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ESPECIALIZAÇÃO EAD EM GESTÃO ESTRATÉGICA EM SAÚDE

Disciplina: Princípios de epidemiologia aplicados aos


serviços de saúde

AULA INTRODUTÓRIA:
Conceitos, Histórico e Aplicações da
Epidemiologia
Profa. Mestre Raquel Batista Dantas
1º Tenente PM/QOS Enfermeira
Assessora / Analista de Saúde da DS/PMMG

Belo Horizonte, junho de 2023.

Polícia Militar de Minas Gerais


APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
OBJETIVOS

Relevância da Epidemiologia: subsídios aos gestores e


profissionais de saúde para melhor compreensão dos fatores que
intervém no processo saúde-doença em coletividades ou populações.

O que? Por que?

Reconhecer os conceitos e Aplicar as ferramentas da


aplicações da Epidemiologia na
epidemiologia no campo elaboração de Políticas e
da saúde. Estratégias que visem
mitigar doenças e agravos,
prevenir ou minimizar danos
em saúde.
Fonte: Google imagens. Disponível em:
http://www.noticias.uem.br/index.php?option=com_content&v
iew=article&id=22099:epidemiologia-promove-semana-de-
Polícia Militar de Minas Gerais
conscientizacao&catid=986&Itemid=210
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Materiais Didáticos: livros digitais, artigos e apostila (estruturada


em eixos temáticos)
Capítulo 01- Bases conceituais, história e aplicações da
Epidemiologia;

Capítulo 02 - Processo saúde-doença e o método investigativo


epidemiológico;

Capítulo 03 - Princípios de Bioestatística aplicados à


Epidemiologia;

Capítulo 04 - Estudos Epidemiológicos;

Capítulo 5 - Indicadores Epidemiológicos utilizados na saúde.


Polícia Militar de Minas Gerais
PRINCÍPIOS DE EPIDEMIOLOGIA: CONCEITOS,
HISTÓRICOS E APLICAÇÕES

O que é Epidemiologia?

(...) “ciência que estuda o processo saúde- Paciente(s) / População


doença em coletividades humanas,
analisando a distribuição e os fatores
Espaço
determinantes das enfermidades, danos à
saúde e eventos associados à saúde
coletiva (...)” (ROUQUAYROL e GOLDBAUM, 2003). Tempo

ALMEIDA FILHO, N. e ROUQUAYROL, M.Z. Elementos da


metodologia epidemiológica. In: Rouquayrol, M.Z. Epidemiologia
& Saúde. 6. ed. Rio de Janeiro. MEDSI, 2003
Polícia Militar de Minas Gerais
PRINCÍPIOS DE EPIDEMIOLOGIA: CONCEITOS,
HISTÓRICOS E APLICAÇÕES

Epidemiologia na análise de eventos: modelo interativo

Doenças
Ciência base da saúde coletiva e
congrega métodos das ciências
sociais e estatística.
Dados e Não ocorrem
informações ao acaso

LUGAR
Evento Causas Desfechos
Investigação Fatores

Causais e
Quantificar Estabelecer Avaliar
preveníveis
ocorrências Fatores/Padrões resultados
Polícia Militar
(ROUQUAYROL e GOLDBAUM, ALMEIDA FILHO E ROYQUAROL, de Minas
2003; 2003; Gerais
PEREIRA, 2013).
PRINCÍPIOS DE EPIDEMIOLOGIA: CONCEITOS,
HISTÓRICOS E APLICAÇÕES
Marcos históricos da Epidemiologia
Grandes Epidemias

Peste de Atenas (430 a.C. e 427 a.C.): Peste Negra (Eurásia - 1348 e 1350): 75 a 200 milhões de óbitos.
varíola, sarampo e febre tifoide.
Gripe Espanhola (1918): Pandemia Pandemia de COVID-19
iniciada nos EUA, mas com maior - Wuhan – China (2019):
impacto na Espanha (vírus H1N1) – acima de 15 milhões de
100 milhões de óbitos. óbitos (OMS).

Polícia Militar de Minas Gerais


Fonte: google imagens. Disponível em: https://www.campomaioremfoco.com.br/noticia/11354/Coronavirus-nao-foi-a-primeira-pandemia-da-historia--confira-
PRINCÍPIOS DE EPIDEMIOLOGIA: CONCEITOS,
HISTÓRICOS E APLICAÇÕES

Contexto histórico da Epidemiologia

Preocupação em definir e
estabelecer fatores (risco)
associados às doenças e mortes.

Polícia Militar de Minas Gerais


Fonte: google imagens. Disponível em: https://www.campomaioremfoco.com.br/noticia/11354/Coronavirus-nao-foi-a-primeira-pandemia-da-historia--confira-
PRINCÍPIOS DE EPIDEMIOLOGIA: CONCEITOS,
HISTÓRICOS E APLICAÇÕES

Marcos históricos relevantes: até o Séc. XIX

✓ Século V (A.C.): Hipócrates (Pai da Medicina


Científica) - Grécia

- TEORIA DOS MIASMAS:

• Interferência do meio ambiente (sujidade, dejetos,


matéria orgânica)sobre o processo de adoecimento das
pessoas;

• Primeiro a propor o controle do lixo/medidas sanitárias.

(ROUQUAYROL e GOLDBAUM, 2003; PEREIRA, 2013).


Polícia Militar
(Esquema elaborado de Minas
pela autora. Gerais
Adaptado de PEREIRA, 2013).
PRINCÍPIOS DE EPIDEMIOLOGIA: CONCEITOS,
HISTÓRICOS E APLICAÇÕES

Marcos históricos relevantes: até o Séc. XIX

✓ John Graunt (1620-1674) – Londres (séc.


XVII): pioneiro em quantificar os padrões de
natalidade e mortalidade infantil.

✓ Indícios de investigação epidemiológica para


identificar padrões:

• Diferenças entre sexo, distribuição rural x Fonte: Google imagens.


Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/John
urbana, controle de nascimentos e óbitos _Graunt

semanais.

(ALMEIDA FILHO, Naomar de. Bases históricas da Epidemiologia. Cadernos de Saúde Pública [online]. 1986, v. 2, n. 3 [Acessado 29 Maio 2023], pp. 304-311. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-
311X1986000300004>. Acesso em Jun. 2021). Polícia Militar de Minas Gerais
PRINCÍPIOS DE EPIDEMIOLOGIA: CONCEITOS,
HISTÓRICOS E APLICAÇÕES

Marcos históricos relevantes: até o Séc. XIX


✓ Pierre Louis (1787-1872) – França (Séc. XVIII):
Médico Clínico.

✓ Iniciou as bases do método epidemiológico


quantitativo para investigar doenças:

• desenvolvimento do "método numérico",


precursor da epidemiologia e do ensaio Fonte: Google imagens.
Disponível em:
clínico moderno (medicina baseada em https://en.wikipedia.org/wiki/Pierr
e_Charles_Alexandre_Louis

evidências )

(ALMEIDA FILHO, Naomar de. Bases históricas da Epidemiologia. Cadernos de Saúde Pública [online]. 1986, v. 2, n. 3 [Acessado 29 Maio 2023], pp. 304-311. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-
311X1986000300004>. Acesso em Jun. 2021). Polícia Militar de Minas Gerais
PRINCÍPIOS DE EPIDEMIOLOGIA: CONCEITOS,
HISTÓRICOS E APLICAÇÕES

Marcos históricos relevantes: até o Séc. XIX

✓ Louis Villermé (1782-1863): Médico Frances


(Séc. XVIII e XIX).

✓ Estudos sobre impactos da pobreza e do


trabalho na vida das pessoas.

• Contribuições no campos da sociologia e da


Fonte: Google imagens.
investigação estatística, auxiliando nas bases Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Louis
da epidemiologia social. _Ren%C3%A9_Villerm%C3%A9

(ALMEIDA FILHO, Naomar de. Bases históricas da Epidemiologia. Cadernos de Saúde Pública [online]. 1986, v. 2, n. 3 [Acessado 29 Maio 2023], pp. 304-311. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-
311X1986000300004>. Acesso em Jun. 2021). Polícia Militar de Minas Gerais
PRINCÍPIOS DE EPIDEMIOLOGIA: CONCEITOS,
HISTÓRICOS E APLICAÇÕES

Marcos históricos relevantes: até o Séc. XIX “Relatório Anual do Registro


Geral de Nascimentos, Óbitos e
Casamentos na Inglaterra”
✓ William Farr (1807-1883): Séc. XIX (médico e estatístico /
Londres).

✓ Considerado um dos pioneiros da estatística;

✓ Atribuiu causalidade (mortes por varíola) ao analisar


estatisticamente a associação entre a água contaminada e os
óbitos.
Fonte: Google imagens.
• contribuições na análises de causalidade e desfechos de Disponível em:
https://en.wikipedia.org/wiki/Willia
m_Farr
doenças, lançando bases para o estudos das epidemias.

(ALMEIDA FILHO, Naomar de. Bases históricas da Epidemiologia. Cadernos de Saúde Pública [online]. 1986, v. 2, n. 3 [Acessado 29 Maio 2023], pp. 304-311. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-
311X1986000300004>. Acesso em Jun. 2021).
Polícia Militar de Minas Gerais
PRINCÍPIOS DE EPIDEMIOLOGIA: CONCEITOS,
HISTÓRICOS E APLICAÇÕES

Marcos históricos relevantes: até o Séc. XIX


✓ Louis Pasteur (1822-1895): Séc. XIX (cientista químico
e bacteriologista)

✓ Considerado o “Pai da Bacteriologia” e da


Epidemiologia Moderna;

✓ Bases biológicas: estudo das doenças


infectocontagiosas
Fonte: Google imagens.
• diversas descobertas: assepsia e combate às Disponível em:
https://es.wikipedia.org/wiki/Loui
infecções; método de pasteurização do leite e s_Pasteur

fermentação da cerveja; vacina anti-rábica, etc. .

(ALMEIDA FILHO, Naomar de. Bases históricas da Epidemiologia. Cadernos de Saúde Pública [online]. 1986, v. 2, n. 3 [Acessado 29 Maio 2023], pp. 304-311. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-
311X1986000300004>. Acesso em Jun. 2021). Polícia Militar de Minas Gerais
PRINCÍPIOS DE EPIDEMIOLOGIA: CONCEITOS,
HISTÓRICOS E APLICAÇÕES
2.2 Marcos históricos relevantes: até o Séc. XIX
✓ Jhon Snow (1854): Séc. XIX (médico britânico)

✓ Descoberta da transmissão da cólera (“parasitas invisíveis”)

✓ Bases da investigação epidemiológica: pesquisas e informações extraídas


de doentes de cólera (relações entre doença e fatores associados);

• Instituiu o mapeamento de casos, relação de exposição e desfecho


(descobriu que a cólera era causada pelo consumo de água contaminada Fonte: Google imagens.
Disponível em:
(matérias fecais) e que os casos da doença se agrupavam nas zonas onde https://pt.wikipedia.org/wiki/John
_Snow
a água consumida estava contaminada com fezes.

(ALMEIDA FILHO, Naomar de. Bases históricas da Epidemiologia. Cadernos de Saúde Pública [online]. 1986, v. 2, n. 3 [Acessado 29 Maio 2023], pp. 304-311. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-
311X1986000300004>. Acesso em Jun. 2021). Polícia Militar de Minas Gerais
PRINCÍPIOS DE EPIDEMIOLOGIA: CONCEITOS, HISTÓRICOS E
APLICAÇÕES

Marcos históricos relevantes: Após século XX


EPIDEMIOLOGIA ANÁLITICA MODERNA

✓ Richard Doll e Austin Bradford-Hill (década de 1950): trabalhos sobre tabagismo e


doenças associadas ao fumo, método de coorte (evidências sobre a íntima relação
tabaco-câncer do pulmão / correspondência entre o aparecimento da neoplasia do
pulmão e a carga tabágica (quantidade de tabaco inalado).

✓ Descoberta da oncogênese (1975): vários pesquisadores Médico Epidemiologista Richard Doll


detectaram o gene “src”, capaz de provocar alterações
genéticas na célula e torná-la cancerígena.

✓ Estudo sobre fatores associados à hipertensão Arterial Sistêmica no


Brasil (1978) - pesquisador Aloyzio Achutti: conduzido pela Secretaria de
Saúde do Rio Grande do Sul e Fundação Oswaldo Cruz, mostrou a
prevalência da hipertensão arterial em São Paulo.
Médico Cardiologista e
Epidemiologista Aloysio
Achutti (H. Moinhos POA) Polícia Militar
(Imagens de Minas
disponíveis Gerais
em google imagens, 2023).
2. PRINCÍPIOS DE EPIDEMIOLOGIA: CONCEITOS, HISTÓRICOS E
APLICAÇÕES

Explicação das doenças até o Sec. XIX: MODELO UNICAUSAL

Até o século XIX Tríade Epidemiológica: tradicionalmente utilizado para atribuir


causalidade das doenças transmissíveis.

Foco: mitigação de agentes etiológicos

Doença: resultado da interação entre o agente, o hospedeiro


suscetível e o ambiente.

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2. PRINCÍPIOS DE EPIDEMIOLOGIA: CONCEITOS, HISTÓRICOS E
APLICAÇÕES

Mudança de paradigma: das doenças infectocontagiosas para as DCNT

✓ Mudança de paradigma: modelo “unicausal” “multicausal” (séc. XX): alinhado ao


conceito de epidemiologia social (fatores condicionantes e determinantes de saúde.

Até o século XIX A partir do século XX

LINHA DO TEMPO

Foco: mitigação de agentes etiológicos Foco: reconhecimento dos condicionantes e


determinantes dede
Polícia Militar saúde
Minas Gerais
2. PRINCÍPIOS DE EPIDEMIOLOGIA: CONCEITOS, HISTÓRICOS E
APLICAÇÕES

Determinantes e Condicionantes de Saúde

Modelo (DSS): Dahlgren and Whitehead (1991)


MACRODETERMINANTES

✓ Conceito ampliado de saúde Bem estar Físico

Bem estar
Emocional/Mental

Bem estar Social

Bem estar
Espiritual

“Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não


apenas a mera ausência de doença ou enfermidade”(OMS,1986). MICRODETERMINANTES
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2. PRINCÍPIOS DE EPIDEMIOLOGIA: CONCEITOS, HISTÓRICOS E
APLICAÇÕES

Determinantes e Condicionantes de Saúde

- Saúde descrita no Art. 196 da CF do Brasil:


“Saúde é um direito de todos e dever do estado, garantido
mediante medidas políticas, sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e
recuperação” (BRASIL, 1988).

- LOS (Lei 8.080/90):


Art. 3o Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País, tendo a saúde como determinantes e
condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação,
a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais.
- Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir
às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social.
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HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E INVESTIGAÇÃO
EPIDEMIOLÓGICA

✓ Leavell e Clark (1976): modelo da história natural da doença e intervenções preventivas (escopo
epidemiológico)

“Todas interrelações do agente, do hospedeiro e do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as
primeiras forças que criam o estímulo patológico no meio ambiente ou em qualquer outro lugar, passando pela resposta do homem ao
estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte".
(LEAVELL, H. & CLARK, E. G. Medicina Polícia Militar
preventiva. de Minas
São Paulo, Gerais do Brasil, 1976).
McGraw-Hill
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E INVESTIGAÇÃO
EPIDEMIOLÓGICA

I. Formação e educação
permanente Prevenção Primária
II. Alimentação adequada e Intervenções no estágio de pré
saudável patogênico. Ex: vacinação
III. Práticas corporais e atividades
físicas
IV. Enfrentamento ao uso do
tabaco e de seus derivados
V. Enfrentamento do uso abusivo Prevenção Secundária
de álcool e de outras drogas Intervenções na fase pré-clínica (estágio
VI. Promoção da mobilidade patogênico): Ex: rastreamento precoce
segura
VII. Promoção da cultura da paz e
dos direitos humanos
VIII. Promoção do Prevenção Terciária
desenvolvimento sustentável
Intervenções na fase clínica (estágio patogênico)
com manifestação clínica. Ex: prevenção de
complicações da HAS (IAM, AVE).
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INVESTIGAÇÃO DO PROCESSO SAÚDE DOENÇA

Vigilância Epidemiológica
- Definida pela Lei 8.080/1990:
“um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou
prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes
de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as
medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos”.

Resolução n. 588/2018 de 2 de junho de 2018. Conselho Nacional de Saúde (CNS):


Política Nacional de Vigilância à Saúde Epidemiológica

Art. 3º A PNVS compreende a articulação dos ✓ Propósito: fornecer orientação técnica permanente para
saberes, processos e práticas relacionados à os que têm a responsabilidade de decidir sobre a
vigilância epidemiológica, vigilância em saúde execução de ações de controle de doenças e agravos.
ambiental, vigilância em saúde do trabalhador e
vigilância sanitária e alinha-se com o conjunto ✓ Funções: coleta e processamento de dados; análise e
de políticas de saúde no âmbito do SUS, interpretação dos dados processados; divulgação das
considerando a transversalidade das ações de informações; investigação epidemiológica de casos e
vigilância em saúde sobre a determinação do surtos; análise dos resultados obtidos; e recomendações
processo saúde doença. e promoção das medidas de controle indicadas.
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INVESTIGAÇÃO DO PROCESSO SAÚDE DOENÇA

Vigilância Epidemiológica
- São monitorados pela Vigilância Epidemiológica: Sistemas de Informação em Saúde
✓ Dados demográficos, ambientais e socioeconômicos;
✓ Dados de morbidade; • Sistema Nacional de Agravos de Notificação
✓ Dados de mortalidade; (SINAN): é o mais importante para a Vigilância
✓ Notificação de emergências de saúde pública, surtos e Epidemiológica. Registra dados para o cálculo dos
epidemias. principais indicadores relacionados a doenças de
importância epidemiológica. Fonte: Ficha de
notificação compulsória.
• Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM):
• Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS): permite identificar os controla e tabula informações sobre letalidade dos
agravos à saúde que necessitam de internação, contribuindo para o agravos de incidência conhecida, bem como taxas
conhecimento da situação de saúde e da gestão dos serviços. Fonte: de mortalidade geral, infantil, materna. Fonte:
Autorização de Internação Hospitalar (AIH) Declarações de óbitos
• Outras fontes de dados: • Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos
•Sistema de Informações sobre a Atenção Básica (SIAB); (SINASC): permite avaliar as condições e o perfil de
•Sistema de Informações de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan); nascimento, bem como para a avaliação de riscos à
•Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI); saúde materno-infantil. Fonte: Declaração de
•Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Nascidos Vivos
Humano – (Sisagua);

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INVESTIGAÇÃO DO PROCESSO SAÚDE DOENÇA
Vigilância Epidemiológica

Site: https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/

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MODELOS DE INVESTIGAÇÃO DO PROCESSO SAÚDE DOENÇA
(CLÍNICO X EPIDEMIOLÓGICO)

✓ As abordagens frente ao processo saúde-doença se diferenciam quanto ao perfil do “objeto de investigação”


(paciente ou comunidade/população) e das peculiaridades inerentes.

TIPOS ABORDAGEM DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA CLINICA EPIDEMIOLÓGICA


CLINICA EPIDEMIOLÓGICA INTERVENÇÕES Tratamento e Programas de
DIAGNÓSTICO Individual. Coletivo / populações. reabilitação. Promoção à saúde e
controle de doença

INFORMAÇÕES Exame físico, exames Dados populacionais (EX; PNI. Hiper DIA -
ANALISADAS laboratoriais e de imagem (primários ou controle de hipertensos
e história clínica do secundários); indicadores
indivíduo. de saúde; dados com e diabéticos etc).
referência de tempo, MONITORAMENTO Acompanhamento Acompanhamento dos
espaço geográficos e
variáveis associadas, etc. clínico individual indicadores de saúde
OBJETIVOS DAS Curar, controlar ou Mitigar ou controlar fatores (prevenir a doenças, (taxas de mortalidade,
INTERVENÇÕES prevenir o agravo presente de risco para a melhorar ou curar a internações, contágio
na pessoa. comunidade/coletividade; condição, ou por doenças);
melhorar o nível de saúde estabilizar a mudanças nos estados
e de vida das populações; condição). de saúde
controlar surtos, epidemias populacionais.
ou pandemias, etc. Fonte:
Polícia Militar de Elaboração pela autora, 2021.
Minas Gerais
3. Key points:

✓ A Epidemiologia é uma ciência complexa e de fundamental relevância para explicação do processo saúde doença em
coletividades humanas;

✓ Utiliza métodos das ciências sociais e bioestatística para explicar fenômenos que interferem na saúde;

✓ Historicamente se desenvolveu no contexto das grandes epidemias/pandemias da humanidade;

✓ Até o séc. XIX havia predominância do modelo unicausal para explicar o processo saúde – doença nas populações, mas à
partir do sex. XX com as mudanças populacionais (transição demográfica avanços científicos, ampliação da vacinação e
longevidade) predomina o modelo multicausal e sistêmico para explicar a ocorrência de doenças;

✓ O conceito ampliado de saúde trouxe consigo a compreensão de determinantes e condicionantes de saúde, sendo o
modelo de Determinação Social da Saúde (DSS), proposto por Dahlgren and Whitehead (1991) o mais difundido e
utilizado para explicar o processo saúde doença contemporâneo.

✓ A História Natural da Doença proposto por Leavell e Clark (1976) é um modelo explicativo das inter-relações entre agente,
hospedeiro e meio ambiente desde o período inicial da fase pré-patogênica até o curso final de uma doença. Ou seja,
descreve como seria o curso natural da doença se não houve nenhuma interferência sobre ela.
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3. Key points:

✓ No Brasil, em 1976, Hugh Leavell e E. Gurney Clark tiveram seu livro Preventive Medicine for the Doctor in his Community
publicado. Esses autores defenderam os níveis de aplicação das medidas preventivas a partir da história natural das
doenças.

✓ Os autores consideram 03 níveis de prevenção em saúde: prevenção primária (que atua no estágio de pré-patogênico);
prevenção secundária (estágio inicial do período patogênico) onde o indivíduo ainda pode apresentar pouco ou nehuma
sintomatologia; e a prevenção terciária, que intervém na fase final (reabiklotação/cura) do estágio patogênico.

✓ São exemplos de intervenções para cada nível de prevenção: vacinação (prevenção primária); detecção precoce de
doença por meio de exames de rastreio (prevenção secundária) e redução de danos decorrentes de uma doença já
instalada (EX: controle da HAS e DM) – prevenção terciária.

✓ O Sistema de Vigilância epidemiológica integra o Sistema Nacional de Vigilância à Saúde e tem por finalidade principal de
detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva,
com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos”;

✓ Diversas bases de dados epidemiológicos podem ser consultados para avaliar os indicadores do processo saúde doença
em rede nacional (SINAN, SINASC, SIM, SIH, etc.).
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Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for
nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for
amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente
ou digno de louvor, pensem nessas coisas (Filipenses 4:8).

OBRIGADA!
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Bibliografia

ALMEIDA FILHO, N. e ROUQUAYROL, M.Z. Elementos da metodologia epidemiológica. In: Rouquayrol, M.Z. Epidemiologia & Saúde. 6. ed. Rio de Janeiro.
MEDSI, 2003.
BRASIL. CF/88. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm> >. Acesso em: 16 Fev. 2021.
BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8080.htm > . Acesso em: 16 Fev. 2021
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de vigilância epidemiológica. 7. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 816 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos).
BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Anais: I Seminário sobre a Política Nacional de Promoção da Saúde Brasília: MS; 2012. (Série D. Reuniões e Conferências).)
BRASIL Ministério da Saúde. Portaria Nº 2.446/GM de 11 de Novembro de 2014. Redefine a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS). Brasília, DF, 2014.
LAURELL, A. C. A saúde-doença como processo social. In: NUNES, E. D. (Org.). Medicina social: aspectos históricos e teóricos. São Paulo: Global, 1983, p. 133-158.
MEDRONHO R.A. Epidemiologia. 2ª Edição. Atheneu, 2009. (Atenção que a 3ª. Edição encontra-se em fase de finalização)  Gordis L. Epidemiologia 5ª ed. Rio de
Janeiro: Revinter; 2017
OMS - ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Declaração de Alma-Ata: primeira conferência internacional sobre cuidados primários de saúde. Genebra, 1978.
OMS - ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Carta de Ottawa para a promoção da saúde: primeira conferência internacional sobre promoção da saúde. Genebra,
1986.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Diminuindo diferenças: a prática das políticas sobre determinantes sociais da saúde: documento de discussão. Rio
de Janeiro, Brasil, 19-21 de outubro de 2011. Disponível em: <» http://cmdss2011.org/site/wp-content/uploads/2011/10/Documento-Tecnico-da-Conferencia-
vers%C3%A3o-final.pdf>. Acesso em: 16 Jun. 2021.
ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). Disponível em:< http://www.dhnet.org.br/direitos/deconu/textos/integra.htm >. Acesso em: Jan. 2021.
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Indicadores de saúde. Elementos conceituais e práticos. Washington, D.C.: OPAS; 2018. Disponível em: <
https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/49057/9789275720059_por.pdf?sequence=5 >. Acesso em: 16 Jun. 2021.
PEREIRA, M. G. Epidemiologia: teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 596p.
ROUQUAYROL, M. Z; ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia e Saúde. 6. ed. Porto Alegre: MEDSI. 2006..
PEREIRA, M. G. Epidemiologia: teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 596p.
WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. The Nairobi call to action for closing the implementation gap in health promotion. Geneva, 2009.

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