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Analysis of Two Piles Caps Using Strut-And-tie Models and Finite Element Method
Analysis of Two Piles Caps Using Strut-And-tie Models and Finite Element Method
net/publication/336775455
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Isadora Reis Paczek (1); Rodrigo Bender (2); Christian Donin (3); Eduardo Rizzatti (4); Gabriel
Hauschild (5); Leonardo Azevedo Massulo (6)
Resumo
O presente artigo apresenta comparações entre a análise de blocos sobre estacas através do Método de
Bielas e Tirantes e do Método dos Elementos Finitos. Foram utilizados três métodos de cálculo em um modelo
de bloco sobre duas estacas: o Método de Bielas e Tirantes através de Blévot e Frémy, de Schlaich e Schäfer,
e também o Método dos Elementos Finitos, via programa computacional ANSYS. As solicitações analisadas
no bloco foram a força de tração no tirante, o ângulo de inclinação das bielas e as tensões de compressão na
interface entre pilar e bloco e entre o bloco e estacas. Através das análises realizadas, especialmente pelo
Método dos Elementos Finitos, foi proposto um ajuste de método, a fim de torná-lo mais realista quanto às
tensões e forças atuantes. O método proposto utiliza o conceito de flexão oblíqua composta junto ao pilar e
bloco e junto ao bloco e às estacas, apresentando assim resultados próximos da situação real. Diante disso,
conclui-se que o método proposto pelos autores apresenta potencial de aplicação na análise estrutural de
blocos sobre estacas.
Palavra-Chave: Bloco sobre estacas. Método de Bielas e Tirantes. Método dos Elementos Finitos.
Abstract
The present paper presents comparisons between the analysis of two pile caps using the strut-and-tie models
and the finite element method. Three calculation methods were used in a two pile caps model: the strut and
tie model using Blévot and Frémy, by Schlaich and Schäfer, as well as the finite element method, using ANSYS
software. The loads analyzed in the pile cap were the tensile force on the tie rod, the angle of inclination of the
connecting strut, and the compression stresses at the interface between the column and the pile cap and
between pile cap and piles. Through the analyzes performed, especially by the method of the finite elements,
a method adjustment was proposed, in order to make it more realistic about the tensions and forces acting.
The proposed method uses the concept of combined axial compression and bending between column and pile
cap and between pile cap and piles, thus results can deal with more realistic conditions. Therefore, it is
concluded that the method proposed by the authors presents potential application in the structural analysis of
two pile caps.
Palavra-Chave: Two pile caps. Strut-and-tie models. Finite Element Method.
ANAIS DO 61º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2019 – 61CBC2019 1
1 Introdução
Ao desenvolver um projeto estrutural, a hipótese de dimensionamento usualmente utilizada
é a de Bernoulli, a qual refere-se à distribuição linear de deformações. Porém, há algumas
regiões nas estruturas, onde ocorrem distúrbios de tensões de natureza estática e
geométrica. Por conseguinte, um método que englobe essas particularidades deve ser
aplicado.
O modelo de cálculo deve-se basear em estudos físicos realísticos. Deste modo, o método
ou modelo de bielas e tirantes foi sugerido. Os estudos começaram inicialmente por Ritter
(1899) e Mörsch (1902), aprimorado por outros autores e teve suas bases consolidadas
através de aplicações pelos professores Schlaich, Schäfer e Jennewein (1987). O conceito
é referente à analogia da treliça isostática no elemento estrutural.
A proposta refere-se ao fato de que os elementos de concreto resistem a cargas através de
campos de tensões de compressão, que se distribuem e se interligam com tirantes
tracionados. Os tirantes podem ser barras de armadura, cabos de protensão ou campos de
tração. A ligação entre os elementos comprimidos e tracionados é realizada através de nós.
Desta forma, a estrutura atinge o equilíbrio e resiste aos esforços aplicados.
O método dos elementos finitos, também, é sugerido para essas situações, o qual vem
sendo cada vez mais pesquisado e aplicado, pois apresenta maior facilidade na
implementação computacional do que outros métodos numéricos.
Diante do exposto, o bloco sobre estacas possui estas regiões nomeadas críticas de
tensões, portanto, necessita-se dimensioná-lo através destes métodos.
O objetivo deste artigo é contribuir para a análise de blocos sobre estacas através do
método de bielas e tirantes e do método dos elementos finitos, visando compreender os
comportamentos da estrutura frente à analogia da treliça e as tensões atuantes, que
possibilitam o correto dimensionamento.
2 Revisão Bibliográfica
2.1 Regiões B e D
Para o dimensionamento de estruturas de concreto armado, deve-se identificar as regiões
de comportamentos distintos, para assim o dimensionamento ser seguro e eficaz. São duas
as regiões que devem ser identificadas: Regiões B e Regiões D (SCHLAICH, SCHÄFER e
JENNEWEIN, 1987).
As regiões B sofrem deformações lineares ao longo da seção transversal, desde o início do
carregamento até a ruptura, processo conhecido como “Hipótese de Bernoulli”. Essas
regiões se encontram basicamente em peças lineares, como por exemplo, vigas e pilares
(SCHLAICH, SCHÄFER e JENNEWEIN, 1987).
Segundo Campos Filho (1996), nos locais em que a distribuição das deformações é
significantemente não-linear, os métodos de cálculo mencionados anteriormente não
podem ser aplicados. As mesmas são chamadas de regiões D de “Descontinuidade,
Detalhe, Distúrbio, DeepBeam”. São localizadas próximo a cargas concentradas, aberturas
e outras descontinuidades.
A figura 1 apresenta a trajetória das tensões na região B, linear, e nas regiões D, não-linear.
Nota-se que nas regiões D, é onde possui maior concentração de tensões.
Foi constatado que o bloco é do tipo rígido, assim a altura útil do bloco foi determinada em
35 cm. Para encontrar o valor do ângulo da biela de compressão, utiliza-se a equação 2:
𝑡𝑔𝜃 = (Equação 2)
Onde 𝜃 é o ângulo de inclinação da biela, 𝑑 a altura útil, 𝐿 o espaçamento entre os eixos
das estacas e 𝑎 a largura do pilar na mesma direção do espaçamento entre os eixos das
estacas resultando em um ângulo de inclinação da biela de 49,40°.
Através do valor da altura útil definido anteriormente, a altura do bloco foi determinada em
40cm, a qual satisfaz as equações para ser um bloco rígido. A figura 3 ilustra o bloco em
formato tridimensional.
4 Resultados
4.1 Resultados do Método de Blévot e Frémy
4.1.1 Tirante
Conforme a metodologia apresentada, o valor da força de tração resultante deste método
é de 270 kN. Também, que a área da armadura principal de tração solicitada para o modelo
é de 6,21 cm².
4.1.2 Bielas
Verifica-se nos cálculos que as tensões de compressão das bielas junto ao pilar e junto ás
estacas são os pontos mais críticos de tensões no modelo, contudo os valores não excedem
os limites propostos. A tabela 1 exibe os resultados e limites de tensões nestas zonas
críticas.
4.2.2 Bielas
Como visto também no método anterior, as zonas críticas de tensões são as junções entre
bloco e pilar e bloco com estacas. Porém, os valores de tensões não ultrapassam os limites
estabelecidos pelo método. A tabela 2 demonstra os resultados e limites das tensões nas
zonas críticas.
A figura 8 é a representação gráfica das tensões atuantes entre o pilar e o bloco no método
dos elementos finitos. Nota-se que a imagem é simétrica, pois partindo do meio para as
extremidades os valores são iguais e crescentes. A mínima das tensões é 0,47194 kN/cm²
e a máxima 0,96524 kN/cm².
Figura 8 – Tensões de compressão entre pilar e bloco – Método dos elementos finitos
A carga N do pilar é decomposta em parcelas iguais N’, para serem transmitidas para as
estacas. Desta forma, a força que é conduzida para cada estaca do modelo é a metade da
força conduzida pelo pilar, resultando em 315 kN para cada estaca. A área das tensões de
compressão foi dividida pela metade, para serem analisadas separadamente a carga que
vai para cada estaca.
A tensão de compressão média (σp,méd.) é a distribuída pelo pilar caso não houvessem
diferenças na disposição. Portanto, a tensão distribuída do pilar no bloco é a força normal
(mais o peso próprio) dividido pela área da seção do pilar, resultando em 0,70 kN/cm².
Porém, constata-se que as tensões de compressão das extremidades e do meio do pilar
não são iguais. Assim, para saber o local em que a carga N’ é descarregada, deve-se achar
o centróide da área simplificada. Ao encontrar o centróide, verifica-se que há uma distância
em relação ao centro do eixo X da área (eixo de rotação), distância a qual é nomeada de
excentricidade.
O valor da excentricidade (ep) do modelo é encontrado a partir da equação 10, testada com
os dados dos elementos finitos:
𝑒 = (Equação 10)
Onde ep é a excentricidade da área de influência do pilar sobre uma estaca e 𝑎 a dimensão
do pilar no mesmo eixo da ep, resultando em 0,938 cm.
Quando há uma força aplicada a uma distância do eixo de rotação, quer dizer que há um
momento. Logo, constata-se que a carga N’ é aplicada a uma excentricidade, ocasionado
um momento. Esse é calculado a partir da equação 11:
∗
(Equação 11)
Onde 𝑁′ é a carga do pilar que descarrega em uma estaca, 𝑒 a excentricidade da área de
influência do pilar sobre uma estaca e 𝑊′ o módulo de resistência à flexão para metade do
pilar.
A carga “Ne” corresponde a força a qual a estaca está sujeita, que foi calculada no item
anterior, resultando em 315 kN. Nota-se que esta força está sendo aplicada no centróide
da área das tensões de compressão junto à estaca, o qual está a uma distância do centro
do eixo X, gerando uma excentricidade. O valor da excentricidade é dado pela equação 15:
𝑒 = (Equação 15)
Onde 𝑒 é a excentricidade da área de influência da carga na estaca e 𝑎 a dimensão da
estaca no mesmo eixo da 𝑒 , resultando em 5 cm.
ANAIS DO 61º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2019 – 61CBC2019 12
A tensão de compressão média (σe,méd.) é a carga aplicada na estaca distribuída pela área
da seção caso não houvessem diferenças de tensões em pontos da estaca, na qual resulta
em 0,35 kN/cm².
Porém, constata-se que as tensões de compressão nas extremidades da estaca não são
iguais. Deste modo, a carga Ne é aplicada com uma excentricidade, ocasionando momento.
Utiliza-se a equação 16 para encontrar o valor deste momento:
∗
(Equação 16)
Onde 𝑁 é a carga aplicada na estaca, 𝑒 a excentricidade da área de influência da carga
na estaca e 𝑊 o módulo de resistência à flexão da estaca.
Para encontrar o valor do módulo de resistência à flexão da estaca, utiliza-se a equação
17:
∗
𝑊= (Equação 17)
onde bp e ap são as dimensões da estaca, resultando em um valor de módulo de resistência
à flexão da estaca de 4500 m³.
Após realizar estas análises, calcular a tensão máxima e mínima de compressão na estaca
se torna simples. Observa-se que há flexão oblíqua composta junto à estaca, a qual possui
tensão distribuída e momento gerado pela excentricidade. Como pode ser visto na figura
13, a tensão mínima de compressão considerada é zero. Já para descobrir a tensão máxima
de compressão, deve-se somar os dois parâmetros, que são tensão distribuída e momento
resultando na equação 18:
𝜎 , á . =2∗ (Equação 18)
∗
Chega-se à conclusão de que a tensão máxima de compressão nada mais é que duas
vezes a tensão média.
315
𝜎 , á . =2∗ = 0,70 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
30 ∗ 30
A figura 13 representa o modelo de bielas e tirantes proposto.
Ao analisar os valores dos dois primeiros métodos nas tabelas, verifica-se que o valor de
tensão média atuante do método de Blévot e Frémy é o dobro do valor do método de
Schlaich e Schäfer. Isso ocorre pelo fato de que o primeiro método majora o valor da tensão
de acordo com o ângulo de inclinação da biela, já o segundo método não majora.
Os dois últimos métodos são os que apresentam tensão mínima e máxima de compressão,
tratando como flexão oblíqua composta e não somente como tensão de compressão
atuante igual em todos os pontos da seção do elemento estrutural. Por esse fato, esses
retratam as tensões mais próximas do real.
Pode-se observar que o método aperfeiçoado pela autora apresenta valores muito próximos
do método de elementos finitos, quanto a tensão mínima e máxima de compressão.
Portanto, constata-se que o método proposto é válido.
Verifica-se que com o ajuste do método, o valor do ângulo de inclinação das bielas de
compressão aumentou, o que consequentemente, através de trigonometria, diminuiu o
valor da força de tração no tirante. Esse fato fez com que a biela se torne mais inclinada, o
que realmente resultou no método dos elementos finitos (MEF) como pode-se constatar na
figura 14.
6 Considerações finais
O presente trabalho analisou através do método de bielas e tirantes e do método dos
elementos finitos um modelo de bloco sobre duas estacas. Através das análises realizadas,
principalmente pelo método dos elementos finitos, foi proposto um ajuste do modelo, para
torná-lo o mais real quanto as tensões e forças presentes.
Mediante os resultados das tensões de compressão junto ao pilar e às estacas pelo método
de Blévot e Frémy, ressalta-se que os valores das tensões atuantes simples são dobrados,
através da majoração pelo ângulo de inclinação das bielas. Verifica-se esta majoração
7 Referências