Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Bacias Sedimentares Brasileiras - Cartas Estratigráficas
Bacias Sedimentares Brasileiras - Cartas Estratigráficas
net/publication/261949152
CITATIONS READS
130 26,632
7 authors, including:
All content following this page was uploaded by Juliano Stica on 04 September 2014.
Os mais de 50 anos de trabalho exploratório daram, de modo que mesmo para esses casos as car-
cumulativo empreendido pela Petrobras nas bacias tas agora apresentadas mostram-se diferentes das an-
sedimentares brasileiras propiciaram a compilação teriores, o que por si só constitui um estimulante mate-
de um enorme acervo de informações geológico- rial para alimentar o debate técnico-científico que, cer-
geofísicas, que permitem hoje uma compreensão se- tamente, é por ele suscitado.
gura do arcabouço estratigráfico e estrutural dessas As cartas ora publicadas, além de um conteúdo
áreas. Apoiados pelas pesquisas em bioestratigrafia atualizado, incorporam alterações em sua forma quan-
e sedimentologia sobre dados de poços e afloramen- do cotejadas às de 1994. A mais expressiva das mudan-
tos, e com um importante suporte da sísmica de re- ças foi a supressão da coluna relativa ao zoneamento
flexão, aos geólogos da Companhia é possível re- bioestratigráfico, uma informação proprietária de inesti-
presentar o arranjo estratigráfico das várias provín- mável valor estratégico no processo exploratório e cuja
cias geológicas na forma de diagramas cronoestrati- atualização permanente é fonte de inequívoca vanta-
gráficos, as comumente denominadas cartas estrati- gem competitiva da Petrobras no estudo das bacias se-
gráficas, representativas dos atributos fundamentais dimentares brasileiras. Mas se o detalhado biozonea-
do preenchimento sedimentar-magmático de cada mento realizado pela empresa não é aqui apresentado,
uma das bacias pesquisadas para petróleo no País. ele serviu de base ao posicionamento das seções sedi-
Embora apresentadas de maneira isolada em publi- mentares das bacias brasileiras em escalas
cações diversas desde os anos 60, foi no Boletim de geocronológicas internacionais. A referência de idades
Geociências da Petrobras v. 8, n. 1, de 1994, que as absolutas utilizada foi a de Gradstein et al. (2004), de
cartas de todas as bacias foram padronizadas e apre- quem foram emprestadas também as cores padroniza-
sentadas em conjunto. das de cada intervalo de tempo geológico. Os desenhos
Nos últimos três anos, os geólogos da Petrobras se acomodam em escalas verticais variáveis, adaptadas
novamente se mobilizaram para um processo extensi- aos diferentes tipos de bacia apresentados e à amplitu-
vo de revisão das cartas estratigráficas. Diversas bacias de temporal de seu registro estratigráfico.
tiveram uma enorme evolução do conhecimento des- Uma segunda alteração importante na forma das
de 1994, pela aquisição de um volume muito grande cartas ora disponibilizadas se relaciona a uma diferen-
de novos dados geológicos e geofísicos e pela evolu- ciação gráfica imposta às seções sedimentares, conso-
ção natural do conhecimento acumulado. Em outras, ante em seu relacionamento - pleno ou secundário - a
nada ou muito pouco foi feito em termos de atividade uma determinada bacia. É assim que, no desenho das
exploratória desde a publicação da versão anterior das cartas cronoestratigráficas, foram representadas, em
cartas, mas as equipes de interpretação das bacias mu- cores, as unidades rochosas que dizem respeito ao pre-
1
Centro de Pesquisas da Petrobras/P&D de Exploração/Geologia Estrutural & Geotectônica - e-mail: ejmilani@petrobras.com.br
2
E&P Exploração/Gestão de Projetos Exploratórios/NNE
3
E&P Exploração/Geologia Aplicada a Exploração/Modelagem de Sistema Petrolífero
4
Unidade de Negócio de Exploração e Produção da Bacia de Campos/Exploração/Sedimentologia e Estratigrafia
5
E&P Exploração/Interpretação e Avaliação das Bacias da Costa Leste/Interpretação
6
E&P Exploração/Interpretação e Avaliação da Margem Equatorial e Bacias Interiores/Interpretação
BACIA X
BACIA Y
BACIA Z
BACIA Z
GEOCRONOLOGIA
Ma
ÉPOCA IDADE
PALEOCENO
T HAN E T I AN O
SUP.
60 S E LAN D I AN O
E10-
N50
INF. DAN I AN O T10
K120
70
(S EN ON IAN O )
K110
CAM PAN IAN O
SUPERIOR
80
CRETÁCEO
K100
SAN T O N I AN O
C O N I AC I AN O K90
90
T U R O N I AN O
K80
C E N O MA N IA N O
100
K70
INFERIOR
AL B I AN O
K60
( GÁ LI CO )
110
K50
APTIANO ALAGOAS K50
Figura 2 – Critérios de correlação e nomenclatura das Figure 2 – Correlation and nomination criteria for
seqüências estratigráficas. Observar que um determinado stratigraphic sequences used in this volume.
intervalo de tempo geológico corresponde, em diferentes
bacias, a um número variável de seqüências.
Um outro assunto em que o entendimento dos na forma de almofadas, domos e diápiros, mui-
geológico evoluiu muito pós-1994 é o dos evaporitos tos destes com mais de sete quilômetros de altura,
do Andar Alagoas da margem leste brasileira, tema tendo assumido a halocinese um fundamental pa-
apresentado e discutido em detalhes na obra “Sal - pel na história das bacias da margem continental,
geologia e tectônica”, organizado por Mohriak et inclusive em sua Geologia do Petróleo. Na escala
al. (2008) e patrocinado pela Petrobras. Um aspecto de tempo em que são construídas as cartas estrati-
em particular - com impacto no desenho das cartas gráficas, a seção salina aptiana aparece como es-
estratigráficas - é o da taxa de acumulação salina, treito intervalo, sendo esta, todavia, a representa-
estimando-se que o empilhamento original de alguns ção mais fiel do entendimento presente dos aspec-
milhares de metros de sal, encontrado em algumas tos cronogenéticos dessa importante seção das ba-
regiões das bacias brasileiras, possa ter se produzido cias brasileiras. Esta situação é bem exemplificada
em menos de um milhão de anos. Com a evolução na carta da Bacia de Santos (fig. 3), em que espes-
posterior da margem, os evaporitos foram mobiliza- suras similares - da ordem dos 4 mil metros - de
evaporitos (Formação Ariri) e da seção carbonática tar-magmático e o contexto tectônico em que se de-
“pré-sal” (formações Barra Velha, Itapema e Piçar- senvolveram: Sinéclises Paleozóicas, Bacias Meso-
ras) contrastam expressivamente quando numa re- Cenozóicas de Margem Distensiva, Bacias Meso-
presentação em escala de tempo geológico. Cenozóicas de Margem Transformante, Riftes
É notável a evolução experimentada na Mesozóicos Abortados e Bacias de Antepaís Andino
capacitação em Estratigrafia das universidades bra- (fig. 4). A Bacia do Acre é a singular representante,
sileiras. Diversos já são os projetos e as linhas de em território brasileiro, das bacias dessa última clas-
investigação conduzidas e os programas de pós-gra- se. Na realidade, esta bacia tem história complexa,
duação nacionais focados nessa vertente particular policíclica, alojando unidades sedimentares a partir
do conhecimento geocientífico. Diante deste qua- do Eopaleozóico, quando era parte do contexto mar-
dro, reafirma-se neste volume a tradicional vocação ginal do Gondwana. Durante o Meso-Cenozóico, com
para parcerias que a Petrobras mantém com a co- a instalação da Cordilheira Andina, a Bacia do Acre
munidade acadêmica do país: convidadas a partici- experimentou uma importante fase de subsidência
par, a Universidade Estadual Paulista (UNESP) e a flexural assimétrica, aprofundando para oeste no sen-
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) tido das vizinhas calhas deposicionais peruanas de
se fazem presentes com artigos atualizados sobre, Marañon e Ucayali. Nessa etapa, alguns milhares
respectivamente, as bacias do Araripe (M. Assine) e de metros de sedimentos terrígenos a ela aportaram.
Pernambuco-Paraíba (V. Córdoba e colaboradores). Localmente, o território interior do país abriga
resquícios sedimentares com pequena área de ocor-
rência, remanescentes de ciclos deposicionais preté-
ritos de idades variadas e, hoje, sobreviventes do
extensivo processo de denudação que modela o con-
Bacias Sedimentares tinente sul-americano. Tais seções podem apresen-
tar uma expressão geográfica significativa quando
do Brasil - contexto foram recobertas por sucessões sedimentares mais
NEO
CRETÁC EO
EO
JURÁSSICO
NEO
MESO
EO
TRIÁSSICO
NEO
MESO
EO
LO PIN G IAN O
PERMIANO
C I SU RAL I ANO
CAR BO N ÍFE RO
D E V ON IAN O
NEO
MESO
EO
WENLOCK
LIANDOVERY
ORDOVICIANO
NEO
MESO
EO
CAM B RIANO
Figura 5– Cartas estratigráficas das sinéclises paleozóicas. Figure 5 – Stratigraphic charts of Brazilian Paleozoic basins.
NEÓGENO
10
20
30
PALE Ó G E NO
40
EOCENO
50
60
PALEOCENO
70
80
NEO
90
100
CRETÁCEO
110
120
EO
130
140
150
250
300
350
490
542
Figura 6 – Cartas estratigráficas das bacias meso-cenozóicas de margem Figure 6 – Stratigraphic charts of Brazilian Mesozoic-Cenozoic, extensional
distensiva - segmento setentrional. Bacia do Araripe Interior, também incluída. margin-northern segment. Interior Araripe Basin also included.
NEÓGENO
PALE Ó GE N O
EOCENO
PALEOCENO
NEO
CRETÁCEO
EO
Figura 7 – Cartas estratigráficas das bacias Meso- Figure 7 – Stratigraphic charts of Brazilian, Mesozoic-
Cenozóicas de margem distensiva - segmento central. Cenozoic extensional margin - central segment.
NEO
EO
MESO
EO
Figura 8 – Cartas estratigráficas das bacias meso- Figure 8 – Stratigraphic charts of Brazilian, Mesozoic-
cenozóicas de margem distensiva - segmento meridional. Cenozoic extensional margin - southern segment.
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
194
200
235
350
400
542
+
+
Figura 9 – Cartas estratigráficas das bacias meso- Figure 9 – Stratigraphic charts of Brazilian
cenozóicas de margem transformante. Mesozoic-Cenozoic transform margin.
210
250
300
350
400
416
443
450
500
550
bibliografia
FEIJÓ, F. J. Introdução. Boletim de Geociências
da Petrobras, Rio de Janeiro, v. 8, n. 1, p. 5-8,
jan./mar. 1994.
webgrafia
KAZLEV, M. Alan. Geological time. In: Palaeos: the
trace of life on earth. 2002. Disponível em: <http://
www.palaeos.com/Timescale/default.htm>. Acesso
em: 25 out. 2007.
Introduction
Edison José Milani1 (Coordenador), Hamilton Duncan Rangel2, Gilmar Vital Bueno3,
Juliano Magalhães Stica2, Wilson Rubem Winter4, José Maurício Caixeta5,
Otaviano da Cruz Pessoa Neto6
More than 50 years of cumulative exploratory charts now presented are different from the earlier
work undertaken by Petrobras in the Brazilian ones, which by itself is certainly material to rouse
sedimentary basins has generated the compilation and sustain the technical debate.
of an enormous geological-geophysical data bank The charts published here, besides having up-
that today allows a firm understanding of the to-date content, incorporate alterations to their format
stratigraphic and structural framework of these areas. when compared to those of 1994. The most significant
The Company’s geologists, assisted by the change was the suppression of the column related to
biostratigraphic and sedimentary research of well data the biostratigraphic zoning. This piece of information
and outcrops, and the important support of seismic is of invaluable strategic value to the exploratory
images, are able to represent the stratigraphic process and whose permanent update is a source of
arrangement of the various geological provinces in the unequivocal Petrobras competitive advantage in
the form of chronostratigraphic diagrams. These are Brazilian sedimentary basin studies. But if the detailed
usually called stratigraphic charts, representative of biozoning made by the company is not shown here,
the fundamental sedimentary-magmatic characteristic it serves as a basis for the sedimentary section
deposits of each basin prospected for petroleum positioning of the Brazilian basins in international
throughout the Country. Although these have been geochronological scales. Gradstein et al. (2004),
shown in an isolated manner in diverse publications reference was used for the absolute ages from which
since the 60s, it was in the Petrobras Geosciences were also taken the standardized colors of each
Bulletin v. 8, n. 1, in 1994, that all the basin charts geological time interval. The drawings appear in
were standardized and published together. variable vertical scales, adapted to the different types
During the last three years, Petrobras geologists of featured basin and to the temporal amplitude of
again organized an extensive revision process of the its stratigraphic record.
stratigraphic charts. Various basins have had an A second important alteration to the chart
enormous information evolution since 1994, through format made available herein, relates to a graphic
the acquisition of a very large volume of new differentiation imposed on the sedimentary sections,
geological and geophysical data and by the natural according to its relationship - full or secondary - to a
evolution of the accumulated knowledge. In others, particular basin. In this way, in the chronostratigraphic
nothing or very little had been done in terms of chart drawings, the rock units that were deposited in
exploratory activity since the chart’s previously that specific basin are represented in colors. Whereas,
published version. However, the basin interpretation the preexisting sedimentary sections that occupied
teams have changed, so that even in these cases the the same geographical context in previous cycles but
bibliographical
references
ASMUS, H. E.; PONTE, F. C. The brazilian marginal
basins, In: Nairn, A. E.; Stehli, F. G. (Ed.). The ocean
basins and margins: the south atlantic. New York:
Plenum, 1973. V. 1, p. 87-132.
bibliography
FEIJÓ, F. J. Introdução. Boletim de Geociências
da Petrobras, Rio de Janeiro, v. 8, n. 1, p. 5-8, jan./
mar. 1994.