Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Mineralogia Mcuc
Mineralogia Mcuc
1
Texto: Ricardo Paredes (Museu da Ciência da Universidade de Coimbra); ricardo.paredes@uc.pt
Fotografias: José Meneses e Ricardo Paredes (MIN.HAL.000109, MIN.OXI.19, MIN.SO.0002)
2. Sulfuretos, Selenetos, Arsenetos, Teluretos e Sulfossais (vitrine 2–6)
Realgar Auripigmento
MCUC, MIN.SLF.000004 MCUC, MIN.SLF.000004
Sulfuretos, vitrine 5, nº 8 Sulfuretos, vitrine 5, nº 6
Pirite (em Amonite do Jurássico Inferior, ca. 195 Ma) Pirite (em cubos)
MCUC, MIN.SLF.000464 MCUC, MIN.SLF.000465
Sulfuretos, vitrine 4, nº 10 Sulfuretos, vitrine 4, nº 7
Marcassite Calcopirite
MCUC, MIN.SLF.000393 MCUC, MIN.SLF.000485
Sulfuretos, vitrine 4 (base) Sulfuretos, vitrine 2 (base)
3. Halogenetos (vitrine 7)
Halite Fluorite
MCUC, MIN.HAL.000109 MCUC, MIN.HAL.0000131
Halogenetos, vitrine 7, nº 2 Halogenetos, vitrine 7, nº 7
Fuorite Fluorite
MCUC, MIN.HAL.000029 MCUC, MIN.HAL.000119
Halogenetos, vitrine 7, nº 6 Halogenetos, vitrine 7, nº 8
Fluorite Criolite
MCUC, MIN.HAL.00001 MCUC, MIN.HAL.0000089
Halogenetos, vitrine 7 (base) Halogenetos, vitrine 7, nº 10
Os carbonatos são caracterizados pela presença do grupo carbonato (CO3 )2-, a Calcite
forma-se com o cálcio (Ca). É um constituinte comum nos calcários e no seu estado
cristalino e translúcido exibe uma característica óptica que a distingue, a birrefrigência
ou dupla refracção da luz. Ocorrem na natureza formas polimórficas também na
Calcite, a Aragonite é um exemplo. Deve o seu nome à localidade de Molina de
Aragão (Espanha), e possui uma estrutura cristalina distinta, embora seja na
composição química igualmente um carbonato de cálcio. Enquanto que existem outros
minerais que são isomorficos, possuem estruturas cristalinas semelhantes, mas de
composição química distinta. Se em vez do Ca estiver o Magnésio (Mg) forma-se a
Magnesite, se for o Ferro (Fe) a Siderite, ou aínda o Cobre (Cu) a Azurite, vulgarmente
chamada de “azul de cobre” e empregue como pigmento mineral. Por alteração passa
a malaquite, de cor verde. Esta alteração faz com que, sobretudo em pintura mural, a
coloração verde possa predominar onde originalmente foram pintadas tonalidades de
azul.
Os nitratos são identificados pelo grupo aniónico (NO3)-, pelo qual a Natrite ocorre
combinada na presença de sódio (Na). Os selenatos são caracterizados pelo grupo
aniónico (SeO4)2-, os teluratos são caracterizados pelo grupo aniónico (TeO4)2-, e os
iodatos pelo grupo aniónico (IO3)-.
Natrite Azurite
MCUC, MIN.CARB.000011 MCUC, MIN.CARB.000118
Carbonatos, vitrine 11, nº 1 Carbonatos, vitrine 12, nº 25
Nesta classe Iincluem-se minerais com o grupo aniónico borato, (BO3)3-. A Ulexite é
um composto em que o borato está associado ao Cálcio (Ca) e ao Sódio (Na) em
forma hidratada. Popularmente conhecido por “pedra-televisão” devido à propriedade
óptica de transmissão da luz por um processo de reflexão interna. Forma-se em
ambientes áridos em condições evaporíticas como em lagos salinos.
Anidrite Gesso
MCUC, MIN.SFT.0000024 MCUC, MIN.SFT.0000228
Sulfatos, vitrine 14, nº 5 Sulfatos, vitrine 15, nº 26
Calcantite Crocoite
MCUC, MIN.SFT.0000195 MCUC, MIN.CRM.0000157
Sulfatos, vitrine 15, nº 15 Cromatos, vitrine 16 (base)
Wulfenite Scheelite
MCUC, MIN.MLB.00010 MCUC, MIN.TUG.00050
Molibdatos, vitrine 16 (base) Tungstatos, vitrine 16 (base)
Nos Arsenatos o grupo aniónico é (AsO4)3-, que, por exemplo, na presença de Ferro,
Oxigénio e Água pode formar Scorodite. Deve o seu nome a uma característica
peculiar, quando aquecida cheira a alho (Scorodion = alho em grego), pela libertação
de arsénico.
Trata-se da mais extensa e diversa classe de minerais, caracterizada pela sua unidade
fundamental o óxido de silício, com 4 oxigénios (O2-) para um de silício (Si4+). As
unidades (SiO4)4- podem associar-se de formas variadas originando diversas
combinações estruturais. O oxigénio (O) e o silício (Si) representam mais de 2/3 da
composição química da crosta terrestre. O óxido de silício, quartzo (SiO2) é o mineral
mais abundante constituinte das rochas (sedimentares, ígneas e metamórficas)
formadas na crosta terrestre. Desta classe faz parte o mineral Andradite, assim
denominado em 1868 por Danna, em homenagem ao mineralogista José Bonifácio
d´Andrada e Silva (1763-1838), professor de Metalurgia da Universidade de Coimbra
no início do século XIX, que lutou pela liberdade e independência dos povos e foi
figura central do processo de independência no Brasil [5, 6]. Andrada e Silva
descreveu também novos silicatos para a ciência como a Petalite, a Espodumena, a
Escapolite e a variedade Wernerite (do grupo da Escapolite). A Galeria de Mineralogia
do MCUC tem em homenagem o seu nome.
Quartzo-hialino Quartzo-leitoso
MIN.OXI.19 MIN.SIL.0001161
Silicatos, Vitrine 24 (base) Silicatos, Vitrine 25, nº 110
Quartzo-citrino Quartzo-róseo
MCUC, MIN.SIL.0001187 MCUC, MIN.SIL.0001162
Silicatos, vitrine 25, nº 109 Silicatos, vitrine 25, nº 111
Quartzo-safira Quartzo-ametista
MCUC, MIN.SIL.0001185 MCUC, MIN.SIL.0001163
Silicatos, vitrine 25, nº 112 Silicatos, vitrine 25, nº 113
Quartzo-fumado Calcedónia
MCUC, MIN.SIL.0001159 MCUC, MIN.SIL.0001165
Silicatos, vitrine 25, nº 106 Silicatos, vitrine 25, nº 115
10. Substâncias Orgânicas (vitrine 27)
Constituem-se como uma classe atípica dentro dos minerais, já que em muitos casos
nem apresentam estrutura cristalina, sendo amorfos, como o caso do Âmbar (resina-
fóssil). Formam moléculas complexas contendo carbono (C) e hidrogénio (H). Nos
casos da Vevelite e a “Pedra-mel” (Melite) estas cadeias de C-O apresentam-se com
H20.
Vevelite Melite
MCUC, MIN.SO.0001 MCUC, MIN.SO.0002
Substâncias Orgânicas, vitrine 27, nº 1 Substâncias Orgânicas, vitrine 27, nº 2
Âmbar Âmbar
MCUC, MIN.SO.0003 MCUC, MIN.SO.0003.2
Substâncias Orgânicas, vitrine 27, nº 3 Substâncias Orgânicas, vitrine 27, nº 3
Referências
[1] Pinto, J., Marques, J. 1999. Catálogo da Galeria de Minerais José Bonifácio d’Andrada e
Silva. Museu Mineralógico e Geológico - Museu de História Natural - Faculdade de Ciências e
Tecnologia, da Universidade de Coimbra, Coimbra, 137 pp.
[2] Portugal Ferreira, M. 1998. 200 anos de Mineralogia e Arte de Minas: Desde a Faculdade de
Filosofia (1772) até à Faculdade de Ciências e Tecnologia (1972). Faculdade de Ciências e
Tecnologia, Universidade de Coimbra, Coimbra, 188 pp.
[3] Portugal Ferreira, M. 1990. O Museu de História Natural da Universidade de Coimbra
(Secção de Mineralogia e Geologia) desde a Reforma Pombalina (1772) até à República
(1910). Memórias e Notícias, 110: 53-76.
[4] Paredes, R., Cabral, F., Marques, J.F., Pinto, J. S., Macedo, R., Callapez, P.M. 2007. The
creation of a Mineralogy database: adaptation to the collections of the Mineralogical and
Geological Museum of the University of Coimbra and repercussions on the teaching of Earth
Sciences. In: VI Congresso Ibérico de Geoquímica & XV Semana de Geoquímica, Proceedings
Book, pp. 576-579. ISBN: 987-972-669-806-7.
[5] Portugal Ferreira, M. 1988. José Bonifácio d'Andrada e Silva: Mineralogista, académico,
mineiro do início do séc. XIX. Memórias e Notícias, 106: 19-32.
[6] As colecções do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra no jornal Público.
http://www.museudaciencia.org/uploads/files/andradite.jpg
[7] As colecções do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra no jornal Público.
http://www.museudaciencia.org/uploads/files/metatorbernite.jpg