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“De acordo com alguns pesquisadores, pode haver muito mais semelhanças linguísticas
do que diferenças entre fala e escrita (...) a ocorrência de diferenças decorre do
processamento proveniente das condições de produção”. (FÁVERO, p.82)
“É necessário mostrar como a fala é variada, que há diferentes níveis de fala e escrita
(diferentes graus de formalismo), isto é, diferentes níveis de uso da língua, e que a
noção de dialeto padrão uniforme é teórica, já que isto não ocorre na prática. O
professor precisa mostrar, também, que fala e escrita não podem ser dissociadas e que
elas se influenciam mutuamente. Precisa valorizar a linguagem presente nos textos
falados pelos alunos como ponto de partida para a reflexão sobre sua língua materna”.
(FÁVERO, p. 116)
“Se o professor organiza sua aula com base nos textos produzidos pelos alunos, analisa-
os e os discute, a teoria será divulgada a partir da prática, e ele, aluno, será não um
simples espectador, mas um participante das atividades linguísticas desenvolvidas em
classe.” (FÁVERO, p. 116)
a) “A noção de ‘face’
Para Brown e Levinson, todo indivíduo possui duas faces:
- a face negativa, que corresponde grosso modo ao que Goffman descreve como os
“territórios do eu” (território corporal, espacial ou temporal, bens materiais ou saberes
secretos...);
- a face positiva, que corresponde grosso modo ao narcisismo e ao conjunto de imagens
valorizantes que os interlocutores constroem de si e que tentam impor na interação.
“(...) não se pode tratar as relações entre oralidade e letramento ou entre fala e escrita de
maneira estanque e dicotômica. A proposta é a de que se vejam essas relações dentro de
um quadro mais amplo no contexto das práticas comunicativas e dos gêneros textuais. A
sugestão segue uma visão funcional e preserva um contínuo de variações, gradações e
interconexões, a depender do que se compara”. (MARCUSCHI, 2001, p. 9)
“(...) os textos orais estão em ordem, não são caóticos nem incoerentes ou carentes de
coesão interna. Toda a atividade de retextualização ora examinada e sugerida não é uma
proposta de melhorar ou de pôr uma nova ordem no texto oral, pois as modificações
notadamente efetuadas nas retextualizações analisadas não revelam a presença de
processos cognitivos novos, mais altos ou mais abstratos na escrita em relação à fala”.
(MARCUSCHI, 2001, p. 10)
“Hoje, como se verá adiante, predomina a posição de que se pode conceber oralidade e
letramento como atividades interativas e complementares no contexto das práticas
sociais e culturais”. (MARCUSCHI, 2001, p. 16)
“Oralidade e escrita são práticas e usos da língua com características próprias, mas não
suficientemente opostas para caracterizar dois sistemas linguísticos nem uma dicotomia.
Ambas permitem a construção de textos coesos e coerentes, ambas permitem a
elaboração de raciocínios abstratos e exposições formais e informações, variações
estilísticas, sociais, dialetais e assim por diante”. (MARCUSCHI, 2001, P. 17)
“(...) as diferenças entre fala e escrita se dão dentro do continuum tipológico das
práticas sociais de produção textual e não na relação dicotômica de dois pólos
opostos”. (MARCUSCHI, 2001, p. 37)
“(...) tanto a fala como a escrita, em todas as suas formas de manifestação textual, são
normatizadas (não se pode dizer que a fala não segue normas por ter enunciados
incompletos ou por apresentar muitas hesitações, repetições e marcadores não-
lexicalizados)”. (MARCUSCHI, 2001, p. 46)
“(...) O certo é que a escrita não representa a fala, seja sob que ângulo for que a
observemos. Justamente pelo fato de fala e escrita não se recobrirem podemos
relacioná-las, compará-las, mas não em termos de superioridade ou inferioridade. Fala e
escrita são diferentes, mas as diferenças não são polares e sim graduais e contínuas. São
duas alternativas de atualização da língua nas atividades sócio-interativas diárias”.
(MARCUSCHI, 2001, p. 46)
“Partindo dessas posições, busca-se construir aqui um modelo para analisar o grau de
consciência dos usuários da língua a respeito das diferenças entre fala e escrita
observando a própria atividade de transformação. Serão identificadas as operações mais
comuns realizadas na passagem do texto falado para o texto escrito. Esta passagem ou
transformação é uma das formas e realizar o que denomino retextualização.”
(MARCUSCHI, 2001, p. 46)
“A retextualização, tal como tratada neste ensaio, não é um processo mecânico, já que a
passagem da fala para a escrita não se dá naturalmente no plano dos processos de
textualização. Trata-se de um processo que envolve operações complexas que
interferem tanto no código como no sentido e evidenciam uma série de aspectos nem
sempre bem-compreendidos da relação oralidade-escrita”. (MARCUSCHI, 2001, p. 46)
2ª operação: introdução da pontuação com base na intuição fornecida pela entoação das
falas (estratégia de inserção em que a primeira tentativa segue a sugestão da prosódia).
“(...) tanto a fala como a escrita, em todas as suas formas de manifestação textual, são
normatizadas (não se pode dizer que a fala não segue normas por ter enunciados
incompletos ou por apresentar muitas hesitações, repetições e marcadores não-
lexicalizados)”. (MARCUSCHI, 2001, p. 46)
9ª operação: agrupamento de argumentos condensando as ideias (estratégia de
condensação).
“(...) as diferenças entre fala e escrita se dão dentro do continuum tipológico das
práticas sociais de produção textual e não na relação dicotômica de dois pólos
opostos”. (MARCUSCHI, 2001, p. 37)
(...) O certo é que a escrita não representa a fala, seja sob que ângulo for que
a observemos. Justamente pelo fato de fala e escrita não se recobrirem
podemos relacioná-las, compará-las, mas não em termos de superioridade ou
inferioridade. Fala e escrita são diferentes, mas as diferenças não são polares
e sim graduais e contínuas. São duas alternativas de atualização da língua nas
atividades sócio-interativas diárias. (MARCUSCHI, 2001, p. 46)
(...) os textos orais estão em ordem, não são caóticos nem incoerentes ou
carentes de coesão interna. Toda a atividade de retextualização ora
examinada e sugerida não é uma proposta de melhorar ou de pôr uma nova
ordem no texto oral, pois as modificações notadamente efetuadas nas
retextualizações analisadas não revelam a presença de processos cognitivos
novos, mais altos ou mais abstratos na escrita em relação à fala.
(MARCUSCHI, 2001, p. 10)