanto, uma viagem de descoberta, e o caminho
para a transcendência definiti va disso tudo. Siga em frente
descontraída e alegre mente, dos cumes para os vales, e de volta aos

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picos novamente, saboreando cada passo do caminho. A prenda com
os seus erros, e não ha verá como não acertar.

Sugestão de Como Praticar Estas Meditações


V ocê pode, obviamente, fazer estas meditações do modo q ue
q uiser, embora elas sejam na verda de um veículo para expor aq uilo
q ue você já sabe. Q ualq uer uma destas me ditações escolhidas ao
acaso é um reflexo direto daq uilo q ue alg u mas vezes você não se
acha capaz, o u não tem vontade, de reconhecer nesse momento. E,
no entanto, é apenas por meio do reconhecimento (sem julgar se é
certo o u errado) de um ponto de vista inteiramente im pessoal, q ue
alg ué m pode começar a experienciar plenamente sua alt ura e sua
prof undidade – todos os matizes da nossa natureza de arco-íris.
Q uando for fazer estas meditações, escolha bem uma delas,
imaginando-as como um receptáculo no q ual você está vertendo as
suas energias. N o momento em que se sentir pronto abra-a e leia e
medite atentamente. Lembre-se de permanecer ati vo e l úcido no
momento, à medida q ue você acessa e lê a meditação, permitindo
suas respostas interiores virem à tona, para clarificar as suas
q uestões exteriores.
Como você logo vai perceber, as fig uras destas meditações
Z en, estão vi vas. O im pacto q ue elas p ro vocam é inegá vel, pois
falam em uma ling uagem q ue o nosso ser mais íntimo reconhece.
Elas despertam o entendimento. Provocam a lucidez.
N ão existe um modo definiti vo para se praticar estas
meditações. Com a prática, porém, você irá desenvol ver a sua
própria maneira de usá-las. Seja criati vo – as possibilidades são
ilimitadas.
M antenha-se em silêncio e centrado o quanto possí vel,
q uando for usar estas meditações. Q uanto mais você p uder
visualizar estas meditações como uma dádi va para o se u

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crescimento pessoal, tanto mais significati vas serão as mensagens
para você.
Se você ti ver a im p ressão de q ue uma determ inada
meditação está sugerindo um significa do diferente, outra orientação
ou percepção, confie na sua p rópria int uição e criati vida de.
O Sumário a seg uir visa sim p lesmente ajudar na seleção e
escolha das me ditações.

SUM ÁRIO D AS MEDITAÇÕES

ARCA N OS M AIORES

0. Bobo.......................................................................................................21
1. Existência..............................................................................................23
2. A V oz Interior.......................................................................................25
3. Criati vidade..........................................................................................27
4. O Rebelde..............................................................................................29
5. N ão-M aterialidade...............................................................................31
6. Os A mantes...........................................................................................33
7. Consciência...........................................................................................35
8. Coragem................................................................................................37
9. Solitude..................................................................................................39
10. M udança..............................................................................................41
11. Rupt ura................................................................................................43
12. N ova V isão..........................................................................................45
13. Transformação....................................................................................47
14. Integração............................................................................................49
15. Condicionamento...............................................................................51
16. Relâm pago..........................................................................................53
17. Silêncio.................................................................................................55
18. V idas Passadas...................................................................................57
19. Inocência..............................................................................................59
20. A lém da Ilusão...................................................................................61

17
21. Com pletude........................................................................................63
22. O M estre..............................................................................................65

ARCA N OS MENORES

F O G O: O D O M Í N I O D A A Ç Ã O

23. Rei do Fogo – O Criador...................................................................67


24. Rainha do Fogo – O Com partilhar..................................................69
25. Cavaleiro do Fogo – Intensida de.....................................................71
26. V alete do Fogo – Espírito Brincalhão..............................................73

Á G U A : O D O M Í N I O D A S E M O Ç Õ ES

27. Rei da Á gua – A C ura........................................................................75


28. Rainha da Á g ua – Recepti vida de....................................................77
29. Cavaleiro da Á g ua – Confiança.......................................................79
30. V alete da Á gua – Com preensão.......................................................81

N U V E N S: O D O M Í N I O D A M E N T E

31. Rei das N uvens – Controle...............................................................83


32. Rainha das N uvens – M oralidade...................................................85
33. Cavaleiro das N uvens – A L uta.......................................................87
34. V alete das N uvens – A M ente..........................................................89

A RC O -ÍRIS: O D O M Í N I O D A N A T U RE Z A FÍSI C A

35. Rei do A rco-Íris – A bundância.........................................................91


36. Rainha do A rco-Íris – Florescimento...............................................93
37. Cavaleiro do A rco-Íris – D esaceleração..........................................95
38. V alete do A rco-Íris – A vent ura........................................................97

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N A IPE D O F O G O

39. 2 de Fogo – Possibilidades................................................................99


40. 3 de Fogo – O Experienciar.............................................................101
41. 4 de Fogo – Participação..................................................................103
42. 5 de Fogo – Totalidade....................................................................105
43. 6 de Fogo – Sucesso..........................................................................107
44. 7 de Fogo – Estresse.........................................................................109
45. 8 de Fogo – V iagem..........................................................................111
46. 9 de Fogo – Exaustão.......................................................................113
47. 10 de Fogo – Repressão...................................................................115
48. Á s de Fogo – A Fonte......................................................................117

N A IPE D A Á G U A

49. 2 de Á gua – A mistosidade..............................................................119


50. 3 de Á gua – Celebração...................................................................121
51. 4 de Á gua – V oltando-se para D entro...........................................123
52. 5 de Á gua – A pego ao Passado......................................................125
53. 6 de Á gua – O Sonho.......................................................................127
54. 7 de Á gua – Projeções......................................................................129
55. 8 de Á gua – D eixando Ir.................................................................131
56. 9 de Á gua – Preg uiça.......................................................................133
57. 10 de Á gua – H armonia..................................................................135
58. Á s de Á gua – Indo com a Correnteza...........................................137

N A IPE D A S N U V E N S

59. 2 de N uvens – Esquizofrenia..........................................................139


60. 3 de N uvens – Isolamento G lacial.................................................141
61. 4 de N uvens – A diamento..............................................................143
62. 5 de N uvens – Com paração............................................................145
63. 6 de N uvens – O Fardo....................................................................147

19
64. 7 de N uvens – Política.....................................................................149
65. 8 de N uvens – C ulpa.......................................................................151
66. 9 de N uvens – Sofrimento...............................................................153
67. 10 de N uvens – Renascimento.......................................................155
68. Á s de N uvens – Consciência..........................................................157

N A IPE D O A RC O-ÍRIS

69. 2 de A rco-Íris – M omento a Momento..........................................159


70. 3 de A rco-Íris – O rientação.............................................................161
71. 4 de A rco-Íris – O A varento............................................................163
72. 5 de A rco-Íris – O Forasteiro..........................................................165
73. 6 de A rco-Íris – Concessão..............................................................167
74. 7 de A rco-Íris – Paciência................................................................169
75. 8 de A rco-Íris – Sim plicidade.........................................................171
76. 9 de A rco-Íris – M omento da Colheita..........................................173
77. 10 de A rco-Íris – N ós Somos o M undo.........................................175
78. Á s de A rco-Íris – M aturida de........................................................177

20
A rcanos M aiores

0. O Bobo
Bobo é quem confia
sem pre; bobo é q uem continua
confiando, contrariamente ao q ue
recomendam todas as suas
experiências vi vidas. V ocê o
engana, e ele confia em você;
você o engana de novo, e ele
continua confiando; você o
engana mais uma vez, e ele ainda
confia em você. E ntão você dirá
q ue ele é um bobo, que não
aprende. A confiança dele é
enorme; é uma confiança tão
p ura q ue ning uém conseg ue
corrom pê-la.
Seja um bobo no sentido
taoísta, no sentido do Z en. N ão
tente criar uma m uralha de
conhecimentos em torno de você. Seja qual for a experiência q ue
venha a você, deixe-a acontecer e depois siga em frente,
descartando-se dela. V á lim pando sua mente o tem po todo; vá
morrendo para o passa do, de forma a permanecer no p resente, no
aq ui-agora, como se ti vesse acabado de nascer, como se fosse um
bebê.

21
N o começo isso será m uito difícil. O m undo começará a tirar
vantagem de você... deixe q ue o façam. São uns pobres
com panheiros. A inda q ue trapaceiem com você, que o enganem e
ro ubem, deixe acontecer, porq ue aq uilo q ue é realmente se u não
pode ser ro uba do, o que realmente lhe pertence ning uém pode tirar
de você. E a cada vez q ue você não permitir q ue as circunstâncias o
corrom pam, a oportunida de se transformará em um efeito de
integração dentro de você. A sua alma se tornará mais cristalizada.
Osho Dang Dang Doko Dang C hapter2.

Comentário:

M omento a momento, e a cada passo, o Bobo vai deixando o


passado para trás. N ão le va nada mais do q ue a sua p ureza, sua
inocência e sua confiança, simbolizadas pela rosa branca em sua
mão. O estam pado do se u colete contém as cores dos q uatro
elementos do Tarô, indicando q ue ele está em harmonia com t udo o
q ue existe à sua volta. A sua int uição está ativa da em grau máximo.
N este momento, o Bobo tem o apoio de todo o uni verso para dar o
se u salto em direção ao desconhecido. A venturas esperam por ele
no rio da vida.
A fig ura está indicando q ue, se neste momento, você confiar
em sua int uição, na sua sensibilidade para a " adeq uação" das coisas,
você não poderá errar. Os se us atos poderão parecer "tolos" para os
outros, o u até para você mesmo, se tentar analisá-los com a mente
racional. A posição " zero" porém, ocupa da pelo Bobo, é a do
número inumerá vel, na q ual a confiança e a inocência é q ue são os
g uias, e não o ceticismo e a experiência passa da.

22
A rcanos M aiores

1. Existência

V ocê não está aí por


acaso. A existência p recisa de
você. Sem a sua presença, algo
estará faltando na existência e
ning uém poderá ocupar o lugar.
Isto é o que lhe confere
dignida de: saber q ue a
existência inteira sentiria a sua
falta. A s estrelas, o sol e a lua, as
árvores, os pássaros, a terra –
tudo no uni verso sentiria q ue
um peq ueno lugar está vago, o
q ual não pode ser ocupado por
ning uém mais, a não ser por
você.
Isto lhe dá uma alegria
enorme, uma com pro vação de
q ue você tem a ver com t udo o
q ue existe, e de q ue a existência preocupa-se com você. Q uando
você está p urifica do e transparente, você poderá perceber uma
imensurá vel q uantidade de amor derramando-se sobre você de
todas as dimensões.
Osho God is Dead: N o w Z en is the O nly Liv ing Truth C hapter 1.

23
Comentário:

Esta fig ura nua está sentada sobre a folha do lótus da


perfeição, com o olhar perdido na beleza do cé u not urno. Ela sabe
q ue " lar" não é um lugar físico no m undo exterior, mas uma
q ualidade interna de relaxame nto e de aceitação. A s estrelas, as
pedras, as árvores, as flores, os peixes e os pássaros – são todos
nossos irmãos e irmãs nesta dança da vida. N ós, seres h umanos,
temos certa tendência a nos esq uecer disso, enq uanto procuramos
cum prir nossos com promissos particulares, e acreditamos q ue é
preciso lutar para conseg uir aq uilo de q ue precisamos. N o fundo,
porém, nossa sensação de estar à parte é apenas uma il usão, cria da
pelas preocupações lim itadas da mente.
A gora é chegado o momento de verificar se você está se
permitindo receber a dá di va extraordinária do sentir-se "em casa",
onde q uer q ue você esteja. Se estiver, asseg ure-se de de dicar tem po
para desfrutar essa sensação, de forma q ue ela possa aprof undar-se
e permanecer com você. Se, por outro la do, você tem se sentido
como se o m undo esti vesse à esp reita para pegá-lo, é hora de fazer
uma pausa. V á lá fora esta noite, e olhe para as estrelas.

24
A rcanos M aiores

2. A V oz Interior

Se você encontro u a sua


verda de dentro de você, não há
mais nada para descobrir em
toda esta existência. A verda de
está at uando através de você.
Q uando você abre os olhos, é a
verda de abrindo os olhos.
Q uando fecha os se us olhos, é a
verda de q ue está fechando os
olhos.
Esta é uma meditação
extraordinária. Se você p uder
sim plesmente entender o
mecanismo, não precisará fazer
na da – o q ue q uer q ue esteja
fazendo, estará sendo feito pela
verda de. Se você esti ver
andando, será a verda de
andando; se estiver dorm indo,
será a verda de dorm indo; se estiver falando, será a verdade falando;
se esti ver em silêncio, será a verda de q ue estará em silêncio. Esta é
uma das técnicas de meditação mais sim ples. Po uco a po uco, t udo
se acomoda seg undo esta fórm ula sim ples e, então, não há mais
necessidade da técnica.
25
Q uando você está cura do, joga fora a med itação, joga fora o
remédio. E ntão, você vi ve como verdade – cheio de vida, ra diante,
satisfeito, abençoado, uma canção em si mesmo. Toda a sua vida se
transforma em uma p rece sem pala vras o u, melhor dizendo, em um
estado de oração, em um estado de graça, de beleza q ue não
pertence a este m undo, em um raio de luz vindo do além,
ilum inando a escuridão do nosso m undo.
Osho T he Great Z en M aster Ta H ui C hapter 23.

Comentário:

A V oz Interior não fala por pala vras, mas na ling uagem


inarticula da do coração. É como um oráculo q ue só fala a verdade.
Se tivesse um rosto, seria como o que aparece no centro desta fig ura
– desperto, vigilante, e capaz de aceitar tanto a escuridão q uanto à
luz, simbolizadas pelas d uas mãos q ue seg uram o cristal. O cristal,
em si, rep resenta a luminosida de q ue ad vém de se ha ver superado
todas as d ualidades. A voz interior também pode ser brincalhona, à
medida q ue merg ulha prof undamente nas e moções e ressurge para
lançar-se e m direção ao cé u, como dois golfinhos dançando nas
ág uas da vida. E la está ligada ao cosmos por intermé dio da coroa
em forma de lua crescente, e à Terra, do modo como está
representada pelas folhas verdes no q uimono desta fig ura.
H á momentos em nossas vidas, em q ue m uitas vozes
parecem nos estar chamando de várias direções. A própria conf usão
q ue sentimos nessas ocasiões, é um lembrete para q ue procuremos
silêncio e centramento dentro de nós mesmos. Só assim seremos
capazes de escutar a nossa verda de.

26
Todas as religiões do m undo disseram q ue D e us é o cria dor.
E u não sei se ele é o u não é o cria dor, mas de uma coisa e u sei:
q uanto mais criati vo você se torna, mais di vino você fica. Q uando
sua criati vidade chega a um clímax, q uando a sua vida inteira se
torna criati va, você está em D e us. Ele de ve ser, portanto, o cria dor,
pois as pessoas q ue foram criati vas esti veram mais p róximas dele.
A me o q ue você faz. A ssuma uma post ura meditati va enq uanto
você estiver fazendo algo – seja lá o q ue for!
Osho A Su d den C lash of Th un der C hapter 4.

Comentário:

A partir da alq uim ia de fogo e ág ua na parte de baixo, até a


luz di vina q ue entra pela parte de cima, a fig ura desta ilustração
está literalmente " possuída" pela força criati va. Realmente, a
experiência da criati vida de é um merg ulho no misterioso. Técnica,
treinamento e conhecimento são apenas instrumentos; o segredo é
abandonar-se à energia q ue alimenta o nascimento de todas as
coisas. Essa energia não tem forma nem estrut ura e, no entanto,
todas as formas e estrut uras nascem dela.
Po uco im porta a forma de exp ressão particular q ue a sua
criati vidade assuma – pode ser a pint ura o u o canto, o plantio de
um jardim o u a preparação de uma refeição. O im portante é estar
aberto para aq uilo q ue q uer se exp ressar por seu intermédio.
Lembre-se de q ue não somos donos das nossas criações – elas não
nos pertencem. A criati vida de verdadeira nasce de uma união com
o di vino, com o místico e com o incognoscí vel. D aí ser ela tanto uma
alegria para q ue m cria, q uanto uma bênção para os demais.

28
A rcanos M aiores

4. O Rebelde
A s pessoas têm m uito
medo daq ueles q ue conhecem a si
mesmos. Estes têm um certo
poder, uma certa aura e um certo
magnetismo, um carisma capaz
de libertar os jovens, ainda cheios
de vida, do aprisionamento
tradicional...
O homem il umina do não
pode ser escra viza do – este é o
problema – e não pode ser feito
prisioneiro... Todo gênio q ue
tenha conhecido um po uco do se u
íntimo está fadado a ser um
pouco difícil de ser absorvido: ele
de verá ser uma força
pert urbadora. A s massas não
q uerem ser pert urba das, ainda
q ue se encontrem na m iséria;
estão na miséria, mas estão acostumadas com isso, e qualq uer um
q ue não seja um miserá vel parece um estranho.
O homem ilum ina do é o maior forasteiro do m undo; ele
parece não pertencer a ning uém. N enhuma organização conseg ue

29
confiná-lo, nenhuma com unidade, nenhuma sociedade, nenh uma
nação.
Osho T he Z en M anifesto: Freedom from O neself C hapter 9.

Comentário:

A fig ura de poder e autoridade desta meditação é,


visi velmente, de alg uém q ue é senhor do seu p róprio destino. E m
se u ombro, há uma rep resentação do sol, e a tocha q ue ele seg ura na
mão direita simboliza a luz da sua p rópria verdade, ard uamente
conq uistada. Rico o u pobre, o Rebelde é de fato um im perador,
porq ue q uebro u as correntes do condicionamento repressi vo e das
opiniões da sociedade. Ele de u forma a si mesmo abraçando todas
as cores do arco-íris, aflorando das raízes obscuras e amorfas de se u
passado inconsciente, e criando asas para voar para o cé u. A sua
própria maneira de ser é rebelde – não porq ue esteja lutando contra
alg ué m o u contra q ualq uer coisa, mas porque ele descobriu a sua
própria nat ureza verdadeira e está determinado a vi ver de acordo
com ela. A águia é o animal com o q ual se afina esp irit ualmente, um
mensageiro entre a terra e o céu.
Rebelde nos desafia a ser suficientemente corajosos para
assumir responsabilidade por q uem somos, e para vi ver a nossa
verda de.

30
A rcanos M aiores

5. N ão-M aterialidade
B uda escolhe u uma das
pala vras q ue realmente trazem
em si um grande potencial –
shunyata. A palavra inglesa, o
eq ui valente inglês 'nothingness'
[nada], não é uma pala vra tão
bela. Por esse motivo é que e u
gostaria de transformá-la em
'nothingness' (não-
materialida de) – porq ue o
" nada" de fato não é exatamente
um vazio: ali se encontra
potencialmente o "tudo". N ele,
vibram todas as possibilida des.
Trata-se de potencial, potencial
absoluto. A inda não está
manifesto, mas tudo está
contido ali.
N o princíp io é nat ureza,
no final é nat ureza. E ntão, por que criar tanta conf usão no meio do
caminho...? Por q ue ficar tão preocupa do, tão ansioso, com tantas
ambições, no meio do caminho – por q ue criar tamanho desespero?
Toda a jorna da é da não-materialida de à não-materialida de.
Osho Take it Easy, Volum e 1 C hapter 5.

31
Comentário:

E ncontrar-se " no vaz io" pode ser desorientador e até


assustador. N ada em que se apoiar, nenhu m sentido de direção,
nem mesmo um indício a respeito de q uais opções e possibilida des
poderiam estar à frente. Era, porém, exatamente esse estado de
potencialida de p ura q ue existia antes q ue o uni verso fosse criado.
T udo o q ue você pode fazer agora é relaxar no seio dessa
não-materialida de... merg ulhar nesse silêncio entre as pala vras...
observar esse vazio entre a exp iração e a inspiração, e g uardar o
tesouro de cada momento vazio da experiência. A lg uma coisa
sagrada está para nascer.

32
A rcanos M aiores

6. Os A mantes
É preciso ter em mente
estas três coisas: o amor de ní vel
inferior é o sexo – este é físico – e
o refinamento maior do amor é a
com paixão. O sexo encontra-se
abaixo do amor, a com paixão está
acima dele; o amor fica
exatamente no meio.
Bem po uca gente sabe o
q ue é o amor. N oventa e nove por
cento das pessoas, infeliz mente,
pensa q ue sexualida de é amor –
não é. A sexualidade é por demais
animal; certamente, ela contém o
potencial para transformar-se em
amor, mas ainda não é amor,
apenas potencial... Se você se
tornar consciente e alerta,
meditati vo, então o sexo poderá
ser transformado em amor. E se a sua atit ude meditativa tornar-se
total, absoluta, o amor poderá ser transformado em com paixão. O
sexo é a semente, o amor é a flor, com paixão é a fragrância.
B uda definiu a com paixão como sendo "amor mais
meditação". Q uando o seu amor não é apenas um desejo pelo outro,

33
q uando o se u amor não é apenas uma necessida de, q uando o se u
amor é um com partilhar, q uando se u amor não é de um pe dinte,
mas de um im pera dor, q uando o seu amor não está pedindo nada
em troca, mas está pronto para dar apenas – dar só pela total alegria
de dar –, então, acrescente a meditação a ele, e a p ura fragrância é
exala da. Isso é com paixão; com paixão é o fenômeno mais eleva do.
Osho Z en, Z est, Z ip, Z ap an d Z ing C hapter 3.

Comentário:

A q uilo q ue chamamos de amor é na verdade todo um


espectro de modos de se relacionar, abrangendo desde a terra até o
cé u. N o ní vel mais terreno, o amor é a atração sexual. M uitos de nós
continuamos p resos nesse ní vel, porq ue o condicionamento a q ue
fomos submetidos sobrecarrego u nossa sexualidade com toda sorte
de expectativas e de rep ressões.
N a verda de, o maior " problema" do amor sexual é q ue ele
nunca perd ura. Só q uando aceitamos tal fato é q ue podemos
celebrá-lo pelo q ue ele realmente é – dar as boas-vindas a se u
aparecimento, e dizer ade us com gratidão q uando ele se vai. E ntão,
à medida q ue vamos ama d urecendo, podemos vi venciar o amor
q ue existe além da sexualidade, e q ue honra a indi vid ualida de
sing ular do o utro. Começamos a com p reender q ue o nosso parceiro
f unciona freq üentemente como um espelho, refletindo aspectos
desconhecidos do nosso ser mais prof undo, e ajudando-nos a nos
tornarmos com pletos em nós mesmos. Esse amor é baseado na
liberda de, não em expectativas nem na necessida de. E m suas asas,
somos levados, cada vez mais alto em direção ao amor uni versal,
q ue vi vencia t udo como uma coisa só.

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A rcanos M aiores

7. C onsciência

A mente nunca pode ser


inteligente – só a não-mente é
inteligente. Só a não-mente é
original e radical. Só a não-mente é
re volucionária – re volução em
ação.
A mente lhe dá uma espécie
de est upor. Sobrecarrega do pelas
lembranças do passa do,
sobrecarregado pelas projeções do
f ut uro, você vai vi vendo – nu m
ní vel m ínimo. N ão vi ve no
máximo. A sua chama permanece
m uito fraca. U ma vez q ue você
começa a deixar de lado os
pensamentos, a poeira q ue você
acum ulo u no passa do, a chama se
erg ue – lím p ida, clara, vi va, jovem.
A sua vida como um todo se transforma em uma chama, e uma
chama sem nenhuma f umaça. Isto é o que é a consciência.

Osho A Su d den C lash of Th un der C hapter 1.

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Comentário:

O vé u da ilusão o u ma ya, q ue tem estado im pedindo q ue


você perceba a realidade como ela é, está começando a q ueimar-se.
Tal fogo não é a chama aq uecida da paixão, mas a flama fria da
consciência. À medida q ue o vé u vai sendo q ueimado, o rosto de
um B uda m uito delica do e infantil torna-se visí vel.
A consciência q ue está crescendo em você neste momento
não é o resulta do de alg um "fazer" consciente, nem é preciso q ue
você se esforce para fazer alg uma coisa acontecer. Q ualq uer
im pressão q ue você possa ter de q ue vinha tateando no escuro, está
se desfazendo agora, o u logo se dissipará. D eixe-se assentar, e
lembre-se de q ue, bem no f undo, você é apenas uma testem unha,
eternamente silenciosa, consciente e im utá vel.
U m canal está se abrindo agora a partir da esfera de
ativida des até o centro do testem unhar. Ele o ajudará a atingir o
desapego, e uma no va consciência removerá o vé u dos se us olhos.

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A rcanos M aiores

8. C oragem
A semente não pode saber
o q ue lhe vai acontecer, a semente
jamais conhece u a flor. E a
semente não pode nem mesmo
acreditar q ue traga em si a
potencialida de para transformar-
se em uma bela flor. Longa é a
jornada, e sem pre será mais
seg uro não entrar nessa jorna da,
porq ue o percurso é
desconhecido, e na da é garantido.
N ada pode ser garantido. M il e
uma são as incertezas da jorna da,
m uitos são os im previstos – e a
semente sente-se em seg urança,
escondida no interior de um
caroço resistente. A inda assim ela
arrisca, esforça-se; desfaz-se da
carapaça d ura q ue é a sua seg urança, e começa a mover-se. A luta
começa no mesmo momento: a batalha com o solo, com as pedras,
com a rocha. A semente era m uito resistente, mas a plantinha se rá
m uito, m uito delica da, e os perigos serão m uitos.
N ão ha via perigo para a semente, a semente poderia ter
sobrevi vido por m ilênios, mas para a plantinha os perigos são

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m uitos. O brotinho lança-se, porém, ao desconhecido, em direção ao
sol, em direção à fonte de luz, sem saber para onde, sem saber por
q uê. E norme é a cruz a ser carregada, mas a semente está tomada
por um sonho, e segue em frente.
Semelhante é o caminho para o homem. É árd uo. M uita
coragem será necessária.
Osho Dang Dang Doko Dang C hapter 4.

Comentário:

Esta fig ura mostra uma peq uena flor sil vestre q ue enfrento u
o desafio das rochas, das pedras em se u caminho, para aflorar à luz
do dia. E nvolta em brilhante aura de luz do ura da, ela exibe a
majestade do se u peq uenino ser. Sem nenhum constrangimento,
eq uipara-se ao sol mais brilhante.
Q uando nos defrontamos com uma sit uação m uito difícil, há
sem pre uma escolha: podemos ficar rep letos de ressentimentos e
tentar encontrar alg uém o u alg uma coisa em q ue pôr a culpa pelas
nossas dificuldades, o u podemos enfrentar o desafio e crescer. A
flor nos mostra o caminho, na medida em q ue a sua paixão pela
vida a cond uz para fora da escuridão, para o m undo da luz. N ão há
nenhum sentido em se lutar contra os desafios da vida, o u tentar
evitá-los o u negá-los. Eles estão aí, e se a semente de ve transformar-
se na flor, precisamos passar por eles. Seja corajoso o bastante para
transformar-se na flor q ue você foi feito para ser.

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A rcanos M aiores

9. Solitu de

Q uando você está sozinho,


você não está só, está
sim plesmente solitário – e há uma
grande diferença entre solidão e
solit ude. Q uando você está em
solidão, fica pensando no o utro,
sente a falta do outro. A solidão é
um estado de esp írito negati vo.
V ocê fica sentindo q ue seria
melhor se o o utro esti vesse ali –
se u am igo, sua esposa, sua mãe, a
pessoa amada, se u marido. Seria
bom se o outro esti vesse ali, mas
ele não está.
Solidão é ausência do outro.
Solit ude é a p resença de si mesmo.
A solit ude é m uito positiva. É uma
presença, uma presença
transbordante. V ocê se sente tão pleno de presença q ue pode
preencher o uni verso inteiro com a sua presença, e não há nenhuma
necessidade de ning uém.
Osho T he D iscip line of Transcendence, Volum e 1 C hapter 2.

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A rcanos M aiores

3. C riati vidade

Criati vidade é a q ualidade


q ue você traz para a ati vidade q ue
está fazendo. Trata-se de uma
atitude, de uma disposição
interior – a maneira como você
olha para as coisas...
N em todo m undo pode ser
um p intor – e também não há
necessidade disso. Se todos
fossem pintores, o m undo seria
m uito feio; e vi ver seria difícil. E
também não é todo m undo q ue
pode ser dançarino, nem há
necessidade disso. Todos, porém,
podem ser criati vos.
Seja o que for q ue faça, se
você o faz com alegria, se o faz
com amor, se o se u ato de fazer
não é meramente econômico,
então ele é criativo. Se algo cresce em se u íntimo como
conseq üência, se isso lhe traz desenvol vimento, então é espirit ual, é
criati vo, é di vino. V ocê se torna mais di vino à medida q ue fica mais
criati vo.

27
Comentário:

Q uando não existe "alg uém significati vo" em nossa vida,


podemos tanto nos sentir solitários, q uanto desfrutar da liberdade
q ue a solidão traz. Q uando não encontramos apoio entre os outros
para as nossas verda des sentidas prof undamente, podemos nos
sentir isola dos e amarg urados, o u então celebrar o fato de q ue o
nosso modo de ver as coisas é seg uro o bastante, até para sobrevi ver
à poderosa necessidade humana de ap rovação da família, dos
amigos, dos colegas. Se você está enfrentando uma tal sit uação neste
momento, tome consciência de como está optando por encarar a sua
"solit ude", e assuma a responsabilida de pela escolha q ue fez.
A fig ura h umilde desta me ditação brilha com uma luz q ue
emana do se u interior. U ma das contrib uições mais significati vas do
B uda G autama para a vida espirit ual da humanida de foi insistir
junto a se us discíp ulos: "Seja uma luz para você mesmo". A final de
contas, cada um de nós de ve desenvol ver em si a capacidade de
abrir o se u p róprio cam inho através da escuridão, sem q uaisq uer
com panheiros, mapas ou g uia.

40
A rcanos M aiores

10. M u dança
A vida seg ue repetindo-se
despreocupa damente – e a menos
q ue você se torne m uito
consciente, ela continuará se
repetindo, como uma roda. Por
isso é q ue os b udistas chamam a
isso de roda da vida e da morte –
roda do tem po. T udo se
movimenta como uma roda: ao
nascimento se segue a morte, à
morte o nascimento; ao amor se
seg ue o ódio, ao ódio o amor; ao
sucesso se seg ue o fracasso, ao
fracasso o sucesso. Basta olhar à
volta...
Se lhe for possí vel observar
apenas por alg uns dias, você
perceberá um pa drão se definindo:
o esq uema da roda. E m um dia, n uma bela manhã, você se sente tão
bem, tão feliz e, no o utro dia, está chateado, tão infeliz, q ue começa
a pensar em cometer suicídio. H á apenas alguns dias você se senti u
tão cheio de vida, tão abençoado, que agradecia a D e us, pois você
estava num estado de espírito de prof unda gratidão, e hoje há um
grande sentimento de inconform ismo, e você não vê razão q ue

41
justifiq ue continuar vi vendo... E essa alternância vai se repetindo,
mas a gente não chega a perceber o padrão.
U ma vez q ue você perceba o padrão, você pode libertar-se
dele.
Osho Take it Easy, Volum e 1 C hapter 7.

Comentário:

O símbolo desta fig ura é uma roda enorme q ue rep resenta o


tem po, o destino, o karma. G aláxias orbitam em torno desse círculo
q ue está em constante movimento, e os doze signos do zodíaco
aparecem à sua volta. N a parte de dentro da circunferência estão os
oito trigramas do I C hing, e mais próximo ao centro aparecem as
q uatro direções, cada q ual iluminada pela energia do relâm pago. O
triâng ulo giratório neste momento está apontando para cima, em
direção ao divino, e o símbolo chinês do yin e yang, macho e fêmea,
o criativo e o receptivo, fica no centro.
Com freq üência tem sido dito que a única coisa que não
m uda no m undo, é a própria m udança. A vida está m udando
continuamente, evoluindo, morrendo e renascendo. Todos os
opostos têm um papel nesse vasto esq uema circular. Se você se
agarrar à borda da roda, poderá ficar tonto! A vance e m direção ao
centro do ciclone e relaxe, sabendo que esse estado também p assará.

42
A rcanos M aiores

11. Ru ptura
Converter a derrocada em
rupt ura, eis toda a f unção de um
mestre. O psicoterape uta
sim plesmente põe remendos. Essa
é a sua f unção. Ele não está ali
para transformá-lo. V ocê precisa
de uma metapsicologia – a
psicologia dos budas.
Sofrer uma derrocada
conscientemente é a maior
avent ura da vida. É o maior risco,
porq ue não há nenhuma garantia
de q ue a derrocada se
transformará em uma rupt ura. Ela
se transforma, mas essas coisas
não podem ser garantidas. O caos
em q ue você se encontra é m uito
antigo – por m uitas, m uitas vidas
você tem estado no caos. Trata-se de um caos espesso e denso. É
q uase um uni verso em si mesmo. Portanto, q uando você o desafia
com sua capacida de lim itada, é claro q ue há perigo. Sem desafiar,
porém, esse perigo, ning uém jamais se tornou integra do, ning ué m
jamais se torno u um indi víd uo, indi visí vel.

43
O Z en, o u a meditação é o método que irá ajudá-lo a passar
através do caos, pela noite escura da alma, com eq uilíbrio,
discip lina do, alerta. O alvorecer não está muito longe, mas antes
q ue lhe seja possí vel alcançar o nascer do dia, a noite escura
precisará ser atra vessa da. À medida q ue a al vora da for se
aproximando, a noite se tornará ainda mais escura.
Osho W alking in Z en, Sitting in Z en C hapter 1.

Comentário:

A predominância do vermelho nesta fig ura indica, logo à


primeira vista, q ue o se u tema é a energia, o poder e a força. A aura
brilhante emana do plexo solar o u centro de poder da fig ura, e a sua
postura é de exuberância e determinação. Todos nós atingi mos
ocasionalmente um ponto em q ue "bastante é o bastante". N esses
momentos parece q ue p recisamos fazer alg uma coisa, q ualq uer
coisa, ainda q ue mais tarde essa coisa se re vele um engano.
Precisamos deixar de la do as cargas e restrições q ue nos estão
lim itando. Se não fazemos isso, elas ameaçam sufocar e ne utralizar
nossa própria energia vital.
Se neste momento você está sentindo q ue "bastante é o
bastante", aceite o risco de rom per com os velhos padrões e
lim itações que têm im pedido a sua energia de fluir. A o fazê-lo, você
ficará surp reso com a vitalida de e com a energia q ue essa R upt ura
trará à sua vida.

44
A rcanos M aiores

12. N ova V isão


Q uando você se abre para o
sup remo, imediatamente ele se
derrama dentro de você. V ocê já
não é mais um ser h umano com um
– você transcende u. Se u insight
transformo u-se no insight da
existência como um todo. A gora,
você não é mais um ser à parte –
você encontro u as suas raízes.
N ão sendo assim – o q ue é o
mais com um –, as pessoas vão
vi vendo sem raízes, sem saber de
onde o se u coração contin ua
recebendo energia, sem saber
q uem continua resp irando em se u
interior, sem conhecer a sei va da
vida q ue está circulando dentro
delas. N ão se trata do corpo, e não
se trata da mente – é alg uma coisa transcendental a todas as
d ualida des, q ue se denomina bhaga vat – o bhagavat nas dez
direções...
O se u ser interior, q uando se abre, vi vencia inicialmente d uas
direções: a alt ura e a p rof undidade. D epois, de vagarinho, à medida
q ue vai se acost umando com essa sit uação, você começa a olhar em

45
volta, estendendo-se em todas as outras oito direções. Q uando você
alcançar o ponto em que a sua alt ura e a sua p rof undidade se
encontram, então, você poderá olhar em volta, para a p rópria
circunferência do uni verso. A partir desse momento, a sua
consciência começará a desdobrar-se em todas as dez direções, mas
o caminho terá sido só um.
Osho Z en: The D iamond Th underbolt C hapter 9.

Comentário:

A fig ura desta meditação está nascendo de novo, emergindo


de suas raízes presas à terra e criando asas para voar em direção ao
ilimitado. A s formas geométricas em volta do se u corpo mostram as
m uitas dimensões da vida q ue estão sim ultaneamente ao se u
alcance. O q ua dra do representa a parte física, o q ue está manifesto,
o conhecido. O círculo rep resenta o não-manifesto, o espírito, o
espaço p uro. E o triâng ulo simboliza a nat ure za trina do uni verso: o
manifesto, o não-manifesto, e o ser humano que contém a ambos.
V ocê está tendo agora uma oportunidade para enxergar a
vida em todas as suas dimensões, das suas p rof undezas às alt uras.
Elas existem la do a lado, e, quando descobrimos pela experiência
q ue o escuro e o difícil são tão necessários q uanto o claro e o fácil,
passamos a ter uma perspecti va m uito diferente do m undo. A o
deixarmos q ue todas as cores da vida penetrem em nós, tornamo-
nos mais integrados.

46
A rcanos M aiores

13. Transformação
U m mestre de Z en não é
sim plesmente um p rofessor. E m
todas as religiões, há apenas
professores. Eles ensinam a
respeito de assuntos q ue você não
conhece, e lhe pedem para
acreditar no q ue dizem, porq ue
não há jeito de transformar essa
experiência em realida de objetiva.
O professor tam pouco as
vi vencio u – ele acredito u nelas, e
transm ite a sua crença para o utras
pessoas.
O Z en não é o m undo do
crente. N ão é para fiéis; o Z en é
destinado àq uelas almas o usadas
q ue são capazes de desfazer-se de
toda crença, descrença, d úvida,
razão, mente, e mergulhar sim p lesmente na sua existência p ura,
sem fronteiras. Ele traz, porém, uma transformação tremenda.
Perm itam-me, portanto, dizer q ue, enq uanto outros
caminhos estão envol vidos com filosofias, o Z en está envol vido com
metamorfose, com uma transformação. Trata-se de uma alq uim ia
autêntica: o Z en transforma você de metal com um em o uro.

47
M as a sua ling uagem p recisa ser entendida, não com o se u
raciocínio e o se u intelecto, mas com o se u coração amoroso. O u até
mesmo sim plesmente escutar, sem se im portar se é verda de o u não.
U m momento chega, repentinamente, em q ue você enxerga aq uilo
q ue não percebe u a vida inteira. D e repente, abre-se àq uilo q ue o
B uda G autama denomino u "oitenta e quatro mil portas".
Osho Z en: The Solitary Bird, C uckoo of the Forest C hapter 6.

Comentário:

A fig ura central desta meditação está sentada sobre a enorme


flor do vazio, e segura os símbolos da transformação – a espada q ue
corta a ilusão, a serpente q ue se rejuvenesce trocando de pele, a
corrente partida das lim itações, e o símbolo yin/yang da
transcendência da d ualidade. U ma das mãos repo usa no se u colo,
aberta e recepti va. A o utra está embaixo, tocando a boca de um
rosto adormecido, simbolizando o silêncio que se instaura q uando
estamos em repouso.
Este é um momento para uma passi vidade p rof unda. A ceite
q ualq uer dor, tristeza o u dificuldade, conforme-se com o "fato
consuma do". É m uito semelhante à experiência do B uda G autama
q uando, após anos de busca, ele finalmente desistiu, sabendo q ue
não ha via na da mais q ue p udesse fazer. N aq uela mesma noite ele se
torno u ilum ina do. A transformação chega, como a morte, no se u
de vido momento. E também como a morte, ela transporta você de
uma dimensão para o utra.

48
A rcanos M aiores

14. Integração
O conflito está no homem.
A menos q ue seja resol vido ali,
não poderá ser resol vido em
nenhum o utro lugar. O desafio
político está dentro de você; ele
acontece entre as d uas partes da
mente.
H á uma ponte m uito
peq uena. Se essa ligação for
rom pida por alg um acidente, por
alg um defeito fisiológico ou por
alg uma o utra razão, a pessoa fica
di vidida: ela se tornará d uas
pessoas – e o fenômeno da
esq uizofrenia o u personalida de
di vidida, se manifestará.
Se a ponte for rom pida – e é
uma ponte m uito frágil –, então
você se transformará e m dois, passará a agir como d uas pessoas.
Pela manhã, você é m uito amável, uma pessoa encantadora; à tarde,
está m uito bra vo, com pletamente diferente. V ocê não irá lembrar-se
de como foi de manhã... e como poderia lembrar-se? Era uma o utra
mente q ue esta va f uncionando – e a pessoa se transforma em d uas
pessoas. Se essa ponte for fortalecida o bastante para q ue as d uas

49
mentes deixem de ser d uas e se tornem uma só, então acontecerá a
integração, a cristalização.
A q uilo q ue George G urdjieff costuma va chamar de
cristalização do ser é apenas a transformação dessas d uas mentes
em uma só, o encontro do masculino e do feminino dentro de nós, o
encontro do yin e do yang, o encontro do esquerdo com o direito, o
encontro da lógica com o ilógico, o encontro de Platão com
A ristóteles.
Osho A ncient M usic in the Pines C hapter 1.

Comentário:

A imagem da integração é a união mística, a fusão dos


opostos. Este é um momento de com unicação entre d ualida des da
vida, anteriormente vi vencia das. A o invés da noite opondo-se ao
dia, a escuridão sup rimindo a l uz, as polarida des estarão
trabalhando juntas para criar um todo unificado, transformando-se
ininterruptamente uma na o utra, cada q ual contendo a semente do
se u oposto no seu âmago mais profundo.
A ág uia e o cisne são ambos seres ala dos e majestosos. A
ág uia é a encarnação do poder e da solit ude. O cisne é a
corporificaçao do espaço e da p ureza, flut uando e merg ulhando
com sua vida de no elemento das emoções, totalmente satisfeito e
realizado em sua perfeição e beleza.
N ós somos a união da ág uia com o cisne: macho e fêmea,
fogo e água, vida e morte. A figura da integração é o símbolo da
autocriação, da vida nova e da união m ística, conhecida também
como alq uimia.

50
A rcanos M aiores

15. C ondicionamento
A menos q ue você
abandone a sua personalidade,
você não será capaz de encontrar a
sua indi vid ualidade. A
indi vid ualidade é da da pela
existência; a personalidade é
im posta pela sociedade.
Personalida de é conveniência
social. A socieda de não pode
tolerar a indi vid ualida de porq ue a
indi vid ualidade não acom panhará
o rebanho, como uma ovelha. A
indi vid ualidade tem a nat ureza do
leão: o leão move-se sozinho.
A s ovelhas estão sem pre em
rebanho, na esperança de q ue estar
em grupo será aconchegante. E m
meio à m ultidão, o indi víd uo
sente-se mais p rotegido, seguro. Se
alg ué m atacar, na m ultidão há todas as possibilidades de você se
sal var. M as, e estando só? – apenas os leões andam sós.
Cada um de vocês nasce u leão, mas a sociedade está sem pre
condicionando, programando a mente de vocês como ovelhas. Ela
lhes im p rime uma personalida de, uma personalida de agradá vel,

51
sim pática, m uito conveniente, m uito obediente. A sociedade q uer
escra vos, não pessoas q ue sejam absolutamente dedicadas à
liberda de. A socieda de q uer escra vos porq ue os interesses
estabelecidos q uerem obediência.
Osho O ne Seed M akes the W hole Earth G reen C hapter 4.

Comentário:

Esta figura lembra uma antiga história Z en a respeito de um


leão q ue foi cria do por ovelhas, e pensa va q ue era uma delas, até
q ue um velho leão o capt uro u e o le vo u até um lago, onde lhe
mostrou o se u p róprio reflexo. M uitos de nós somos como esse leão
– a imagem que temos de nós mesmos não ad vém da nossa própria
vi vência direta, mas das opiniões dos o utros. U ma " personalida de"
im posta de fora substit ui a indi vid ualida de q ue poderia ter se
desenvol vido de dentro. N ós nos tornamos apenas mais uma ovelha
no rebanho, incapazes de nos mo vermos li vremente, e inconscientes
da nossa verdadeira identidade.
É hora de dar uma olha dela no se u p róprio reflexo no lago, e
de tomar a iniciati va de libertar-se do q ue q uer q ue lhe tenha sido
im posto como condicionamento pelos o utros, com o objetivo de
fazer você acre ditar em q ualq uer coisa a se u respeito. D ance, corra,
mexa-se, fale uma líng ua inexistente – tudo o que for necessário
para acordar o leão adormecido dentro de você.

52
A rcanos M aiores

16. Relâm pago


O q ue a me ditação faz
lentamente, é como um forte brado
do mestre, inespera do, na sit uação
em q ue o discíp ulo está fazendo
uma perg unta e o mestre p ula e
grita, o u lhe dá um golpe firme, o u
o atira porta afora, ou salta sobre
ele... Tais métodos não eram
conhecidos. Foi sim plesmente a
genialida de m uito criati va de M a
T z u, e ele le vo u m uitas pessoas à
ilum inação.
A lg umas vezes parece
hilariante: ele jogou um homem
pela janela de um pré dio de dois
andares, e o homem só ha via ido
perg untar-lhe sobre o q ue meditar.
M a T z u não apenas o atiro u como
saltou em seg uida, cai u por cima dele, sentou-se no se u peito e
perg unto u: " E ntende u?".
O pobre sujeito responde u "Sim ", porq ue se dissesse " N ão", o
mestre seria capaz de bater nele, o u de fazer q ualq uer o utra coisa.
A q uilo já era o bastante – seu corpo estava arrebentado e M a T z u,
sentado no se u peito, perg untando: " E ntende u?" D e fato ele

53
entende u, e justamente por aq uilo ter sido tão repentino,
inesperado; ele nunca poderia ter imaginado uma coisa daq uelas.
Osho Isan: N o Footprints in the Blue Sk y C hapter 4.

Comentário:

A fig ura mostra uma torre sendo q ueimada, destruída,


explodida. U m homem e uma m ulher se atiram dela, não por
q uererem isso, mas porq ue não há escolha. N o fundo, aparece uma
fig ura transparente, meditativa, rep resentando a consciência q ue a
tudo assiste. Talvez você esteja se sentindo m uito abalado neste
exato momento, como se a terra tremesse sob se us pés. O se u
sentido de seg urança está sendo desafiado, e a tendência nat ural é
tentar seg urar-se em t udo q ue esti ver ao se u alcance. Esse terre moto
interior, porém, é tanto necessário q uanto tremendamente
im portante – se você aceitar q ue ele aconteça, você emergirá dos
escombros mais forte e mais disponí vel a no vas experiências.
D epois do incêndio, a terra é repo voada; após a tem pestade o ar
apresenta-se lim po. Tente assistir à destruição com desprendimento,
q uase como se isso estivesse acontecendo com uma o utra pessoa.
D iga "sim " ao processo ao encontrá-lo a meio caminho.

54
A rcanos M aiores

17. Silêncio

A energia do todo se
apossou de você. V ocê está
possuído, você nem mesmo existe
mais: o q ue existe é o todo. N este
momento, à medida q ue o silêncio
o penetra, você vai sendo capaz de
com preender a significância dele,
porq ue é o mesmo silêncio
vi venciado pelo B uda G autama. É
o mesmo silêncio de C huang T z u
ou Bodhid harma, de N ansen... O
sabor do silêncio é o mesmo.
Os tem pos m udam, o
m undo continua se
transformando, mas a experiência
do silêncio, a alegria q ue vem dele,
permanece a mesma. Essa é a
única coisa em q ue você pode
confiar, a única coisa q ue nunca morre. Esta é a única coisa q ue você
pode chamar de se u p róprio ser.
Osho Z en: The D iamond Th underbolt C hapter 1.

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Comentário:

A recepti vida de silenciosa de uma noite estrelada de lua


cheia, semelhante à de um espelho, reflete-se abaixo no lago coberto
de né voa. O rosto que aparece no cé u está em meditação profunda:
uma de usa da noite q ue traz prof undidade, paz e com preensão.
Este é um momento m uito precioso. Será fácil para você
repo usar internamente, e sondar as origens do seu p róprio silêncio
interior até o ponto em que ele se conf un de com o silêncio do
uni verso.
N ão há na da para fazer, lugar nenh um aonde ir, e a marca do
se u silêncio interior permeia t udo o q ue você faz. Isso poderia
deixar alg umas pessoas sentire m-se desconfortáveis, acost uma das
q ue estão com todo o barulho e atividade do m undo. N ão im porta.
Procure encontrar as pessoas capazes de entrar em sintonia com o
se u silêncio, o u então desfrute a sua solit ude. Este é o momento de
reencontrar-se consigo mesmo. A com preensão e os insights q ue lhe
ocorrem nesses instantes manifestar-se-ão mais tarde, em uma fase
de maior extro versão da sua vida.

56
A rcanos M aiores

18. V idas Passadas


A criança poderá tornar-se
consciente somente se, na sua vida
anterior, ho uver me ditado o
suficiente, se ho uver criado
suficiente energia meditativa para
lutar contra a escuridão q ue a
morte traz. O indi víd uo encontra-
se sim plesmente perdido em um
esq uecimento e, então, de repente,
encontra um novo útero e esq uece
com pletamente do corpo antigo.
H á uma descontinuidade. Essa
escuridão, essa inconsciência gera
a descontinuidade.
O O riente tem trabalha do
ard uamente para penetrar essas
barreiras. E o trabalho de dez mil
anos não foi em vão. Todos podem
adentrar sua vida anterior, e até m uitas vidas passadas. Para q ue
isso seja possível, porém, é necessário q ue você se aprof unde na sua
meditação, e por d uas razões: a menos q ue você se aprofunde, você
não será capaz de encontrar a passagem para uma o utra vida; em
seg undo lugar, é preciso q ue você tenha ido m uito fundo na
meditação porq ue, caso você encontre a passagem para uma o utra

57
vida, uma p rof usão de acontecimentos inva dirá a sua mente. Já é
bastante difícil carregar apenas uma vida...
Osho H yak ujo: The E verest of Z en C hapter 7.

Comentário:

A s mãos da existência assumem a forma dos órgãos genitais


femininos, a abert ura da mãe cósmica. E m se u interior se re velam
m uitas imagens, rostos de outros tem pos.
Conq uanto possa ser di vertido fantasiar a respeito de vidas
passadas famosas, isso não passa de uma distração. O im portante é
enxergar e entender os pa drões kármicos das nossas vidas e as suas
raízes, em um ciclo repetiti vo sem fim q ue nos aprisiona em um
com portamento inconsciente.
Os dois lagartos com as cores do arco-íris, u m de cada lado,
representam o saber e o não saber. São os guardiões do
inconsciente, certificando-se de q ue estejamos preparados para uma
visão q ue, de o utra forma, poderia ser dilacerante. U m vislumbre da
eternida de da nossa existência constit ui uma dá di va, e o
entendimento da função do karma em nossa vida não é algo que
possa ser conseg uido q uando se q uer. Este é um chamado para q ue
você desperte: os acontecimentos em sua vida estão tentando fazê-lo
enxergar um pa drão tão antigo quanto à jornada da sua p rópria
alma.

58
A rcanos M aiores

19. Inocência
O Z en diz q ue se você
abandonar o conhecimento – e
dentro do conhecimento inclui-se
tudo: se u nome, sua identidade,
tudo... porque t udo isso lhe foi
dado pelos o utros –, se você
abandonar t udo o q ue lhe foi dado
pelos o utros, você adq uirirá uma
q ualidade totalmente diferente de
ser – a inocência. Isso será uma
crucificação da perso na, da
personalidade, e ha verá uma
ressurreição da sua inocência; você
se tornará o utra vez uma criança,
renascida.
Osho Dang Dang Doko Dang C hapter 7.

Comentário:

O velho desta fig ura irra dia no m undo uma satisfação de


criança. H á uma atmosfera de graça à sua volta, indicando q ue ele

59
está bem consigo mesmo, e com o que a vida lhe proporciono u.
Parece q ue ele está conversando alegremente com o louva-a-de us
em se u de do, como se os dois fossem os maiores amigos. A s flores
cor-de-rosa q ue cascateiam em torno dele re presentam um tem po
de deixar-acontecer, de relaxamento e doçura. Elas são uma
resposta à sua presença, um reflexo da sua p rópria nat ureza.
A inocência q ue ad vém de uma prof unda experiência de vida
é semelhante à de uma criança, sem ser infantil. A inocência das
crianças é bela, mas ignorante. Ela será substit uída por desconfiança
e d úvida à me dida q ue a criança for crescendo e aprendendo q ue o
m undo pode ser um lugar perigoso e ameaçador. A inocência,
porém, de uma vida plenamente vi vida, tem um q uê da sabedoria e
da aceitação do milagre da vida em eterna m u dança.

60
A rcanos M aiores

20. A lém da Ilusão


Esta é a única distinção
entre o sonho e o real: a
realida de permite-lhe d u vidar e
o sonho não lhe permite
d uvidar... Para m im, a
capacidade de d uvidar é uma
das maiores bênçãos da
humanidade. As religiões
com portam-se como inim igas,
porq ue podam as p róprias
raízes da d ú vida; e existe uma
razão para q ue elas ajam assim:
elas q uere m q ue as pessoas
acreditem em determ inadas
ilusões q ue elas vi ve m
pregando...
Por q ue motivo, pessoas
como o Buda G autama têm
insistido tanto em q ue a existência inteira – com exceção do se u e u
q ue a t udo testem unha, com exceção da sua consciência – é efêmera,
feita do mesmo material de q ue são feitos os sonhos? Elas não estão
afirmando q ue aq uelas árvores não se encontram ali. N ão estão
dizendo q ue aq ueles pilares não estão lá. N ão entenda mal por
causa da pala vra 'ilusão' (maya)...

61
A palavra foi trad uz ida como " ilusão", mas 'il usão' não é a
pala vra certa. Ilusão é algo q ue não existe. A realidade existe.
" M aya" fica exatamente entre as d uas – algo q ue q uase-existe. N o
q ue diz respeito a ativida des do dia-a-dia, maya pode ser tomado
como realida de. A penas no se u sentido máximo – a partir do ápice
da sua ilum inação –, as coisas se revelam irreais, ilusórias.
Osho T he Great Z en M aster Ta H ui C hapter 12.

Comentário:

A borboleta, nesta figura, rep resenta o exterior, aq uilo q ue


está constantemente se transformando, aquilo que não é real, mas
uma il usão. Por detrás da borboleta está a face da consciência,
olhando para dentro, para aq uilo q ue é eterno. O espaço entre os
dois olhos abriu-se, re velando o lótus do desenvol vimento
espirit ual e o sol da consciência q ue se le vanta. A través da ascensão
do sol interior, nasce a meditação.
A fig ura nos lembra de não olhar para fora à procura do q ue
é real, mas olhar antes para dentro de nós mesmos. Q uando nos
concentramos no m undo exterior, com freq üência nos assaltam os
julgamentos – isto é bom, isto é ruim, isto eu q uero, aq uilo e u não
q uero. Tais julgamentos nos mantêm prisioneiros das nossas
ilusões, da nossa sonolência, dos nossos velhos hábitos e padrões.
A bandone sua mente opiniosa e mova-se para dentro. Lá
você poderá relaxar no seio da sua própria verda de mais prof unda,
onde a diferença entre sonhos e realida de já é.

62
A rcanos M aiores

21. C om pletu de
Este é o jeito Z en: não dizer
as coisas até o fim. Isso precisa ser
com preendido, pois é uma
metodologia m uito im portante.
N ão dizer t udo significa dar uma
oportunida de para q ue o ouvinte
com plete o que está sendo dito.
Todas as respostas vêm
incom pletas. O mestre só lhe terá
dado uma direção... N o momento
em q ue você chegar ao limite,
você saberá o q ue irá permanecer.
Sendo assim, se alg uém esti ver
tentando com preender o Z en
intelect ualmente, irá fracassar.
N ão se trata de uma resposta para
uma perg unta, mas de algo maior
do q ue a resposta. Trata-se da
indicação da própria realida de...
A nat ureza do B uda não é coisa m uito distante: a sua p rópria
consciência é nat ureza de B uda. E a sua consciência é capaz de
testem unhar as coisas q ue constit uem o m undo. O m undo chegará a
um fim, mas o espelho permanecerá, espelhando o nada.
Osho Josh u: The Lion's Roar C hapter 5.

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Comentário:

A q ui, a última peça de um q uebra-cabeça está sendo


colocada em se u lugar: a posição do terceiro olho, o lugar da
percepção interior.
M esmo no fluxo sem p re m utá vel da vida, há instantes em
q ue chegamos a um ponto de com plet ude. N esses momentos,
somos capazes de ap reender o q uadro com pleto, o conjunto de
todas as peq uenas peças q ue ocuparam por tanto tem po a nossa
atenção. N o momento da concl usão, podemos tanto nos sentir em
desespero – porq ue não q ueremos q ue aq uela sit uação cheg ue a um
fim –, como podemos nos sentir agra decidos e receptivos ao fato de
q ue a vida é cheia de conclusões e de novos começos.
O q ue q uer q ue tenha estado absorvendo o se u tem po e sua
energia, agora está chegando ao fim. A o concluir isso, você estará
criando condições para q ue alg uma coisa no va possa começar. Use
essa pausa momentânea para celebrar ambas as coisas: o
encerramento do velho e a chegada do novo.

64
A rcanos M aiores

22. O M estre

A q ui e u gostaria de dizer
algo, que tenho g uardado como
um segre do por toda minha
vida. E u n unca q uis ser u m
M estre para ning uém... Ser um
mestre é uma tarefa m uito
estranha. V ocê p recisa
convencer pessoas sobre o
coração, utilizando arg umentos
e razões, racionalida des,
filosofia, você tem que usar a
mente como uma serva do
coração.
O trabalho do mestre é
lhe afastar da mente, para q ue
toda sua energia se mova para o
coração. Você captou o sentido?
A palavra “ mestre” cria a idéia
do discíp ulo, do seg uidor.
Como pode ha ver um mestre sem um discíp ulo, sem um seg uidor?
M as no sentido espirit ual da pala vra, “ mestre ” significa domínio de
si mesmo. N ão tem nenhuma relação com q ualq uer seg uidor; não

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depende da m ultidão. U m mestre sozinho é suficiente. O novo
homem de q ue tenho falado será um mestre de si mesmo.
Osho.

Comentário:

N o Z en, o M estre não é um mestre de o utros, mas um mestre


de si mesmo. – Cada gesto seu, e cada u ma de suas pala vras,
refletem a sua condição de il umina do. Ele não é um professor com
uma do utrina para partilhar, nem um mensageiro supernat ural
conectado diretamente a D e us, mas sim p lesmente aq uele q ue se
torno u um exem plo vi vo do mais alto potencial q ue repo usa dentro
de cada ser humano. N os olhos do mestre, eles encontram a própria
verda de deles refletida, e no se u silêncio eles encontram com maior
facilida de o seu próprio silêncio interior.
Juntos, eles criam um cam po de força q ue dá apoio a cada
um isoladamente, para q ue encontre a sua própria luz interior. Esta
luz, uma vez encontrada, o discíp ulo chega a entender q ue o mestre
exterior era apenas um catalisa dor, um recurso para p rovocar o
despertar do interior.

66
A rcanos M enores
F O G O: O D O M Í N I O D A A Ç Ã O

23. O Rei do Fogo – O C riador


Existem dois tipos de
cria dores no m undo: um deles
trabalha com objetos – um poeta,
um pintor, trabalham com
objetos e criam coisas; o o utro
tipo de criador, o m ístico, cria a
si mesmo. Ele não trabalha com
objetos, trabalha com o subjetivo;
trabalha em si mesmo, no se u
próprio ser. Este é o verdadeiro
cria dor, o verdadeiro poeta,
porq ue transforma a si mesmo
numa obra-p rima.
V ocê leva uma obra-p rima
escondida dentro de si, mas você
mesmo está obstruindo o
caminho. D ê um passo para o
lado, e a obra de mestre será
re vela da. Cada um de nós é uma
obra-prima, porq ue D e us nunca gera coisa alg uma menor do q ue
isso. Cada q ual carrega escondida essa obra de arte por m uitas

67
vidas, sem saber q uem é, e tentando apenas superficialmente
tornar-se alg uém.
A bandone a idéia de vir a ser alg uém, porq ue você já é uma
obra-prima. V ocê não pode ser aperfeiçoado. V ocê tem apenas de se
aproximar dela, de conhecê-la, de percebê-la. D e us crio u você com
suas próprias mãos; você não pode ser aperfeiçoado.
Osho A h, This! C hapter 1.

Comentário:

O mestre Z en, nesta fig ura, domestico u a energia do fogo e é


capaz de utilizá-la para fins criati vos, em vez de usá-la para a
destruição. Ele nos convida a reconhecer e a participar com ele, da
com preensão q ue é p rópria dos q ue estabeleceram se u domínio
sobre os fogos da paixão, sem rep rimi-los, mas também sem
permitir q ue eles se tornem destruti vos e deseq uilibra dos. Ele é tão
integrado q ue já não há q ualq uer diferença entre q uem ele é por
dentro, e q uem ele é no m undo exterior. Esta dádi va da
com preensão e integração, ele oferece a todos aq ueles q ue o
procuram: a dádi va da luz criati va q ue flui do centro do seu ser.
O Rei do Fogo nos diz q ue q ualq uer coisa a q ue nos
proponhamos agora, com o entendimento q ue vem da mat uridade,
trará enriq uecimento à nossa vida e à vida de o utras pessoas. É
tem po de expressar-se utilizando q uaisq uer habilida des q ue você
tenha, o q ue q uer q ue você tenha ap rendido com a sua p rópria
experiência de vida.

68
A rcanos M enores
F O G O: O D O M Í N I O D A A Ç Ã O

24. A Rainha do Fogo – O Com partilhar


À medida q ue você
progride para cima, em direção
ao quarto centro – ou seja, o
coração – toda a sua vida se
transforma num com partilhar
de amor. O terceiro centro crio u
a ab undância de amor. A o
atingir, pela meditação, o
terceiro centro, você se torno u
tão transbordante de amor, de
com paixão, q ue você q uer
com partilhar. Isso vem a
acontecer no q uarto centro – o
coração.
É por isso q ue mesmo na
vida m undana as pessoas dize m
q ue o amor vem do coração.
Para elas, entretanto, isso é
apenas um papag uear, um falar
por ouvir dizer; elas de fato não conhecem, porq ue nunca chegaram
ao seu próp rio coração. M as o meditador, finalmente, chega ao
coração. À medida q ue ele chega ao âmago do se u ser – o terceiro

69
centro – de repente acontece uma explosão de amor, de com paixão,
alegria, bem-a vent urança e de êxtases, e com uma tal força q ue
atinge o coração, e abre o coração.
O coração encontra-se exatamente no meio de todos os se us
sete centros – três ficam abaixo, os outros três ficam acima. V ocê
chego u exatamente no meio.
Osho T he Search: Talks on the Ten Bulls of Z en C hapter2.

Comentário:

A Rainha do Fogo é tão rica, tão régia, que pode permitir-se


dar p resentes. N em lhe ocorre a idéia de fazer um inventário do q ue
tem, o u de deixar alg uma coisa de la do para o f ut uro. Ela distrib ui
os se us teso uros sem restrições, recebendo a todos sem distinção,
para q ue participem da ab undância, da fertilidade, e da luz q ue a
envol ve. Q uando você tira esta carta, isso sugere q ue você também
se encontra em uma sit uação q ue lhe dá a oportunida de de
com partilhar o se u amor, a sua alegria, e o seu riso. A o com partilhá-
los, você descobrirá q ue se sente ainda mais pleno. N ão há
necessidade de ir a parte alg uma nem de fazer nenhum esforço
extraordinário. V ocê descobre q ue é capaz de desfrutar a
sensualida de sem possessi vida de o u apego, e q ue pode dar origem
a uma criança o u a um novo p rojeto, com a mesma sensação de
criati vidade plena.
T udo à sua volta parece agora estar "se integrando". D esfrute
isso, firme-se nisso, e perm ita q ue a ab undância q ue está em você e
ao seu re dor transborde.

70
A rcanos M enores
F O G O: O D O M Í N I O D A A Ç Ã O

25. C avaleiro do Fogo – Intensidade


O Z en diz: Considere todos
os grandes ditos e os grandes
ensinamentos, como se us inimigos
mortais. E vite-os, porq ue você
precisa encontrar a sua p rópria
fonte. V ocê não tem q ue ser u m
seg uidor, um imitador. V ocê
precisa ser um indi víd uo original;
precisa encontrar por si mesmo o
se u âmago mais p rof undo, sem
nenhum g uia, sem escrit uras q ue o
orientem. É uma noite escura, mas
com a chama intensa dessa b usca,
você está destinado a chegar até o
nascer do sol.
Todos os que arderam com
uma intensa p rocura, encontraram
o nascer do sol. O utros se lim itam
a acreditar. Esses q ue acreditam
não são religiosos; eles estão sim p lesmente e vitando, com essa
crença, a grande a vent ura da religião.
Osho Z en: T urning In C hapter 10.

71
Comentário:

A fig ura desta meditação assumi u a forma de uma seta,


movendo-se com o foco uni-direciona do daq uele q ue sabe
precisamente onde está indo. M ovimenta-se com tamanha
velocida de q ue q uase se transformo u e m p ura energia. Sua
intensida de não de ve, porém ser conf un dida com a energia
obsessiva q ue faz as pessoas dirigirem se us carros à velocida de
máxima para ir do ponto A para o ponto B. Esse tipo de intensida de
pertence ao m undo horizontal do espaço/tem po. A intensidade
representada pelo Ca valeiro do Fogo é pertinente ao m undo vertical
do momento instantâneo – um reconhecimento de q ue agora é o
único momento q ue existe, e de que aq ui é o único espaço.
Q uando você age com a intensida de do Ca valeiro do Fogo, é
prová vel q ue isso pro voq ue ond ulação nas ág uas à sua volta.
A lg uns irão sentir-se valorizados e reno va dos pela sua presença,
outros poderão sentir-se ameaçados o u incomodados. A s opiniões
alheias im portam po uco, porém; na da poderá detê-lo neste
momento.

72
A rcanos M enores
F O G O: O D O M Í N I O D A A Ç Ã O

26. V alete do Fogo – Espírito Brincalhão


N o momento em q ue você
começa a enxergar a vida como
uma coisa não-séria, como uma
brinca deira, toda a pressão sobre o
se u coração desaparece. Todo o
medo da morte, da vida, do amor
– tudo desaparece. A pessoa
começa a se sentir m uito le ve, o u
q uase sem peso nenhum. Tão leve
ela se torna, q ue é capaz de voar
no cé u aberto.
A maior contrib uição do
Z en é oferecer-lhe uma alternati va
à post ura de homem sério. O
homem sério fez o m undo, o
homem sério invento u todas as
religiões. Ele crio u todas as
filosofias, todas as cult uras, todas
as moralida des; t udo o q ue existe
à sua volta é uma criação do homem sério.

73
O Z en excluiu-se do m undo sério. Crio u um m undo próprio
m uito di vertido, cheio de risos, no q ual até os grandes mestres se
com portam como crianças.
Osho N ansen: The Point of Departure C hapter 8.

Comentário:

A vida raramente é tão séria q uanto acreditamos que seja, e


q uando reconhecemos este fato, ela responde oferecendo-nos ca da
vez mais oportunidades para brincar. A m ulher desta fig ura está
celebrando a alegria de estar vi va, como uma borboleta que emergiu
da sua crisálida para as p romessas da luz. Ela nos faz le mbrar do
tem po em que éramos crianças, encontrando conchas na praia o u
construindo castelos na areia, sem nenhu ma preocupação com
ondas q ue p udessem vir e desmanchá-los no momento seguinte. Ela
sabe q ue a vida é um jogo, e está desem penhando neste momento o
papel de um palhaço, sem nenhum constrangimento ou pretensão.
Q uando o V alete do Fogo entra em sua vida, é um sinal de
q ue você está prepara do para receber o no vo. A lg uma coisa
mara vilhosa está despontando no horizonte, e você tem exatamente
a q ualida de da inocência feliz e da lucidez, para recepcioná-la de
braços abertos.

74
A rcanos M enores
Á G U A : O D O MÍ N I O D A S E M O Ç Õ ES

27. O Rei da Á gua – A C ura


V ocê é q ue m carrega a sua
chaga. E nq uanto existir o ego, o
se u ser como um todo será uma
ferida. E você irá carregá-la por aí.
N ing uém está interessado em feri-
lo, ning uém está de fato esperando
para machucá-lo; todos estão
ocupados em proteger os seus
próprios ferimentos. Q uem teria
tanta energia para ainda q uerer
atingi-lo? M as, ainda assim,
acontece, porq ue você está
demasia do pronto para ser
atingido, demasia do pronto,
apenas na expectati va de q ue
alg uma coisa aconteça.
É im possí vel atingir um
homem do Tao. Por q uê? Porq ue
não existe ning uém ali para ser
atingido. N ão há nenhuma ferida. Ele é saudável, curado, p leno. A
pala vra 'pleno' é bonita. E m inglês, a pala vra 'curar' [to heal] vem de
´pleno´ [w hole], e a palavra 'sagra do' [holy] tem também a mesma

75
origem. O homem de Tao é inteiro, curado, sagrado. Tenha
consciência da sua ferida. N ão deixe q ue piore: cure-a; e ela só será
cura da q uando você se deslocar para baixo, para as raízes. Q uanto
menos esti ver p resente a cabeça, tanto mais facilmente a ferida será
cura da; não existindo a cabeça, não existe a ferida. V i va uma vida
sem cabeça. M ova-se como um ser pleno, e aceite as coisas. Tente
isso, apenas por vinte e q uatro horas: aceitação total, aconteça o que
acontecer. Se alg uém o insultar, aceite a ofensa, não reaja, e veja o
q ue acontece. D e repente, você sentirá fluindo em você, uma energia
nunca antes percebida.
Osho T he Em pty Boat C hapter 10.

Comentário:

Este é um tem po em que as feridas do passado


prof undamente enterradas afloram para ser curadas. A fig ura desta
meditação apresenta-se nua, v ulnerá vel, receptiva para o toque
amoroso da existência. A a ura q ue l he envol ve o corpo está cheia de
luz, e o clima à sua volta, de relaxamento, cuida do e de amor, está
dissol vendo sua tensão e sofrimento. V ários lótus de luz aparecem
sobre o seu corpo físico, e por todos os corpos de energia sutil, q ue
os q ue curam dizem existir em torno de cada um de nós. E m cada
uma dessas camadas sutis aparece um cristal o u modelo de cura.
Q uando nos encontramos sob a influência de cura do Rei da Á g ua,
já não estamos mais nos escondendo de nós mesmos, nem dos
outros. N essa atitude de abert ura e de aceitação poderemos ser
cura dos, e ajudar o utros a serem também saudá veis e inteiros.

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A rcanos M enores
Á G U A : O D O MÍ N I O D A S E M O Ç Õ ES

28. A Rainha da Á gua – Recepti vidade


O uvir é um dos segredos
básicos para se entrar no tem plo
de D e us. O u vir significa
passi vida de. Significa se esq uecer
com pletamente de si mesmo – só
então você pode ouvir.
Q uando você o uve alg uém
com atenção, você se esquece de si
mesmo. Se você não conseg ue se
esq uecer da sua pessoa, você
nunca o uve. Estando
autoconsciente demais, você
sim plesmente finge q ue está
ouvindo – não ouve. Pode
balançar a cabeça; dizer alg umas
vezes "sim " e " não" – mas você não
está ouvindo.
Q uando o uve, você se torna
apenas uma passagem, uma
passi vida de, uma recepti vida de, um útero: você se torna femin ino.
E, para chegar lá, a pessoa tem q ue se tornar feminina. N ão se pode
alcançar D e us como um invasor violento, um conq uistador. V ocê só

77
poderá alcançar D e us... ou será melhor dizer: D e us poderá alcançá-
lo somente quando você estiver recepti vo, uma recept i vidade
feminina. Q uando você se tornar yin – uma passi vida de –, a porta
está aberta. E você espera. Escutar é a arte de se tornar passi vo.
Osho A Su d den C lash of Th un der C hapter 5.

Comentário:

A recepti vida de rep resenta a nat ureza feminina, passi va, da


ág ua e das emoções. Os braços da figura estão estendidos para
cima, para receber, e ela se apresenta com pletamente imersa na
ág ua. A fig ura não tem cabeça – nenhuma mente sobrecarregada e
agressi va para atrapalhar a sua recepti vidade p ura. E à medida q ue
ela é preenchida, vai continuamente se esvaz iando, transbordando e
recebendo mais.
O símbolo o u matriz de lót us q ue emerge da fig ura
representa a harmonia perfeita do uni verso, q ue se torna aparente
q uando estamos em sintonia com ele. A Rainha da Á g ua traz um
tem po de desprendimento e gratidão por t u do o q ue a vida possa
nos dar, sem q uaisq uer expectativas ou exigências. N em
sentimentos de obrigação, ne m idéias de reconhecimento, de mérito
ou de recom pensas são im portantes. Sensibilidade, int uição e
com paixão são os traços que se destacam agora, dissol vendo todos
os obstáculos q ue nos mantêm separa dos uns dos outros, e do todo.

78
A rcanos M enores
Á G U A : O D O MÍ N I O D A S E M O Ç Õ ES

29. C avaleiro da Á gua – C onfiança

N ão desperdice a sua vida


com aq uilo q ue lhe vai ser tira do.
Confie na vida. Se você confiar, só
então, será capaz de abandonar o
se u conhecimento, só então,
poderá colocar de lado a sua
mente. E com a confiança, algo
imenso tem início. Esta vida deixa
de ser uma vida com um, torna-se
plena de D e us, transbordante.
Q uando o coração se torna
inocente e as paredes
desaparecem, você fica liga do ao
infinito. E você não terá sido
enganado; não existirá na da q ue
lhe possa ser tomado. A quilo q ue
pode ser tira do de você, não vale a
pena g uardar; e aq uilo q ue não há
como ser tirado de você, por q ue
ha veria alg ué m de ter medo q ue lhe seja tirado? – N ão pode ser

79
le vado, não há possibilidade. V ocê não pode perder o se u tesouro
verda deiro.
Osho T he Sun Rises in the E vening C hapter 9.

Comentário:

Este é o momento de ser aq uele " ioiô h umano", capaz de se


atirar no vaz io sem a proteção do cabo elástico amarrado aos pés! E
é esta postura de confiança absoluta, se m reservas nem redes de
seg urança escondidas, q ue o Cavaleiro da Á gua exige de nós.
U ma grande e uforia nos inva de q uando conseg uimos dar o
salto para o desconhecido, ainda q ue essa sim ples idéia nos
apavore. E q uando adq uirimos confiança ao ní vel do salto quântico,
deixamos de fazer q uaisq uer p lanos elaborados, ou p reparati vos.
N ão dizemos: " M uito bem, confio q ue sei o q ue fazer agora: vo u pôr
em dia me us negócios, preparar m inhas malas e le vá-las comigo".
N ão; nós sim p lesmente saltamos, sem pensar m uito no q ue virá
depois. O im portante é o salto, e o arrepio q ue ele nos provoca à
medida q ue caímos em que da li vre pelo vaz io do céu.
A fig ura nos dá, entretanto, uma " deixa" a respeito do q ue
nos espera no o utro extremo – um delicado, convidati vo, um
delicioso rosado... pétalas de rosa, um suculento... " V enha!"

80
A rcanos M enores
Á G U A : O D O MÍ N I O D A S E M O Ç Õ ES

30. V alete da Á gua – C om preensão


V ocê está fora da prisão,
fora da gaiola; pode abrir as asas
e o cé u inteiro é se u. Todas as
estrelas e a lua e o sol, pertencem
a você. V ocê pode desaparecer
no az ul do além... Basta
desfazer-se do apego a essa
gaiola. Saia dela e o cé u inteiro
será se u. A bra as suas asas e voe
passando à frente do sol, como
uma ág uia.
N o céu interior, no
m undo interior, a liberdade é o
valor mais alto – tudo o mais é
secundário, inclusi ve a bem-
avent urança, o êxtase. Existem
milhares de flores, elas são
incontá veis, mas todas elas só se
tornam possí veis em clima de
liberda de.
Osho C hristianity, the Deadliest Poison and Z en… C hapter 6.

81
Comentário:

O pássaro retratado nesta fig ura está olhando para fora, do


q ue parece ser uma gaiola. N ão há porta; na verda de, as barras
estão desaparecendo. A s grades eram uma ilusão, e esta avezinha
está sendo atraída pela graça, pela liberdade e pelo encorajamento
das o utras. Ela está abrindo suas asas, p ronta para alçar vôo pela
primeira vez.
O surgimento de uma no va com preensão – o de q ue a gaiola
sem pre esteve aberta e o cé u sem p re esteve ali para q ue nós o
explorássemos – pode fazer com q ue nos sintamos um po uco
abalados de início. Está bem, e é nat ural sentir-se chocado, mas não
deixe q ue isso desperdice a oport unida de para vi venciar a le veza de
coração e a avent ura q ue lhe estão sendo oferecidas ali mesmo,
junto com a sensação de abalo. D eixe-se le var pela delica deza e
gentileza desse momento. Sinta o bater de asas dentro de você. A bra
as asas e seja li vre.

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A rcanos M enores
N U V E N S: O D O MÍ N I O D A M E N T E

31. O Rei das N u vens – C ontrole


Pessoas controladas estão
sem pre nervosas porq ue lá no
f undo, o tum ulto ainda está
escondido. Se você não é
controlado, mas é "solto", vi vo,
então não é nervoso. N ão há
motivo para estar nervoso – o q ue
q uer q ue aconteça, acontece. Você
não tem expectati vas para o
f ut uro, não está rep resentando.
E ntão, por que de veria ficar
nervoso?
Para conseg uir controlar a
mente, a pessoa p recisa ficar tão
fria, gelada, q ue nenh uma energia
vital é permitida entrar nos se us
membros, no se u corpo. Se essa
energia ti ver permissão para se
mover, essas rep ressões virão à superfície. Por isso é q ue as pessoas
aprenderam a manter-se frias, a tocar os o utros sem de fato tocá-los,
a ver as pessoas e, cont udo não enxergá-las. V ivemos com frases
feitas – " O lá, como vai?" N ing uém q uer dizer nada com isso. Essas

83
frases são justamente para e vitar o encontro real entre d uas pessoas.
A s pessoas não se olham nos olhos, não se seg uram às mãos, não
procuram sentir a energia umas das o utras, não se perm item o
extra vasamento de emoções – m uito amedrontadas, dando apenas
um jeito de ir le vando as coisas, frias e mortas, dentro de uma
camisa-de-força.
Osho Dang Dang Doko Dang C hapter 5.

Comentário:

Existe um tem po e um lugar para o controle, mas se nós o


colocamos presidindo as nossas vidas, acabamos totalmente
enrijecidos. A fig ura desta meditação apresenta-se encaixada nos
âng ulos das formas p iramidais q ue a circundam. A luz p isca e
reflete nas superfícies brilhantes da pirâm ide, mas não p enetra. É
como se o personagem estivesse q uase m um ifica do no interior
dessa estr ut ura q ue construiu em volta de si mesmo. Os p unhos
estão crispados e o se u olhar é vaz io, q uase cego. A parte inferior do
se u corpo, abaixo da mesa, é uma ponta de faca, um fio cortante q ue
di vide e separa.
O se u m undo é organiza do e perfeito, mas não é vi vo – ele
não pode permitir q ue nenh uma espontaneidade ou
v ulnerabilidade penetre ali.
A fig ura do Rei das N uvens é um lembrete para q ue
tomemos uma respiração p rof unda, afro uxemos a gra vata e
passemos a cuidar das coisas com calma. Se ho uver enganos, tudo
bem. Se as coisas ficarem um po uco fora de controle, isso é com
certeza exatamente o que o médico prescre ve u. H á m uito, m uito
mais na vida do q ue estar " no controle das coisas".

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A rcanos M enores
N U V E N S: O D O MÍ N I O D A M E N T E

32. A Rainha das N u vens – Moralidade

Bodhid harma... transcende


em m uito os moralistas, os
p uritanos, as assim chamadas
"boas pessoas", os "fazedores do
bem ". Ele chegou à verdadeira raiz
do problema. A menos q ue a
consciência desperte em você, toda
a sua moralidade é falsa, toda a
sua cult ura é apenas uma camada
m uito fina q ue pode ser destruída
por q ualq uer um. M as, uma vez
q ue a sua moralida de seja fruto da
sua consciência, não de uma certa
discip lina, então, é coisa
inteiramente diferente. N essa
condição, você responderá a cada
sit uação a partir da sua
consciência. E o q ue q uer q ue você
faça será bom.
A consciência não é capaz de fazer nada q ue seja ruim. Esta é
a beleza suprema da consciência: q ualq uer coisa q ue surja dela é
sim plesmente bela, sim plesmente correta, e isso sem nenh um
esforço, sem nenhum treinamento. A ssim, em vez de podar folhas e
galhos, corte a raiz. E para cortar a raiz, não existe caminho

85
alternati vo além de um único método: o método de m anter-se
alerta, de estar percebendo o que acontece, de estar consciente.
Osho Bod hid harma, The G reatest Z en M aster C hapter 15.

Comentário:

A moralida de tem restringido aos estreitos limites da mente


dessa m ulher, toda a seiva e a energia da vida. N esse co nfinamento,
a moralidade não pode fluir, e com isso transformo u-se n uma
" velha ameixa seca". Se u com portamento como um todo é m uito
"conveniente", inflexí vel e se vero, e ela está sem pre p ronta para ver
cada sit uação apenas em branco e preto, como a jóia que a fig ura
traz em volta do pescoço.
A Rainha das N uvens vi ve oculta na mente de todos nós que
fomos cria dos com rígidos padrões a respeito do que é bom e do
q ue é mau, de peca do e virt ude, do q ue é aceitável e não-aceitável,
moral e imoral. É im portante lembrar q ue todos esses julgamentos
da mente são apenas prod utos do nosso condicionamento. E nossos
julgamentos, q uer aplica dos a nós mesmos o u aos outros, im pe dem-
nos de experienciar a beleza e a nat ureza di vina q ue habita dentro
das pessoas. A penas q uando rom pemos a prisão do nosso
condicionamento e alcançamos a verda de dos nossos próprios
corações, é que podemos começar a enxergar a vida como ela
realmente é.

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A rcanos M enores
N U V E N S: O D O MÍ N I O D A M E N T E

33. C avaleiro das N u vens – A L uta

N um momento estava lá, no


momento seguinte desaparece u.
Em determinado momento,
estamos aqui, e em o utro
momento já passamos. E por este
sim ples momento, quanta
conf usão nós armamos – q uanta
violência, ambição, luta, conflito,
rai va, ódio.
A penas por um momento
tão breve! Estamos tão-somente
ag uardando o trem na sala de
espera de uma estação, e criando
tanta conf usão! Brigando,
mach ucando-nos uns aos o utros,
tentando possuir, tentando
comandar, tentando dominar –
q uanta política! E ntão, o trem
chega, e você se foi para sem pre.
Osho Take it Easy, Volum e 1 C hapter 13.

87
Comentário:

A fig ura desta meditação apresenta-se com pletamente


coberta por uma arma d ura. A penas se vê o se u olhar de cólera, e o
branco dos nós das mãos fechadas. O lhando a armad ura mais de
perto, você pode ver q ue ela está coberta de botões, prontos para
detonar se alg uém apenas roçar neles. N o plano de f undo aparece a
sombria seq üência das imagens q ue passam pela mente desse
homem – d uas fig uras lutando por um castelo.
U m tem peramento explosi vo o u a rai va rep ri mida esconde m
com freq üência um p rof undo sentimento de dor. N ós achamos q ue,
espantando os outros para longe, poderemos evitar ser machuca dos
ainda mais. N a verda de, acontece exatamente o inverso. A o cobrir
nossas feridas com a arma d ura, estamos im pedindo q ue elas sejam
cura das. A o agredir os o utros, im pedimos a nós mesmos de receber
o amor e o alimento afetivo de q ue precisamos.
Se esta descrição parece corresponder ao se u caso, então está
na hora de parar de brigar. Existe m uito amor à sua disposição,
basta deixá-lo entrar! Comece por perdoar a si mesmo: você merece.

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A rcanos M enores
N U V E N S: O D O MÍ N I O D A M E N T E

34. V alete das N u vens – A M ente


Esta é a sit uação da sua
cabeça: vejo ali g uidões de
bicicleta, pedais e coisas estranhas
q ue você foi juntando de toda
parte. U ma cabeça tão pequena... e
sem espaço para se vi ver nela!
E esse material in útil fica
re vol vendo-se em sua cabeça; sua
cabeça fica girando e tramando – e
isso mantém você ocupa do.
Imagine só q ue tipos de
pensamentos vão passando pela
sua mente...
Q ualq uer dia, sim plesmente
sente-se, feche os olhos, e coloq ue
no papel, d urante meia hora, o q ue
q uer q ue passe pela sua mente.
V ocê com preenderá o q ue esto u
q uerendo dizer, e ficará surp reso
com o que transita no interior da sua mente. Isso tudo vai ficando
nos bastidores, fica ali o tem po todo, e acaba envol vendo-o, como
uma nuvem.
D evido a essa nuvem, você não conseg ue disting uir a
realida de, não conseg ue chegar à percepção espirit ual. É preciso

89
desfazer-se dela. E apenas com a sua decisão de descartá-la é q ue
ela irá desaparecer. V ocê está apegado a ela – a nuve m mesma não
tem o menor interesse em você, lembre-se disso.
Osho T he Sun Rises in the E vening C hapter 9.

Comentário:

Isto é o que acontece q uando nos esq uecemos de q ue a mente


foi feita para servir, e começamos a permitir q ue ela dirija a nossa
vida. A cabeça está cheia de mecanismos, a boca não pára de
censurar, e toda a atmosfera em volta fica poluída por essa fábrica
de arg umentos e de opiniões.
" M as, espere aí!", você talvez diga. " A mente é o que nos
torna humanos, é a fonte de todo progresso, de todas as grandes
verda des!" Se você acredita nisso, faça uma experiência: entre no
se u q uarto, feche a porta, lig ue um gra va dor, e passe a falar se m
restrições o q ue q uer q ue lhe venha "à mente". Se de fato você
deixar q ue saia t udo, sem nenhuma censura ou retificação, ficará
espantado de ver a q uantida de de tolices q ue você dirá.
O V alete das N uvens está lhe dizendo q ue alg uém, em alg um
lugar, está preso em uma " viagem da cabeça". D ê uma olhada, e
asseg ure-se de q ue não é você.

90
A rcanos M enores
A R C O-ÍRIS: O D O M Í N IO D A N A T U RE Z A FÍSIC A

35. O Rei do A rco-íris – A bundância


N o O riente, as pessoas
condenaram o corpo, condenaram
a matéria, chamaram-na de
" ilusória", de ma ya: coisa q ue de
fato não existe, apenas parece
existir; coisa feita da mesma
substância dos sonhos. A s pessoas
renegaram o m undo, e esta é a
razão pela q ual o O riente
permanece u pobre, doente,
faminto.
M etade da humanida de tem
vi vido aceitando o m undo interior,
mas negando o m undo exterior. A
outra metade tem aceitado o
m undo material, e negado o
m undo interior. A mbas são
metades, e homem nenhum q ue
seja uma metade pode estar
satisfeito. É necessário ser inteiro: rico no corpo, rico em ciência; rico
em meditação, rico em consciência.
N o meu modo de ver, apenas a pessoa inteira é uma pessoa
sagrada. E u q uero q ue se mist urem Z orba e B uda. Z orba sozinho é
vaz io. Sua dança não tem significação eterna, é prazer momentâneo.
Logo ele se cansará dela. A menos q ue você disponha de fontes
91
inesgotáveis q ue lhe venham do próprio cosmos... a menos que você
se torne existencial, não poderá tornar-se inteiro. Esta é a minha
contrib uição para a humanidade: a pessoa inteira.
Osho C om m unism an d Z en Fire, Z en W in d C hapter 2.

Comentário:

Este tipo dionisíaco é o próp rio retrato de um homem inteiro,


um " Z orba e B uda" q ue pode beber vinho, dançar na p raia, cantar
na chuva, e ao mesmo tem po desfrutar as profundezas da
com preensão e do conhecimento próprios do sábio. E m uma das
mãos ele segura uma flor de lótus, demonstrando q ue respeita e
contém em si mesmo a graça do feminino. O peito exposto (um
coração aberto) e a barriga relaxada mostram q ue ele está à vontade
com a sua masculinida de também, inteiramente pleno de si. O s
q uatro elementos; terra, fogo, água e cé u, confluem no Rei do A rco-
Íris, q ue está sentado sobre o livro da sabedoria da vida.
Se você é m ulher, o Rei do A rco-Íris traz para a sua vida o
apoio de suas energias masculinas, uma união com a alma gêmea
interior. Para um homem, esta fig ura rep resenta uma oport unida de
para rom per com os estereótipos masculinos convencionais,
permitindo q ue transpareça a plenit ude do ser humano integral.

92
A rcanos M enores
A R C O-ÍRIS: O D O M Í N IO D A N A T U RE Z A FÍSIC A

36. A Rainha do A rco-íris – Florescimento

O Z en q uer vê-lo vi vendo,


vi vendo em ab undância, vi vendo
na com plet ude, vi vendo
intensamente – não em gra u
mínimo, como pretende a
Cristandade, mas no gra u
máximo, transbordante.
A sua vida de veria
derramar-se até os o utros. A sua
felicidade, a sua bem-a vent urança,
o seu êxtase, não deveriam ficar
confinados dentro de você, como
uma semente. D everiam abrir-se
como a flor e espalhar sua
fragrância indiscrimina damente –
não apenas para os amigos, mas
para os desconhecidos também.
Isso é com paixão
verda deira, amor verdadeiro:
com partilhar a sua iluminação, com partilhar a sua dança do além.
Osho C hristianity, the Deadliest Poison and Z en… C hapter 5.

93
Comentário:

A Rainha do A rco-Íris é como uma p lanta fantástica q ue


atingiu o áp ice do se u florescimento e das suas cores. É m uito
sensual, m uito cheia de vida e plena de possibilidades. Estalando os
dedos ela acom panha a m úsica do amor, e o se u colar do zodíaco
está colocado de tal maneira q ue V ênus repo usa sobre o se u
coração. A s mangas da sua vestimenta contêm sementes em
ab undância, e, à medida q ue sopra o vento, elas são espalhadas
para criar raízes onde lhes for possí vel. N ão a preocupa saber se as
sementes caem no solo ou sobre as pe dras – ela apenas as vai
espalhando por toda parte, em total celebração da vida e do amor.
Flores caem do alto sobre a sua cabeça, em harmonia com o se u
próprio florescimento, e as ág uas da emoção serpenteiam
di vertidamente sob a flor em que ela está sentada. V ocê poderia
sentir-se neste exato momento como um jardim de flores, regado
por bênçãos vindas de toda parte. D ê boas-vindas às abelhas,
convide os pássaros a beber do seu néctar. Espalhe em volta a sua
alegria, para q ue todos com partilhe m dela.

94
A rcanos M enores
A R C O-ÍRIS: O D O M Í N IO D A N A T U RE Z A FÍSIC A

37. C avaleiro do A rco-íris – D esaceleração

A meditação é uma espécie


de remé dio – se u uso será apenas
passageiro. Q uando você ti ver
apreendido a q ualidade, não
precisará p raticar mais nenhuma
meditação em particular, pois a
atitude me ditati va é q ue de verá
permear todos os cantos da sua
vida. A ndar é Z en, sentar-se é Z en.
Q ual será então essa
q ualidade? A pessoa passa a andar
de maneira vigilante, alerta,
alegremente, sem metas a atingir,
centra da, com amor, deixando-se
fluir. E o caminhar é
despreocupa do. A pessoa senta-se
com amor, alerta, vigilante,
desinteressadamente – sem estar
b uscando alg uma coisa e m
especial, mas apenas desfrutando a beleza do sentar-se sem fazer
na da, o q uanto isso é relaxante, repo usante... D epois de uma longa
caminha da, você se senta à sombra de uma árvore, e a brisa vem e o
refresca. A cada momento é preciso q ue a pessoa esteja bem consigo
mesma – não em penhada em melhorar, cultivando alg uma coisa,
praticando alg uma coisa. A ndar é Z en, sentar-se é Z en.
95
Falando ou em silêncio, movimentando-se, em repo uso, a
essência está à vontade. A essência está à vontade: esta é a idéia-
cha ve. A essência está à vontade: esta é a afirmação-cha ve. Faça o
q ue q uiser, mas, no âmago mais p rof undo, permaneça à vontade,
frio, calmo, centrado.
Osho T he Sun Rises in the E vening C hapter 7.

Comentário:

O Ca valeiro do A rco-Íris é um lembrete de q ue, exatamente


como a tartaruga desta carta, nós também le v amos conosco a nossa
casa, aonde q uer q ue vamos. N ão há necessida de de apressar-se,
não é preciso procurar abrigo em nenhum o utro lugar. M esmo
q uando merg ulhamos nas p rof undezas das ág uas da emoção,
podemos manter-nos abrigados em nós mesmos, im unes a
dependências.
H á um momento em q ue você se prepara para deixar de la do
q uaisq uer expectativas q ue tem culti va do a se u p róprio respeito, ou
a respeito de outras pessoas; prepara-se para assumir a
responsabilida de por q uaisq uer ilusões q ue possa ter estado
carregando. N essa hora, não há necessidade de fazer nada,
bastando repo usar na p lenit ude de q uem você é neste exato
momento. Se os desejos, esperanças e sonhos estão se tornando
vagos, tanto melhor. Se u desaparecimento está abrindo espaço para
um no vo clima de tranq üilidade e de aceitação das coisas como são.
V ocê irá sentir-se capaz de dar as boas-vindas a esse crescimento
pessoal, de uma maneira q ue nunca esteve antes ao se u alcance.
D esfrute essa sensação de dim inuição do ritmo, de se aproximar do
repo uso, e de reconhecer q ue você já está em casa.

96
A rcanos M enores
A R C O-ÍRIS: O D O M Í N IO D A N A T U RE Z A FÍSIC A

38. V alete do A rco-íris – A ventura


O Z en diz q ue a verda de
não tem nada a ver com
autoridade, q ue a verdade não tem
na da a ver com tradição; q ue a
verda de não tem na da a ver com o
passado: a verda de é uma
realização ra dical, pessoal. V ocê
precisa conq uistá-la.
O conhecimento oficial é
coisa seg ura; a b usca do
conhecimento pessoal, porém, é
m uito, m uito arriscada. N ing ué m
pode garantir o resulta do. Se você
me perg untar se posso garantir
alg uma coisa, direi q ue não posso
garantir-lhe na da.
Só posso garantir o perigo –
isso é certo. Só posso garantir-lhe
uma longa a vent ura, com todas as
possibilida des de dar erra do e de nunca se atingir a meta. U ma
coisa, porém, é certa: a própria b usca irá ajudá-lo a crescer. Só posso
garantir-lhe o crescimento. O perigo estará lá, o sacrifício estará lá;
você estará merg ulhando a cada dia no desconhecido, em terreno
inexp lora do, e não ha verá nenhum mapa a seg uir, nenhum g uia

97
para acom panhar. Sim, há m ilhões de riscos e você poderá desviar-
se, poderá perder-se, mas é esta a única maneira de crescer.
A inseg urança é a única senda para o crescimento, enfrentar
o perigo é a única forma de crescer, aceitar o desafio do
desconhecido é o único caminho para se crescer.
Osho Dang Dang Doko Dang C hapter 7.

Comentário:

Q uando estamos realmente com espírito de a vent ura,


andamos exatamente como esta criança. C heios de confiança,
vamos, passo a passo, saindo da escuridão da floresta para o clarão
da l uz, le va dos pela nossa capacidade de nos mara vilharmos, na
trilha do desconhecido.
A idéia de a vent ura realmente não tem nada a ver com
planos e mapas, programações e organização. O V alete do A rco-Íris
representa um estado de espírito q ue pode tomar conta de nós em
q ualq uer lugar – em casa o u no escritório, no cam po ou na cida de,
num em p reendimento criati vo o u no nosso relacionamento com
outras pessoas. Sem p re q ue nos lançamos ao no vo e desconhecido
com o espírito confiante de uma criança, inocentes, abertos e
v ulnerá veis, até mesmo as menores coisas da vida podem
transformar-se nas maiores a vent uras.

98
A rcanos M enores
N A IPE D O F O G O: A Ç Ã O

39. 2 de Fogo – Possibilidades


A mente pode aceitar
fronteiras em q ualq uer lugar. A
verda de, porém, é q ue, por sua
própria nat ureza, a existência não
pode aceitar fronteiras de espécie
alg uma, pois o que ha verá do
outro lado do m uro? Cé u e
no vamente um o utro cé u. Por isso
é q ue esto u dizendo q ue cé us
sobre cé us estão disponí veis para
o seu vôo.
N ão se contente facilmente.
Os q ue se contentam com pouco
permanecem peq uenos: peq uenas
são as suas alegrias, peq uenos são
os se us êxtases, peq uenos são os
se us silêncios, peq ue no é o se u ser.
M as não há necessida de disso!
Essa peq uenez é uma
im posição q ue você mesmo faz à sua liberda de, às suas
possibilida des ilim itadas, ao se u potencial se m limites.
Osho Live Z en C hapter 2.

99
Comentário:

A ág uia tem uma visão panorâm ica de todas as


possibilida des existentes na paisagem lá e mbaixo, enq uanto voa
li vremente pelo cé u, com nat uralida de e sem q ualq uer esforço. Ela
está realmente no se u domínio, majestosa e senhora de si.
Esta fig ura indica q ue você se encontra nu m ponto em que
um m undo de possibilidades lhe é oferecido. Por ter desenvol vido
mais amor para consigo mesmo, por estar mais pleno de si mesmo,
você conseg ue trabalhar facilmente com os outros. Por estar
relaxa do e à vontade, você é capaz de reconhecer possibilidades à
medida q ue elas se apresentam, alg umas vez es até antes q ue o utros
as consigam perceber. Por estar em sintonia com a sua p rópria
nat ureza, você com p reende q ue a existência lhe está
proporcionando exatamente aq uilo de q ue você precisa. A proveite o
vôo! E celebre todas as varia das mara vilhas da paisagem aberta
diante de se us olhos.

100
A rcanos M enores
N A IPE D O F O G O: A Ç Ã O

40. 3 de Fogo – O Experienciar


O lhe, apenas, à sua volta,
olhe dentro dos olhos de uma
criança, o u nos olhos da pessoa
amada, nos de sua mãe, de u m
amigo – o u ainda, sim p lesmente
sinta uma árvore.
A lg uma vez você já abraço u
uma árvore? A brace uma árvore e,
um dia, você perceberá q ue não foi
apenas você q ue abraço u a árvore,
mas q ue a árvore também
responde, a árvore também o
abraça. Pela p rimeira vez então,
você será capaz de saber q ue a
árvore não se resume a uma
forma, não é apenas uma
determina da espécie de q ue os
botânicos falam: ela é um D e us
desconhecido – tão verde ali no
se u q uintal, tão cheia de flores, tão próxima a você, q ue vi ve lhe
acenando, que o tem po todo o está chamando.
Osho Dang Dang Doko Dang C hapter 2.

101
Comentário:

U ma "experiência" é coisa q ue pode ser registra da num


caderno, o u fotografada e g uardada n um álb um. O experienciar já é
a própria sensação de deslumbramento, a emoção da com un hão, o
toque delicado da nossa conexão com tudo o q ue nos rodeia.
A m ulher desta fig ura não está apenas tocando a árvore: está
em com unhão com ela, q uase q ue se tornou uma entidade única
com a árvore. Trata-se de uma velha árvore, q ue p resencio u m uitos
tem pos difíceis. O toque da m ulher é sua ve, reverente, e o branco no
avesso do se u manto espelha a p ureza do se u coração. Ela tem
hum ilda de, sim p licidade – e essa é a maneira correta de ap roximar-
se da nat ureza.
A nat ureza não faz rufarem tambores q uando rebe nta em
flor, nem executa um réq uiem q uando as árvores se desfazem das
folhas, no o utono. Q uando, porém, nos ap roximamos dela com o
estado de espírito adeq ua do, ela tem m uitos segredos para
com partilhar. Se ultimamente você não tem o uvido a nat urez a
sussurrando para você, este é um bom momento para dar a ela essa
oportunida de.

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N A IPE D O F O G O: A Ç Ã O

41. 4 de Fogo – Participação


A lg uma vez você já
percebe u a noite passar?
Po uq uíssimas pessoas tomam
consciência das coisas q ue estão
acontecendo todos os dias. V ocê já
presto u atenção ao chegar da
noite? À meia-noite e à sua
canção? A o nascer do sol e à sua
beleza?
Temos nos com portado
q uase como um bando de cegos.
N um m undo tão bonito, vi vemos
em peq uenos com partimentos da
nossa própria miséria. E la é
familiar; assim, mesmo q ue
alg ué m q ueira arrancá-lo dali,
você resistirá. V ocê não q uer ser
afastado da sua m iséria, do se u
sofrimento. E m contrapartida, há
tanta alegria por toda à volta... você tem apenas de perceber isso e
tornar-se um participante, não um espectador.
Filosofia é especulação; Z en é participação. Participar da
despedida da madrugada, participar da chegada da noite, participar
das estrelas e das nu vens; faça da participação o se u estilo de vida, e

103
toda a existência se transformará n uma enorme alegria, n um grande
êxtase! V ocê não poderia ter imaginado um uni verso melhor.
Osho Z en: The M iracle C hapter 2.

Comentário:

Cada uma das fig uras desta mandala está com a palma da
mão esq uerda voltada para cima, em atit ude de q ue m recebe, e a
mão direita voltada para baixo, em atitude de q ue m dá. O círculo
q ue elas com põem cria um tremendo cam po de energia q ue assume
a forma do " dorje" d uplo, o símbolo tibetano para o relâm pago. A
mandala tem uma nat ureza semelhante à do cam po de energia q ue
se forma em torno de um B uda, para o q ual todas as pessoas q ue
tomam parte no círculo trazem contrib uições únicas para a criação
de um todo unificado e vital. É como uma flor q ue, no se u conjunto,
é ainda mais bonita do q ue a soma de suas partes, e ao mesmo
tem po aumenta a beleza de cada uma das suas pétala.
A gora, uma oportunidade está sendo dada a você, para
participar junto com outras pessoas, dando a sua contrib uição para
criar algo maior e mais belo do q ue o q ue cada um de vocês seria
capaz de fazer isola damente. Sua participação não apenas irá nutri-
lo, mas, também, trará uma contrib uição preciosa para o conjunto.

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A rcanos M enores
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42. 5 de Fogo – Totalidade


A cada momento há a
possibilida de de ser total. Seja o que
for q ue esteja fazendo, fiq ue tão
com pletamente absorto, de modo
q ue a mente não pense nada, esteja
sim plesmente ali, seja apenas uma
presença. E mais e mais totalidade
virá para você e o sabor da
totalidade o tornará cada vez mais e
mais capaz de ser total.
Procure perceber q uando
você não está sendo total. Esses são
os momentos q ue p recisarão ir
sendo abandona dos po uco a pouco.
Q uando você não é total... sem pre
q ue você esti ver na cabeça –
pensando, refletindo, fazendo
cálculos, sendo ast uto, achando
soluções engenhosas –, você não é
total. Po uco a pouco, vá se descartando desses momentos. Trata-se
apenas de um velho hábito. H ábitos são difíceis de se deixar. M as
eles morrem certamente – se a pessoa persiste, eles morrem.
Osho Take it Easy, Volum e 1 C hapter 12.

105
Comentário:

Estas três m ulheres estão suspensas no ar, livres e


brincalhonas, porém alertas e interdependentes. N um número de
trapézio, ning uém pode permitir-se estar um pouq uinho "ausente",
mesmo por uma fração de seg undo. E é essa atitude de atenção total
ao momento presente, q ue está representada aq ui.
Podemos sentir q ue há coisas demais para fazer ao mesmo
tem po, e ficar hesitando ao tentar fazer um po uq uinho aq ui, u m
pouq uinho ali, em vez de fazer uma coisa de cada vez e até o fim.
Pode ser, também, que acreditemos q ue o que cabe a nós fazer é
algo "chato", porq ue nos esq uecemos de q ue o que im porta não é o
q ue fazemos, mas a maneira como o fazemos.
D esenvol ver a capacida de de estar p resente por inteiro ao
responder ao q ue q uer q ue surja, da forma como vier, é um dos
maiores p resentes q ue você pode dar a si mesmo. D ar um passo de
cada vez ao longo da vida, de dicando a ca da um deles a sua total
atenção e energia, pode trazer uma grande e nova vitalidade e
criati vidade a t udo o que você faz.

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43. 6 de Fogo – Sucesso


O bserve as ondas no
oceano. Q uanto mais alto a onda
sobe, mais fundo é o sulco q ue a
seg ue. E m um momento, você é a
onda, no o utro, você é o sulco q ue
se forma atrás. A pro veite ambos –
não fiq ue apega do apenas a um
deles. N ão diga: " E u gostaria de
estar sem pre no auge!" Isso não é
possí vel. E ncare sim plesmente o
fato: não é possí vel. Isso nunca
acontece u, e nunca irá acontecer.
É sim plesmente im possí vel – não
faz parte da nat ureza das coisas.
E ntão, o q ue se pode fazer?
D esfrute o pico enq uanto ele
d urar, e depois desfrute o vale,
q uando ele vier. O q ue há de
erra do com o vale? O q ue há de
mal em estar em baixa? É um relaxamento. O pico é uma excitação e
ning uém pode vi ver o tem po todo em estado de excitação.
Osho Returning to the Source C hapter 4.

107
Comentário:

Este personagem, obviamente, está, neste momento, "a


cavaleiro do m undo", e todos estão celebrando o se u sucesso com
uma chuva de papel picado.
D evido à sua disposição para aceitar os recentes desafios da
vida, neste momento, você está – o u logo estará – desfrutando de
uma mara vilhosa ca valga da sobre o tigre do sucesso. Receba bem
essa oportunida de, desfrute-a, com partilhe a sua alegria com os
outros – e le mbre-se de q ue todas as brilhantes paradas têm um
começo e um fim. M antendo isso em mente, se você extrair ca da
gota de sumo da felicidade q ue está experienciando neste momento,
será capaz, depois, de aceitar o f ut uro da forma como vier, sem
arrependimentos. N ão seja, porém, tentado a agarrar-se a este
momento de ab undância, o u a acondicioná-lo em plástico para q ue
d ure para sem pre.
A maior sabedoria para ter em mente à medida q ue vão
desfilando os acontecimentos da sua vida, sejam momentos de alta
ou de baixa, é q ue " isto também passará". Celebre sim, e continue a
cavalgar o tigre.

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44. 7 de Fogo – Estresse


Todas as metas pessoais
são ne uróticas. O homem
sintoniza do com a essência das
coisas conseg ue entender, sentir
q ue: " E u não sou separado do
todo, e não há necessida de de
estar elegendo e procurando
concretizar alg um destino por
minha conta. Os fatos estão
acontecendo, o m undo continua
girando – chame isso de D e us...
ele está fazendo coisas. Elas
acontecem por vontade p rópria.
N ão há necessida de de q ue e u
trave alg uma luta, q ue faça
q ualq uer esforço; não há
necessidade de q ue e u lute por
coisa alg uma. Posso relaxar e
sim plesmente ser". O homem
essencial não é um fazedor.
O homem acidental é um faze dor. Por isso, o homem
acidental vi ve nat uralmente com ansie da de, tensão, estresse,
ang ústia, sentado o tem po todo sobre um v ulcão. Esse v ulcão pode
entrar em er upção a q ualq uer momento, porque o homem vi ve num

109
m undo de incertezas e acre dita q ue pode tomar as coisas como
certas. Isto gera tensão em se u ser: lá no f undo ele sabe q ue na da é
certo.
Osho A Su d den C lash of Th un der C hapter 3.

Comentário:

Q uantas pessoas você conhece q ue, justamente q uando


estavam totalmente sobrecarregadas, com projetos demais, com
m uitos sonhos, de repente foram derrubadas por uma gripe, o u
le varam um tombo e acabaram de m uletas? Esse é exatamente o
tipo de " momento inoport uno" q ue o macaq uinho, com o alfinete na
mão, está prestes a im por ao "sho w man" retratado nesta fig ura!
O tipo de esgotamento nervoso representado aqui acontece
de vez em q uando com q ualq uer um de nós, mas os perfeccionistas
são particularmente v ulnerá veis a isso. N ós mesmos é q ue o
provocamos, com a idéia de q ue, sem a nossa participação, nada
acontecerá – especialmente do jeito q ue q ueremos q ue aconteça...
Bem, o que o faz pensar q ue você é tão especial? V ocê acha q ue o sol
não se le vantará de manhã, a menos q ue você p rograme
pessoalmente o despertador? Saia para dar uma volta, com pre
alg umas flores, prepare para si mesmo um macarrão para o jantar –
q ualq uer coisa "sem im portância" serve. Trate de colocar-se fora do
alcance daq uele macaq uinho!

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A rcanos M enores
N A IPE D O F O G O: A Ç Ã O

45. 8 de Fogo – V iagem


A vida é uma
continuidade, sem p re e sem p re.
N ão existe um destino final ao
q ual ela esteja se dirigindo.
A penas a peregrinação, apenas a
viagem em si já é a vida, não o
chegar a alg um ponto, a alg uma
meta – apenas dançar e estar em
peregrinação, movendo-se
alegremente sem se p reocupar
com nenhum ponto de chegada.
O q ue você fará depois
q ue chegar a um destino?
N ing uém nunca fez esta
perg unta porq ue todo m undo
está em penhado em ter alg uma
meta na vida. Porém, as
im plicações disso...
Se você atingir de fato o
destino final da vida, o q ue vem depois? V ocê irá parecer m uito
desapontado! N ão haverá lugar aonde ir... você já alcanço u o ponto
de destino... – e ao longo da viagem deixou escapar t udo. Era
preciso deixar passar! E ntão, nu e plantado no ponto de chegada,
você ficará olhando em volta como um idiota: qual era mesmo o

111
propósito disso tudo...? V ocê esteve se apressando tanto,
preocupando-se tanto, e este é o resultado final.
Osho Rin zai: M aster of the Irrational C hapter 7.

Comentário:

A peq uenina fig ura q ue se desloca pela trilha q ue corta esta


bela paisagem, não está preocupada em chegar a q ualq uer destino.
Ele, ou ela, sabe q ue a viagem é a p rópria meta, que a peregrinação
em si é o sant uário. Cada passo no caminho é im portante por si
mesmo.
Esta meditação e sua fig ura indicam um tem po de
movimento e m udança. Pode ser um deslocamento físico de um
lugar para o próximo, ou um movimento interior de um a maneira
de ser para o utra. Q ualq uer q ue seja o caso, porém, a fig ura desta
meditação asseg ura q ue a m udança será fácil, e q ue trará u m
sentimento de a vent ura e de crescimento; não há nenhuma
necessidade de se esforçar nem de planejar e m demasia. Esta fig ura
da " V iagem " também nos lembra de q ue de ve mos aceitar e acolher o
no vo, exatamente como acontece quando viajamos para um o utro
país, com uma cult ura e um ambiente diferentes daq ueles a q ue
estamos acostumados. Esta atitude de abert ura e de aceitação
estim ula o surgimento de novos amigos e de no vas experiências na
nossa vida.

112
A rcanos M enores
N A IPE D O F O G O: A Ç Ã O

46. 9 de Fogo – Exaustão


O homem q ue vi ve
através da consciência mental
torna-se pesa do. A quele q ue vi ve
com consciência permanece le ve.
Por q uê? – porq ue um homem
q ue tem apenas alg umas idéias a
respeito de como se de ve vi ver,
nat uralmente se torna pesado.
Ele se sente obrigado a carregar
consigo o se u caráter. Esse
caráter é como uma arma d ura: é
a sua proteção, a sua seg urança.
Toda a sua vida está investida
nesse caráter. E ele sem p re reage
às sit uações através desse
caráter, nunca diretamente.
Se você lhe faz uma
perg unta, a resposta é pré-
fabricada. Esse é o sinal de uma
pessoa " pesada" – ela é enfa donha, est úpida, mecanizada. Ela pode
ser um bom com p utador, mas não é um homem. V ocê provoca e ela
reage de uma maneira bem definida. A reação é previsí vel: ela é um
robô.

113
O homem verda deiro age de maneira espontânea. Se você lhe
faz uma perg unta, obtém uma resposta, não uma reação. Ele abre o
coração para a sua perg unta, expõe-se a ela, responde a ela...
Osho Take it Easy, Volum e 1 C hapter 13.

Comentário:

Eis aq ui o retrato de uma pessoa q ue esgotou toda sua


energia vital nos esforços q ue fez para manter em f uncionamento
sua enorme e ridícula máq uina de imagens pessoais de im portância.
Ela esteve tão ocupada " mantendo as partes ligadas entre si" e
"asseg urando-se de q ue t udo f unciona va be m ", que se esq uece u de
descansar de verdade. Sem d úvida, esse personagem não pode
permitir-se q ualq uer distração. D eixar de la do suas obrigações para
dar um passeio na p raia poderia significar o desmantelamento de
toda a estrut ura.
A mensagem desta fig ura não é, entretanto, apenas a respeito
de ser um vicia do em trabalho. Ela se refere a todas as maneiras
pelas q uais criamos rotinas seg uras, porém contrárias à nat ureza,
q ue conseg uem manter longe de nós t udo o que é caótico e
espontâneo. A vida não é um negócio para ser adm inistrado: é um
mistério a ser vi vido. Já é tem po de rasgar o cartão de ponto,
escapar da fábrica e fazer uma peq uena viagem pelo desconhecido.
O se u trabalho poderá fl uir mais sua ve mente a partir de um estado
relaxa do de mente.

114
A rcanos M enores
N A IPE D O F O G O: A Ç Ã O

47. 10 de Fogo – Repressão


E m sânscrito, a palavra é
'ala ya vig yan': a casa em cujo
porão você vai juntando coisas q ue
gostaria de fazer, mas q ue não
pode por causa das condições
sociais, da cult ura, da ci vilização.
Essas coisas, porém, vão se
acum ulando ali, e m uito
indiretamente passam a afetar as
suas ações, a sua vida. Elas não
podem encará-lo diretamente –
você as obrigo u a ficar na
escuridão; mas, do escuro, elas
continuam influenciando o se u
com portamento. Elas são
perigosas: é arriscado manter
todas essas inibições dentro de
você.
É possível q ue essas sejam
as coisas q ue atingem um clímax, q uando u ma pessoa enlo uq uece.
A loucura não é outra coisa senão todas essas repressões chegando a
um ponto em q ue você já não conseg ue controlá-las. A lo ucura,

115
porém, é aceitável, ao passo que a meditação não – e a meditação é o
único caminho para tornar uma pessoa absolutamente sã.
Osho T he Great Z en M aster Ta H ui C hapter 11.

Comentário:

A fig ura desta meditação apresenta-se literalmente


"emaranhada em nós". Sua luz ainda brilha no íntimo, mas esse
personagem rep rim iu sua própria vitalidade na tentativa de
corresponder a m uitas exigências e expectativas. A briu mão de todo
o se u p róprio poder e visão, em troca de ser aceito por essas
mesmas forças q ue o aprisionaram. O perigo de rep rimir dessa
maneira a p rópria energia nat ural é visí vel nas racha d uras de uma
erupção v ulcânica q ue está para acontecer em toda a volta da figura.
A verdadeira mensagem desta fig ura é q ue é necessário
encontrar uma saída de cura para essa explosão im inente. É
essencial encontrar uma maneira de dar vaz ão a q ualq uer tensão e
estresse q ue possam estar se acum ulando, neste momento, dentro
de você. Soq ue um tra vesseiro, dê p ulos, procure uma área deserta e
berre contra o cé u vaz io: q ualq uer coisa q ue possa ati var sua
energia e consiga fazê-la circular li vremente. N ão espere q ue
aconteça uma catástrofe.

116
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N A IPE D O F O G O: A Ç Ã O

48. Á s de Fogo – A Fonte


O Z en lhe pede q ue deixe
de lado a cabeça e volte-se para a
fonte primordial... N ão é q ue o
Z en não esteja a par dos usos da
energia na cabeça; mas, se toda a
energia for usa da na cabeça, você
nunca se dará conta da sua
eternida de...
V ocê nunca conhecerá como
uma experiência o q ue é tornar-se
uno com o todo. Q uando a energia
fica restrita ao centro, p ulsando,
q uando ela não está se deslocando
para parte alg uma, nem para a
cabeça e nem para o coração,
permanecendo na próp ria fonte de
onde o coração a retira, aonde a
cabeça vai b uscá-la, p ulsando na
própria fonte – esse é o significado
exato do Z azen.
Z azen q uer dizer apenas q ue, se você permanece na própria
fonte, sem deslocar-se para parte alg uma, uma força imensa se
le vanta, uma transformação de energia em lu z e amor, em uma vida
maior, em com paixão, em criativida de. Ela pode assum ir formas

117
variadas. Primeiramente, porém, você tem q ue ap render como
permanecer na fonte. D epois, então, a fonte decidirá onde está o se u
potencial. V ocê pode relaxar na fonte, e ela o le vará ao se u próp rio
potencial.
Osho T he Z en M anifesto: Freedom from O neself C hapter 11.

Comentário:

Q uando falamos de estar "com os pés no chão" ou


"centrados", é desta Fonte q ue estamos falando. Q uando damos
início a um trabalho criati vo, é com esta Fonte que nos
sintonizamos.
Esta figura nos lembra de q ue existe um vasto reservatório de
energia à nossa disposição. E que não é q uando pensamos e
planejamos q ue nos ligamos a ele, mas q uando pomos os pés no
chão, q uando nos centramos, e q uando permanecemos
suficientemente em silêncio para q ue o contato com a Fonte possa se
estabelecer. Ela está dentro de ca da um de nós, como um sol
pessoal, indi vid ual, p roporcionando-nos vida e alimento. E nergia
p ura, ela permanece p ulsando, disponí vel, p ronta a nos dar o q ue
for q ue p recisemos para realizar alg uma coisa, e pronta também
para nos acolher de volta em casa, q uando q uisermos descansar.
Recorra, portanto, à Fonte caso você esteja dando início a
alg uma coisa no va e p recise de insp iração imediatamente, e caso
você tenha acaba do de finalizar alg uma coisa, e q ueira descansar.
Ela está sem p re à sua espera, e você nem p recisa sair de casa para
encontrá-la.

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A rcanos M enores
N A IPE D A Á G U A : E M O Ç Õ ES

49. 2 de Á gua – A mistosidade


Primeiro dediq ue-se à
meditação, atinja a bem-
avent urança, e então m uito amor
se manifestará de maneira
espontânea. N essa condição, é belo
estar com os o utros e belo também
é estar sozinho. É sim ples também.
V ocê não depende dos o utros e
também não torna os o utros
dependentes de você. O q ue existe
é sem pre amiza de, amistosidade.
A coisa nunca se transforma numa
relação; contin ua sendo uma
afinida de.
V ocê convi ve, mas não cria
um casamento. O casamento nasce
do medo, a afinida de nasce do
amor. V ocê estabelece um
relacionamento; enq uanto as
coisas andarem bem, você com partilha. Se você percebe q ue é
chega do o momento de partir porq ue os caminhos se separam
numa encruzilhada, você diz a de us com uma enorme gratidão por
tudo q ue o o utro foi para você, por todas as alegrias, todos os
prazeres, e por todos os belos momentos com partilhados juntos.

119
Sem nenh um sofrimento, sem nenhuma dor, você sim p lesmente se
afasta.
Osho T he W hite Lotus C hapter 10.

Comentário:

Os ramos destas d uas árvores floridas estão entrelaça dos, e


as suas pétalas caídas mist uram-se no chão, com suas belas cores. É
como se o cé u e a terra esti vessem interligados pelo amor. A s
árvores se erg uem indi vid ualmente, cada q ual enraizadas no solo,
em sua p rópria conexão com a terra. D esse ponto de vista,
simbolizam a essência dos verdadeiros amigos, mad uros,
cooperativos entre si, espontâneos. N ão existe nenhuma ansie da de
na ligação entre eles, nenhuma carência, nenhuma vontade de
transformar o o utro em alg uma coisa diferente.
Esta figura indica uma prontidão para entrar nesta q ualida de
de amistosidade. A o fazê-lo, você poderá notar q ue não está mais
interessa do nos diferentes tipos de dramas e romances em q ue as
outras pessoas estão em penhadas. N ão se trata de uma perda. É o
surgimento de uma disposição de espírito mais ele va da, mais
carregada de amor, nascida de uma sensação de vi venciamento
pleno. É o surgimento de um amor verda deiramente incondicional,
sem expectativas o u exigências.

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A rcanos M enores
N A IPE D A Á G U A : E M O Ç Õ ES

50. 3 de Á gua – C elebração


A vida é um momento para
ser celebrado, desfruta do. Torne-a
di vertida, uma celebração, e então
você entrará no Tem plo. Esse
tem plo não é para os tristes e
desanima dos, nunca foi para eles.
O lhe para a vida: você vê tristeza
em alg uma parte? V ocê já viu uma
árvore dep rim ida? V ocê já
encontro u um pássaro movido por
ansieda de? Já viu um animal
ne urótico?
N ão, a vida não é assim,
absolutamente. Só o homem é q ue
seg uiu um cam inho errado, se
desvio u em alg um lugar, porq ue
ele se considera m uito sábio,
m uito esperto. Sua esperteza é o
se u mal. N ão seja sábio demais.
Lembre-se sem p re de parar; não vá a extremos. U m pouco de tolice
e um po uco de sabedoria fazem bem, e a combinação certa faz de
você um B uda...
Osho I C elebrate M yself C hapter 4.

121
Comentário:

Estas três m ulheres dançando ao vento e na chuva, nos fazem


lembrar de q ue uma celebração nunca precisa ficar na dependência
de circunstâncias exteriores. N ão é preciso esperar por um feria do
especial o u por uma ocasião formal, nem por um dia de sol se m
nuvens. A verda deira celebração nasce de uma alegria q ue p rimeiro
é experiencia da prof undamente dentro do seu ser, e q ue se derrama
num transbordamento de canto e dança, de riso, e até mesmo de
lágrimas de gratidão.
Q uando você fizer esta meditação, é um sinal de q ue está se
tornando ca da vez mais disponí vel e aberto às m uitas
oportunida des q ue existem para celebrar na vida e contagiar o utras
pessoas. N ão se preocupe em p rogramar um a festa na sua agenda.
D eixe o cabelo ao natural, tire os sapatos, e comece a p ular nas
poças d’ág ua agora mesmo. A festa está acontecendo à sua volta, a
cada momento!

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A rcanos M enores
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51. 4 de Á gua – V oltan do-se para D entro

V oltar-se para dentro não é


movimentar-se, absolutamente. Ir
para dentro de si não é deslocar-
se. V oltar-se para dentro
sim plesmente significa q ue você
tem estado perseg uindo um
desejo atrás do outro, q ue esteve
correndo cada vez mais, para
chegar repetidas vezes à
frustração; q ue ca da desejo traz
infelicidade, q ue não existe
nenhum p reenchimento por meio
de desejos; que você nunca chega
a lugar nenh um, q ue o
contentamento é im possível.
Percebendo a verdade de
q ue correr atrás de desejos não
le va a lugar nenhum, você acaba
parando. N ão que você faça
alg um esforço para parar. Se você fizer q ualq uer esforço para parar,
de uma maneira sutil você ainda estará correndo atrás de alg uma
coisa novamente. V ocê ainda está desejando – tal vez, agora, seja a
ausência de desejo o seu desejo. Se estiver fazendo alg um esforço
para voltar-se para dentro, você ainda estará saindo de si mesmo.

123
Q ualq uer esforço só poderá le vá-lo para fora, em direção ao
exterior.
Todas as viagens são viagens para fora – não há viagem para
dentro. Como você pode viajar para dentro de si mesmo? V ocê já
está ali, não faz sentido ir. Q uando o deslocar-se cessa, a viagem
desaparece; q uando não há mais nenhum desejo obscurecendo a sua
mente, você está dentro. A isso é q ue se chama voltar-se para
dentro. M as não se trata absolutamente de um deslocame nto, trata-
se sim plesmente de não sair para fora.
Osho T his V ery Bod y T he Bu d dha C hapter 9.

Comentário:

A m ulher desta fig ura tem no rosto um sorriso discreto. N a


verda de, ela está apenas assistindo aos malabarismos da mente –
não os está julgando, nem tentando contê-los, tam pouco está
identifica da – limita-se a observá-los como se fossem o tráfego
numa estra da, o u ond ulações na superfície de um lago. E os
malabarismos da mente são razoavelmente di vertidos, na medida
em q ue eles p ulam para cima e para baixo, e viram para cá e para lá
na tentativa de atrair a sua atenção, e de se d uzi-lo para entrar no
jogo.
D esenvol ver a capacida de de manter certo distanciamento da
mente é uma das bênçãos maiores. D e fato, esse é o grande objetivo
da meditação – não ficar entoando alg um mantra, nem repetindo
uma afirmação, mas ficar sim p lesmente observando, como se a
mente pertencesse a alg uma o utra pessoa. A essa alt ura, você está
pronto para ter esse distanciamento, e assistir à exibição sem se
envol ver no drama. Perm ita-se a liberdade singela de " V oltar-se
Para D entro" sem p re q ue p uder, e a aptidão para a meditação
crescerá e se aprofundará em você.

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52. 5 de Á gua – A pego ao Passado


Os tem pos verbais –
passado, presente e fut uro – não
são noções do próprio tem po: são
conceitos da mente. A q uilo q ue
não está mais diante da mente
torna-se o passado. O q ue se
encontra diante dela é o p resente.
E aquilo q ue ainda irá ap resentar-
se à mente, é o f ut uro.
Passado é aq uilo q ue não
está mais à sua frente. F ut uro é
aq uilo q ue ainda não está diante
de você. E presente é aquilo q ue
está na sua frente, mas está se
eva dindo do se u cam po visual.
Logo será passado... Se você não
criar apego ao q ue passo u...
Porq ue se apegar ao passa do é
p ura est upidez. Ele não existe
mais, de modo q ue você estará chorando pelo leite derrama do. O
q ue passo u, passo u! E não crie apego ao presente, porq ue isso está
indo embora da mesma maneira, e logo será passado.
N ão crie apego ao f ut uro – esperanças, imaginação, planos
para o amanhã – porq ue o amanhã será transformado em hoje, será

125
transforma do em ontem. T udo se transformará em passado. T udo
irá escapar-lhe das mãos. C riar apego trará apenas infelicida de. É
preciso q ue você deixe passar.
Osho T he Great Z en M aster Ta H ui C hapter 10.

Comentário:

A fig ura retratada nesta meditação está tão preocupa da em


agarrar sua caixa de lembranças, q ue de u as costas à borb ulhante
taça de cham panhe das oportunidades disponí veis aq ui e agora. A
nostalgia do passado realmente faz dela uma "cabeça-d ura" e, além
disso, um mendigo, como podemos perceber pelas suas ro upas
remenda das e gastas. É claro q ue não ha veria necessida de de ser
mendigo – mas a pessoa não está disponí vel para desfrutar os
prazeres q ue se oferecem no momento presente.
É hora de aceitar o fato de que o passado ficou para trás e de
q ue q ualq uer esforço para recriá-lo é uma maneira certa de
continuar preso a antigos padrões q ue você já teria supera do, se não
tivesse estado tão dedicado a apegar-se às experiências passa das.
Tome bastante fôlego, ponha essa caixa no chão, enfeite-a com um
laço bonito se for necessário, e dê-lhe um caloroso e reverente
ade us. A vida está passando ao largo, e você está correndo o risco
de tornar-se um velho fóssil antes do tem po!

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53. 6 de Á gua – O Sonho


Isto tem sido dito repetidas
vezes no decorrer dos tem pos.
Todas as pessoas religiosas têm
afirma do q ue: "Sozinhos nós
chegamos a este m undo, e
sozinhos partiremos". Toda idéia
q ue envol ve estar junto é ilusória.
A própria idéia de
com panheirismo aparece porq ue
estamos sós, e o isolamento fere.
Q ueremos ne utralizar nosso
isolamento com relacionamentos...
Por isso é q ue nos deixamos
envol ver tanto com o amor. Tente
entender a q uestão. N ormalmente
você pensa q ue se apaixono u por
uma m ulher, o u por um homem,
porq ue ela é bela, ou ele é belo.
Essa não é a verdade. A verdade é
exatamente o contrário: V ocê "caiu de amor" porq ue não conseg ue
ficar sozinho. V ocê estava mesmo pronto para "cair". D e uma
maneira o u de o utra você iria f ugir de si mesmo. E existem pessoas
q ue não se apaixonam por m ulheres o u homens – então se
apaixonam pelo dinheiro. Elas passam a acum ular dinheiro, o u

127
embarcam na a vent ura do poder – elas se tornam políticos. Isso
também é fugir do próprio isolamento.
Se você observar o H omem, se observar com prof undidade a
si mesmo, ficará surpreso: todas as suas ativida des podem ser
red uz idas a uma única origem. Essa origem é o medo que você tem
da solit ude. T udo o mais são apenas desculpas. O motivo
verda deiro é q ue você se sente m uito só.
Osho Take it Easy, Volum e 2 C hapter 1.

Comentário:

E m alg uma tardezinha encantada, você irá encontrar a sua


alma gêmea, a pessoa perfeita q ue corresponderá a todas as suas
necessidades, e será a concretização de todos os se us sonhos. Certo?
Erra do! Essa fantasia q ue os cantores e os poetas gostam tanto de
perpet uar tem suas raízes em memórias do útero, onde está vamos
tão seguros e " unifica dos" com nossas mães; não é de admirar q ue
sejamos obcecados por retornar a essa condição d urante toda a
nossa vida. M as, falando numa ling uagem crua, é um sonho
infantil. E é surp reendente q ue nos apeg uemos a ele com tanta
teimosia, diante da realida de.
N ing uém, seja o se u at ual com panheiro ou alg uém com
q uem você sonha no f ut uro, tem a obrig ação de trazer-lhe à
felicidade n uma bandeja – nem poderia, ainda q ue q uisesse. O amor
verda deiro não ad vém de tentati vas de satisfazer nossas
necessidades por meio da dependência com relação à outra pessoa,
mas por meio do desenvol vimento da nossa riq ueza interior, e do
nosso amad urecimento. Com isso, passamos a ter tanto amor para
dar, q ue amantes serão espontaneamente atraídos por nós.

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A rcanos M enores
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54. 7 de Á gua – Projeções


N uma sala de cinema, você
olha para a tela, nunca para o
f undo da sala – o p rojetor está no
f undo. O filme de fato não está na
tela: é apenas uma projeção de
sombra e luz. O filme existe
apenas lá atrás, mas você nunca
olha naq uela direção. E o projetor
está lá.
Sua mente está por trás da
coisa toda: a mente é o projetor.
M as você fica sem p re olhando
para o o utro, porq ue o outro é a
tela. Q uando você está
apaixonado, a pessoa parece linda,
incom pará vel. Q uando você sente
ódio, a mesma pessoa parece a
mais feia de todas, e você nunca se
q uestiona como pode a mesma
pessoa ser a mais feia e a mais bonita...
A única maneira, portanto, de se chegar à verdade, é
aprender como enxergar diretamente, como deixar de lado a
intermediação da mente. Essa interferência é o problema, porque a
mente só é capaz de criar sonhos... Com a ajuda do se u ent usiasmo,

129
o sonho começa a parecer realida de. Q uando o ent usiasmo é
demasia do, então você está intoxicado, não está na posse dos se us
sentidos. N essa condição, o que q uer q ue você enxerg ue será apenas
uma p rojeção sua. E existem tantos m undos q uanto mentes, porq ue
cada mente vi ve no se u próprio m undo.
Osho H sin Hsin M ing: T he Book of N othing C hapter 7.

Comentário:

O H omem e a m ulher desta fig ura estão se olhando; cont udo,


não são capazes de se enxergar com nitidez. Cada q ual está
projetando uma imagem q ue construi u em sua mente, de maneira a
encobrir o rosto verda deiro da pessoa para quem está olhando.
Todos nós podemos cair na arma dilha de projetar "filmes" de
nossa própria autoria, sobre as sit uações e as pessoas à nossa volta.
Isso acontece q uando não estamos plenamente conscientes de
nossas expectativas, desejos e julgamentos; em vez de assumir a
responsabilida de por tais expectativas, desejos e julgamentos, e de
reconhecê-los como nossos, tentamos atrib uí-los aos outros.
U ma projeção pode ser diabólica o u di vina, pert urbadora o u
confortadora, mas continua sendo uma projeção – uma n uvem q ue
nos im pede de ver a realida de como ela é. O único modo de escapar
disso é entender como f unciona o jogo. Q uando você der com u m
julgamento se formando a respeito de o utra pessoa, vire-o do
avesso: aq uilo q ue você está vendo no o utro, na verda de, não
pertence a você? A sua visão está lím pida, ou obstruída pelo q ue
você q uer ver?

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A rcanos M enores
N A IPE D A Á G U A : E M O Ç Õ ES

55. 8 de Á gua – D eixando Ir


N a existência não há
ning uém q ue seja superior e
ning uém q ue seja inferior. U ma
folha de grama e a grande estrela
são absolutamente ig uais...
O homem, porém, q uer
estar acima dos outros, q uer
conq uistar a nat ureza, e por isso
precisa lutar continuamente. Toda
com plexida de é fruto dessa luta. A
pessoa inocente é aquela q ue
renuncio u à luta, q ue não está
mais interessa da em estar acima,
q ue não está mais interessada e m
mostrar desem penho, em pro var
q ue é alg uém especial; é aq uela
q ue se torno u se melhante a uma
rosa, o u a uma gota de orvalho
sobre a folha de lótus; q ue se
torno u parte desta infinidade; aq uela q ue se f undiu, se mist uro u e
se torno u uma coisa só com o oceano, e agora é sim plesmente uma
onda; é aq uela q ue não tem q ualq uer idéia do "e u". O
desaparecimento do "eu" é a inocência.
Osho T he W hite Lotus C hapter 6.

131
Comentário:

N esta imagem de folhas de lót us ao amanhecer podemos ver,


pela ond ulação da ág ua, q ue uma gota acabou de cair. É um
momento precioso, p ungente. A o render-se à força da gra vida de
escorregando da folha, a gota perde a sua identidade anterior e
junta-se à vastidão da ág ua q ue está embaixo. Podemos imaginar
q ue ela de va ter vacila do antes de cair, na exata fronteira entre o
conhecido e o incognoscí vel.
Tirar esta meditação é o reconhecimento de que alg uma coisa
acabou, de q ue algo está se com pletando. Seja o q ue for – u m
em prego, um relacionamento, um lar q ue você amo u, q ualq uer
coisa q ue possa tê-lo ajudado a definir q ue m você é – é hora de
deixar isso para trás, perm itindo q ualq uer tristeza q ue surja, mas
sem tentar se agarrar ao que se com pletou. A lg uma coisa maior está
esperando por você: há no vas dimensões a serem descobertas. V ocê
ultrapasso u o ponto a partir do q ual não há volta, e a gravida de está
cum prindo a sua f unção. N ão resista: isso significa libertação.

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56. 9 de Á gua – Preguiça


Q uando você está
preg uiçoso, o sabor é negati vo:
você sim plesmente sente q ue não
tem energia, sente-se entedia do;
sente-se sonolento; você
sim plesmente se sente morto.
Q uando você está n um
estado de não-fazer, então, você
está cheio de energia – é um sabor
m uito positivo. V ocê tem energia
total, transbordante. V ocê se sente
radiante, borbulhante, vibrante.
N ão há sonolência, você está
perfeitamente consciente. Você
não está morto – você está
tremendamente vi vo...
H á certa possibilidade de
q ue a mente o iluda: ela pode
racionalizar a preg uiça como
sendo não-fazer. Ela é capaz de dizer " E u me tornei um mestre Z en",
ou " E u acredito no Tao”, mas você não estará enga nando ning uém.
A penas a você mesmo. Esteja alerta, portanto.
Osho A Su d den C lash of Th un der C hapter 8.

133
Comentário:

O ca valheiro desta fig ura claramente acha q ue já conq uisto u


tudo. Senta-se na sua grande poltrona estofada e macia, à sombra
do se u g uarda-sol, com se us óculos escuros e se us chinelos cor-de-
rosa, seg urando um coq uetel refrescante. N ão sente disposição para
se le vantar e fazer algo, porq ue acha q ue já fez tudo. A inda não se
volto u para ver o espelho q ue está se partindo à sua direita, um
sinal seg uro de q ue essa posição q ue ele acha q ue finalmente
galgo u, está prestes a desmoronar e dissol ver-se diante dos se us
próprios olhos.
A mensagem desta fig ura é de q ue esse recanto à beira da
piscina não é o seu destino final. A jorna da não termino u aind a,
como demonstra o pássaro branco voando na vastidão do cé u. Sua
atitude auto-com placente certamente decorre de um sentimento
verda deiro de realização, mas agora já é hora de seg uir em frente.
N ão im porta q uão confortáveis sejam os chinelos, q uão saboroso o
se u coq uetel: há ainda cé us acima de cé us esperando por serem
explora dos.

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57. 10 de Á gua – H armonia

O uça o se u coração, e aja de


acordo com ele, q ualq uer q ue seja
o risco: U ma condição de
sim plicida de absoluta, custando
na da menos do q ue t udo... Ser
sim ples é difícil, porq ue custa t udo
o que você tem. É preciso perder
tudo para ser sim ples. Por isso é
q ue as pessoas optaram por ser
com plicadas e se esq ueceram de
como ser sim ples.
A penas um coração
sim ples, porém, p ulsa de mãos
dadas com D e us. Só um coração
sim ples canta com D eus, em
prof unda harmonia. Para chegar a
tal ponto você terá q ue encontrar o
se u p róprio coração, o seu p róprio
p ulsar, o se u próprio ritmo.
Osho Dang Dang Doko Dang C hapter 3.

135
Comentário:

A experiência de relaxar no coração, d urante a meditação,


não é algo que possa ser apossado, ou forçado. Ela vem
nat uralmente, à medida q ue vamos ficando mais sintonizados com
o ritmo do nosso próprio silêncio interior. A fig ura desta meditação
espelha a doçura e delicadeza dessa experiência. Os golfinhos q ue
afloram do coração e perfazem um arco em direção ao terceiro olho,
refletem o espírito brincalhão e a inteligência q ue se manifestam
q uando somos capazes de estabelecer conexão com o coração, e de
nos mover no m undo a partir daí. Perm ita-se ser mais gentil e mais
recepti vo neste momento, porq ue uma alegria indescrití vel espera
por você logo ali, virando a esquina. N ing ué m mais pode indicar-
lhe onde ela está, e q uando você a encontrar não terá pala vras para
descre vê-la para os o utros. M as ela está ali, prof undamente dentro
do se u coração, mad ura e pronta para ser descoberta.

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58. Á s de Á gua – In do com a C orrenteza

Q uando eu digo
"transforme-se em ág ua", q uero
dizer "transforme-se n um fluxo"
– não fiq ue estagna do. M ova-se,
e mova-se como a água.
Lao T z u diz: A maneira de
ser do Tao é ig ual à de um curso
d'ág ua. M o vimenta-se como a
ág ua. E como é o movimento da
ág ua? O u um rio? Esse
movimento tem alg umas coisas
belas em si. U ma delas é q ue a
ág ua se desloca sem p re em
direção à profundeza, sem pre
procura o terreno mais baixo. A
ág ua não tem ambição, nunca
briga por ser a p rimeira: ela q uer
ser a última.
Lembre-se de q ue Jesus
disse: " Os últimos serão os primeiros no me u rei no de D e us". Ele
estava falando sobre essa maneira Seg uindo o Fluxo de ser do rio,
do Tao – sem mencioná-la, mas falando a respeito dela. Q uanto a
você, seja o último, seja sem ambição. A mbição significa subir
morro acima. A ág ua vai para baixo, procura o terreno mais baixo,

137
q uer ser uma não-entida de. N ão q uer proclamar-se especial,
excepcional, extraordinária. A água não tem qualq uer noção de ego.
Osho Take it Easy, Volum e 1 C hapter 14.

Comentário:

A fig ura desta me ditação está com pletamente relaxada e à


vontade na ág ua, deixando a correnteza le vá-la aonde q ueira. É
alg ué m q ue domino u a arte de ser passi vo e receptivo, sem sentir-se
enfada do ou sonolento. A penas está disponí vel ao rio da vida, sem
ter nunca um pensamento do tipo " E u não gosto disto aqui", ou " E u
prefiro ir em outra direção".
A cada momento na vida temos a opção de entrar na
correnteza e boiar, ou de tentar na dar rio acima. A fig ura nesta
meditação, é uma indicação de q ue agora você está preparado para
flut uar, confiante em q ue a vida o apoiará no se u relaxamento, e irá
le vá-lo exatamente aonde ela q uer q ue você vá. D eixe q ue esse
sentimento de confiança e relaxamento cresça cada vez mais; t udo
está acontecendo exatamente como deveria.

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A rcanos M enores
N A IPE D A S N U V E N S: A M E N TE

59. 2 de N u vens – Esquizofrenia


O homem é di vidido. A
esq uizofrenia é uma condição
normal do homem – ao menos no
momento atual. Pode não ter sido
assim no m undo primiti vo, porém
séculos de condicionamento,
ci vilização, cult ura e religião
transformaram o homem numa
m ultidão – di vidida, separa da,
contraditória... Contudo, pelo fato
de essa di visão ser contrária à sua
nat ureza, lá no f undo, escondida
em alg uma parte, a unidade ainda
sobrevi ve. Porq ue a alma do
homem é unitária, todos os
condicionamentos, no máximo, só
destroem a periferia do homem. O
centro permanece intocado – por
isso é q ue o homem continua a
vi ver. M as sua vida torno u-se um inferno.
Todo o trabalho do Z en é voltado para o como desfazer-se
dessa esq uizofrenia, como desvencilhar-se dessa personalida de
cind ida, como descartar a mente di vidida do homem, como tornar-
se não-di vidido, integrado, centra do, cristaliz ado.

139
D o jeito como você está, não se pode dizer q ue você é. V ocê
não tem um ser – é uma p raça de merca do: m uitas vozes. Q uando
você q uer dizer "sim ", ime diatamente o " não" se apresenta. Seq uer
você conseg ue articular um sim p les "sim " com inteireza... D essa
maneira a felicida de não é possí vel; a infelicida de é uma
conseq üência nat ural de uma personalida de di vidida.
Osho Dang Dang Doko Dang C hapter 3.

Comentário:

O personagem desta fig ura traz um no vo significa do à velha


idéia de "estar entre a cruz e a espa da"! M as é p recisamente nesse
tipo de sit uação q ue ficamos q uando nos deixamos aprisionar pelo
aspecto hesitante e d ualista da mente. " Devo deixar q ue me us
braços se soltem e cair de cabeça para baixo, ou deixar q ue as
minhas pernas se soltem, e cair de pé? D e vo vir para cá o u ir para
lá? D e vo dizer sim o u não?" E seja qual for a decisão q ue tomemos,
sem pre estaremos nos q uestionando se não deveríamos ter decidido
do modo contrário.
A única maneira de sair desse dilema é, infeliz mente, soltar
os dois extremos ao mesmo tem po. Desse im passe você não vai
conseg uir sair valendo-se de fórm ulas, pesando os prós e os contras,
ou tentando resol vê-lo de alg uma o utra forma com a sua mente.
M elhor seg uir o se u coração, se lhe for possível ter acesso a ele. Se
não tiver, sim p lesmente salte – o se u coração começará a bater tão
depressa q ue não ha verá engano a respeito de onde ele está!

140
A rcanos M enores
N A IPE D A S N U V E N S: A M E N TE

60. 3 de N u vens – Isolamento G lacial


Somos infelizes porq ue
ficamos excessi vamente
encerrados em nós mesmos. O
q ue q uero dizer q uando falo q ue
nós ficamos excessi vamente
encerrados em nós mesmos? E o
q ue acontece exatamente,
q uando ficamos excessi vamente
encerrados em nós mesmos? O u
você vi ve a vida, o u fica
encerrado em si mesmo – as
d uas coisas ao mesmo tem po,
são im possí veis. Estar em si
mesmo significa estar à parte,
estar separado. Estar em si
mesmo significa tornar-se uma
ilha. Estar em si mesmo significa
traçar uma linha di visória à sua
volta. Significa estabelecer uma
distinção entre " isto eu so u" e " isto eu não sou". Essa definição, essa
fronteira entre "e u" e "e u não" circunscre ve o território do "si
mesmo" (self) – o si mesmo isola. E ele o torna congela do: você
deixa de fluir. Q uando alg uém está fluindo, o si mesmo não pode
existir.

141
Com esse jeito de ser, as pessoas q uase se transformaram em
cubos de gelo. Já não têm calor nenhum, não sentem nenhum amor
– têm medo do amor, porq ue amor é calor. Se o calor se aproximar,
elas começarão a derreter, e as fronteiras irão desaparecer. A s
fronteiras desaparecem no amor; na alegria também, porq ue a
alegria não é fria.
Osho Z en: The Path of Paradox, Volum e 1 C hapter 5.

Comentário:

E m nossa socieda de, principalmente os homens têm sido


ensinados a não chorar, a armar uma facha da de valentia q uando
são atingidos, e a não demonstrar q ue estão sofrendo. M as as
m ulheres também podem cair nessa armadilha, e todos nós
poderemos sentir vez por o utra, q ue a única maneira de sobrevi ver
é reprim ir nossos sentimentos e emoções, de forma a q ue não nos
possam ferir o utra vez. Se a dor for especialmente p rof unda,
poderemos até mesmo tentar escondê-la de nós mesmos. Isso
poderá nos tornar gélidos, rígidos, porq ue lá no f undo sabemos que
uma peq uena fenda no gelo libertará a dor para q ue comece a
circular o utra vez dentro de nós. A s lágrimas com as cores do arco-
íris no rosto desta figura encerram o segredo de como se libertar
desse " isolamento glacial".
A s lágrimas, e apenas elas, têm o poder de derreter o gelo.
C horar é bom, e não há moti vos para envergonhar-se de suas
lágrimas. O choro nos ajuda a fazer passar a dor, permite-nos ter
consideração por nós mesmos e, afinal, ajuda-nos na cura de nós
mesmos.

142
A rcanos M enores
N A IPE D A S N U V E N S: A M E N TE

61. 4 de N u vens – A diamento


A diar é sim plesmente
est upidez. A manhã também será
necessário decidir; então, por q ue
não resol ver hoje mesmo? V ocê
acha q ue amanhã estará mais
sábio do q ue hoje?V ocê acha q ue
amanhã vai estar com um vigor
maior do q ue o de hoje? V ocê acha
q ue amanhã estará mais jovem,
renova do em relação a hoje?
A manhã você vai estar mais
velho, a sua coragem será menor;
amanhã você vai estar mais
experiente, e a sua capacida de de
dissim ulação será maior; amanhã
a morte chegará mais p róximo –
você começará a tit ubear e a sentir
mais me do. N unca deixe para
amanhã. Q uem sabe? O amanhã
pode chegar o u pode não chegar. Se é p reciso decidir, decida agora
mesmo.
O dentista D r. V ogel tinha concl uído o exame de uma bela e
jovem cliente. “Srta. Baseman", ele disse, "acho que terei de arrancar
os se us dentes do siso!” “ M inha nossa!”, exclamo u a mocinha,

143
“seria preferí vel parir um bebê!” “Bem ”, disse o D r. V ogel, “quer
decidir logo para q ue e u possa acertar a posição da cadeira?”
D ecida! N ão continue adiando indefinidamente.
Osho Dang Dang Doko Dang C hapter 8.

Comentário:

A m ulher desta fig ura está vi vendo em uma paisagem


cinzenta, povoada de nuvens irreais, nitidamente recortadas contra
o céu. A través da mold ura de janela ela pode ver cores, luz e vida; e,
embora q uisesse escapar por ali – o que se percebe pelas cores do
arco-íris em sua ro upa – ela não é capaz de fazer isso. H á ainda em
sua mente m uita elucubração do tipo " mas, e se...?".
D izem q ue o amanhã nunca chega, e não im porta a
freq üência com q ue isso é repetido, parece q ue a maioria de nós
tende a esq uecer a verda de contida nessa frase. D e fato, a única
conseq üência certa de adiar as coisas é o tédio e a depressão nos
dias de hoje, um sentimento de incom pletude e de lim itação. O
alí vio e o desenvol vimento q ue você sentirá q uando p user de la do
todos os pensamentos de indecisão q ue o estão im pedindo de agir
agora, farão com que você se perg unte por q ue espero u tanto
tem po.

144
A rcanos M enores
N A IPE D A S N U V E N S: A M E N TE

62. 5 de N u vens – C om paração


A com paração gera
inferioridade, superiorida de.
Q uando você não estabelece
com parações, toda inferioridade e
toda superioridade desaparecem.
N essa condição você
sim plesmente é, você
sim plesmente está aí. U m peq ueno
arb usto ou uma grande árvore alta
– isso não im porta – você é você
mesmo. Você é necessário. U ma
folha de grama é tão necessária
q uanto a maior das estrelas. Sem a
folha de grama, D e us será menos
do q ue ele é. O pip ilar de u m
pássaro é tão necessário q uanto
q ualq uer B uda – o m undo será
menos, será menos rico se esse
pássaro desaparecer.
Basta olhar à sua volta. T udo é necessário e se encaixa em um
todo. Trata-se de uma unidade orgânica: ning uém está acima,
ning uém está abaixo, ning uém é superior, ning uém é inferior. Ca da
q ual é incom para velmente único.
Osho T he Sun Rises in the E vening C hapter 4.

145
Comentário:

Q ue m foi q ue lhe disse q ue o bambu é mais bonito do que o


carvalho, o u q ue o carvalho é mais valioso do q ue o bamb u? V ocê
imagina q ue o carvalho gostaria de ter um tronco oco como o do
bamb u? Será q ue o bamb u sente inveja do carvalho porq ue ele é
maior e suas folhas m udam de coloração no outono? A própria
idéia das d uas árvores fazendo com parações entre si parece
ridícula, mas os humanos consideram m uito difícil rom per com esse
hábito.
V amos encarar os fatos: sem pre existirá alg uém q ue é mais
bonito, mais talentoso, mais forte, mais inteligente, o u
aparentemente mais feliz do q ue você. E, inversamente, sem pre
ha verá aq ueles q ue são inferiores a você em todos esses aspectos.
O cam inho para descobrir q uem você é, não é a com paração
com os outros, mas um exame para ver se você está realizando o se u
próprio potencial, da melhor maneira de q ue é capaz.

146
A rcanos M enores
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63. 6 de N u vens – O Fardo


A verda deira vida de um
homem é o caminho no q ual ele se
desfaz das mentiras q ue lhe foram
im postas pelos outros. D esprovido
das ro upas, n u, ao nat ural, ele é
aq uilo q ue é. Trata-se aq ui de ser,
e não de vir a ser. A mentira não
pode transformar-se na verdade, a
personalidade não pode
transformar-se na sua alma. N ão
existe maneira de transformar o
não-essencial em essencial. O não-
essencial permanece não-essencial,
e o essencial permanece essencial –
eles não são conversí veis. Esforçar-
se pela verda de só vai criar mais
conf usão. A verdade não p recisa
ser conq uistada. Ela não pode ser
conq uistada, pois já está aí.
A penas a mentira é q ue precisa ser descartada.
Todos os anseios, propósitos, ideais e metas, todas as
ideologias, religiões e sistemas de aperfeiçoame nto, de
melhoramento, são mentiras. C uida do com tudo isso. Reconheça o
fato de que do jeito como você é agora, você é uma mentira,

147
resultado de manip ulação, prod uzido pelos outros. A b usca da
verda de é de fato uma distração e um adiamento. É a fórm ula
encontrada pela mentira para disfarçar-se. O lhe a mentira de frente,
examine a f undo a falsidade q ue é a sua personalidade. Pois encarar
a mentira é parar de mentir. D eixar de mentir é desistir de b uscar
alg uma verdade – não há necessidade disso. N o momento em q ue
desaparece a mentira, ali está a verdade e m toda a sua beleza e
esplendor. E ncarando-se a mentira ela desaparece, e o q ue fica é a
verda de.
Osho T his V ery Bod y T he Bu d dha C hapter 6.

Comentário:

Q uando carregamos o fardo dos " você deve" e " você não
de ve", im postos a nós pelos outros, ficamos como este personagem
roto e sofrido, pelejando para abrir se u caminho morro acima. " M ais
depressa! M ais força! Tente chegar ao alto!" – grita o tolo tirano q ue
essa fig ura triste le va às costas, enq uanto o próprio tirano, por sua
vez, tem às costas um galo dominador. — Se a vida nestes dias está
lhe parecendo apenas uma luta ininterrupta desde o berço até o
túm ulo, pode ser a hora de arriar a carga dos se us ombros e
experimentar cam inhar sem ter de carregar às costas essas figuras.
V ocê tem suas próprias montanhas a conq uistar, se us próprios
sonhos a realizar, mas nunca ha verá energia suficiente para ir atrás
dessas metas enq uanto você não se desfizer de todas as expectativas
q ue lhe foram im postas pelos o utros, e q ue agora você pensa q ue
são suas. H á a possibilidade de q ue essas expectativas estejam
apenas na sua mente, mas isso não significa q ue elas não possam
jogá-lo ao chão. É hora de arriar a carga, e dizer a essas fig uras q ue
sigam o seu p róprio caminho.

148
A rcanos M enores
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64. 7 de N u vens – Política


Q ualq uer um q ue seja capaz
de fingir com convicção, q ue
consiga ser hipócrita, se tornará
se u líder político, se tornará se u
sacerdote religiosamente. T udo
q ue ele p recisa é de hipocrisia,
tudo o que ele precisa é de
dissim ulação, tudo q ue ele p recisa
é de uma "fachada" para se
esconder por trás. Os se us
políticos vi vem vidas d uplas, os
se us sacerdotes levam vida d upla
– uma pela porta da frente, a outra
pela porta dos fundos. E aquela
vi vida pela porta dos f undos é a
vida real deles. A q ueles sorrisos
pela porta da frente são p ura
falsida de, aq uelas caras tão
inocentes são p uramente
culti va das.
Se você q uiser ver a realida de do político, precisará olhá-lo
pela porta dos fundos. D este âng ulo ele aparece na sua nudez, do
jeito como ele é; e para o sacerdote a coisa é assim também. Esses
dois tipos de pessoas dissim uladas têm dominado a humanida de.

149
M uito cedo eles descobriram q ue, se você q uer dominar a
humanidade, de ve torná-la fraca, fazê-la sentir-se culpa da, não-
merecedora.
D estrua a sua dignidade, tire-lhe toda a glória, hum ilhe-a. E
encontraram maneiras tão sutis de h um ilhar, q ue eles nem
aparecem " na foto"; você mesmo fica encarregado de se hum ilhar,
de se destruir. Eles lhe ensinaram uma forma de suicídio lento.
Osho T he W hite Lotus C hapter 10.

Comentário:

V ocê reconhece este homem? Com exceção dos mais


inocentes e sinceros de nós, todos temos um político de tocaia em
alg um l ugar da nossa mente. D e fato, a mente é política. É da sua
própria nat ureza planejar, montar esq uemas, e tentar manip ular
sit uações e pessoas de maneira a conseg uir o q ue q uer. N esta figura,
a mente é rep resentada pela serpente recoberta de nu vens, q ue "fala
com uma líng ua bífida". O q ue é im portante perceber, porém, a
propósito desta fig ura, é q ue ambas as caras são falsas. A face
cândida, inocente, do tipo "confie em mim ", é uma máscara, e a face
diabólica, venenosa, do tipo " vou tirar vantagem de você", também
não passa de uma máscara. Políticos não têm faces verdadeiras. Se u
jogo é na totalidade uma mentira.
D ê uma boa examina da em si mesmo para verificar se você
tem estado fazendo esse jogo. O que você vai encontrar poderá ser
doloroso de ver, mas não tão doloroso q uanto continuar agindo
ig ual. N o final, esse jogo não serve ao interesse de ning uém, e m uito
menos ao se u. O q ue q uer q ue você consiga por esse cam inho, irá
transformar-se em pó nas suas mãos.

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65. 8 de N u vens – C ulpa


Este momento!... O aq ui-
agora... fica esq uecido q uando
você começa a pensar em termos
de conq uistar alg uma coisa.
Q uando a mente realizadora se
manifesta, você perde contato com
o paraíso em q ue está. Esta é uma
das abordagens mais libertadoras:
ela o liberta imediatamente!
Esq ueça t udo a respeito do
pecado e da santida de – ambas são
idéias est úpidas. Juntas,
destruíram todas as alegrias da
humanidade. O pecador se sente
culpado, e com isso sua alegria fica
perdida.
Como é possível ap reciar a
vida se você está sem pre se
sentindo culpa do? Se o tem po
todo você fica indo à igreja para confessar q ue fez isto e aquilo
erra do? Erra do, errado, errado... a sua vida inteira parece ser feita
de pecados. Como vi ver com alegria? Fica im possí vel sentir p razer
na vida. V ocê se torna pesado, carregado.

151
A culpa instala-se no se u peito como uma pedra – ela o
esmaga; não permite que você dance. Como seria possí vel dançar?
Como a culpa pode dançar? Como a culpa pode cantar? Como a
culpa pode amar? Como a culpa pode vi ver? A ssim, q uem pensa
q ue está fazendo coisas erradas sente-se culpa do, pesado, um morto
antes da hora – já está dentro do t úm ulo.
Osho Take it Easy, Volum e 1 C hapter 3.

Comentário:

A culpa é uma das emoções mais destruti vas em q ue


podemos nos deixar ap risionar. Se tivermos agido mal com alg uém,
ou p rocedido contrariamente à nossa própria verda de,
nat uralmente nos sentiremos mal. M as permitir q ue fiq ue mos
sobrecarregados de culpa é fazer um convite à enxaq ueca.
A cabaremos envol vidos por nuvens pert urbadoras de d úvidas a
nosso próprio respeito, e por sentimentos de desvalor, a ponto de
não conseg uirmos enxergar as belezas e alegrias q ue a vida está
tentando nos oferecer.
Todo m undo anseia por ser uma pessoa melhor – mais
amorosa, mais consciente, mais sincera consigo mesmo. Q uando,
porém, nos p unimos por nossas falhas, sentindo-nos culpados,
podemos cair p risioneiros de um ciclo de desespero e desesperança
q ue nos tira toda a clareza de visão a nosso próprio respeito e a
respeito das sit uações q ue encontramos pela frente. V ocê é
absolutamente bom do jeito que é, e é absolutamente nat ural errar o
caminho de vez em q uando. A penas aprenda com a experiência;
siga em frente e aproveite a lição para não cometer o mesmo erro
outra vez.

152
A rcanos M enores
N A IPE D A S N U V E N S: A M E N TE

66. 9 de N u vens – Sofrimento


Esta dor q ue o aflige não
de ve deixá-lo triste, lembre-se
disso. É este o ponto que as
pessoas continuam a não
com preender... Esta dor é apenas
para deixá-lo mais alerta – porq ue
as pessoas só ficam atentas
q uando a seta vai f undo no se u
coração e as fere. D e outra
maneira, não despertam. Q uando
a vida é fácil, confortável,
conveniente, q uem se p reocupa?
Q ue m se dá ao trabalho de ficar
alerta? Q uando morre um am igo,
apresenta-se uma possibilida de.
Q uando a sua m ulher o abandona
– naq uelas noites escuras, você
sente solidão. V ocê amou tanto
aq uela m ulher e arrisco u t udo por
ela e, então, de repente, um dia, ela vai-se embora. C horando na sua
solidão... essas são as ocasiões em que, sabendo aproveitá-las, você
poderá tornar-se consciente. A seta está ferindo: então é possí vel
usá-la. A dor não existe para fazê-lo infeliz: ela está aí para torná-lo

153
mais consciente! E q uando você se torna consciente, a infelicida de
desaparece.
Osho Take it Easy, Volum e 2 C hapter 12.

Comentário:

Esta fig ura é de A nanda, primo e discíp ulo do Buda


G autama. Ele esteve ao lado do Buda constantemente, cuidando de
cada necessidade dele por q uarenta e dois anos. Q uando B uda
morre u, conta-se q ue A nanda estava ainda a se u la do, chorando. Os
outros discíp ulos rep reenderam-no por ele não estar entendendo:
B uda ha via morrido com pletamente realiz ado; A nanda de veria
estar celebrando! M as A nanda responde u: " V ocês é que não estão
com preendendo. N ão estou chorando por ele, mas por m im mesmo,
porq ue ao longo desses anos todos eu esti ve constantemente ao seu
lado, e mesmo assim não conseg ui atingir". A nanda fico u acorda do
a noite inteira, meditando prof undamente e sentindo sua dor, sua
tristeza. D iz a história q ue, q uando o dia amanhece u, ele esta va
ilum ina do.
Tem pos de grande sofrimento trazem em si, potencialmente,
tem pos de grande transformação. Para q ue a transformação
aconteça, porém, precisamos ir f undo às raízes da nossa dor,
vi venciando a dor exatamente como ela é, sem culpa e sem
autopiedade.

154
A rcanos M enores
N A IPE D A S N U V E N S: A M E N TE

67. 10 de N u vens – Renasci mento


Seg undo o Z en, você vem
de lugar-nenhum, e vai para lugar-
nenhum. V ocê existe apenas
agora, aq ui: não vindo, nem indo.
A s coisas todas vão passando por
você; a sua consciência reflete o
q ue passa, mas ela mesma não se
identifica com isso. Q uando um
leão ruge diante de um espelho,
você pensa q ue o espelho também
ruge? O u q uando o leão se afasta e
aparece uma criança dançando, o
espelho, esquecendo
com pletamente o leão, passa a
dançar com a criança – você
acredita q ue o espelho realmente
dance com a criança?
O espelho não faz na da, ele
apenas reflete. A sua consciência é
apenas um espelho. V ocê nem vem, nem vai. A s coisas vê m e vão.
V ocê se torna um jovem, você fica velho; você está vi vo, você está
morto. Todas essas situações são apenas reflexos num lago eterno
de consciência.
Osho Osho Live Z en, Volum e, 2 C hapter 16.

155
Comentário:

Esta fig ura rep resenta a evolução dos graus de consciência do


modo como é descrita por Frie drich N ietzsche, em se u li vro " A ssim
Falo u Z arat hustra". Ele fala dos três ní veis: C amelo, Leão e Criança.
O camelo é sonolento, entediado, satisfeito consigo mesmo. V i ve
iludido julgando-se o cume de uma montanha, mas, na verda de,
preocupa-se tanto com a opinião dos o utros q ue q uase não tem
energia p rópria. E mergindo do camelo, aparece o leão. Q uando nos
damos conta de que temos estado abrindo mão da oportunidade de
vi ver realmente a vida, passamos a dizer " não" às demandas dos
outros. N ós nos apartamos da m ultidão, solitários e org ulhosos,
rugindo a nossa verdade. A coisa, poré m, não acaba por aí.
Finalmente, emerge a criança, nem subm issa ne m rebelde, mas
inocente e espontânea, fiel ao se u próprio ser.
Q ualq uer q ue seja a posição em q ue você se encontre neste
momento – sonolento e abatido, ou desafia dor e rebelde – tenha
consciência de q ue isso e voluirá para alg uma coisa no va, se você
permitir. Este é um tem po de crescimento e m udança.

156
A rcanos M enores
N A IPE D A S N U V E N S: A M E N TE

68. Á s de N u vens – C onsciência


N ós viemos do
desconhecido, e a vançamos para o
desconhecido. N ós ainda
voltaremos. Já esti vemos por aq ui
milhares de vezes, e voltaremos
milhares de vezes. O nosso ser
essencial é imortal, mas nosso
corpo, a nossa corporificaçao, é
mortal. A s mold uras em q ue nos
colocamos, nossas casas, o corpo, a
mente, são feitas de coisas
materiais. Essas coisas perderão a
força, ficarão velhas, elas
morrerão. A sua consciência,
porém, para a q ual Bodhid harma
usa a pala vra " não-mente" – o
B uda G autama também uso u essa
pala vra, " não-mente" – é algo q ue
está além do corpo e da mente,
algo q ue está além de t udo; essa " não-mente" é eterna. Ela a dq uire
uma expressão física, e torna a merg ulhar de pois no desconhecido.
Esse movimento, do desconhecido para o conhecido e do conhecido
para o desconhecido, continua por toda a eternida de, a menos q ue a
pessoa se torne iluminada. Q uando isso acontecer, essa será a sua

157
última vida: essa flor não voltará mais. A flor q ue se torna
consciente de si mesma não precisa mais voltar à vida, porq ue a
vida na da mais é do q ue uma escola aonde se vem para aprender. É
alg ué m q ue ap rende u a lição e encontra-se agora acima das ilusões.
Pela primeira vez, você não irá mais se deslocar do conhecido para
o desconhecido, mas para o incognoscí vel.
Osho Bod hid harma, the G reatest Z en M aster C hapter 5.

Comentário:

A maioria das fig uras deste naipe da mente ou é cômica o u é


cont urbada, porq ue a influência da mente na nossa vida é
geralmente ridícula o u opressi va. Esta fig ura da Consciência,
porém, apresenta uma imagem enorme do B uda. Ele é tão
expansi vo, q ue vai até além das estrelas, e o q ue existe acima da sua
cabeça é o vazio p uro. Esse Buda rep resenta a consciência q ue está
ao alcance de todos os q ue se tornam mestres da sua própria mente,
e q ue são capazes de utilizá-la como o instru mento q ue ela foi feita
para ser.
Q uando você escolhe esta meditação, isso significa q ue agora
já há uma luz cristalina disponí vel, independente, enraizada na
tranq üilida de prof unda q ue existe no âmago do se u ser. Já não há a
vontade de entender as coisas sob a perspectiva da mente – a
com preensão q ue você tem agora é existencial, inteira, em
consonância com o próprio p ulsar da vida. A ceite essa dádi va
enorme, e com partilhe.

158
A rcanos M enores
N A IPE D O A R C O-ÍRIS: A N A T U RE Z A FÍSI C A

69. 2 de A rco-íris – M omento a M omento

O passado já se foi e o
f ut uro ainda não chego u: ambos
estão se movimentando
desnecessariamente em direções
q ue não existem. U m existia,
mas não existe mais, e o outro
nem seq uer começou a existir
ainda. A pessoa equilibrada é a
q ue vi ve momento a momento,
cuja atenção está voltada para o
momento presente, q ue sem p re
está aqui e agora. O nde q uer
q ue ela se encontre, toda a sua
consciência, todo o seu ser está
envol vido na realidade do aq ui
e na realida de do agora. Essa é a
única direção certa. Só um
homem assim está habilitado a
adentrar o portal dourado.
O momento presente é o portal doura do. O aq ui-agora é o
portal do urado. ... E você só conseg ue estar no momento presente se
não for ambicioso – nenhuma meta a realizar, nenhuma pretensão
de poder, de dinheiro, de p restígio, o u mesmo de ilum inação,
porq ue toda ambição coloca você no fut uro. A penas um homem não
ambicioso é capaz de permanecer no momento presente. U m
159
homem q ue q ueira estar no momento presente não tem que pensar;
precisa apenas ver e a dentrar o portal. A experiência virá, mas não
precisa ser preme ditada.
Osho T he Great Z en M aster Ta H ui C hapter 37.

Comentário:

À medida q ue o personagem desta fig ura vai andando de


pedra em pe dra, ele vai p isando com le veza e sem serie dade e, ao
mesmo tem po, com absoluto equilíbrio e atenção. Por detrás das
ág uas q ue ond ulam sem p re cambiantes, podemos ver silhuetas de
arranha-cé us – parece q ue existe uma cida de ao f undo. O homem
participa da p raça do merca do, mas ao mesmo tem po, mantém-se
fora dela, p reservando o se u eq uilíbrio e sendo capaz de observá-la
do alto.
Esta figura nos desafia a nos afastarmos de nossas
preocupações com outros lugares e o utros tem pos, e a permanecer
atentos ao q ue está acontecendo aq ui e agora. A vida é um grande
oceano no q ual você pode se di vertir, se desfizer-se de todos os
julgamentos, de suas preferências e do apego aos detalhes dos se us
planos de longo prazo. Esteja disponí vel para o que vier ao se u
encontro, da forma como vier. E não se preocupe se tropeçar o u cair:
le vante-se, sacuda a poeira, dê uma boa gargalhada, e vá em frente.

160
A rcanos M enores
N A IPE D O A R C O-ÍRIS: A N A T U RE Z A FÍSI C A

70. 3 de A rco-íris – O rientação


V ocê sente necessida de de
procurar orientação, porq ue não
sabe q ue o se u g uia interior está
escondido dentro de você. É
necessário encontrar esse g uia
interior, q ue e u chamo de "a sua
testem unha". C hamo também de
"o seu d harma", se u B uda
intrínseco. É preciso acordar esse
B uda, e a sua vida será banhada
de bênçãos, de graças. Sua vida
tornar-se-á ra diante de bem, de
di vindade, m uito mais do q ue
você seria capaz de imaginar. É
q uase como luz. Se o se u q uarto
está escuro, basta trazer luz. A té
uma peq uena vela servirá: toda a
escuridão desaparece. Tendo uma
vela, você saberá onde fica a porta.
N ão precisará pensar: " O nde está a porta?". Só quem é cego
perg unta onde está a porta. Gente q ue tem olhos e dispõe de luz
nem pensa nisso. A lg uma vez você já se perg unto u onde fica a
porta...!? Você sim plesmente le vanta e sai. N ão dedica um
pensamento seq uer a se melhante q uestão. N em começa a tatear
procurando a porta, ou a bater a cabeça contra a parede. V ocê
161
sim plesmente vê, e não existe nem mesmo um lam pejo de
pensamento: você sim plesmente sai.
Osho God is Dead: N o w Z en is the O nly Liv ing Truth C hapter 7.

Comentário:

A fig ura angelical q ue aparece nesta meditação, com asas


coloridas como o arco-íris, rep resenta o g uia q ue ca da um de nós
traz dentro de si. Como acontece com a segunda fig ura, no plano de
f undo, alg umas vezes nós podemos relutar em confiar nesse g uia
q uando ele se manifesta, porq ue estamos acostuma dos a receber
nossos "sinais" mais do m undo exterior do q ue de dentro de nós
mesmos.
A verda de do se u próprio ser mais p rof undo está tentando
mostrar-lhe o caminho a seg uir neste exato momento, significando
q ue você pode confiar na orientação interior q ue lhe está sendo
dada. Esta orientação vem por meio de sussurros, e alg umas vezes
podemos hesitar, sem saber se com preende mos corretamente. A s
indicações, porém, são claras: seg uindo o seu g uia interior você se
sentirá mais p leno, mais integrado, como se estivesse se
movimentando a partir do centro do se u p róprio ser. Se você a
acom panhar, essa célula de luz o cond uz irá exatamente para onde
você precisa ir.

162
A rcanos M enores
N A IPE D O A R C O-ÍRIS: A N A T U RE Z A FÍSI C A

71. 4 de A rco-íris – O A varento

N o momento em q ue você
se torna a varento, fica fechado
para o fenômeno f undamental da
vida: a expansão, o com partilhar.
Q uando começa a se apegar
a coisas, você perde o al vo de vista
– sim p lesmente perde. Porq ue as
coisas não são o alvo: você, o se u
ser interior, é q ue é o alvo – não
uma bela casa, mas a sua beleza;
não dinheiro em abundância, mas
a sua riq ueza; não coisas demais,
mas um ser aberto, disponí vel a
milhões de coisas.
Osho A ncient M usic in the Pines
C hapter 2.

163
Comentário:

Esta m ulher le vanto u uma fortaleza à sua volta, e fica


agarra da a tudo o que tem, a tudo o que considera se u teso uro. Ela
acum ulo u tanto para se enfeitar – inclusi ve penas e peles de
criat uras vi vas – q ue, no se u em penho, ela de fato ficou mais feia.
Esta fig ura nos desafia a examinar aq uilo a q ue estamos nos
apegando e o q ue possuímos de tão valioso que p recise ser
protegido por uma fortaleza. N ão é preciso que seja m uito dinheiro
na conta, nem uma caixa repleta de jóias – poderia ser algo tão
sim ples como com partilhar o nosso tem po com um am igo, ou
assumir o risco de exp ressar o nosso amor por o utra pessoa. Ig ual a
um poço q ue é sela do e se torna estagnado pela falta de uso, os
nossos tesouros ficam embaçados e sem proveito se nos recusamos
a com partilhá-los.
Independente daq uilo a q ue esteja se apegando, lembre-se de
q ue não poderá le var isso consigo. D esapegue-se, e sinta a liberda de
e a expansão q ue o com partilhar é capaz de proporcionar.

164
A rcanos M enores
N A IPE D O A R C O-ÍRIS: A N A T U RE Z A FÍSI C A

72. 5 de A rco-íris – O Forasteiro


E ntão, você está se sentindo
um estranho. Isso é bom. É o
período de transição. M as é
preciso estar atento para não se
deixar tomar pela dor e
infelicidade. A gora q ue D e us não
está mais aí, que m irá consolá-lo?
V ocê não precisa de consolo
nenhum. A humanida de já é maior
de ida de! Seja um homem, seja
uma m ulher, e apóie-se nos se us
próprios pés...
A única maneira de
conectar-se com a existência é
aprof undando-se em si mesmo,
porq ue, lá no se u centro, você
ainda está conectado. Fisicamente,
você foi desconectado de sua mãe.
Essa desconexão foi absolutamente necessária, para transformá-lo
num indi víd uo a utônomo. D o uni verso, porém, você não está
desconectado. A sua conexão com o uni verso é a consciência. Essa
conexão não é visí vel, portanto é necessário merg ulhar
prof undamente em si mesmo, com grande consciência, atenção e
observação, e você encontrará a conexão. O Buda é a conexão!
Osho God is Dead: N o w Z en is the O nly Liv ing Truth C hapter 3.
165
Comentário:

O menininho desta fig ura está de pé de um dos lados de um


portão, olhando atra vés da gra de. Ele é tão pequeno, e está tão
convencido de q ue não pode passar, q ue não conseg ue ver q ue a
corrente q ue amarra o portão não está tranca da; t udo o q ue ele
precisaria fazer seria soltá-la.
Sem pre q ue nos sentimos " deixados de fora", excluídos, isso
gera essa sensação de ser uma criança peq uena e desam para da. N ão
é de ca usar espanto, pois esse sentimento está prof undamente
enraiza do nas nossas experiências da mais tenra infância. O
problema é exatamente esse, porq ue estando tão profundamente
enraiza do, o sentimento ressurge repetidas vezes em nossa vida,
como se fosse uma fita gra vada. N este momento, uma oport unidade
lhe está sendo oferecida para você interrom per essa gra vação, para
deixar de atormentar-se com a idéia de q ue, de alg uma maneira
você " não está à altura" para ser aceito e recebido. Reconheça q ue as
raízes desse sentimento estão no passado, e deixe ir embora essa dor
antiga. Isso irá trazer-lhe lucidez para enxergar como pode abrir o
portão e iniciar-se naq uilo q ue você tanto anseia ser.

166
A rcanos M enores
N A IPE D O A R C O-ÍRIS: A N A T U RE Z A FÍSI C A

73. 6 de A rco-íris – C oncessão


N ão queira ser esperto,
caso contrário, você permanecerá
sem pre o mesmo, nunca m udará.
Soluções de conciliação nos
caminhos do amor, e na senda da
meditação, criarão m uita conf usão
em você. Elas não ajudarão...
Como pedir ajuda vai
contra o ego, você tenta acomodar
uma sit uação fazendo concessões.
Esse acerto será mais perigoso, ele
o desorientará mais, porq ue, feito
com base em coisas mal
esclarecidas, só poderá conf undir
tudo ainda mais.
D esse modo, tente
entender primeiro o motivo pelo
q ual você parece estar sem p re
pronto para fazer concessões.
M ais cedo o u mais tarde, você será capaz de com preender q ue fazer
concessões não adianta. A concessão pode ser uma maneira de você
não ser obriga do a optar entre cam inhos alternati vos, ou pode ser
apenas a repressão da sua conf usão. Isso acabará virando um
hábito. N unca rep rima na da, seja m uito claro a respeito do que está
sentindo. E se você esti ver conf uso, procure ter co nsciência disso.
167
Esta será a primeira coisa claramente definida a se u respeito: que
você está confuso. A ssim, você terá dado início à caminha da.
Osho Dang Dang Doko Dang C hapter 4.

Comentário:

N as cortes do Japão antigo, os serviçais masculinos eram,


com freq üência, escolhidos entre as fileiras dos peq uenos
delinq üentes, q ue eram castra dos. E m razão da familiarida de íntima
q ue tinham com as ati vida des palacianas, esses serviçais esta vam
freq üentemente no centro das intrigas políticas e sociais, e exerciam
m uito poder nos bastidores.
A s d uas fig uras desta meditação nos trazem à lembrança as
sit uações delica das e consp iratórias em q ue podemos nos meter
q uando fazemos concessões no q ue se refere à nossa própria
verda de. U ma coisa é encontrar-se com o outro a meio caminho,
com preender um ponto de vista diferente do nosso e trabalhar no
sentido de harmonizar forças contrárias. C oisa m uito diferente é
ceder à pressão e trair a nossa própria verda de. Se olharmos a fundo
o que ocorre neste último caso, descobrire mos que normalmente
estamos tentando tirar p roveito de alguma coisa – quer se trate de
poder, ou da ap rovação de o utras pessoas. Se sentir-se tentado,
cuida do: as recom pensas por esse tipo de concessão deixam sem pre
um gosto amargo na boca.

168
A rcanos M enores
N A IPE D O A R C O-ÍRIS: A N A T U RE Z A FÍSI C A

74. 7 de A rco-íris – Paciência

N ós nos esq uece mos de


como esperar; este é um espaço
q uase abandona do. N o entanto,
ser capaz de esperar pelo
momento certo é o nosso maior
tesouro. A existência inteira espera
pelo momento certo. A té as
árvores sabem disso – q ual é o
momento de florescer, e o de
deixar q ue as folhas caiam, e de se
erg uerem nuas ao cé u. Também
nessa n udez elas são belas,
esperando pela no va folhagem
com grande confiança de q ue as
folhas velhas tenham caído, e de
q ue as no vas logo estarão
chegando. E as folhas novas
começarão a crescer.
N ós nos esq uecemos de como é esperar: q ueremos tudo com
pressa. Trata-se de uma grande perda para a humanidade... E m
silêncio e à espera, alg uma coisa dentro de você vai crescendo – o
se u autêntico ser. U m dia ele salta e se transforma numa labare da, e

169
a sua personalidade inteira é estilhaça da: você é um novo homem. E
esse no vo homem sabe o que é uma cerimônia, esse no vo homem
conhece os sumos eternos da vida.
Osho Z en: The D iamond Th underbolt C hapter 10.

Comentário:

H á momentos em q ue a única coisa a fazer é esperar. A


semente já foi plantada, a criança está crescendo no útero, a ostra
está cobrindo o grão de areia, transformando-o em uma pérola.
Esta figura nos lembra de q ue este é um momento em q ue
tudo o q ue se req uer é manter-se sim plesmente atento, paciente, à
espera. A m ulher retratada na fig ura está justamente nessa atit ude.
Satisfeita, sem sinais de ansie dade, ela está apenas à espera. A o
longo de todas as fases da lua q ue se suce dem no alto, ela
permanece paciente, tão sintonizada com os ritmos da lua, q ue
q uase se conf unde com ela. A m ulher sabe q ue esta é uma época
para permanecer na passi vida de, deixando q ue a nat ureza siga o
se u cam inho. N ão está, porém, com exp ressão de sono, nem
indiferente; sabe q ue é tem po de se p reparar para alg uma coisa
im portante. Trata-se de um período repleto de m istério, como as
horas q ue antecedem o amanhecer. É um tem po em q ue a única
coisa a fazer, é esperar.

170
A rcanos M enores
N A IPE D O A R C O-ÍRIS: A N A T U RE Z A FÍSI C A

75. 8 de A rco-íris – Sim plicidade


À s vezes acontece a você
sentir-se integrado, em alg um raro
momento. O bserve o oceano, o se u
espírito indomável – de repente
você esq uece a sua di visão
interior, a sua esq uizofrenia: você
relaxa. O u então, andando pelo
H imalaia, contem plando a ne ve
virgem nos picos das montanhas,
de repente uma calma o envol ve e
você não precisa ser falso, porq ue
não há ali nenhum o utro ser
humano para o q ual rep resentar.
V ocê se reintegra. O u ainda,
ouvindo boa m úsica, você se sente
integrado.
Sem pre q ue, em q ualq uer
sit uação, você se torne uno, uma
paz, uma felicidade, uma bênção o
envol vem, brotam de dentro de você. V ocê se sente preenchido.
N ão há necessida de de ficar esperando por esses momentos –
eles podem transformar-se na sua maneira natural de vi ver. Esses
momentos extraordinários podem transformar-se em momentos
com uns – este é todo o esforço do Z en. É possí vel vi ver uma vida
extraordinária dentro dos limites de uma vida bastante com um:
171
cortando árvores, rachando lenha, b uscando ág ua no poço, é
possí vel estar extre mamente à vontade consigo mesmo. Lim pando o
chão, preparando a comida, la vando a roupa, você pode estar
perfeitamente à vontade – porq ue a q uestão toda é de você at uar
com todo o seu ser, desfrutando, realizando-se no que faz.
Osho Dang Dang Doko Dang C hapter 3.

Comentário:

Esta fig ura, caminhando pela nat ureza, mostra-nos q ue a


beleza pode ser encontra da nas coisas sim p les e com uns da vida.
Com m uita freq üência nós tomamos este lindo m undo em q ue
vi vemos como coisa garantida. Lim par a casa, culti var o jardim,
fazer a comida – as tarefas mais sim ples ganham uma conotação
sagrada q uando são feitas com envol vimento total, com amor, e
excl usi vamente pelo prazer de fazê-las, sem expectativas de
reconhecimento ou de recom pensa.
N este momento, você passa por um período em q ue esta
maneira cordata, nat ural e extremamente sim ples de encarar as
sit uações q ue se apresentam, trará resultados m uito melhores do
q ue q ualq uer tentativa sua de ser brilhante, persp icaz o u, de
alg uma o utra forma, extraordinário. D eixe de la do toda pretensão
de fazer alarde q uanto a ter inventado mais alg uma coisa inútil, o u
a vaida de de encantar se us am igos e colegas com o seu talento
incom pará vel de p rima donna. A contrib uição especial q ue você
tem para oferecer neste momento será maior se você encarar as
coisas sem resistência e com sim plicidade, um passo de cada vez.

172
A rcanos M enores
N A IPE D O A R C O-ÍRIS: A N A T U RE Z A FÍSI C A

76. 9 de A rco-íris – M omento da Colheita

Só se a sua me ditação tiver


proporciona do a você uma luz q ue
brilha sem pre à noite, é que a
morte não será morte para você,
mas uma passagem para o di vino.
Com a luz no coração, a própria
morte é transformada numa
passagem pela q ual você a dentra o
espírito uni versal: você se torna
um com o oceano. E a menos q ue
você passe pela experiência
oceânica, terá vi vido em vão.
O momento é sem pre agora,
e a fruta está sem p re p ronta para
ser colhida. Só é p reciso ter
coragem para penetrar em sua
floresta interior. A fruta está
sem pre ma d ura, e q ualq uer
momento é sem pre o momento
certo. N ão existe essa coisa de momento errado.
Osho A Su d den C lash of Th un der C hapter 6.

173
Comentário:

Q uando a fruta está mad ura, ela cai da árvore por si mesma.
N um momento, ela pende de um dos galhos da árvore, cheia de
sumo. N o momento seg uinte ela cai – não porq ue tenha sido
forçada a cair, o u tenha se esforça do para tanto, mas porq ue a
árvore reconhece u o se u amad urecimento, e sim plesmente a deixo u
cair.
Esta figura nesta meditação indica q ue você está pronto para
com partilhar as suas riq uezas interiores, o seu "sumo". T udo o que
você precisa fazer é relaxar exatamente onde você está, e desejar q ue
isso aconteça. Este com partilhar de você mesmo, essa expressão da
sua criati vida de, pode acontecer de m uitas maneiras – no se u
trabalho, nos se us relacionamentos, nas suas experiências de vida
diárias. N ão se req uer nenhuma p reparação ou esforço especial de
sua parte. Trata-se apenas do momento certo.

174
A rcanos M enores
N A IPE D O A R C O-ÍRIS: A N A T U RE Z A FÍSI C A

77. 10 de A rco-íris – Somos o M undo


Q uando milhares e
milhares de pessoas em todo o
m undo estão celebrando,
cantando, dançando, em êxtase,
embriagados pelo sentimento do
di vino, não existe nenhuma
possibilida de de um suicídio
global.
Com essa festi vidade e com
tanto riso, com tanto equilíbrio e
saúde, com tanta nat uralidade e
espontaneida de, como poderia
acontecer uma g uerra?... A vida
lhe foi dada para q ue você crie,
seja feliz e celebre. Q uando você
chora, q uando está infeliz, fica
sozinho. Q uando está celebrando,
a existência inteira participa com
você.
Somente na celebração encontramos o q ue é f undamental, o
q ue é eterno. Somente na celebração ultrapassamos o círculo do
nascimento e da morte.
Osho I C elebrate M yself C hapter 4.

175
Comentário:

A q ui, a humanida de é rep resentada como um arco-íris de


seres dançando em volta da mandala da T erra, com pessoas de
mãos dadas e alegres, gratas pela dádi va da vida.
Esta figura rep resenta um tem po de co m unicação e de
com partilhar as riq uezas q ue ca da um de nós traz para o todo. A q ui
não há apego, nenhum sentimento de prop rie dade. É um círculo
sem medo de sentimentos de inferiorida de e de superiorida de.
Q uando reconhecemos a fonte com um da nossa humanida de,
as origens com uns dos nossos sonhos e anseios, das nossas
esperanças e dos nossos medos, tornamo-nos capazes de perceber
q ue estamos todos juntos no grande m ilagre da existência. Q uando
conseg uimos somar nossa enorme riq ueza interior para criar um
tesouro de amor e sabedoria q ue esteja ao alcance de todos, ficamos
todos interligados no mecanismo único da criação eterna.

176
A rcanos M enores
N A IPE D O A R C O-ÍRIS: A N A T U RE Z A FÍSI C A

78. Á s de A rco-íris – M aturidade


A diferença entre a rel va e
as flores é a mesma que existe
entre você enq uanto não sabe q ue
é um B uda, e você no momento
em q ue com preende q ue é um
B uda. D e fato, nem poderia ser
diferente.
O B uda é com pletamente
florescido, inteiramente aberto. Os
se us lót us, suas pétalas, chegaram
a uma realização...
Com certeza, ser você
mesmo, pleno de prima vera, é
m uito mais belo do que o orvalho
de o utono caindo sobre as folhas
de lót us. E olha q ue essa é uma
das coisas mais lindas de se ver: o
orvalho de o utono caindo sobre as
folhas de lót us, brilhando ao sol da
manhã, como pérolas verda deiras. N at uralmente isso não passa de
uma experiência momentânea. À medida q ue o sol se le vanta, o
orvalho de outono começa a evaporar-se...
Essa beleza passageira certamente não pode ser com parada
com uma eterna p rima vera em se u ser. Por mais longe q ue você
consiga olhar para trás, verá q ue essa prima ve ra sem p re esteve ali.
177
O lhando para frente o mais q ue pode, você se surp reenderá: trata-se
do se u próp rio ser. O nde q uer q ue você esteja, essa prima vera
estará também, e as flores continuarão a cair sobre a sua cabeça. Isso
é prima vera espirit ual.
Osho N o M in d: The Flo wers of Eternity C hapter 5.

Comentário:

O personagem desta meditação está só, quieto, porém atento.


O se u ser interior apresenta-se repleto de flores – portadoras do
espírito da prima vera, e q ue renascem onde q uer q ue ele vá. Este
florescimento interior e a com plet ude pessoal q ue ele sente criam-
lhe a possibilida de de uma mobilidade ilimita da. Ele pode deslocar-
se em q ualq uer direção – no se u p róprio interior o u no m undo aq ui
de fora, não faz diferença, pois a sua alegria e mat uridade não
podem ser dimin uídas por fatores externos. Ele chego u a um tem po
de centramento pessoal e de expansi vidade – a aura branca q ue o
envol ve é a sua p roteção, e a sua luz. O conjunto das experiências
da vida o trouxe a este tem po de perfeição.
Q uando você escolher e fizer esta meditação, saiba que o
momento lhe traz um p resente – pelo trabalho pesado que foi bem
feito. A gora, suas bases são sólidas, e o sucesso e a boa sorte estão
asseg ura dos porq ue são a conseq üência natural daq uilo q ue já foi
vi venciado em se u íntimo.

178
O M editador A uto-Suficiente
Segundo Osho

I. Por que M editar?

A meditação é um modo de nos fixar em nós mesmos, no


mais p rof undo centro de nosso ser. U ma vez q ue você encontro u o
centro de sua existência, você terá encontrado tanto suas raízes
q uanto suas asas.
A s raízes estão na existência, tornando você um ser humano
mais integra do, um indi víd uo. E as asas estão na fragrância q ue é
libera da por estar em contato com a existência. A fragrância consiste
de liberda de, amor, com paixão, autenticidade, sincerida de, um
senso de humor, e um tremendo sentimento de alegria.
A s raízes tornam você um indi víd uo e as asas dão a você a
liberda de do amor, para ser criati vo, para com partilhar
incondicionalmente a alegria q ue você encontro u. A s raízes e as asas
chegam juntas. Elas são dois lados de u ma experiência e esta
experiência é achar o centro de seu ser.
Estamos continuamente nos movendo na circunferência,
sem pre em alg um lugar bem distante de nosso próprio ser, sem p re
direcionado para os o utros. Q uando t udo isso é abandonado,
q uando todos os objetos são abandona dos, quando você fecha se us
olhos para t udo q ue não é você; até mesmo sua mente, as batidas de
se u coração são deixadas para trás; apenas um silêncio permanece.
N esse silêncio você lentamente se assentará no centro de se u
ser e então as raízes crescerão por si mesmas e as asas também.
V ocê não precisa se p reocupar com elas. V ocê não pode fazer na da
com elas. Elas chegam por si mesmas.
179
V ocê apenas preenche uma condição: q ue é, estar em casa; e
toda a existência se torna uma alegria para você, uma bênção.
A re volução interior traz liberda de e a única maneira de fazer
a gente ir atra vés da re volução interior é a meditação. M editação
sim plesmente significa aprender a esq uecer t udo q ue você
aprende u. É um p rocesso de des-condicionamento, um p rocesso de
des-hip nose.

A sociedade sobrecarrego u a todos com milhares de


pensamentos. A meditação sim plesmente lhe ajuda a tirar você
desse m undo de pensamentos, para um estado de silêncio. É um
processo de lim par com pletamente sua lo usa, é um esvaziamento
de tudo q ue foi forçado e acum ula do dentro de você.

U ma vez vazio, espaçoso, silencioso, lim po, a revolução


acontece u, o sol nasce u; então você vi ve na sua luz! E vi ver na luz
de se u sol interior é vi ver corretamente. De fato esta é a única
maneira de vi ver. Os o utros estão apenas morrendo, apenas
morrendo lentamente, movendo-se numa fila q ue vai ficando cada
vez menor e a q ualq uer momento você poderá ser o primeiro da
fila. N a verda de todos estão tentando ser o primeiro da fi la; um
grande desejo de ser o primeiro em todo lugar.

A vida ordinária é somente chama da de vida; ela não é. É


apenas assim chamada vida. É um processo de morte grad ual o u
para ser mais preciso, um p rocesso de suicídio grad ual.

N o momento em q ue você se torna silencioso, cônscio, claro e


se u cé u interior se enche de deleite, você conhece o primeiro sabor
da verda deira vida. Podemos chamar isso de D e us, podemos
chamar isso de ilum inação, podemos chamar isso de libertação; a
experiência da verdade, amor, liberda de, alegria; nomes diferentes
para um mesmo fenômeno.

180
II. Ser A uto-Suficiente.

M e u esforço aq ui é para deixá-lo sozinho com a meditação,


sem nenhum mediador entre você e a existência. Q uando você não
está em meditação você está separado da existência e esse é se u
sofrimento. M editação não é na da mais q ue remoção de todas as
barreiras, pensamentos, emoções, sentimentos os quais criam u m
m uro entre você e a existência. N o instante em q ue estes são
abandonados você subitamente descobre q ue está em sintonia com
o todo; não apenas em sintonia, você realmente descobre que você é
o todo.
Q uando uma gota de orvalho desliza de uma folha de lotus
no oceano ela não acha q ue ela é parte do oceano, ela acha q ue ela é
o oceano. E descobrir isso é a meta final, a supre ma realização. N ão
há nada além disso.
M e us métodos podem ser usa dos em um grupo, mas o grupo
não é necessário; você pode usá-los sozinho. Q ualq uer grupo pode
se tornar uma dependência – para q ue você só possa trabalhar em
grupo. Fora do grupo, você está de volta ao se u e u usual. Q uando
você está no grupo você é uma certa pessoa; q uando você deixa o
grupo você é uma pessoa diferente.
N ão quero q ue me u po vo seja de pendente. Está
perfeitamente bem ter peq uenos grupos, mas os métodos que dei a
vocês são indi vi d uais; você pode trabalhar sozinho. V ocê não
precisa de ning uém para vigiá-lo, porq ue me u método é q ue você
tem que ser o vigia.

Sob os olhos vigilantes de alg uém, do medo de alg uém – e é


claro, q uando o próprio G urdjieff (um mestre q ue usa va somente
métodos de grupos) está lhe observando, você não pode escapar,
mas é algo como uma escra vidão. E mbora ele esteja lhe le vando
para cama das mais p rof undas de sua energia, há alg um tipo de

181
violência, alg um tipo de im posição, de escra vização. É possível q ue
você possa fazer q uase o im possí vel em tal sit uação. M as uma vez
q ue G urdjieff não está lá, você irá se tornar uma pessoa ordinária
como você era antes.

Isto aconteceu com q uase todos os discíp ulos dele. E mbora


eles tivessem peq uenos grupos, eles eram todos medíocres, os
mesmos. A o invés de ajudar cada um despertar, eles ajudam ca da
um a adormecer. Q uando a gente começa a roncar, ao invés de ser
um relógio despertador, ele também o ajuda a roncar.

Isso pode f uncionar de ambas as maneiras. O grupo pode ser


um espaço onde você pode se tornar mais alerta; e pode ser um
espaço onde você pode se tornar mais adormecido. E de vido a q ue
as pessoas começaram a se tornar mais a dormecidas nos grupos de
G urdjieff após a morte dele, estes grupos desapareceram. A s
pessoas se movimentaram sozinhas. M as sozinho você não pode
fazer esses métodos. Isso é um tipo de escra vidão m uito espirit ual.

O mestre não pode garantir estar com você para sem p re;
alg um dia ele partirá. Portanto você não deveria ser deixa do em um
espaço onde você não possa atuar sem ele. Para isso, uma
preparação é necessária: desde o princip io você trabalha sozinho.
M esmo q ue você esteja trabalhando em um grupo você não
depende do grupo; se u trabalho, se u método, é basicamente
indi vid ual.

A ssim, minha abordagem é indi vid ual. N ão estou dando a


vocês métodos escolares: esto u dando a vocês métodos indi vid uais,
q ue podem ser feitos junto com amigos, q ue podem ser feitos
sozinho. E ntão você tem liberdade. O q ue venho dizendo a vocês é
algo que não pode ser mal em pregado por vocês de maneira
nenhuma. E testem unhar é um fenômeno p uramente indi vid ual.

182
III. Por que M editações A ti vas?

O homem moderno é um fenômeno m uito no vo. N enhum


método tradicional pode ser usa do exatamente como existe porq ue
o homem moderno n unca existiu antes. E ntão, de certo modo, todos
os métodos tradicionais se tornaram irrele vantes.
Por exem p lo, o corpo m udo u tanto, está tão drogado q ue
nenhum método tradicional pode ajudar. Toda a atmosfera agora é
artificial: o ar, a ág ua, a socieda de, as condições de vida. N ada é
nat ural. V ocê nasce u numa artificialida de; você cresce u nela.
Portanto, hoje métodos tradicionais resultarão em danos. Eles terão
q ue ser alterados de acordo com a situação atual.
O utra coisa: a qualidade da mente basicamente m udo u. N os
dias de Patanjali (o mais famoso comentarista de Yoga), o centro da
personalidade humana não estava no cérebro; estava no coração.
A ntes disso, não estava nem mesmo no coração. Estava mais abaixo,
perto do umbigo. O centro foi até mesmo além do umbigo. A gora, o
centro está no cérebro. Eis porq ue ensinamentos como aqueles de
K rishnam urti atraem. N enhum método é necessário, nenh uma
técnica é necessária; apenas entendimento. M as se é apenas um
entendimento verbal, intelect ual, nada m uda, nada é transformado.
N ovamente se torna um acúm ulo de conhecimento.
Uso métodos caóticos ao invés dos sistemáticos porq ue um
método caótico é de m uita ajuda para em p urrar o centro do cérebro
para baixo. O centro não pode ser em p urra do para baixo atra vés de
nenhum método sistemático porque a sistematização é um trabalho
cerebral. A través de um método sistemático, o cérebro será
fortalecido; mais energia será acrescentada a ele. A tra vés de
métodos caóticos o cérebro é an ula do. Ele não tem nada a ver. O
método é tão caótico q ue o centro é automaticamente em p urra do do
cérebro para o coração. Se você fizer uma meditação dinâm ica e

183
vigorosamente, caoticamente, não sistematicamente, se u centro se
move para o coração. A ssim há uma catarse.
U ma catarse é necessária porq ue se u coração está tão
sufocado, devido ao se u cérebro. Se u cérebro se apodero u tanto de
se u ser q ue ele lhe domina. N ão há lugar para o coração, então os
anseios do coração são sufocados. V ocê nunca riu de todo coração,
nunca vi ve u de todo coração, nunca fez na da de todo coração. O
cérebro sem pre aparece para sistematizar, para tornar as coisas
matemáticas e o coração é suprim ido. Portanto, primeiramente, um
método caótico é necessário para em p urrar o centro da consciência
do cérebro para o coração.
Portanto a catarse é necessária para descarregar o coração,
para jogar fora as sup ressões, para tornar seu coração aberto. Se o
coração se torna l uminoso e descarrega do, então o centro da
consciência é em p urra do para mais baixo ainda; ele vai para o
umbigo. O umbigo é a fonte da vitali dade, a fonte semente da q ual
tudo mais procede: o corpo, a mente e t udo mais.
Uso este método caótico m uito cuida dosamente. A
metodologia sistemática não irá ajudar-lhe agora, porq ue o cérebro
utilizará isso como se u p róprio instrumento. N em pode apenas o
canto de bhajans ajudar agora, porq ue o coração está tão
sobrecarregado q ue não pode florescer para um canto real. A
consciência tem q ue ser em p urra da para a fonte, para as raízes.
Somente então existe a possibilidade de transformação. Portanto,
uso métodos caóticos para p uxar a consciência para baixo do
cérebro.
Q uando você está no caos, o cérebro pára de trabalhar. Por
exem plo, se você está dirigindo um carro e de repente alg uém passa
na sua frente, você reage tão subitamente q ue isso não pode ser um
trabalho do cérebro. O cérebro leva tem po. Ele pensa sobre o que
fazer e o q ue não fazer. Portanto, quando existe a possibilidade de
um acidente e você pisa nos freios, você sente a sensação perto de
se u umbigo, como se fosse se u estômago que esti vesse reagin do.
184
Sua consciência é p uxada para baixo até o umbigo de vido ao
acidente. Se o acidente p udesse ser calculado diante mão, o cérebro
seria capaz de lidar com isso; mas q uando você se envol ve em um
acidente, algo desconhecido acontece. E ntão você percebe q ue sua
consciência se move u para o umbigo.
Se você perg untar a um monge Z en, " de onde você pensa?"
ele coloca suas mãos na barriga. Q uando os ocidentais ti veram
contato com os monges japoneses pela p rimeira vez eles não
podiam entender. " Q ue tolice! Como você pode pensar a partir de
sua barriga?"
M as a resposta do Z en é m uito significati va. A consciência
pode utilizar q ualq uer centro do corpo e o centro q ue está mais
próximo da fonte original é o umbigo. O cérebro está distante da
fonte original, assim, se a energia da vida está indo para fora, o
centro da consciência se torna o cérebro. E se a energia da vida está
se movendo para dentro, finalmente o umbigo se tornará o centro.
M étodos caóticos são necessários para em p urrar a
consciência para suas raízes, porq ue somente das raízes a
transformação é possí vel. D o contrário você continuará
verbalizando e não ha verá transformação. A penas conhecer o q ue é
certo não é suficiente. V ocê precisa transformar as raízes; do
contrário, você não m udará.
Q uando uma pessoa sabe a coisa certa e não pode fazer nada
sobre isso, ela se torna d up lamente tensa. Ela com preende, mas não
pode fazer nada. A com preensão somente é significati va q uando
procede do umbigo, das raízes. Se você com preende a partir do
cérebro, não há transformação.
O sup remo não pode ser conhecido atra vés do cérebro,
porq ue q uando você está f uncionando através do cérebro você está
em conflito com as raízes de onde você p roce de. Todo se u p roblema
é q ue você se move u para longe do umbigo. V ocê veio do umbigo e
você irá morrer atra vés dele. Temos que retornar para as raízes. M as
retornar é difícil, árd uo.
185
M étodos tradicionais têm um apelo porq ue eles são tão
antigos e tantas pessoas alcançaram através deles no passado. Eles
podem ter se tornado irrele vantes para nós, mas eles não eram
irrele vantes para B uda, M aha vira, Patanjali, ou K rishna. Eles eram
significati vos, ajuda vam. Os métodos antigos podem ser sem
sentido agora, mas porq ue B uda alcanço u através deles eles têm um
apelo. O tradicionalista sente: "Se Buda alcanço u atra vés desses
métodos, porque não posso alcançar?" M as agora estamos numa
sit uação totalmente diferente. Toda a atmosfera, toda o
pensamento-esfera, m udo u. Cada método é orgânico para uma
sit uação específica, para uma mente específica, para um homem
específico. O fato de que os métodos antigos não f uncionare m não
significa q ue nenhum método é útil. Significa apenas q ue os
próprios métodos precisam m udar. Como vejo a sit uação, o homem
moderno m udo u tanto que ele p recisa de no vos métodos, de novas
técnicas.

I V. O que M editação É... E o que ela N ão É.

Existem m uitas idéias, q ue são até mesmo contraditórias,


sobre o que a meditação é. O principal na abordagem de Osho é a
necessidade de o meditador entender a nat ureza da mente, ao invés
de lutar com ela.
N ós quase sem pre somos g uia dos, domina dos por nossos
pensamentos o u sentimentos. Segue-se q ue tendemos a pensar q ue
somos esses pensamentos e sentimentos. M editação é um estado de
sim plesmente ser, apenas p ura experiência, sem nenhuma
interferência do corpo o u da mente. É um estado nat ural, mas q ue
esq uecemos como acessá-lo.
A pala vra meditação é também usada para o q ue é, mais
precisamente, um método de meditação. M étodos meditativos,
técnicas o u expedientes são meios para criar um ambiente interior
186
q ue facilita desconectar do corpo-mente para assim podermos
sim plesmente ser. E nq uanto inicialmente isso ajuda a pôr o tem po
de la do para praticar um método de meditação estrut ura do, há
m uitas técnicas q ue são p raticadas dentro do contexto de nossa vida
diária; no trabalho, no lazer, sozinho e com outros.
M étodos são necessários somente até o estado de meditação;
de consciência relaxa da, de conscientização e centramento; torno u-
se não somente uma experiência passa da, mas tão intrínseco para
nós como a respiração.

Alguns Equívocos Comuns

Meditação é:

1) Somente para pessoas que estão em busca espiritual.


Os benefícios da meditação são m últip los. O principal deles é
a habilida de de relaxar e de ficar atento sem esforço. Ferramentas
úteis para todos!

2) Uma prática para ganhar paz mental.


Paz mental é um termo contraditório. Pela sua própria
nat ureza a mente é uma comentarista crônica. O q ue você pode
descobrir atra vés da me ditação é o jeito de descobrir a distância
entre você mesmo e o comentário, para q ue a mente, com se u
constante circo de pensamentos e emoções, não mais se intrometa
no se u inerente estado de silêncio.

3) Uma disciplina mental ou esforço para controlar ou


domar a mente, para tornar-se mais mental.
M editação não é ne m um esforço mental ne m uma tentativa
de controlar a mente. Esforço e controle envol vem tensão e a tensão
é contrária ao estado de meditação. A lém disso, não há necessidade
de controlar a mente, apenas de entender como ela funciona. O

187
meditador não p recisa domar sua mente, para se tornar mais
mental, mas crescer mais em consciência.

4) Focalizar, concentrar ou contemplar.


Focalizar, como concentrar é um estreitamento da
consciência. V ocê se concentra e m um objeto e tudo mais é excluído.
Por contraste, a me ditação é t udo-incluído, sua consciência é
expandida. O contem plador está focalizado em um objeto; talvez
um objeto religioso, uma fotografia ou uma máxima insp ira da. O
meditador está sim plesmente cônscio, mas não de algo em
particular.

5) Uma nova experiência.


N ão necessariamente; os atletas conhece m esse espaço, ao
q ual eles se referem como; a zona. Os artistas o conhecem atra vés
do canto, da pint ura, tocar m úsica. Podemos conhecê-lo através da
jardinagem, brincando com as crianças, caminhando pela praia o u
fazendo amor. M esmo q uando criança, tive mos experiências disso.
A meditação é um estado nat ural e algo q ue você q uase certamente
provo u, embora talvez sem saber o nome do sabor.

V. C omeçando a M editar.

Existe uma hora e lugar certo para meditar? A lg um pré-


req uisito? Como escolher o método correto? A q ui estão alg umas
dicas q ue podem ajudar.

Qual a melhor hora para meditar?


É im portante entender q ue " meditação" é sim plesmente estar
cônscio do que está acontecendo tanto dentro q uanto ao nosso
redor. Finalmente, essa é apenas uma parte nat ural de t udo q ue
fazemos, vinte e q uatro horas por dia. A prender o "jeito" ou

188
"observar" o q ue está acontecendo ao invés de ficar imerso nisso,
pode le var alg um tem po. E os métodos de meditação foram
projetados para ajudá-lo a primeiro pegar esse jeito, e então permitir
o observador ficar mais forte o suficiente para se tornar parte de sua
vida diária. A ssim, os comentários abaixo se referem aos métodos
q ue podem ajudá-lo nesse processo.
A lg uns métodos são projetados para ser mais eficazes
q uando feitos em uma certa parte do dia. Por exem p lo, a M editação
de ati vação de energia, melhor se for a p rimeira coisa feita na
manhã. Similarmente, uma M editação projetada para o fim do dia,
para sacudir fora as tensões acum ula das. H á meditações q ue podem
ser feitas a qualq uer hora.
O im portante é q ue você encontre q ual método funciona
melhor para você, q ue se a dapte ao se u estilo de vida particular. Se
você está usando um método que req uer q ue você reserve uma certa
hora de se u dia, tente manter essa hora somente para sua
meditação. A ssim isso se torna uma parte de se u ritmo nat ural tanto
q uanto escovar se us dentes ou tomar se u café da manhã.

Onde...
V ocê pode trazer a me ditação para a sua vida diária em
q ualq uer lugar, a q ualq uer hora. Sua própria casa pode ser o melhor
lugar para praticar técnicas especificas. A visita a um Centro de
M editação é também uma boa opção que pode fornecer uma
experiência inestimá vel e prof unda.
M uitas técnicas de me ditação, tal como observar a respiração,
pode ser p raticado em q ualq uer lugar, a q ualq uer hora. Para os
métodos ativos você p recisa de um q uarto onde não possa ser
pert urbado e onde possa movimentar-se li vre mente.

189
O Que Usar
V ocê se sentirá mais confortável com ro upas folgadas q ue
não lim ita o fluxo da energia de nenhuma maneira.

Minimizando as Perturbações
Certifiq ue-se de q ue você não será pert urba do. V ale a pena
disting uir entre o barulho do lado de fora, que é somente para ser
percebido e não de ve ser uma pert urbação, e o telefone q ue toca ou
alg ué m q ue entre no q uarto, isso é difere nte. H á um pensamento
formado de q ue a meditação tem que acontecer em um " lugar
q uieto", mas procure observar t udo, dentro e fora.

Postura
V ocê pode escolher alg umas post uras especificas necessárias
para uma meditação em particular. Q uando sentado, você achará
mais fácil estar alerta e cônscio se a sua espinha esti ver ereta,
porq ue então você é ajudado pela gra vida de. V ocê pode se sentar
numa ca deira, se isso for melhor para você do q ue sentar no chão.
Q uando deitado, se você deita de costas ao invés de ficar de lado, a
chance de adormecer é menor! A cima de t udo, o q ue é im portante
em q ualq uer posição é q ue você esteja confortável, para q ue o corpo
fiq ue relaxado.

Preparação Psicológica
É im portante q ue você não medite com alg u ma meta, desejo
ou q ualq uer expectati va. Todo o segredo é permitir o processo se
desdobrar. Q uerer q ue algo aconteça é a maneira mais certa de
im pedir q ue isso aconteça. A penas fiq ue contente em desfrutar da
meditação em si mesma, por ela mesma. Os resultados virão, mas só
se você não estiver solicitando q ue eles venham. Crie um clima de
recepti vida de, abertura e relaxamento.

190
Como Escolher um Método?
Experimente toda técnica q ue lhe agra dar. E lembre-se, nem
todas as técnicas são adeq uadas para todos; o que se ajusta a você
pode não se ajustar a se u amigo. E tendo praticado um método por
alg uns meses, você pode achar q ue já o supero u. N ão há na da
sacrossanto sobre métodos meditativos: eles são meios práticos de
ter acesso a uma q ualidade nat ural, inerente. Sinta-se li vre para
experimentá-los de um modo di vertido.
Tendo seleciona do o método, pratiq ue-o por pelo menos sete
dias consecuti vos. E q uando você esti ver p raticando, dê t udo q ue
você p uder. A ssim a atração inicial pode ser confirmada o u não. Se
você sentir q ue esse é se u método, com p rometa-se em contin uá-lo
por pelo menos três meses. A pós três meses você pode continuar
com o mesmo método o u escolher um o utro.
É sugerido q ue você comece tentando uma o u mais
meditação ati va. E ntão as p ratiq ue reg ularmente por enq uanto. E
q uando for possí vel use a abordagem da A rte de Escutar. E m
adição, encontre alg uma peq uena técnica q ue você possa
acrescentar à sua vida diária para ajudá-lo a lembrar de ficar atento
tanto q uanto possível no se u dia.
A continuida de é im portante. É como esq uentar ág ua: até
no venta e nove graus ainda é ág ua e se você parar aí ela irá esfriar e
você terá q ue reaq uecer. M as se você perseverar até cem graus,
então a ág ua dá um salto quântico e é transformada em vapor.

191
A s M editações A ti vas de O sho
A s M editações A tivas de Osho foram cientificamente
projetadas para nos capacitar a expressar conscientemente e
experienciar emoções e sentimentos reprim idos e aprender o jeito
de observar nossos padrões habit uais de uma no va maneira.

1. M E DIT A Ç Ã O D I N Â M I C A
Recomendado para ser feito pela manhã, esse método de
uma hora de d uração é uma maneira poderosa de iniciar se u dia.
Fornece uma saída para as tensões e emoções reprim idas e ainda é
um grande im p ulsionador de energia!

2. M E DIT A Ç Ã O K U N D A LI N I
Conhecida como a meditação irmã da D inâm ica, com q uatro
estágios de q uinze minutos cada, esse método é um modo sua ve,
mas efetivo, de liberar todo o estresse acum ulado no seu dia.

3. M E DIT A Ç Ã O N A T A R A J
D ance, dando t udo q ue você p uder dar, é uma maneira fácil e
nat ural de voltar-se para dentro. Este método tem três estágios e
d ura um total de sessenta e cinco minutos.

4. M E DIT A Ç Ã O N A D A BR A H M A
U m método sentado de uma hora de d uração, no q ual gemer
e movimentar as mãos cria q uiet ude e eq uilíbrio interior.

5. M E DIT A Ç Ã O G O U RIS H A N K A R
U ma meditação not urna de uma hora de d uração q ue inclui
uma técnica de resp iração, contem plando sua vemente uma luz e
movimentos delica dos de corpo.

192
6. M E DIT A Ç Ã O M A N D A L A
M andala significa círculo. Cada círculo conté m um centro. O
objeto desta técnica é criar um círculo de energia de modo q ue o
centramento resulte nat uralmente. A o final, o meditador é deixa do
em absoluta calma, absoluto silêncio.

7. M E DIT A Ç Ã O ‘ W H IRLI N G ’
" O G iro Sufi” é uma das técnicas mais antigas, uma das mais
vigorosas. Ela é tão prof unda q ue mesmo u ma sim ples experiência
pode lhe tornar totalmente diferente. G ire com os olhos abertos,
assim como as crianças peq uenas giram, co mo se se u ser interior
tivesse se torna do um centro e todo se u corpo fosse como uma roda,
movendo-se, como um torno de oleiro, movendo-se. V ocê está no
centro, mas o corpo todo está se movendo.

8. M E DIT A Ç Ã O “ N O D I M E N SI O N S”
Este é um método poderoso para centrar nossa energia no
H ara – a área exatamente abaixo do umbigo. Ela está baseada numa
técnica Sufi de movimentos para a conscientização e integração do
corpo. Por ser uma meditação Sufi, ela é li vre e não-séria. D e fato ela
é tão não-séria q ue você pode até mesmo sorrir enq uanto a pratica.

G IBBERIS H e LIBER A R
U m método de liberação utilizando som e movimento
corporal, G ibberish é uma das maneiras mais científicas de lim par
sua mente, seg uido de um relaxamento guia do para um estado de
com pleta quiet ude.

O U TR OS M É T O D OS
Sem condições de praticar as meditações ativas? Existem
técnicas Passi vas q ue podem ser feitas mesmo se você estiver
doente acamado. Se quiser experimentar uma varie dade de o utras
técnicas, você pode incorporá-las ao se u dia. Conheça e p ratiq ue as

193
M editações Z en T ranscendentais de Osho, apresentadas acima, o u
as M editações para Pessoas M uito Ocupadas, apresentadas abaixo.

A A RT E D E ESC U T A R
E m A A rte de Escutar você vai conhecer, atra vés das
orientações do próprio Osho, as cha ves para entender o silêncio.
Pela primeira vez na história, o falar é utiliza do para fornecer uma
experiência de escutar, não para ganhar conhecimento, mas para
experimentar diretamente nosso próprio centro de q uiet ude,
silêncio e consciência relaxa da.

1. Meditação dinâmica

A meditação dinâm ica d ura uma hora em cinco estágios.


Pode ser feita sozinho, mas será mais eficaz se feita em grupo. É
uma experiência indi vid ual, portanto você de ve permanecer
desligado dos o utros ao se u redor e manter se us olhos fechados,
melhor usar uma venda nos olhos. V enha com o estômago vazio e
use ro upas folgadas, confortáveis.
Esta é uma meditação na q ual você tem q ue estar
continuamente alerta, cônscio, atento, a tudo q ue você fizer.
Permaneça uma testem unha. N ão se perca. E nq uanto você está
respirando você pode esquecer. V ocê pode se tornar um com a
respiração de tal maneira q ue você se esq uece da testem unha. E ntão
você perde o ponto.
Respire tão rápido q uanto possí vel, tão profundo q uanto
possí vel, ponha toda sua energia nisso, mas permaneça uma
testem unha. O bserve o q ue está acontecendo como se você fosse
apenas um espectador, como se a coisa toda estivesse ocorrendo
com outra pessoa, como se a coisa toda estivesse acontecendo no
corpo e a consciência está apenas centrada e observando.

194
Esse testem unhar tem q ue acom panhar todos os três estágios.
E q uando t udo pára, no q uarto estágio você fica com pletamente
inati vo, congelado, então essa atenção chegará ao se u pico.

Primeiro Estágio: 10 minutos


Respire rap idamente pelo nariz,
concentrando-se na exalação. O corpo
cuidará da inalação. Faça isso tão rápido
e tão firmemente q uanto possí vel;
continue até q ue você literalmente se
torne a respiração. Use os movimentos
nat urais do corpo para lhe ajudar a
estrut urar sua energia. Sinta sua energia
se firmando, mas não amoleça d urante
esse primeiro estágio.

Segundo Estágio: 10 minutos


Exploda! Exp resse t udo q ue p recisa ser
jogado fora. Fiq ue totalmente lo uco. G rite,
berre, chore, salte, sacuda, dance, cante, ria;
jogue-se para os la dos. N ão segure nada,
mantenha todo se u corpo em movimento.
Representar um po uco no p rincíp io ajuda.
N ão permita q ue sua mente interfira com o
q ue está acontecen do. Seja total, de todo
coração.

195
Terceiro Estágio: 10 minutos
Com os braços erg uidos, salte seg uidamente
gritando o mantra , H U U, H U U, H U U, tão
forte e profundamente q uanto possível. Ca da
vez q ue se us pés tocarem o chão, deixe o
som do mantra martelar forte no seu centro
sexual. D ê tudo q ue p uder, não seg ure nada.

Quarto Estágio: 15 minutos


Pare! Congele onde q uer q ue você esteja,
na posição q ue você esti ver. N ão ajeite se u
corpo de maneira nenh uma. U ma tossida,
um mo vimento, qualq uer coisa dissipará o
fluxo da energia e o esforço estará perdido.
Seja uma testem unha a t udo q ue aconteça
com você.

Quinto Estágio: 15 minutos


Celebre atra vés da dança, expressando
sua gratidão para com o todo. Carreg ue
sua felicidade com você pelo resto do dia.
Se você não pode fazer barulho onde
você está meditando, há uma maneira
alternati va: A o invés de lançar os sons
para fora, deixe q ue a catarse do seg undo
estágio aconteça inteiramente atra vés dos
movimentos do corpo. N o terceiro
estágio, o som U U U, pode ser martelado
silenciosamente por dentro.
196
2. Meditação Kundalini

Esta meditação d ura uma hora e tem q uatro estágios, três


com m úsica e o último sem m úsica. A K undalini at ua como um
banho energético, sacudindo sua vemente você libera se u dia e fica
refresca do e tranq üilo.

Primeiro Estágio: 15 minutos


Solte-se e deixe se u corpo todo chacoalhar,
sentindo a energia vindo de se us pés.
M ovimente-se e torne-se o chacoalhar.
Se us olhos podem ficar abertos o u
fechados. Permita o chacoalhar, não fiq ue
de pé em silêncio, sinta a energia
chegando e q uando se u corpo começar a tre mer, coopere, mas não
seja o fazedor. D esfrute disso, alegre-se com isso, permita, receba,
dê boas vindas, mas não deseje isso.
Se você forçar, isso se torna um exercício, um exercício físico,
corporal. E ntão o chacoalhar estará lá, mas apenas na superfície; ele
não penetrará em você. V ocê irá permanecer sólido como uma rocha
por dentro. V ocê irá permanecer o manip ula dor, o fazedor e o corpo
estará apenas seg uindo. O corpo não é o problema, você é o
problema.
Q uando digo sacuda, esto u falando de sua solidez, se u ser
end urecido deve sacudir até as f undações para q ue se torne líq uido,
fluido, derretido. E quando se u ser end urecido se tornar líq uido,
se u corpo seg uirá. A ssim não há nenhum tremer, apenas tremor.
Portanto ning uém está fazendo isso, está sim plesmente
acontecendo. A ssim o fazedor não é.

197
Segundo Estágio: 15 minutos
D ance, da maneira q ue você sentir,
deixe q ue todo seu corpo se movimente
como quiser. N ovamente se us olhos
podem permanecer abertos ou
fechados.

Terceiro Estágio: 15 minutos


Feche se us olhos e relaxe, sentado o u
de pé, observando, testem unhando,
tudo q ue acontece dentro e fora de
você.

Quarto Estágio: 15 minutos


Com os olhos fechados, deite-se e
relaxe.

198
3. Meditação Nataraj

Esta é uma meditação dançante de 65 minutos de d uração em


três estágios, com m úsica especificamente cria da para ela.
D esaparecendo na dança, relaxando no silêncio e na
tranq üilida de, é a rota interior para este método.
Esq ueça do dançarino, o centro do ego, torne-se a dança. Essa
é a meditação. D ance tão profundamente q ue você esq uece
com pletamente q ue você está dançando e comece a sentir q ue você
é a dança. A di visão tem que desaparecer, assim isso se torna uma
meditação.
Se a di visão esti ver presente, então é apenas um exercício,
agradá vel, saudá vel, mas não pode ser tido como espirit ual. É
apenas uma sim p les dança. A dança é boa em si mesma; até onde
for, ela é boa. A pós isso, você se sentirá refrescado, jovem. M as isso
ainda não é meditação. O dançarino tem q ue ir, até q ue somente a
dança permaneça; não fiq ue de pé ao lado, não seja apenas um
observa dor. Participe!
E seja brincalhão. Lembre-se sem p re da palavra brincalhão;
para mim ela é m uito básica.

Primeiro Estágio: 40 minutos


Com os olhos fechados, dance como q ue
possuído. D eixe se u inconsciente assum ir
o controle totalmente. N ão controle se us
movimentos nem seja uma testem unha
para o que está acontecendo. A penas seja
total na dança.

199
Segundo estágio: 20 minutos
M antendo os olhos fechados, deite-se
imediatamente. Fiq ue em silêncio e
relaxa do.

Terceiro Estágio: 5 minutos


Celebre dançando e deleite-se.

4. Meditação Nadabrahma

A meditação N adabrahma d ura uma hora e te m três estágios.


É um método sentado, no qual o gemer e os movimentos das mãos
criam um eq uilíbrio interior, uma harmonia entre a mente e o corpo.
A deq uada para q ualq uer hora do dia, tenha o estômago vazio e
depois, permaneça inati vo por pelo menos q uinze m inutos.
Portanto na N adabrahma, lembre-se disto: deixe o corpo e a mente
ficar totalmente juntos, mas lembre-se q ue você tem que se tornar
uma testem unha. Caia fora do corpo e da mente, lentamente
sua vemente, pela porta dos fundos, sem nenhuma luta, nenhum
conflito. Eles estão bebendo – você dá o fora e os observa do lado de
fora.

200
Primeiro Estágio: 30 minutos
Sente-se numa posição relaxada com olhos
fechados e lábios colados, comece a gemer
alto o suficiente para ser o uvido por outros
ao se u redor. Isso irá criar uma vibração
pelo corpo todo. Você pode visualizar u m
tubo oco ou um vaso vaz io, preenchido
apenas com as vibrações dos gem idos. C hegará um ponto em q ue o
som continua por si mesmo e você se torna o ouvinte. N ão existe
nenhuma resp iração especial e você pode alterar o tom ou mover o
corpo um po uq uinho, de maneira sua ve, se sentir q ue gosta disso.

Segundo Estágio: 15 minutos


O seg undo estágio é di vidido em d uas
seções de 7 minutos e meio. N a primeira
metade mova as mãos, com as palmas
para cima, num mo vimento circular para
fora. Começando no umbigo, ambas as
mãos se movem para frente e então se
di videm para fazer dois grandes círculos opostos, para a esq uerda e
para a direita. Os movimentos de vem ser tão lentos q ue, às vezes,
parece não existir nenhum movimento. Sinta q ue você está dando
energia na direção externa, para o uni verso. D epois de 7 m inutos e
meio vire as mãos, palmas para baixo, e comece a movê-las na
direção oposta. A gora as mãos irão em direção ao umbigo e se
afastam externamente para os lados do corpo. Sinta q ue está
recebendo energia para dentro. A ssim como no primeiro estágio,
não iniba q ualq uer movimento lento e sua ve do restante do corpo.
201
Terceiro Estágio: 15 minutos.
Sente-se absolutamente q uieto e tranq uilo.

5. Meditação Gourishankar

Esta técnica not urna consiste de q uatro estágios de q uinze


minutos ca da. Os p rimeiros dois estágios são uma p reparação para
um Latihan espontâneo do terceiro estágio. Se a respiração for feita
corretamente no primeiro estágio, o dióxido de carbono formado na
corrente sang uínea fará você se sentir tão alto q uanto o G urishankar
(M onte E verest).

Primeiro Estágio: 15 minutos.


Sente-se com os olhos fechados. Resp ire
prof undamente pelo nariz, enchendo os
p ulmões. Seg ure a resp iração tanto tem po
q uanto possível, então exale sua vemente
pela boca e mantenha os p ulmões vaz ios
por tanto tem po quanto for possível.
Continue esta resp iração por todo este
estágio.

202
Segundo Estágio: 15 minutos.
Retorne a respiração normal e contem ple
sua vemente a chama da vela o u uma l uz
az ul cintilante. M antenha se u corpo
q uieto.

Terceiro Estágio: 15 minutos.


Com os olhos fechados, fiq ue de pé e deixe
se u corpo solto e receptivo. Permita se u
corpo mover-se sua vemente para onde ele
q uiser. N ão faça o movimento, apenas deixe
q ue ele aconteça gentil e graciosamente.

Quarto Estágio: 15 minutos


D eite-se com os olhos fecha dos, silencioso e
q uieto.

203
6. Meditação Mandala

Esta é o utra técnica poderosa q ue gera um círculo de energia,


resultando num centramento nat ural. São q uatro estágios de 15
minutos cada.

Primeiro Estágio: 15 minutos.


Com os olhos abertos corra sem sair do
lugar, comece de vagar e gra d ualmente,
vá cada vez mais ráp ido. Ele ve se us
joelhos tanto quanto possível. Respirando
prof unda e uniformemente irá
movimentar a energia interior. Esq ueça a
mente e o corpo. Continue indo...

Segundo Estágio: 15 minutos.


Sente-se com os olhos fecha dos e a boca
aberta e relaxa da. G ire sua vemente se u
corpo a partir da cint ura como uma haste
balançando ao vento. Sinta o vento lhe
balançando de um la do para o outro,
para frente e para trás. Isso g uiará sua energia desperta para o
centro do umbigo.

Terceiro Estágio: 15 minutos.


D eite-se de costas, com os olhos abertos e
a cabeça imó vel, movimente os olhos no
sentido horário. D eixe se us olhos
girarem totalmente em suas órbitas,
como se você estivesse seg uindo um
204
grande relógio, tão rápido q uanto possível. É im portante q ue a boca
permaneça aberta e a mandíb ula relaxa da com uma resp iração
sua ve e uniforme. Isso irá trazer as energias centra das para o
terceiro olho.

Quarto Estágio:
15 minutos Feche se us olhos e fiq ue q uieto.

7. Meditação Whirling

" O G iro Sufi é uma das técnicas mais antigas, uma das mais
vigorosas. Ela é tão prof unda q ue mesmo u ma sim ples experiência
pode lhe tornar totalmente diferente. G ire com os olhos abertos,
assim como as crianças peq uenas giram, co mo se se u ser interior
tivesse se torna do um centro e todo se u corpo fosse como uma roda,
movendo-se, como um torno de oleiro, movendo-se. V ocê está no
centro, mas o corpo todo está se movendo."

Primeiro Estágio: 45 minutos


M antenha se us olhos abertos e sinta o
ponto central de se u corpo. Levante os
braços até a altura dos ombros, com a
palma da mão direita para cima e a palma
da mão esq uerda para baixo. Comece a
girar em torno de se u p róprio eixo. D eixe
se u corpo ficar sua ve. Comece lentamente e

205
após 15 minutos, vá girando gra d ualmente cada vez mais ráp ido.
V ocê se torna um vórtice de energia – na periferia uma tem pestade
de movimento, mas a testem unha no centro silenciosa e tranq üila.

Segundo Estágio: 15 minutos


D eixe se u corpo cair no chão q uando a
m úsica parar. (isso pode acontecer antes).
V ire-se e fiq ue de costas sobre se u
estômago imediatamente para q ue se u
umbigo fiq ue em contato com a terra.
Sinta se u corpo mist urando-se com a terra. M antenha se us olhos
fechados e permaneça passi vo e silencioso.

8. Meditação “No Dimensions”

Este é um método poderoso para centrar nossa energia no


H ara – a área exatamente abaixo do umbigo. Ela está baseada numa
técnica Sufi de movimentos para a conscientização e integração do
corpo. Por ser uma meditação Sufi, esta é li vre e não-séria. D e fato
ela é tão não-séria q ue você pode até mesmo sorrir enq uanto a
pratica. Esta é uma meditação de três estágios com uma hora de
d uração. D urante os primeiros dois estágio os olhos permanece m
abertos, mas não focados em coisa alg um a. D urante o terceiro
estágio os olhos ficam fecha dos. A m úsica, cria da especificamente
para essa meditação, começa lentamente e vai grad ualmente ficando
cada vez mais ráp ida como uma força enaltecedora.

206
Primeiro estágio: M O VIMENTOS SUFI
- 30 minutos.
U ma dança contínua num conjunto de
seis mo vimentos. Com os olhos abertos,
fiq ue de pé n um lugar e coloq ue a mão
esq uerda sobre o coração e a direita
sobre o hara. Fiq ue q uieto por alg uns
momentos apenas ouvindo a m úsica
para ficar centra do. Esse estágio da
meditação inicia lentamente e aumenta
em intensidade. Se você esti ver fazendo-
a juntamente com o utros, você pode sair
fora da sincronicida de com os o utros e
achar q ue você comete u um erro. Q uando isso acontecer, apenas
pare, veja onde os o utros estão, e depois retorne para o mesmo
ritmo e tem po como todos. Q uando o sino tocar, comece a seq üência
como descrita abaixo. Os movimentos procedem sem pre do centro,
ou do hara, usando a m úsica para manter o ritmo correto. Os
q ua dris e os olhos acom panham a direção do movimento da mão.
Use movimentos graciosos num fluxo contínuo. Sons “Shoo” em
voz alta são emitidos a partir da garganta em sincronicida de com os
sons da gra vação. Repita essa seq üência de seis movimentos
continuamente por 30 minutos.

A seqüência:

1) Ponha as costas das mãos juntas apontando para baixo


sobre o hara. Inalando pelo nariz, traga as mãos até o coração e
encha-as de amor. Exalando, faça o som “Shoo” com a garganta e
envie para o m undo. A o mesmo tem po mova o braço direito (com
os dedos estendidos e a palma para baixo) e o pé direito adiante, e
mova a mão esquerda de volta para o hara. Retorne a posição
original com ambas as mãos sobre o hara.

207
2)Repita esse movimento com o braço e o pé esquerdo.
Retorne a posição original com ambas as mãos sobre o hara.
3)Repita esse movimento com o braço e o pé direito, virando-
se lateralmente à direita. Retorne a posição original com ambas as
mãos sobre o hara.
4)Repita esse movimento com o braço e o pé esquerdo,
virando-se lateralmente à esq uerda. Retorne a posição original com
ambas as mãos sobre o hara.
5)Repita esse movimento com o braço e o pé direito, virando-
se diretamente para trás pelo lado direito. Retorne a posição original
com ambas as mãos sobre o hara.
6)Repita esse movimento com o braço e o pé esque rdo,
virando-se diretamente para trás pelo lado esq uerdo. Retorne a
posição original com ambas as mãos sobre o hara. Esse estágio
termina q uando a m úsica pára. O seg undo estágio começa com uma
no va m úsica.

Segundo estágio: GIRA N D O por 15


minutos.
Comece colocando o de do do pé direito
sobre o dedo do pé esquerdo. Cruze os
braços sobre seu peito e abrace a si mesmo.
Sinta amor por você mesmo. Q uando a
m úsica começar curve-se para a existência
por esta ter lhe trazido aq ui para essa
meditação. Q uando o ritmo da m úsica
m udar, comece girando para o lado
esq uerdo ou para o direito, o que for
melhor para você. Se você girar para a
direita ponha o pé e o braço direito à
direita e o braço esq uerdo na direção oposta. Q uando você começa a
girar você pode m udar suas mãos para q ualq uer posição q ue lhe
208
pareça boa. Se você não tiver girado antes, então vá bem de vagar a
princíp io e uma vez q ue sua mente e corpo ficam aclimatados aos
movimentos o corpo irá nat uralmente mais rápido. N ão force a si
mesmo a ir logo mais rápido. Se você ficar tonto ou sentir q ue é
demais para você, você pode parar sem p roblemas e ficar de pé o u
sentar-se. Para finalizar o giro, pare e cruze os braços sobre o peito e
coração.

Terceiro estágio: 15 minutos de


SILÊNCIO
D eite-se sobre a barriga com os olhos
fechados. D eixe suas pernas abertas e não
cruza das para perm itir toda a energia q ue
você acum ulo u fluir atra vés de você. N ão há na da a fazer senão
apenas ficar com você mesmo. Se for desconfortável deitar-se sobre
sua barriga, deite-se de costas. U m gongo indicará o final da
meditação.

9. GIBBERISH E DEIXAR IR

G ibberish é para li vrar-se da mente ati va, silêncio para li vrar-


se da mente inati va e deixar ir é para penetrar no transcendental.
Esta pequena e di vertida me ditação acontece no final de alg uns
discursos de Osho. E m po ucos momentos você pode jogar fora as
tensões mentais e mover-se para se u centro da consciência.

Primeiro Estágio: Gibberish


Sentado, feche se us olhos e comece a emitir
sons sem sentido; qualq uer som ou pala vras,
contanto que elas não façam nenhum
209
sentido. Basta falar alg uma líng ua q ue você não conheça! Permita-se
exp ressar o q ue q uer q ue necessite ser exp resso dentro de você.
Jogue t udo fora. A mente sem pre pensa e m termos de palavras.
G ibberish ajuda a q uebrar esse pa drão de verbalização contínua.
Sem rep rim ir se us pensamentos, você pode jogá-los fora. D eixe se u
corpo ser do mesmo modo expressi vo.

Segundo Estágio: Indo para Dentro


A pós alg uns minutos de G ibberish, acontece
uma batida de tambor, nesse ponto o
G ibberish cessa. E ntão a voz de Osho g uia o
ouvinte para um espaço de prof undo
silêncio, q uiet ude e relaxamento dizendo,
por exem plo: fiq ue em silêncio, feche se us
olhos... N enhum mo vimento de corpo, sinta-
se congela do. V á para dentro, cada vez mais
prof undamente, exatamente como uma flecha. Penetre todas as
camadas até atingir o centro de sua existência.

Terceiro Estágio: Deixar-Ir


O utra batida do tambor e, sem
preparação, permita-se cair “como um
saco de arroz ”, assim você ficar
deitado de costas, totalmente quieto e
relaxa do, enq uanto você está sendo g uia do ainda mais
prof undamente para uma q uiet ude silenciosa.

Quarto Estágio: Voltando


N a batida final do tambor, a voz de Osho lhe
g uia de volta para a posição sentada, lhe
lembrando de trazer o vislumbre da consciência

210
silenciosa q ue a gente possa ter tido nas atividades diárias.
Lembre-se, o primeiro passo da meditação é G ibberish. O
G ibberish sim plesmente significa jogar fora sua maluq uice, q ue
ainda está lá na mente, em pilhada por séculos. Q uando você as joga
fora, você se descobrirá tornando-se lum inoso, tornando-se mais
vi vo, apenas em dois minutos.
V ocê se surp reenderá q uando N i vedano (o baterista) der sua
seg unda batida, para entrar no silêncio, você entra em silêncio tão
prof undamente como nunca antes. Somente aq ueles dois minutos
lim param o caminho. N a verdade nesses dois minutos, se você
p user toda sua energia... Q uanto mais energia você põe nisso, mais
prof undo é o silêncio q ue seg ue.
Q ualq uer criança pode fazer G ibberish, não precisa de
nenhum treino. D esde o primeiro momento você já está quase
treinado. G ibberish não precisa de nenhum treino, nem o dar risa da
precisa de nenh um treino. Se você p uder fazer G ibberish você estará
lim pando sua mente de todos os tipos de poeira q ue vai se
acum ulando. E q uando a mente fica silenciosa... N ão há o utro lugar
para ir senão para dentro. Todas as estradas são esquecidas; resta
apenas um tráfego de mão única.
A penas por um dia o u dois, você hesita e m ir m uito para
dentro. Q uem sabe se você será capaz o u não de retornar? É um
exercício brincalhão, divertido. N ão há na da com o que se
preocupar, você pode ir tão fundo q uanto queira. N ão conhecendo a
líng ua chinesa, mas falando C hinês, não sabendo o q ue eles estão
dizendo, mas dizendo-o m uito enfaticamente, não se im portando
absolutamente com q uem está escutando... N ing uém está
escutando, portanto você pode dizer q ualq uer coisa q ue você
q ueira, você não vai ofender ning uém. N ão há ning uém a não ser
você.
Isso lhe tornará mais saudá vel como nunca antes, porq ue
você jogou fora tanto lixo q ue estava g uardan do. V ocê acha q ue se u
G ibberish está vindo do céu? V ocê está carregando todo esse
211
ent ulho, jogue-o fora! A penas faça isso totalmente,
ent usiasticamente. N ão se im porte se é Á rabe ou H ebre u o u C hinês;
você pode falar q ualq uer líng ua q ue você não conheça. A penas e vite
a líng ua q ue você conhece, porq ue a líng ua q ue você conhece não
trará sua bobagem para fora, ela será m uito gramática. O
significado não é absolutamente um im perati vo. Somente por dois
minutos dê uma oport unida de à sua existência de ser sem
significado. E você ficará imensamente chocado de saber q ue em
apenas dois m inutos você se torna tão leve, tão preparado para
merg ulhar no silêncio.

212
O U TR OS M É T O D OS

M editações Para Pessoas M uito


Ocupadas

1. Saiba Que Só Consciência Existe


Se você penetrar no se u corpo, três
camadas estão lá: bem na superfície
está se u corpo. O corpo parece
material, mas bem no f undo estão as
correntes da vida, p rana, a energia
vital. Sem essa energia vital se u
corpo seria somente um cadá ver. Ele
está vi vo, com alg uma coisa fluindo
nele. Esse fluir 'alg uma coisa' é
energia. M ais p rof undamente,
porém, ainda mais f undo, você fica
cônscio, você pode testem unhar. V ocê pode testem unhar tanto se u
corpo quanto sua energia vital. Esse testem unhar é sua consciência.
Toda existência possui três camadas. A mais prof unda é a
consciência testem unha. N o meio está a energia vital e bem na
superfície está a matéria, o corpo material.
Essa técnica diz: essa consciência existe em cada ser, e na da
mais existe. O q ue você é? Q ue m é você? Se você fechar se us olhos e
tentar descobrir q uem você é, no final você está destina do a chegar
à conclusão de q ue você é consciência.
Essa consciência existe em cada ser, e na da mais existe. V i va
com essa noção. Seja sensí vel a isso e onde q uer q ue você vá, mova-
se com essa mente e esse coração – que t udo é consciência e nada
mais existe. M ais cedo ou mais tarde, o m undo m udará sua face.
Cedo o u tarde, objetos desaparecem e pessoas começam a aparecer
213
em toda parte. Cedo ou tarde, o m undo inteiro estará subitamente
ilum ina do e você saberá q ue você estava vi vendo num m undo de
coisas mortas apenas por causa da sua insensibilidade. D o contrário
tudo está vi vo – não somente vi vo, tudo está consciente.

2. Mude Seu Foco Para os Intervalos


B ud d ha cost uma va dizer q ue
q uando um pensamento surgir,
perceba q ue um pensamento está
surgindo. A penas dentro, perceba-o:
agora um pensamento está surgindo,
agora um pensamento surgiu, agora
um pensamento está desaparecendo.
A penas lembre q ue agora o
pensamento está surgindo, agora o
pensamento surgiu, agora o
pensamento está desaparecendo,
para q ue você não fiq ue identifica do com eles.
Isso é m uito bonito e bem sim ples. U m desejo surge. V ocê
está caminhando pela rua; um belo carro passa. V ocê olha p ra ele –
e você nem mesmo olho u e o desejo de possuí-lo aparece. Faça isso.
N o princípio apenas verbalize; apenas diga lentamente, “E u vi um
carro. É belo. A gora surgiu um desejo de possuí-lo“. Basta
verbalizar.
N o princípio isso é bom; se você p uder dizer isso em voz alta,
isso é m uito bom. Fale em voz alta, " Estou apenas percebendo q ue
um carro passou, a mente disse q ue ele era m uito belo, e agora o
desejo surgiu e preciso possuir esse carro ". Verbalize t udo, fale alto
para si mesmo e imediatamente você irá sentir q ue você é diferente
disso. Perceba-o.
Q uando você se tornar eficiente em perceber, não há
nenhuma necessida de de falar em voz alta. A penas dentro, perceba
214
q ue surgiu um desejo. U ma linda m ulher passa; o desejo veio junto.
A penas perceba-o – como se você não estivesse preocupa do, você
está só percebendo o fato que está acontecendo – e assim, de repente
você estará fora dele.
B ud d ha diz: “Perceba o q ue q uer q ue aconteça. A penas
continue percebendo, e quando isso desaparecer, no vamente
perceba agora q ue o desejo desaparece u, e você irá sentir uma
distância do desejo, do pensamento.
E se você p uder considerar q ue um desejo surgiu e um desejo
se foi e você fico u no intervalo e o desejo não lhe pert urbo u… ele
veio, ele foi. Ele estava aí, e agora não está mais, e você perm anece u
im pert urbá vel, você permanece u como você era antes. N ão ho uve
nenhuma m udança em você. Isso chegou e passou como uma
sombra. Isso não lhe tocou, você permanece u tranq üilo.
Considere esse movimento do desejo e do pensamento, mas
nenhum mo vimento em você. Considere e dissolva-se na beleza. E
esse intervalo é belo. D issolva-se nesse intervalo. Caia no intervalo e
seja o intervalo. Essa é a experiência mais prof unda da beleza. E não
só da beleza, mas do bem e da verda de também. N o intervalo você
é.

3. Imagine-se Correndo
“ Q uando você está correndo sua
respiração fica nat uralmente m uito
prof unda e isso começa a massagear o
H ara – o qual é de fato o centro de onde
a energia meditati va é libera da”.

E q uando você está correndo você


está lançando todo o dióxido de carbono
para fora de se us p ulmões. O dióxido de carbono torna as pessoas
tristes, mortas, bloquea das; ele faz bem as árvores, mas é m uito
danoso para o homem. Q uando você está correndo... seus p ulmões
215
ficam cheios de oxigênio... e isso p urifica o sang ue, o oxigênio
p urifica todo o sistema.

Correndo contra o vento é uma sit uação perfeita. É uma


dança dos elementos. E enq uanto correndo você não pode pensar;
se você esti ver pensando você não está correndo corretamente.
Q uando você está correndo totalmente, o pensar cessa. V ocê fica tão
ligado a terra, a cabeça não f unciona mais. O corpo entra em tal
ativida de q ue não sobra nenhuma energia para a cabeça continuar e
continuar; cessa o pensar. E nesses momentos de não-pensar, sua
existência é p ura, você sim plesmente é – você não sabe quem.

A ntes q ue possamos nos ele var as alt uras e alcançar o


sup remo teremos q ue nos tornar autênticos, tão autênticos q uanto
possí vel. A tra vés do correr essa autenticida de acontece. À s vezes
você pode tentar uma técnica...

D eite-se na sua cama e imagine q ue você está correndo.


Imagine a cena toda: as árvores e o vento, o sol, a praia inteira, o ar
salgado... Imagine t udo: visualize isso e torne a cena tão colorida
q uanto possível. Relembre alg uma manhã que você mais gostou –
correndo pela p raia, numa floresta – e comece a correr na
imaginação.

V ocê irá descobrir q ue sua resp iração está m udando.


Continue correndo. V ocê pode fazer isso por milhas, por horas.
V ocê ficará surp reso q ue mesmo fazendo isso na cama, você irá
alcançar àq ueles momentos novamente quando subitamente a
meditação acontece. " E ntão se algum dia por alg uma razão você não
p uder correr – você está doente o u a sit uação não permite correr, o u
não dá para correr na cida de – você pode fazer isso e você irá
alcançar os mesmos momentos".

216
4. Centramento no Hara
Concentre a energia no H ara, no ponto
d uas polegadas abaixo do umbigo.
Esse é o centro de onde a pessoa entra
na vida e esse é o centro de onde a
pessoa morre e sai da vida. E ntão esse é
centro de contato entre o corpo e a
alma. Se você sentir uma espécie de
oscilação esq uerda o u direita e se não
so uber onde fica se u centro, isso
sim plesmente mostra q ue você não está mais em contato com se u
H ara, então você precisa criar esse contato.

Quando:
D urante a noite, q uando você for dorm ir/p rimeira coisa pela
manhã.
Duração:
5-10 minutos.
Primeiro passo: Localize o H ara
D eite-se na cama e coloq ue ambas as mãos d uas polegadas
abaixo do umbigo e pressione um po uco.
Passo 2: Respire F undo!
Comece a respirar, respiração prof unda. V ocê irá sentir esse
centro subindo e descendo com a resp iração. Sinta toda sua energia
lá como se você estivesse encolhendo e encolhendo e encolhendo e
você está só existindo lá como um peq ueno centro, energia bem
concentrada.
Passo 3: Centrado enq uanto você dorme!
A dormeça fazendo isso – isso irá ajudar. E ntão por toda a
noite esse centramento persiste. D e novo e de no vo o inconsciente
vai e se centra lá. A ssim por toda a noite sem se u conhecimento,
você estará de m uitas maneiras em prof undo contato com o centro.
217
Passo 4: Reconecte-se com o H ara
Pela manhã, na hora q ue você sentir q ue o sono se foi, não
abra logo seus olhos. N ovamente ponha suas mãos lá, pressione um
pouco, comece a respirar; de no vo sinta o H ara. Faça isso por 5-10
minutos e então levante-se.

Faça isso cada noite, cada manhã. D entro de três meses você
começará a se sentir centrado.

É m uito im portante ter um centramento senão a pessoa se


sente fragmentada; assim a pessoa não fica unida. A pessoa é
somente como um serrote – só fragmentos e não uma gestalt, não
um todo. É uma forma ruim, porq ue sem u m centro um homem
pode ir se arrastando, mas não pode amar. Sem um centro você
pode continuar fazendo coisas rotineiras e m sua vida, mas você
nunca pode ser criati vo. V ocê irá vi ver no m ínimo. O máx imo não
será possí vel para você. Só pelo centramento a pessoa vi ve ao
máximo, no zênite, no pico, no clímax e esse é o único vi ver, uma
vida real.

Por exem p lo, ha verá menos pensar porq ue a energia não se


moverá para a cabeça, ela irá para o H ara. Q uanto mais você pensar
no H ara, mais você se concentra lá, mais você achará uma disciplina
surgindo em você. Isso vem nat uralmente, não precisa ser forçado.

Q uanto mais você fica cônscio do H ara, menos receio você


terá da vida e da morte – porq ue esse é o centro da vida e da morte.
U ma vez q ue você fica harmonizado com o centro do H ara, você
pode vi ver corajosamente. Surge uma coragem daí: menos pensar,
mais silêncio, menos momentos descontrola dos, discip lina nat ural,
coragem e enraizamento, um f undamento.

218
A A rte de Escutar
A arte da meditação é a arte de escutar com o se u ser total.
"Se aprendermos como escutar corretamente teremos
aprendido o segredo mais profundo da meditação".
A função principal dos discursos ou das meditações em
gra vação é a de fornecer um cam inho facilmente acessí vel para
aprender essa A rte de Escutar. U ma oport unidade de experienciar o
silêncio sem nenh um esforço, a cha ve para trazer uma consciência
afiada para sua vida diária.
Se você q uiser o uvir sossegado em casa, ou enq uanto viaja
para o trabalho, ou sentado no parq ue, a meditação nunca foi tão
sim ples, ou tão am plamente disponí vel para q ualq uer pessoa, em
q ualq uer lugar.
U ma vez escolhido o discurso ou a meditação em gravação,
relaxe confortavelmente e, a se u próprio tem po, deixe q ue se us
olhos se fechem.

O propósito dos discursos ou das meditações em gravação:


Estas orientações sobre o discurso são do próprio Osho.

D o jeito q ue e u falo é um po uco estranho. N enhum ora dor no


m undo fala como e u. Tecnicamente pode estar erra do; le va q uase o
dobro do tem po! M as aq ueles oradores têm um propósito diferente.
M e u propósito é absolutamente diferente do deles. Eles discursam
porq ue foram p reparados para isso; eles estão sim plesmente
repetindo algo q ue ensaiaram. E m seg undo lugar, eles estão
discursando para im por uma certa ideologia, uma certa idéia sobre
vocês. E m terceiro, para eles discursar é uma arte; eles continuam
refinando-a.

219
N o que me diz respeito, não so u o q ue eles chamam de
falador o u um ora dor. Para m im isso não é uma arte o u uma
técnica; tecnicamente e u continuo p iorando a cada dia! M as nossos
propósitos são totalmente diferentes. N ão q uero im pressionar vocês
a fim de manip ulá-los. N ão falo para alcançar alg uma meta através
da q ual convencê-los. N ão falo para convertê-los em um C ristão, em
um H ind u o u em um M aometano, em um Teísta ou A teísta. Isso
não me interessa.
M e u discurso é realmente um dos me us expedientes para a
meditação. O falar nunca tinha sido usado dessa maneira: E u falo
não para lhe dar uma mensagem, mas para sua mente parar de
f uncionar.
D iscurso sem preparar na da. E u mesmo não sei q ual será a
próxima pala vra; cont udo nunca cometo nenhum engano. A gente
se engana q uando se prepara. N unca esq ueço de na da, porq ue a
gente esq uece q uando a gente fica relembrando. D essa forma, falo
com uma liberdade q ue tal vez ning uém nunca tenha falado antes.
N ão estou p reocupa do se estou sendo consistente, porq ue
este não é o propósito. A lguém q ue deseja convencê-los e manip ulá-
los através desse discurso tem q ue ser consistente, tem q ue ser
lógico, tem que ser racional, para sobrep ujar sua razão. Ele quer
dominar atra vés das pala vras.
M e u p ropósito é tão único: Estou usando palavras para criar
intervalos de silêncio. A s pala vras não são im portantes, portanto
posso dizer q ualq uer coisa contra ditória, q ualq uer coisa absurda,
q ualq uer coisa desconexa, porq ue me u p ropósito é somente criar.
A s pala vras são secundárias; os silêncios entre as pala vras são
prioritários. Isso é sim p lesmente um truq ue para lhe dar um
vislumbre da meditação. E uma vez q ue você saiba q ue isso lhe é
possí vel, você foi longe em direção de se u pró prio ser.
A maioria das pessoas no m undo não acha q ue seja possível à
mente ficar em silêncio. E por acharem q ue isso não é possí vel, eles
nunca tentam. Como dar às pessoas um sabor da meditação foi
220
minha razão básica para falar, assim posso continuar falando
eternamente; não im porta o q ue esto u dizendo. T udo q ue im porta é
q ue do u a vocês alg umas oport unida des para ficare m silenciosos, o
q ue vocês acham difícil de conseg uir por si mesmos no princíp io.
N ão posso forçar vocês a serem silenciosos, mas posso criar
um expediente pelo qual vocês espontaneamente tendem a ficar em
silêncio. Estou falando, e no meio de uma sentença, q uando vocês
estão esperando q ue o utra pala vra venha, na da acontece senão um
intervalo silencioso. Sua mente estava observando para o uvir e
esperando por algo para seguir e não q uer perdê-lo; nat uralmente
ela fica em silêncio. O q ue a pobre mente pode fazer? Se fosse bem
conhecido em q uais pontos e u farei silêncio, se fosse declara do a
vocês q ue em tal e tal ponto e u ficarei em silêncio, então vocês
poderiam conseg uir pensar, vocês não ficariam em silêncio. A ssim
vocês saberiam: esse é o ponto onde ele vai ficar e m silêncio: agora
posso tagarelar um po uco comigo mesmo. M as de vido a q ue isso
chega absolutamente de repente... E u mesmo não sei por q ue paro
em certos pontos.
U ma coisa dessas, com q ualq uer ora dor no m undo, será
condena do, porq ue um ora dor parando repetidas vezes significa
q ue ele não está bem preparado, que ele não fez o dever de casa.
Isso significa q ue sua memória não é confiá vel, q ue ele, às vezes,
não pode encontrar q ue pala vra usar. M as como isso não é oratória,
não estou preocupado com as pessoas que estarão me condenando.
Estou p reocupa do com vocês.
Isso não é apenas aq ui e agora, mas bem distante, em
q ualq uer l ugar do m undo onde as pessoas estarão escutando o
vídeo o u o áudio, eles cairão no mesmo silêncio. M e u propósito não
é convencer vocês, me u p ropósito é dar a vocês um sabor
verda deiro para q ue vocês se tornem confiantes de q ue a meditação
não é uma ficção, de q ue o estado de não-mente não é somente uma
idéia filosófica, q ue é uma realidade; q ue vocês são capazes disso, e
q ue não precisa de q uaisq uer q ualificações especiais.
221
Comigo, ficar em silêncio é mais fácil por ca usa de uma o utra
razão. E u so u silencioso; mesmo quando estou falando, sou
silencioso. M e u ser interior não está absolutamente envol vido. O
q ue esto u dizendo a vocês não é um dist úrbio o u um fardo o u uma
tensão para mim; estou tão relaxado q uanto posso estar. Falando ou
não falando não faz nenhuma diferença para mim.
N aturalmente, esse tipo de estado é infeccioso. D evido a q ue
não posso continuar falando o dia todo para mantê-los e m
momentos meditativos, quero q ue vocês sejam responsá veis.
A ceitar q ue vocês são capazes de ficar e m silêncio lhes
ajudará q uando vocês esti verem me ditando sozinhos. Conhecer sua
capacidade... E a gente só conhece nossa capacidade q uando a
experienciamos. N ão há outra maneira.
N ão me façam totalmente responsá vel pelo se u silêncio,
porq ue isso irá criar uma dificulda de para vocês. Sozinhos, o que
vocês irão fazer? E ntão isso se torna um tipo de vício e não q uero
q ue vocês se tornem vicia dos em mim. N ão q uero ser uma droga
para vocês.
Q uero q ue vocês sejam independentes e confiantes de q ue
vocês podem alcançar estes momentos preciosos por si mesmos.
Se vocês p uderem alcançá-los comigo, não há razão porq ue
vocês não podem alcançá-los sem m im, porq ue não so u a causa.
V ocês precisam com preender o q ue está acontecendo: M e
escutando, vocês deixam a mente de lado.
Escutar o oceano ou escutar o trovão das nuv ens o u escutar a
chu va caindo fortemente, basta pôr se u ego de lado, porq ue não há
necessidade... O oceano não irá lhe atacar, a chuva não irá lhe
atacar, as árvores não irão lhe atacar; não há necessidade de
q ualq uer defesa. Estar v ulnerá vel diante da vida como tal, para a
existência como tal, você estará conseg uindo esses momentos
continuamente. Logo isso irá se tornar sua própria vida.
O nde q uer q ue você esteja; em casa, no trabalho, o u a
caminho entre os dois; você pode usar a p resença de alg um som,
222
alg um barulho, como uma oport unida de para se mover para dentro
de um espaço de q uiet ude e silêncio interior.

P.S: N a falta dos discursos e das m editações gravadas de Osho, sugerimos para
você praticar A A rte de Escutar, o C D Relaxan do & M editando, com sete
m editações, concebido, prod u zido e interpretado por M irna G rzich. G ravadora
Eldorado.

“ O mundo é som, e vibra em proporções harmônicas. M udar a


ênfase do olhar para a audição consiste em mudar de valores masculinos
para os femininos, da análise para a síntese, do conhecimento racional para
a sabedoria intuitiva, da dominação e agressão para a não-violência e a
paz.”
Fritjof C apra.

Osho – A Fonte de Inspiração


N ós passamos a maior parte da nossa vida no m undo do
tem po, ocupa dos com lembranças do passa do e na antecipação do
f ut uro. Só raramente tocamos a dimensão atem poral do presente –
em momentos de súbita emoção estética, ou de perigo repentino, no
encontro com um amante, o u sob o im pacto do inesperado. M uito
pouca gente sai do m undo do tem po e da mente, do m undo das
suas ambições e com petitividade, e começa a vi ver no m undo do
atem poral. E entre os que conseg uem isso, apenas uns po ucos
tentaram com partilhar a experiência: Lao Tse, Buda G autama,
Bodidarma... O u mais recentemente, George G urdjieff, Ramana
M aharshi, J. K rishnam urti. Se us contem porâneos os consideraram
excêntricos o u lo ucos; depois q ue morre m são chama dos de
“filósofos” e, com o tem po, eles se tornam lendas – não mais seres
de carne e osso, porém, talvez, representações mitológicas do nosso

223
desejo coletivo de se desenvol ver para alé m da peq uenez e do
tri vial, da insignificância da nossa vida cotidiana.
Osho foi um dos q ue descobriram a porta para se vi ver na
dimensão atem poral do presente – ele se autodenomino u um
“ verda deiro existencialista” – e devoto u sua vida a provocar os
demais para q ue p rocurassem essa mesma porta, para q ue saíssem
do m undo do passado e do fut uro, e descobrissem por si mesmos o
m undo da eternidade.
Osho nasce u em K uch w ada, M ad hya Pradesh, Índia, a 11 de
dezembro de 1931. D esde a infância mais tenra foi um esp írito
rebelde e independente, insistindo em experienciar a verda de por si
mesmo, em vez de adq uirir conhecimentos e crenças da dos pelos
outros. D epois da ilum inação aos vinte e um anos, Osho com pleto u
se us est udos aca dêmicos e passo u vários anos ensinando filosofia
na U ni versida de de Jabalp ur.
N esse meio tem po, viajo u por toda a Índia dando palestras,
desafiando líderes religiosos ortodoxos em debates p úblicos,
q uestionando crenças tradicionais, e encontrando-se com pessoas de
todos os caminhos da vida. Le u extensamente t udo o q ue pôde
encontrar para am pliar sua com preensão sobre os sistemas de
crenças e a psicologia do homem contem porâneo. Pelo fim da
década de 60, Osho tinha começado a desenvol ver suas técnicas
originais de meditação dinâm ica. O home m moderno, ele diz,
encontra-se tão sobrecarregado com as tradições obsoletas do
passado e com as ansie dades da vida moderna, q ue p recisa passar
por um p rocesso de lim peza prof unda antes q ue possa ter
esperanças de descobrir o relaxado estado de meditação sem
pensamentos.
N o início dos anos 70, os primeiros ocidentais começaram a
ouvir falar de Osho. Por volta de 1974, formou-se uma com unidade
à sua volta em Puna, Índia, e a torrente de visitantes do Ocidente
logo se transformaria em uma inundação. A o longo de se u trabalho,
Osho falo u sobre, virt ualmente, cada aspecto do desenvol vimento
224
da consciência humana. Ele destilo u a essência daq uilo q ue é
rele vante para a b usca esp irit ual do homem contem porâneo, não
com base na com preensão intelect ual, mas co m base na sua próp ria
experiência existencial.
Osho não pertence a nenhuma tra dição – “Sou o começo de
uma consciência religiosa totalmente nova”, ele diz. “Por favor, não
me conectem com o passado – ele nem merece ser lembrado.”

Suas palestras para discíp ulos e b uscadores de todas as


partes do m undo, foram p ublica das em mais de seiscentos volumes,
e trad uz idas para mais de trinta idiomas. E ele diz: “ M inha
mensagem não é uma do utrina, não é uma filosofia. M inha
mensagem é uma certa alq uim ia, uma ciência da transformação,
assim, somente os q ue q uiserem morrer e renascer em algo tão novo
q ue ainda nem possam imaginar... somente essas po ucas pessoas
corajosas estarão preparadas para o uvir, porq ue o uvir será
arrisca do”.

“ A o ouvir, vocês terão dado o primeiro passo na direção do


renascer. A ssim, não se trata de uma filosofia da q ual vocês possam
usar como de um manto, e sair se exibindo por aí. N ão se trata de
uma do utrina na q ual vocês possam encontrar consolo para
q uestões preocupantes. N ão, minha mensagem não é uma
com unicação verbal. É m uito mais arrisca da. É nada menos do q ue
morte e renascimento.”

Osho deixo u se u corpo em 19 de janeiro de 1990. Sua enorme


com unidade na Índia continua a ser o maior centro de
desenvol vimento espirit ual do m undo, atraindo milhares de
visitantes q ue chegam para participar de suas me ditações, de
terapia, de trabalho de corpo, e de seus p rogramas criati vos, o u
então, sim plesmente para experimentar como é estar em um cam po
b údico.

225
Pensamento de Osho
“ A s pessoas continuam b uscando um significado para a vida.
M as o significa do tem de ser dado à vida. A vida em si não tem
significado. V ocê precisa dá-lo.”
“ N ing uém pode vi ver se m motivação. É q uase como se uma
árvore p udesse vi ver sem raízes. U ma árvore pode se esq uecer de
suas raízes, mas elas existem. Temos apenas de encontrá-las – ca var
um po uco a terra e descobrir onde estão as raízes.”
“ D eixe de com parações. V ocê é único. N ing ué m é como você,
nunca foi e nunca será como você. V ocê é sim plesmente único e,
q uando digo isso, não esto u dizendo q ue você é melhor do q ue os
outros, mas q ue eles também são únicos. Ser único é tão nat ural
q uanto respirar.”
“ O amor é o único milagre q ue existe. O amor é a escada do
inferno para o cé u. A p rendendo bem o amor, você aprende u t udo.
Perdendo o amor, toda a sua vida estará perdida.”
“ M antenha no coração um peq ueno santuário para o
incom preensí vel, para o que não pode ser com preendido, para o
q ue não deve ser com preendido.”
“ T udo o q ue D e us dá a você tem um p ropósito. D escubra
esse propósito.”
“ D e us está em toda parte; está escondido em você, mas você
está m uito interessado no se u ego e não está olhando para D eus. E
ele é m uito silencioso e discreto... N ão faz nenhum barulho... Sua
presença é q uase uma ausência. Ele fica lá, esperando...".
“Prece é romance. É fantasia. É ficar disponí vel ao
miraculoso. M uitas pessoas perderam a capacida de de orar porq ue
perderam a capacida de de mara vilhar-se (...) A prece precisa de um
coração poético, amoroso.”

226
A felicidade como meta.
O propósito da vida é ser feliz. Essa meta é totalmente
legítima. V ocê merece ser feliz. Para atingir a paz exterior e a
felicidade, você de ve antes atingir a paz interior e a felici dade. A
meditação lhe oferece um caminho para a felicidade, perm itindo
q ue você transforme sua vida e desenvol va a arte de se abrir a cada
momento da vida com consciência calma.

A prática da me ditação nasce do desejo fundamental de


sermos felizes neste m un do. E ntretanto, entre nós e a felicida de há
dois obstáculos: o estresse e o sofrimento. N ing uém pode ser feliz
q uando está estressado o u sofrendo. M as a meditação permite-nos
atingir a felicida de q ue merecemos, mesmo nas circunstâncias mais
difíceis. A me ditação dim inui o próp rio estresse e a dor,
elim inando, assim, os obstáculos entre nós e a felicida de.

Relaxando e tonificando o corpo, a meditação libera


substâncias q uímicas q ue nos curam fisicamente e q ue nos le vam de
volta ao bem-estar da mente. A meditação vai ajudá-lo a trabalhar
eficaz mente com a noção de e u, a deixar de correr em círculos e a
permitir q ue pensamentos, conceitos e percepções vão e venham à
vontade. D eixar q ue a mente dance a própria dança, sem
interferência nem controle, le va à aceitação daq uilo q ue é. A
aceitação do que é vai le vá-lo a se distanciar do q ue é. Essa é a
liberda de q ue le va à verdadeira felicida de. A verda deira felicida de
pode não ser o que você pensa q ue é, mas sem pre podemos
encontrá-la dentro de nós.

“ Há isso em mim – não sei o que é – mas sei que está em mim... Não
conheço isso – não tem nome – é uma palavra que não foi dita. Q ue não
está em nenhum dicionário, em nenhuma elocução, em nenhum símbolo.
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Estão vendo, meus irmãos e irmãs? Não é caos nem morte – é forma, união,
plano – é vida eterna – é Felicidade.”
W alt W hitm an.

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