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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS

CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE PARINTINS


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

David Edmar Tavares Monteiro


Matrícula: 1925070032

RELATÓRIO DE VISITA TÉCNICA: MINI VILA OLÍMPICA


DE PARINTINS

PARINTINS - AM
2023
David Edmar Tavares Monteiro
Matrícula: 1925070032

RELATÓRIO DE VISITA TÉCNICA: MINI VILA OLÍMPICA


DE PARINTINS

Relatório de visita técnica realizado para


a obtenção de nota parcial da disciplina
Concreto 1, ministrado pela profa. MSc.
Luana Demosthenes.

PARINTINS - AM
2023
Introdução

A disciplina de Concreto I desempenha um papel fundamental na formação


de engenheiros civis, proporcionando uma compreensão abrangente das
propriedades, características e aplicações do material mais amplamente utilizado na
construção civil: o concreto. Através do estudo teórico e prático dos diversos aspectos
envolvidos na produção, aplicação e comportamento do concreto, os estudantes são
capacitados a projetar e construir estruturas seguras, duráveis e eficientes.
Nesse contexto, a visita técnica assume uma relevância singular, uma vez que
permite a integração entre os conceitos acadêmicos e a realidade prática das obras.
Este relatório apresenta uma análise detalhada da visita técnica realizada no dia 10
de agosto de 2023 na Mini Vila Olímpica de Parintins, com o objetivo de consolidar os
conhecimentos adquiridos em sala de aula e de proporcionar aos alunos uma visão
tangível das etapas de produção, aplicação e controle de qualidade do concreto.
Durante a visita, foi possível ter uma breve leitura em obra sobre os processos
cruciais, como a montagem das armaduras, a mistura, o lançamento, a compactação,
e a cura do concreto. Além disso, aspectos relacionados à tecnologia dos materiais,
propriedades mecânicas e normas técnicas foram enfatizados, aprimorando a
compreensão dos alunos sobre como os conceitos teóricos são traduzidos em práticas
construtivas reais.
O presente relatório descreve em detalhes as etapas da visita, destacando as
observações pertinentes e os aprendizados obtidos, bem como estabelece conexões
entre os conceitos estudados na disciplina de Concreto I e sua aplicação no contexto
das obras. Através dessa análise, pretende-se reforçar a importância da formação
prática aliada ao embasamento teórico, ressaltando como a interação entre ambos
contribui para a formação de engenheiros civis capacitados e preparados para os
desafios do mundo profissional.
Ao explorar as correlações entre teoria e prática, este relatório visa enriquecer
a experiência educacional dos alunos da disciplina de Concreto I, proporcionando um
panorama abrangente do universo do concreto na engenharia civil. Ademais, espera-
se que os insights compartilhados aqui inspirem futuras visitas técnicas e projetos de
aprendizado prático, promovendo uma formação mais completa e atualizada para os
futuros engenheiros civis.
Desenvolvimento da visita técnica

Foi realizada a saída dos alunos prevista na data marcada pela parte da
manhã às 08:00 horas para o acompanhamento da obra, todos os alunos devidamente
equipados com equipamentos de proteção individual (EPIs), sendo eles, capacete e
botas. Local da visita, tendo como referência, próximo ao Centro Educacional de
Tempo Integrado (CETI). Acompanhados pelo Engenheiro Civil Phelippe Rolim e a
Professora Luana Demosthenes, nos instruíram relatando aspectos de suma
importância no decorrer da visita. Durante a visita técnica o engenheiro Phelippe
mostrou-nos as arquibancadas do ginásio, que em partes, o processo construtivo já
estava finalizado, importante ressaltar que estes processos foram todos feitos in-loco.

Para a resistência do concreto, que é um dos atributos mais cruciais em


projetos de engenharia civil, pois determina a capacidade da estrutura suportar cargas
e deformações ao longo do tempo. Durante a visita técnica, foi observado que a
resistência do concreto utilizado nas arquibancadas e no ginásio estava de acordo
com as especificações da norma vigente NBR 6118 de 2014, onde de acordo com a
classe de agressividade ambiental na qual a estrutura está inserida é um fator que
influencia diretamente a durabilidade do concreto. Considerando a umidade, a
exposição a produtos químicos e outros agentes agressivos, o ginásio foi classificado
em uma categoria de agressividade apropriada. Isso é crucial para determinar os
requisitos de cobrimento das armaduras e a seleção dos materiais mais adequados
para a construção.

O local foi caracterizando então, respeitando as normativas com CAA nível ll,
com a resistência mínima para o concreto de 25 Mpa. A caracterização da resistência
do concreto é um aspecto fundamental para garantir a segurança e a durabilidade da
estrutura.

Figura 1: Tabela de determinação de Classe de agressividade ambiental

Fonte: NBR 6118 de 2014


Figura 2: Correspondência entre a classe de agressividade e a qualidade do concreto

Fonte: NBR 6118 de 2014.

Figura 3: Vista superior da arquibancada Figura 4: Vista superior da arquibancada

Fonte: David Monteiro Fonte: David Monteiro

Além da classe de agressividade ambiental, outro parâmetro levado em


consideração durante a visita foi o cobrimento das armaduras. O cobrimento das
armaduras é uma medida de proteção essencial para evitar a corrosão e a
deterioração precoce das estruturas de aço no concreto. Durante a visita, verificou-se
que o cobrimento das armaduras, tendo em vista o CAA e o tipo de estrutura feita,
neste caso, lajes, o cobrimento mínimo seria de 25 mm, valores estes considerados
na execução da estrutura do ginásio.
Figura 5: Correspondência entre a classe de agressividade ambiental e o cobrimento nominal

Fonte: NBR 6118 de 2014.

Figura 6: Uso de espaçadores de 25 mm para o correto Figura 7: Espaçador de 25 mm.


cobrimento das armaduras.
Fonte: David Monteiro
Fonte: David Monteiro
Quanto as armaduras, que são componentes cruciais para garantir a
resistência estrutural do concreto, e a seleção adequada da bitola das armaduras é
determinante. Durante a visita, observou-se que a bitola das armaduras foi escolhida
de acordo com as exigências do projeto estrutural, proporcionando a capacidade de
absorver as cargas de forma eficiente e garantindo a integridade da estrutura.

Figura 8: Informações gerais, quanto a quantidades, bitolas e números de unidades adquiridas.

Fonte: David Monteiro

O engenheiro Phelippe Rolim nos falou ainda, que as armaduras são


adquiridas em Manaus, devidamente cortadas e dobradas, assim, podendo então
existir diferentes bitolas para cada parte do projeto como: colunas, vigas, lajes etc.
Assim como na quantidade de armadura usada.

Figura 9: Vista superior das lajes, com suas bitolas, quantidades e


tamanhos.

Fonte: David Monteiro


Figura 10: Estribos para viga, com informações quanto a Figura 11: Armadura da arquibancada, com armadura
posicionamento, bitolas e quantidade. positiva na parte inferior e armadura negativa na parte
superior.
Fonte: David Monteiro
Fonte: David Monteiro

Foi possível ainda verificar informações quanto aos diferentes tipos de bitolas
e o local em que seriam aplicados através das etiquetas das mesmas.

Figura 12: Etiqueta com informações de uma Figura 13: Etiqueta com informações de uma armadura
armadura positiva das lajes. para viga do palco.

Fonte: David Monteiro. Fonte: David Monteiro.

Posteriormente, fomos fazer a vistoria das arquibancadas, onde foi possível


observar como é realmente feita o processo de concretagem, para isso os
colaboradores faziam o uso de uma betoneira, os agregados miúdos e graúdos são
adicionados junto ao cimento e água, além de aditivos que propiciam a melhor
trabalhabilidade e resistência do concreto e consequentemente o seu melhor
adensamento. Importante ressaltar que o traço do concreto usado é de 1:2:2, é feito
o uso de padiolas, para se ter melhor controle do que é adicionado dos agregados.

Figura 14: Uso de betoneira para mistura do concreto. Figura 15: Uso de padiolas, facilitando a dosagem dos
agregados miúdos e graúdos.
Fonte: David Monteiro
Fonte: David Monteiro

Observou-se que as armaduras das lajes das arquibancadas, possuem


ancoragens, no qual garante que a barra não apresentará deslocamento relativo em
relação ao concreto, de modo que poderá resistir aos esforços nela aplicados.

Figura 16: Armadura com ancoragens nas lajes das


arquibancadas.

Fonte: David Monteiro

Durante a vistoria, foi possível observar o tipo de fundação que é usado nas
arquibancadas, sendo esta a do tipo sapata, com profundidade de 1,50 metros.
Figura 17: Fundação da arquibancada do tipo sapata. Figura 18: Fundação da arquibancada do tipo sapata.

Fonte: David Monteiro. Fonte: David Monteiro.

Embora a visita tenha revelado conformidade com muitos aspectos


importantes do projeto, algumas problemáticas foram identificadas. Por exemplo, foi
observado um pequeno desalinhamento nas armaduras em algumas áreas, o que
pode afetar a resistência e a durabilidade. Além disso, foram encontrados alguns
pontos onde o cobrimento das armaduras não estava completamente adequado, o
que pode potencialmente comprometer a proteção contra a corrosão. Ainda, o
adensamento do concreto das lajes feito de maneira incorreta por parte dos
colaboradores, de maneira simplificada apenas com a colher de pedreiro, podendo
acarretar problemas futuros de trincas, pouca durabilidade etc. Essas problemáticas
são cruciais para o monitoramento contínuo e a correção, garantindo a integridade da
estrutura no longo prazo.

Figura 19: Alinhamento das armaduras


comprometida; adensamento com colher de
pedreiro; locais onde o espaçamento não é
respeitado.

Fonte: Kiara Zuane.


Conclusão

A visita técnica proporcionou uma visão aprofundada das práticas construtivas


relacionadas ao concreto, especificamente focando nas arquibancadas e no ginásio.
A análise detalhada dos parâmetros de resistência, tipos de concreto, armaduras e
outras considerações relevantes contribuiu para uma compreensão mais abrangente
da aplicação dos conhecimentos adquiridos na disciplina de Concreto I. Ao mesmo
tempo em que as conformidades foram evidentes, as problemáticas identificadas
ressaltam a importância da vigilância constante e da qualidade na execução de
projetos de engenharia civil. Essas experiências práticas enriquecem a formação dos
alunos, preparando-os para os desafios do mundo profissional e consolidando a
relação entre teoria e prática na engenharia civil.
Referências bibliográficas

ABNT (2014). NBR 6118. Projeto de estruturas de concreto - Procedimento. Rio


de Janeiro: Associação Brasileira de Normas Técnicas.

ABNT (2015). NBR 8953. Concreto para fins estruturais – Classificação pela
massa especifica, por grupos de resistência e consistência. Rio de Janeiro:
Associação Brasileira de Normas Técnicas.

ABNT (2015). NBR 12655. Concreto de Cimento Portland – Preparo, controle,


recebimento e aceitação - Procedimento. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de
Normas Técnicas

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