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Princípios de Epidemiologia
Princípios de Epidemiologia
AULA INTRODUTÓRIA:
Conceitos, Histórico e Aplicações da
Epidemiologia
Profa. Mestre Raquel Batista Dantas
1º Tenente PM/QOS Enfermeira
Assessora / Analista de Saúde da DS/PMMG
O que é Epidemiologia?
Doenças
Ciência base da saúde coletiva e
congrega métodos das ciências
sociais e estatística.
Dados e Não ocorrem
informações ao acaso
LUGAR
Evento Causas Desfechos
Investigação Fatores
Causais e
Quantificar Estabelecer Avaliar
preveníveis
ocorrências Fatores/Padrões resultados
Polícia Militar
(ROUQUAYROL e GOLDBAUM, ALMEIDA FILHO E ROYQUAROL, de Minas
2003; 2003; Gerais
PEREIRA, 2013).
PRINCÍPIOS DE EPIDEMIOLOGIA: CONCEITOS,
HISTÓRICOS E APLICAÇÕES
Marcos históricos da Epidemiologia
Grandes Epidemias
Peste de Atenas (430 a.C. e 427 a.C.): Peste Negra (Eurásia - 1348 e 1350): 75 a 200 milhões de óbitos.
varíola, sarampo e febre tifoide.
Gripe Espanhola (1918): Pandemia Pandemia de COVID-19
iniciada nos EUA, mas com maior - Wuhan – China (2019):
impacto na Espanha (vírus H1N1) – acima de 15 milhões de
100 milhões de óbitos. óbitos (OMS).
Preocupação em definir e
estabelecer fatores (risco)
associados às doenças e mortes.
semanais.
(ALMEIDA FILHO, Naomar de. Bases históricas da Epidemiologia. Cadernos de Saúde Pública [online]. 1986, v. 2, n. 3 [Acessado 29 Maio 2023], pp. 304-311. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-
311X1986000300004>. Acesso em Jun. 2021). Polícia Militar de Minas Gerais
PRINCÍPIOS DE EPIDEMIOLOGIA: CONCEITOS,
HISTÓRICOS E APLICAÇÕES
evidências )
(ALMEIDA FILHO, Naomar de. Bases históricas da Epidemiologia. Cadernos de Saúde Pública [online]. 1986, v. 2, n. 3 [Acessado 29 Maio 2023], pp. 304-311. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-
311X1986000300004>. Acesso em Jun. 2021). Polícia Militar de Minas Gerais
PRINCÍPIOS DE EPIDEMIOLOGIA: CONCEITOS,
HISTÓRICOS E APLICAÇÕES
(ALMEIDA FILHO, Naomar de. Bases históricas da Epidemiologia. Cadernos de Saúde Pública [online]. 1986, v. 2, n. 3 [Acessado 29 Maio 2023], pp. 304-311. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-
311X1986000300004>. Acesso em Jun. 2021). Polícia Militar de Minas Gerais
PRINCÍPIOS DE EPIDEMIOLOGIA: CONCEITOS,
HISTÓRICOS E APLICAÇÕES
(ALMEIDA FILHO, Naomar de. Bases históricas da Epidemiologia. Cadernos de Saúde Pública [online]. 1986, v. 2, n. 3 [Acessado 29 Maio 2023], pp. 304-311. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-
311X1986000300004>. Acesso em Jun. 2021).
Polícia Militar de Minas Gerais
PRINCÍPIOS DE EPIDEMIOLOGIA: CONCEITOS,
HISTÓRICOS E APLICAÇÕES
(ALMEIDA FILHO, Naomar de. Bases históricas da Epidemiologia. Cadernos de Saúde Pública [online]. 1986, v. 2, n. 3 [Acessado 29 Maio 2023], pp. 304-311. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-
311X1986000300004>. Acesso em Jun. 2021). Polícia Militar de Minas Gerais
PRINCÍPIOS DE EPIDEMIOLOGIA: CONCEITOS,
HISTÓRICOS E APLICAÇÕES
2.2 Marcos históricos relevantes: até o Séc. XIX
✓ Jhon Snow (1854): Séc. XIX (médico britânico)
(ALMEIDA FILHO, Naomar de. Bases históricas da Epidemiologia. Cadernos de Saúde Pública [online]. 1986, v. 2, n. 3 [Acessado 29 Maio 2023], pp. 304-311. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-
311X1986000300004>. Acesso em Jun. 2021). Polícia Militar de Minas Gerais
PRINCÍPIOS DE EPIDEMIOLOGIA: CONCEITOS, HISTÓRICOS E
APLICAÇÕES
LINHA DO TEMPO
Bem estar
Emocional/Mental
Bem estar
Espiritual
✓ Leavell e Clark (1976): modelo da história natural da doença e intervenções preventivas (escopo
epidemiológico)
“Todas interrelações do agente, do hospedeiro e do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as
primeiras forças que criam o estímulo patológico no meio ambiente ou em qualquer outro lugar, passando pela resposta do homem ao
estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte".
(LEAVELL, H. & CLARK, E. G. Medicina Polícia Militar
preventiva. de Minas
São Paulo, Gerais do Brasil, 1976).
McGraw-Hill
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E INVESTIGAÇÃO
EPIDEMIOLÓGICA
I. Formação e educação
permanente Prevenção Primária
II. Alimentação adequada e Intervenções no estágio de pré
saudável patogênico. Ex: vacinação
III. Práticas corporais e atividades
físicas
IV. Enfrentamento ao uso do
tabaco e de seus derivados
V. Enfrentamento do uso abusivo Prevenção Secundária
de álcool e de outras drogas Intervenções na fase pré-clínica (estágio
VI. Promoção da mobilidade patogênico): Ex: rastreamento precoce
segura
VII. Promoção da cultura da paz e
dos direitos humanos
VIII. Promoção do Prevenção Terciária
desenvolvimento sustentável
Intervenções na fase clínica (estágio patogênico)
com manifestação clínica. Ex: prevenção de
complicações da HAS (IAM, AVE).
Polícia Militar de Minas Gerais
INVESTIGAÇÃO DO PROCESSO SAÚDE DOENÇA
Vigilância Epidemiológica
- Definida pela Lei 8.080/1990:
“um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou
prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes
de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as
medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos”.
Art. 3º A PNVS compreende a articulação dos ✓ Propósito: fornecer orientação técnica permanente para
saberes, processos e práticas relacionados à os que têm a responsabilidade de decidir sobre a
vigilância epidemiológica, vigilância em saúde execução de ações de controle de doenças e agravos.
ambiental, vigilância em saúde do trabalhador e
vigilância sanitária e alinha-se com o conjunto ✓ Funções: coleta e processamento de dados; análise e
de políticas de saúde no âmbito do SUS, interpretação dos dados processados; divulgação das
considerando a transversalidade das ações de informações; investigação epidemiológica de casos e
vigilância em saúde sobre a determinação do surtos; análise dos resultados obtidos; e recomendações
processo saúde doença. e promoção das medidas de controle indicadas.
Polícia Militar de Minas Gerais
INVESTIGAÇÃO DO PROCESSO SAÚDE DOENÇA
Vigilância Epidemiológica
- São monitorados pela Vigilância Epidemiológica: Sistemas de Informação em Saúde
✓ Dados demográficos, ambientais e socioeconômicos;
✓ Dados de morbidade; • Sistema Nacional de Agravos de Notificação
✓ Dados de mortalidade; (SINAN): é o mais importante para a Vigilância
✓ Notificação de emergências de saúde pública, surtos e Epidemiológica. Registra dados para o cálculo dos
epidemias. principais indicadores relacionados a doenças de
importância epidemiológica. Fonte: Ficha de
notificação compulsória.
• Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM):
• Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS): permite identificar os controla e tabula informações sobre letalidade dos
agravos à saúde que necessitam de internação, contribuindo para o agravos de incidência conhecida, bem como taxas
conhecimento da situação de saúde e da gestão dos serviços. Fonte: de mortalidade geral, infantil, materna. Fonte:
Autorização de Internação Hospitalar (AIH) Declarações de óbitos
• Outras fontes de dados: • Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos
•Sistema de Informações sobre a Atenção Básica (SIAB); (SINASC): permite avaliar as condições e o perfil de
•Sistema de Informações de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan); nascimento, bem como para a avaliação de riscos à
•Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI); saúde materno-infantil. Fonte: Declaração de
•Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Nascidos Vivos
Humano – (Sisagua);
Site: https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/
INFORMAÇÕES Exame físico, exames Dados populacionais (EX; PNI. Hiper DIA -
ANALISADAS laboratoriais e de imagem (primários ou controle de hipertensos
e história clínica do secundários); indicadores
indivíduo. de saúde; dados com e diabéticos etc).
referência de tempo, MONITORAMENTO Acompanhamento Acompanhamento dos
espaço geográficos e
variáveis associadas, etc. clínico individual indicadores de saúde
OBJETIVOS DAS Curar, controlar ou Mitigar ou controlar fatores (prevenir a doenças, (taxas de mortalidade,
INTERVENÇÕES prevenir o agravo presente de risco para a melhorar ou curar a internações, contágio
na pessoa. comunidade/coletividade; condição, ou por doenças);
melhorar o nível de saúde estabilizar a mudanças nos estados
e de vida das populações; condição). de saúde
controlar surtos, epidemias populacionais.
ou pandemias, etc. Fonte:
Polícia Militar de Elaboração pela autora, 2021.
Minas Gerais
3. Key points:
✓ A Epidemiologia é uma ciência complexa e de fundamental relevância para explicação do processo saúde doença em
coletividades humanas;
✓ Utiliza métodos das ciências sociais e bioestatística para explicar fenômenos que interferem na saúde;
✓ Até o séc. XIX havia predominância do modelo unicausal para explicar o processo saúde – doença nas populações, mas à
partir do sex. XX com as mudanças populacionais (transição demográfica avanços científicos, ampliação da vacinação e
longevidade) predomina o modelo multicausal e sistêmico para explicar a ocorrência de doenças;
✓ O conceito ampliado de saúde trouxe consigo a compreensão de determinantes e condicionantes de saúde, sendo o
modelo de Determinação Social da Saúde (DSS), proposto por Dahlgren and Whitehead (1991) o mais difundido e
utilizado para explicar o processo saúde doença contemporâneo.
✓ A História Natural da Doença proposto por Leavell e Clark (1976) é um modelo explicativo das inter-relações entre agente,
hospedeiro e meio ambiente desde o período inicial da fase pré-patogênica até o curso final de uma doença. Ou seja,
descreve como seria o curso natural da doença se não houve nenhuma interferência sobre ela.
Polícia Militar de Minas Gerais
3. Key points:
✓ No Brasil, em 1976, Hugh Leavell e E. Gurney Clark tiveram seu livro Preventive Medicine for the Doctor in his Community
publicado. Esses autores defenderam os níveis de aplicação das medidas preventivas a partir da história natural das
doenças.
✓ Os autores consideram 03 níveis de prevenção em saúde: prevenção primária (que atua no estágio de pré-patogênico);
prevenção secundária (estágio inicial do período patogênico) onde o indivíduo ainda pode apresentar pouco ou nehuma
sintomatologia; e a prevenção terciária, que intervém na fase final (reabiklotação/cura) do estágio patogênico.
✓ São exemplos de intervenções para cada nível de prevenção: vacinação (prevenção primária); detecção precoce de
doença por meio de exames de rastreio (prevenção secundária) e redução de danos decorrentes de uma doença já
instalada (EX: controle da HAS e DM) – prevenção terciária.
✓ O Sistema de Vigilância epidemiológica integra o Sistema Nacional de Vigilância à Saúde e tem por finalidade principal de
detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva,
com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos”;
✓ Diversas bases de dados epidemiológicos podem ser consultados para avaliar os indicadores do processo saúde doença
em rede nacional (SINAN, SINASC, SIM, SIH, etc.).
Polícia Militar de Minas Gerais
Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for
nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for
amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente
ou digno de louvor, pensem nessas coisas (Filipenses 4:8).
OBRIGADA!
Polícia Militar de Minas Gerais
Bibliografia
ALMEIDA FILHO, N. e ROUQUAYROL, M.Z. Elementos da metodologia epidemiológica. In: Rouquayrol, M.Z. Epidemiologia & Saúde. 6. ed. Rio de Janeiro.
MEDSI, 2003.
BRASIL. CF/88. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm> >. Acesso em: 16 Fev. 2021.
BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8080.htm > . Acesso em: 16 Fev. 2021
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de vigilância epidemiológica. 7. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 816 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos).
BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Anais: I Seminário sobre a Política Nacional de Promoção da Saúde Brasília: MS; 2012. (Série D. Reuniões e Conferências).)
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LAURELL, A. C. A saúde-doença como processo social. In: NUNES, E. D. (Org.). Medicina social: aspectos históricos e teóricos. São Paulo: Global, 1983, p. 133-158.
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OMS - ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Declaração de Alma-Ata: primeira conferência internacional sobre cuidados primários de saúde. Genebra, 1978.
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ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Diminuindo diferenças: a prática das políticas sobre determinantes sociais da saúde: documento de discussão. Rio
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