INTRODUÇÃO: A coleta de dados possui papel fundamental para que o profissional
conheça e interaja com o seu paciente, ao obter maior quantidade de informações, sabendo que o ambiente em que vivem pode influenciar na sua saúde. Porém, foi observado que os instrumentos de coleta de dados não possuem (ou portam poucas) informações sobre o ambiente, como ventilação, iluminação, saneamento básico, entre outros. Revela-se, portanto, um obstáculo para o êxito da assistência de enfermagem, haja vista a dificuldade de identificação da totalidade de fatores associados ao processo de adoecimento. OBJETIVO: Descrever a experiência de acadêmicos de enfermagem sobre a construção de um instrumento de coleta de dados considerando os pressupostos da Teoria Ambientalista de Florence. MÉTODO: estudo descritivo, do tipo relato de experiência, extraído do processo de construção de um instrumento de coleta de dados, por três acadêmicas de enfermagem, no período de outubro a dezembro de 2022. Para subsidiar o estudo, foi realizado também um levantamento bibliográfico sobre a teoria em estudo. RESULTADOS: Considerando que a coleta de dados deve ser sistemática e ordenada, direcionada para informações de aspectos biológicos, psicossociais e ambientais, o instrumento foi estruturado a partir do modelo ambiental de Florence, de modo a permitir a visualização do ambiente como determinante do processo de saúde e adoecimento. Desse modo, optou-se pela divisão das informações em quatro diretrizes: dados socioeconômicos, dados socioambientais, histórico de saúde e dados sobre necessidades humanas básicas. No tocante aos dados socioambientais, foram distribuídos questionamentos sobre a saúde física do paciente e a influência do ambiente sobre esta, como a presença de ruídos, condição do ar, ventilação, cama, iluminação, água, moradia e possíveis riscos de acidentes no ambiente domiciliar. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A teoria ambientalista é usual e sempre atual, não apenas pelas descrições sobre higiene, micro- organismos, sujidades e tratamento dos doentes, mas pela aplicabilidade na prática de enfermagem com relação ao ser humano, ambiente e saúde. Assim, quando aplicada na coleta de dados, de forma que abranja o maior número de perguntas sobre o ambiente, poderá ajudar a identificar fatores de riscos associados ao ambiente em que o paciente está inserido, contribuindo para um processo de enfermagem mais eficiente. CONTRIBUIÇÕES PARA A ENFERMAGEM: Este estudo contribuirá para a comunidade acadêmica e assistencial de enfermagem uma vez que é imprescindível que o profissional contemple, em sua coleta de dados, aspectos ambientais que possam repercutir na saúde dos indivíduos, visto que que as defesas naturais são influenciadas por um ambiente saudável ou não, e que as condições externas afetam totalmente a vida e o desenvolvimento deste. 1 Acadêmico de Enfermagem, Universidade do Estado do Pará (UEPA), ana.prpereira@aluno.uepa.br; yasmin.acampelo@aluno.uepa.br; noemy.tddsilva@aluno.uepa.br 2 Mestre em Enfermagem, Professora, Universidade do Estado do Pará (UEPA), bruna.dias@uepa.br DESCRITORES: Coleta de Dados; Meio Ambiente e Saúde Pública; Teoria de Enfermagem.
REFERÊNCIAS:
BEZERRA, C. M. B. et al. Análise descritiva da teoria ambientalista de enfermagem.
Enfermagem em Foco, v. 9, n. 2, p. 79-83, 2018.
GEORGE, J. B. Teorias de enfermagem: os fundamentos para a prática
profissional. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
MEDEIROS, A. B. A. et al. Teoria ambientalista de Florence Nightingale: uma análise
crítica. Escola Anna Nery, v. 19, n. 3, p. 518-524, 2015.