BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM SAÚDE

SEMESTRE 2021.2: HACA40 - CAMPO DA SAÚDE: SABERES E PRÁTICAS

HORÁRIO: Quartas-feiras (18:30 às 22:10)

Ementa

Saberes que interagem no campo da saúde: biologia, epidemiologia, filosofia, psicologia e ciências sociais, dentre
outros. Situação de saúde da população brasileira: principais problemas, determinantes e políticas. Sistemas e serviços
de saúde no Brasil: história, organização atual e perspectivas. Níveis de atenção. Integralidade em saúde. A noção de
cuidado. Práticas profissionais de saúde e formas de organização do processo de trabalho individual e coletivo.
Seleção e debate de temas numa perspectiva interdisciplinar.

Objetivo geral

Compreender e analisar a história e a organização do campo da saúde no Brasil, os sistemas de saúde, modelos de
atenção à saúde, os indicadores de saúde e a situação de saúde da população brasileira, refletindo sobre as novas
propostas de práticas de saúde.

Objetivos específicos

1) Conhecer os sistemas de saúde no Brasil: aspectos históricos, políticos e econômicos;

2) Discutir os modelos de atenção à saúde e compreender as suas características, numa perspectiva histórica;
3) Analisar a situação de saúde da população brasileira: problemas, determinantes e práticas de saúde;
4) Refletir sobre o cuidado em saúde, considerando a proposta da humanização e as práticas integrativas e
complementares.
5) Selecionar um tema específico ligado à situação de saúde da população brasileira e realizar pesquisa na mídia,
no campo científico (epidemiologia, ciências sociais e políticas públicas), nas artes e nos serviços de saúde,
visando aprofundar o conhecimento sobre as práticas deste campo.

Conteúdo programático

1. Sistemas de saúde no Brasil: aspectos históricos, políticos e econômicos.

a. A saúde na República Velha
b. As mudanças na assistência à saúde na era Vargas
c. A Reforma Sanitária Brasileira (RSB)
d. A construção do SUS e a expansão da medicina suplementar

2. Os modelos de atenção à saúde

a. O modelo assistencial hospitalocêntrico
b. O modelo sanitarista
c. Debate em torno da cosntrução de um modelo de atenção integral à saúde no âmbito do SUS

3. Situação de saúde da população brasileira: problemas, determinantes e práticas de cuidado

a. Transição epidemiológica no Brasil
b. Perfil apidemiológico da população brasileira
c. Determinantes sociais e desigualdades em saúde

4. O cuidado em saúde
a. O cuidado ampliado em saúde
b. Tecnologias do cuidado
c. A proposta da humanização das práticas de saúde
d. Práticas Integrativas e Complementares em saúde
e. Medicinais tradicionais e outras epistemologias integrativas em saúde

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5. Abordagem interdisciplinar em torno dos seguintes temas selecionados:
a. Globalização, Meio Ambiente e Saúde: epidemias, endemias, pandemias e doenças negligenciadas.
b. Transição Demográfica e Saúde: envelhecimento e reorientação do cuidado à saúde.
c. Modos de vida e Saúde: prevenção de riscos e atenção a doenças crônicas.
d. Violência e Saúde: determinantes sociais da morbimortalidade por causas externas.
e. Mal-estar na Contemporaneidade: a problemática do uso/abuso de álcool e outras drogas.
f. Direitos Humanos e desigualdade em saúde: raça/etnia, gênero e classes sociais.

Metodologia de trabalho

O conteúdo programático do componente curricular será trabalhado mediante o uso de aulas expositivas dialogadas,
leitura e discussão de textos, estudos dirigidos e trabalhos de grupo. Para cada aula haverá a indicação de referências
básicas, cuja leitura deverá ser realizada previamente. As aulas serão utilizadas para discussão das referências
indicadas e dos conteúdos básicos de cada tema e poderão ser realizadas atividades em grupo para aprofundamento e
discussão dos temas.
Os trabalhos de grupo serão utilizados para a produção do conhecimento a respeito do tema específico escolhido pelo
grupo para ser problematizado durante o semestre. Esse tema será pesquisado pelos alunos nos seguintes campos:
mídia (jornais, revistas, programas de televisão), ciência (bases de dados bibliográficas: Scielo, Bireme, Google
acadêmico, etc.), artes e tecnologia. Ao final do semestre cada grupo de alunos apresentará o seu trabalho sob a forma
de exposição oral (metodologia a ser escolhida por cada grupo).
Os grupos de estudantes participarão da seleção do seu tema a partir dos seguintes: a) Globalização, Meio Ambiente e
Saúde: epidemias, endemias, pandemias e doenças negligenciadas; b) Transição Demográfica e Saúde:
envelhecimento e reorientação do cuidado à saúde; c) Modos de Vida e Saúde: prevenção de riscos e atenção a
doenças crônicas; d) Violência e Saúde: determinantes sociais da morbimortalidade por causas externas; e) Mal-estar
da Contemporaneidade: a problemática do uso/abuso de álcool e outras drogas; f) Direitos Humanos e desigualdade
em saúde: raça/etnia, gênero e classes sociais.

Programação de atividades

Encontro Conteúdo Atividade Referências

1 (17/08) Semana de abertura do IHAC Atividades diversas do IHAC
2 (24/08) Programa do curso Exposição e discussão do
programa do curso; Giovanella et al,
Sistemas de saúde no Brasil: Discussão do Filme Políticas de 2018;
aspectos históricos Saúde no Brasil Borysow, 2017
3 (31/08) Reforma Sanitária Brasileira e Exposição dialogada Paim, 2015
situação atual do Sistema Único Paim et al, 2011
de Saúde
4 (07/09) Feriado
5 (14/09) Articulação público-privada no Discussão do Filme Sicko e Roncalli, 2003
sistema de saúde brasileiro exposição dialogada sobre o Ocké-Reis, 2017
tema
6 (21/09) Modelos de atenção à saúde no Exposição dialogada sobre o Teixeira & Vilasboas,
Brasil: hegemônicos e propostas tema e discussão 2014
alternativas Teixeira et al, 1998
7 (28/09) Situação de saúde da população Exposição dialogada e discussão PAHO: capítulos 1 e
brasileira e indicadores de saúde 2 (p. 1-46)
Barreto e Carmo,
2007
8 (05/10) Avaliação de aprendizagem 1 Primeira avaliação escrita Conteúdos anteriores
individual
9 (12/10) Feriado
10 (19/10) Situação de saúde da população Exposição dialogada e discussão Saúde Brasil, 2018

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 brasileira Saúde BR Estados
PNS (v1/v4), 2019
Barreto, 2013
11 (26/10) Tecnologias de cuidado em saúde Exposição dialogada e discussão Ayres, 2006
e humanização
Merhy e
Feuerwerker, 2016
Campos, 2011
Barros e Gomes,
2011
12 (02/11) Feriado
13 (09/11) Práticas integrativas e Exposição dialogada e discussão Guimarães, 2020.
complementares em saúde Nascimento et al,
2013
Medicinas tradicionais e outros PNPIC, 2006, p.4-27
Brasil, 2017
saberes & práticas no cuidado à
Cunha, M. C. 2007.
saúde Moebus, 2017
14 (16/11) Avaliação de aprendizagem 2 Segunda avaliação escrita Conteúdos anteriores
individual
15 (23/11) SEMINÁRIOS (equipes 1 e 2) Exposição dos grupos
16 (30/11) SEMINÁRIOS (equipes 3 e 4) Exposição dos grupos
17 (07/12) SEMINÁRIOS (equipes 5 e 6) Exposição dos grupos
Encerramento do curso

Avaliação

A aprovação do aluno na disciplina estará condicionada à presença mínima de 75% e a obtenção de nota final igual ou
maior a 5,0 (cinco) que será calculada a partir da média das três notas das avaliações. As avaliações são momentos
tanto de demonstração da aquisição das habilidades e competências almejadas, quanto da aprendizagem do durante o
componente curricular. A leitura e a revisão dos conteúdos, a discussão do que é apresentado e a discussão
colaborativa e participativa entre as equipes são da maior importância. Serão realizadas 03 avaliações: 02 (duas)
avaliações escritas (provas) individuais e 01 (um) seminário em equipes com apresentação oral. Cada uma dessas
avaliações valerá um total de 10 pontos. A aprovação do aluno na disciplina estará condicionada à presença mínima de
75% e a obtenção de nota final igual ou maior a 5,0 (cinco).
A avaliação dos seminários terá como critérios:
a) Domínio do conteúdo, através da escrita e da fala;
b) Cuidado com aspectos formais (uso da língua portuguesa e dos recursos audiovisuais);
c) Reflexão crítica acerca dos temas abordados;
d) Enriquecimento do conteúdo através de atividade de pesquisa e de referências nas bases de dados;
e) Entrosamento do grupo.
A nota final do aluno será a média das três notas referentes às avaliações.

Bibliografia básica

AYRES, J. R. C. M. Cuidado e humanização das práticas de saúde. Humanização dos cuidados em saúde. In:
DESLANDES, S. F (org.). Humanização dos cuidados em saúde: conceitos, dilemas e práticas. Rio de Janeiro:
Editora FIOCRUZ, 2006, p. 49-83. (Coleção Criança, Mulher e Saúde)

BARRETO, M.L.; CARMO, E.H. Padrões de adoecimento e de morte da população brasileira: os renovados desafios
para o Sistema Único de Saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v.12, p.1779-1790, 2007.

BARRETO M.L. Esboços para um cenário das condições de saúde da população brasileira 2022/2030. In
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. A saúde no Brasil em 2030 - prospecção estratégica do sistema de saúde brasileiro:

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população e perfil sanitário [online]. Rio de Janeiro: Fiocruz/Ipea/Ministério da Saúde/Secretaria de Assuntos
Estratégicos da Presidência da República, 2013. Vol. 2. pp. 97-120. ISBN 978-85-8110-016-6.

BARROS, M.E.B.; GOMES, R.S. Humanização do cuidado em saúde: de tecnicismos a uma ética do cuidado. Fractal:
Revista de Psicologia, v. 23 – n. 3, p. 641-658, Set./Dez. 2011.

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Portugal, Estados Unidos e Brasil. Ciênc. saúde colet. 22 (3) • Mar 2017.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS. Brasília:
Ministério da Saúde, 2006. p.4-27.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria no 849, de 27 de março de 2017. Brasília: Ministério da Saúde, 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos
não Transmissíveis e Promoção da Saúde. Saúde Brasil 2018 uma análise de situação de saúde e das doenças e
agravos crônicos: desafios e perspectivas (p. 73-92) - Brasília: Ministério da Saúde, 2019.424 p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos
Não Transmissíveis e Promoção da Saúde. Saúde Brasil Estados 2018: uma análise de situação de saúde segundo o
perfil de mortalidade dos estados brasileiros e do Distrito Federal (p.69-81) – Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
374p.

CAMPOS, Gastão Wagner de Sousa. A mediação entre conhecimento e práticas sociais: a racionalidade da tecnologia
leve, da práxis e da arte. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v.16, n. 7, p.3033-3040, 2011.

CUNHA, M. C. (2007). Relações e dissensões entre saberes tradicionais e saber científico. Revista USP, (75), 76-84.

GIOVANELLA L. et al. Sistema universal de saúde e cobertura universal: desvendando pressupostos e estratégias.
Ciênc. saúde colet. 23 (6), Jun 2018.

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integrativas e complementares no campo da saúde: para uma descolonização dos saberes e práticas. Saúde e
Sociedade, 29.

MERHY, Emerson Elias; FEUERWERKER, Laura Camargo Macruz. Novo olhar sobre as tecnologias de saúde: uma
necessidade contemporânea (p. 59-72). In: Merhy EE, Baduy RS, Seixas CT, Almeida DES, Slomp Junior H,
organizadores. Avaliação compartilhada do cuidado em saúde: surpreendendo o instituído nas redes. Rio de Janeiro:
Hexis, 2016.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Pesquisa nacional de saúde: 2019: informações sobre domicílios, acesso e utilização dos
serviços de saúde: Brasil, grandes regiões e unidades da federação / IBGE, Coordenação de Trabalho e Rendimento. -
Rio de Janeiro: IBGE, 2020 (volume 1).

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Pesquisa nacional de saúde: 2019: percepção do estado de saúde, estilos de vida, doenças
crônicas e saúde bucal : Brasil e grandes regiões / IBGE, Coordenação de Trabalho e Rendimento. - Rio de Janeiro:
IBGE, 2020.113p. (volume 4).

MOEBUS, Ricardo Luiz Narciso. Práticas indígenas de produção do cuidado. DIVERSITATES International Journal,
v. 9, n. 1, 2017.

NASCIMENTO, M. C. D., BARROS, N. F. D., NOGUEIRA, M. I., & LUZ, M. T. (2013). A categoria racionalidade
médica e uma nova epistemologia em saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 18, 3595-3604.

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OCKE-REIS, C.O. Desafios da reforma sanitária na atual conjuntura histórica. Saúde Debate, Rio de Janeiro, v. 41, n.
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PAIM, J.S. O que é o SUS. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2015. 142p.

PAIM, J.S. et al. O sistema de saúde brasileiro: história, avanços e desafios. Lancet ; 6736(11): 11-31, 2011.

PAHO - Indicadores de Saúde: Elementos conceituais e práticos (capítulos 1 e 2).

RONCALLI, A.G. O desenvolvimento das políticas públicas de saúde no Brasil e a construção do Sistema Único de
Saúde. In: Antonio Carlos Pereira (Org.). Odontologia em Saúde Coletiva: planejando ações e promovendo saúde.
Porto Alegre: ARTMED, 2003. Cap. 2. p. 28-49. ISBN: 853630166X.

TEIXEIRA, C.F.; VILASBOAS, A L. Modelos de atenção à saúde: transformação, mudança ou conservação? In:
PAIM, J.S.; ALMEIDA FILHO, N. Saúde Coletiva: teoria e prática. Rio de Janeiro: Medbook, 2014. p. 287-301.

TEIXEIRA CF, et al. SUS, modelos assistenciais e vigilância da saúde. IESUS, VII(2), Abr/Jun, 1998.

Bibliografia complementar

AYRES, J.R.C.M. O cuidado, os modos de ser (do) humano e as práticas de saúde. Saúde e Sociedade, v.13, n.3, p.16-
29, set-dez 2004.

AYRES, J.R.C.M. Cuidado e reconstrução das práticas de saúde. In: MINAYO, MCS., and COIMBRA JR, CEA.,
orgs. Críticas e atuantes: ciências sociais e humanas em saúde na América Latina [online]. Rio de Janeiro: Editora
FIOCRUZ, 2005. p.91-108.

ALY, C.M.C. et al. O Sistema Único de Saúde em série histórica de indicadores: uma perspectiva nacional
para ação. Saúde Debate, Rio de Janeiro, v. 41, n. 113, p. 500-512, Abr.-Jun. 2017.

ARCE VAR; TEIXEIRA CF. Práticas de saúde e modelo de atenção no âmbito do Núcleo de Apoio à Saúde da
Família em Salvador (BA). SAÚDE DEBATE - RIO DE JANEIRO, V. 41, N. ESPECIAL 3, P. 228-240, SET 2017.

BAPTISTA, M. Faces de um tema proscrito: toxicomanias e sociedade. In: MINAYO, M.C.S.; COIMBRA Jr., C.E.A.
(orgs). Críticas e Atuantes: Ciências Sociais e Humanas em Saúde na América Latina. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2005,
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BARATA, R.B. Condições de Saúde da População Brasileira. In: Lígia Giovanella, Sarah Escorel, Lenaura de
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BARRETO, M.L. et al. Sucessos e fracassos no controle de doenças infecciosas no Brasil: o contexto social e
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CASTRO, Cristiane Pereira de; CAMPOS, Gastão Wagner de Sousa. Apoio Matricial como articulador das relações
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GARNELO, L.; LANGDON, J. A antropologia e a reformulação das práticas sanitárias na atenção básica à saúde. In:
MINAYO, M.C.S.; COIMBRA Jr., C.E.A. (orgs). Críticas e Atuantes: Ciências Sociais e Humanas em Saúde na
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LOBATO, L.V.C.; GIOVANELLA, L. Sistemas de Saúde: origens, componentes e dinâmica. In: Lígia Giovanella,
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VERAS, R. et al. Transformações demográficas e os novos desafios resultantes do envelhecimento populacional. In:
MINAYO, M.C.S.; COIMBRA Jr., C.E.A. (orgs). Críticas e Atuantes: Ciências Sociais e Humanas em Saúde na
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