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A AULA COMO FORMA DE ORGANIZAÇÃO DO ENSINO

Gonçalves Nicuaha

Beira, Agosto de 2023


ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 3
2. A AULA COMO FORMA DE ORGANIZAÇÃO DO ENSINO ............................................... 4
2.1. Características gerais da aula ................................................................................................ 4
2.2. Estruturação didática da aula ................................................................................................ 4
2.2.1. Preparação e Introdução da matéria ............................................................................... 5
2.2.2. Tratamento didático da matéria nova ............................................................................. 5
2.2.3. Consolidação e aprimoramento dos conhecimentos e habilidades ................................ 5
2.2.4. A aplicação ..................................................................................................................... 6
2.2.5. Controlo e Avaliação dos resultados escolares .............................................................. 7
2.2.6. A tarefa de casa .............................................................................................................. 7
3. PLANO DE AULA DA 10ª CLASSE 3º TRIMESTRE ............................................................. 9
CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 13
1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho, da cadeira de Didáctica de Biologia, tem por objecto de estudo a aula como
forma de organização de ensino. Importa antes realçar que, aula refere-se a sala geralmente
localizada em escolas onde um professor transmite seus conhecimentos aos alunos. De acordo
com Aline (2015), aula é um conjunto de meios e condições usados pelo professor para dirigir-se
e estimular o processo de ensino em função da atividade própria do aluno no processo da
aprendizagem escolar, ou seja, a assimilação consciente e ativa dos conteúdos curriculares.

Neste prisma, o presente trabalho procura trazer de forma sucinta e clara, os conceitos que
pululam em volta de tal tema, perpassando pela sua caracterização, e desaguando naquilo que
respeita ao seu estruturamento didáctico. No entanto, para sua materialização, foram consultadas
algumas fontes conforme poder-se-á verificar ao longo do seu desenvolver.

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2. A AULA COMO FORMA DE ORGANIZAÇÃO DO ENSINO

Aula refere-se a sala geralmente localizada em escolas onde um professor transmite seus
conhecimentos aos alunos (Dicionário Informal, 2013).

De acordo com Aline (2015), aula é um conjunto de meios e condições usados pelo professor
para dirigir-se e estimular o processo de ensino em função da atividade própria do aluno no
processo da aprendizagem escolar, ou seja, a assimilação consciente e ativa dos conteúdos
curriculares.

2.1. Características gerais da aula

Segundo Libâneo (1994 citado por Aline, 2015), uma aula deve apresentar como características
as seguintes:

i. Ampliação do nível cultural e científico dos alunos, assegurando profundidade e solidez


aos conhecimentos assimilados;
ii. Seleção e organização das atividades que possibilitem desenvolver sua independência de
pensamento, a criatividade e o gosto pelo estudo;
iii. Empenho na formação dos métodos e hábitos de estudo;
iv. Formação de hábitos, atitudes e convicções que permitam a aplicação dos conhecimentos
na solução de problemas em situações da vida prática dos alunos;
v. Valorização da sala de aula como meio educativo; e
vi. Formação do espírito de coletividade, solidariedade e ajuda mútua sem esquecer o
individual.

2.2. Estruturação didática da aula

Aline (2015) orienta que a estruturação da aula deve ser indicada por fases, havendo
planejamento e organização que favoreça o ensino e aprendizagem. Conforme a autora, importa
ter em mente que a indicação destas fases não significa que todas as aulas devam seguir um
esquema rígido, daí que, a opção por qual fase didático deve-se iniciar a aula ou a conjugação das
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várias fases numa mesma aula dependerá dos objetivos e conteúdos curriculares, das
características dos alunos, dos recursos disponíveis, da avaliação diagnóstica, entre outros
aspectos. No entanto, segundo Libâneo (1994 citado por Aline, 2015), a aula tem como fases
didácticas as seguintes:

2.2.1. Preparação e Introdução da matéria

A preparação e introdução da matéria corresponde à primeira fase, aquela na qual dá-se o início
de preparação da matéria nova. Esta fase é constituída pela preparação prévia do professor, a
preparação dos alunos, a introdução da matéria e a colocação didática dos objetivos. Segundo
Aline (2015), trata-se da fase em que se deve criar condições de motivação inicial, “Ligação” da
matéria “velha” e a “nova”, proposição de questionamentos e desafios e, enfim, a introdução dos
novos conteúdos a partir do debate entre as outras fases.

2.2.2. Tratamento didático da matéria nova

O tratamento didáctico da matéria nova consiste na formação de conceitos, o desenvolvimento


das capacidades cognoscitivas e observação, imaginação e raciocínio. Nesta fase objectiva-se
sistematizar os conteúdos, envolvendo a transmissão e assimilação ativa dos conhecimentos
(Aline, 2015).

2.2.3. Consolidação e aprimoramento dos conhecimentos e habilidades

Diferentemente das etapas anteriores, onde o professor procura prover as condições e os modos
de assimilação e compreensão da matéria pelos alunos, incluindo já exercícios e atividades
práticas para solidificar a compreensão, nesta ele procura aprimorar a formação de habilidades e
hábitos para a utilização independente e criadora dos conhecimentos por meio de uma
consolidação ou fixação dos conteúdos (Massuira, 2021).

De acordo com Libâneo (1994 citado por Aline, 2015), a consolidação dos conhecimentos e da
formação de habilidades e hábitos incluem os exercícios de fixação e recapitulação da matéria, as

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tarefas de casa, o estudo dirigido; entretanto, dependem de que os alunos tenham compreendido
bem a matéria e de que sirvam de meios para o desenvolvimento do pensamento independente
dos alunos, do raciocínio da atividade mental dos alunos. Por essa razão, as tarefas de recordação
e sistematização devem prover aos alunos oportunidades de estabelecer relações entre o estudado
e situações novas, comparar os conhecimentos obtidos com os fatos da vida real, apresentar
problemas ou questões diferentemente de como foram tratadas no livro didático, pôr em prática
habilidades e competências decorrentes do estudo na matéria.

A consolidação pode acontecer em qualquer etapa do processo: antes de iniciar um conteúdo


novo, recorda-se e sistematiza-se a matéria anterior; no estudo do novo conteúdo, ocorre
paralelamente as atividades de assimilação e compreensão.

A consolidação pode ser reprodutiva, de generalização e criativa. A reprodutiva tem um caráter


de exercitação, isto é, após compreender a matéria, os alunos reproduzem os conhecimentos,
aplicando-os a uma situação conhecida. A consolidação generalizadora inclui a aplicação de
conhecimentos para situações novas, após a sua sistematização; implica a integração de
conhecimentos de forma que os alunos estabeleçam relações entre conceitos, analisem aos fatos e
fenômenos sob vários pontos de vista, façam a ligação dos conhecimentos com novas situações e
fatos da prática social. A consolidação criativa refere-se a tarefas que levam ao aprimoramento do
pensamento independente e criativo, na forma de trabalho independente dos alunos sobre a base
das consolidações anteriores (Aline, 2015).

2.2.4. A aplicação

Esta fase é a culminância do processo de ensino. É o momento de oferecer oportunidades para


que os alunos utilizem de forma mais criativa os conhecimentos, unindo teoria e prática,
aplicando os conhecimentos, seja na própria pratica escolar seja na vida social. O objetivo da
aplicação é estabelecer vínculos entre os conhecimentos e a vida, desenvolvendo o pensamento
independente e critico, atitudes criativas e inovadoras, transformadoras, expressando sua
compreensão da prática social. Ou seja, a função da aplicação é a de avançar da teoria à prática; é

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colocar os conhecimentos disponíveis a serviço da interpretação, análise e intervenção da
realidade.

2.2.5. Controlo e Avaliação dos resultados escolares

Esta função percorre todas as etapas de ensino, cumprindo três funções: a pedagógica,
diagnóstica e de controlo. A integração destas funções dá à avaliação um caráter mais geral e não
isolado.

Conforme Libâneo (1994 citado por Aline, 2015), este é o momento onde o professor utiliza-se
de diferentes estratégias para verificar, diagnosticar, como ocorreram os processos de
aprendizagem; perceber o que os alunos aprenderam, as lacunas que ainda permanecem e, a partir
disso, verificar a necessidade de re-planejamento ou revisão dos conhecimentos não alcançados.

2.2.6. A tarefa de casa

Esta tarefa é um importante complemento das atividades didáticas de sala de aula. Esta tarefa
cumpre também uma função social integrando a família às atividades escolares, integrando os
pais aos professores. A tarefa de casa deve ser cuidadosamente planejada pelo professor,
explicada aos alunos, e os seus resultados devem ser trabalhados nas aulas seguintes. Nada mais
frustrante para os alunos do que o empenhar-se nas tarefas e depois receber um mero “visto” do
professor. Essas tarefas não devem constituírem-se apenas de exercícios; consistem, também, de
tarefas preparatórias para a aula (leituras, redações, observações) ou tarefas de aprofundamento
da matéria (um estudo dirigido individual, por exemplo) (Libâneo, 1994 citado por Aline, 2015).

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3. PLANO DE AULA DA 10ª CLASSE 3º TRIMESTRE

Escola Secundária do Dondo


Classe: 10ª Turma: A Data: 29/07/2022
Unidade Temática 2: Genética Profª: Angelina Rodrigues
Sumário: Grupos sanguíneos Duração: 45`
Objectivos
Cognitivo: Psicomotor:
 Explicar os tipos de grupos sanguíneos Descrever os grupos sanguíneos

Função Actividades
Tempo Conteúdos Métodos Meios Obs.
Didáctica Do Professor Do Aluno
 Livro de
 Responde a
 Correcção do  Saúda o turma;
saudação;
 Introdução e TPC; professor;  Elaboração  Quadro
5 min  Orientar a
Motivação  Marcação de  Corrige o Conjunta. preto.
correcção do
presenças. TPC.  Giz.
TPC.
 Apagador

 Introduz o  Copia o tema


tema; no caderno;
 Explora o  Participa na  Quadro;

25 min campo do aula;  Giz;


 Mediação e  Grupos  Expositivo e
aluno;  Presta atenção  Apagador;
Assimilação. sanguíneos. Explicativo
 Explica sobre o às explicações  Caderno;
novo conteúdo; do professor;  Caneta.
 Dita  Passa o
apontamento. apontamento.

 Coloca os
 Quadro;
 Colocação de exercícios no  Realiza os
 Giz;
 Domínio e exercícios; e quadro; exercícios Trabalho
15 min  Apagador;
Consolidação  Realização.  Auxilia sua colocados. independente.
 Caderno.
realização.

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Grupos Sanguíneos

Grupo sanguíneo “é uma colecção de um ou mais antígenos que estão sob controlo de um único
gene ou de um conjunto de genes homólogos estreitamente ligados”. Ainda com base nessa fonte,
os antígenos “são partículas ou moléculas capazes de deflagrar a produção de anticorpos
específicos, podendo estes ser de natureza bioquímica variada, sendo compostos por carboidratos,
lipídeos, proteínas ou uma mistura desses compostos”.

Tipos de grupos sanguíneos:

 Grupo A: o qual possui o antígeno chamado aglutinogénio A;


 Grupo B: possui o antígeno chamado aglutinogénio B;
 Grupo AB: os qual possui os dois antígenos, aglutinogénio A e B; e
 Grupo O: o qual não possui nenhum dos dois antígenos.

O gene A (ou IA) determina a formação do aglutinogênio A, o gene B (ou IB) determina a
formação do aglutinogênio B, o gene O (ou i) não forma nenhum aglutinogênio e os genes A e B
determinam a formação dos aglutinogénios A e B. O plasma também possui anticorpos chamadas
aglutininas são estas que causam os acidentes em transfusões, pois indivíduos do grupo A
possuem aglutininas Anti-B, do grupo B possuem aglutininas Anti-A e os do grupo O possuem as
duas aglutininas e os indivíduos AB não possuem nenhuma dessas substâncias.

Exercícios

1. Explique em suas palavras sobre os grupos sanguíneos.

2. Diga quais grupos de sangue cada um dos grupos pode receber. Se o A pode ou não receber o
B ou se B pode receber o A, assim sucessivamente.

TPC

1. O que entendes por Rh?

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Fonte de consulta

Machaieie, A., Cossa, A., Simbine, M. J., & Timóteo, R. (s.d.). Material de Estudo de Biologia
da 10ª Classe. Instituto de Educação Aberta e à Distância.

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CONCLUSÃO

Buscando-se desenvolver o tema disposto, entende-se que antes de um professor entrar na sala e
iniciar a aula, ele deve se preparar, através de uma planificação sistemática da própria aula, pois
assim estará assegurando a dosagem da matéria a tempo, o esclarecimento de objectivos a atingir
e das actividades que serão realizadas, bem como a preparação dos meios de ensino adequados.
Contudo, no desenvolver da aula, o mesmo deve sempre começar com a introdução da matéria
nova, onde faz os alunos familiarizarem-se com o conhecimento que irão desenvolver. Não é
aconselhável apresentar aos alunos muitos conteúdos, sem que tenham a oportunidade de pôr em
prática o que têm aprendido e, muito menos, aproveitar-se do conteúdo aprendido para as
aprendizagens posteriores, através de repetição, sistematização e aplicação. Através do controlo e
avaliação, o professor pode providenciar e, se necessário, rectificar, suplementar ou mesmo
reorganizar a aprendizagem. E para ele saber se a aprendizagem está a efectuar-se conforme o
previsto ou não, deve sempre elaborar avaliações, o que ao mesmo tempo, lhe permitirá
certificar-se sobre o que o aluno aprendeu e, então, tomar decisões para aula subsequente.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Aline. (2015, Abril 24). A Aula como Forma de Organização do Ensino. Obtido em Julho 16,
2022, de https://didaticasdaprofaline.blogspot.com/2015/04/a-aula-como-forma-de-
organizacao-do.html

Dicionário Informal. (2013, 05 1). Aula. Obtido de https://www.dicionarioinformal.com.br/aula/

Machaieie, A., Cossa, A., Simbine, M. J., & Timóteo, R. (s.d.). Material de Estudo de Biologia
da 10ª Classe. Instituto de Educação Aberta e à Distância

Massuira, G. (2021, Setembro 11). Domínio e Consolidação. Obtido em Julho 16, 2022, de
https://www.scribd.com/document/524527164/Dominio-e-Consolidacao

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